Av. Juscelino Kubitscheck, 146, Jundiaí

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9º Simpósio de Gestão Ambiental e Biodiversidade (10 a 12 de novembro 2020)

ISSN 2525-4928 http://itr.ufrrj.br/sigabi/anais

TURISMO E DESENVOLVIMENTO SOCIOESPACIAL: O REFLEXO DO


ECOTURISMO NA ZONA DA CHAPADA DOS VEADEIROS E OS IMPACTOS NA
ECONOMIA MUNICIPAL DE ALTO PARAÍSO DE GOIÁS, BRASIL

Ailson da Silva Fernandes¹, x & Joana D’arc Bardella Castro¹


1
( Universidade Estadual de Goiás, Av. Juscelino Kubitscheck, 146, Jundiaí, Anápolis,
Goiás, 75110-390, Brasil; xAutor de correspondência: [email protected])

INTRODUÇÃO
O paradigma da sustentabilidade que conglomera questões de sobrevivência do meio
ambiente e o desenvolvimento social, desencadeia um discurso que a priori, é pouco
disseminado no Brasil, contudo nos últimos 30 anos houve uma dilatação da literatura política-
econômica-social empenhadas em expandir o discurso de proteção do meio ambiente para as
gerações futuras, afim de conciliar a necessidade natural e as limitações dos recursos.
Esse amparo esquematiza uma corrente de grande valia para o homem e os recursos
naturais, assim é presumível buscar esforços para refrear a degradação ambiental ainda que haja
reverberação econômica. Nessa conjuntura o ecoturismo ganha-se forma e se desenvolve
historicamente. Na teoria o marco dessa atividade se dá pela sua força motriz de geração de
emprego e renda, transcursado de suas vantagens econômicas e a mutação, portanto, dos
costumes de uso da terra e da estrutura econômica.
No âmbito socioeconômico, a atividade turística se idealizada de forma sustentável,
constitui uma defesa à depreciação do patrimônio ambiental e cultural, bem como sensibiliza a
importância da relação de troca mútua entre a comunidade em geral e a conservação dos
recursos. Todavia para que tal efeito seja vivenciado no futuro, o turismo não pode somente ser
desenvolvido em prol dos aspectos econômicos, e sim do tripé econômico, ecológico e social.
Metaforicamente o turismo em especial se caracteriza pela imagem de uma fábrica sem
chaminé, (Boullón 2002).
No Brasil, os espaços naturais estão situados principalmente nas Unidades de
Conservação, em virtude do despertamento do Governo Brasileiro para questões ambientais
bem como, as infindas possibilidades e renumeração do ecoturismo, salientando para satisfação
da preferência revelada por viagens a zonas naturais com poucas alterações e limpas de
contaminação.
Conforme o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio
(2020) o percentual de visitas nas unidades de conservação tem batido suas máximas históricas.
No ano de 2016 houve uma movimentação de 8,2 milhões de turistas nessas unidades, um
aumento de cerca de 430% com relação ao ano de 2006. Este crescimento continuo e acentuado
promovido pelas iniciativas públicas e privadas, desenvolve um dinamismo tanto em centros
de cidades quanto em áreas rurais que incorporam novos métodos de produção e abrandam as
desigualdades regionais e sociais existentes.
No Brasil o turismo mobilizou 492 bilhões em 2019, conforme os dados divulgados pelo
Conselho Mundial de Viagens e Turismo – Wttc, somatório correspondente a cerca de 10% do
Produto Interno Bruto – PIB. Todavia desde o segundo bimestre de 2020, por questões de não
descoberta de defesa da Covid-19, doença oriunda da china que se expandiu exponencialmente
pelo globo, impactou a cadeia produtiva do turismo brasileiro, de acordo com o Portal da
Fundação Getúlio Vargas Projetos o setor sofreu a perda total de 161,3 bilhões, prejudicando
mais de 2 milhões de empregos gerados pelo setor.
Alto Paraíso de Goiás está situado no nordeste goiano, é um dos municípios pertencentes
a zona turística do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, sendo uma das 65 cidades
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indutoras do turismo no Brasil e membro da Reserva da Biosfera de Goyaz. O turismo nessa


região é o principal gerador de recursos financeiros, que por sua vez movimenta os demais
setores produtivos, embora sua função seja uma panaceia para o desenvolvimento econômico
local, essa única característica carrega um sensível grau de dependência, que por sua vez em
períodos de chuvas ou externalidades que comprometa a prática da atividade turística, impacta
sérios problemas regionais.
Em todo Parque Nacional, Alto Paraíso possui a melhor oferta turística, em tão alto grau
de quantidade, como de variedades de serviços. Conforme Goiás Turismo (2012), a cidade Alto
Paraíso de Goiás é um dos mais conceituados cartões postais de Goiás, por conta dos seus
encantos naturais como as cachoeiras, as minas de cristal, montanhas, os cânions, as belezas do
cerrado e a energia que emana do solo, considerada como santuário goiano da ecologia,
misticismo, terapias naturais e do espiritualismo.
Analisar os impactos oriundos da sazonalidade turística e sua representatividade na
economia municipal esquematiza o objetivo geral desta pesquisa, que por sua vez convirá de
base para a contemporânea reflexão. Neste sentido, a conjectura da pesquisa parte da
observação do engajamento do turismo no desenvolvimento econômico do município medido
pelo PIB, e os impulsos contrários em períodos de contração da atividade.

MATERIAL E MÉTODOS
Esta é uma pesquisa bibliográfica, qualitativa para dados bibliográficos, e quantitativos
para a pesquisa de dados secundários documentais. Os resultados são apresentados de maneira
descritiva.
A seleção dos artigos para pesquisa bibliográfica se deu através da mídia eletrônica, no
portal Capes, SciELO, Google Scholar e IBGE. As palavras de busca foram, turismo ecológico,
Chapada do Veadeiros, áreas de proteção ambiental e o nome do município pesquisado.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Aspectos Socioeconômicos da Localidade de Estudo
Alto Paraíso de Goiás é pertencente a microrregião da Chapada dos Veadeiros,
localizado na região do nordeste goiano. Sua área é limitada pelos municípios de Cavalcante,
Teresina de Goiás, Nova Roma, São João da Aliança, Niquelândia e Colinas do Sul. O
município nasceu do desmembramento de Cavalcante, nesse período sua economia tinha
enfoque na mineração como principal fonte de renda. Em 2017 teve população estimada de
7.517 e densidade demográfica de 2,90 hab./km². (IBGE 2020)
Na tabela 01, observa-se que o município proporciona IDHM de 0,713, valor estimado
alto com base na faixa de desenvolvimento humano, nesse período amostrado o índice geral
cresceu 66,59%, todos os outros IDH obtiveram variação positiva, contudo a dimensão que
mais evoluiu foi o IDH para a educação com 196,67% com relação ao ano de 1991.
Tabela 01. Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - Alto Paraíso de Goiás - 1991-2010.

1991 2000 2010

IDHM 0,428 0,572 0,713

IDHM Educação 0,206 0,371 0,611

IDHM Longevidade 0,687 0,787 0,819


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IDHM Renda 0,555 0,640 0,723

Fonte: Atlas Brasil,2020.

Figura 01. Proporção de pobres - Alto Paraíso,


Goiás e Brasil - 1991-2010.
100
90
80
Alto Paraíso de
70 Goiás
60 Goiás
50
40 Brasil
30
Linear (Alto
20 Paraíso de Goiás)
10
0
1991 2000 2010

Fonte: Atlas Brasil,2020.

Na Figura 01, é apresentado graficamente a proporção de pobres numa comparação


abrangendo município, estado e país. Em todos os anos analisados houve avanço caracterizando
uma forte tendência negativa, pois de 1991 a 2010, a nível municipal os pobres diminuíram em
74,14%. Em Goiás houve uma redução ainda maior, 76,52% no mesmo período. E no Brasil,
60,17%.

Tabela 02. Renda e Desigualdade - Alto Paraíso de Goiás e Goiás-1991-2010.

Alto Paraíso de Goiás Goiás


1991 2000 2010 1991 2000 2010

Renda per Capita 253,57 428,31 719,11 410,55 571,49 810,97


Índice de Gini 0,66 0,60 0,65 0,59 0,60 0,55

Fonte: Atlas Brasil, 2020.


Com suporte da tabela 02, está exposto a renda e desigualdade do município
comparando o com a do estado. A renda per capita nos três anos analisados de Alto Paraíso de
Goiás são crescentes, dando um salto de 64.74% de 1991 para 2010. Da mesma forma, Goiás
teve um aumento no mesmo período de 50,6%. Enquanto o índice de Gini por sua vez, teve
variações não só positiva. Em alto paraíso de Goiás teve queda do primeiro para o segundo ano,
depois se restabeleceu com aumento de 8,33% em 2010. Em Goiás, o último ano se manteve
em queda de 9,09%.

Unidades de Conservação em Goiás. História e Notoriedade do Chapada dos Veadeiros


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A deterioração do meio ambiente em função da intensa exploração dos recursos para


garantir as necessidades humanas e a promoção dos vieses econômicos eternizar-se uma
preocupação dos ambientalistas, estado e das organizações internacionais. Nessa perspectiva
Goiás abriga o centro do cerrado, segundo maior bioma brasileiro, contudo essa biodiversidade
é uma das mais alterados historicamente devido a efervescente marcha tríplice da agricultura,
mineração e agropecuária, (Silva 2014).
A importância ambiental no Brasil foi instituída pelas normas e diretrizes do Sistema
Nacional de Unidades de Conservação – Snuc, garantindo o direito constitucional da sociedade
e a prole futura, por um bom uso comum dos recursos essenciais à vida e a proteção do meio
ambiente ecologicamente equilibrado. Desde sua criação nos anos 2000, fundamentado na lei
n° 9.985 assegura a apropriada preservação dos remanentes biomas brasileiros, e nos 20 anos
conseguinte estabelecem o apreço aos aspectos naturais e culturais, atenuando as relações do
Estado, sociedade e ambiência. (Castro Jr 2009)
A ciência do desenvolvimento sustentável implica na composição de distintas
dimensões, assim é inquestionável avaliar a sustentabilidade de forma independente, porque
somente haveria sustentabilidade quando as dimensões se descobrirem conexas e equilibradas,
portanto seria um processo contínuo em prol do balanceamento da preservação dos recursos
naturais e o estímulo econômico, maximizando a dimensão sociocultural, (Costa 2013).
O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros - PNCV, criado na segunda gênese de
parques nacionais em 1961 foi destacado pelo pioneirismo no amparo ao Cerrado. Conforme o
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio (2020), o parque é um
resguardo da singularidade da beleza natural, sendo um refúgio para o endemismo na flora e
fauna, contudo com seus 65.514 hectares atualmente contrapõe a expansão das fronteiras
agropecuárias, mesmo sofrendo em seu histórico severas retrações de perímetro e marcados
com processo de elevação de divisas conturbadas.
A região da Reserva da Biosfera de Goyaz tem referência global pelo título outorgado
pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura - Unesco que se
fixar-se na conjuntura do programa Homem e a Biosfera, o somatório em todo mundo é de 631
Reservas, deste número, apenas seis estão situadas no Brasil, e a PNCV integra esse seleto
conjunto de sítios ambientais, (Unesco 2020).
O PNCV tem uma estrutura de existência negativa, de tal modo que é retratado pela
perda de 90% de sua extensão, marcada por uma modificação puramente política com mira na
aquisição do título de Sítio do Patrimônio Mundial pela Unesco, mérito somente alcançado pela
efetiva ampliação de 392% do parque gerando visibilidade internacional, permanecendo
somente dois anos, no qual foi indeferida posteriormente pelo Supremo Tribunal Federal e
novamente área de proteção ambiental voltaria aos hectares que detêm presentemente. O gráfico
abaixo ilustra os últimos decretos de ampliação fiz e redução territorial, (Ramos 2016)
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Figura 2: Área atual do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros de acordo com o
Decreto em vigor (Decreto no 86.173/1981), área de ampliação em 2001 (invalidada em 2003)
e limites do Sítio do Patrimônio Natural Mundial – Setor II. Fonte: Banco de Dados
Georreferenciados – ICMBio/MMA.

A notoriedade do PNCV se dá não somente pelo fato de contribuir para o avanço da


qualidade de vida, mas também pela vantagem econômica sustentável que estabelece nos
municípios limítrofes, resultando em melhorias na infraestrutura e suavização dos efeitos
perversos do desenvolvimento desigual. Assim importantes transformações são vivenciadas no
cotidiano local, marcados pela visitação e o turismo ecológico como geração de riqueza e
educação colaborativa ao crime ambiental, (Barbosa 2005).

As instituições do turismo no PNCV, história por trás do desenvolvimento de sua matriz


econômica e cultural
O entorno do parque oferece excêntricas atrações naturais para a visitação, garantindo
uma arrecadação substancial que promove a manutenção da preservação do espaço natural,
além de dar impulso para essa região, que devido aos fatores endógenos não logra a polarização
industrial, consequentemente o turismo age como uma panaceia para a economia local,
(ICMBio 2020).
Alto Paraíso de Goiás agraciado com os investimentos públicos em infraestrutura de
apoio ao turismo, tornou-se ponto central do turístico da Chapada dos Veadeiros, sendo a porta
de entrada oficial do PNCV, através de seu distrito de São Jorge. Desde sua abertura de visitação
as matrizes organizacionais socioeconômicas se modificaram, gerando um efeito multiplicador
de renda por meios de atividades diretas e indiretas do setor, (Messias 2018).
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Em concordância com o plano de manejo do parque muitos proprietários de terras


iniciaram um processo de investimento para elevar a visitação em suas divisas, vale ressaltar
que o distrito de São Jorge é um dos pontos mais visitados na região, onde praticamente o
turismo reina absoluto, assim, a essência dos fluxos de turistas se dá não somente pelos recursos
naturais, mas também na mesma proporção que as amostras culturais e os aspectos de
religiosidade, (ICMBio 2009).
A educação ambiental a partir de 1991 com a descerramento das visitações no PNCV
contribuiu de forma efetiva no despertamento da comunidade para métodos alternativos com
aspectos de compreensão ambiental, esse amadurecimento do desenvolvimento turístico no
interior goiano potencializou a dinâmica da cadeia econômica dos municípios limítrofes e
promoção da visibilidade global, bem como a mudança dos paradigmas imobiliários para
atender as expectativas da demanda, (Lima 2013).

Impacto da PNCV para a Economia Local de Alto Paraíso de Goiás


A forte influência do turismo como dinamizador da vida regional é notável na cidade,
já que sua série temporal ressalva o rompimento das condições físicas-urbanas da cidade de
Alto Paraíso como resposta ao período de entrave do uso de suas terras inseridas em áreas de
proteção ambiental, essa inter-relação da visão do ambiente rural e a natureza passa então a
constituir um interesse econômico nas vantagens inimitável da conservação natural das
propriedades. Essa particularidade é determinada pela presença majoritária de seus limites
municipais na Área de Proteção Ambiental de Pouso Alto, criado para assegurar proteção a
PNCV, (Salgado et al. 2014).
Na tabela 03, observou-se o axiomático desempenho da atividade econômica dos
serviços, no período amostrado 2011-2017 uma inclinação extremamente positiva com
percentual de 226,68% com média de 45% na participação direta do valor adicionado bruto a
preço correntes do município.

Tabela 03. Valor adicionado bruto a preços correntes. Alto Paraíso de Goiás -
2011,2014,2017.
Atividade Econômica/ano 2011 2014 2017

Agropecuária 16448 25839 42139,9


Indústria 4614 7241,19 9775,97
Serviços 31463 51456,7 71324,2
Administração Pública 20151 26237,4 32499,5
Fonte: Instituto Mauro Borges, 2020.

O turismo é um constante aprendizado que não se isola da função histórica, logo, essa
vivência é transmitida de diversas maneiras, abrangendo os fatores sociais, culturais,
econômicos entre outros que se interligam entre si, (Panosso Netto 2011). Os dados
apresentados na tabela 03, teoricamente validam o alvo constitucional do Programa de
Regionalização do Turismo, no processo de interiorização da atividade, impulsionados pela
redução da concentração turística nos litorais, de tal modo que, a atividade passe a comtemplar
as diversidades regionais, culturais e naturais, (Beni 2012).
Na tabela 04, apresenta-se o turismo e seus efeitos longitudinal e transversal nas
atividades econômicas de Alto Paraíso de Goiás, nesse entrelaço de influência indireta, destaca-
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se a construção civil com uma evolução de 575% no rendimento médio no período amostrado,
essa decorrência é explanada pelo aprimoramento da infraestrutura nas localidades turísticas e
não turísticas como por exemplo saneamento básico, construção de estradas e instalações para
o pleno desenvolvimento da atividade, ou seja, as visitações geram empregos na área de
construção civil, que posteriormente sustentam os outras atividades.

Tabela 04. Rendimento Médio dos Setores. Alto Paraíso de Goiás. 2011,2014,2017.
Atividade Econômica/ano 2011 2014 2017
Indústria de Transformação 641,71 854,45 1.391,51
Construção Civil 593,02 855,52 3.409,43
Comércio 812,4 985,71 1.259,95
Serviços 812,93 1.127,17 1.389,55
Administração Pública 1.084,50 1.643,70 2.169,35
Agropecuária, Extração Vegetal, Caça e Pesca 977,43 1.248,71 1.711,20
Fonte: Instituto Mauro Borges, 2020.

A atividade econômica diretamente relacionado ao turismo visto na tabela 04, retrata o


quadro de elevação do comércio e serviços de 155% e 171% respectivamente, segundo maior
percentual da evolução dos rendimentos médios dos setores no período de 2011 a 2017 foi o de
indústria de transformação em 217%, a administração pública teve um acréscimo de 200%.
Enquanto atividades de Agropecuária, Extração Vegetal, Caça e Pesca teve uma elevação de
175%.
Para Magalhães (2002), o turismo mobiliza recursos financeiros, permite o intercâmbio
cultural, diminui os índices de desemprego, promove o embelezamento paisagístico e tem
potencial para melhorar a qualidade de vida da comunidade entrelaçada. Ao passo que atividade
econômica incorpora as políticas estratégicas de desenvolvimento municipal esse setor é
extremamente sensível, de modo que seu grau de desempenho depende de uma série de fatores,
como fenômenos climatológicos, temporariedade, câmbio, distúrbios políticos entre outros.
O efeito multiplicador aplicado ao turismo é ocasionado pelo consumo dos turistas, em
bens e serviços na região visitada, promovendo o aumento da geração de novos empregos e da
renda. O dinheiro gasto que permanece na localidade representa o coeficiente de requalificação
para a economia local, assim sua influência local parte-se na quantidade de renda gerada
circulam continuamente. (Keynes 1988).
Dessa maneira os gastos pelos turistas em hospedagem, alimentação e atividades
recreativas entre outros gastos são empregados na renumeração da força de trabalho, que
subsequentemente reembolsam aluguéis, transporte, educação etc. Assim sistematizam o
modelo circular da renda municipal dado os estímulos do turismo e sua função geradora de
empregos e sua indução no surgimento de novas vagas, tudo mais constante, (Lage et al. 2001).
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Figura 03. Influência do Terceiro Setor no quadro de


admissão. Alto Paraíso de Goiás. 211,2014,2017.

523

391 380 359 Total - Admitidos


(número)
296
263 267
203 194 Terceiro Setor

Terceiro Setor
(Desligados)

2011 2014 2017


Fonte: Instituto Mauro Borges, 2020.

Em Alto Paraíso de Goiás conforme a figura 03, evidencia-se na geração de empregos


a hegemonia do terceiro setor como força motriz no quadro de admissões mesmo sem analisar
os empregos indiretos criados pelo turismo, com um percentual em 2011 de 69% do total de
admissões, com elevação de 4% no ano de 2017.
Contudo o grau de demissão do setor com média de 67% do total de empregos gerados
no período, com uma média no corte temporal de 3% de estabilidade empregatícia para o
terceiro setor, nesse sentido o retrato de instabilidade é oriundo da demanda irregular na
localidade e em função da natureza temporária das ocupações na cadeia produtiva do turismo,
(Alto Paraíso De Goiás 2020).

CONCLUSÃO
O desenvolvimento do turismo no PNCV representa uma opção de inserção social aos
municípios limítrofes que por sua vez não são ancorados na marcha do progresso econômico
vivenciados pela concentração industrial nas cidades mais bem estruturadas, o turismo não é
suficiente para garantir a conservação ambiental, portanto para melhor eficiência da
preservação ambiental as regiões carecem de um estado interventor com políticas efetivas para
assegurar e promover o desenvolvimento sustentável.
A análise dos materiais levantados permitiu-se observar as potencialidades da PNCV
com seus atrativos impares de valor cênico, além do panorama marcado pelo peso histórico-
cultural que a região constitui. De maneira que Alto Paraíso de Goiás diante destes princípios
mencionados investiu na estruturação municipal das áreas turísticas e não turísticas, afim de
maximizar os impactos positivos e a qualidade da experiência do turista, e em seguida
minimizar os impactos negativos da visitação.
A complexidade da pesquisa, parte do princípio da materialidade harmônica entre a
relação turismo e desenvolvimento, desse modo observou-se no trabalho a dependência
municipal da atividade turística para o crescimento econômico, embora que a pesquisa
considerou apenas a vertente positiva da mudança geopolítica do município, e a sua
implacabilidade sobre os residentes locais.
O turismo e seu efeito multiplicador em Alto Paraíso de Goiás, fortalecem o
desenvolvimento regional, promovendo geração de emprego e renda, todavia não devem ser
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unicamente os únicos instrumentos de impulso para a economia, assim cabe aos órgãos públicos
e privados repensarem em modelos econômicos alternativos visto o grau de ineficiência do
turismo em meio a cenários adversos ao pleno exercício da atividade.
Nota-se que os mais beneficiados pela ação do município em promover melhores
experiências para os visitantes, são as comunidades locais, que por sua vez com o
aprimoramento das condições básicas da cidade, além do acréscimo ao Estado pela arrecadação
direta e indireta em virtude das inter-relações do turismo, financiam a manutenção do PNCV.
Em acrescimento a pesquisa, seria interessante a realização de uma análise que pudesse
responder as questões contrárias ao turismo na região, que por fim, poderiam enxergar os efeitos
de especulação imobiliária, inflação para assim mensurar a razão custo-oportunidade da atuação
do turismo na economia municipal.

REFERÊNCIAS
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