Dissertação - Gadiego Cararo Ribeiro - 2014
Dissertação - Gadiego Cararo Ribeiro - 2014
Dissertação - Gadiego Cararo Ribeiro - 2014
Goiânia
2014
ii
Goiânia
2014
iii
Aristóteles
v
AGRADECIMENTOS
Aos professores Antonio Cardoso e Valerie Albright, por aceitarem fazer parte da
banca examinadora da minha defesa.
Aos colegas e amigos músicos, que se dispuseram a fazer parte do meu recital
dividindo o palco comigo: Daniel V. Junior, Jayana Paiva, Everson bastos e Diego Amaral.
Aos professores Fabio Oliveira, Antonio Cardoso, Wolney Unes, Carlos Costa,
Cláudia Zanini, Johnson Machado, Werner Aguiar, pelo apoio e valorosos ensinamentos ao
longo desta jornada.
RESUMO
ABSTRACT
This paper is the final product of the Master of Music course – Performance of Musical
Double Bass, Graduate School of Music of the Federal University of Goiás and is divided
into two parts. Part A: artistic production which includes two recitals with program related to
the developed research and there are also mandatory for the conclusion of the course, and
Part B: an scholar paper. The final recital has works that highlight chamber music and the
Double Bass, and integrates different instrumental combinations of solo works, with
emphasis on Brazilian popular music. The recital program is composed of arrangements that
addresses the performance of instrument genres such as Milonga, the Chacarera and
Chamamé, and other genres of Brazilian popular music like samba. The scientific article
deals with the use of arrangements for chamber music with bass in popular Brazilian works.
It presents alternatives for expanding the Brazilian popular chamber repertoire, through the
discussion of expressive/technical resources applied to bass arrangements for various
instrumental combinations. The main objective was to conduct a study on the use of
arrangements for chamber groups with bass, demonstrating possibilities for increasing the
repertoire and teaching materials. The methodological process was based on the literature
review of the performance of the instrument in genres of popular music, particularly jazz, as
well as chamber music and the main teaching methods used in the country. For that the use of
technical resources from these two musical universes was discussed, applied in works of
Brazilian popular music. The study sought to demonstrate that the use of arrangements of
Brazilian popular music for chamber groups can serve as an alternative to expanding the
repertoire and didactic material for teaching the instrument the bass.
Keywords: arrangement of Brazilian popular works; chamber groups with double bass;
repertoire for the doublebass, performance pedagogy.
viii
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 21
2 ATUAÇÃO DO CONTRABAIXO ACÚSTICO NA MÚSICA POPULAR, 24
MÚSICA DE CÂMARA E SEU ENSINO NO BRASIL: UMA BREVE
REVISÃO DE LITERATURA.................................................................................
2.1 ASPECTOS DA EXECUÇÃO DO CONTRABAIXO ACÚSTICO EM MÚSICA 23
POPULAR E JAZZ......................................................................................................
2.2 CONTRABAIXISTAS SOLISTAS/CAMERISTAS: SEUS MÉTODOS DE 23
ENSINO.......................................................................................................................
2.3 MATERIAIS SOBRE ENSINO E PERFORMANCE DO CONTRABAIXO MAIS 24
UTILIZADOS NO BRASIL ....................................................................................
3 ARRANJOS CAMERÍSTICOS EM FORMAÇÕES POPULARES COM 28
CONTRABAIXO.......................................................................................................
3.1 UTILIZAÇÃO DO CONTRABAIXO EM ARRANJOS NA MÚSICA POPULAR
BRASILEIRA ............................................................................................................. 31
3.2 ASPECTOS IDIOMÁTICOS DO CONTRABAIXO EM ARRANJOS..................... 32
4 POSSIBILIDADES DE APLICAÇÃO PEDAGÓGICA DE ARRANJOS
COM CONTRABAIXO ACÚSTICO NA MÚSICA POPULAR
BRASILEIRA........................................................................................................... 36
4.1 USO NOTAS LONGAS COM ARCO........................................................................ 37
4.2 USO DE PIZZICATO SOBRE OSTINATO RÍTMICO.............................................. 39
4.3 ABORDAGEM HARMÔNICA EM TRECHOS COM ARCO.................................. 40
4.4 USO DE PALM-SLAP E DE ARCO .......................................................................... 41
4.5 USO DE NOTAS DUPLAS COM PIZZICATO......................................................... 42
4.6 PLANEJAMENTO DO ARCO NA EXECUÇÃO DE VARIAÇÕES DE GRUPOS
RÍTMICOS COM 4 SEMICOLCHEIAS ................................................................... 44
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................... 48
6 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 49
ANEXO I – Arranjos Completos ............................................................................... 54
ANEXO II – Recitais Opcionais (participação) ......................................................... 77
ANEXO III – Relato de Experiência (estágio e docência) ........................................ 79
10
Banca Examinadora:
Profª. Drª. Sonia Ray (UFG - orientadora)
Profª. Drª. Valerie Albright (UNESP)
Prof. Dr. Antonio Cardoso (UFG)
Notas de Programa
As duas primeiras obras integram a parte solo do programa. Reinvenção de Pedro Cameron
foi dedicada a contrabaixista da OSESP Ana Valéria Poles. Explora o idiomatismo do
instrumento apoiado em cromatismos e momentos líricos. Ondas, de Sonia Ray vislumbra a
utilização do registro total do instrumento a partir de desdobramentos intervalares, e busca
relacionar os sons musicais com ondas das mais variadas formas.
Na performance em câmara aparece o Canto lamentoso, de Estércio Marquez Cunha, o
mesmo desenvolve-se em camadas sonoras que exploram o caráter lírico, por vezes denso, no
diálogo entre contrabaixo e voz. Na sequência, Merceditas de Ramon Sixtos Rios, uma das
obras mais expressivas do repertório fronteiriço. Chamamé, um ritmo tradicionalmente
ternário, faz parte dos gêneros musicais mais tocados na região sul do país. Outra
Campereada, de Pirisca Grecco é outra obra do pampa gaúcho que explora os ritmos do sul
do país; a chacarera. Um gênero também escrito em compasso ternário, porém diferencia-se
do chamamé por concentrar a sua acentuação rítmica no segundo e terceiro tempo do
compasso. Essas duas últimas obras recebem arranjos que exploram o contrabaixo acústico
como solista e acompanhante e evidenciam o diálogo do instrumento com a guitarra acústica,
alternado a atenção do ouvinte pelas variações na exposição do tema e solos. Temporal de
minha autoria foi composta inicialmente para o meu primeiro disco chamado Influências
(2010) e enfatiza momentos de tensão e calmaria.
Por fim, dois clássicos da música popular brasileira, Triste de Tom Jobim e Salvador de
Egberto Gismonti, obras que exploram fortemente a rítmica tradicional do samba. Destaca-se
o caráter harmônico que nos arranjos propostos fundem-se a ostinatos rítmicos e a momentos
improvisativos.
13
MESTRANDO
Gadiego Carraro: contrabaixo acústico,
arranjos e composição
PARTICIPAÇÕES
Jayana Paiva: Voz
Daniel V. Junior: guitarra
Everson Bastos: Piano
Diego Amaral: Pandeiro
14
Programa
Banca Examinadora:
Profª. Drª. Sonia Ray (UFG - orientadora)
Prof. Dr. Fabio Oliveira (UFG)
Prof. Dr. Antonio Cardoso (UFG)
Recital apresentado por Gadiego Carraro ao curso de Mestrado em Música da Escola de Música e
Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás como requisito parcial para a obtenção do título
de MESTRE. Área de Concentração: Música na Contemporaneidade. Linha de Pesquisa: Música,
criação e expressão – contrabaixo acústico. Orientadora: Profª. Drª. Sonia Ray.
15
Notas de programa
As primeiras três obras do programa são de autoria do próprio intérprete, demonstram sua
faceta composicional e de arranjador. Abordam a participação do contrabaixo e seu diálogo
camerístico com o violão, a guitarra semi-acústica e a bateria, em obras cujo foco está na
improvisação e interação musical, além de incursões interpretativas ao contrabaixo que
mesclam a utilização do arco e pizzicato.
MESTRANDO
Gadiego Carraro: contrabaixo acústico/elétrico,
arranjos e composição
PARTICIPAÇÕES
Programa
Músicos:
Gadiego Carraro: Contrabaixo, composições e arranjos
Daniel V. Junior : Guitarra
Cleber Ferreira da Silva: Bateria
18
Programa
Estrada de Tropa
Balance Bass
Milonga Nova
Temporal
Músicos:
Gadiego Carraro: Contrabaixo acústico/elétrico, composições e arranjos
Jader Gomes: Bateria
Johnson Machado: Sax soprano e clarinete
Diones Correntino: Piano
19
Programa
Músicos:
Fabiano Chagas: Guitarra semi-acústica
Alex Teixeira: Bateria
Joaquin De La Montagna: Sax tenor
Gadiego Carraro: Contrabaixo acústico e elétrico
20
PARTE B: ARTIGO
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho apresenta recursos do contrabaixo aplicáveis em arranjos de
música popular brasileira (canções de caráter regional e cancioneiro urbano, entre outras). O
conceito de música popular aqui utilizado é bastante amplo e corroborado por Severiano
(2008). Este trabalho considera que a música popular brasileira compreende toda a produção
musical popular feita no país e, para melhor abordá-la esta foi organizada em quatro
momentos principais: formação (1770-1920), consolidação (1929-1945), transição (1946-
1957) e modernização a partir de 1958 com a Bossa Nova. O objetivo principal é apontar
possibilidades de ampliação do repertório existente para o instrumento com indicações de
arranjos e ao mesmo tempo aumentar a oferta de material didático disponível.
Entre as motivações que levaram à realização desta pesquisa estão a experiência do
autor em trabalhar com música popular, o desejo de explorar a atuação do contrabaixo
acústico com maior destaque na execução de música popular em formações camerísticas, a
pouca oferta de arranjos que deem destaque ao instrumento como solista e não só como
acompanhante, e a intenção de explorar a criação de arranjos como opção de repertório,
atividade que sempre esteve presente na carreira musical do autor.
Em seus amplos recursos, o contrabaixo permite aplicação em vários gêneros
facilitando a mescla de recursos predominantemente utilizados em acompanhamentos e solos
em música popular (como o pizzicato) com recursos mais explorados na música de câmara
(como golpes variados de arco). Autores que se dedicam ao estudo do contrabaixo em
diferentes formações na execução de música popular destacam formas de estudar o
instrumento de modo a valorizar seus aspectos idiomáticos com precisão e clareza na sua
execução como acompanhante e solista. Alguns destes autores são contrabaixistas que
utilizam o instrumento acústico com prioridade tais como, Adriano Giffoni (1997, 2002),
Dave Holland (2010), James Aebersold (1992), John Clayton (1983, 2005), John Patitucci
(2005, 2006), Luis Chaves (1983), Lynn Seaton (1997, 2009), Ray Brown (1963), Ron Carter
(1998), Rufus Reid (1977, 2000), Mark Dresser (2010), entre outros. Seus trabalhos ajudam a
entender o uso do instrumento em formações populares. Igualmente importantes são as
publicações de contrabaixistas que atuam também como cameristas como Bertran Turetzky
(1989, 2000), Gary Karr (1987,1988), Jeff Bradetich (2009), Diana Gannett (2011), Barry
Green (1976) e François Rabbath (1977, 2005). As experiências de todos estes
contrabaixistas documentadas em suas publicações impressas e/ou em audiovisual são
fundamentais para estudos de aspectos técnicos que refinam a execução do instrumento
executado em pizzicato e com o uso do arco.
22
No Brasil, publicações dos pesquisadores Sonia Ray (1996, 2000, 2005, 2006, 2007,
2011, 2013) e Fausto Borém (1998, 1999, 2003, 2006, 2011, 2012, 2013), lideram as
pesquisas sobre o instrumento e estimulam o desenvolvimento de mais pesquisas, com o
contrabaixo como objeto central. Grande parte do material utilizado para a formação de
instrumentistas no Brasil está alicerçada em referências europeias e norte-americanas (RAY;
NEGREIROS, 2004) refletindo a, ainda necessária, atenção de pesquisadores para gerar
material didático que explore a realidade de ensino e o uso de repertórios brasileiros. Para
Borém (2006) o problema vai além do contrabaixo. O autor destaca o hábito de
instrumentistas, cantores e regentes de não registrarem suas práticas de atuação artística e
procedimentos didáticos, sendo os detalhes e sutilezas de suas atuações repassadas ainda na
maioria das vezes por meio da tradição oral.
Contudo, apesar de o repertório brasileiro para contrabaixo ter aumentado
significativamente nos últimos anos, o material didático em língua portuguesa tem recebido
pouca atenção por pesquisadores (RAY; NEGREIROS, 2004). Esta realidade vem sendo
lentamente modificada com edições ininterruptas de congressos na área de música que abrem
espaço para relatos de experiência e performance (ANPPOM, SEMPEM e SINCAM) e pelo
surgimento de novos eventos, como o congresso da recém fundada ABRAPEM (Associação
Brasileira de Performance Musical) e com a inclusão de relatos de experiência no Festival
Internacional de Música da EMAC-UFG.
Os procedimentos metodológicos utilizados para esta pesquisa foram: a) Revisão da
literatura mais relevante sobre técnica de execução do contrabaixo acústico na prática popular
e na prática solista de câmara e de música de concerto; b) Revisão da literatura mais relevante
sobre o ensino do contrabaixo no Brasil; c) Escolha de obras do repertório tradicionalmente
utilizado no país para ensino do instrumento baseado no extenso trabalho de Negreiros
(2003), que mapeou o ensino do instrumento no Brasil; d) Confecção de três ou mais arranjos
de música popular brasileira pelo autor que sejam correlatas de obras do repertório tradicional
levantado; e) Indicação de equivalência técnica de arranjos de música popular elaborados
pelo autor e por outros contrabaixistas brasileiros que também apresentem equivalência nos
recursos técnicos utilizados no repertório tradicional levantado; e f) Indicação de uso dos
arranjos de música popular brasileira selecionados como complementares para a formação do
contrabaixista, aliado ao repertório tradicionalmente usado.
Assim, o presente artigo está dividido em três partes principais. 1) Breve revisão de
literatura; 2) Seleção e confecção de arranjos, e 3) Aplicação pedagógica dos arranjos, partes
estas precedidas por uma introdução e sucedidas das considerações finais.
23
pedagógico. Lynn Seaton (2009) utiliza o arco em sua prática com o repertório jazzístico e
incentiva seus alunos a fazerem o mesmo direcionando-os a assistir pelo menos um semestre
de aulas com um professor de contrabaixo erudito em seu trabalho regular na North Texas
University. Em sua atividade como contrabaixista, compositor e professor da Universidade da
California em San Diego (EUA), Mark Dresser (2010) explora o uso do arco como elemento
de criação timbrística em improvisações de jazz, de forma a ampliar as possibilidades das
técnicas estendidas tanto em sua prática como jazzista quanto em sua atuação camerista.
Os autores acima demonstram a pertinência da atuação do contrabaixo na música
popular. Além dos métodos tradicionais de contrabaixistas de jazz, que transmitem os
principais ensinamentos sobre o comportamento do instrumento nessas formações, estão
algumas inovações, dentre as quais, a utilização mais acentuada do arco no repertório
jazzístico e, arranjos e composições que privilegiam o diálogo camerístico do instrumento,
demonstrando possibilidades passíveis de serem também aplicadas no repertório da música
popular brasileira.
(1977) de H. W. Henze (b.1926) inicialmente composta para cello em 1949, bem como as
orquestrações de K. Penderecki (b. 1933), O Castelo do Barba Azul de B. Bártok (1881-
1945), História do Soldado (1918) I. Stravinsky (1882-1971), Contrabajeando e Kicho de
Astor Piazzola (1921-1992), além de composições de Frank Proto (b. 1941) Duets and
Sonatas for Bass e Nine Variations on Paganini, e Poucha Dass, Ode D’ Spagne, de François
Rabbath (b. 1931), entre outras. As obras citadas promovem e exploram amplamente os
recursos dos instrumentos, valorizando a sua extensão e linguagem idiomática,
principalmente voltados à remodelagem sonora, ou novas formas de gerar o som. Observa-se
o uso de diversas técnicas de execução do contrabaixo voltadas ao uso do arco, novas
maneiras de executar pizzicato com atenção às possibilidades de articulação, timbre e
intensidade, além da exploração de vibratos, harmônicos naturais/artificiais e tessitura do
instrumento. Entre outros fatores que evidenciaram o contrabaixo a partir do século XX,
inclusive no repertório camerístico, está o surgimento de notáveis contrabaixistas, como
François Rabbath que além de interpretes, atuam como compositores de obras idiomáticas
para o instrumento. Estes instrumentistas renovam e dão continuidade à trajetória de
Domenico Dragonetti (1763-1846) e Giovanni Bottesini (1821-1889), entre outros, na
divulgação e de valorização do contrabaixo como instrumento solista.
Atualmente, muitos contrabaixistas, além de atuarem como interpretes-solistas, têm
construído uma carreira sólida no ensino da técnica e do repertório contrabaixo orquestral, camerístico
e solista do instrumento. O contrabaixista norte-americano Gary Karr, além de solista internacional
tornou-se referência no ensino do instrumento. Seu pensamento pedagógico foi difundido por seus
ilustres estudantes, atuais solistas e docentes universitários como David Murray, Diana Gannett,
Robert Black entre outros bem como em seus livros The Gary Karr Doublebass Book I (1987), II
(1988). Nos livros Karr aborda o ensino e execução do contrabaixo do nível iniciante ao avançado.
Karr dedica especial atenção a postura do aluno ao instrumento, ponto de contato do arco, execução
do pizzicato (dedilhando as cordas com os dedos) e aplicação da técnica ao repertório solista,
camerista e orquestras. Dos exercícios de classe manuscritos esenvolvidos pro Karr surgiram seus
livros e também materiais pedagógicos de seus ex-alunos, como foi o caso da origem das “Fases” de
Diana Gannett.
No pensamento de Diana Gannett (2011) é importante valorizar o trabalho de
preparação para o estudo técnico e para a performance com exercícios específicos para cada
etapa diária de estudo visando o desenvolvimento técnico e artístico do contrabaixista.
Segundo a autora um aquecimento bem estruturado tem grande importância no processo de
aprendizagem do músico principalmente por manter a concentração do músico em “como”
tocar. Em sua proposta de exercícios de aquecimento chamados Warm-up Phases Exercises,
26
ela explora aspectos como memória musical, ouvido interno, fortalecimento muscular,
resistência e agilidade muscular. Para a contrabaixista “o desejo de tocar musicalmente deve
ser a razão para que se estude técnica, não o inverso!” (GANNETT apud RAY, 2011)
Jeff Bradetich aponta a importância de o aluno saber estabelecer metas para o seu
desenvolvimento musical. No seu livro Double Bass: the ultimate challenge (2009), o
contrabaixista ressalta a relevância de estudar repertórios distintos no contrabaixo, além de
prática de variados golpes de arco, afinação, vibrato e escolha de dedilhado. O trabalho de
resistência e articulação são bastante enfatizados e o livro traz um encarte com exercícios
diários para este fim.
Em seu método Nouvelle Technique de La Contrabasse (1977) François Rabbath
discute-se a versatilidade do contrabaixo uma vez que este pode ser utilizado como
instrumento camerista e solista além de sua tradicional atuação na orquestra sinfônica.
Rabbath acredita que os métodos tradicionais tendem a concentrar o treinamento do
contrabaixista para a formação orquestral e destaca a importância do contrabaixista
vislumbrar também outros planos de carreira como camerista ou concertista, mesmo
compreendendo que este seja um caminho mais seleto e com menos oferta no mercado de
trabalho. Nesse sentido, a proposta de seu método é a de propiciar ao contrabaixista uma
formação que lhe assegure condições de atuar como solista. Rabbath tem também um
trabalho pedagógico importante documentado em vídeo (organizado pelo contrabaisita e
pedagogo do instrumento Hans Sturm) chamado The Art of the Bow (RABBATH; STURM,
2005). Neste primeiro volume do vídeo são demonstrados, com ajuda de equipamentos de
biomotricidade, vários ângulos do uso do arco e do braço direito e da mão direita. Os
princípios técnicos que caracterizam a execução do arco do contrabaixista são explorados
quando se aborda como segurar o arco, como articular golpes de arco diferentes tipos de
golpes, como desenvolver uma boa sonoridade e aspectos do ponto de contato.
Outro trabalho importante é o livro The Contemporary Contrabass de Bertram
Turetzky (1989) que trata da exploração de técnicas estendidas no contrabaixo. O autor
exemplifica graficamente dezenas de recursos possíveis na técnica tradicional e com uso de
recursos percussivos e não-tradicionais do arco (como tocá-lo sobre a madeira do estandarte)
bem como formas de preparação do contrabaixo (fazendo alusão a técnicas de preparo do
instrumento com elementos externos ao instrumentos como papel, plástico, madeira...). O
livro apresenta exemplos de técnicas do contrabaixo principalmente a luz do repertório
contemporâneo (TURETZKY, 2000).
27
essas linhas melódicas eram feitas pelo violão ou por algum instrumento de sopro. “A
novidade do baixo surgido nas Américas está nos novos padrões rítmicos” (CARVALHO,
2006, p. 14). Apesar de o contrabaixo ser utilizado assiduamente já na década de 1920 na
Europa, em conjuntos de música de salão e, sendo esta prática também trazida para o Brasil
(GUEDES, 2003), é provável que uma participação mais efetiva do instrumento na música
popular brasileira ocorreria por volta da década de 1930, onde o contrabaixo acústico
começaria a ser utilizado de maneira mais assídua como instrumento de base
(acompanhamento) em gravações, formações instrumentais e grupos regionais. Segundo
Borém e Santos (2002), na formação da maioria dos grupos de música popular, o contrabaixo
acústico ainda é utilizado como instrumento de acompanhamento.
Compositores como Heitor Villa Lobos (1887 - 1959) e Astor Piazzolla (1921-1992)
exemplificaram a quebra de alguns paradigmas em suas épocas, pois almejaram em suas
criações, uma linguagem que além de nacional, pudesse dialogar com elementos da música
de concerto e popular. Sendo que, ambos demonstraram uma proximidade muito grande com
os gêneros populares, explorando novas sonoridades em suas composições e arranjos para
formações instrumentais variadas em câmara e solo. Exemplos que podem ser evidenciados
nas obras dos referidos compositores, como o ciclo de choros (1924-29), as Bachianas
Brasileiras (1930-45), Adios Nonino (1969), Libertango (1974), contrabajeando, entre outras
obras.
Esse diálogo também pode ser visto no Jazz, onde é comum a criação de arranjos e
adaptações de obras populares e do repertório de concerto. Como nas Sete Canções
Populares -1912 de Manuel de Falla (1876-1946), originalmente escrita para violão e voz,
mas que no V movimento “Nana”, aparece no álbum Line by Line - 2006 do contrabaixista
John Patitucci, em um arranjo para contrabaixo acústico solista e violão.
No Brasil, alguns compositores como Ernst Mahle (n. 1929), Edmundo Villani Côrtes
(n. 1930), Pedro Cameron (n. 1948), têm valorizado o contrabaixo em suas composições,
arranjos e transcrições, vislumbrando potencialidades possíveis de sua atuação do
instrumento. O primeiro com obras como Sonatina, Duos Modais, 60 Duos Fáceis, Melodias
da Cecília, quarteto e octeto para contrabaixos. Já o segundo em Choron (1981), e as Cinco
Miniaturas Brasileiras (1993), Ponteio e o último com Reinvenção, Solóquio e Conciliação,
são alguns exemplos que demonstram a pertinência do instrumento atualmente, e inspiram
novas discussões sobre o assunto.
Embora nos últimos anos compositores e pesquisadores tenham dedicado mais
atenção ao repertório brasileiro, o campo ainda é vasto e carece de mais estudos,
34
Já há alguns anos a escrita idiomática para contrabaixo tem sido objeto de reflexão
entre performers e compositores, principalmente no sentido de alcançar melhores resultados
na exploração ampla do instrumento. Para Fausto Borém (1998), isso tem ocorrido pela
revolução técnico-musical que o contrabaixo tem atravessado desde o final de década de
1950. O autor ainda esclarece que a partir da segunda metade do século XX a maioria das
grandes obras escritas para contrabaixo surgiu da colaboração entre compositores e
intérpretes, dentre algumas estão, Sir. Peter Maxwell Davies-Duncan Mac Tier (Inglaterra),
Jean Françaix-Francesco Petracchi (França-Itália), Gian Carlo Menotti-James van Demark
(EUA), Gunther Schuller-Gary Karr (EUA), Hans Werner Henze-Gary Karr (Alemanha),
Frank Proto-François Rabbath (EUA-França) e, no Brasil, Ernst Mahle-Antônio Arzolla
(Escola de Música de Piracicaba-UNIRIO) e Ernst Widmer-Pino Onnis (UFBA). Isso tem
revertido em importantes avanços para o desenvolvimento da linguagem idiomática do
contrabaixo, principalmente pela discussão de particularidades do instrumento, que são
enriquecidas pela troca de experiências composicionais e de performance.
Ainda no século XIX e início do século XX, a linha de baixo era definida, no
repertório orquestral, a partir da dobra em oitava abaixo da escrita para violoncelo, salvo
algumas iniciativas de intérpretes-compositores como Dragonetti, Bottesini, Koussevitzky
(BORÉM, RAY, ROSA, 2011). Porém, nessa época ainda não existia um consenso por parte
da grande maioria dos compositores, sobre as reais possibilidades de atuação do contrabaixo,
cenário que começou a ser modificado mais efetivamente, nos repertórios orquestral e solista,
a partir do século XX.
A escrita idiomática em arranjos favorece a abertura do leque de atuação do
instrumento em obras que originalmente atua como acompanhante. Borém, Ray e Rosa
(2011), comentam que no processo de construção de arranjos para o contrabaixo, algumas
dificuldades encontradas por arranjadores e compositores está relacionada à escrita em
regiões graves, de modo, a manter a inteligibilidade do texto musical, além da exploração da
35
tessitura, dinâmicas e articulação. Isso pode ocorrer, entre outros fatores, pela inexperiência e
falta de conhecimento específico quanto à escrita para o contrabaixo, onde o estreitamento
com o idiomatismo e resposta sonora do instrumento se fazem necessários.
É perceptível que em muitos casos o ato de arranjar surge da necessidade de muitos
instrumentistas em melhor comunicar questões musicais do seu instrumento. De fato os
arranjos quando construídos a partir do diálogo entre arranjador e interprete, ou em alguns
casos, pelo próprio interprete que também atua como arranjador, pode oferecer resultados
bastante positivos para a valorização da linguagem idiomática, pois ambos constituem um
meio claro de evidenciar muitos aspectos peculiares e específicos do instrumento, muitas
vezes negligenciados quando elaborados por compositores e arranjadores com pouca
experiência ou que não atuam diretamente com o instrumento em questão. Neste âmbito,
contribuições de instrumentistas, compositores e arranjadores experientes que conhecem as
particularidades e especificidades dos instrumentos, favorecem o seu desenvolvimento e
exploração.
36
pela necessidade de manter o som do arco homogêneo do talão até a ponta na execução das
notas longas, com atenção ao controle de volume e timbre. O aprendizado do arco apoia-se
em grande parte inicialmente, no estudo de cordas soltas, principalmente para que o aluno
compreenda como manter uma sonoridade uniforme, controlando e equilibrando o peso do
arco e do braço (FERREIRA, RAY, 2006). Streicher (1977) considera o ponto de contato do
arco outro fator fundamental para manter essa uniformidade sonora, além do treinamento de
mudanças de ângulos do arco na troca de cordas, para que não obstrua a sua vibração.
Alguns trechos do prelúdio exigem do aluno o domínio do arco, de forma a manter o
som consistente ao longo de algumas passagens, como demonstra o exemplo 1.
Exemplo 1 – Prelúdio das Cinco Miniaturas Brasileiras de E. Villani Côrtes (1993). Transcrição
Gadiego Carraro.
O uso do pizzicato em cordas duplas é mais uma das formas possíveis de exploração
deste recurso. Ode D’ Spagne é considerada uma peça tradicional e bastante conhecida entre
os músicos de concerto. Esta obra explora o uso do pizzicato inspirado nos rasgueados da
guitarra flamenca, porém possui uma abordagem próxima a adotada por contrabaixistas
populares de execução deste recurso. Esta obra exige do interprete, que mantenha a afinação
precisa dos intervalos presentes (quinta, terça, quarta e quarta aumentada), bem como
intensidade e definição sonora nas mudanças de posições. Apesar de não ser uma obra
extremamente difícil em termos técnicos, exige muito do performer principalmente em
termos expressivos e uso de diferentes formas de executar o pizzicato, como mostra o
exemplo 6.
arranjos para a ampliação do repertório brasileiro para contrabaixo, seja dentro de formações
com instrumentos diversos, ou como nesse caso, para grupos de contrabaixos apenas.
Exemplo 7 – Manhã de Carnaval (BONFÁ; MARIA, 1959). Arranjo Fausto Borém (2011).
O uso do pizzicato neste exemplo também explora cordas duplas, porém abrange uma
gama maior de intervalos que vão desde segundas, terças e sextas, além de quartas e quintas,
expandindo ainda mais em termos sonoros o uso desde recurso. Carter (1998) esclarece que
quando se trata de executar trechos musicais em pizzicato, o mais importante é a qualidade
sonora, que deve ser mantida e idealizada desde os primeiros exercícios. Para Dantas (2010),
o estudo das células rítmicas características da música popular brasileira, requer do estudante
bastante atenção às subdivisões rítmicas, para que as características do gênero sejam
preservadas, isso vale tanto para o estudo do pizzicato como também do arco.
Jongo de Santino Parpinelli é uma das obras que fazem parte do repertório do
contrabaixo que valoriza a rítmica brasileira e, como podemos observar no exemplo 8 abaixo,
explora fortemente os grupos de semicolcheias. Em obras como essa que possuem diferentes
grupos rítmicos, normalmente prioriza-se o arco com movimento para baixo nos tempos
fortes e para cima nos tempos fracos, salvo algumas exceções. Outro fator importante diz
respeito à quantidade de arco empregado, esse deve ser subdivido de acordo com a duração
das notas. No caso de grupos de semicolcheias o movimento deve se curto, priorizando
golpes de arco que valorizem as características expressivas de cada trecho musical, a exemplo
da discussão do arco nas cordas friccionadas realizada por Ferreira e Ray (2006), que
refletem sobre as implicações dos tipos de golpes de arco, ponto de contato, arcadas, entre
outros no repertório orquestral, atentando para as diferenças de sonoridade e resultados
interpretativos.
Dantas (2010) comenta que não existe uma escola propriamente dita de estudo do
arco na música popular, principalmente porque a grande parte da literatura existente com
relação ao tópico advém de métodos do repertório de concerto, de modo que, as bases
formativas do arco são as mesmas para ambos os repertórios. Porém no repertório popular
tem se discutido algumas especificidades do uso do arco principalmente no Jazz apontando
diferenças e semelhanças com relação ao seu preparo em relação ao repertório de concerto.
Entre alguns aspectos estão às intenções de manter as características articulativas de cada
gênero, que revelam outro panorama de aplicação do arco e consequentemente a diferentes
resultados sonoros e interpretativos.
Para Reid (2000) um dos aspectos mais importantes do estudo do arco no jazz,
relaciona-se a sonoridade, essa por sua vez, deve estar aplicada ao estudo de mudanças de
corda, principalmente voltado a diferentes grupos rítmicos. Seaton (1997) aponta para a
importância do estudo prévio de grupos de arcadas voltados a articulação jazzística, de modo,
46
Dantas (2009) afirma que muitos instrumentistas que utilizam o arco na música
popular, principalmente para a improvisação, o fazem sem preocupar-se em como inicia ou
termina o movimento do arco em uma frase musical, pois segundo o autor para esses
performers a indeterminação das arcadas, aliados ao fraseado jazzístico proporcionam a
instabilidade na frase e o sentido de swing. Já Rabbath (1977), incentiva o estudo e
planejamento de arco com ênfase em padrões rítmicos que incluam síncopes e diferentes
exercícios de acentuação, que são aplicados em peças didáticas que exploram aspectos
articulativos e expressivos do contrabaixo desde as primeiras lições.
47
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
6. REFERÊNCIAS
BRADETICH, Jeff. Double Bass: the ultimate challenge. San Capistrano, EUA: Lemur
Music, 2009.
BILLÉ, Isaias. Nuovo Método per Contrabasse a 4 e 5 corde. Vols. 1 e 2. Milão: Ricordi,
1922.
BORÉM, Fausto; CARDOSO, André. Seis Lições para “Contrabaxo” de Lino José Nunes:
apontamentos iniciais para uma edição de performance de um manuscrito de 1838. In:
CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
EM MÚSICA, 22., Anais… João Pessoa: ANPPOM, 2012, p. 1919-1926.
BORÉM, Fausto; RAY, Sonia. Pesquisa em Performance Musical no Brasil no Século XXI:
problemas, tendências e alternativas. In: Simpósio Brasileiro De Pós-Graduandos Em
Música, 2., 2012, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: PPG Música UNIRIO, 2012. v. 2.
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BROWN, Ray. Ray Brown’s Bass Method. Vol. I. California: Ray Brown Music. 1963.
BROWN, Ray; CLAYTON, Jonh; MCBRIDE, Christian. Super Bass. CD. Telarc, 1997.
50
CARTER, Ron. Building Jazz Bass Lines. Milwaukee: Hall Leonard, 1998. 48 p.
CHAVES, Luis. Estudos para Contrabaixo: Padrões para músicas brasileiras. São Paulo:
Zimbo Edições, 1983.
CLAYTON, John. Big Band Bass: A Guide to the Essentials for Double Bass and Electric
Bass. Alfred Music, 1983.
CLAYTON, John; SEATON, Lynn; WIND, Martin; REID, Rufus; MAYS Bill. Talking
Hands. International Society of Bassists. Disponível em
<http://www.youtube.com/watch?v=QC_ZTZAb5kM>. Acesso em 02/12/2013.
DANJAS, Kilder. Canção e Dansa para contrabaixo e piano de Radamés Gnattali: aspectos
técnicos e interpretativos. Dissertação de Mestrado. Escola de Música da Universidade
Federal de Minas Gerais, 2007.
DOURADO, Henrique Autran. O Arco dos Instrumentos de Cordas: breve histórico, suas
escolas e golpes de arco. São Paulo: Irmãos Vittale, 2009. 100p.
FREITAS, Sergio Paulo Ribeiro de. Teoria da harmonia na música popular: uma definição
das relações de combinação entre os acordes na harmonia tonal. Dissertação de Mestrado.
São Paulo: Universidade Estadual Paulista - UNESP, 1995.
_______________. Que acorde ponho aqui? Harmonia, práticas teóricas e o estudo de planos
tonais em música popular. Tese de Doutorado. Campinas: Universidade Estadual de
Campinas - UNICAMP, 2010.
GANNET, D. Exercícios de Fases Integradas. Sonia Ray (tradução e edição). 2 ed. Apostila
sem publicação. Goiânia, 2011.
GOMEZ, Eddie. Tribute To Jonh Coltrane. Live in Japan (1987). Disponível em <
http://www.youtube.com/watch?v=CiG_M0wcKMs>. Acesso em 27/02/2014.
GUEST, Ian. Arranjo: Método Prático. Rio de Janeiro: Lumiar, 1996. v.1, 2 e 3.
GREEN, Barry. Advanced Techniques of Double Bass Playing. Cincinnati: Piper, 1976.
KARR, Gary. The Gary Karr Doublebass Book. Book 1. Miami: Amati, 1987.
PATITUCCI, Jonh. 60 Melodic Estudes for Acoustic and Electric Bass. New York: Carl
Ficher, 2005. 128 p.
PETRACCHI, Francesco. Simplified Higher Techniche for Double Bass. London: York,
1982.
________________. The Art of the Bass. Produzido e dirigido por Hans Sturm. DVD, 210
min. Ball State University, 2005.
RAY, Sônia. Catálogo de Obras Brasileiras Eruditas para Contrabaixo. São Paulo:
Annablume/Fapesp, 1996.
RAY, Sonia . Aspectos Cognitivos da Iniciação ao Contrabaixo: uma análise dos materiais e
processos pedagógicos utilizados no Brasil. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE
COGNIÇÃO E ARTES MUSICAIS, 3., Salvador, 2007, Anais... Salvador: UFBA, 2007. v.
1. p. 135-141
RAY, Sonia; ROSA, Alexandre. Considerations on the Use of the Body of the Double Bassist
in Daily Routine. In: ENCONTROS DE INVESTIGAÇÃO EM PERFORMANCE, 2.,
Anais... CDRom, 2011. Aveiro, PT: Universidade de Aveiro, 2011.
RAY, Sonia; BORÉM, Fausto. Bow Placement on The Double Bass: a notational proposal of
bow regions and string contact points. Art Review, v. 24, p. 1-13-13, 2013.
REID, Rufus. The envolving bassist: milllenium edition. Myrriad Limited, 2000.
SEATON, Lynn. Jazz Solos for Bass: volume 1. New York: Kendor Music, 1997.
SMANDL, F. Method for the Double Bass. Vols. 1 e 2. New York: Fisher, 1964.
STREICHER, Ludwing. My Way of Playing the Double Bass: instruction and advice for
the beginning and advanced double bassist. Vol 1. Áustria: Ludwing Doblinger, 1977. 42 p.
ANEXO I
ARRANJOS COMPLETOS
55
56
57
58
59
60
61
62
63
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76
77
ANEXO II
Programa
Lento
Obstinato
Programa
I - Movimento
Jackes Douglas: Trombone
Casulo (1990)
Baile imaginário (1989)
Valsinha de Roda (1979)
O passarinho da praça da matriz (1994)
A fonte eterna (1974)
Balada dos 15 minutos (1987)
Canção de Carolina (1990)
Sem nome (2012)
Rúbia Santos: piano
Sérgio de Alencastro Veiga Filho (1977) Música para Theremin Giroscópio e Granulações
Harmônicas (2013)
I- Vênus
II- Marte
Sérgio Veiga: interface interativa
79
ANEXO III
Peça de encerramento Estágio Docência. Blue Monk (MONK, 1969). Arr. Gadiego Carraro (2013).
Referências
AEBERSOLD, Jamey. Como improvisar e tocar jazz. 6. Ed. Estados unidos: Aebersold,
1992. 103 p.
PATITUCCI, Jonh. 60 Melodic Estudes for Acoustic and Electric Bass. New York: Carl
Ficher, 2005. 128 p.
REID, Rufus. Evolving Upward Bass Book, vol. I & II. New Jersey: Myriad Limited, 1977.
BROWN, Ray. Ray’s Brown Bass Method, vol. I. California: Ray Brown Music, 1963.