Este documento é uma análise subjetiva do conto "Pai contra Mãe", de Machado de Assis, feita por um aluno. Ele resume sua leitura em três pontos: 1) Inicialmente sentiu empatia pelos personagens Candinho e Clara, mas depois se incomodou com o fato de Candinho manter escravos; 2) O conto levanta o dilema moral entre enfrentar a miséria ou abrir mão da família, mas o aluno não concorda com a escolha de Candinho; 3) No final, o aluno ficou
Este documento é uma análise subjetiva do conto "Pai contra Mãe", de Machado de Assis, feita por um aluno. Ele resume sua leitura em três pontos: 1) Inicialmente sentiu empatia pelos personagens Candinho e Clara, mas depois se incomodou com o fato de Candinho manter escravos; 2) O conto levanta o dilema moral entre enfrentar a miséria ou abrir mão da família, mas o aluno não concorda com a escolha de Candinho; 3) No final, o aluno ficou
Este documento é uma análise subjetiva do conto "Pai contra Mãe", de Machado de Assis, feita por um aluno. Ele resume sua leitura em três pontos: 1) Inicialmente sentiu empatia pelos personagens Candinho e Clara, mas depois se incomodou com o fato de Candinho manter escravos; 2) O conto levanta o dilema moral entre enfrentar a miséria ou abrir mão da família, mas o aluno não concorda com a escolha de Candinho; 3) No final, o aluno ficou
Este documento é uma análise subjetiva do conto "Pai contra Mãe", de Machado de Assis, feita por um aluno. Ele resume sua leitura em três pontos: 1) Inicialmente sentiu empatia pelos personagens Candinho e Clara, mas depois se incomodou com o fato de Candinho manter escravos; 2) O conto levanta o dilema moral entre enfrentar a miséria ou abrir mão da família, mas o aluno não concorda com a escolha de Candinho; 3) No final, o aluno ficou
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
DEPARTAMENTO DE LETRAS ÁREA: TEORIA DA LITERATURA DISCIPLINA: TEORIA DA NARRATIVA (LET 0570 – 60h/a – 2021.1) PROFESSOR: HENRIQUE EDUARDO DE SOUSA ALUNO: BRUNO RADNER BEZERRA DE OLIVEIRA – MATRÍCULA: 20200150874
Leitura subjetiva do conto Pai contra Mãe, de Machado de Assis
O conto em questão me desencadeou sentimentos bastante conflitantes. No princípio,
parecia tratar de forma corriqueira, e de certo modo ácida, de um tema espinhoso – a escravidão. À altura, considerei que fosse enveredar com ironia e finesse pela estrada da denúncia; mas, então, comecei a sentir tamanha empatia e proximidade sentimental pelos descaminhos da vida de Candinho e Clara. Clara e Candinho me fizeram recordar bastante de meus avós, trabalhadores informais que também penaram por sua subsistência, trocando sempre de casas alugadas e nunca desistindo da família. O relato da vida desses personagens me transportou para a infância e reavivou um sentimento nostálgico de quando ia visitar os meus familiares. Meus próprios pais, casal jovem e compromissado com a missão de construir família, mudaram-se várias vezes para casas alugadas nos primórdios da vida em comum. Até então, a empatia que eu estava sentindo por este casal jovem que levava a vida com sorriso no rosto mascarava o motivo da fonte de ganho de Candinho. Confesso que essa questão ficou em segundo plano, embora o incômodo estivesse ali. Foi como se o texto nos levasse mais para a construção de uma empatia por essa gente que tinha vida difícil nos desviando do fato que havia gente de vida mais difícil ainda, que teria que recorrer à fuga de seu cativeiro. Embora eu tenha me identificado pessoalmente com Candinho, pois compartilhamos da dificuldade de se estabelecer profissionalmente, discordo fortemente dos seus métodos. O conto então nos conduz para um grande dilema moral: enfrentar a miséria, mesmo com métodos obtusos, ou abrir mão da família tão esperada. Confesso que nesse ponto eu já me sentia deveras incomodado com as parcas escolhas de ação. Tenho consciência da vida difícil de uma família de classe baixa vivendo em condições instáveis, mas... e a dignidade humana dos cativos? O clímax só agravou meu desconforto. Candinho dirigindo-se resignado para entregar o filho, cobrindo-lhe de afeto, e encontrando a solução de seus problemas na forma de uma mulher ainda mais desesperada que ele... não foi um final fácil de digerir. Como ainda não sou pai, não posso me colocar em seus pés; porém, me chocou a facilidade com que ele entregou para o suplício uma pessoa que se encontrava na mesma situação que sua própria esposa alguns momentos antes. Machado me surpreendeu, digo até de forma assustadora, ao recriar a imagem da brutalidade do sistema escravista, imagem esta que a ternura da família salva não conseguiu apagar. Não consegui sequer comemorar a felicidade de Candinho e Clara, pois já me encontrava com um nó na garganta. Será mesmo que os fins justificam os meios? Eu não conseguiria seguir o mesmo curso de ação de Candinho. Mas esta é a minha realidade e mentalidade de alguém que hoje não tem filhos e entende que os seres humanos são iguais. Posso assegurar, com toda certeza, que foi um dos textos mais difíceis que li, não pela forma ou linguagem, mas por causa das sensações que provoca.