4 - Termodinamica

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Sistemas Energéticos Industriais

Conceitos de Termodinâmica /
Máquinas Térmicas

Margarida Coelho – [email protected]


Sistemas Energéticos Industriais
Prof.ª Doutora Margarida Coelho (com alguns ajustes feitos por Vítor Costa)
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2019/2020
O QUE SE COSTUMA DIZER…

“A Termodinâmica é a Ciência da Energia”...

“A Energia é a capacidade de causar mudanças”...

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“A Energia tem quantidade, mas também

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qualidade”...

“A Energia não se perde, converte-se”...

“A Energia pode assumir várias formas, podendo


mudar de forma”...
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ALGUMAS DEFINIÇÕES ÚTEIS…

Sistema Aberto: volume de espaço que permite trocas de


massa e energia. mɺ

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m
ɺ
Qɺ Qɺ
Wɺ Wɺ

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Sistema Fechado: apenas ocorrem trocas de energia (massa
constante).
Qɺ Qɺ
Wɺ Wɺ

Sistema Isolado: não ocorrem trocas de energia nem de


massa.

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“LEI ZERO” DA TERMODINÂMICA

Se A está em equilíbrio térmico com C e B está em equilíbrio


térmico com C, então A e B estão também em equilíbrio
térmico entre si.

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C
A

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B

Apesar de evidente, este facto não pode ser deduzido das


restantes leis da Termodinâmica.

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“LEI ZERO” DA TERMODINÂMICA (cont.)

Pode também falar-se em equilíbrio térmico entre


um sistema e um reservatório/fonte térmica se a
diferença de temperaturas entre eles for apenas

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infinitesimal.

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T

T±δT
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“LEI ZERO” DA TERMODINÂMICA (cont.)

Se os sistemas A e B estão em equilíbrio térmico,


então, por definição, não ocorre transferência de
calor entre eles.

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Em muitas experiências conceptuais (mas não só…)

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de Termodinâmica, um sistema A está em equilíbrio
térmico com um sistema B de dimensões muito
maiores. A finalidade de B é manter a temperatura
constante trocando uma quantidade de calor
arbitrária (positiva ou negativa) com A.

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1ª LEI DA TERMODINÂMICA
Conservação da Energia: a energia não pode ser criada ou destruída,
apenas transferida e/ou transformada.
Durante uma interacção entre um sistema e o seu exterior, a quantidade
de energia ganha pelo sistema é exactamente igual à quantidade de
energia perdida pelo exterior e vice-versa. Em termos de balanço

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energético: E − E = ∆E
in out sistema
A Energia pode ser transferida para/de um sistema sob 3 formas:

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Calor
Trabalho
Acompanhando a massa

Forma geral da Primeira Lei da Termodinâmica para um sistema fechado:


∆E = Q +W
onde Q é o calor transferido para o sistema e W é o trabalho realizado
sobre o sistema.
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1ª LEI DA TERMODINÂMICA (cont.)
Para um sistema fechado, em que não ocorram variações de energia
cinética ou potencial, pode-se escrever:
dU = dQ + dW
∆U = Q + W

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onde U é a energia interna do sistema.

Enquanto W e Q dependem de cada processo em particular (são energia


em trânsito), U depende apenas do estado do sistema, sendo função da

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temperatura para um gás ideal .

U = (3/2) RT para gases ideais monoatómicos e U = (5/2) RT para gases


ideais diatómicos.

A constante de proporcionalidade R é também encontrada na equação de


estado para gases ideais: PV = nRT
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1ª LEI DA TERMODINÂMICA: EXEMPLOS

Adição de calor a volume constante: o sistema não


realiza trabalho ∆U = Q = n CV ∆T
∆U = Q = m CV ∆T

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onde cV é o calor específico a volume constante (molar
ou mássico).

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1ª LEI DA TERMODINÂMICA: EXEMPLOS

Sistema termicamente
isolado: um gás expande

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sem transferência de
calor num cilindro, Q=0
∆U =W

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Se Uf < Ui o sistema
realiza trabalho sobre o
seu exterior.

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1ª LEI DA TERMODINÂMICA: EXEMPLOS

Expansão de um gás num cilindro a

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pressão constante. É exercida uma
força F=PA sobre o pistão, com um

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trabalho resultante W=F(xf-xi) realizado
pelo sistema (negativo).

Daí resulta sucessivamente (do ponto de vista


do sistema)
W = -PA(xf-xi) = P (Vf-Vi) = -P ∆V
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Exercícios 1 e 2!
1ª LEI DA TERMODINÂMICA: EXEMPLOS

Um gás ideal expande de C para B a pressão constante:


∆U = QCB + WCB

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Pode escrever-se: UB - UC = n CP (TB -TC) – PC (VB - VC), onde

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CP é o calor específico (molar) a pressão constante.

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1ª LEI DA TERMODINÂMICA: EXEMPLOS

Se o gás for aquecido de C para A fica: UA-UC = n CV (TA-TC)

Uma expansão isotérmica de A para B resulta em UB = UA

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Pode então escrever-se:
UA - UC = UB - UC

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Substituindo fica: CP = CV + R
(válido para gases ideiais)

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TERMODINÂMICA – EXERCÍCIO 1
Num dado processo, 50 kcal são fornecidos a um sistema, que, ao mesmo tempo, se
expande contra uma pressão externa constante de 70 N.cm-2. A energia interna do sistema é
a mesma no início e no fim do processo.

Calcule o acréscimo de volume do sistema.

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TERMODINÂMICA – EXERCÍCIO 2
Uma pessoa transfere calor para o meio, em condições normais, com uma potência de cerca

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de 90 W (dependendo da atividade que exerce). Suponha que se encontram 20 pessoas
numa sala de dimensões 5 x 10 x 3 m e que esta se encontra totalmente isolada. Calcule:

a) A energia transferida pelas pessoas para o ambiente, durante 3 horas;

b) A variação de temperatura do ar, durante o mesmo intervalo de tempo;

c) A variação de energia interna experimentada pelo sistema (pessoas + ar).

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1ª LEI DA TERMODINÂMICA – BASE
MÁSSICA
Uma formulação da Primeira Lei da Termodinâmica para sistemas abertos
(também denominados volumes de controlo) deve levar em linha de conta as
trocas de massa, com as consequentes alterações da energia do sistema, e,
evidentemente, os requisitos de conservação de massa.

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Define-se um caudal mássico como sendo a quantidade de matéria que
atravessa uma dada superfície do volume de controlo por unidade de tempo:

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m = ρvA
onde ρ é a massa volúmica, v a velocidade e A a área em causa.

O caudal volúmico é, por sua vez, o volume de fluido a atravessar uma dada

superfície do volume de controlo por unidade de tempo: V = vA
• •
onde v é a velocidade e A a área, podendo escrever-se: m = ρV 15
1ª LEI DA TERMODINÂMICA – BASE
MÁSSICA (cont.)
A conservação de massa impõe, por sua vez,

Σmin −Σmout =∆mCV

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onde in denota entradas, out saídas e CV o volume de controlo.

O enunciado da Primeira Lei da Termodinâmica pode, assim, ser

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alterado para a forma:
Q+W +ΣEin,massa −ΣEout,massa =∆ECV
Assim, numa base mássica, a energia total de um sistema
compressível consiste nas suas parcelas interna, cinética, potencial e
devida ao escoamento: v2
e = u + ke + pe = u + + gz + P ρ (J/kg)
2 2
v
ou ainda: e = h+ + gz (J/kg) onde h=u+P/ρ é a entalpia específica. 16
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1ª LEI DA TERMODINÂMICA – ENTALPIA

- h = u + P/ρ

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- Útil para avaliar variações de energia em

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processos que ocorrem em sistemas
abertos, e em processos a pressão constante

- Ex. Δh da vaporização da água a P = 1 atm é


aproximadamente igual a 2400 J/g = 43.2
kJ/mole. 17
2ª LEI DA TERMODINÂMICA

A passagem de calor de um corpo frio para um corpo quente nunca


acontece espontaneamente, ou seja, nunca se dá sem compensação
(fornecimento de trabalho).

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Os processos físicos na natureza ocorrem espontaneamente, rumo ao
equilíbrio.

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Como se pode tirar partido dessas transformações espontâneas?

É necessário fornecer trabalho aos sistemas para realizar processos não


espontâneos!

A Primeira Lei da Termodinâmica não dá qualquer informação sobre o


sentido em que se processam as transformações (apenas diz que tem de
existir balanço energético), sendo essa informação fornecida pela
Segunda Lei da Termodinâmica. 18
2ª LEI DA TERMODINÂMICA (cont.)

Enquanto que o trabalho pode ser convertido integralmente em calor, o


inverso não é verdade.

Isto pode ser conseguido utilizando máquinas térmicas para converter

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calor em trabalho que, embora podendo diferir bastante entre si,
apresentam um certo número de características comuns:

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-Recebem calor de uma fonte quente (energia solar, combustão,
caldeira, reator nuclear, ...);
-Convertem parte desse calor em trabalho (usualmente libertado
através de um veio em rotação);
-Rejeitam o calor remanescente numa fonte fria (atmosfera, rio);
-Operam ciclicamente;
-Necessitam de uma substância operante.
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2ª LEI DA TERMODINÂMICA – ENTROPIA

 δQ 
dS =  
 T int rev

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- Para todos os processos reversíveis a entropia é
conservada

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- Em processos reais a entropia total aumenta, e está
associada a níveis crescentes de desordem molecular

- Este aumento define o sentido em que os


processos espontâneos podem, ou não, ocorrer
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PROCESSOS REVERSÍVEIS

Máquinas térmicas, máquinas frigoríficas e bombas de calor têm o


melhor desempenho se operarem reversivelmente.

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Processos reversíveis não estão sujeitos a perdas como atrito,
expansão de gases sem confinamento, misturas de substâncias
diferentes ou quaisquer desvios a processos quasi – estáticos.

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Todos os processos reais são irreversíveis!!!
Porque nos devemos então preocupar com o estudo de processos
reversíveis? São aproximações úteis que fornecem limites
superiores para o desempenho dos sistemas.
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TERMODINÂMICA – EXERCÍCIO 3

Uma massa 2,3 kg de H2 inicialmente à temperatura de 20°C e à pressão de 9,8N/cm2 sofre

uma expansão adiabática até o seu volume ser igual a 5 vezes o volume inicial. Em seguida, o

gás é comprimido isotermicamente até atingir de novo o volume inicial. Finalmente,

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regressa ao estado inicial, mantendo-se o seu volume constante.

a) Represente o ciclo descrito num diagrama (P-V)

b) Calcule o volume inicial de H2

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c) Calcule a temperatura no fim da expansão adiabática

d) Calcule a variação de energia interna de gás entre o início e o final da compressão

isotérmica

e) Calcule o calor transferido entre o sistema e o exterior durante a compressão isotérmica

f) Calcule o trabalho transferido entre o sistema e o exterior durante a expansão adiabática


Dados:
cV (gás ideal diatómico) = 5/2 R
γ (gás ideal diatómico) = 7/5 22
TERMODINÂMICA – EXERCÍCIO 4

Considere duas compressões reversíveis que levam um


sistema composto por um gás ideal diatómico de um mesmo
estado inicial à pressão P1 até à pressão P2=10xP1. A
transformação AB é executada por um compressor adiabático

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enquanto que a transformação AC é executada por um
compressor isotérmico:

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a) Represente as transformações num diagrama P-V
b) Diga qual dos compressores utilizados para executar as
transformações exige a maior potência mecânica, justificando
convenientemente.

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TERMODINÂMICA – EXERCÍCIO 5

Uma transformação termodinâmica de 1 mole de um gás


perfeito descreve a trajectória ACBA:
Transformação AB : pv1.4=cte

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Transformação AC : T=cte=300 K
Transformação BC : p=cte=105 Pa

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a) Faça a representação esquemática da transformação no
diagrama de Clapeyron.
b) Calcule o trabalho posto em jogo durante a transformação
sabendo que vB=0.05 m3.mol-1.

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