Ambiental 2
Ambiental 2
Ambiental 2
UNIDADE I
SOCIOAMBIENTAL/AMBIENTAL
Como abordado, compreende-se como socioambientais (ou ambientais) as
relações existenciais entre sociedade e natureza. É algo inseparável, que tem como
produto o trabalho.
Não há, nessa relação, superioridade ou inferioridade entre as partes, mas um
equilíbrio. Torna-se importante a fixação dessa “balança equilibrada”, pois durante
séculos existiu uma discussão acerca de uma superioridade entre as partes: ora, a
sociedade é responsável pela regência do seu meio; ora, a gerência ocorre no sentido
inverso. Essa discussão de questões de meio físico e social foi fundamental para o
surgimento de determinadas ciências, como a Geografia.
A ideia de que o meio físico era superior ao homem fez com que surgisse o
conceito de espaço vital, de que o homem necessitava explorar os recursos para que
ocorresse um equilíbrio. Essa forma de pensamento, denominada determinista, foi
elaborada por Friedrich Ratzel e largamente incorporada nas ideologias de Hitler para o
nazismo, sendo esse um dos primeiros relatos escritos sobre a implementação das
questões sociais sobre o ambiente.
MEIO AMBIENTE
ÁREAS DEGRADADAS
DESERTIFICAÇÃO
A desertificação adentra os temas globais em discussão na Organizações das
Nações Unidas (ONU).
A utilização de recursos naturais de forma inapropriada, somada às
mudanças climáticas e aspectos físicos naturais, ocasiona uma degradação de tal
forma que torna impossível a regeneração dos locais explorados, fazendo surgir
áreas áridas e semiáridas.
Esse debate foi iniciado devido a problemas existentes no continente africano,
alvo de grandes preocupações. Por envolver aspectos de auxílio financeiro, países como
os Estados Unidos entraram na “corrida”, com o intuito de adquirir lucros, contestando
a existência de áreas em processo de desertificação em seu território. No entanto,
atualmente existe um mapeamento e acompanhamento dos países com tendências ao
processo de desertificação, que podem ser encontrados nas Américas, África e Europa.
No Brasil, as áreas susceptíveis à desertificação são encontradas na Região
Nordeste. Um dos núcleos de estudos é o município de Cabrobó, Pernambuco, que se
encontra em processo avançado. A utilização das técnicas de agricultura por inundação,
associada à topografia do terreno e alta evapotranspiração devido às condições
climáticas, ocasionou a formação de extensas camadas de sais no solo, tornando-o
improdutivo e causando abandono das áreas. As pesquisas estão concentradas nos
aspectos de impactos socioambientais, bem como na tentativa de mitigar o problema.
As problemáticas não se restringem aos aspectos físicos, pois os fatores sociais
são duramente afetados. Ao tornar o solo improdutivo, ocorre um impacto direto na
produção de alimentos, bem como o abandono dos locais pelos moradores. Nesse
processo, há uma queda na arrecadação econômica. Sendo a região responsável por
produzir alimentos para outros municípios, estados e afins, o processo ocasionará
desabastecimento e prejudicará milhares de famílias. Fatores como esses ressaltam a
preocupação das entidades governamentais sobre o tema.
EFLUENTES
Umas das temáticas mais trabalhadas pelas empresas no setor ambiental são os
efluentes. A água é um bem precioso, utilizado corriqueiramente em nossas atividades
do cotidiano. O processo de “chegada, recebimento” da água é denominado afluente; e
a “saída”, denominada efluente.
Devido à mistura com outros compostos, orgânicos e inorgânicos, como
gorduras, pesticidas, metais e afins, os efluentes tornaram-se uma temática de grande
discussão, pois o destino, em sua maioria, são os rios. Ao serem lançados em aquíferos,
um dos principais problemas é a carga microbiana existente no material, que ocasiona
sequestro de oxigênio e impede o desenvolvimento e manutenção da vida aquática.
Os metais são outro exemplo de grandes preocupações, devido à capacidade de
se acumular nos organismos. Os acúmulos podem acontecer em seres humanos, por
meio da ingestão, acarretando sérios problemas de saúde.
Atualmente, há empreendimentos com estações de tratamento e monitoramento
constante, por meio de análises químicas que atendem às legislações ambientais.
Pesquisas nessa temática registram grandes avanços, principalmente pela aplicação de
carvões ativados como adsorventes. Outros buscam a utilização de organismos vivos,
como plantas aquáticas, para realização de tratamentos. O propósito, porém, vai além do
tratamento, e busca a reutilização para fins de serviços gerais ou alguma etapa de
processo produtivo.
No Brasil, a importância do tema reflete-se na construção de linhas de pesquisas
em cursos de mestrado e doutorado, que se propõem a estudar o problema e buscar
soluções.
BIOENERGIA
ECONOMIA VERDE
PADRÕES DE CONSUMO
MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Para compreensão desse tema, uma primeira definição precisa ser esclarecida,
que é a diferença entre clima e tempo. O tempo é algo mutável – um dia poderá ser
de sol, e o outro é de chuva. Já o clima é uma observação das modificações do
tempo numa faixa mínima de 30 anos.
Quando falamos de mudanças climáticas, a referência é uma grande
modificação no clima em escala regional ou global. Essa mudança pode apresentar
sérios riscos à qualidade de vida da população. Áreas de climas frios, por exemplo,
podem apresentar constante aquecimento.
As constantes emissões de poluentes são as principais causadoras da
problemática, uma vez que podem provocar reações com o ozônio atmosférico e
ocasionar aumento na destruição de filtragem dos raios ultravioletas. Esse
processo é denominado aquecimento global.
Ocorrem grandes discussões na comunidade acadêmica sobre essa temática.
Alguns estudiosos afirmam que a Terra se encontra em um processo de aquecimento
natural, com tendências futuras de ocorrer um resfriamento, já que, no contexto
histórico de formação do planeta, existem evidências de processos de glaciação e
deglaciação.
Entretanto, a maior quantidade de pesquisas aponta que os impactos ocasionados
ao ambiente, principalmente pela emissão de gases tóxicos no ar, são os principais
responsáveis por esse processo atualmente.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO
A procura pela compreensão dos aspectos de interrelação dos seres vivos com
seu ambiente é denominado ecologia. Entre seus campos de pesquisa, busca-se o
entendimento dos padrões e diversidades de espécies, modificações fisiológicas ou
genéticas, ciclos biogeoquímicos e afins.
São assuntos de extrema complexidade que envolvem, em determinados casos,
anos de pesquisas para obtenção de resultados.
O bioma é compreendido pela delimitação de uma região com características
(climáticas, fisiológicas, geomorfológicas, entre outros aspectos) bem definidas. No
território brasileiro há seis biomas: Mata Atlântica, Amazônia, Cerrado, Caatinga,
Pantanal e Pampa.
Denomina-se ecossistema a interação dos fatores bióticos e abióticos, e se
propõe estudar suas respectivas influências. Esse é um conceito bastante utilizado e
estudado pelos ecologistas. Contudo, os setores de tecnologia da informação também
têm-se apropriado dessa terminologia.
Recentemente, o termo ecossistemas de inovação tem ganhado espaço nos
debates. Seu objetivo é uma parceria sólida entre entidades governamentais, empresas e
instituições universitárias, visando à construção e implementação de parques
tecnológicos. Os temas que têm foco são aqueles voltados ao campo das engenharias,
informática e outros que envolvem a tecnologia da informação.
EQUIDADE SOCIAL
A busca por uma sociedade mais justa é uma das lutas ambientais atuais. A
questão de justiça não deve se restringir aos aspectos do ser humano em sua relação
com o meio físico, mas abranger também a relação entre seres sociais.
SEGURANÇA ALIMENTAR
RESÍDUOS SÓLIDOS
RACISMO ESTRUTURAL
Vivemos em uma sociedade diversificada. Contudo, as políticas étnicas e de
respeito ao próximo, em alguns casos, não são implementadas.
No histórico de desenvolvimento humano, a ascensão de um determinado grupo
social e inferiorização de outro é algo ainda encontrado neste século. Essa trajetória
histórica, que põe em prática uma cultura que atinge diferentes grupos sociais de forma
negativa, sem respeito à ética civil, é denominada racismo estrutural.
HISTÓRICO DOS DEBATES A RESPEITO DE ÉTICA E
RESPONSABILIDADE SOCIAL NO BRASIL E NO MUNDO
O debate sobre a reponsabilidade social tem seu principal início marcado pela
Revolução Industrial no século XVIII. A situação precária de trabalho, em maioria
exploratórios, fez diversos teóricos debaterem a problemática.
Entre as teorias realizadas, uma se encontra em debate até os dias atuais: Karl
Marx elabora as primeiras formulações sobre o capitalismo. A corrente de
pensamento de Marx era uma dura crítica à exploração exacerbada da classe
operária, e, em contrapartida, aos lucros e à concentração de renda que estavam
nas mãos dos grandes donos de empreendimentos. Além disso, as teorias de Marx
também contemplavam questões ambientais devido aos altos níveis de poluição que
se alastravam pela Europa.
As problemáticas relacionadas ao trabalho exploratório fizeram a classe operária
procurar lutar por alguma forma de garantia de direitos. Esse fator estava atrelado,
também, à constante modernização fabril, que diminuiu a dependência de mão de obra e
fez com que antigos artesões se tornassem desempregados. Essas perspectivas levaram
os operários a lutar e a construir sindicatos, reconhecidos pelo parlamento inglês
após várias lutas, que também resultaram no surgimento de movimentos grevistas.
Outro ponto está atrelado ao engajamento dos setores públicos nas temáticas
ambientais. A preocupação com a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida social foi
peça-chave para o surgimento de encontros que buscassem propor soluções de
mitigação. Reuniões que anteriormente eram realizadas para atender às preocupações
com as perspectivas econômicas passaram a ser substituídas pelas pautas ambientalistas.
O movimento hippie, ocorrido nos anos 1960, também faz parte de uma
importante conjuntura dos debates sociais. Iniciado com a luta contra o uso de
armas nucleares, incorporou temáticas importantes em seu discurso, como o
respeito à natureza, homossexualidade, preconceito racial e consumo consciente,
dando margem a outros debates pouco comentados naquele período.
MOVIMENTOS MUNDIAIS
CONFERÊNCIA DE ESTOCOLMO
PROTOCOLO DE QUIOTO
A Agenda 21, definida pela ONU na Eco-92, reafirma, dentre outros princípios básicos,
a reorientação da educação a um desenvolvimento ambientalmente sustentável e o
aprofundamento da conscientização pública. Em consonância com esta, em 2015 criou-
se a Agenda 2030, um plano de reafirmação das metas estabelecidas em 1992 que
também dá continuidade aos esforços das agora 192 nações que fazem parte do tratado.
I. Educação básica:
a.Educação infantil;
b.Ensino fundamental;
c. Ensino médio.
II.Educação superior;
III.Educação especial;
IV.Educação profissional;
V. Educação de jovens e adultos.
De maneira geral, a escola pode ser um dos locais mais propícios para a
realização de iniciativas de educação ambiental, por propiciar a inovação de costumes
que não se limitam apenas aos conceitos ambientais, podendo ainda englobar questões
culturais e sociais. Acredita-se que, assim, poderíamos alcançar um resultado mais
efetivo e promissor diante das situações vivenciadas no contexto socioambiental, e que
englobam o descarte do lixo de forma incorreta, os impactos ambientais e
biodiversidade e, também, o tipo de interação ecológica que há nas relações humanas
com a natureza.
UNIDADE II
RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
Nos últimos séculos, o ser humano passou a interferir cada vez mais nos
processos naturais. Ao longo do século XX, inúmeros avanços tecnológicos e
crescimento econômico foram obtidos. Com o aprimoramento tecnológico e inúmeras
descobertas em todas as áreas do conhecimento, passamos a controlar os elementos da
natureza e a aumentar sua capacidade de produção. Muitos desses avanços visaram à
produção e o consumo sem avaliar questões de risco ambiental e social.
O crescimento populacional no pós-guerra (com consequente aumento pela
demanda por combustíveis fósseis, alimentos e tecnologia) resultou em um fluxo
enérgico desequilibrado ecossistemicamente. Há muitos anos estamos sendo alertados
sobre a insustentabilidade dos hábitos de consumo resultantes da economia capitalista.
Atualmente, as sociedades tornaram-se cada vez mais complexas e conectadas.
Desenvolveu-se o modo globalizado de vida, sendo que padrões de consumo adotados
em escala mundial resultam em perdas progressivas de características geográficas,
regionais e culturais, bem como na contaminação ambiental, que resulta em perda de
diversidade de fauna e flora.
Nesse mesmo contexto, surge o termo responsabilidade socioambiental.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente (2020), a responsabilidade socioambiental
está ligada a ações que respeitam o meio ambiente e políticas que tenham entre
seus principais objetivos a sustentabilidade. Responsabilidade socioambiental
também pode ser compreendida como um conjunto de práticas exercidas por
cidadãos, governos e empresas públicas e privadas que têm por objetivo
providenciarem a inclusão social (responsabilidade social) e o cuidado com o meio
ambiente (responsabilidade ambiental).
Se de um lado temos observado diversas atividades que causam degradação
socioambiental e colocam em risco a qualidade de vida e a sobrevivência das futuras
gerações, do outro há diversas organizações se mobilizando para nos conscientizar da
necessidade de mudança para que o planeta Terra e a humanidade possam coexistir.
Uma vez que elas já existem e não se mostraram totalmente efetivas, as práticas
de responsabilidade socioambiental vão além de Leis. Atualmente, os programas devem
fomentar e inserir a responsabilidade socioambiental como um compromisso diário a ser
adotado pela sociedade, de forma a garantir a existência de um mundo melhor para as
futuras gerações.
Lembrando que se trata de uma vertente global, diversas ações podem ser
adotadas a fim de inserir as práticas de responsabilidade socioambiental no dia a dia
pessoal e profissional. Hoje, a sociedade sabe identificar cidadãos, instituições,
organizações e empresas que investem em políticas e na cultura organizacional
sustentável, posicionando-se de forma ética e responsável.
A Lei 5.452 é uma das principais leis sociais brasileiras; ela rege os direitos dos
trabalhadores. Nela, são discutidas questões sobre registro em carteira de trabalho e
rescisão contratual, vale-transporte, descanso semanal remunerado, pagamento de
salário, férias, fundo de garantia do tempo de serviço (FGTS), décimo terceiro salário,
hora extra, adicional noturno, aviso prévio, licença maternidade e paternidade.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Sem dúvida, não podemos conceber um mundo sem uso de fontes energéticas.
Porém, existem diversas alternativas sendo disponibilizadas e aprimoradas pela ciência.
Diante desse contexto, abordamos a ideia de energia limpa. Ela vem de fontes de
energia renováveis, quando optamos por utilizá-las, estamos reduzindo a emissão de
gases do efeito estufa para a atmosfera. São exemplos de energia limpa aquelas
provenientes de fontes solares, eólicas, geotérmicas, hidráulicas e maremotrizes.
AGENDA 21
A Cúpula da Terra, também conhecida como Eco-92 ou Rio 92, realizou-se no Rio
de Janeiro, em 1992, e finalizou a Agenda 21. Nela, determinou-se a relevância dos
países em parceria com empresas, organizações governamentais e não
governamentais em se comprometerem com estudos para avaliar e com bater os
problemas socioambientais. Desde a sua finalização, a Agenda 21foi aprimorada e
adaptada a condições mais palpáveis para os níveis de desenvolvimento de cada País. É
importante lembrar que cada País desenvolveu sua Agenda 21, inclusive o Brasil. Ela
discutiu assuntos de extrema relevância socioambiental, como: combate à pobreza,
mudança nos padrões de consumo, cooperação internacional, proteção e promoção da
saúde humana, proteção da atmosfera e de ecossistemas, proteção da biodiversidade,
proteção da infância, desenvolvimento rural, Dia da Mulher, fortalecimento das
populações indígenas, dos trabalhadores, dos agricultores, do comércio e da indústria
etc.
partir da Agenda 21, pôde-se refletir sobre a ação humana segundo os moldes industriais
e capitalistas. De forma sinérgica, buscou-se (e busca-se até os dias atuais) promover a
qualidade de vida e não apenas o crescimento individual estimulado pela produção e
consumo injustificado.
AGENDA 30
Em 2015, durante uma Assembleia Geral da ONU que ocorreu nos Estados
Unidos, elaborou-se um plano guia para a ação da comunidade internacional, que
elencava os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 169 metas para
erradicar a pobreza e promover vida digna a todos, considerando os parâmetros
sustentáveis de uso dos recursos naturais. O documento Transformando o mundo: a
Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável, que deve ser cumprido até 2030,
traz um plano de ação para as pessoas, o planeta e a prosperidade.
OS 17 ODS’s SÃO:
Os objetivos e metas definidos na reunião devem ser inseridos na realidade de
cada País signatário, considerando suas prioridades internas, mas voltando-se para um
desenvolvimento global. Eles são integrados e indivisíveis, e mesclam, de forma
equilibrada, as três dimensões do desenvolvimento sustentável: a econômica, a social e
a ambiental.
CONTEXTO ATUAL
ECOEFICIÊNCIA
OS 7 R’s DA SUSTENTABILIDADE
EMPRESA SUSTENTÁVEL
Sustentabilidade espacial
Sustentabilidade cultural
Sustentabilidade política
Microsoft
–
Já foi eleita a empresa mais sustentável do mundo. Desenvolveu, por exemplo, um
sistema de inteligência artificial para combater o aquecimento global;
Coca-cola
–
Em 2012, mudou a cor das latas e rótulos para conscientizar a sociedade sobre a
necessidade proteção dos ursos polares, um dos personagens símbolos da marca;
Nike
–
Criou o Making App para inspirar designers de moda a trabalhar com materiais
ecológicos a partir de seus produtos;
Toyota
–
Desenvolveu o Prius, o primeiro veículo híbrido do mundo.
A missão do ProNEA é:
Promover educação que contribua para um projeto de sociedade que integre os
saberes nas dimensões ambiental, ética, cultural, espiritual, social, política e
econômica, impulsionando a dignidade, o cuidado, o bem viver e a valoração de
toda forma de vida no planeta.
Povos africanos:
–
Grupo humano que sofreu uma migração involuntária, pois foram capturados e trazidos
para o Brasil, especialmente entre os séculos XVI e XIX. Nesse período,
desembarcaram no Brasil milhões de negros africanos, que vieram para o trabalho
escravo. Os escravos trabalharam especialmente no cultivo da cana-de-açúcar e do café.
Nada mais oportuno do que entender cultura e diversidade cultural após termos
debatido muito as demandas do conceito de ética. Assim, vamos iniciar tecendo a
definição de cultura. Lembrando logo de início que cada um tem a sua e a vida segue
rica e bem fecunda porque somos diferentes, mas podemos comunicar nossas diferenças
e construir novas possibilidades de viver.
A cultura é compreendida pela teia de significados, isso porque se as relações se
traçam com interligações de valores e símbolos e tradições, tudo o que dá sentido
dinâmico à cultura vemos com olhos de necessidade de compreensão do que vem a ser a
diversidade cultural.
Dessa forma, a cultura é única para cada grupo e singular em cada indivíduo. No
mundo existem milhares de trações culturais, símbolos, pensamentos, manifestações e
identidades culturais, tal diversidade enriquece nosso mundo social.
O conceito de identidade ganha destaque com o nascimento do
multiculturalismo, o qual nos mostra a face de que os imigrantes e as diversas minorias
buscam o direito da diferença, o direito de ter uma identidade própria digna de respeito.
Por outro lado, os grupos maioritários colocam em debate tal pretensão, temendo, entre
a expansão de múltiplas identidades que competiriam para enfraquecer e fragmentar a
identidade nacional, a própria sustentação do Estado.
O debate sobre a questão da diversidade cultural, que abre para todo um feixe de
outros debates importantíssimos, nos faz pensar que com a educação podemos formar
indivíduos que entendam que ser diferente é poder trazer algo novo na troca cultural. A
fundamentação do respeito da ética está no bojo dessa compreensão.
Em meio aos pensamentos sobre a diversidade, podemos pensar também a
diversidade étnica, religiosa e de gênero.
Quanto a diversidade étnica, temos muito a comemorar desde que superamos a
explicação da existência de diferentes culturas pelo conceito de raça, para o conceito de
etnia. Uma vez que se concluiu que falar em raça é apontar diferenças puramente
biológicas, físicas, sem considerar as questões de fundo cultural para a compreensão dos
diferentes povos. Com o conceito de etnia, vemos um alargar dessa possibilidade de
entendimento do outro.
No Brasil, o termo relações étnico-raciais é muito utilizado para debater as
questões de relações raciais e étnicas, que estão muito além da cor da pele e das origens
culturais. Há um misto desses olhares na alocação e interpretação dos lugares sociais
que os indivíduos ocupam na sociedade. Portanto, falar de raça ou de etnia em nossa
cultura vai trazer um apanhado de significações de quem fala, como fala e por que fala,
o chamado “lugar de fala”. É também com estas construções que nascem conceitos e
alocações culturais denominadas de racismo, preconceito e discriminação. Estes podem
ser de raça ou etnia, mas tendem a ser explicados pela questão racial.
Enquanto o preconceito é definido como uma percepção sobre as coisas, muitas
vezes herdada por conta da socialização recebida, a discriminação é a própria prática do
preconceito. Assim, o racismo trata-se de uma construção ideológica de que existem
raças diferentes e que estão submetidas a uma hierarquia de classificação como
inferiores e superiores. Nesse caso, essa teoria sempre acaba por delegar aos negros os
mais baixos graus de status social na sociedade. O racismo é uma teoria perversa, que
separa e agride os indivíduos que pertencem ao grupo discriminado.
A diversidade étnico-racial deve ser pensada por toda a comunidade escolar,
pelos gestores educacionais que são importantes na formação dos indivíduos.
Compreender que negros e brancos têm sua importância e valor cultural é
colaborar para o entendimento da diversidade cultural e étnica. É importante saber que a
cultura afro-brasileira compõe nossa trajetória de formação de nação. Não é possível
falar de diversidade étnica sem considerar que o Brasil, após a abolição, atravessou
grandes lutas pelo reconhecimento desta cultura que inclui as lutas sociais, a
miscigenação, a discriminação, o sincretismo.
Vemos no Brasil, de forma muito clara, a existência de um preconceito racial
contra negros e mulatos. Os mulatos passam por menor discriminação que os negros,
mas também são discriminados e sofrem preconceito. Constantemente presenciamos
discussões que envolvem o preconceito racial e a discriminação étnica dos indivíduos,
com falas como: “você é negro”, “você é indígena”, “por isso não conseguiram obter
êxito em nada…”. Por aí vai.
A discriminação e o preconceito ocorrem também em relação as questões
religiosas, normalmente há uma perseguição e preconceito com as religiões de matrizes
africanas. Incrível que normalmente entendemos que a religião deve trazer coisas boas
aos indivíduos, pois nelas os mesmos depositam sua fé espiritual e dedicam-se
professando. No entanto, por ignorância, ou mesmo maldade, muitos indivíduos
constroem guerras, matam e perseguem religiões diferentes das suas. O etnocentrismo
predomina nesses casos e faz com que a religião de uma pessoa seja considerada a
melhor ou a que tem mais pureza, etc.
Temos lei contra o Racismo. Superação deste fenômeno de pejoração negativa
das diferentes religiões só acontece quando os indivíduos estão disponíveis para
conhecer a diversidade religiosa. Conhecer é importante para melhor conviver. Isto não
significa converter-se.
Quando estudamos um pouco, vemos que o catolicismo tradicional também teve
influência africana no culto de santos de origem africana como: São Benedito, Santo
Elesbão, Santa Efigênia e Santo Antônio de Noto (Santo Antônio do Categeró ou Santo
Antônio Etíope); no culto de santos também há aqueles que podem ser associados aos
orixás africanos como São Cosme e Damião. O próprio São Jorge (Ogum no Rio de
Janeiro), Santa Bárbara (Iansã), além daqueles oriundos da criação de santos populares
como a Escrava Anastácia.
É comum ver que igrejas pentecostais do Brasil, que são contra as religiões de
origem africana, na realidade têm várias influências destas, como se nota em práticas
como o batismo do Espírito Santo e crenças como a de incorporação de entidades
espirituais (vistas como maléficas). O Catolicismo nega a existência de orixás e guias, já
as igrejas pentecostais os denominam como demônios.
A ideia de sincretismo religioso, a transculturação das religiões, como ocorre na
umbanda, por exemplo, tem origem nos fatores histórico-culturais da história do Brasil.
Por isso, é preciso compreender que a diversidade religiosa existe e precisa ser
respeitada.
No cenário relativo a compreensão das relações de gênero e sua diversidade
também não encontramos eco no respeito. Pois na atualidade vemos que a conceituação
que acrescenta nessa polêmica é a de que orientação sexual e identidade de gênero são
diferentes e precisam ser compreendidas.
A diferença de gênero informa ao mesmo tempo que produz e é produzida por
esta ideia da diferença que não é universal e sim construída culturalmente. Dessa forma,
são as posições culturais construídas por homens e mulheres, a partir do olhar que eles
têm do compromisso com suas escolhas pautadas na orientação sexual e na diversidade
de gênero, que dão sentido às suas histórias e lugares nessa discussão. É importante
entender como os indivíduos tem se referenciado, a partir desse olhar.
Esses conhecimentos são importantes pois levam ao combate de práticas de
preconceito e discriminação, fundamentados em ideologias homofóbicas e de violências
de gênero.
Ética e Cidadania na Sociedade Tecnológica
Assistimos a uma era em que a tecnologia está no bojo de todas as coisas que
realizamos no mundo social.
O conceito de inteligência coletiva, constituindo-se em inteligências conectadas,
isto é, o uso colaborativo das várias inteligências mediante processos de comunicação e
tecnologias em rede. Este novo desenho pedagógico de formação dos indivíduos propõe
uma revisão da forma tradicional de ensinar e aprender, a construção de saberes e as
trocas comunicacionais ganham uma dimensão mais personalizada.
Apesar do aparato legal acima referido, os dados mundiais seguiram apontando que
seres humanos ainda são vítimas de ideologias e tratamento racista e segregacionista,
principalmente com o surgimento de novas tecnologias e o advento da globalização, que
trouxeram próprios de seus campos. Por isso a urgência de novas medidas e esforços
focados em nível nacional e internacional.
Ainda temos muito a saber sobre os conceitos de racismo e xenofobia que são
processados de forma estrutural, fundamentando guerras santas e étnicas, como ocorre
no Oriente Médio na atualidade. Tal situação de desumanidade tem tirado a vida de
muitas famílias, mulheres, homens, jovens e crianças.
Esse tipo de conteúdo relacionado a origem do Brasil e a relevância que deve ser
dada aos povos originários e introduzidos é trabalhado na educação das relações étnico-
raciais.
Essa temática começou a ser introduzida, em âmbito legal, na Lei de Diretrizes e
bases da educação em 1961 - LDB/1961, onde já se verificava a coibição de tratamento
diferencial na escola baseado na raça. O processo de constituição da educação das
relações étnico-raciais como política pública é completamente paralelo à composição
das políticas de promoção da igualdade racial, como observado no capítulo anterior. É
possível afirmar que o ponto de afluência dessa política é a aprovação da Lei
10.639/2003, ocorrida no mesmo período de diversas legislações que estabelecem e
organizam as políticas de promoção da igualdade racial no Brasil. Contudo, no contexto
das políticas educacionais, essas ações relativas à temática étnico-racial são recentes.
Foi só com a Constituição de 1988, a educação como política social universal,
com o objetivo de formar os estudantes para a vida e para o mercado de trabalho.
Nessa mesma constituição, dita cidadã, foram ratificados o princípio da
igualdade, do padrão de qualidade e do respeito à diversidade. Com a atualização da Lei
de Diretrizes e Bases da Educação - Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, a
educação é compreendida como um sistema que engloba:
Educação Infantil;
Educação Básica;
Educação de Jovens e Adultos;
Educação Profissional;
Educação Superior;
Educação Especial.
Entendemos a pouco sobre a LBD 9394/96 e a importância que deve ser dada a
questão étnica e racial, mas essa lei ainda ficava subjetiva em algumas questões, assim
foi criada a Lei 10.639/2003 que veio especificar, detalhar e obrigar o ensino de História
e Cultura-Brasileira e Africana na Educação Básica, alterando a LDB a fim de:
Promover um currículo escolar antirracista e valorativo da
população negra;
Promover a inserção da história e cultura africana e afro-
brasileira, porém sem estabelecer um limite temporal para a
sua implementação, nem o mínimo dessa inserção no
currículo.
Essa lei acabou traçando um caminho de um maior entendimento em relação a
educação das relações étnico-raciais, primeiro por que contempla integralmente a
proposição expressa pelo MNU na Convenção do Negro na Constituinte em 1986, que
indicava: “É obrigatória a inclusão nos currículos escolares de 1º e 2º graus, do ensino
de História da África e da História do Negro no Brasil.” (Convenção do Negro na
Constituinte, 1986). Segundo porque estabelece que o ensino de história deva considerar
as matrizes africanas, indígenas e europeias da formação do Brasil. Para Diante de toda
a produção existente sobre a tensão no Brasil no que se refere à raça e, em especial, às
condições da população negra, mas representa um avanço, se considerada a total
omissão no projeto apresentado pelas entidades dos professores”.
UNIDADE IV
DIREITOS HUMANOS
Podemos dizer que foi a partir das duas revoluções, a americana e a francesa. A
revolução americana ou Declaração dos Direitos dos Cidadãos dos Estados Unidos que
assegurava alguns direitos aos nascidos naquele país como o direito à vida, à
liberdade, à igualdade e à propriedade.
Esses direitos estabelecidos asseguravam a população que o governo não poderia
atacá-los sem base jurídica, ou seja, sem o devido processo e julgamento dentro dos
parâmetros da lei.
Em 1789, estourou a Revolução Francesa que foi redigida a Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão, baseada em ideais iluministas e no tripé: igualdade,
liberdade e fraternidade. Essa declaração tinha por objetivo assegurar que “nenhum
homem deveria ter mais poder ou direitos que outro –o que representava o ideal
republicano e democrata, que à época ameaçava o Antigo Regime, no qual apenas uma
pessoa concentrava poderes, o rei”.
Mas foi em 1948 que foi publicada a carta oficial dos direitos humanos, a
famosa Declaração Universal dos Direitos Humanos, a qual asseguraria para a
humanidade, os seus direitos básicos.
Declaração Universal dos Direitos Humanos foi criada após 3 anos da criação da
Organização das Nações Unidas (ONU), que iniciou suas atividades em fevereiro de
1945.
São uma série de direitos básicos assegurados a todo e qualquer ser humano sem
distinção de classe social, raça, nacionalidade, religião, cultura, profissão, gênero,
orientação sexual ou qualquer outra variante possível que possa diferenciar os seres
humanos.
Os Direitos Humanos não são uma invenção, e sim o
reconhecimento deque, apesar de todas as diferenças,
existem aspectos básicos da vida humana que devem ser
respeitados e garantidos.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi redigida a
fim de resguardar os direitos já existentes desde que houve
qualquer indício de racionalidade nos seres humanos. Assim
sendo, ela não criou ou inventou direitos em seus artigos,
mas se limitou a escrever oficialmente aquilo que, de algum
modo, já existia anteriormente à sua redação.
A liberdade e da igualdade deve estender-se a todos os seres
humanos.
todas as pessoas podem requerer para si os direitos
apresentados no documento. Nenhuma discriminação, de
qualquer origem, pode ser feita.
ninguém pode ser mantido em regimes de escravidão ou
servidão nem pode ser submetido à tortura, à crueldade ou a
qualquer tipo de tratamento degradante.
Universalismo e multiculturalismo
ARTIGO 7º: a lei deve ser igual para todos, deve proteger a todos, e o documento
da declaração também vale para todos, não importando as diferenças.
ARTIGO 8º: toda pessoa pode recorrer ao sistema de justiça contra as violações da
lei que as atingirem.
ARTIGO 9º: proíbe as prisões, detenções ou exílios arbitrários, ou seja, que não
foram resultados de um processo legal que comprove o ato como determinação de
uma sentença judicial ou de algum tipo de medida judicial válida.
ARTIGO 10º: todo mundo tem direito a u m julgamento oficial, público, imparcial
e justo.
Portanto, eles não servem para proteger ou beneficiar alguém e condenar outros,
mas têm aplicação geral. Então, frases repetidas pelo senso comum, como “Direitos
Humanos servem para proteger bandidos”, não estão corretas, visto que os Direitos
Humanos são uma proteção a todos os humanos.
Capacity building
–
Compartilhamento de tarefas relacionadas à administração do projeto de transformação.
Também diz respeito a monitoramento e construção da sustentação do projeto.
Eficácia
–
Quando o projeto caminha junto com as demandas da comunidade. Corresponde e
atende essas demandas.
Eficiência
–
A procura de consenso com interação e cooperação para avanços e não atrasos.
Cumprindo metas e prazos. Intensa participação comunitária.
Compartilhamento de custos
–
Compartilhamento de gastos do projeto a ser desenvolvido, com a finalidade de baratear
o projeto.
Quando falamos em ”democracia participativa”, estamos lidando com a situação
de uma participação popular na tomada de decisões, sobretudo, políticas. Esse conceito
evoca a ideia de uma proporcionar a oportunidade de participação às pessoas, criando
canais de debate que incentivem o pensar sobre questões políticas, diretamente ligadas
ao exercício de sua cidadania.
Uma proposta de entendimento e clareza sobre a ideia de ação da comunidade
em uma perspectiva democrática volta-se para a situação do conceito de gestão
democrática presente nas escolas. A luta pela conquista da autonomia na Escola é
reflexo da luta na própria sociedade.
Assim, tal qual apresentamos aqui, é necessário que o entendimento da condução
democrática esteja presente, favorecendo o estado de participação da comunidade. Na
escola, bem como no Estado, uma gestão participativa e democrática deve envolver:
participação propriamente dita, descentralização e transparência. Sobre o cenário desta
concepção se realizar na escola, a participação política das classes populares deve
ocorrer através de seus representantes, seja na tomada de decisões, seja na definição de
um projeto de ação.
É notável que tanto na escola quanto na sociedade é são necessários canais
democráticos que possibilitem a participação dos indivíduos no processo de tomada de
decisões.
Para que a participação da comunidade aconteça de forma efetiva, é preciso
também que a mesma conheça que canais existem para sua atuação. Observando a
imagem abaixo, vemos estas formas de participar:
Dessa forma, vemos que cada grupo representado nos diálogos recebe a
oportunidade de apresentar suas ideias e prováveis soluções para os entraves. Isso
supera, com certeza, o fato de ter uma visão unilateral em que somente uma classe, ou
grupo, toma decisões e avaliam ações, pois todos os níveis envolvidos podem contribuir
para a melhoria da qualidade de vida no coletivo.
ÉTICA E POLÍTICA
Um problema que tem incomodado muito a realidade social brasileira está
relacionado com a questão da corrupção na política. Será que aqueles que são eleitos
democraticamente, com o voto direto, com a perspectiva de representar a vontade geral
e que governam voltados para seus interesses pessoais, estão agindo de forma ética? Há
uma falta de ética no exercício da política no meio social? Como fica a questão da
cidadania relacionada a questão ética em tempos atuais?
ÉTICA NA SAÚDE
Texto: o impacto das fake news e o fomento dos discursos de ódio na sociedade em
rede: a contribuição da liberdade de expressão na consolidação democrática
Enfim, a discussão sobre ética e cidadania, levando em consideração o que
estamos vivendo em uma sociedade que precisa da convivência harmônica, é preciso
haver compatibilidade entre o ideal da sociedade almejada e o estilo de vida construída,
sem isso não é possível pensar em uma sociedade ética como realidade.
Na atualidade, o sujeito que possui a cidadania é aquele detentor de direitos, mas
também de deveres. Deve ter ciência de sua participação na sociedade e que precisa
contribuir coletivamente. A cidadania deve perpassar interesse e participação, precisa
haver interesse pelo bem comum.
Uma outra perspectiva tem a ver com a sociedade de risco que estamos vivendo.
Isto significa que pensando sobre o crescimento da civilização tecnológica, vemos um
número muito grande de difusão e proliferação dos riscos. Riscos que afetam as
sociedades em conjunto, revelando a crise da sociedade industrial.
A sociedade moderna organiza-se levando em conta o distanciamento tempo-espaço,
diferentemente das sociedades pré-modernas, nas quais as relações entre os indivíduos
estavam construídas nas referências locais. Nesse caso, a explicação para situações e
fenômenos que ali se processavam, eram situadas na lógica do conhecimento e interação
cotidianos que, por sua vez, promoviam a organização social com base nas redes de
confiança, depositada nos laços de parentesco e alianças. Caso qualquer coisa
perturbasse o equilíbrio daquela ordem social, o grupo encontraria resolução para aquele
problema, valorizando a confiança localizada. Já nas sociedades atuais, estas constroem
seu esquema de funcionamento e racionalização social fundamentadas em uma relação
de confiança dos indivíduos sem sistemas abstratos, fichas simbólicas, que podem ser
entendidos como o progresso do conhecimento técnico e científico.
Portanto, vivemos riscos de acreditar nos sistemas simbólicos, no virtual e, a
partir destas crenças, também construímos nossas posições éticas e cidadãs.
ENSINAR A PENSAR
Espera-se que o professor desenvolva no seu aluno, em primeiro lugar, o homem
de entendimento, depois, o homem de razão, e, finalmente, o homem de instrução. Este
procedimento tem esta vantagem: mesmo que, como acontece habitualmente, o aluno
nunca alcance a fase final, terá mesmo assim beneficiado da sua aprendizagem. Terá
adquirido experiência e ter-se-á tornado mais inteligente, se não para a escola, pelo
menos para a vida.
Compreender a criação de novos desenhos de sujeito pensante e participativo,
em uma sociedade em que as tecnologias da informação e das comunicações são cada
vez mais reais e oferecem um mapa cognitivo das relações e saberes sociais que indicam
o progresso da humanidade, é fundamental para se estabelecer um diálogo entre
indivíduo, cultura e educação.
Questões na atualidade precisam estar pautadas pelo olhar da ética e cidadania,
afinal, ser cidadão é colaborar para a garantia de que o respeito e a preservação das
relações sejam fundamentais. Tanto na política, quanto na saúde e nas trocas via redes
sociais, é preciso ter compromisso com a moralidade das participações e atuações.
Finalmente, destacamos o papel que a educação tem na formação de indivíduos
pensantes e responsáveis por suas ações no seio da sociedade.
Importante saber quais são os sistemas globais de proteção aos direitos humanos.
Por serem estruturas internacionais, respeitadas, assinadas e ratificadas por pactos,
tratados, convenções, declarações, comissões, estas contêm mecanismos apropriados de
acompanhamento, fiscalização e cobrança de informações dos países signatários acerca
das ações protetivas e afirmativas de tutela dos direitos humanos.
A ONU, tem esse intuito de administrara paz mundial e cobrar dos países o
compromisso com acordos que visem a proteção do homem, do meio ambiente,
economia e das futuras gerações.
Os mecanismos contemporâneos de implementação dos Direitos Humanos pela
ONU são vários e complexos, surgiram através da Carta de São Francisco, mas
efetivamente se concretizaram a partir da Declaração Universal dos Direitos do Homem
de 1948, são eles:
Foi adotado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 19 de dezembro de 1966,
constituindo, assim, um pacto de amplitude mundial. Sua entrada em vigor ocorreu em
1976,quando se atingiu o número mínimo de adesões estipulado, 35 países.
Sistemas Regionais
Possui competência para julgar quatro tipos de crimes: crimes contra a humanidade,
crimes de genocídio, crimes de guerra e crimes de agressão. Seu princípio principal
funda-se na complementariedade e subsidiariedade, possuindo como característica o
fato de ser permanente.