4.-Pepi Pled Final Mar-15

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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

MINISTÉRIO DA ECONOMIA E FINANÇAS (MEF)


PROJECTO DE LIGAÇÕES ECONÓMICAS PARA DIVERSIFICAÇÃO (PLED)

PLANO DE ENGAJAMENTO DAS PARTES


INTERESSADAS (PEPI)
P171664

Março, 2021

PEPI-MEF | i
INDICE

AGRADECIMENTOS .......................................................................................................................... V
LISTA DE ABREVIATURAS ................................................................................................................ VI
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 1
1.1 OBJECTIVOS GERAIS ............................................................................................................. 2
1.2 OBJECTIVOS ESPECÍFICOS ..................................................................................................... 3
2. APRESENTAÇÃO GERAL DO PROJECTO .................................................................................... 5
2.1 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DO PROJECTO ................................................................................ 6
2.2 OBJECTIVOS DO DESENVOLVIMENTO DO PROJECTO (PDO) ................................................ 6
2.3 RESULTADOS PRINCIPAIS...................................................................................................... 7
2.4 BENEFICIÁRIOS DO PROJECTO .............................................................................................. 7
2.5 COMPONENTES DO PROJECTO ............................................................................................ 7
2.5.1 COMPONENTE 1: DESENVOLVIMENTO DE LIGAÇÕES ECONÓMICAS POR MEIO DE
HABILIDADES, FINANÇAS E ACTUALIZAÇÃO DE QUALIDADE (US$ 50 MILHÕES) ............................ 1
2.5.1.1 SUBCOMPONENTE 1.1: LIGAÇÕES UPSTREAM - EMPRESAS COM POTENCIAL
(ABORDAGEM BOTTOM-UP) ........................................................................................................... 1
2.5.1.2 SUBCOMPONENTE 1.2: LIGAÇÕES UPSTREAM - EMPRESAS COM POTENCIAL
(ABORDAGEM TOP-DOWN)............................................................................................................. 2
2.5.1.3 SUBCOMPONENTE 1.3 - LIGAÇÕES DE CONSUMO ....................................................... 3
2.5.2 COMPONENTE 2: ELEMENTO PARA APOIAR LIGAÇÕES ECONÓMICAS (US$ 40 MILHÕES)
3
2.5.2.1 SUBCOMPONENTE 2.1: CAPACITADORES DIGITAIS E FÍSICOS PARA VÍNCULOS
ECONÔMICOS (US $ 28 MILHÕES) .................................................................................................. 4
2.5.2.2 SUBCOMPONENTE 2.2: DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL E COORDENAÇÃO DE
REFORMAS (US $ 12 MILHÕES) ....................................................................................................... 5
2.5.3 COMPONENTE 3: GESTÃO DO PROJECTO (US$ 10 MILHÕES) .......................................... 5
2.6 ARRANJOS INSTITUCIONAIS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DO PROJECTO ............................... 6
3. PRINCIPAIS RISCOS E OPORTUNIDADES DO PROJECTO ........................................................... 2
3.1 VISÃO GERAL DO CONTEXTO DE DESENVOLVIMENTO DO PAÍS ........................................... 2
3.1.1 RISCOS À FORMULAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DO PEPI .................................................... 2
3.1.1.1 RISCOS/FRAQUEZAS ...................................................................................................... 2
3.1.1.2 OPORTUNIDADES/PONTOS FORTES .............................................................................. 3

PEPI-MEF | ii
4. REQUISITOS LEGAIS RELEVANTES RELACIONADOS COM A CONSULTA E A PARTICIPAÇÃO ..... 4
4.1 QUADRO LEGAL NACIONAL .................................................................................................. 4
4.2 NORMAS DO BANCO MUNDIAL............................................................................................ 4
5. IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DOS INTERVENIENTES ................................................................... 7
6. PLANO DE ENVOLVIMENTO E CONSULTA DAS PARTES INTERESSADAS ................................. 12
6.1 ACTIVIDADES ANTERIORES DE ENVOLVIMENTO DAS PARTES INTERESSADAS ................... 12
6.2 ESTRATÉGIA E METODOLOGIAS ......................................................................................... 15
6.2.1 INSTRUMENTOS DE INFORMAÇÃO E DIVULGAÇÃO ....................................................... 16
6.2.2 FORMATO DA INFORMAÇÃO E MÉTODO DE DIVULGAÇÃO ........................................... 16
6.2.2.1 COMUNICAÇÃO ESCRITA E VISUAL ............................................................................. 17
6.2.2.2 COMUNICAÇÃO SOCIAL .............................................................................................. 17
6.2.2.3 OUTROS....................................................................................................................... 17
6.2.3 ESTRATÉGIA PROPOSTA PARA CONSULTA ...................................................................... 18
6.3 NECESSIDADES DAS PARTES INTERESSADAS DO PROJECTO ............................................... 22
6.4 DESAFIOS DO COVID-19 ..................................................................................................... 25
7. CRONOGRAMA E ETAPAS INDICATIVAS DO PLANO ............................................................... 27
7.1 FASE 1 - ELABORAÇÃO E APROVAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DO QUADRO AMBIENTAL E
SOCIAL (QAS). ................................................................................................................................ 27
7.2 FASE 2 - FORMULAÇÃO E ADOPÇÃO DE INSTRUMENTOS DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL
(ESIA/PGAS/PAR-PRMS) DOS SUBPROJECTOS EM LOCAIS ESPECÍFICOS. ...................................... 27
8. SISTEMA E MECANISMOS DE APRESENTAÇÃO E ATENDIMENTO DE RECLAMAÇÕES ............ 29
8.1 OBJECTIVOS ........................................................................................................................ 30
8.2 PROCEDIMENTO DE ACESSO AO SISTEMA ......................................................................... 30
8.3 PROCESSO DE ANÁLISE ....................................................................................................... 32
8.3.1 ETAPAS E PROCEDIMENTOS DURANTE O PROCESSO ..................................................... 33
8.3.1.1 PASSO 1 - RECEBER E CADASTRAR A RECLAMAÇÃO ................................................... 33
8.3.1.2 PASSO 2 - RECONHECER, AVALIAR E ATRIBUIR ........................................................... 33
8.3.1.3 PASSO 3 – ELABORAR A RESPOSTA PROPOSTA ........................................................... 33
8.3.1.4 PASSO 4 - COMUNICAR A RESPOSTA PROPOSTA AO RECLAMANTE E BUSCAR UM
ACORDO SOBRE A RESPOSTA ........................................................................................................ 34
8.3.1.5 PASSO 5 - IMPLEMENTAR A RESPOSTA PARA RESOLVER A RECLAMAÇÃO ................. 34
8.3.1.6 PASSO 6 - REVER A RESPOSTA SE NÃO FOR BEM-SUCEDIDA ...................................... 34

PEPI-MEF | iii
8.3.1.7 PASSO 7- ENCERRAR OU ENCAMINHAR A RECLAMAÇÃO ........................................... 34
8.3.2 RECURSO A TRIBUNAIS E OUTROS FORA ........................................................................ 34
8.3.3 VIOLÊNCIA BASEADA NO GÉNERO .................................................................................. 35
8.3.4 EMPENHO NA SOLUÇÃO DAS RECLAMAÇÕES ................................................................ 35
8.3.5 CONFIDENCIALIDADE E ANONIMATO ............................................................................. 35
8.3.6 CANAIS DE RECEPÇÃO DAS RECLAMAÇÕES .................................................................... 35
8.4 SUPERVISÃO/ACOMPANHAMENTO ................................................................................... 36
8.5 BM ...................................................................................................................................... 36
8.6 DIVULGAÇÃO DO SISTEMA DE RECLAMAÇÕES .................................................................. 37
9. ORGANIZAÇÃO DA EQUIPA PARA A GESTÃO DA CONSULTA E DE RECLAMAÇÕES ................ 38
10. MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO ......................................................................................... 39
11. ARRANJOS PARA O FINANCIAMENTO DO ENGAJAMENTO DO PÚBLICO E ORÇAMENTO
ESTIMADO DO PEPI ....................................................................................................................... 41
12. REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 43
ANEXOS .......................................................................................................................................................A
ACTA DA REUNIÃO .......................................................................................................................... C
PROVÍNCIA DE TETE, NAMPULA E CABO DELGADO ........................................................................ C
PROJECTO DE LIGAÇÕES ECONÓMICAS PARA DIVERSIFICAÇÃO (PLED) .......................................... C
REUNIÃO DE CONSULTA PÚBLICA PARA APRESENTAÇÃO DO PROJECTO, AS METODOLOGIAS DE
TRABALHO E POTENCIAIS IMPACTOS .............................................................................................. C
INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. C
OBJECTIVOS ..................................................................................................................................... C
DETALHES DA CONSULTA PUBLICA ................................................................................................. D
PI&AS ............................................................................................................................................... E
JUSTIFICATIV:................................................................................................................................... E
PROCESSO DE CONSULTA PUBLICA ................................................................................................. E
PERGINTAS E RESPOSTAS .................................................................................................................F
FIGURAS .......................................................................................................................................... G
CONCLUSÃO .................................................................................................................................... G

PEPI-MEF | iv
AGRADECIMENTOS

Entre outros aspectos porque o mesmo foi levado a cabo sob as restrições decorrentes
do COVID-19, a preparação deste documento não seria possível sem a prestimosa
colaboração e compreensão de uma série de pessoas e entidades às quais apresento
os meus agradecimentos. Agradecimentos especiais são dirigidos ao pessoal do
Ministério de Economia e Finanças, em especial a equipa da Agência do
Desenvolvimento do Vale do Zambeze (ADVZ), que de muitas formas dedicou o seu
tempo a responder a diversas solicitações, recolher, organizar e transmitir dados e
informações que se constituem no cerne deste documento. Os agradecimentos
estendem-se ao pessoal do Banco Mundial, nos diferentes escritórios, assim como aos
representantes das diversas instituições ligadas ao projecto pela facilitação, apoio
técnico e outras formas de assistência fornecidos para se levar o trabalho a bom termo.

PEPI-MEF | v
LISTA DE ABREVIATURAS

A&S Ambiental e Social

AIA Avaliação de Impacto Ambiental

BM Banco Mundial

CRM Constituição da República de Moçambique

CRR Comissões de Resolução de Reclamações

EA Especialista de Aquisições

EIA Estudo de Impacto Ambiental

EMA Especialista em Monitorização e Avaliação

EPI Equipamento de Protecção Individual

FAO Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura

GBM Grupo do Banco Mundial

GoM Governo de Moçambique

IIA Instituto de Investigação Agraria

MASA Ministério de Agricultura e Segurança Alimentar

M&A Monitorização e Avaliação

MEF Ministério da Economia e Finanças

MEDH Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano

MIC Ministério da Indústria e Comércio

MIP Maneio Integrado de Pragas

MISAU Ministério da Saúde

MIREME Ministério de Recursos Minerais e Energia

MOPHRH Ministério das Obras Publicas, Habitação e Recursos Hídricos

MTA Ministério da Terra e Ambiente

MTSS Ministério do Trabalho e Segurança Social

PEPI-MEF | vi
MRR Mecanismo de Resolução de Reclamações

OMS Organização Mundial de Saúde

ONGs Organizações Não-governamentais

PAR Plano de Acção do Reassentamento

PB Políticas do Banco

PAPs Pessoas Afectadas pelo Projecto

PGAS Plano de Gestão Ambiental e Social

PIB Produto Interno Bruto

PMP Plano de Maneio de Pragas

PO Políticas Operacionais

QGAS Quadro de Gestão Ambiental e Social

QPR Quadro de Política de Reassentamento

SADC Comunidade de Desenvolvimento da África Austral

TdR Termos de Referência

UIP Unidade de Implementação do Projecto

PEPI-MEF | vii
1. INTRODUÇÃO
Apesar do crescimento notável nos últimos 20 anos, Moçambique é ainda um dos países
mais pobres do mundo. Neste momento, Moçambique tem uma oportunidade única de
transformação com a descoberta de reservas de gás que pode tornar o país o quarto maior
exportador de gás natural do mundo. A descoberta de grandes reservas de gás offshore na
província de Cabo Delgado (distrito de Palma) gerou um investimento estrangeiro directo
(IDE) maciço que poderá aumentar as exportações de Gás Natural Liquefeito (LNG). O
desenvolvimento de projectos de GNL em Cabo Delgado pode gerar mais de US $ 60 bilhões
de investimento directo. Juntamente com o carvão em curso de exploração em Tete, o
corredor de Nacala, o gás em Inhambane e a fundição de alumínio em Maputo, os
investimentos em gás constituem uma oportunidade renovada, a uma escala maior, de
desenvolver ligações de megaprojectos com o resto da economia.
Embora o potencial para envolver o sector privado local nas cadeias de valor extractivas em
Moçambique seja significativo, as empresas e trabalhadores em sectores diversificados
enfrentam vários desafios. A principal razão que explica o actual nível limitado de compras
locais no sector extractivo é a capacidade limitada das empresas nacionais de fornecer
insumos na escala e qualidade exigidas pela indústria extractiva. A criação de um ambiente
propício para o desenvolvimento da cadeia de valor é fundamental para apoiar a criação de
empregos em oportunidades ascendentes, descendentes e de integração de consumo. Para
que Moçambique aproveite esta oportunidade, é necessário enfrentar os desafios no
ambiente de negócios e nas questões de desenvolvimento do sector privado. O acesso ao
financiamento para micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) e produtores agrícolas
continua significativamente restrito.
O presente documento constitui-se no Plano de Engajamento das Partes Interessadas1
(PEPI) desenvolvido no contexto do Projecto de Ligações Económicas para a Diversificação
(PLED). O PLED surge como resposta do Banco Mundial (BM) ao pedido do Governo de
Moçambique (GoM) de apoio no fortalecimento das ligações económicas das MPMEs, aos
grandes investimentos em áreas específicas de Moçambique, sobretudo nas províncias de
Tete, Nampula e Cabo Delgado. A preparação deste instrumento teve por base as medidas
e acções no âmbito do novo Quadro Ambiental e Social do Banco Mundial que contém um
conjunto de Normas Ambientais e Sociais (NAS). Numa avaliação preliminar do projecto, por
se considerar que este pode suscitar impactos ambientais e sociais, foram consideradas
relevantes as seguintes NAS: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 10. Neste âmbito, diversos planos ambientais
e sociais serão desenvolvidos e implementados como medidas de mitigação e gestão de
riscos ambientais e sociais, incluindo o Plano de Engajamento das Partes Interessadas
(PEPI).

1
O termo “partes interessadas” referem-se a indivíduos, grupos ou comunidades que: (i) são afetados ou
suscetíveis de serem afetados pelo projeto (partes afetadas pelo projeto); (ii) possam ter um interesse no
projeto (outras partes interessadas).Também comumente designadas por “Stakeholders”.
QGAS| 1
Na preparação do PEPI, previu-se um modelo e cronograma de consulta, com carácter
evolutivo e adaptado a cada grupo, com o principal objectivo de que as partes interessadas
sejam consultadas de forma a garantir que suas opiniões e preocupações sejam integradas
e abordadas pelo Projecto. Foi ainda incluído um mecanismo de reparação de reclamações
(MRR) para as partes atribuídas e para os colaboradores executivos do projecto, bem como
um código de conduta será integrado quer na contratação de mão-de-obra quer na
contratação de serviços.

1.1 OBJECTIVOS GERAIS


Conforme o descrito no capítulo sobre o quadro legal e regulatório, junto com a satisfação
dos interesses genuínos do projecto, que não se podem realizar sem um efectivo
engajamento das partes interessadas, o PEPI destina-se a satisfazer os requisitos do
regulador das questões ambientais, sociais e de desenvolvimento geral em Moçambique,
assim como estar em conformidade com as normas ambientais e sociais (NAS) do BM sobre
o mesmo assunto.
De acordo com as referidas normas ambientais e sociais, o processo de gestão ambiental e
social deve ser pautado pelos vários instrumentos que o corporizam, tais como: Quadro de
Gestão Ambiental e Social (QGAS), Quadro de Política de Reassentamento (QPR), Plano de
Maneio de Pragas (PMP), Plano de Compromisso Ambiental e Social (PCAS), Estudo de
Impacto Ambiental e Social (EIAS), Plano de Gestão Ambiental e Social (PGAS) e Plano de
Acção de Reassentamento (PAR), Procedimentos de Gestão de Mão-de-Obra (PGMO),
Avaliação Social de Género (ASG), etc. Importa enfatizar ainda a clara necessidade de
interacção e comunicação frequentes entre os promotores de projectos, o público em geral,
Pessoas Afectadas pelo Projecto e organizações externas engajadas na implementação do
projecto. Os principais objectivos gerais da consulta das essoas afectadas pelo projecto l
são:
• Manter as pessoas afectadas pelo projecto informadas sobre as principais questões
e conclusões de cada fase do processo do projecto;
• Reunir preocupações e interesses expressos pelas várias partes interessadas do
projecto;
• Obter contribuições/opiniões das partes interessadas em termos de evitar/minimizar
possíveis impactos negativos e maximizar os impactos positivos do projecto;
• Apoiar o diálogo social e identificar, desde o início, as percepções e expectativas
das pessoas afectadas pelo projecto , que podem contribuir para a planificação das
acções e a comunicação efectiva, de forma a minimizar os impactos negativos
significativos do projecto.
• Contribuir para a adequação e melhoria dos aspectos técnicos do projecto;
• Por fim, garantir que as PAPs se encontram significativamente envolvidas em todas as
fases de desenvolvimento do projecto tais como implementação, monitorização,
avaliação e conclusão, enquanto se apropriam dos vários aspectos que definem o
projecto e dispõem de canais apropriados para apresentar reclamações e ver estas a
ser devidamente atendidas.

QGAS| 2
1.2 OBJECTIVOS ESPECÍFICOS
Em consonância, os objectivos específicos do PEPI incluem, mas não se limitam a:
• Estabelecer uma abordagem sistemática para o envolvimento das Pessoas Afectadas
pelo Projecto que ajudará os promotores do projecto a identificar as PAPS, e a construir
e manter uma relação construtiva com elas, em particular as partes afectadas pelo
projecto;
• Promover e fornecer meios para um envolvimento eficaz e inclusivo das PAPs do
projecto, ao longo do ciclo de vida do projecto em questões que possam potencialmente
afectá-las;
• Garantir que informações adequadas do projecto sobre riscos e impactos ambientais e
sociais sejam divulgados para as PAPs, de maneira oportuna, compreensível, acessível
e em formato apropriado;
• Fornecer às PAPS do projecto meios acessíveis e inclusivos para comunicar questões
e reclamações e permitir que o Mutuário responda e faça a sua gestão.
De forma resumida, o PEPI identifica e avalia os pontos de vistas das diferentes partes
interessadas do projecto, apresenta detalhes acerca das actividades iniciais de engajamento
das PAPS, em termos genéricos e indicativos, assim como uma lógica de cronograma de
actividades de engajamento durante todo o período de concepção, implementação,
monitorização e avaliação do projecto. O engajamento das PAPS continua a ser uma questão
primordial, entre outros para garantir o sucesso e sustentabilidade das acções em curso. É o
imperativo desse engajamento, nesta fase, que justifica a preparação deste PEPI que, de
forma mais aberta complementa os vários aspectos tratados nos instrumentos das normas
ambientais e sociais que estão a ser preparados para o PLED, nomeadamente:
• Quadro de Gestão Ambiental e Social (QGAS);
• Quadro de Política de Reassentamento (QPR);
• Plano de Maneio de Pragas (PMP);
• Plano de Compromisso Ambiental e Social (PCAS);
• Plano de Gestão de Mão-de-Obra (PGMO).
Todos estes serão utilizados juntamente com este PEPI para consolidar a adesão do PLED à
adopção dos pressupostos das Normas Ambientais e Sociais (NAS) aprovadas pelo BM em
Outubro de 2018 e que foram usadas para formular os instrumentos do Projecto Actual.
Este PEPI compreende onze (11) capítulos que sucessivamente tratam das várias questões
que nortearão o engajamento das PAPS em todas as etapas e actividades do projecto. Os
capítulos são complementados por uma série de anexos que apoiam na operacionalização
deste instrumento. A formulação do PEPI serviu-se de uma série de metodologias com
destaque para:
• Revisão de dados secundários;
• Entrevistas e discussões individuais e de grupo com as partes envolvidas e
interessadas relevantes;
• Observações directas e avaliações no terreno;
• Revisão dos projectos financiados pelo BM no MEF, em matéria de gestão ambiental
e social; e
• Divulgação pública do projecto e dos instrumentos QAS e respectivo feedback.

QGAS| 3
Ainda que sob as restrições impostas pelo COVID -19, entre Novembro e Dezembro, foram
realizadas acções de Consulta Pública de apresentação e discussão do PLED, potenciais
impactos ambientais e sociais do projecto e suas possíveis medidas de gestão, esboços dos
instrumentos do quadro ambientais e sociais, incluindo este PEPI. Os anúncios e os
resultados dessas consultas foram usados também para compor os instrumentos de
ambientais e sociais, incluindo este PEPI. Os detalhes das consultas públicas podem ser
vistos no anexo 1, deste documento.

QGAS| 4
2. APRESENTAÇÃO GERAL DO PROJECTO
O PLED foi concebido para actuar sobre constrangimentos críticos associados as ligações
económicas das PMEs aos grandes investimentos em áreas específicas de Moçambique. O
projecto contribuirá para apoiar as intervenções direccionadas para fortalecimento do sector
privado e impulsionar o crescimento económico e a criação de empregos.
No presente capítulo será efectuada uma descrição e caracterização sumária do projecto,
indicando as componentes, objectivos, fase do ciclo do projecto e principais trabalhos
associados a cada fase ou ciclo de projecto que possam gerar impactos e /ou riscos.
As consultas a serem realizadas no âmbito deste PEPI apresentarão a avaliação ambiental
e social, incluindo uma avaliação das capacidades institucionais, com apresentação dos
principais riscos e impactos esperados e das principais medidas e acções , com o objetivo
de evitar, minimizar ou reduzir os riscos e impactos identificados a níveis aceitáveis; e uma
vez que os riscos e impactos tenham sido minimizados ou reduzidos, mitigá-los. .
O projecto será implementado ao longo de um período de sete anos, nas províncias de Tete,
Nampula e Cabo Delgado tendo em conta um crescimento sem precedentes alimentado em
grande parte por megaprojectos da indústria extractiva. Espera-se que contribua
significativamente para cumprir os importantes objectivos de desenvolvimento assumidos
pelo GoM em termos de diversificação da economia e torná-la mais inclusiva. Isto será
fundamental num contexto em que é cada vez mais reconhecido que a economia do país
está a tornar-se polarizada, tendo por um lado os megaprojectos e, por outro, um grande
número de PME informais, principalmente microempresas. Isso alimenta desequilíbrios no
desenvolvimento e dificulta o acesso aos benefícios do desenvolvimento por uma proporção
significativa da população.
Os investimentos significativos em infraestrutura, como estradas, abastecimento de água e
saneamento, electricidade, etc., devem continuar a desempenhar um papel neste processo
de estabilização e eliminação gradual de desequilíbrios, assim como a criação de um
ambiente de negócios em que as PMEs possam se tornar competitivas, crescer e diversificar.
Se medidas concretas não forem adoptadas e postas em prática agora, não será apenas
uma oportunidade de usar mega desenvolvimentos como âncoras para o desenvolvimento
socioeconómico geral, mas também esses desenvolvimentos por si só irão possivelmente
exacerbar os desequilíbrios existentes na economia do país, que poderia alimentar a
crescente agitação social ao longo das províncias beneficiarias.
Em consultas permanentes com o Banco Mundial, o GoM garantirá que o estratégico
interesse de inclusão, diversificação, criação de empregos e oportunidades de geração de
renda sejam criados em torno dos megaprojectos localizados na área do projecto. A
infraestrutura prioritária será identificada, planejada e construída e as actividades de
treinamento, capacitação e demonstração serão realizadas para responder especificamente
às expectativas dos beneficiários locais. Assim como, serão feitos esforços para criar um
ambiente propício, incluindo a adopção de medidas adequadas para monitoramento e
avaliação de intervenção, extraindo lições aprendidas e melhorando as intervenções em
mãos, bem como aplicando-as em outras áreas relevantes em todo o país.

QGAS| 5
Ainda assim, será realizada a caracterização social e biofísica das áreas do projecto,
considerando a província de Tete, Nampula e Cabo Delgado. Esta caracterização, embora
genérica permitirá antever potenciais impactos, quando os locais de implantação do projecto
forem melhor delineados.

2.1 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DO PROJECTO


O projecto vai executar as necessidades de fortalecimento das ligações económicas das
PMEs aos grandes investimentos nos provinciais de Tete, Nampula e Cabo Delgado. A
Figura 1 apresenta as províncias abrangidas pelo PLED.

Figura 1: Áreas do PLED

2.2 OBJECTIVOS DO DESENVOLVIMENTO DO PROJECTO (PDO)


O objectivo de desenvolvimento do projecto (PDO) é fortalecer as ligações económicas das
PMEs aos grandes investimentos em áreas específicas de Moçambique.

QGAS| 6
2.3 RESULTADOS PRINCIPAIS
• Aumento de recursos e parceiros de desenvolvimento no sector privado, bem como
financiamento de projectos e actividades relevantes.
• Aumento das vendas das empresas apoiadas pelo projecto.
• Criação de mais e / ou melhores empregos pelas empresas apoiadas pelo projecto.
• Melhoria do ambiente de negócios / reformas da política de investimento.

2.4 BENEFICIÁRIOS DO PROJECTO


O projecto prioriza as províncias de Cabo Delgado, Tete e Nampula, que são algumas das
principais áreas onde grandes investimentos estão a ocorrer. O principal grupo-alvo do PLED
serão MPMEs, com destaque nas mulheres envolvidas nas cadeias de valor seleccionadas.
Neste sentido, o PLED prestará ainda mais atenção às mulheres chefes de família. O projecto
também trabalhará com parceiros para garantir que outros indivíduos desfavorecidos sejam
apoiados para uma subsistência sustentável. A fim de alcançar os beneficiários pretendidos
e mitigar a captura de elite, o PLED usará um mecanismo de selecção de alvos, incluindo
alvos directos e auto-serviços, apoiados por medidas de capacitação.

2.5 COMPONENTES DO PROJECTO


O projecto tem três componentes, designadamente: (i) desenvolvimento de ligações
económicas por meio de competências, finanças e melhoria da qualidade; (ii) factores
facilitadores para apoiar as ligações económicas; (iii) implementação do projecto (Vide a
figura 3, abaixo). De forma resumida apresentam-se abaixo as três principais componentes
e subcomponentes do projecto assim como os níveis previstos de afectação de fundos:

QGAS| 7
Figura 3: Componentes do Projecto

COMPONENTES DO
PROJECTO

Desenvolvimento de Ligações Factores Facilitadores para Apoio das Implementação e Gestão


Económicas por Meio de Competências, Ligações Económicas (USD 40 Milhões) do Projecto (USD 10
Finanças e Melhoria de Qualidade (USD Milhões)
50 Milhões)

SUBCOMPONENTE I SUBCOMPONENTE I

Ligações Upstream Capacitadores Digitais e Físicos


(Abordagem Bottom-Up) para Vínculos Econômicos (US
$ 28 milhões)

SUBCOMPONENTE II

Ligações Upstream
(Abordagem Top-Down)

SUBCOMPONENTE II

Desenvolvimento Institucional e
Coordenação de Reformas (US
SUBCOMPONENTE III $ 12 milhões)

Ligações de Consumo

QGAS| 1
2.5.1 Componente 1: Desenvolvimento de Ligações Económicas Por Meio de
Habilidades, Finanças e Actualização de Qualidade (US$ 50 Milhões)
Esta componente visa promover a capacidade, qualidade, financiamento e acesso aos mercados
das MPMEs. As oportunidades derivam de vínculos econômicos, incluindo vínculos upstream
para grandes investimentos (B2B) e vínculos de consumo (B2C). O orçamento linha a linha
estima metade dos fundos alocados para ligações a montante e a outra metade para ligações de
consumo. As intervenções são projetadas para responder às necessidades de cada grupo de
MPMEs. Este componente apoiará os negócios existentes e novos empreendimentos

2.5.1.1 Subcomponente 1.1: Ligações Upstream - Empresas com Potencial


(Abordagem Bottom-Up)
Para ligações a montante, esta componente visa melhorar as competências, qualidade e
financiamento das empresas em Moçambique para fornecer bens e serviços em ligações a
grandes investimentos e ao longo das suas cadeias de valor. Os sectores com maior potencial
foram identificados através de várias consultas com investidores chave como uma análise de
fundo conduzida no contexto do Diagnóstico do Sector Privado no País (CPSD) para além de
outras análises. Com base na experiência internacional e avaliações locais, os sectores
potenciais prioritários incluem:
• Abastecimento e restauração: agroindústrias; refeições; e serviços de hospitalidade.
• Serviços de construção: preparação da construção; obras elétricas; obras de concreto.
• Serviços indirectos profissionais, apoio administrativos: serviços de transporte; Serviço
de Limpeza; serviços de segurança; serviços de gestão de resíduos; alguns serviços de
armazenagem e armazenamento; Serviços de utilidade pública.
Esta subcomponente contribuirá para os esforços contínuos de várias partes interessadas para
actualizar regularmente a demanda usando uma abordagem de cluster (vários subsectores que
são complementares) e o mapeamento / avaliação da capacidade das empresas e da localização
das empresas nesses clusters. O agrupamento das PMEs dentro dos clusters por tipos e níveis
de prontidão para atender os mercados em crescimento informará os níveis possíveis de entrada
nas actividades propostas.
A componente seguirá uma abordagem de afunilamento que compreende três estágios para
actualizar a capacidade, padrões de qualidade e acesso a financiamento e mercados. No
processo, para os sectores / clusters com maior potencial para ligações upstream, o projecto
conduzirá uma campanha de conscientização em grande escala, alavancando associações de
sectores, parceiros governamentais, bancos de dados fornecidos pelos megaprojectos e bancos
de dados de participantes em outros programas. A selecção para participar da primeira fase
incluirá critérios objectivos, incluindo informações do subsector, anos de operação, capacidade
de entrega nas áreas dos megaprojectos e busca de melhorias na resiliência climática e práticas
de adaptação. Serão feitos esforços para incluir uma proporção relativamente alta de empresas
pertencentes a mulheres, tanto na campanha de conscientização quanto na primeira selecção,
com base nas melhores evidências.

PEPI-MEF | 1
Com base nas melhores práticas da região, as intervenções de ligação a montante serão
implementadas por meio de empresas especializadas e consultores individuais contratados pelo
projecto. As intervenções para as ligações upstream serão implementadas por meio de equipes
profissionais sob a liderança da unidade de desenvolvimento de PME (IPEME, sob MIC), e com
co-supervisão de agências relevantes, incluindo ADVZ e ADIN para participação em nível
regional e acesso a soluções financeiras, INNOQ para padrões de qualidade e ANEP para
certificação. Além disso, o projecto irá desenvolver e implementar programas de treinamento de
instrutores além daqueles directamente ligados às actividades em nível de empresa para garantir
a capacidade de longo prazo no país e a sustentabilidade do sector privado para entregar
programas de desenvolvimento de habilidades. Durante a implementação do projecto, os
consultores contratados terão a responsabilidade de construir capacidade e sistemas em
administração e gestão de programas de ligação a montante dentro do MEF, MIC, MIREME e
outras entidades governamentais relevantes. Isso será incluído nos contratos com entregas e
pagamentos condicionados ao sucesso dessas tarefas de fortalecimento institucional. Isso
garantirá a sustentabilidade além das intervenções do projecto entre as instituições
governamentais, usando o modelo implementado com sucesso no país em projectos anteriores.

2.5.1.2 Subcomponente 1.2: Ligações Upstream - Empresas com Potencial


(Abordagem Top-Down)
Para garantir que a demanda directa das grandes empresas seja bem atendida, as intervenções
na fase 2 e na fase 3 também serão oferecidas também às MPMEs já nas bases de dados das
grandes empresas, incluindo os consórcios que lideram as fases de construção dos
investimentos no sector extractivo. As MPMEs registradas na base de dados terão as
intervenções relevantes em qualidade (estágio 2) e oportunidades (estágio 3). Embora estas
empresas sejam mais sofisticadas do que a média em Moçambique e tenham construído
sistemas suficientes para poderem ter uma ligação - e frequentemente contratos - com as
grandes empresas, normalmente têm lacunas que têm de ser resolvidas. Os padrões de
qualidade, acesso a financiamento, facilitação de contratações, entre outros, serão aspectos
críticos do desenvolvimento desta camada de empresas já em conexão com as grandes
empresas. Focar apenas em uma abordagem de baixo para cima não garantiria um conjunto de
fornecedores suficientemente equipados para atender aos mercados das grandes empresas.
Concentrar-se apenas nessas empresas já em bancos de dados de grandes empresas não
garantiria ex-ante o nível de crescimento do emprego e do alcance necessário para o impacto
transformacional. Um mínimo de 100 empresas participarão desta janela.

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2.5.1.3 Subcomponente 1.3 - Ligações de Consumo
Esta subcomponente apoiará as ligações de consumo com o objectivo de expandir a
produtividade e o emprego para outras empresas nas proximidades dos megaprojectos. As
empresas beneficiarão do aumento da demanda nos mercados locais por parte dos
trabalhadores e serviços de apoio em torno dos grandes investimentos. Um objectivo
fundamental é estimular o desenvolvimento regional a partir dos investimentos para ajudar a
induzir a criação de empregos e melhores empregos. Embora os grandes investimentos possam
ser críticos para alavancar outros sectores, uma grande parte dos negócios em torno dos
projectos não vai se beneficiar directamente dos investimentos, mas da demanda de
consumidores individuais nessas operações.
As empresas localizadas em províncias prioritárias (Cabo Delgado, Nampula e Tete) podem
beneficiar de uma combinação de competências e capital. A capacitação inclui uma primeira
formação comum em habilidades sociais e iniciativa pessoal para mudar a mentalidade dos
empresários. Outras formações sobre o uso de soluções digitais, usando serviços financeiros,
conhecimento técnico para trabalhadores e habilidades específicas do sector (por exemplo:
hotelaria) serão oferecidos neste processo. As MPMEs poderão então se candidatar a uma bolsa
por meio de um processo competitivo de apoio ao seu acesso às actividades de mercado.
Espera-se que um mínimo de 4.000 empresas se beneficiem das intervenções nas ligações de
consumo. Os mecanismos de implementação seguirão uma abordagem semelhante de liderança
das autoridades governamentais e usando organizações profissionais na implementação. As
organizações da sociedade civil desempenharão um papel crítico no trabalho com esse alvo,
especialmente aquelas com experiência em trabalhar em áreas impactadas por conflitos. A
componente também terá um forte elemento de expansão da agência das mulheres por meio de
mecanismos participativos. Paralelamente, as empresárias serão auxiliadas nos esforços para
reduzir os riscos de assédio.

2.5.2 Componente 2: Elemento para Apoiar Ligações Económicas (US$ 40


Milhões)
A Componente 2 estará centrada na promoção de condições capacitadoras apropriadas para
desenvolver ligações económicas. Assim como, no apoio a soluções digitais para o aumento de
acesso das empresas aos mercados e finanças, bem como a reabilitação produtiva de última
milha da infraestrutura. A componente cobrirá os custos de desenvolvimento institucional, apoio
regulatório e coordenação. Esses elementos são essenciais para expandir as oportunidades para
as MPMEs existentes e futuras em conexão com as ligações de upstream e consumo.

PEPI-MEF | 3
2.5.2.1 Subcomponente 2.1: Capacitadores Digitais e Físicos para Vínculos
Econômicos (US $ 28 milhões)
O objectivo é melhorar a conexão com as oportunidades econômicas produtivas por meio de
centros logísticos (pontos de agregação), apoio à actualização de áreas de alta produção
existentes, incluindo Zonas Econômicas Especiais (SEZs), e infraestrutura necessária para o
sector privado regional operar. Isso é especialmente importante no contexto de uma população
crescente nas regiões-alvo, bem como no aumento do investimento privado. Espera-se que as
plataformas, ao atingirem bases críticas de usuários, gerem tração para parcerias e opções mais
amplas de sustentabilidade e a redução das assimetrias de informação, aumentará a visibilidade
do mercado e expandirá o acesso ao financiamento para as MPMEs como mecanismos de
expansão dos vínculos econômicos.
O projecto apoiará pelo menos três investimentos, um em cada província prioritária, com (i)
estudos de viabilidade / planos diretores, (ii) investimentos públicos de última milha e (iii)
processos de licitação. Por exemplo, com base nas recomendações do CPSD de Moçambique
e no trabalho anterior da IFC, os investimentos na província de Nampula incluirão (i) plano mestre
detalhado para Crusse & Jamali Tourism Interest Zone (ZIT), um local intocado de 1.750 ha de
baías recortadas e duas pequenas ilhas com potencial para a criação de clusters de diferentes
produtos turísticos e resorts. Isso se baseia no trabalho de pré-viabilidade no âmbito do programa
de Investimento Âncora de Turismo da IFC (# 544007) e no trabalho complementar na
oportunidade de alavancar o investimento do aeroporto de Nacala no Projecto de Pólos de
Crescimento Integrado do Banco Mundial (P127303); (ii) apoio a processos de licitação para
investimentos privados nesses locais - o que aumentará o interesse da IFC em promover um
pacote de oportunidades específicas de investimento em turismo - e conectar as necessidades
com outros projectos para apoio adicional; e (iii) lacunas de infraestrutura de última milha
adequadas para melhorar as condições de materialização dos investimentos.
As actividades serão implementadas em colaboração com os esforços contínuos para digitalizar
as agências governamentais. Para reduzir as barreiras que as MPME enfrentam no
preenchimento de diferentes bancos de dados, a estrutura de dados aplicará uma abordagem
de “dados inseridos uma vez, dados compartilhados muitas vezes” que permite a
interoperabilidade e promove a inovação de novas ferramentas para as MPMEs. Isso exigirá a
definição de padrões e uma coordenação mais intensa com as partes interessadas para
abordagens compartilhadas em relação aos dados das PME. A colecta de dados para a
construção de um banco de dados integrado de PMEs começará com sectores prioritários para
ligações econômicas e será implementada junto com programas para promover a
interoperabilidade de dados com bancos de dados existentes (por exemplo, número unificado da
empresa, conheça seu cliente), uso de dados (por exemplo, insights para informar as políticas e
programas) e inovação (por exemplo, serviços adicionais para MPMEs e fintech). A
implementação do programa de dados para as PME incluirá (i) concepção e aplicação de uma
estrutura de dados com padrões técnicos internacionais, interoperabilidade habilitada e
protocolos de dados abertos e compartilhados; (ii) desenvolvimento de banco de dados de PMEs
com nova colecta de dados e integração de dados de bancos de dados existentes; (iii)
desenvolvimento de software; e (iv) programas de análise de dados e inovação.

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2.5.2.2 Subcomponente 2.2: Desenvolvimento Institucional e Coordenação de
Reformas (US $ 12 milhões)
A presente subcomponente visa aumentar a capacidade das agências regionais e nacionais de
promover ligações econômicas para diversificação, através da expansão da capacidade das
agências de desenvolvimento regional, incluindo a ADVZ e a recém-criada ADIN, na busca de
programas que buscam vínculos econômicos. Na capacidade de nível nacional, o
subcomponente do projecto visa apoiar o IPEME no (i) desenvolvimento e implementação de
sua estratégia; (ii) planeamento e capacitação de recursos humanos; (iii) capacidade
institucional, inclusive em ferramentas digitais; e (iv) branding / comunicações. Por outro lado, O
APIEX na facilitação de investimentos, inclusive por meio de apoio em suas (i) ferramentas para
promoção de investimentos, (ii) apoio pós-atendimento aos investidores e (iii) assistência técnica
na supervisão do processo de revisão da Lei de Investimentos (desde 1993). O projecto apoiará
o MIC com o (i) mapeamento de empresas manufatureiras com foco especial na fabricação de
alimentos, incluindo uma avaliação em nível de empresa da adoção de tecnologia.
Relativamente ao suporte técnico ao Instituto Nacional de Qualidade (INQ), a subcomponente
apoiara INNOQ para expandir o número de certificações de qualidade fornecidas no país, bem
como a agência de turismo (INATUR) na reabertura com sucesso do sector do turismo, através
da implementação de protocolos de saúde e higiene ecológicos como medida de mitigação da
pandemia COVID-19. No médio prazo, o projecto também irá apoiar a indústria do turismo com
uma estratégia em MICE (Reuniões, Incentivos, Conferências e Exposições), um segmento em
crescimento antes da pandemia e crítico na área de desenvolvimento econômico business-to-
business.

2.5.3 Componente 3: Gestão do Projecto (US$ 10 milhões)


O Componente 3 fornecerá o apoio técnico, consultivo e financeiro necessário para a
implementação, gestão e coordenação adequadas das actividades do projecto. Este componente
também incluirá actividades para garantir que os sistemas de monitoramento e avaliação para o
projecto e a análise de todo o sector sejam actualizados e sustentados. Finalmente, incluirá o
apoio ao desenho e monitoramento de questões do QAS relacionadas à implementação do
projecto e um programa robusto de engajamento do cidadão e comunicação para o projecto e
inclusão social. O projecto será gerido por meio de uma Unidade de Implementação do Projecto
(UIP). A UIP estará sob os auspícios do MEF, que supervisiona a agenda de desenvolvimento
econômico do país. A UIP terá presença regional nas áreas de foco do projecto. Agências de
desenvolvimento regional, MIC, governos subnacionais e ministérios sectoriais serão as
principais contrapartes de implementação. A gestão do projecto, os custos operacionais do
projecto, incluindo auditorias externas, equipamentos, sistemas operacionais, compensação de
consultores, actividades de M&A, mecanismo de reparação de reclamações (MRR), treinamento
e actividades de assistência técnica relacionadas serão apoiadas neste componente. Actividades
de comunicação, engajamento do cidadão e coordenação das partes interessadas durante o
projecto também serão financiadas por este subcomponente e geridas pela UIP. Isso incluirá (i)
o desenvolvimento de uma estratégia de comunicação abrangente para cada área-alvo do
projecto, bem como a preparação de todos os materiais de comunicação e, quando apropriado,

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a organização de eventos de conscientização; (ii) a coordenação do envolvimento das partes
interessadas nas actividades do projecto; e (iii) a implementação de um plano de engajamento
dos cidadãos e mecanismo de feedback para informar a implementação do projecto. Entre os
mecanismos de engajamento dos cidadãos, e além do MRR, o projecto incluirá pesquisas de
satisfação dos beneficiários, colaboração dos beneficiários para monitoramento e
estabelecimento, quando aplicável, de modelos sustentáveis de avaliações pós-projecto
envolvendo cidadãos em locais selecionados.

2.6 ARRANJOS INSTITUCIONAIS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DO PROJECTO


O Ministério da Economia e Finanças (MEF) será responsável pela implementação geral do
projecto, em consulta com outros ministérios relevantes ao nível nacional, para garantir que as
actividades do projecto sejam consistentes com as políticas nacionais. No entanto, o Ministério
da Indústria e Comércio (MIC), através das agências de desenvolvimento regional (ADVZ e
ADIN), governos subnacionais serão responsáveis pela assistência técnica da implementação
do projecto.
O projecto irá capitalizar a experiência em gestão de normas ambientais e sociais adquiridas
pelos MEF durante a implementação de projectos financiados pelo Banco Mundial, com destaque
o Projecto de Pólos de Crescimento Integrado em Moçambique. No entanto, capacitação e
treinamento serão necessários para lidar com os requisitos do QAS específicos deste projecto,
especialmente no sentido de garantir a triagem adequada de subprojectos e subsequente
preparação de EIAS / PGAS e PAR conforme o necessário.
Uma unidade de implementação do projecto (UIP) será estabelecida no MEF para supervisionar
as actividades implementadas por todas as principais contrapartes de implementação. Esta UIP
terá sua sede em Maputo e assumirá a responsabilidade pela gestão geral do projecto, incluindo
a coordenação com as sedes dos Parceiros nas acções de Cooperação e Diálogo e gestão dos
riscos e impactos ambientais e sociais de todas as actividades apoiadas. Esta UIP será
fortalecida por três unidades provinciais de implementação do projecto (UPIPs) a ser
estabelecidas nas três províncias beneficiárias da região centro e norte do país. Em termos
genéricos e partindo do nível central até ao dos beneficiários, o diagrama abaixo procura ilustrar
as descrições acima.
Embora o MEF tenha longa experiência na implementação de projectos do BM, a capacidade
humana e técnica limitada (habilidades e número de funcionários) para gerir os riscos ambientais
e sociais permanece uma limitação. Para reduzir os riscos de implementação, o financiamento é
alocado no componente de gestão do projecto para fortalecer as habilidades da UIP, contratando
pelo menos um coordenador do projecto, um coordenador adjunto do projecto, um especialista
em aquisições, um especialista em gestão financeira, um especialista em M&A, e um especialista
ambiental e um social. Assim como, outros especialistas relevantes (por exemplo, VBG) devem
ser designados dentro da UIP e agências de implementação chave, respectivamente, para
preparar os documentos ambientais e sociais aplicáveis que devem ser materialmente
consistentes com as Normas Ambientais e Sociais (NAS). Os Especialistas E&S e Oficiais
também receberão treinamento sobre o ESF para garantir a capacidade adequada para
implementar o aplicável (NASs) ao longo do ciclo do projecto.

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Consultas adicionais com partes interessadas importantes nos níveis provinciais, distrital e
comunitário serão realizadas para garantir que as ONGs locais, o sector privado e as
comunidades em geral, particularmente mulheres, participem da actualização dos planos e
estratégias existentes, que esteja de acordo com as intenções gerais do Projecto. A capacidade
detalhada de Gestão Ambiental e Social de todas as agências implementadoras, incluindo as
MPMEs, deve ser realizada durante a preparação do projecto e os arranjos apropriados
desenvolvidos antes da Avaliação do Projecto.

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Figura 3: Fluxograma das Instituições e Partes Interessadas no Projecto

MINISTÉRIO DE Entidades Relevantes


ECONOMIA (MIC, MIREM, MICULTUR,
Banco Mundial e Governo
FINANÇAS (MEF) MADER, MOPHRH e MTA
de Moçambique
(Financiador)

AT UIP - CENTRAL
(ADVZ e ADIN, APIEX,
IPEM, INNOQ, INATUR,
ANEP)

Província de Tete - UIPP Província de Nampula - UIPP Província de Cabo Delegado - UIPP

MPMEs/Beneficiário MPMEs/Beneficiário MPMEs/Beneficiário

Fonte: PLED (2020)

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A capacidade detalhada de Gestão Ambiental e Social de todas as agências de implementação,
incluindo as MPMEs, foi avaliada durante a preparação do projecto e os arranjos apropriados
desenvolvidos como parte integrante do QGAS (ver capitulo 11 do QGAS sobre CAPACIDADE
INSTITUCIONAL E CAPACITAÇÃO) antes da Reunião de decisão do Projecto.

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3. PRINCIPAIS RISCOS E OPORTUNIDADES DO PROJECTO
Este capítulo centra-se sobre aspectos seleccionados do contexto de desenvolvimento do país
e outros que veiculam os riscos e oportunidades de desenvolvimento do projecto. Destaque é
conferido aos aspectos socioeconómicos e sobretudo os que mais se relacionam com as
dinâmicas da participação e engajamento no desenvolvimento.

3.1 VISÃO GERAL DO CONTEXTO DE DESENVOLVIMENTO DO PAÍS


Nos relatórios do QGAS e QPR podem ser consultados mais detalhes acerca do ambiente geral
receptor do projecto e do contexto de desenvolvimento de Moçambique e das três províncias em
que se vai implementar o PLED. Uma significativa parte desses elementos do contexto de
desenvolvimento traduzem-se em riscos e oportunidades para a realização dos objectivos do
projecto e são resumidos neste capítulo.

3.1.1 Riscos à Formulação e Implementação do PEPI


3.1.1.1 Riscos/Fraquezas
• Pobreza generalizada: Moçambique é um dos países mais pobres do mundo. Encontra-
se classificado como um país de baixo rendimento (Banco Mundial, 2020), conforme o
Índice de Desenvolvimento Humano 2019, do Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD).
• Relativo desfasamento entre as definições políticas, estratégias, leis e regulamentos e a
realidade do dia-a-dia: em uma série de aspectos da vida económica e social nota-se um
considerável desfasamento entre o que se define oficialmente e o que ocorre na prática
(por ex. igualdade de direitos entre homens e mulheres (ver abaixo).
• Desigualdades reais no gozo de direitos entre homens e mulheres: a Constituição e o
quadro jurídico nacional moçambicano apoia a igualdade de direitos entre homens e
mulheres, mas, na prática as mulheres tendem a ser discriminadas nas relações de poder
e de acesso a oportunidades, bens e serviços e apesar de maioritárias são as mais
pobres.
• Mudanças climáticas: que associadas aos níveis elevados de pobreza se traduzem em
vulnerabilidade acrescida o que se pode notar pelos actuais problemas no Sul do pais
devido à seca prolongada.

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3.1.1.2 Oportunidades/Pontos Fortes
• Empenho do governo em diversificar a economia e restabelecimento da prioridade da nas
actividades económicas, ainda que isso possa carecer de confirmação prática o GoM, tem-
se mostrado insistente sobre o empenho de reverter a dependência da economia do
petróleo e promover a diversificação em que a agricultura seja colocada como prioritária.
• Activismo social relativamente vibrante: conta com uma série de organizações da
sociedade civil (OSC), de diferentes áreas, que se constituem em voz activa em matéria
de educação, advocacia e outras formas de promoção da participação e dos direitos das
pessoas e grupos. Elas cobrem importantes temas tais como terras, expropriações,
mulheres, jovens e crianças, educação, saúde, agricultura, etc. Por iniciativa própria ou
engajadas pelo projecto estas podem desempenhar diferentes papéis na elevação da
quantidade e qualidade da voz das PAPS do projecto.
Tratando de gerir uns (os riscos e pontos fracos) e de optimizar outras (as oportunidades e pontos
fortes) o PEPI visa fazer uso criativo do contexto descrito, para estabelecer uma comunicação e
engajamento das PAPs que sejam efectivos e que concorra para o alcance dos objectivos do
projecto.

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4. REQUISITOS LEGAIS RELEVANTES RELACIONADOS COM A CONSULTA E A
PARTICIPAÇÃO
4.1 QUADRO LEGAL NACIONAL
Tal como muitos outros países em desenvolvimento e particularmente os africanos, depois da
Conferencia do Rio, de 1992, sobre Desenvolvimento Sustentável, o país iniciou uma significativa
reforma legal e institucional para integrar as noções de desenvolvimento sustentável nos seus
modelos de planificação e actuação. A reforma tem estado a ocorrer e em implementação sob a
forma de: (a) adesão e adopção de uma série de convenções e protocolos internacionais e
regionais de protecção ambiental e de conservação; (b) a aprovação de um conjunto significativo
de legislação com implicações directas e indirectas sobre a protecção do ambiente e dos
habitantes do país; (c) criação de instituições públicas específicas ou fortalecimento das
instituições existentes dedicadas à gestão ambiental e social. Um aspecto destacável imbuído
nos sistemas e dispositivos da reforma assenta na valorização da participação e envolvimento
do público nas acções de desenvolvimento e gestão de recursos e modos de vida das pessoas.
Ao abrigo da Legislação Moçambicana, o envolvimento das partes interessadas é necessário
desde as fases iniciais da concepção do projecto, quer como parte da avaliação do impacto
ambiental e social ou aquisição de direitos de uso da terra. De acordo com o decreto 54/2015 de
31 de Dezembro - Regulamento de Avaliação de Impacte Ambiental, o processo de consulta
pública é uma actividade obrigatória para todos os projectos das Categorias A +, A e B. O
Diploma Ministerial sobre a Directiva para Elaboração de Estudos de Impacto Ambiental
(129/2006) e a Directiva Geral de Participação Pública (Diploma 130/2006) define quando e como
deve ser conduzido o processo de consulta pública, bem como os requisitos de divulgação da
documentação em consulta. O Regulamento do EIA define o processo de participação pública
como uma actividade que envolve audiência e consulta públicas. O processo de participação
pública implica a entrega de informações sobre os projectos a todas as partes directa e
indirectamente interessadas e afectadas, e uma explicação do projecto para permitir que os
participantes levantem questões de interesse para investigação na ESIA.

4.2 NORMAS DO BANCO MUNDIAL


Da lista de dez Normas Ambientais e Sociais (NAS) que os mutuários do Banco devem observar,
a NAS10 trata precisamente da Divulgação de Informações sobre o Engajamento das Partes
Interessadas. Ao abrigo da NAS10 o engajamento das partes interessadas é reconhecida como
tendo forte potencial para contribuir para “melhorar a sustentabilidade ambiental e social dos
projectos, aumentar a aceitação do projecto e fazer uma contribuição significativa para a
concepção e implementação bem-sucedidas dos projectos”.

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Divulgação e engajamento das PAPs devem ser conduzidos ao longo de todo o ciclo de vida de
um projecto. E reconhece-se ser mais eficaz quando iniciado no estágio inicial do processo de
desenvolvimento do projecto e se constitui parte integrante das decisões iniciais do projecto e da
avaliação, gestão e monitorização dos seus riscos e impactos ambientais e sociais. Tal como no
quadro moçambicano, trata-se de uma norma que tem um carácter transversal a praticamente
todas as demais normas ambientais e sociais do BM e, de forma mais incisiva, as Normas 1
(Avaliação e gestão de riscos e impactos ambientais e sociais); 2 (Emprego e condições de
trabalho); 4 (Saúde e segurança comunitárias); 5 (Aquisição de terras, restrições ao uso da terra
e reassentamento involuntário); e 8 (Herança cultural). De recordar que ao abrigo do PLED para
além da Norma 10 (este documento) as Normas 1, 2, 5 e 7 estão a ser objecto de preparação de
instrumentos do QAS que serão usados em conjunto ao longo do ciclo de vida do projecto.
Para além dos objectivos que já foram apresentados na introdução deste documento, o BM
define as PAPS como sendo indivíduos ou grupos que: (a) são afectados ou susceptíveis de
serem afectados pelo projecto (partes afectadas pelo projecto); e (b) que podem ter interesse no
projecto (outras partes interessadas e/ou envolvidas). E em conformidade com o seu modelo de
categorização da complexidade/severidade dos projectos sobre o ambiente receptor e medidas
de gestão que devem corresponder a cada categoria, a NAS10 estabelece que “a natureza,
escopo e frequência do engajamento das partes interessadas serão proporcionais à natureza e
escala do projecto e seus riscos e impactos potenciais”.
Ao abrigo da NAS10, os mutuários fornecerão às partes interessadas informações oportunas,
relevantes, compreensíveis e acessíveis e as consultarão de maneira culturalmente apropriada,
livre de manipulação, interferência, coerção, discriminação e intimidação. Em termos práticos o
processo envolve:

• Identificação e análise das partes interessadas;


• Planificação de como o engajamento das partes interessadas ocorrerá;
• Divulgação de informações;
• Consulta às partes interessadas;
• Abordar e responder a reclamações; e
• Prestação de contas às partes interessadas.
Todos os elementos citados acima são combinados num Plano de Engajamento das Partes
Interessadas (PEPI) e neste caso este Plano que deve ser proporcional à natureza e escala do
projecto e seus subprojectos e seus riscos e impactos potenciais. O Esboço do PEPI será
divulgado o mais cedo possível e antes da avaliação do projecto, sendo que o Mutuário tratará
de obter as opiniões das partes interessadas sobre o PEPI, incluindo a identificação das partes
interessadas e as propostas para o seu envolvimento futuro.

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Considerando o facto de o PEPI, tal como a maior parte dos planos (por exemplo o Plano de
Gestão Ambiental e Social/Plano de Acção de Reassentamento, etc.), serem documentos vivos
e dinâmicos que podem mudar ao longo do tempo conforme mais factos forem surgindo, à
medida que mudanças significativas forem ocorrendo e que tenham implicações na estrutura e
conteúdos do PEPI, o Mutuário irá divulgar o PEPI actualizado.
A NAS10 do Banco Mundial estabelece que um Mutuário deve se envolver com as partes
interessadas como parte integrante da avaliação ambiental e social de um Projecto e da
concepção e implementação do projecto. A natureza, o escopo e a frequência do engajamento
devem ser proporcionais à natureza e escala do Projecto. As consultas com as partes
interessadas devem ser significativas e ser baseadas na identificação e análise das partes
interessadas, planos sobre como envolver as partes interessadas, divulgação de informações,
consultas reais, bem como respostas às reclamações das partes interessadas e relatórios às
partes interessadas.
Os dispositivos acima listados entendem a consulta e a participação das PAPs, como essenciais.
De diferentes maneiras eles prevêem acções de informação, educação, sensibilização,
promoção de consentimentos e consensos, acompanhamento e monitorização das acções de
desenvolvimento, intermediação incluindo recurso a tribunais em caso de diferendos entre os
promotores das iniciativas de desenvolvimento e as pessoas afectadas, interessadas e/ou de
outro modo envolvidas. Também prevêem que as pessoas afectadas por iniciativas de
desenvolvimento sejam compensadas por eventuais perdas que possam sofrer.

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5. IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DOS INTERVENIENTES
O PLED conta com uma série de intervenientes que vão desde os promotores, i.e., o GoM e o
BM, passando pelos agentes de execução, assistência técnica, beneficiários, pessoas afectadas
positiva/negativamente, incluindo as mulheres, outras partes interessadas e envolvidas. Desde
o processo de inserção do PLED, está sendo elaborada uma lista e qualificação destas PAPs
quanto à sua posição e interesses.
De forma genérica, a tabela abaixo fornece uma listagem inicial das principais categorias destas
partes, sendo que a Tabela 1, apresenta mais detalhes sobre as várias categorias identificadas,
incluindo espaços para indicações gerais sobre os seus potenciais interesses e formas de
engajamento. A identificação e descrição sofrerá alterações ao longo do tempo, para o que deve
ser devidamente actualizada.

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Tabela 1: Identificação Preliminar das PAPS

N.° CATEGORIA ESPECIFICAÇÕES OBSERVAÇÕES

NÍVEL CENTRAL

• Ministério da Economia e Finanças (MEF), • Na qualidade de beneficiários directos do


gestor do projecto em nome do governo de projecto o MEF e o principal promotor do projecto
Moçambique. no território moçambicano com interesse
intrínseco em promover a mais activa
• Unidade de Implementação do Projecto (UIP),
participação envolvendo ministérios de linha e
organismo responsável pela implementação
outros menos directamente envolvidos.
do projecto.
• Com base em órgãos de gestão próprios os
• Outros departamentos do Governo ao nível
ministérios de linha de desenvolvimento agrário
central envolvidas no desenvolvimento das
e rural trabalharão directamente com o MEF para
actividades (por ex. Ministério da Cultura, e
complementar e harmonizar as iniciativas de
Turismo; Ministério da Terra e Ambiente;
desenvolvimento do projecto com as dos
Ministério das Obras Publicas, Habitação e
PROMOTORES DO sectores que representam.
1 Recursos Hídricos; Ministério dos Recursos
PROJECTO Minerais e Energia; Ministério da Indústria e • Os outros ministérios com menor grau de
Comércio Ministério da Educação e Ministério envolvimento com a agricultura e
da Saúde. desenvolvimento rural serão informados sobre
os desenvolvimentos e ser-lhes-ão oferecidas
oportunidades de participar onde se apresentar
relevante.

NÍVEL PROVINCIAL

• Departamentos dos Governos Provinciais que • O projecto tem um enquadramento territorial que
em geral reproduzem a estrutura do governo faz das províncias e diversos sectores de
central. actividades e outros Gabinetes relacionados
com estes sectores e com o desenvolvimento
rural em geral os principais beneficiários e logo
promotores do projecto ao seu nível.

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N.° CATEGORIA ESPECIFICAÇÕES OBSERVAÇÕES

AUTORIDADES LOCAIS

• Municípios e Distritos. • O enquadramento territorial do projecto reflecte-


se aos níveis mais baixos da administração e
• Autoridades Tradicionais e de Bairro/Aldeias.
inclui o municípios e distritos assim como os
níveis ainda mais baixos.

FINANCIADORES DO • Banco Mundial. • Como entidade financiadora e promotora de


PROJECTO formas específicas de desenvolvimento do
• Unidade da Prática Global de Agricultura e
projecto estará presente em todas a fases do
Alimentos da Região da África Oriental e
projecto a colaborar com o GoM e as entidades
Austral.
beneficiárias e outras na garantia de uma
participação efectiva

2 EXECUTORES DO • Unidade de Implementação do Projecto (UIP) • A UIP ocupa-se pelas questões técnicas do
PROJECTO – gestor técnico/representante do MEF na desenvolvimento e tem interesse em promover
gestão do projecto. formas especificas de engajamento das PAPs,
de modo a aumentar o impacto e
• Unidades de Implementação do Projecto aos
sustentabilidade das intervenções depois do
níveis central e provincial e suas várias
término do apoio externo directo.
unidades técnicas incluindo as unidades
QAS, trabalhadores de extensão e apoio • As unidades de implementação constituem-se
técnico/prestação de serviços aos nas guardiãs dos princípios de gestão do
agricultores. projecto, incluindo no que diz respeito à
participação enquanto o mesmo durar.
• Em colaboração com as entidades
governamentais tratarão de garantir assimilação
efectiva dos vários princípios a bem de impactos
positivos e sustentabilidade das intervenções.

3 ASSISTÊNCIA • Banco Mundial • Entidades de assistência técnica e de outras


TÉCNICA E OUTRAS formas de assistência e colaboração ao
• ADVZ
FORMAS DE desenvolvimento incluindo na agricultura e

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N.° CATEGORIA ESPECIFICAÇÕES OBSERVAÇÕES
ASSISTÊNCIA E • ADIN desenvolvimento rural também empenhadas em
COLABORAÇÃO impactos positivos e sustentabilidade das
• INNOQ intervenções
• ANEP • Para o efeito apoiam os promotores e os
executores e podem contribuir com a sua vasta
experiência, recursos e outras formas de
colaboração para se explorar actuações mais
efectivas e ampliar os benefícios do projecto.

4 BENEFICIÁRIOS DO • MPMEs nas três províncias seleccionadas


PROJECTO como beneficiárias do PLED.

5 FORNECEDORES DE • Empreiteiros de obras de • Por um lado, precisam de ser informados e


BENS E SERVIÇOS EM construção/reabilitação de infraestruturas. consultados acerca dos vários aspectos de
GERAL gestão do projecto nas suas diferentes fases, ao
• Outros fornecedores de bens e serviços.
mesmo tempo que capacitados, envolvidos e
responsabilizados no sentido de interagir com os
restantes PAPs (promotores, beneficiários,
pessoas afectadas, etc.) de forma que seja
consistente com os princípios do projecto.

6 PESSOAS/ • Habitantes das zonas de incidência do • Tal como os beneficiários, mas com atenção
COMUNIDADES projecto/agregados familiares (seus membros especial ao seu engajamento para oferecer
AFECTADAS PELO (homens, mulheres, crianças) e outras consentimento informado acerca dos impactos a
PROJECTO entidades públicas e privadas. lhes ser infringidos, oportunidades de participar
na exploração de alternativas para
evitar/minimizar impactos e geri-los de forma
satisfatória.
• Nesta última excepção eles devem ter canais
próprios para participar na restauração das
perdas sofridas assim como de apresentar

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N.° CATEGORIA ESPECIFICAÇÕES OBSERVAÇÕES
reclamações e ver estes a ser atendidos de
forma rápida e honesta.

8 OUTRAS PARTES • Organizações da Sociedade Civil (OSC) de • Em conformidade com a vocação de cada uma
INTERESSADAS E carácter técnico, advocacia, educação, esta entidade tomarão iniciativas próprias e
ENVOLVIDAS formação, órgãos Eclesiásticos serão envolvidas de muitas maneiras para
fornecer facilitação no tratamento de aspectos
• Organizações que focam na promoção e
técnicos, de advocacia, educação e formação.
igualdade de género, Organizações que
fornecem serviços de reposta à Violência • Os promotores e gestores do projecto
Baseada no Género, Organizações de desenvolverão o máximo de esforços para ouvir
Desenvolvimento Sustentável e de Redução e envolver estas entidades ao mesmo tempo que
da Pobreza, etc. devem apresentar-se abertas para acolher e
estimular as iniciativas de participação
provenientes destas organizações.

PEPI-MEF | 11
6. PLANO DE ENVOLVIMENTO E CONSULTA DAS PARTES INTERESSADAS
6.1 ACTIVIDADES ANTERIORES DE ENVOLVIMENTO DAS PARTES INTERESSADAS
O processo de envolvimento das PAPs estende-se por todas as fases de desenvolvimento do
projecto, i.e., desde a concepção até à sua conclusão e encerramento. Assim sendo, no
momento de elaboração dos instrumentos do QAS, nos meses de Novembro a Dezembro de
2020, acções inerentes ao plano estiveram em curso para cobrir a fase de concepção e
preparação.
Na primeira reunião de consulta publica, que foi realizada entre 19 de Novembro a 03 de
Dezembro de 2020, foi efectuada uma breve descrição do projecto e os mecanismo do quadro
legal nacional e do Quadro Ambiental e Social do Banco Mundial, que o projecto esta obrigado
a cumprir. Deu-se igualmente uma explicação sobre as fases de preparação e implementação
do projecto e das premissas, do acordo de financiamento, dos principais riscos e impactos que
estiveram na base de avaliação ambiental e social considerada de risco substancial, e dos
procedimentos que foram desenvolvidos para minimizar ou pelo menos mitigar estes riscos. Fez-
se, No final, uma breve abordagem ao Quadro Ambiental e Social do Banco Mundial, e às
Normas ambientais e sociais que foram accionadas para este projecto, tendo como resultados a
preparação dos instrumentos ambientais e sociais.
A segunda consulta pública decorreu entre os dias 21 a 30 de Dezembro de 2020. O âmbito da
consulta pública foram as versões draft dos documentos socio ambientais preparados para o
projecto, de acordo com o Quadro Ambiental e Social do Banco Mundial, nomeadamente: Quadro
de Gestão Ambiental e Social (QGAS), Quadro de Política de Reassentamento (QPR), Plano de
Maneio de Pragas (PMP), Plano de Compromisso Ambiental e Social (PCAS); Plano de Gestão
de Mão-de-obra (PGMO). Será depois retomado nos Estudos de Impacto Ambiental e Social
(EIAS), Planos de Gestão Ambiental e Social (PGAS) e Planos de Acção de Reassentamento
(PAR), e a Avaliação de Risco de Violência de Género.
As reuniões foram realizadas nas três províncias, Nampula, Tete, Cabo Delgado, com a
participação de membros dos conselhos consultivos distritais, incluindo representantes do
governo distrital, autoridades locais, sociedade civil e sector privado. As actas dessas reuniões
e as listas de participantes constam do Anexo I.
Nas consultas presenciais, houve uma folha de registos de presenças e contactos, e os
participantes foram motivados a apresentarem os seus contributos principalmente sobre o
mecanismo de resolução de reclamações, sobre o plano de gestão de mão-de-obra e empresas
contratadas, principalmente no que toca aos procedimentos propostos para incentivar os
subprojectos a contratar mão-de-obra local. Também em relação aos procedimentos para evitar
descriminações quer de género quer de grupos vulneráveis, e violência. A tabela 2 apresenta as
datas das reuniões, locais e número de participantes.

Tabela 2: Consultas Publicas

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LOCAL DATA PARTICIPANTES

Tete (Instituições Publicas e Sector 19-11-2020 a 27-11-2020 20


Provado – CEP)
21-12-2020 a 30-11-2020

Nampula (Instituições Publicas e Sector 23-11-2020 a 27-11-2020 26


Provado – CEP)
21-12-2020 a 30-11-2020

Cabo Delgado (Instituições Publicas e 26-11-2020 a 03-13-2020 22


Sector Provado – CEP)
21-12-2020 a 30-11-2020

Todos os instrumentos ambientais e sociais do projecto (QGAS, QPR, PMP, PCAS, etc.)
enfatizam a clara necessidade de interacção e comunicação frequentes entre os Promotores de
projectos e o público em geral, assim como as partes afectadas, organizações externas
interessadas, bem como os provedores de serviço e engenheiros do projecto. E isso deve ser
observado rigorosamente e com respeito pelas características de cada actividade.
No âmbito das medidas de prevenção e decorrentes do estado de emergência, motivadas pela
actual pandemia, parte das consultas públicas decorreram em formato on-line, atendendo às
directrizes dado BM, nomeadamente INTERIM GUIDANCE ON COVID-19 de 7 de Abril de 2020.
Os seguintes meios de divulgação foram utilizados:
• Foi ainda disponibilizado um resumo do projecto, para uma facilitar a leitura e consulta,
bem como uma ficha de inquérito com perguntas e respostas dirigidas, e zonas de
preenchimento livre;
• Para atender às necessidades das comunidades mais desfavorecidas, que possam estar
privadas do acesso a estes meios de divulgação, foram afixados cartazes nas provincias,
em locais de grande fluxo e disponibilizadas fichas de inquérito com perguntas dirigidas.
Os regulamentos e directrizes sobre a participação pública exigem que para além de entrevistas
e reuniões com indivíduos (por exemplo, informantes-chave), cada uma das fases seja marcada
por uma série de reuniões públicas e onde for apropriado que haja discussões de grupos focais
justificáveis, em que as PAPs estejam activamente envolvidas.

PEPI-MEF | 13
Durante as reuniões e discussões, as equipas do projecto/subprojectos e de gestão ambiental e
social, em estreita colaboração com os representantes dos Proponentes das várias iniciativas,
manterão as PAPs informadas sobre as principais questões e constatações de cada fase e
recolherão as preocupações e interesses expressos pelos várias PAPs. Tal como todas as
reuniões públicas que foram conduzidas pelo projecto e as futuras que serão organizadas devem
obedecer a critérios não-técnicos e espera-se que contribuam para obter subsídios dos várias
PI&As em termos de evitar/minimizar possíveis impactos negativos e optimizar os impactos
positivos.
A consulta e a participação das PAPs deve estar no centro de todo o processo, como forma de
proporcionar uma oportunidade para todas as partes interessadas e famílias; comunidades e
organizações públicas e privadas afectadas/beneficiárias se informarem acerca dos diversos
aspectos do projecto. O processo também é concebido para inspirar um sentido de propriedade
em relação ao projecto e fornecer uma oportunidade para todas PAPs apresentarem os seus
pontos de vista e interesses e expandir as opções para lidar com assuntos delicados.
É importante incluir as PAPs ao nível da base como parte integrante do desenvolvimento do
projecto e do processo de gestão ambiental e social. Portanto, as comunidades e os seus
membros devem ter os seus próprios representantes e devem ser agrupados de forma adequada
para garantir a coesão social na abordagem dos vários problemas. Considerando os diferentes
papéis sociais dos homens e das mulheres, é provável que o impacte do projecto/subprojecto
seja sentido de forma diferente por homens e mulheres e, portanto, eles devem ser consultados
separadamente com recurso por ex. a grupos focais. O mesmo se pode passar com os jovens e
empresários. Tanto quanto possível, as discussões devem ser conduzidas em grupos separados
(segregando as mulheres dos homens e dos jovens); assim como é importante a separação de
grupos de empresários e outros agentes definidos em cada fase do projecto, em cada
comunidade influenciada/afectada pelo projecto. Os líderes comunitários devem ser pessoas
com capacidade de liderança e aceites pela população local como seus representantes. Eles
devem se envolver no processo de comunicação e participação, de modo a representarem os
desejos da comunidade e facilitar os arranjos institucionais para chegar a acordos.
Em simultâneo, o processo de participação da comunidade desempenhará um papel importante
na sua própria organização, permitindo a identificação de pessoas dentro das comunidades que
podem ser envolvidos nos vários aspectos do desenvolvimento e implementação do projecto.
Haverá necessidade de assegurar que um sistema prático de comunicação seja estabelecido a
fim de fortalecer a capacidade de todos os beneficiários do projecto e pessoas afectadas
articularem, disseminarem e tomar as suas próprias decisões.
Para capacitar as comunidades e os beneficiários, os sistemas de comunicação a serem
adoptados devem compreender uma “abordagem baseada em direitos”. Esta forma de
abordagem visa garantir que as várias acções e iniciativas do projecto sejam vistas como direitos
dos participantes e não como ofertas/favores que estas recebem por parte de quem quer que
seja. Isto pode constituir-se em desafio em meios marcados por pobreza e outros
constrangimentos que possam tirar voz às pessoas simples.

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O envolvimento das ONGs/OSCs nas diferentes formas de educação, consciencialização e
advocacia sobre aspectos técnicos e de direitos tem provado ser relevante para reforçar a
consistência das acções com os resultados pretendidos e deverá ser seguida de forma criativa
em todas as fases. Ela ocorrerá por iniciativa das próprias ONGs/OSCs, mas também sob
encorajamento e aceitação dos promotores e gestores do projecto.

6.2 ESTRATÉGIA E METODOLOGIAS


O PEPI deverá ser um documento dinâmico, de actualização continua durante o ciclo de
implementação do projecto, em função das diferentes variáveis de necessidades, uma vez que
durante esse processo, o foco e o âmbito podem alterar de forma a reflectir os vários estágios
da implementação do projecto e abranger quaisquer alteração qualitativa e quantitativa do
projecto. São propostos vários tipos de envolvimentos, de forma a adaptar-se adequadamente
às necessidades especificas de cada grupo, nomeadamente:
• Agenda Estruturada: Esta agenda é preparada com base no componente do projecto em
consulta e no estágio de sua implementação. O uso de uma agenda focada garantirá que
os principais itens estratégicos e de risco possam ser discutidos com os tomadores de
decisão e influenciadores, em um esforço para mitigar os riscos de forma proactiva.
• Reuniões de Grupos Focais (Focus Group): serão constituídos um conjunto de grupos
focais distribuídos pela disposição geográfica do projecto. Estes grupos serão constituídos
por técnicos MEF, ADVZ, ADIN e por um representante da comunidade, e terão
formação/capacitação específica segundo um programa de capacitação descrito no QGAS.
O objectivo de um grupo focal é reunir as partes interessadas com os mesmos interesses
ou características comuns em uma reunião para discutir tópicos específicos de maneira
focada. Por exemplo, métodos de grupos focais podem ser usados para explorar questões
que são relevantes para grupos ou subgrupos específicos de uma comunidade - como
jovens, idosos, mulheres, empreendedores, grupos vulneráveis.
• Fórum com objectivos específicos e composto por um grupo específico de partes
interessadas que necessitará de garantir que as acções sejam tomadas e monitorizadas.
• Consultas com as comunidades focadas para identificar e discutir as preocupações das
partes interessadas e divulgar as informações do projecto. Tais consultas devem, sempre
que possível, fazer uso de intérpretes e tradução para os idiomas locais, a fim de alcançar
uma ampla gama de grupos e indivíduos dentro das comunidades. A participação de
homens e mulheres deve ser incentivada.

PEPI-MEF | 15
6.2.1 Instrumentos de Informação e Divulgação
Os instrumentos de informação e divulgação deverão ser adaptados às necessidades de cada
grupo. Estes podem ser alterados durante o ciclo de projecto, em função quer da alteração do
projecto quer mesmo motivada pela especificidade de algum grupo que seja necessário
auscultar/consultar. No entanto, alguns instrumentos são abaixo descritos.
Mensagens-chave devem ser desenvolvidas em função do desenvolvimento do grau de detalhe
do projecto, e adaptadas às necessidades específicas de cada grupo. Apresentam-se a seguir
algumas mensagens-chave relevantes para os diferentes componentes do Projecto de forma a
informar as partes interessadas do projecto sobre o planeamento previsto para o
desenvolvimento do projecto:
• Informação sobre o âmbito, componentes, abrangência e objectivos do projecto;
• Modo de cadastramento disponibilizado e possibilidades de benefício para as pessoas,
como por exemplo empregabilidade, fornecimento de serviços terciários, beneficiários
directos com a implementação do projecto, forma de compensações previstas para as
pessoas que possam ser afectadas pelo projecto;
• Guias de comportamento a que os trabalhadores directos e indirectos estarão sujeitos, de
forma a minimizar incómodos e ou outros condicionalismos sobre a comunidade;
• Metodologia para apresentação de reclamações, contribuições e reclamações;
• Integrar o planeamento do projecto, através de consultas do projecto, de forma a antecipar
as comunidades sobre alguns incómodos decorrentes do desenvolvimento do projecto, por
exemplo as consultas às comunidades a serem afectadas deverão decorrer antes da
entrada em obra na zona de abrangência da comunidade, de forma a informar e acautelar
sobre algum tipo de riscos e formas de reclamação disponibilizadas, bem como os
mecanismos de contratação local disponibilizados pelo projecto, e a que as entidades
contratadas estão obrigadas;
• Alertas para questões como violência contra o género e grupos mais vulneráveis, alertas
para o trabalho infantil e descriminação laboral, bem como as medidas que o projecto
comtempla quer para reclamação quer para mitigação destes;
• Apresentação dos impactos ambientais e sociais associados a cada fase do projecto, e as
respectivas medidas de mitigação prevista quer no QGAS quer no QPR;
• Apresentação de medidas previstas no projecto para apoio à comunidade durante todo o
ciclo de projecto.

6.2.2 Formato da informação e Método de Divulgação


O projecto combinará diferentes métodos de disseminação de informações. Ele usará métodos
de comunicação escritos e visuais, bem como meios de comunicação como anúncios de rádio e
televisão e outros.

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6.2.2.1 Comunicação Escrita e Visual
• Sumário Executivo - Um resumo não técnico apresentará as informações do projecto de
forma concisa, sem usar linguagem técnica.
• Quadros de aviso - Quadros de avisos podem funcionar bem em comunidades peri-
urbanas e envolvem a disseminação de informação por meio de corredores comunitários,
escolas locais e entradas de locais de trabalho. Este é um bom método para disseminar
informações relacionadas ao tempo e duração das actividades, próximas reuniões,
relatórios de progresso e outras informações.
• Cartas - Pode ser usado para transmitir mensagens muito específicas. Alternativamente,
isso é usado como um método formal para solicitar informações e convidar as partes
interessadas a participar de eventos de consulta.
• Emails - Amplamente utilizado para comunicação com agências governamentais, ONGs
e outros atores institucionais. Compartilhamento de informações, solicitação de
informações de especialistas sobre questões do QAS e divulgação de documentos de
normas ambientais e sociais diretamente aos principais interessados podem ser feitos de
forma eficaz por e-mail. Além disso, a comunicação por email fornece acesso direto às
partes interessadas ao organizar reuniões.
• Jornais - Os jornais geralmente são adequados para anúncios formais ou para alcançar
rapidamente um amplo espectro de partes interessadas. É importante que o conteúdo da
mensagem seja cuidadosamente compilado, pois esse é um meio de comunicação
unidirecional e pode rapidamente causar mal-entendidos ou confusão, se não for
claramente escrito. O projecto divulgará informações importantes (incluindo anúncios de
reuniões de consulta) via Jornal Notícias, que são considerados os jornais nacionais mais
populares em Moçambique.

6.2.2.2 Comunicação Social


Os principais componentes da comunicação social incluem rádio e televisão. O rádio e a televisão
são bons meios para estimular a conscientização e preparar as partes interessadas para que
eventos maiores ou comunicação refinada ocorram. Útil para alertar o público sobre reuniões
comunitárias planejadas. A fim de divulgar informações, o projecto usará os seguintes veículos
de disseminação da informação: Radio Moçambique e Jornal Noticias.

6.2.2.3 Outros
Telefone - O uso do telefone / celular ainda é considerado o método preferido de comunicação
por causa da acessibilidade e velocidade. Ter uma discussão por telefone para garantir o
entendimento mútuo entre as duas partes é mais rápido e fácil comparado ao envio de um e-mail
e à espera de respostas. Isso requer compilações de banco de dados anteriores com contatos
de partes interessadas relevantes.

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6.2.3 Estratégia Proposta para Consulta
Um amplo processo de consulta requer o uso e a combinação de diferentes métodos, levando
em conta as características do público-alvo. Os métodos de consulta para o Projecto são
apresentados na tabela abaixo.

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Tabela 3: Estratégia para Consulta das Partes Interessadas

ETAPAS TEMA DE CONSULTA MÉTODO CALENDÁRIO PI&AS RESPONSABI


LIDADES
Fase inicial do Elaboração e divulgação Entrevistas / A definir pela UIP à Agências governamentais,
MEF
projecto de documentos inquéritos face-a- medida que documentos ONGs, sociedade civil e
ambientais e sociais face e ambientais e sociais setores privados UIP
recenseamento diferentes são
Discussões de elaborados e discutidos
grupos focais e com diferentes partes
reuniões de interessadas
consulta pública

Fase de Disseminação da Reuniões A definir pela UIP Público em geral, todas as


MEF
Construção informação sobre área Rádio, Televisão, agências governamentais,
que o projecto vai cobrir Jornais Comunidades urbanas e peri- UIP
e os potenciais impactos Comunicação urbanas e administrações
positivos Social locais, ONGs
Operação Disseminação da Reuniões A ser definido pela UIP Público em geral, todas as
MEF
informação, percepção Rádio, Televisão, agências governamentais,
dos processos e jornais Comunidades urbanas e peri- UIP
actividades Comunicação urbanas e administrações
complementares. Social locais, ONGs

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Cada reunião ou encontro realizado obedeceu os seguintes requisitos e assim poderá prosseguir
depois da aprovação do projecto, respeitado os seguintes critérios:
• Agenda Estruturada: a agenda é preparada com base na componente do projecto em
consulta e no estágio da sua implementação. O uso de uma agenda focada, garantirá que
os principais elementos estratégicos e de risco possam ser discutidos com os tomadores
de decisão e influenciadores de decisão, num esforço visando mitigar os riscos de forma
proactiva
• Reuniões do Grupo Focal: o objectivo do grupo focal, é reunir as partes interessadas com
os mesmos interesses ou características comuns num encontro, visando discutir tópicos
específicos de maneira focada. Por exemplo, os métodos de grupos focais podem ser
usados para explorar as questões que são relevantes aos grupos ou subgrupos específicos
de uma comunidade - como jovens, idosos, mulheres e assim por diante
• Fórum: o fórum é estabelecido com objectivos específicos e seria composto por um grupo
específico de partes interessadas que precisariam garantir que as acções sejam tomadas
e monitoradas;
• Consultas da comunidade: Estas consultas são focadas para identificar e discutir as
preocupações das partes interessadas e divulgar as informações do projecto. Tais
consultas devem, sempre que possível, fazer uso de intérpretes e tradução para as línguas
locais, a fim de alcançarem uma ampla gama de grupos e de indivíduos dentro das
comunidades. A participação de homens e mulheres deve ser incentivada. Na primeira fase
da consulta o projecto apresentou:
o objectivos do projecto;
o actividades agendadas nas quatro províncias;
o os impactos ambientais e sociais esperados durante a fase de implementação das
actividades do PLED e
o apresentação de propostas de gestão dos riscos e impactos possíveis identificados.
Cada reunião/sessão de trabalho deve ser documentada adequadamente. As actas de tais
reuniões devem, entre outros aspectos, conter:
• Província/Cidade/Município/Distrito/Vila/Bairro
• Resumo das principais questões apresentadas durante a reunião pelos
organizadores/Proponentes e/ou seus representantes (equipas ambientais e sociais e/ou
de engenharia)
• Resumo das principais questões apresentadas pelos participantes (Nota: Todas as
preocupações e interesses expressos devem ser registados)
• Feedback dado pelos promotores
• Lista de participantes, incluindo os nomes e posição dos organizadores, bem como
detalhes de contacto de todos os que participaram da reunião/sessão de trabalho.

PEPI-MEF | 20
As reuniões devem ser realizadas em todos os idiomas relevantes, português e idiomas locais.
As línguas locais relevantes para cada cidade/vila/bairro serão identificadas oportunamente.
Onde necessários, intérpretes locais serão contratados para facilitar este processo. Outros meios
de comunicação também devem ser usados para disseminar informações e todos os tipos de
instruções junto das pessoas afectadas e interessadas. Estes devem incluir, mas não se limitam
a:
• Rádio - nacional, provincial, municipal e comunitária.
• Televisão - nacional, provincial, municipal e comunitária.
• Jornais e boletins noticiosos - nacionais, provinciais, municipais e comunitários.
• Folhetos (deve-se preparar diferentes folhetos sobre o projecto a ser disseminados
amplamente pelos diferentes PI&As). O uso de folhetos reveste-se de particular
importância durante o período da duração da pandemia do COVID-19 e suas imposições
de restrições (ver abaixo, para mais detalhes).
• Envio de cartas e convites.
• Mensagem boca a boca.
• Outros meios e canais de comunicação.
As mulheres muitas vezes têm acesso limitado ou condicionado a canais de informação escritos
e áudio/audiovisuais. Por isso, é importante, descobrir, já na fase inicial, como/onde as mulheres
podem ser alcançadas de forma mais eficiente. É provável que os mercados, postos de saúde,
fontanários públicos, campos de cultivo, etc. se tornem em pontos de encontro estratégicos para
alcançar as mulheres em grande número. Mais abaixo podem ser vistas sugestões adicionais
sobre como tratar as mulheres no âmbito do engajamento.
O material de comunicação produzido especificamente para fomentar os interesses do projecto
deve ser divulgado em português e em idiomas locais, utilizando os canais mais apropriados
para homens e mulheres. Os locais exactos e as pessoas e entidades a serem envolvidas nas
reuniões, bem como a maneira como os vários grupos de interesse serão agrupados, serão
identificados e especificados em momento oportuno.
Em conformidade com os regulamentos, para além da disponibilização nos sites electrónicos
definidos, exemplares em papel dos relatórios principais, ou seja, QGAS, QPR, PMP, PCAS,
PGMO, ASG, e posteriormente EIAS/PGAS e PAR, e seus resumos não técnicos, também
devem ser disponibilizados ao público em certos locais de interesse para o projecto tais como
escritórios do UIP/MEF, MTA e outros relevantes aos níveis central e provincial, Sedes dos
Municípios/Distritos e outros ministérios/sectores directamente envolvidos.

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6.3 NECESSIDADES DAS PARTES INTERESSADAS DO PROJECTO
A gestão do envolvimento das partes interessadas do projecto requer um Plano de Engajamento
das Partes Interessadas cuja abordagem metodológica é apresentada neste documento. O
esquema seguinte resume o procedimento a usar no PEPI, durante todo o ciclo de projecto.
A primeira fase é a identificação de cada parte interessada ou afectada bem como a avaliação
das suas expectativas, poder e interesse no projecto, conforme tabela abaixo para a fase de
preparação do projecto. Em função das necessidades de cada grupo serão desenvolvidas
abordagens de comunicação específicas e adaptadas a cada uma das necessidades, de modo
a que a participação seja activa e não subvertida por qualquer factor ou dificuldade.
Para grupos mais vulneráveis, tais como famílias monoparentais, idosos, pessoas portadoras de
deficiências, pessoas deslocadas, etc. deverão ser equacionados meios de deslocação para as
consultas públicas, traduções interactivas para os idiomas locais, recurso a painéis alusivos que
facilitam a comunicação, etc.
À medida que o projecto evolua, e sejam identificadas outras possíveis interlocutoras, as tabelas
seguintes deverão ser actualizadas. Por exemplo, durante a fase de elaboração do projecto de
execução e preparação de estaleiro, e posteriormente na fase de execução do projecto (obras).

PEPI-MEF | 22
Tabela 4: Necessidades das Partes Interessadas

PARTE CARACTERÍSTICAS NECESSIDADES MEIOS DE NOTIFICAÇÃO NECESSIDADES


INTERESSADA CHAVE DE LÍNGUAS PREFERIDOS ESPECÍFICAS

MEF, MIC, MTA, Centro de decisões Português Carta N/A


MOPHRH, MCT, políticas
MEDH

Governos Provinciais, Centro de decisões Português Carta N/A


Administrações políticas
municipais e distritais

Comunidades • Beneficiados e/ou Português ou Aviso através das rádios Necessidades de acessibilidade
periurbanas e urbanas Afectados necessidade locais, publicação através e transporte, e limitações nos
tradução em idioma de cartazes junto das horários das reuniões.
• Poder de influenciar
local comunidades, e reunião de
grandes decisões.
preferência em local
próximo das comunidades.

Sector Privado (CTA) • Beneficiados e/ou Português ou Aviso através das rádios Necessidades de acessibilidade
Afectados necessidade locais, publicação através e transporte, e limitações nos
tradução em idioma de cartazes junto das horários das reuniões.
• Poder de influenciar
local comunidades, e reunião de
grandes decisões.
preferência em local
próximo das comunidades.

Representantes de Beneficiados e/ou Português ou Aviso através das rádios Necessidades de acessibilidade
grupos vulneráveis ( Afectados necessidade locais, publicação através e transporte, e limitações nos
tais como famílias de cartazes junto das horários das reuniões

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monoparentais, idosos, tradução em idioma comunidades, e reunião em
pessoas portadoras de local local próximo das
deficiências, pessoas comunidades. Notificação
deslocadas, etc.) através de intérpretes
comunitários e/ou liderança
tradicional.

Organização da Mulher Poder de influenciar Português Carta N/A

ONGs Grupos de pressão Português Carta N/A

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6.4 DESAFIOS DO COVID-19
O conhecimento sobre o COVID-19 assim como dos cuidados a ter a seu respeito ainda são
limitados e apresentam um carácter evolutivo em que regularmente surgem novos dados e
consequentemente novas abordagens. Requer-se uma atitude aberta para ir incorporando
formas de acção na medida que o mundo vai avançando mais informações e aumentando o
entendimento desta pandemia. O GoM e o Banco Mundial subscrevem as Directivas da
Organização Mundial da Saúde (OMS) quanto à definição desta pandemia e dos cuidados a ter
com ela. Enquanto a pandemia durar são recomendados cuidados especiais para evitar a
contaminação e reforçar a sua contenção. Isso já está a ter e continuará a ter efeitos sobre as
dinâmicas da participação e engajamento do público, de modo que todas as consultas a serem
realizadas no âmbito do projecto deverão tomar em conta a nota técnica sobre Consultas
Publicas e engajamento das partes interessadas em operações financiadas pelo Banco Mundial
tendo em conta a situação relativa ao COVID19.
Sem entrar em muitos detalhes de ordem prática, que cada local e contexto deve adoptar
observando-se os protocolos nacionais e as directivas internacionais vigentes, abaixo delineiam-
se algumas das recomendações importantes a ser tomadas nos ambientes de trabalho do
projecto e na condução do engajamento do público. Estas, que são aplicáveis em geral para a
maior parte das situações de saúde e segurança no trabalho, incluem, mas não se limitam a:
Princípio Geral: a melhor maneira de proteger os trabalhadores e o público em geral consiste em
prevenir o potencial de exposição ao vírus, sempre que possível. Onde não se pode evitar
totalmente a exposição, deve ser aplicada a hierarquia de controlos para determinar a
abordagem mais segura e eficaz para continuar com as tarefas. A hierarquia é explicada abaixo
e vai das medidas de mitigação mais eficazes às menos eficazes:
• Eliminação ou substituição remove fisicamente um perigo. Um exemplo seria não realizar
uma acção, como cancelar uma reunião não essencial. A substituição deve ser prioritária
através do uso de ferramentas online para realizar uma reunião de forma virtual ou
simplesmente disseminar materiais audiovisuais e estabelecer canais para receber
feedback da mesma forma;
• Controlos de engenharia isolam os trabalhadores/público de um perigo. Eles são
integrados nos projectos de infraestruturas, equipamentos ou processos. Os exemplos
incluem barreiras físicas para separar o público do local de trabalho (vedações/cercas,
segurança de acesso) e o uso de latrinas/sanitários portáteis/móveis (para que os
trabalhadores não tenham de usar sanitários públicos ou privados);
• Controlos administrativos mudam a maneira como as pessoas trabalham. Estes incluem
políticas, procedimentos, sistemas de turnos e treinamento para diminuir a ameaça de um
perigo para um indivíduo. São normalmente menos eficazes do que os controlos de
engenharia acima, pois dependem de acção individual e são mais eficazes quando usados
em conjunto com Equipamentos de Protecção Individual (EPI), como máscaras, produtos
de sanitização e sanitização frequentes;
• Práticas de trabalho seguras são um tipo de controlo administrativo. Estas práticas
consistem na mudança de paradigma do trabalho, consistindo nos procedimentos que os
trabalhadores/pessoas individuais podem realizar para reduzir a duração, frequência ou

PEPI-MEF | 25
intensidade da exposição ao COVID-19. Os exemplos incluem distanciamento social e boa
higiene (lavagem/sanitização frequente das mãos, não tocar nos olhos, nariz e boca). Os
locais de trabalho/reuniões devem estar estruturados para permitir tais práticas. Sempre
que possível as reuniões serão em locais abertos e terão o mínimo de pessoas
recomendado para permitir distanciamento social;
• Equipamento de Protecção Individual (EPI), que neste caso inclui principalmente
máscaras, fornece protecção por meio de equipamentos que um trabalhador/membro do
público usa. Os controlos de engenharia, administrativos e práticas de trabalho seguras
mencionados acima são as medidas de mitigação de risco mais eficazes. Quando o
distanciamento social não pode ser alcançado de forma consistente, o EPI deve ser
adoptado para interromper o caminho de exposição/contaminação.

Todas as oportunidades devem ser utilizadas para passar conhecimentos e experiências práticas
sobre estas acções de gestão. As acções de formação das INNOQ e ANEP podem constituir-se
em momentos privilegiados, especialmente para os agricultores beneficiários e porque as INNOQ
e ANEP oferecem um ambiente estruturado de transmissão de conhecimentos, atitudes e
praticas com potencial de disseminação na comunidade mais ampla.

PEPI-MEF | 26
7. CRONOGRAMA E ETAPAS INDICATIVAS DO PLANO
Nesta fase do projecto as indicações podem apenas ser genéricas a ser detalhadas e ajustadas
conforme mais dados forem surgindo. Principalmente do ponto de vista da gestão ambiental e
social, prevê-se que o PLED adopte as seguintes etapas de trabalho.

7.1 FASE 1 - ELABORAÇÃO E APROVAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DO QUADRO


AMBIENTAL E SOCIAL (QAS).
Estes são os instrumentos de gestão ambiental e social primários (guarda-chuva) destinados a
garantir que os subprojectos e outras actividades a decorrer do projecto sejam concebidos,
aprovados, implementados, monitorizados e avaliados de uma forma que adere aos princípios,
sistemas e procedimentos da boa gestão nacional e internacional. Estes instrumentos do QAS
são geralmente relevantes nas situações em que ainda existe uma definição pouco clara das
intervenções do projecto (ou seja, definição específica dos subprojectos e outras actividades).
Entre outros aspectos, eles estabelecem (i) procedimento sistemático para a selecção
participativa de subprojectos; e (ii) um procedimento sequenciado para prever e gerir os
principais impactos ambientais e sociais potenciais das actividades planificadas do subprojecto.
Neste estágio inicia-se a participação e o envolvimento públicos de forma sistemática.

7.2 FASE 2 - FORMULAÇÃO E ADOPÇÃO DE INSTRUMENTOS DE GESTÃO


AMBIENTAL E SOCIAL (ESIA/PGAS/PAR-PRMS) DOS SUBPROJECTOS EM LOCAIS
ESPECÍFICOS.
Nesta fase, os instrumentos de salvaguarda visam (i) avaliar os desenvolvimentos específicos
propostos em termos de impacte sobre o ambiente natural e social, indicando os seus resultados
benéficos e efeitos adversos; (ii) formular propostas de medidas a serem adoptadas para mitigar
e eliminar os efeitos adversos tanto nas etapas de planificação, concepção e instalação e durante
a operação, e onde for aplicável durante o desmantelamento do subprojecto. Dependendo da
magnitude dos impactos do projecto, as seguintes fases podem ser envolvidas na preparação
desses instrumentos:
• Fase Inicial - Pré-Avaliação e Categorização do Projecto (obrigatório).
• Fase de definição do âmbito e dos termos de referência detalhados do EIAS (conforme
preconizado no Regulamento Geral de Avaliação de Impacte Ambiental e do
Procedimento de Licenciamento Ambiental (Decreto no 54/2015 de 31 de Dezembro)
e/ou em conformidade com as normas do BM (ver QGAS)).
• Fase de Avaliação de Impacte Ambiental e Social (AIAS) e do Plano de Gestão Ambiental
e Social (PGAS) (idem conforme directivas do GoM e/ou do BM).

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Será necessário um Plano de Acção de Reassentamento (PAR) e/ou de Restauração dos Meios
de Subsistência (PRMS), nos casos em que os subprojectos irão resultar em reassentamento
involuntário de pessoas e/ou os seus activos. As directivas do GoM e normas do BM requerem
que cada uma das etapas e sub-etapas acima identificadas sejam acompanhadas de acções
concertadas de informação, consulta e participação das PAPs para o alcance dos objectivos já
definidos.
Fase de implementação monitorização dos instrumentos específico de Avaliação de Impacte
Ambiental e Social (AIAS) (incluído PARs e PMRS) e do Plano de Gestão Ambiental e Social
(PGAS) visando à sua correta implementação e verificação do cumprimento das acções definidas
nos instrumentos referidos.
Tal como resumido no anexo 1 (cartas, resumo dos resultados e actas das consultas públicas) a
fase actual de preparação para o início do PLED e formulação dos instrumentos do QAS
(Novembro a Dezembro de 2020) foi marcada por sessões iniciais de trabalho de divulgação do
projecto e dos seus modelos de gestão das suas questões ambientais e sociais. Isso deu início
às relações entre o projecto e suas PAPs que devem ser continuadas e melhoradas nas fases
subsequentes e como identificado acima.

PEPI-MEF | 28
8. SISTEMA E MECANISMOS DE APRESENTAÇÃO E ATENDIMENTO DE
RECLAMAÇÕES
A regra geral é que todas as reclamações relacionadas com o incumprimento de contratos, níveis
de indemnização, ou expropriação de bens sem indemnização devem ser levadas ao
conhecimento dos vários níveis de gestão do Projecto. Estas reclamações devem iniciar ao nível
do Distrito/Município/Província, visto que estão em contacto directo com os subprojectos. Todas
as reclamações devem ser do conhecimento da UPIP e onde as discrepâncias ainda persistirem,
as reclamações são transportadas para a UIP (Central e Provincial). As necessidades de mais
informação e reclamações por parte das PAP’s abrangem todas as fases de desenvolvimento do
projecto, i.e., desde a concepção até à construção e funcionamento e conclusão/encerramento.
As reclamações podem incluir, mas não se limitar a:
• Questões/solicitações de informação/reclamações referentes à aquisição de terras e/ou
reassentamento;
• Ruído/poeiras e outras perturbações decorrentes das obras de construção e/ou de
funcionamento de subprojectos;
• Presença e possível interrupção da força de trabalho da construção civil e seus efeitos
nas comunidades, serviços locais e infraestrutura;
• Saúde e segurança da comunidade em relação aos impactos do aumento do tráfego em
moradores próximos;
• Intrusão visual;
• Congestionamento e acesso a locais;
• Danos ao meio ambiente natural circundante (por ex. destruição de vegetação, poluição
de águas, etc.);
• Desapontamento relacionado com as expectativas sobre o emprego no Projecto;
• Desapontamento relacionado com a qualidade de bens e serviços prometidos e
fornecidos pelo projecto;
• Desapontamento relacionado com as metas essenciais do projecto em matéria de
desenvolvimento da agricultura, melhoramento e diversificação das fontes e níveis de
rendimento, etc.;
• impactos negativos sobre uma pessoa ou comunidade (por exemplo, perdas financeiras,
danos físicos, perturbações);
• Perigos para a saúde e segurança ou o meio ambiente em geral;
• Falha dos empreiteiros/prestadores de serviços e seus trabalhadores ou motoristas em
cumprir as normas ou obrigações legais;
• Assédio de qualquer tipo.

O mecanismo deve prestar especial atenção às reclamações provenientes das pessoas e grupos
mais vulneráveis (mulheres, jovens, idosos, pessoas de habilidades diferentes e agregados
familiares chefiados por estas pessoas), que normalmente são as que tendem a ser objecto de
tratamentos lesivos por parte dos vários agentes envolvidos na planificação e implementação de
projectos. O mecanismo deve estar sempre fortemente associado aos processos de
fortalecimento e capacitação institucional previstos nos instrumentos do QAS ambientais e

PEPI-MEF | 29
sociais do projecto. Cada nível deve, em função dos dispositivos de comunicação e capacitação
inerentes ao Projecto, estar ciente da relevância de estas reclamações ser tomadas e tratadas
com seriedade e celeridade com vista à sua resolução efectiva.
Os Gestores do UIP implementarão um sistema de reclamações específico para o Projecto, a
fim de dirimir os possíveis conflitos causados durante o desenho, implementação e
funcionamento do Projecto e dos seus subprojectos. Este sistema deverá estar preparado para
não só captar as reclamações, mas, sobretudo para encaminhá-las aos sectores pertinentes em
busca de soluções.

8.1 OBJECTIVOS
Os objectivos do sistema de reclamações são os seguintes:
• Captura e registo atempado da queixa/reclamação;
• Dar resposta às dúvidas/insatisfações e sugestões da Comunidade;
• Monitorar o grau de insatisfação com as acções do empreendimento;
• Monitorar o perfil das reclamações;
• Informar os níveis médios e altos da gestão do Projecto sobre o perfil das reclamações.

8.2 PROCEDIMENTO DE ACESSO AO SISTEMA


O sistema em vigor e que, com contínuas actualizações e melhoramentos, vai continuar a vigorar,
consiste em que qualquer pessoa, residente nas áreas ou nas proximidades às intervenções
físicas ou processuais que se sentir prejudicada pelas acções do projecto, poderá realizar a
reclamação. Sem prejuízo do recurso a outras modalidades e plataformas, as reclamações
devem ser registadas em formulário específico e ser encaminhadas a qualquer entidade mais
próxima desta (desde o bairro aos outros níveis). O sistema adere aos seguintes princípios
fundamentais:
• O Proponente deve manter-se empenhado em garantir que o MRR seja acessível e sem
custo (a custo zero) para qualquer PAPs reclamante. Todos os possíveis canais de
comunicação nos dois sentidos devem ser usados, nomeadamente:
o Número de telefone gratuito da linha directa
o Caixas de perguntas ou reclamações colocadas em pontos seleccionados na
comunidade
o Endereço de e-mail de agentes de gestão do projecto para o público apresentar
reclamações e receber respostas
o Reclamações escritas apresentadas a líderes comunitários ou outros para canalização
para a unidade de gestão de reclamações principal
o Reclamações pessoais, face a face, apresentadas a qualquer membro de liderança
(local ou outra), da equipa, etc. e canalizadas de forma adequada
• Devem ser criadas medidas para assegurar que o MRR seja acessível a pessoas
desfavorecidas e vulneráveis;

PEPI-MEF | 30
• Em primeiro lugar, deve tentar-se resolver o assunto objecto de reclamação no local em
que é apresentado entre as partes envolvidas e caso surjam dificuldades ele deve ser
encaminhado sucessivamente aos níveis cada vez mais altos, sempre com conhecimento
das unidades de gestão do projecto aos níveis distritais, municipal, provincial e central;
• As reclamações e disputas devem, na medida do possível, ser resolvidas através de
negociação e compromisso – o recurso a instituições externas de nível superior e tribunais
de justiça só deverá ser efectuado em caso de insucesso das negociações àqueles níveis;
• O processo deve ser participativo, transparente e oportuno;
• Todas as reclamações devem ser tratadas como confidenciais e não deverão ser tornadas
públicas sem o consentimento do autor da reclamação; e
• A pessoa que reclama deve estar consciente do facto de que em caso de a sua reclamação
não ser atendida no âmbito do MMR estabelecido internamente no âmbito do projecto, ela
pode recorrer aos tribunais.

PEPI-MEF | 31
8.3 PROCESSO DE ANÁLISE
De forma esquemática o processo pode ser retratado conforme se apresenta na figura 5, abaixo.

Figura 5: Procedimentos de Apresentação e Atendimento de Reclamações

Fonte: PLED, 2020

PEPI-MEF | 32
8.3.1 Etapas e Procedimentos Durante o Processo
O PLED terá o seu MRR adaptado (a partir do que se tem estado a usar) visando considerar e
abordar as reclamações levadas à atenção do Projecto. Já existe um formulário para cadastrar
as reclamações e será aprimorado para adaptar à nova realidade sempre que for conveniente e
usado durante a implementação do projecto. Haverá procedimentos específicos desenvolvidos
para lidar com as reclamações relacionadas à violência baseada no género (VBG). Um MRR
separado será desenvolvido pelo Projecto para lidar com as reclamações dos trabalhadores (de
acordo com a legislação laboral nacional) e de acordo com as directrizes da NAS2 do Banco
Mundial.
O processo de apresentação e resolução de reclamações que compreende os seguintes passos:

8.3.1.1 Passo 1 - Receber e Cadastrar a Reclamação


Todas as partes interessadas do projecto poderão comunicar as suas reclamações por meio de
diversos canais (por escrito, telefone, e-mail, carta, por meio de líderes tradicionais da
comunidade, etc.). Independentemente da forma em que as reclamações forem apresentadas, a
equipa do projecto deve garantir que todas as reclamações sejam bem cadastradas e inseridas
na base de dados para o acompanhamento, monitoramento e relatórios.

8.3.1.2 Passo 2 - Reconhecer, Avaliar e Atribuir


O PLED deve garantir que a reclamação foi reconhecida e recebida. Os membros da equipa do
projecto ou o escritório local que receberem a reclamação, fornecerão a comunicação oportuna
ao denunciante, de que a sua reclamação foi recebida e que a mesma será cadastrada e revista
para a elegibilidade e, caso for elegível, será concedida uma resposta organizacional inicial. O
reconhecimento inicial deve ocorrer normalmente dentro de 3 a 5 dias após o recebimento.

8.3.1.3 Passo 3 – Elaborar a Resposta Proposta


Os oficiais de QAS do Projecto devem receber e tratar do MRRs que normalmente deve gerar
três tipos principais de acções:
• Acção directa para resolver a reclamação;
• Avaliação e envolvimento adicional com o reclamante e demais partes interessadas para
determinar conjuntamente a melhor maneira de resolver a reclamação; e
• Determinação de que a reclamação não é elegível ao abrigo do MRR, porque não obedece
aos critérios básicos de elegibilidade, ou porque outro mecanismo (dentro ou fora da
organização, incluindo o processo judicial) é o canal mais apropriado para o reclamante
usar.

PEPI-MEF | 33
8.3.1.4 Passo 4 - Comunicar a Resposta Proposta ao Reclamante e Buscar
um Acordo sobre a Resposta
O oficial que recebe a reclamação é responsável por comunicar a resposta proposta de volta ao
reclamante em tempo oportuno, por escrito e por meio de uma linguagem facilmente acessível
ao reclamante.

8.3.1.5 Passo 5 - Implementar a Resposta para Resolver a Reclamação


Onde houver um acordo entre o reclamante e a equipa do projecto ou onde a equipa detectar
alguma não conformidade para avançar com a acção proposta ou com o processo das partes
interessadas, a resposta deve ser dada indicando os passos que serão ou que foram dados para
corrigir o problema apresentado ou detectado (quando possível). A resolução deve ser fornecida
no prazo de 14 dias junto com um cronograma de seguimento para a sua efectiva solução.

8.3.1.6 Passo 6 - Rever a Resposta se não for Bem-Sucedida


Tal como mencionado acima, em alguns casos pode não ser possível fornecer ao reclamante
uma resposta satisfatória. Em alguns casos, os esforços de boa fé podem não conseguir
satisfazer as reclamações. Em tais situações, a equipa do projecto deve rever a resposta com o
reclamante e explorar a possibilidade de uma modificação na resposta que possa atender às
preocupações do reclamante.

8.3.1.7 Passo 7- Encerrar ou Encaminhar a Reclamação


O passo final é encerrar a reclamação. Se a resposta for satisfatória, o pessoal de Gestão de
Reclamações deve documentar a resolução satisfatória. A documentação escrita do reclamante
indicando a satisfação com a resposta deve ser obtida.

8.3.2 Recurso a Tribunais e Outros Fora


Caso não se chegue a uma solução amigável nos passos anteriores, a PAP poderá interpor
recurso aos tribunais Provinciais/Municipais. Estes tratarão do assunto dentro dos moldes e
prazos próprios dos processos judiciais da mesma natureza. Esta é a etapa que, embora deva
estar sempre ao dispor, deve ser desencorajada por todos os meios positivos, tais como a
comunicação atempada e a negociação aberta e justa. Entre outros, o mecanismo institucional
e os princípios de consulta e participação comunitárias que são intrínsecos ao QGAS, QPR,
PEPI, QPPI e aos EIAS/PGAS/PARs destinam-se, precisamente, a permitir que o processo
detecte e resolva os problemas de uma forma oportuna e satisfatória para todas as partes
envolvidas.

PEPI-MEF | 34
8.3.3 Violência Baseada no Género
Nas situações normais do dia-a-dia, mas particularmente em momentos de mudança social como
a que pode ser despoletada por acções de reassentamento, são comuns violações dos direitos
das pessoas com base no género. Sugere-se que os casos de Violência Baseada no Género
(VBG) sejam transmitidos directamente da pessoa afectada à UIP com apoio dos líderes
locais/comunidade/sobas, incluindo ONG’s e OCB's locais vocacionadas a trabalhar nesta
matéria.

8.3.4 Empenho na Solução das Reclamações


Recomenda-se fortemente que sejam tomadas todas as medidas necessárias com vista a
assegurar que as soluções sejam adoptadas por consenso com base na negociação e acordo.
Os procedimentos detalhados para o atendimento às reclamações e para o processo de
apresentação de recurso devem ser divulgados entre as PAP, as quais devem ser capacitadas
para usá-los quando assim o julgarem conveniente. Os processos de informação, identificação
de necessidades de formação das pessoas e entidades colectivas, capacitação e
empoderamento devem focalizar-se nestes procedimentos, entre outros aspectos.
Os procedimentos devem ser disseminados durante todas as fases de desenvolvimento do
projecto e da elaboração e implementação dos PAR’s. Em última análise, as principais entidades
de gestão das reclamações, independentemente dos outros actores, incluindo os facilitadores
mais próximos das PAP’s são as Comissões Técnicas de Acompanhamento e Supervisão do
Reassentamento de cada jurisdição (municipal/distrital/bairro), que devem receber a devida
capacitação para estarem ao nível desta responsabilidade.

8.3.5 Confidencialidade e Anonimato


O projecto terá como objectivo proteger a confidencialidade de uma pessoa quando a isso for
solicitado e garantirá o anonimato nos relatórios. Os indivíduos terão permissão para divulgar a
sua identidade. As investigações serão realizadas de maneira respeitosa com a parte lesada e
com base no princípio da confidencialidade. Pode haver situações em que a divulgação da
identidade da pessoa envolvida seja necessária. Se este for o caso, a UIP identificará isso e
perguntará se a parte prejudicada deseja continuar com as actividades de investigação e
resolução.

8.3.6 Canais de Recepção das Reclamações


O Mecanismo de Gestão de Reclamações será desenvolvido e essencialmente gerido pela UIP
com base nos Especialistas do Quadro Ambiental e Social. O MRR inclui também uma estratégia
de comunicação para garantir que a informação relativa ao mesmo seja disponível para as PAP’s.
Deve haver vários canais de captação de questões/solicitações de informações/reclamações.
Estes devem ser acessíveis e culturalmente apropriados para todas as pessoas potencialmente
afectadas pelo projecto, incluindo subsectores vulneráveis da população. Entre os canais de
captação sugeridos figuram caixas de correio físicas, um endereço de e-mail dedicado, um

PEPI-MEF | 35
número de telefone dedicado (por ex. linha verde), um número de mensagem de texto dedicado
e a possibilidade de envio oral. As plataformas que favorecem o distanciamento social serão
privilegiadas enquanto a pandemia do COVID-19 durar. Em cada município/subprojecto deve ser
designado um oficial de tratamento das reclamações para se ocupar pela:
• Preparação em que as pessoas individualmente ou assistidas preenchem o formulário
e/ou usam os seus próprios meios para registar a queixa/reclamação;
• Recepção;
• Registo;
• Tramitação; e
• Seguimento até à resolução
• Relatório de resolução e encerramento do assunto.

A existência deste oficial deve ser levada ao conhecimento de todas as partes e sobretudo das
PAP’s. Os vários aspectos de tramitação do mecanismo devem ser objecto de um processo
sistemático de monitorização e avaliação.

8.4 SUPERVISÃO/ACOMPANHAMENTO
As reclamações e seus respectivos andamentos serão compilados bimestralmente e
encaminhadas, em formato de relatório, aos Gestores Centrais do PLED. Estes também irão
inteirar-se das questões que caracterizam o projecto (positivos e negativos) por intermédio das
visitas de supervisão e acompanhamento que todos os instrumentos do QAS orientam e
orçamentam para que sejam feitas regularmente pelos gestores do projecto aos níveis provincial
e central.
As reclamações deverão ser catalogadas por natureza e classificadas como solucionadas ou em
aberto/litígio, se de carácter colectivo ou individual e a área temática a que estão relacionadas,
por ex. projecto em geral, ambiente, reassentamento ou ao empreendimento (obra) o tipo de
activos (domésticos/comerciais), pessoas (homens/mulheres/grupos vulneráveis) afectados
incluindo o grau da sua gravidade (baixa, moderada, elevada, muito elevada) e recorrência
(frequente/rara).

8.5 BM
Semestralmente o Projecto encaminhará ao BM o relatório compilado da situação do sistema
abordando tanto os aspectos qualitativos quantos os quantitativos. Sempre que houver situações
de impasse em torno de litígios e situações complicadas o Banco Mundial deve ser oportuna e
detalhadamente informado.

PEPI-MEF | 36
8.6 DIVULGAÇÃO DO SISTEMA DE RECLAMAÇÕES
Mantendo o enfoque baseado em direitos, o PLED através de suas instâncias de
gestão/execução (UIP e UPIPs) e com apoio de prestadores de serviços (por ex. ONGs
vocacionadas e outras entidades (consultores e outros profissionais)) divulgará na Comunidade
a existência do sistema de reclamações através das reuniões com as comunidades, resenhas
sobre o Projecto e da promoção de reuniões com as lideranças da área informando e educando
sobre este canal de comunicação entre o Projecto e as famílias localizadas na área de influência
do empreendimento. O PLED desenvolverá diferentes sumários do projecto especialmente para
tratar do tema do sistema de reclamações junto dos diferentes públicos.

PEPI-MEF | 37
9. ORGANIZAÇÃO DA EQUIPA PARA A GESTÃO DA CONSULTA E DE RECLAMAÇÕES
A gestão dos processos de participação pública e de reclamações constitui-se em assunto de
todas as pessoas envolvidas no projecto. Assume-se que todas as pessoas envolvidas de uma
ou de outra forma no projecto têm interesse intrínseco em que os seus pontos de vista e
preocupações sejam conhecidos e atendidos e os gestores terão interesse em certificar-se de
que capturam todas as preocupações das pessoas interessadas e envolvidas. Esta constitui-se
em mais uma razão para que todos os esforços sejam feitos para garantir que o projecto seja
conhecido e que o máximo de pessoas participe nele de diferentes formas. Quanto maior for o
grau de participação maior impacto e sustentabilidade terá o projecto. Assim os promotores e as
lideranças aos vários níveis têm maiores responsabilidades do que o público em geral.
As unidades de implementação do projectos aos níveis central e provincial e os oficiais do QAS
dentro destas unidades têm papéis de destaque na promoção da participação e na gestão de
reclamações. Cabe a eles assegurar que o sistema e planos de acções veiculados neste PEPI
façam parte intrínseca da gestão do projecto e que cada processo e unidade do projecto estejam
embebidos dos fundamentos do envolvimento das PI&As. Caberá aos oficiais do QAS fazer
cumprir os dispositivos e definições estatuárias quer do PEPI quer dos vários instrumentos do
QAS com recurso a educação/formação, insistência para que haja imposição do seguimento do
que está estatuído legalmente pelos vários agentes (por ex. empreiteiros e fornecedores de bens
e serviços, lideranças aos vários níveis (técnicas/administrativas,
centrais/provinciais/municipais/distritais/comunitários/tradicionais) e publico em geral.
No âmbito da monitorização do projecto (ver abaixo) com base nos registos diários, semanais e
mensais os oficiais do QAS ambientais e sociais de cada província prepararão relatórios sobre
as questões de participação pública e reclamações na sua província em que destacarão os
principais assuntos ocorridos e identificação as questões merecedoras de atenção especial ao
seu nível e/ou a qualquer outro nível. Destacando as questões resolvidas e pendentes. Com
base numa identificação de necessidades, os oficiais em si e os diferentes agentes de gestão do
sistema receberão formação e adestramento práticos para se ocuparem competentemente pelo
trabalho neste domínio.

PEPI-MEF | 38
10. MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO
Apesar de os impactos do projecto deverem ser moderados o cumprimento de todos os
dispositivos de gestão ambiental e social que lhe dizem respeito deve concorrer para que para
que essa seja efectivamente a situação. Para que isso suceda serão importantes sistemas de
monitorização e avaliação para assegurar que os objectivos finais de cada instrumento sejam
plena e satisfatoriamente atingidos para benefício do público e com o seu envolvimento activo.
O processo deve ser conduzido de forma a permitir que todas as partes interessadas e, em
particular, as famílias e comunidades beneficiárias e afectadas positiva/negativamente se
envolvam em todos os aspectos de planificação, monitorização e avaliação. O processo deve
ser o mais simples possível para permitir que todas as partes interessadas reflictam regularmente
sobre o progresso em cada etapa e identifiquem o que precisa de ser feito para garantir que as
intervenções do Projecto/Subprojecto beneficiem a todos e não tenham impacte negativo sobre
as vidas das pessoas directamente afectadas e de outras pessoas ao longo das áreas
directamente afectadas.
A Monitorização e Avaliação (M&A) é uma parte essencial da implementação de um projecto e
sobretudo dos planos de gestão específicos formulados para medir o desempenho real em
relação ao que foi planificado de acordo com os vários indicadores seleccionados - em termos
de produtos e resultados e particularmente em relação aos meios de subsistência e padrões de
vida das pessoas afectadas pelo projecto/subprojecto. Enfim, a partir de cada plano (que pode
ser o PEPI em si, PGAS, PAR/PRMS, etc.) obtêm-se os parâmetros a serem monitorados e
avaliados, em termos de:
• Verificar se acções propostas estão a ser desenvolvidas como previsto. Caso se
identifique distorção, deverá indicar medidas correctivas;
• Identificar dificuldades, entraves e oportunidades para implementação das acções,
indicando atempadamente, o encaminhamento para a superação das primeiras e
optimização das segundas;
• Avaliar os efeitos do programa de engajamento das PI&As sobre a qualidade de
participação considerando, para isto, os momentos antes, durante e depois do projecto
tendo como referência o grau até ao qual as PI&As são capazes de manter sistemas e
procedimentos desenvolvidos;
• Se o Projecto alavancou a participação em termos de quantidade e qualidade;
• Se as comunidades locais continuam a apoiar o Projecto e aderem ao uso dos seus
instrumentos de gestão e participação;
• Formar um banco de dados, para que esta experiência venha servir de referência para
projectos futuros.

Os seguintes aspectos da M&A serão importantes:


• Indicador de Desempenho PAR - a situação de base é a apurada no momento de
arranque do projecto/subprojecto e estabelecida com base nos Planos. Quaisquer
mudanças nos indicadores (qualitativos ou quantitativos) serão avaliadas para identificar
o nexo causal com o reassentamento.

PEPI-MEF | 39
• Processo de monitorização do desempenho interno – os bancos de dados ou apenas
partes deles continuarão a ser usados durante a implementação para, regularmente,
gerar relatórios sobre o progresso feito na m em termos de:
o Sessão de trabalho com as PAPs para tratar das várias questões do seu engajamento
e participação;
o Monitorar se a implementação de todos os aspectos está a progredir conforme previsto
no PEPI e/ou suas versões actualizadas;
o Monitorar o desembolso oportuno e suficiente de fundos;
o Fontes, assuntos e regularidade das reclamações e casos abertos/fechados de
reclamações. As reclamações são capturadas à medida que ocorrem e semanalmente
e mensalmente os oficiais do QAS farão uma compilação do que for apresentado e
tratamento dado, distinguindo assuntos recorrentes e novos, simples e graves, etc.
Eles produzirão estatísticas sobre o ponto da situação e indicação das acções e
prioridades para a semana/mês seguinte.
• Monitorização Externa - realizada por indivíduos e/ou organizações independentes ao
projecto e, de preferência, aqueles que não tiveram qualquer outro papel a desempenhar
na concepção ou na implementação do projecto. Para além de avaliar os relatórios
regulares produzidos durante a monitorização interna a entidade de monitorização externa
será responsável pelo seguinte:
o Avaliação dos níveis de participação das PAPs nas várias fases e actividades do
projecto.
o Supervisão da implementação do PEPI para atingir os objectivos e, em particular, "a
inclusão das PAPs nas questões essenciais do projecto e subprojectos”.
o Verificar até que ponto os princípios estabelecidos no PEPI foram cumpridos,
particularmente no que diz respeito à “disseminação de informações e recepção de
feedback”.
Em suma, a monitorização e a avaliação serão contínuos e vão se concentrar sobre os objectivos
médio/longo prazo do PEPI assim como do projecto e outros instrumentos de salvaguarda em
geral.
• Avaliação/Auditoria Finais: no final do projecto haverá uma avaliação/auditoria final para
avaliar o alcance dos objectivos, culminando com a elaboração dum relatório que
estabeleça as conclusões e recomendações dos auditores, incluindo lições aprendidas que
poderão ser utilizadas em eventuais fases de continuação do projecto ou em outras
realizações similares em Moçambique.

PEPI-MEF | 40
11. ARRANJOS PARA O FINANCIAMENTO DO ENGAJAMENTO DO PÚBLICO E
ORÇAMENTO ESTIMADO DO PEPI
Com base na estrutura e conteúdo do Projecto e no que é conhecido sobre o ambiente social
receptor, apesar de o mesmo dever estar associado a impactos ambientais e sociais moderados,
pode se esperar que suscite significativas necessidades de engajamento do público.
Ao nível provincial, para além da gestão geral das questões previstas no âmbito do PEPI do
Projecto, os fundos serão utilizados para cobrir os custos de preparação, implementação, gestão
e supervisão, monitorização e avaliação de todas as acções de engajamento das PAPs e
atendimentos das suas reclamações.
Este PEPI apresenta uma estimativa preliminar desses fundos, que assenta em 0.38% do custo
total do PLED, que se situa em 100 milhões de dólares americanos. Ao nível das UIP, central e
provinciais, haverá fundos para garantir que o PEPI seja entendido e aplicado por todas as partes
relevantes aos vários níveis (central, provincial, municipal, distrital e de bairro) e que as acções
de engajamento das PAPs que lhes são inerentes sejam preparadas, implementadas,
monitorizadas, avaliadas e auditadas de forma adequada e sistemática. A tabela 5 a seguir
apresenta o resumo da distribuição da estimativa do orçamento.

PEPI-MEF | 41
Tabela 5: Resumo do Orçamento

MONTANTE TOTAL EM
NR. ITEM
US$

Contratação de especialistas sociais especificamente para a


1 USD 60,000.00
área da comunicação e engajamento das PI&As

2 Disseminação do PEPI USD 50,000.00

Formação e capacitação dos agentes municipais, distritais e


3 USD 50,000.00
locais envolvidos na implementação do PEPI

Desenvolvimento da capacidade da comunidade e facilitação


4 USD 100,000.00
das acções de engajamento das PI&As

Reuniões públicas de preparação dos instrumentos do


5 USD 25,000.00
QASdo projecto e dos subprojectos

Produção e disseminação de programas audiovisuais sobre


6 USD 20,000.00
o projecto e subprojectos

Operacionalização do Mecanismos de resolução de


7 USD 50,000.00
reclamações

Formação e capacitação de empreiteiros e outros


8 USD 15,000.00
prestadores de serviços

9 Visitas de monitorização e avaliação USD 15,000.00

10 Avaliação/Auditoria do PEPI USD 50,000.00

Total USD 385,000.00

PEPI-MEF | 42
12. REFERÊNCIAS
1. ANE / WB (2006) “Estrutura da Política de Reassentamento para o Sector de Estradas”
(Rascunho). Maputo, Moçambique
2. Carlos Nuno Castel-Branco (2008) "Os Mega Projectos em Moçambique: Para Que
Contribuição Economia Nacional? "Fórum da Sociedade Civil sobre Indústrias Extrativas,
Museu de História Natural (Maputo), 27 e 28 de novembro de 2008
3. CEDSIF, (data). Termos de Referência para suporte ao desenvolvimento do SGM
4. CM, Maio 2011. “Plano de Acção para a Redução da Pobreza (PARP) 2011-2014 - Aprovado
na 15ª Sessão Ordinária do Conselho de Ministros de 3 de Maio de 2011 ”, Maputo,
Moçambique.
5. CNCS, 2009. “HIV / SIDA em Moçambique”, Maputo, Moçambique Decreto n.º 23/2008, de 1
de Julho (Regulamento de Ordenamento do Território)
6. Decreto 31/2012, de 8 de Agosto Regulamento sobre o Processo de Reassentamento
Resultante de Actividades Económicas)
7. Decreto 42/2008 de 4 de Novembro (RPAIA)
8. Decreto 54/2015 de 31 de Dezembro (RPAIA)
9. Diploma Ministerial n.º 181/2010 de 3 de Novembro (Ministérios para a Coordenação da Acção
Ambiental (MICOA), Finanças (MF) e Justiça (MJ) (2010) – sobre “Processo de Expropriações
para Efeitos de Ordenamento Territorial ”).
10. FIPAG (2003) - “Orientações sobre Avaliação e Gestão Ambiental do Projecto do NWDP
”, Maputo, Moçambique
11. Quarto Fórum de Alto Nível sobre Eficácia da Ajuda (HLF-4, 29 de novembro a 1 de
dezembro de 2011), Busan, Coréia
12. GOM, 2005. Plano Estratégico para o Sector Ambiental 2005 - 2015
13. GOM, 2011. Plano de Ação para a Redução da Pobreza (PARP) 2011-2014, aprovado
em 3 de maio de 2011
14. GOM, 2012. Plano Quinquenal do Governo (PQG) 2010-2014 aprovado em abril de 2010.
15. GOM, 2012. Matriz simplificada para o meio ambiente, 2012
16. IFC (2002) “Manual para Preparação de um Plano de Ação de Reassentamento”,
Ambiental e Social Departamento de Desenvolvimento, Washington, DC, EUA
17. INE (2009). “Recenseamento Geral da População e Habitação - Resultados Definitivos”,
Maputo, Moçambique.
18. Lei n.º 19/2007 de 18 de Julho (Ordenamento Territorial) Memorando de Entendimento
RDE - SCC, 05/07/2011
19. MICOA, 2007. Estratégia Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável, EADS,
dezembro de 2007

PEPI-MEF | 43
20. MICOA, 2011. “Relatório do Estado do Ambiente em Moçambique”, Maputo,
Moçambique.
21. MICOA, 2011. Resumos orçamentais para PES 2011, por programa, agência de
execução ESPS II.
22. MICOA / DINAPOT (2008) - “Integração do Planeamento do Uso da Terra no Processo
da Planificação Descentralizada ”, Maputo, Moçambique
23. MICOA / INE, 2010. “Compêndio de Estatísticas do Ambiente”, Maputo, Moçambique
Moçambique Country Report, The Economist Intelligence Unit, maio de 2011
24. MPD, 2010. “Relatório sobre os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio”, Maputo,
Moçambique 75
25. PNUD, 2011. “Relatório de Desenvolvimento Humano 2011, Sustentabilidade e
Equidade: Um Futuro Melhor para All ”, 1 UN Plaza, New York, NY 10017, EUA.
26. WASIS (2007) “Serviços do Sector de Água e Projeto de Apoio Institucional - Política de
Reassentamento Estrutura".
27. Banco Mundial (2004) “Livro Fonte de Reassentamento Involuntário - Planeamento e
Implementação de Projetos de desenvolvimento". Washington DC

PEPI-MEF | 44
ANEXOS

PEPI-MEF | A
ANEXO I
RELATÓRIO DE CONSULTA DAS PARTES
INTERESSADAS

PEPI-MEF | B
ACTA DA REUNIÃO

PROVÍNCIA DE TETE, NAMPULA E CABO DELGADO

PROJECTO DE LIGAÇÕES ECONÓMICAS PARA DIVERSIFICAÇÃO (PLED)

REUNIÃO DE CONSULTA PÚBLICA PARA APRESENTAÇÃO DO PROJECTO, AS


METODOLOGIAS DE TRABALHO E POTENCIAIS IMPACTOS

Introdução Este capítulo aborda questões relacionadas com o envolvimento do


Público no presente processo de elaboração dos instrumentos. Em
consequência, na primeira parte do relatório, apresenta-se os resultados
da Reunião Pública realizada entre os dias 19 de Novembro a 30 de
Dezembro nas províncias de Tete, Nampula e Cabo Delgado. Conforme a
lista de presença abaixo, na reunião participaram por convite, os
representantes da Ministério da Economia e Finanças (MEF), Ministério
da Industria e Comercio (MIC), Ministério da Agricultura e Segurança
Alimentar (MASA), Ministério do Género, Criança e Acção Social
(MGCAS), Ministério da Terra e Ambiente (MTA), Ministério das Obras
Públicas, Habitação e Recursos Hídricos (MOPHRH), ADVZ, ADIN, Sector
Privado (CEP), Agentes Económicos, VALE, KENMARE, Nacala Logistic,
MRM, Syrah Resources e outros representantes, incluindo todas as Partes
Afectadas e Interessadas (PI&A’s).

Objectivos O objectivo geral do Processo de Participação Pública é o de envolver


todos os intervenientes da sociedade no processo de elaboração dos
instrumentos, directa e/ou indirectamente, positiva e/ou negativamente
afectados pelo Projecto. A destacar, os objectivos específicos:

• Aproximar as diferentes partes para negociação dos seus interesses;


• Possibilitar ao público a discussão e análise neutra das
consequências ambientais da actividade proposta;
• Divulgar informações sobre o projecto;
• Optimizar os benefícios do projecto;
• Encontrar soluções viáveis e eficientes;
• Alcançar o desenvolvimento sustentável do projecto;
• Acordar em conjunto as questões de carácter ambiental e social;
• Incorporar os anseios, opiniões dos interessados e afectados no
processo de licenciamento ambiental;
• Gestão de reclamações;
• Envolvimento das partes interessadas no monitoramento do projecto.

PEPI-MEF | C
Detalhes da Na primeira reunião de consulta publica, que foi realizada entre 19 de
Consulta Novembro a 03 de Dezembro de 2020, foi efectuada uma breve descrição
Publica do projecto e os mecanismos do quadro legal nacional e do Quadro
Ambiental e Social do Banco Mundial, que o projecto esta obrigado a
cumprir. Deu-se igualmente uma explicação sobre as fases de preparação
e implementação do projecto e das premissas, do acordo de
financiamento, dos principais riscos e impactos que estiveram na base de
avaliação ambiental e social considerada de risco substancial, e dos
procedimentos que foram desenvolvidos para minimizar ou pelo menos
mitigar estes riscos. Fez-se, no final, uma breve abordagem ao Quadro
Ambiental e Social do Banco Mundial, e às Normas ambientais e sociais
que foram accionadas para este projecto, tendo como resultados a
preparação dos instrumentos ambientais e sociais.

A segunda consulta pública decorreu entre os dias 21 a 30 de Dezembro


de 2020. O âmbito da consulta pública foram as versões draft dos
documentos socio ambientais preparados para o projecto, de acordo com
o Quadro Ambiental e Social do Banco Mundial, nomeadamente: Quadro
de Gestão Ambiental e Social (QGAS), Quadro de Política de
Reassentamento (QPR), Plano de Maneio de Pragas (PMP), Plano de
Compromisso Ambiental e Social (PCAS); Plano de Gestão de Mão-de-
obra (PGMO). Será depois retomado nos Estudos de Impacto Ambiental
e Social (EIAS), Planos de Gestão Ambiental e Social (PGAS) e Planos de
Acção de Reassentamento (PAR), e a Avaliação de Risco de Violência de
Género. As reuniões foram realizadas nas três províncias, Nampula, Tete,
Cabo Delgado, com a participação de membros dos conselhos consultivos
distritais, incluindo representantes do governo distrital, autoridades locais,
sociedade civil e sector privado. As actas dessas reuniões e as listas de
participantes constam do Anexo I.

Nas consultas presenciais, houve uma folha de registos de presenças e


contactos, e os participantes foram motivados a apresentarem os seus
contributos principalmente sobre o mecanismo de resolução de
reclamações, sobre o plano de gestão de mão-de-obra e empresas
contratadas, principalmente no que toca aos procedimentos propostos
para incentivar os subprojectos a contratar mão-de-obra local. Também
em relação aos procedimentos para evitar descriminações quer de género
quer de grupos vulneráveis, e violência.

No âmbito das medidas de prevenção e decorrentes do estado de


emergência, motivadas pela actual pandemia, parte das consultas
públicas decorreram em formato on-line, atendendo às directrizes dado
BM, nomeadamente INTERIM GUIDANCE ON COVID-19 de 7 de Abril
de 2020.

PEPI-MEF | D
PI&As A. TETE
• As consultas foram realizadas as instituições publicas e privado (BAU,
DPIC, DPRME, DPOPHRH, SPAS, SPAE e Conselho Municipal, CTA
– CEP, ONGs/Sociedade Civil, Associação de Mulheres
Empreendedoras, SECOTE Lda, Federação Moçambicana de Madeira,
Casa Angel, Mr. Frangos, Restaurante Pic – Nic, Mbito Comercial, V. K
Serviços Lda, Sirat Eletrónicos, Mohsin Comercial, Associação dos
Produtores Agrícolas de Tete, Vale Moçambique e Jindal Africa.

B. NAMPULA
• As consultas foram realizadas as instituições publicas e privado (BAU,
DPIC, DPRME, DPOPHRH, SPAS, SPAE e Conselho Municipal, CTA
– CEP, Associação provincial: AEMPRENA, Associação provincial:
OCAM, Associação provincial: AMUREMA, Associação provincial:
ANJE, Associação provincial: ACIANA, Associação provincial:
ASSHOTUR, Associação provincial: AMOPAO, Associação provincial:
ASTRA, Associação provincial: OPCOW, Nacala Logistic e Kenmare).

C. CABO DELGADO
• As consultas foram realizadas as instituições publicas e privado (BAU,
DPIC, DPRME, DPOPHRH, SPAS, SPAE, Conselho Municipal, CTA –
CEP, Associação de Agro-negócio, Associação de Avicultores de Cabo
Delgado, CDTUR, Guest House Macanige, Associação de Mulheres
Empreendedoras de Cabo Delgado, Associação dos Transportadores
de Cabo Delgado, Associação de Empreiteiros de Cabo Delgado,
Eunice Eventos, Lda, AVIBILA, Lda, Higieny and clean Services,
Organização de Ajuda aos Deslocados de CD, Construções DJJ,
Montepuez Ruby Mining Limitada e TOTAL.
Justificativ: • Recolher contribuições, sugestões e questionamentos para
incorporação na versão final do relatório a ser submetido ao Banco
Mundial
Processo de A abertura foi feita pela entidade consultora, na voz do Sr. Albino Lambo,
Consulta que inicialmente agradeceu pela presença e envolvimento de todos no
Publica processo de auscultação, no qual espera-se que cada um dos presentes
possa dar o seu contributo a cerca do Projecto. Assim, de forma
resumida e clara deu-se a conhecer os instrumentos ambientais e
sociais, assim como os potenciais impactos ambientais e sociais do
projecto.

PEPI-MEF | E
Pergintas e 1. Abdul Momad (Restauração): Quando esta previsto o início das
Respostas actividades? Resposta: Primeiro semestre de 2021.
2. Sabite Beca (Comercio): O projecto vai gerir a questão de
oportunismo durante o processo de reassentamento? Resposta:
Logicamente, visto que o projecto será implementada na luz do quadro
legal nacional e QAS do BM.
3. Maria Olga (Associação de mulheres empresarias): Quais as
facilidades que o projecto traz para o género? Como será tratado o
projecto para as mulheres? Resposta: No âmbito das acções esta
prevista o empoderamento do género no PLED.
4. Salvador Paulo (DPAS): Questionou acerca do processo de
reassentamento em caso de haver necessidade? Resposta: O
projecto será implementada na luz do quadro legal nacional e QAS do
BM. Assim como existe um QPR para o projecto.
5. Raul Augustinho: Onde funcionara o projecto? Resposta: O
PLED estará implantado nas províncias de Tete, Nampula e Cabo
Delgado.
6. Qual é o meio de acesso ao financiamento no âmbito do PLED?
Resposta: Existira uma UIP responsável pela gestão do PLED. Por
outro lado, a ADVZ dará todo suporte necessário.
7. Francisco Morgado (SPAE): Primeiro mostrou abertura dos SPAE
em colaborara na implementação do projecto. Em seguida,
questionou sobre o processo de acompanhamento das MPMEs na
fase de execução do projecto. Assim como, questionou sobre
acompanhamento e treinamento dos agricultores no uso de adubos e
pesticidas. Resposta: A implementação do PLED, alem de
contar com as agências (Nacionais e regionais), contara com direções
e serviços provinciais para assistência do processo.
8. Joana Saca (Catering): Questionou sobre o início do projectos e os
requisitos necessários para aderir o financiamento ou participar na
formação.Primeiro semestre de 2021. Resposta: Existira uma UIP
responsável pela gestão do PLED. Por outro lado, a ADVZ dará todo
suporte necessário.
9. Alfredo Nampuio (DPIC): Primeiro lugar, agradeceu pela
iniciativa do governo por preparar um projecto voltado ao
fortalecimento das MPMEs. De seguida, questionou sobre a previsão
de início, assim como quais as estratégias a usar para absorver maior
número de MPMEs? Existira uma UIP responsável pela gestão do
PLED. Por outro lado, a ADVZ dará todo suporte necessário.
10. O empréstimo às MPMEs será regido pelas normas do BM ou pela
legislação do país? Resposta: O projecto será implementada na luz
do quadro legal nacional e QAS do BM. Assim como existe um QPR
para o projecto.
11. Ema Ribave (DPIC): Agradeceu pela iniciativa do governo e frisou
que a DPIC em conjunto com a Total e a Core estão a trabalhar para
melhoria das ligações económicas entre os megaprojectos e MPMEs.

PEPI-MEF | F
12. Marisa Radão (Associação das mulheres empresarias) Normalmente
as mulheres são esquecidas e apenas chamam para os projectos para
fechar número (requisito). Em CD as mulheres estão estruturadas
apenas precisam de oportunidade.
Figuras

Conclusão Feita a revisão das metas previamente estabelecidas para todo processo
de consulta pública, a partir do 2º encontro formal conclui-se o seguinte:

• Quanto a aproximação das diferentes partes interessadas e


afectadas para negociação dos seus interesses é de salientar que
conseguiu-se alcançar todo o âmbito das PI&As, considerando a
Reunião Pública, incluindo os contactos directos efectuados durante
os encontros com responsáveis locais.
• Relativamente ao assunto de possibilitar ao público oportunidades de
discussão de consequências ambientais que o projecto poderá
causar ao meio físico, biótico, social e económico, esta meta
igualmente considera-se parcialmente atingida reflectido pelo leque
das questões levantadas e a quantidade dos participantes a
expressar o seu pensamento, conforme se apresenta em anexo,
onde estão expostos todos comentários recolhidos pela equipa de
consultores.
• No que diz respeito ao objectivo que regista questões relacionadas
com os benefícios que o projecto trará, importa referir que este
igualmente foi conseguido de modo satisfatório considerando que a
maioria dos participantes se pronunciou de forma positiva quanto a
implementação do projecto.
• Segundo os comentários feitos pelos participantes, são de opinião
que o projecto é de extrema importância para o distrito em particular
e poderá melhorar as condições de habitação de muitas famílias,
proporcionar alguns postos de trabalho (directos e indirectos),
minimizando de alguma forma, os níveis de pobreza localmente
prevalecentes, conforme (vide o anexo XII).

PEPI-MEF | G
1. LISTA DE PRESENÇAS

PEPI-MEF | A
PEPI-MEF | B
PEPI-MEF | C
ANEXO II
REGISTO ACTUAL DAS PAPs DO PROJECTO

PEPI-MEF | A
# NOME ESTATUTO INTERESSE MELHORES FORMAS DE
NO ENQUADRAMENTO
PROJECTO
01 Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas Internacional
02 Organização das Nações Unidas para Alimentação e Internacional
Agricultura
03 Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente Internacional
04 Fundo Mundial para no Ambiente Internacional
05 Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar Nacional
06 Ministério da Terra e Ambiente Nacional
06 Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Nacional
Hídricos
09 Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos Nacional
10 Ministério de Economia e Finanças Nacional
11 Agencia de Desenvolvimento do Vale da Zambeze Nacional
12 Agencia de Desenvolvimento Integrado do Norte Nacional
13 BAU Nacional
14 Serviços Províncias de Desenvolvimento Social Nacional
15 Serviços Províncias de Actividade Económica Nacional
16 Cores Nacional
17 Conselho Municipal
18 CEPs
19 VALE
20 MMR
21 NL

PEPI-MEF | B
ANEXO III
PRINCIPAIS FASES E ACTIVIDADES DE
ENGAJAMENTO DAS PAPs

PEPI-MEF | C
AGÊNCIAS /
PARTE INTERESSADA MENSAGENS / MEIOS DE HORÁRIO /
OBJECTIVOS GRUPOS
N.° ALVO AGENDA COMUNICAÇÃO FREQUÊNCIA
RESPONSÁVEIS

PREPARAÇÃO DO PROJECTO

1 Apresentar a • Agências • Apresentar o • Reuniões / • Antes do início do • UIP/MEF


versão preliminar governamentais, resumo do Projecto, consultas projecto • MIC
do Plano de • Unidade de os impactos e as públicas • Uma reunião • ADVZ
Compromisso Implementação de Medidas e Acções organizadas e / pública e reuniões
Ambiental e Social Materiais para ou reuniões • ADIN
Projectos (UIP) individuais
PCAS e o Plano de Mitigar os Riscos e individuais organizadas para
• ONGs,
Engajamento das impactos discutir sobre o
Partes • Representantes da Ambientais e PCAS e o PEPI
Interessadas sociedade civil, Sociais Potenciais
(PEPI) para • Representantes de do Projecto;
engajar as partes grupos comunitários; • Prazo;
interessadas à • Representantes dos • Responsabilidade /
finalização grupos de mulheres; Autoridade e
• Representantes do Recursos /
governo municipal Financiamento
Comprometidos e
Data de Conclusão
• Apresentar o
Engajamento das
Partes Interessadas
PEPI do Projecto
(Identificação das
partes interessadas

PEPI-MEF | D
AGÊNCIAS /
PARTE INTERESSADA MENSAGENS / MEIOS DE HORÁRIO /
OBJECTIVOS GRUPOS
N.° ALVO AGENDA COMUNICAÇÃO FREQUÊNCIA
RESPONSÁVEIS

PREPARAÇÃO DO PROJECTO
e métodos de
comunicação).

2 • Apresentar os • Agências • Apresentar o • Reuniões / • Antes do início do • UIP/MEF


rascunhos e governamentais, Projecto; consultas projecto • MIC
obter os • Unidade de • Objectivos, públicas
• ADVZ
subsídios das Implementação de fundamentos, organizadas e /
partes ou discussões • ADIN
Projectos (UIP) componentes,
interessadas benefícios e de grupos focais
• ONGs,
sobre os beneficiários,
seguintes • Representantes da
arranjos de
instrumentos: sociedade civil,
implementação;
• Quadro de • Representantes de
• Cronograma
Gestão grupos comunitários;
indicativo de
Ambiental e • Representantes dos implementação e
Social (QGAS); grupos de mulheres; período, contactos
• Quadro da • Representantes do do projecto;
Política de governo municipal • Potenciais impactos
Reassentamento ambientais e
(QPR) sociais; medidas de
• Quadro do mitigação;
Planeamento dos • Potenciais
Povos Indígenas requisitos de terra;
(QPPI) processo de
aquisição de terras

PEPI-MEF | E
AGÊNCIAS /
PARTE INTERESSADA MENSAGENS / MEIOS DE HORÁRIO /
OBJECTIVOS GRUPOS
N.° ALVO AGENDA COMUNICAÇÃO FREQUÊNCIA
RESPONSÁVEIS

PREPARAÇÃO DO PROJECTO
• Plano de gestão e reassentamento;
de Pragas (PGP); compensação e
• Plano de Gestão demais formas de
de Mao-de-Obra assistência ao
(PGMO) reassentamento;

• Avaliação do • Descrever os
risco de violência Mecanismo de
baseada no Reparação de
gênero (Plano de Reclamações
Acção sobre a (GRM).
VBG)

• Agências • Listagem nas


governamentais, páginas da
• Mensagem via e-
• Unidade de internet das
mail para admoestar
Implementação de agências
as partes • Re-divulgar
• Divulgar Plano de Projectos (UIP) interessadas sobre
governamentais,
pontualmente • UIP/MEF
Acção finalizado incluindo os
• ONGs, a divulgação e onde sempre que houver • MIC
3 sobre QGAS, ministérios
• Representantes da ter acesso aos alguma revisão • ADVZ
QPR, QPPI, relevantes para
sociedade civil, documentos significativa
PGMO e VBG o PLED; • ADIN
divulgados; • Pontualmente
• Representantes de • BM e outros
grupos comunitários; • Anúncio no Jornal
Noticias • Cópias via e-
• Representantes dos mail para
grupos de mulheres; indivíduos e

PEPI-MEF | F
AGÊNCIAS /
PARTE INTERESSADA MENSAGENS / MEIOS DE HORÁRIO /
OBJECTIVOS GRUPOS
N.° ALVO AGENDA COMUNICAÇÃO FREQUÊNCIA
RESPONSÁVEIS

PREPARAÇÃO DO PROJECTO
• Representantes do organizações
governo municipal importantes

• Agências
governamentais,
• Unidade de
• UIP/MEF
Implementação de • Negociação de
Projectos (UIP) arrendamento com • Antes da • MIC
• Aquisição • ONGs, proprietários construção do • ADVZ
• Reuniões projecto
5 Eventual de confirmados de • ADIN
• Representantes da presenciais
Terrenos terra identificados • Quantas vezes
sociedade civil, • Proprietário de
para propósito do forem necessárias
• Representantes de terra ou seu
PLED.
grupos comunitários; representante

• Representantes dos
grupos de mulheres;

PEPI-MEF | G
AGÊNCIAS /
PARTE INTERESSADA MENSAGENS / MEIOS DE HORÁRIO /
OBJECTIVOS GRUPOS
N.° ALVO AGENDA COMUNICAÇÃO FREQUÊNCIA
RESPONSÁVEIS

PREPARAÇÃO DO PROJECTO
• Representantes do
governo municipal

• Agências
governamentais,
• Unidade de
Implementação de
Projectos (UIP)
• UIP/MEF
• ONGs, • Antes da
• Preparar o construção do • MIC
• Representantes da • Reuniões
6 instrumento da projecto • ADVZ
sociedade civil, presenciais
AIAS ESIA • Quantas vezes • ADIN
• Representantes de
forem necessárias • Consultor
• Preparação da grupos comunitários;
AIAS ESIA • Representantes dos
grupos de mulheres;
• Representantes do
governo municipal

• Agências • UIP/MEF
• Antes da
governamentais, • Discutir sobre as • Reunião de • MIC
implementação do
• Unidade de constatações e Consulta Pública
7 projecto • ADVZ
Implementação de recomendações da • Reunião do
Projectos (UIP) AIAS ESIA • Frequência - • ADIN
Grupo Focal
pontual
• ONGs, • Consultor

PEPI-MEF | H
AGÊNCIAS /
PARTE INTERESSADA MENSAGENS / MEIOS DE HORÁRIO /
OBJECTIVOS GRUPOS
N.° ALVO AGENDA COMUNICAÇÃO FREQUÊNCIA
RESPONSÁVEIS

PREPARAÇÃO DO PROJECTO
• Representantes da
sociedade civil,
• Representantes de
grupos comunitários;
• Representantes dos
grupos de mulheres;
• Representantes do
governo municipal

• Agências
governamentais,
• Unidade de
Implementação de
Projectos (UIP)
• Levantamento • UIP/MEF
• ONGs, socioeconómico / • Quando a • MIC
• Representantes da medição detalhada; • Reuniões aquisição de terras
8 Preparação do PAR • ADVZ
sociedade civil, levantamento das presenciais for identificada
pessoas afectadas necessária • ADIN
• Representantes de
grupos comunitários; e os seus bens • Consultor
• Representantes dos
grupos de mulheres;
• Representantes do
governo municipal

PEPI-MEF | I
AGÊNCIAS /
PARTE INTERESSADA MENSAGENS / MEIOS DE HORÁRIO /
OBJECTIVOS GRUPOS
N.° ALVO AGENDA COMUNICAÇÃO FREQUÊNCIA
RESPONSÁVEIS

PREPARAÇÃO DO PROJECTO

• Agências
governamentais,
• Unidade de
Implementação de • Discutir sobre as
Projectos (UIP) perdas e as • Reunião • Antes da
• UIP/MEF
• ONGs, medidas de presencial com o construção do
reassentamento, chefe ou com o projecto - Todas as • MIC
• Representantes da
9 incluindo qualquer indivíduo Pessoas Afectas • ADVZ
sociedade civil,
compensação afectado do pelo Projecto PAP • ADIN
• Representantes de financeira; agregado devem ser
grupos comunitários; • Consultor
avaliação de activos familiar consultadas
• Representantes dos perdidos
grupos de mulheres;
• Representantes do
governo municipal

• Agências
governamentais, • Mensagem via e-
• UIP/MEF
• Unidade de mail para instar as • Nas páginas da
partes interessadas internet das • MIC
• Divulgação do Implementação de
10
Projectos (UIP) sobre a divulgação Agências • Pontual • ADVZ
PAR
e onde acessar os Governamentais • ADIN
• ONGs, documentos e do BM
• Representantes da • Consultor
divulgados
sociedade civil,

PEPI-MEF | J
AGÊNCIAS /
PARTE INTERESSADA MENSAGENS / MEIOS DE HORÁRIO /
OBJECTIVOS GRUPOS
N.° ALVO AGENDA COMUNICAÇÃO FREQUÊNCIA
RESPONSÁVEIS

PREPARAÇÃO DO PROJECTO
• Representantes de
grupos comunitários;
• Representantes dos
grupos de mulheres;
• Representantes do
governo municipal

• Agências
governamentais,
• Unidade de
Implementação de
Projectos (UIP)
• UIP/MEF
• ONGs, • Em curso até o
• Rever e avaliar a • MIC
• PGAS do • Representantes da • Por meio de e- PGAS ser
11 suficiência do PGAS • ADVZ
empreiteiro sociedade civil, mail considerado
dos empreiteiros • ADIN
• Representantes de aceitável
grupos comunitários; • Consultor
• Representantes dos
grupos de mulheres;
• Representantes do
governo municipal

FASE DE CONSTRUÇÃO

PEPI-MEF | K
AGÊNCIAS /
PARTE INTERESSADA MENSAGENS / MEIOS DE HORÁRIO /
OBJECTIVOS GRUPOS
N.° ALVO AGENDA COMUNICAÇÃO FREQUÊNCIA
RESPONSÁVEIS

PREPARAÇÃO DO PROJECTO

• Notificação
• Informar o público pública (rádio)
sobre o trabalho de • Avisos em • Pelo menos uma • UIP/MEF
extensão de rede, quadros de semana antes do
qualquer • MIC
• Trabalho de avisos de início dos trabalhos
12 • Publico Geral interrupção provável escritórios do • ADVZ
extensão da rede
aos motoristas e • Frequência - Várias
governo,
vezes durante as • ADIN
pedestres, bem edifícios
obras • Consultor
como os problemas públicos, salões
de gestão de tráfego comunitários
locais e escolas

• Informar o público • UIP/MEF


sobre qualquer • • MIC
• Construção / • Pelo menos uma
interrupção • Notificação
13 reabilitação de • Público em geral semana antes do • ADVZ
planeada na pública (por
instalações início dos trabalhos • ADIN
prestação de rádio)
serviços de saúde • Consultor

• Monitoramento • Analisar o relatório • UIP/MEF


sobre o sobre o • MIC
• Trimestralmente
desenvolvimento • Comité de direcção desenvolvimento da • Reuniões
14 enquanto vigorar o • ADVZ
da do projecto UIP e do Consultor presenciais
projecto • ADIN
implementação de Supervisão do
do projecto Projecto • Consultor

PEPI-MEF | L
AGÊNCIAS /
PARTE INTERESSADA MENSAGENS / MEIOS DE HORÁRIO /
OBJECTIVOS GRUPOS
N.° ALVO AGENDA COMUNICAÇÃO FREQUÊNCIA
RESPONSÁVEIS

PREPARAÇÃO DO PROJECTO

• UIP/MEF
• UIP, Consultor de • Rever o andamento • Reunião de • MIC
consulta pública • Mensalmente, e ou
Supervisão de da implementação;
15 conforme • ADVZ
Projectos e discutir e receber as • Reuniões necessário
Empreiteiro questões presenciais • ADIN
• Consultor

• UIP/MEF
• Solucionar as • Lidar com as • MIC
• Conforme
reclamações reclamações • Reuniões
16 • Oficial de GRM / UIP necessário (de • ADVZ
recebidas pelo encaminhadas ao presenciais
acordo com GRM) • ADIN
projecto Oficial da UPIP
• Consultor

FASE DE OPERAÇÕES E DE MANUTENÇÃO

• Listada nos
• Público geral
quadros de • UIP/MEF
• Todas as agências avisos do
• Informações gerais • MIC
• Disseminação de governamentais MINAGRIP; • Tão logo quanto
sobre as actividades
informação sobre • Comunidade Página da possível após o • ADVZ
17 agrícolas e pastoris
o projecto empresarial internet do início do projecto • ADIN
do projecto
• Organizações MINAGRIP;
da • Consultor
sociedade civil Notícias de
jornais e de

PEPI-MEF | M
AGÊNCIAS /
PARTE INTERESSADA MENSAGENS / MEIOS DE HORÁRIO /
OBJECTIVOS GRUPOS
N.° ALVO AGENDA COMUNICAÇÃO FREQUÊNCIA
RESPONSÁVEIS

PREPARAÇÃO DO PROJECTO
rádios após
abertura.
• Folhetos
informativos

PEPI-MEF | N
ANEXO V
FORMULÁRIO DE REGISTO/RECOLHA DE
RECLAMAÇÕES

PEPI-MEF | O
NOME DA ASSOCIAÇÃO: Nº DE MEMBROS:

MUNICÍPIO: Nº DE MULHERES

DISTRITO: Nº DE HOMENS

ALDEIA Nº DE CONTACTO:

NOME DO RECLAMANTE TIPO DE RECLAMAÇÃO:

DATA: / /20

DESCREVE POR PALAVRAS PRÓPRIAS O QUE ACONTECEU:

PEPI-MEF | P
PEPI-MEF | Q
ANEXO VI
MODELO SUGERIDO DE FORMULÁRIO DE
APRESENTAÇÃO RECLAMAÇÕES

PEPI-MEF | R
Este formulário de ser preenchido e depois de concluído, o mesmo pode ser impresso e
assinado, ou enviar uma foto da sua assinatura (instruções fornecidas abaixo) e enviar por e-
mail o formulário preenchido.

1. Informações do queixoso (Estas informações devem ser fornecidas. A identidade dos


reclamantes será confidencial se eles o solicitarem. Reclamações anónimas não serão
aceitas.)

Nomes e títulos:

Por favor, marque o que se aplica ao seu caso)

Posições/Organizações (se houver)

Endereços:

Números de contato:

Endereços de e-mail:

Por favor, indique como prefere ser contatado (e-mail, celular, etc.):

Será que solicita que a sua identidade seja mantida em sigilo? Marque Sim ou Não
abaixo

☐ Sim ☐ Não

2. Informações sobre o representante autorizado (se houver). (Caso os Representantes


Autorizados não sejam os próprios reclamantes, os seus nomes serão divulgados conforme
necessário, a fim de garantir a transparência).

Nomes e Títulos:

Posições/Organizações (se houver):

Endereços:

Números de contacto:

Endereços de e-mail:

3. Informação do Projecto

Nome do projecto (e número do projecto, caso esse seja conhecido) Projecto PLED

Localização do projecto (Província, Município, Cidade, Vila, Povoação, Aldeia, Bairro, etc.):

PEPI-MEF | S
4. A Reclamação

1. Que é o dano que acredita que o projecto financiado pelo Banco Mundial lhe causou
ou provavelmente lhe causará?

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________________________________________________________________________

Porquê é que acredita que o alegado dano resulta directamente do projecto financiado pelo
Banco Mundial?

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_________________________________________________________________________

Por favor inclua qualquer outra informação que considere relevante.

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_________________________________________________________________________

Esforços anteriores para resolver a queixa

1 Será que apresentou a sua queixa com base no mecanismo de reclamações do


projecto ou com base no mecanismo de reclamações da agência implementadora do
projecto?

☐ Sim Se SIM, por favor, forneça o seguinte:

Quando, como e com quem é que as questões foram levantadas.

Inserir texto

_________________________________________________________________________

2 Por favor, descreva qualquer resposta recebida e/ou quaisquer acções tomadas com
base no mecanismo de reclamações ao nível do projecto. Por favor, explique também porquê
é que a resposta ou as acções tomadas não são satisfatórias.

Inserir texto

_________________________________________________________________________

☐ Não Se NÃO, porque não?

Inserir texto

_________________________________________________________________________

PEPI-MEF | T
Como é que deseja ver a reclamação resolvida?

Inserir texto

_________________________________________________________________________

Será que tem outros assuntos ou factos (incluindo documentos de apoio) que gostaria de
compartilhar?

Inserir texto

_________________________________________________________________________

Assinatura do Reclamante (se for um Representante Autorizado que estiver a enviar a


reclamação e tiver uma carta separada fornecendo autorização que foi assinada pelo
Reclamante, o Reclamante não terá que assinar abaixo): Pode imprimir o formulário e
assiná-lo Alternativamente, pode adicionar uma foto da sua assinatura, se preferir.

Nome da pessoa que preencheu este formulário, se for diferente do Queixoso e/ou
Representante Autorizado:

Inserir texto

_________________________________________________________________________

Por favor, envie a reclamação para:

As reclamações podem ser enviadas por correio, fax, e-mail ou entrega em mãos à sede
do Banco Mundial ou a qualquer escritório do Banco Mundial.

PEPI-MEF | U

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