Teologia Pastoral
Teologia Pastoral
Teologia Pastoral
A Bíblia Sagrada registra que é necessário que seus servos busquem em Deus o levantamento de obreiros,
para a Seara do senhor. Essa é a recomendação de Jesus em Mateus 9.38
Deus, quando chama o homem para cumprir o seu proposito universal, lhe confere qualidades de dons e
talentos que serão úteis ao seu ministério, a fim de produzir a unidade, a maturidade e a perfeição da
Igreja. “Ninguém toma essa honra para si mesmo, mas deve ser chamado por Deus, como de fato o foi
Arão.” (Hb. 5. 4).
1. TEOLOGIA PASTORAL
A poimênica é uma disciplina da teologia pastoral. Daí, a importância de iniciarmos nosso curso dando uma
definição de Teologia Pastoral. A. Thomas C., define a Teologia Pastoral como o ramo da Teologia Cristã que
define, de forma sistemática, o ofício, serviços, dons e tarefas do ministério.
Podemos definir o que é a Teologia Pastoral como: É o segmento da Teologia cristã que visa cuidar da
aplicação prática dos ensinos da teologia cristã na ação ou no campo pastoral da Igreja, assim como na vida
quotidiana de cada crente, mais importante ainda na formação dos fiéis (leigos ou clérigos) enquanto filhos
do Pai e membros congregantes da Igreja, conduzindo-os no caminho da Palavra de Deus e da salvação em
Jesus, através dos ensinamentos emanados pela Igreja.
Esta teologia denominada pastoral, está englobada pela teologia prática, que contém vários sub-campos
co-relacionados como a Teologia de Missões, a Teologia de Evangelização, a Psicologia pastoral ou
Psicologia da religião, e outras áreas similares.
A. Teologia Pastoral é considerada uma teologia prática por tratar de aspectos práticos do ministério
vinculando a exegese, história, teologia sistemática, ética e ciências sociais. B. Teologia Pastoral é uma
disciplina tanto teórica quanto prática.
2. A Teologia Pastoral objetiva não apenas elaborar uma definição do trabalho e tarefas pastorais,
mas prover auxílio prático para sua implementação.
4. Argumenta-se que o ministério só é aprendido na prática. Deus, porém, na Bíblia, fornece informações
sobre o ministério, possibilitando uma investigação sistemática que oriente uma prática ministerial
consistente com os propósitos divinos.
A Teologia Pastoral e o Ministério da Palavra envolve uma visão compreensiva e abrangente das
implicações do ministério da palavra. A distinção entre a tarefa da pregação e os outros elementos do
ministério é mais fluida do que parece, há uma estreita relação entre a teologia do cuidado pastoral e a
proclamação da palavra. Como teologia prática, a Teologia Pastoral é uma teologia da palavra.
1. A teologia histórica se preocupa em coletar, através da exegese, os dados da palavra que Deus falou
através dos profetas e apóstolos. A partir de então, ela verifica como tais dados foram compreendidos e
aplicados na vida da comunidade cristã, no decorrer dos séculos.
2. Embora a teologia de cuidado pastoral não esteja alicerçada na Teologia Sistemática, trata-se de uma
teologia da palavra.
“Esta afirmação é digna de confiança: Se alguém deseja ser bispo deseja uma nobre função.” (NVI) 1
Timóteo 3.1. O Ministério Pastoral na Bíblia: No Antigo Testamento: Vê-se na história dos hebreus a criação
de rebanhos de ovelhas. Quando Deus é chamado de pastor faz-se menção ao cotidiano dos pastores que
cuidavam, guiavam e protegiam esses rebanhos. O salmo 23 retrata a excelência do pastoreio divino por
Israel. “O pastor é autoridade e solicitude, poder e carinho, vigor e ternura ...” (Ronaldo Sathler - Rosa
citando Libanio, p.17) .
“Ser pastor em Israel é ser fiel a vocação do povo. Daí que os dirigentes da nação eram chamados pastores:
Jeremias, por exemplo, critica os maus pastores de Israel, culminando com um discurso através do qual foi
fustigando, sucessivamente a família real de Judá, aos reis Joacaz, Joaquim e Jeconias (cf. Jr 21.11 - 23.2) ”
(Julio de Santa Ana, p.35). Para Julio de Santa Ana, a figura pastoral vetero–testamentário tem haver com a
liderança política da época, pois esses tinham condições de guiar, proteger e cuidar do povo ou rebanho.
(Livro: Pelas Trilhas do Mundo a Caminho do Reino). No Novo Testamento: - No novo pacto ou aliança Jesus
Cristo é o Bom pastor. Toda sua vida é a atividade pastoral. Ele é o modelo excelente e perfeito “A pessoa e
prática de Jesus é modelo por excelência do ministério da igreja e do ministério do pastor e da pastora”
(Ronaldo Sather-Rosa, p.29). - “O Objetivo central de toda ação pastoral é que Cristo seja formado, ou seja,
que Cristo permeie toda a vida das pessoas e seus múltiplos relacionamentos: com Deus, com o próximo,
com a natureza e com elas mesmas (cf João 10.10)”. Ronaldo Sather-Rosa p.31 citando Bonhoeffer, 1955,
p.55-78).
- Não tem como entender o ministério pastoral na Bíblia sem refletir na atuação de Iavé em Israel e
de Cristo no mundo. Deus presente na história, cuidando do seu rebanho. Lendo Sobre o Dom
“Ele mesmo concedeu uns para (...) pastores e mestres.” Ef 4.11 “Neste texto parece se referir a mesma
função. Pastorear e ensinar são habilidades que se sobrepõem, no entanto são distintas. Emissários
(apóstolos) fundavam congregações.
I. VOCAÇÃO PASTORAL
➢
Vocação é: chamamento, ato de convidar ou solicitar.
➢
Vocação Geral: Toda humanidade, de maneira indistinta, é convocada a participar gratuitamente dos
benefícios do Evangelho com base nos méritos da morte de Cristo.
➢
Vocação Específica: Embora todos sejam convidados a usufruir dos meios da graça, nem todos
serão convidados a exercer o ministério da Palavra. É um chamado que depende única e
exclusivamente dos desígnios e da soberania de Deus.
➢
Liderança Espiritual - Liderança e serviço estão intimamente ligados na proposta bíblica
espiritual. Aqueles a qual Deus chama para o ministério da Palavra, i.é., Pastoral, exercem
liderança espiritual. Essa liderança é algo que de alguma maneira relaciona-se com a vida e
missão dos crentes. A ação dessa liderança muitas vezes não está clara no meio evangélico, na
maioria das vezes é relacionada a administração, organização e preocupações institucional e
não com a palavra.
➢
Liderança terrena tem haver com chefia, comando, representante de um grupo de pessoas, aquele que exerce
influência sob outros.
Liderança espiritual tem haver com conduzir, guiar, orientar, influenciar, tudo com base na
palavra de Deus.
à imagem dele. Esta é a nossa tarefa, é para isso que nos preparamos, estudamos e ministramos.
Para ver pessoas sendo cada vez mais semelhante ao filho de Deus, refletindo sua glória, sua
humanidade perfeita.”
A igreja sempre teve a preocupação de ter pastores preparados na sua edificação. Caso
contrário não teria tantas orientações, no Novo Testamento dirigida exclusivamente a essas
pessoas que pastoreiam. Podemos afirmar que preparação é a exigência do Senhor Jesus (dono)
da Igreja para o pastor.
Preparo significa:
QUEM É O PASTOR?
A. A Unidade,
B. A Maturidade, e
C. A Perfeição da Igreja
1. Buscar cumprir a vontade de Deus: “O aperfeiçoamento dos santos para a obra do ministério, para
a edificação do corpo de Cristo” (Ef 4.12)
3. Lembrar sempre que a glória e a honrado sucesso ministerial são só Jesus, porque todas as coisas
procedem dEle e “a Ele seja a glória e o poderio para todo o sempre” (1 Pe 5.11)
4. Reconhecer que sendo ministro “homem” é separado para cumprir o propósito de Deus na
Igreja, porém sujeito às paixões da carne e por isso deve estar sempre vigilante, como exemplo aos fiéis.
(Ler:Rm 7.15-23)
1. Estar consciente de que seu ministério é uma vocação divina e que o alcançou não por seus
próprios méritos, mas através da convicção de sua chamada por Deus “Deste evangelho me tornei ministro
pelo dom da graça de Deus, a mim concedida pela operação de seu poder.” Ef3.7 (Hb5.4; 2 Co 3.5-6;
Gl1.15-16; Mt 4.21 e 1 Tm 1.12)
2. Apesar da posição elevada que exerce, deve sempre lembrar-se de que está na condição de servo
do Senhor Jesus Cristo “Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que embora sendo Deus, não
considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser
servo (tomando a forma de servo)...humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte e morte de cruz!”
Fl 2.5-8.
5. Por ser a atividade pastoral estritamente de cunho espiritual, a sua mensuração deve ser qualitativa
e serviçal, e nunca voltada para o lucro financeiro. “Não trabalhem pela comida que se estraga, mas pela
comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem lhes dará. Deus, o Pai, nele colocou o
seu selo de aprovação.” Jo 6.27
“Acaso não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo que habita em vocês, que lhes foi
dado por Deus, e que vocês não são de si mesmos?” 1 Co 6.19
2. O pastor deve cultivar seu crescimento espiritual diário, orando, estudando, meditando e
possuindo um coração cheio do fruto e dons do Espírito Santo e consagrar toda a sua vida ao trabalho do
Evangelho.
“Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e
agradável a Deus; este é o culto racional de vocês. Não se amoldem ao padrão deste mundo mas
transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a
boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Rm 12.1-2
3. O pastor deve abster-se dos costumes adquiridos que prejudicam a eficácia de seu ministério ou a
sua influência pessoal.
“ Embora a esta altura já devessem ser mestres, vocês precisam de alguém que lhes ensine novamente os
princípios elementares da palavra de Deus. Estão precisando de leite e não de alimento sólido!” Hb 5.12
4. O pastor deve esforçar-se para viver dentro dos limites de seu orçamento e com honestidade saldar
integralmente seus compromissos financeiros.
“Não devam nada a ninguém, a não ser o amor de uns pelos outros, pois aquele que ama seu próximo tem
cumprido a Lei.” Rm 13. 8
5. O pastor deve ter o coração cheio de confiança na providencia paterna de Deus, em todas as
circunstancias, sabendo que esta é a vontade dEle para sua vida. “Busquem, pois, em primeiro lugar o
Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas.” Mt 6.33
6. O pastor deve considerar a Bíblia como a Palavra de Deus, a única regra de fé e prática e usá-la
como a substância de seu ministério docente e profético, bem como zelar pelo Ministério da Palavra.
“Procure apresentar -se a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar e que maneja
corretamente a palavra da verdade.” 2 Tm 2.15
A Ética da Vida do Pastor Área Familiar
O pastor tem o dever fundamental de certificar-se de que suas relações familiares são justas e que
constituem exemplo de viver piedoso para toda a comunidade.
“Ele deve governar bem a sua própria família, tendo os filhos sujeitos a ele, com toda a dignidade. Pois, se
alguém não sabe governar sua própria família, como poderá cuidar da igreja de Deus?” ( 1 Tm 3.4-5)
1. O pastor deve buscar no matrimônio uma pessoa apta para auxiliá-lo no ministério, considerando a
ação permanente de Deus na vida do lar. “As mulheres igualmente sejam dignas, não caluniadoras, mas
sóbrias e confiáveis em tudo.” 1 Tm 3.11
2. O pastor deve agir honesta e corretamente com sua família, dando-lhe o sustento adequado, o
vestuário, a educação, a assistência médica e espiritual, bem assim como o tempo que esta merece.
3. “É preciso que o presbítero seja irrepreensível, marido de uma só mulher e tenha filhos crentes que
não sejam acusados de libertinagem ou insubmissão.” Tt 1.6 “Lancem sobre ele toda a sua ansiedade,
porque ele tem cuidado de vocês. Estejam alertas e vigiem. O diabo, o inimigo de
vocês, anda ao redor como leão, rugindo e procurando a quem possa devorar.”1
Pe 5.7-8
4. O pastor sempre deve usar uma linguagem sã para com os seus, nunca xingar seus filhos ou discutir
com a esposa perante eles, principalmente no que diz respeito à sua disciplina.
1. Sendo a igreja o corpo de Cristo, do qual é a cabeça, e o pastor ou líder um membro em particular e
portador de um dom especial, deve tratá-la com grande estima.
“...Cristo é o cabeça da igreja, que é o seu corpo, do qual ele é o Salvador.” (Ef 5.23)
2. Deve dedicar tempo integral à igreja, se por ela for sustentado, e ter o seu consentimento se
desejar aplicar-se à outra atividade material.
“Os presbíteros que lideram bem a igreja são dignos de dupla honra, especialmente aqueles cujo trabalho é
a pregação e o ensino... o trabalhador merece o seu salário”. 1 Tm 5.17, 18b
3. O pastor deve, por princípio, ser absolutamente imparcial no seu trabalho pastoral, não se
deixando levar por indivíduos ou facções, bem como não pretender levar a igreja afazer tão-somente a sua
vontade. Ler: 1 Pe 5.1-3
4. Deve ter prudência ao desejar acumular, a convite, o pastorado de outra, a fim de que não venha
descumprir compromissos com a própria igreja e venham a lhe exigir esforço além de seus limites; antes
deve buscar a direção de Deus. “Enquanto adoravam o Senhor e jejuavam, disse o Espírito Santo: “Separem
–me Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado.”
5. Reconheça o momento certo de se afastar da igreja quando perceber que seu ministério está findo
e não insista em permanecer retardando o processo de crescimento da igreja. Se já chegou o momento,
solicite a sua honrosa jubilação. “Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé.” 2 Tm 4.7
6. O pastor ou líder não deve fazer ou aprovar qualquer manobra política para manter-se em seu
cargo ou para obter qualquer posição denominacional; antes deve colocar-se exclusivamente nas mãos de
Deus para fazer o que a Ele aprouver. “Tudo é permitido, mas nem tudo convém. Tudo é permitido, mas
nem tudo edifica. ...façam tudo para a glória de Deus.” 1 Co 10.23, 31b
7. O pastor ou líder deve ser o primeiro a acatar as deliberações da igreja, procurando sempre
esclarecer ao rebanho do Senhor as tomadas de decisões acertadas. “Pastoreiem o rebanho de
Deus que está aos seus cuidados. Olhem por ele, não por obrigação, mas de livre vontade, como Deus
quer...Não ajam como dominadores dos que lhes foram confiados, mas como exemplos para o rebanho.” 1
Pe 5.2-3
“Ninguém o despreze pelo fato de você ser jovem, mas seja um exemplo para os fiéis na palavra, no
procedimento, no amor, na fé e na pureza.” 1 Tm 4.12
9. Pastor ou líder deve manter o respeito para com os membros de sua igreja, e reservado quanto às
confidências dos que se aconselham em aflições ou problemas pessoais. “Todos tropeçamos de muitas
maneiras. Se alguém não tropeça no falar, tal homem é perfeito, sendo também capaz de dominar todo o
seu corpo.” Tg 3.2
10. O pastor ou líder deve ter o cuidado em suprir gastos de viagem de seus pregadores convidados, da
forma a mais discreta possível. “Da mesma forma, o Senhor ordenou àqueles que pregam o evangelho, que
vivam do evangelho.” 1 Co 9.14
11. O pastor ou líder não deve assumir compromissos financeiros de monta considerável sem o prévio
consentimento da igreja, nem usurpar o dinheiro da igreja para fins pessoais, mas, antes, prestar-lhe contas
de todos os seus gastos. “Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito, e quem é desonesto no pouco,
também é desonesto no muito.” Lc 16.10
A VISÃO ESPIRITUAL
O pastor deve ser homem de visão. Cumpre-lhe lançar os olhos pelos campos ao redor, sentido que estão
maduros para a ceifa, esperando apenas a foice. É necessário que inspire a Igreja no desejo de grandes
realizações para Deus e a salvação das almas perdidas. Para Deus tudo é possível, e Ele mesmo
recomendou que pedíssemos, afim de que a nossa alegria fosse completa. Não temos porque não
pedirmos. Mas, é da vontade de Deus que prossigamos ao seu lado. O desafio lançado por Guilherme
Carey: “tentai grandes coisas para Deus, esperai grandes coisas da parte de Deus”, soa aos nossos ouvidos
até hoje, e nos acena, convidando-nos a avançar.
Grande é a diferença em ter alguém a visão espiritual e ser um visionário (que tem idéias extravagantes,
intuitivo). No planejamento das conquistas futuras a imaginação espiritual deve ser equilibrada e de bom
senso… Deve-se tentar aquilo que está dentro do terreno das possibilidades, para em seguida lançar-se a
maiores empreendimentos. Esse modo de agir, via de regra parecerá mais de acordo com a orientação
dada pelo Senhor e com o plano relativo às Igrejas locais, quando prudentemente damos um passo de cada
vez em novos projetos. Se o próprio Deus concedeu ao pastor a visão, a fé para tais realizações, então
inspirará igualmente a outros, com a mesma visão e fé, para que o acompanhem em tempo oportuno,
garantindo o sucesso.
O MINISTÉRIO E O CRESCIMENTO
Os elementos principais do ministério do pastor já foram esboçados, e, juntamente com eles, há duas
considerações gerais a frisar: “… que mediante a grandeza da obra de Deus, devemos ter consciência da
nossa própria incapacidade e total insuficiência”. … não que por nós mesmos sejamos capazes de pensar
alguma coisa, como se partisse de nós…” ( II Co 3.5). “…sem mim nada podeis fazer…” (João 15.5).
Em contraposição a essa falta de aptidão pessoal, temos, todavia, a bendita certeza que diz: “… pelo
contrário a nossa suficiência vem de Deus” (II Co 3.5) disse o Senhor: “A minha graça te basta…” (II Co 12.9).
A confiança nessa exortação inspirou o apóstolo Paulo a exclamar: “Tudo posso naquele que me fortalece”
(Fl 4.13). “Somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou” (Rom 8.37).
antigüidade grega, através de Aristóteles (384 - 322 a.C.) e suas idéias sobre a ética e as virtudes
éticas. Na Grécia porém, mesmo antes de Aristóteles, já é possível identificar traços de uma
abordagem com base filosófica para os problemas morais e até entre os filósofos conhecidos
como pré-socráticos encontramos reflexões de caráter ético, quando buscavam entender as
razões do comportamento humano.
Sócrates (470-399 a.C.) considerou o problema ético individual como o problema filosófico central e a ética
como sendo a disciplina em torno da qual deveriam girar todas as reflexões filosóficas. Para ele ninguém
pratica voluntariamente o mal. Somente o ignorante não é virtuoso, ou seja, só age mal, quem desconhece
o bem, pois todo homem quando fica sabendo o que é bem, reconhece-o racionalmente como tal e
necessariamente passa a praticá-lo. Ao praticar o bem, o homem sente-se dono de si e conseqüentemente
é feliz. A virtude seria o conhecimento das causas e dos fins das ações fundadas em valores morais
identificados pela inteligência e que impelem o homem a agir virtuosamente em direção ao bem.
Platão (427-347 a.C.) ao examinar a idéia do Bem a luz da sua teoria das idéias, subordinou sua ética à
metafísica. Sua metafísica era a do dualismo entre o mundo sensível e o mundo das idéias permanentes,
eternas, perfeitas e imutáveis, que constituíam a verdadeira realidade e tendo como cume a idéia do Bem,
divindade, artífice ou demiurgo do mundo.
Para Platão a alma - princípio que anima ou move o homem - se divide em três partes: razão, vontade (ou
ânimo) e apetite (ou desejos). As virtudes são função desta alma, as quais são determinadas pela natureza
da alma e pela divisão de suas partes. Na verdade ele estava propondo uma ética das virtudes, que seriam
função da alma. Pela razão, faculdade superior e característica do homem, a alma se elevaria mediante a
contemplação ao mundo das idéias. Seu fim último é purificar ou libertar-se da matéria para contemplar o
que realmente é e, acima de tudo, a idéia do Bem.
Para alcançar a purificação é necessário praticar as várias virtudes que cada parte da alma possui. Para
Platão cada parte da alma possui um ideal ou uma virtude que devem ser desenvolvidos para seu
funcionamento perfeito. A razão deve aspirar à sabedoria, a vontade deve aspirar à coragem e os desejos
devem ser controlados para atingir a temperança. Cada uma das partes da alma, com suas respectivas
virtudes, estava relacionada com uma parte do corpo. A razão se manifesta na cabeça, a vontade no peito e
o desejo baixo-ventre. Somente quando as três partes do homem puderem agir como um todo é que temos
o indivíduo harmônico. A harmonia entre essas virtudes constituía uma quarta virtude: a justiça. Platão de
certa forma criou uma "pedagogia" para o desenvolvimento das virtudes. Na escola as crianças
primeiramente têm de aprender a controlar seus desejos desenvolvendo a temperança, depois
incrementar a coragem para, por fim, atingir a sabedoria. A ética de Platão está relacionada intimamente
com sua filosofia política, porque para ele, a polis (cidade estado) é o terreno próprio para a vida moral.
Assim ele buscou um estado ideal, um estado-modelo, utópico, que era constituído exatamente como o ser
humano. Assim, como o corpo possui cabeça, peito e baixo-ventre, também o estado deveria possuir,
respectivamente, governantes, sentinelas e trabalhadores. O bom estado é sempre dirigido pela razão.
É curioso notar que, no Estado de Platão, os trabalhadores ocupam o lugar mais baixo em sua hierarquia.
Talvez isto tenha ligação com a visão depreciativa que os gregos antigos tinham sobre esta atividade. A
ética platônica exerceu grande influência no pensamento religioso e moral do ocidente, como teremos
oportunidade de ver mais adiante.
Aristóteles (384-322 a.C.), não só organizou a ética como disciplina filosófica mas, além disso, formulou a
maior parte dos problemas que mais tarde iriam se ocupar os filósofos morais: relação entre as normas e os
bens, entre a ética individual e a social, relações entre a vida teórica e prática, classificação das virtudes,
etc. Sua concepção ética privilegia as virtudes (justiça, 9) caridade e generosidade), tidas como propensas
tanto a provocar um sentimento de realização pessoal àquele que age quanto simultaneamente beneficiar
a sociedade em que vive. A ética aristotélica busca valorizar a harmonia entre a moralidade e a natureza
humana, concebendo a humanidade como parte da ordem natural do mundo, sendo portanto uma ética
conhecida como naturalista. Segundo Aristóteles, toda a atividade humana, em qualquer campo, tende a
um fim que é, por sua vez um bem: o Bem Supremo ou Sumo Bem, que seria resultado do exercício
perfeito da razão, função própria do homem. Assim sendo, o homem virtuoso é aquele capaz de deliberar e
escolher o que é mais adequado para si e para os outros, movido por uma sabedoria prática em busca do
equilíbrio entre o excesso e a deficiência:
A excelência moral, então, é uma disposição da alma relacionada com a escolha de ações e emoções,
disposição esta consistente num meio termo (o meio termo relativo a nós) determinado pela razão (a razão
graças à qual um homem dotado de discernimento o determinaria). Trata-se de um estado intermediário,
porque nas várias formas de deficiência moral há falta ou excesso do que é conveniente tanto nas emoções
quanto nas ações, enquanto a excelência moral encontra e prefere o meio termo. Logo, a respeito do que
ela é, ou seja, a definição que expressa a sua essência, a excelência moral é um meio termo, mas com
referência ao que é melhor e conforme ao bem ela é um extremo. (ARISTÓTELES, 1992, p.42)
I- CONCEITUAÇÃO E DEFINIÇÕES
1- A Ética Como Ciência Secular:
b) Lógica: Aborda os princípios do raciocínio, sua capacidades, seus erros e suas maneiras exatas de
expressão."O raciocínio lógico leva você de 'a' a 'b'. A Imaginação leva você a qualquer lugar". (Albert
Einstein).
e) Metafísica Estuda causas não materiais como DEUS, Alma, Livre Arbítrio, imortalidade, o mal,
etc...
2-Origem da Palavra:
• Daí temos que Ética é a disposição ou vontade de se seguir bons costumes ou hábitos.
3- Definição:
Ética Cristã é o conjunto de regras de conduta, para o cristão, tendo por fundamento a palavra de DEUS.
Para nós, crentes em JESUS CRISTO, o certo e o errado devem ter como base a Bíblia Sagrada, a nossa regra
áurea de fé e prática.
II- VISÃO GERAL DA ÉTICA SECULAR E DA ÉTICA CRISTÃ:
Como já podemos ver acima a Ética é um aspecto da filosofia. A Filosofia está segmentada em seis sistemas
tradicionais: Política, Lógica, Gnosiologia, Estética, Metafísica e Ética Para compreendermos melhor o
sentido de Ética, vejamos, de forma sintética, em que se constituem os outros aspectos aos quais ela está
agregada no contexto filosófico.
Dentre suas muitas acepções, filosofia é o saber a respeito das coisas, a direção ou orientação para o
mundo e para a vida e, finalmente, consiste em especulações acerca da forma ideal de vida. Em suma, é a
história das ideias. Tudo isto sob a ética humana. Precisamos aferir o pensamento humano com os ditames
da Palavra de Deus que são terminantes, peremptórias, finais. O homem, seja ele quem for, é criatura, mas
Deus é o Criador (Os 11.9; Nm 23.19; Rm 1.25; Jó 38.4).
Todos os campos de pensamento e de atividades têm suas respectivas filosofias. Há uma filosofia da
biologia, da educação, da religião, da sociologia, da medicina, da história, da ciência etc. Consideremos
entretanto, os seis sistemas acima mencionados que foram sistematizados por três antigos pensadores:
Sócrates, Platão e Aristóteles.
a) Política — Este vocábulo vem do grego polis e significa “cidade”. A política procura determinar a
conduta ideal do Estado, pelo que seria uma ética social. Ela procura definir quais são o caráter, a natureza
e os alvos do governo. Trata-se do estudo do governo ideal.
b) Lógica — É um sistema que aborda os princípios do raciocínio, suas capacidades, seus erros e suas
maneiras exatas de expressão. Trata-se de uma ciência normativa, que investiga os princípios do raciocínio
válido e das inferências corretas quer seja partindo da lógica dedutiva quer seja da indutiva.
d) Estética — É empregada para designar a filosofia das belas-artes: a música, a escultura e a pintura.
Esse sistema procura definir qual seja o propósito ou ideal orientador das artes, apresentando descrições
da atividade que apontam para certos alvos.
f) Ética — É a investigação no campo da conduta ideal, bem como sobre as regras e teorias que a
governam. A ética, o homem distanciado de Deus por sua incredulidade e seus pecados, a estuda, entende
e até se propõe a observá-la, mas não consegue, por estar subjugado pelo seu eu, pelos vícios, pelo mundo,
pelo pecado (Rm 2.15-19). Já os servos de Deus, pelo Espírito Santo que neles habita, triunfam sobre o
pecado (Rm 8.2).
Existem inúmeros argumentos e considerações acerca deste tema, que será tratado aqui do ponto de vista
da ética bíblica a qual expõe Deus como fundamento e alvo da conduta ideal. Origem da palavra. Ética vem
do grego, ethos, que significa “costume”, “disposição”, “hábito”.
O termo Ética, ethos, aparece várias vezes no Novo Testamento, significando conduta, comportamento,
porte e compostura (habituais).
Ética é, na prática, a conduta ideal e reta esperada de cada indivíduo. Na teoria, é o estudo dos deveres do
indivíduo, isolado ou em grupo, visando a exata conceituação do que é certo e do que
é errado. Reiterando, Ética Cristã é o conjunto de regras de conduta, para o cristão, tendo por
fundamento a Palavra de Deus. Para nós, crentes em Jesus, o certo e o errado devem ter como base a Bíblia
Sagrada, a nossa “regra de fé e prática”.
A ética cristã deve ser fundamentada no conhecimento de Deus como revelado na Bíblia, principalmente
nos ensinos de Cristo, de modo que “...ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para
si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou” (2 Co 5.15; Ef
1. Antinomismo. Esse ensino errôneo é humanista e secular. Tudo depende das pessoas, e das
circunstâncias. O filósofo incrédulo e existencialista Jean Paul Sartre, um dos seus promotores, afirma que o
homem é plenamente livre. Num dos seus textos, ele escreve: “Eu sou minha liberdade; eu sou minha
própria lei”.
a) Posicionamento cristão. Esta teoria não serve para o cristão. Nela, o homem se faz seu próprio deus. A
Bíblia diz: “Há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte” (Pv
14.12). “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque este é
o dever de todo homem” (Ec 12.13). O antinomismo é relativista, isto é, cada um age como quiser. É o que
ocorria com o povo de Israel quando estava desviado, sem líder e sem pastor (Jz 17.6 e 21.25).
2. Generalismo. Essa falsa doutrina prega que devem haver normas gerais de conduta, mas não
universais. A conduta de alguém para ser chamada de certa ou errada depende de seus resultados. É o que
ensinava, no século XV, o descrente, político e filósofo italiano Nicolau Maquiavel: “Os fins justificam os
meios”.
a) Posicionamento cristão. O generalismo não se coaduna com a ética cristã, pois, para o crente em Jesus,
não são os fins, nem os meios, que indicam se uma conduta ou ação é certa ou errada. A Palavra de Deus é
que é a regra absoluta que define se um ato é certo ou errado. Ela tem aplicação universal. O dever de todo
homem é temer a Deus e guardar seus mandamentos (Ec 12.13). A Palavra de Deus não muda de acordo
com as circunstâncias, os meios ou os resultados. Deus vela para a cumprir (Jr 1.12b; Mc 13.31).
O cristão ortodoxo na sua fé, e fiel ao seu Senhor, terá sempre no manancial da Palavra de Deus tudo o que
carece sobre a ética, na sua expressão prática em forma de conduta, compostura, costumes, usos, hábitos
e práticas diuturnas da nossa vida para agradar a Deus e dar bom testemunho dEle diante dos homens.
Podemos concluir que As abordagens éticas humanas são todas contraditórias. Como seus autores,
humanos e falhos. Uma, como vimos, procura suprir as deficiências das outras. As abordagens éticas
conflitam entre si, deixando um rastro de dúvida e confusão em sua aplicação. Por isso, devemos ficar com
a Palavra de Deus, que não confunde o crente, nem pode ser deixada de lado ao sabor dos meios, dos fins
ou das situações. A Palavra de Deus satisfaz plenamente.
A Ética é o tratado dos juízos de apreciação referentes à conduta humana, do ponto de vista do bem e do
mal. Conjunto de normas e princípios que norteiam a boa conduta do ser humano. Nesta etapa do nosso
estudo, falaremos sobre a Ética aplicada à vista ministerial do obreiro. Abordaremos suas implicações na
conduta deste, enquanto líder eclesiástico, e ainda mostraremos a importância da Ética no relacionamento
com Deus, com a igreja e com a comunidade. Mas, para isso, é importante conhecermos alguns conceitos
sobre Ética.
Ética é o ramo da Filosofia que tem como objetivo moral o conjunto de princípios pelos quais os indivíduos
devem pautar seu proceder no desempenho de sua profissão. Série de normas que leva à aquisição de
hábitos e a formação do caráter dos indivíduos para que possam cumprir seus deveres e viver
corretamente. Ética pode ser definida como o estudo crítico da moralidade. Consiste da análise da natureza
da vida humana, incluindo os padrões do “certo” e do “errado”, pelos quais sua conduta possa ser guiada e
dirigida. Em resumo: “ética” é na prática aquilo que você pensa e faz.
– Verdadeiro – o que realmente pode ser comprovado com o que foi dito, exatidão, qualidade daquilo que
é verdade.
– Valores – grau de utilidades das coisas.
Particularmente, “ética cristã”, no contexto evangélico é um somatório de princípios que formam e dão
sentido à vida cristã normal. É a marca registrada de cada crente. É o que cada crente pensa e faz. Por
aquilo que o crente é e faz, portanto, evidencia-se a sua dependência de Deus e do próximo. Aqui está a
fundamental diferença entre “ética cristã” e Ética” em sentido genérico, como simples estudo crítico da
moralidade. Como dinâmica de vida, a ética cristã pode ser manifesta através do conceito de julgamento
que se faz a respeito de determinados valores que integram o nosso dia-a-dia.
Como investigadora da conduta ideal, a ética propõe questões que avaliam os passos do homem
apreciados do ponto de vista do bem e do mal. Sendo assim, seu estudo foge do âmbito estritamente
humano e passa a ser motivo de aferição fundamentada na Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada que não muda
ao sabor das circunstâncias. Ética é uma questão pessoal ou coletiva? Quais as implicações decorrentes do
comportamento antiético para a Igreja local, para a comunidade onde ela está inserida e para a
comunidade cristã como um todo? É possível ser ético sem afastar-se do convívio com não crentes? Isolar-
se seria uma solução? A não observação dos preceitos éticos é a mesma coisa que pecar? Estas e outras
perguntas serão respondidas durante o estudo desta disciplina.
A ÉTICA CRISTÃ
É o conjunto de regras de conduta, para o cristão, tendo por fundamento a Palavra de Deus. Para nós,
crentes em Jesus, o certo e o errado devem ter como base a Bíblia Sagrada, a nossa “regra de fé e prática”.
O termo “ética”, vem do grego “ethos”, aparece várias vezes no
Novo Testamento, significando conduta, comportamento, porte e compostura habituais. A ética cristã deve
ser fundamentada no conhecimento de Deus como revelado na Bíblia, principalmente nos ensinos de
Cristo, de modo que “…Ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para
aquele que por eles morreu e ressuscitou” – 2ª Co 5.15; Ef 2.10. Nos dias atuais, não difere das definições já
expostas, tais como conduta ou prática de vida. Temos uma boa referência em 1ª Co 15.33 quando Paulo
diz que: “as más conversações corrompem os bons costumes”. Este texto apresenta as exigências da Ética
Cristã. O conceito que nós estudamos, encontramos fundamentalmente na Bíblia Sagrada; que nos ensina a
maneira de vida e conduta. A conduta é considerada uma manifestação do comportamento da pessoa, ela
vai ser o que identifica a pessoa e o caracteriza, vejamos os três principais desenvolvimentos da conduta:
1. A conduta moral
A ética traz os argumentos básicos para que se possam conhecer os princípios de tomadas de decisões,
como também a introdução à revolução moral. Leva também ao conhecimento moral das obrigações, dos
direitos humanos, das punições impostas aos infratores, do sexo e casamento. O que faz do homem um ser
imoral? Teologicamente como resposta cabal podemos dizer que é a ausência de Deus na vida. Quem tem
a mente de Cristo não mente, não mata, não rouba, não comete adultérios, etc. 1ª Co 2.16 “Pois quem
conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo”.
3. A conduta cristã
Normalmente quando alguém se identifica como cristão; o nome já requer atitudes éticas, tendo em vista
que o livro texto do cristão é a Bíblia Sagrada. Esse conceito pode nos deixar pensativos no que tange ao
que não devemos fazer. Mas o propósito do nosso viver deve ser aquele que Pedro repetiu em sua epístola:
“Sede santos, porque Eu Sou Santo” 1ª Pe 1.16. O conceito de viver de uma forma santa significa mostrar
nas suas boas ações de cristão o exemplo encontrado na vida e ensinamentos de Jesus.
4. A conduta pessoal
Mateus 5.16 ensina: “Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste”. A ética é a ciência
da conduta ideal. Aborda a conduta ideal do indivíduo, isto é, nossa responsabilidade primária. Os
evangelhos nos ensinam que a transformação moral nos conduz as perfeições de Deus Pai, Mateus 5.16. E
daí, parte-se para a transformação de acordo com a imagem do Filho de Deus, Rom 8.29 “Portanto aos que
de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de Seu Filho, a fim de que
ele seja o primogênito entre muitos irmãos”; 2ª Co 3.18 “E todos nós, com o rosto desvendado,
contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória na sua
imagem”. Precisamos cuidar de nosso próprio desenvolvimento espiritual como indivíduos. Essa
transformação reflete em nossa conduta pessoal, pois a conversão cristã gera essa transformação na vida
do ser humano direcionando-o a ética pessoal, 2ª Co 5.17 “Se alguém está em Cristo, é nova criatura as
coisas antigas passaram, eis que tudo se fez novo”, Numa sociedade corrompida, a Ética Cristã, gera
impacto em todos os sentidos. Quando um cristão se recusa a mentir, se droga ou comete adultério, revela
a sua submissão ao Espírito Santo, Lc 14.33 “Assim, pois todo aquele que dentro vós não renuncia a tudo
quanto tem não pode ser meu discípulo”. Nesse caso, a Ética Cristã supera as demais éticas pelo fato de ser
gerada pela presença do Espírito Santo, Gl 5.25 “Se vivermos no Espírito, andemos também no espírito”.
Vejamos também alguns impactos que a Ética Cristã causa em alguns grupos pessoais:
√ Nos Novos convertidos – Um novo convertido demonstra sua nova vida através da ação do
Espírito de Deus no seu interior, como disse Paulo “nova criatura” 2ª Co 5.17, ou como disse o Senhor
Jesus: “Aquele que não nascer de novo” João 3.3. O maior impacto da ética no novo convertido surge
através da mudança de comportamento.
√ Na sociedade – Jesus disse em Mateus 5.13,14: “Vós sois o sal da terra, e a luz do mundo”. Os dois
valores do sal são: o sabor e o poder de preservar da corrupção. O cristão, portanto, deve ser exemplo para
o mundo e, ao mesmo tempo, deve militar contra o mal e a corrupção na sociedade. O sal também
representa as ações de ordem e equilíbrio que os cristãos exercem na sociedade.
√ No Lar – A tragédia dentro do lar começa quando perdemos alguns valores Lc 15.9. Quando há
prioridade para a Palavra e a Oração, certamente, os valores éticos ressurgem. Para encontrar a moeda
perdida, a mulher, em Lucas 15, teve de fazer três coisas fundamentais: “acender a candeia; varrer a casa e
buscar até achá-la”.
Como dinâmica de vida, a ética cristã pode ser manifesta através do conceito ou julgamento que se faz a
respeito de determinados valores que integram o nosso dia-a-dia. Vejamos os conceitos da ética cristã
quanto ao lar, a propriedade, a igreja, a família cristã, ao bem, ao mal, à nova moralidade, ao
comportamento e ao caráter.
O Lar.
O lar é a expressão física do casamento e da família. Quando pensamos no lar, logo nos vêm à mente, um
homem, uma mulher, filhos, casa, alimento, disciplina, ordem, etc. O lar é de inestimável valor às nossas
conclusões quando nos propomos estudar o comportamento sócio-religioso das pessoas. O lar é a célula
máter, o principal núcleo da sociedade, da religião e da pátria. Aquilo que for o lar há de determinar o que
será a sociedade, a Igreja e a Pátria. Se os pais são pessoas responsáveis e tementes a Deus, por certo que
seus filhos serão criados no caminho do bem, contribuindo assim para o fortalecimento da sociedade, da
Igreja e da nação. Infelizmente se acontecer o contrário os resultados negativos serão igualmente de se
esperar.
Particularmente entre os salvos, o que Deus espera dos nossos lares? Deus espera que como pais sejam
exemplo para nossos filhos, na fé, na comunhão com Deus, no respeito, na autoridade e no temor, criando-
os sob disciplina, e conduzindo-os a uma experiência pessoal com Deus. Dos filhos, Deus espera que eles
respeitem e honrem a seus pais, que o temam e que tenham prazer nos seus mandamentos. Só assim o lar
será fortalecido, a sociedade e a pátria preservadas e o nome do Senhor glorificado.
A Propriedade.
É Deus quem livremente distribui entre os homens aquilo que lhe pertence, como a posse da terra,
da água, dos animais, e de todos os demais bens materiais e até os espirituais.
Deus é supremo, é pleno e ilimitado. Tudo o que há no Universo é de Deus e todas as coisas d’Ele provêm.
Tiago 1.17 “ Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não
pode existir variação ou sombra de mudança”.
Deus é o Criador. A Bíblia diz que: “No princípio criou Deus os céus e a terra” Gn 1.1. A força desta
expressão não nos deixa dúvida alguma de que nada existe que se possa igualar ao poder criador de Deus e
à força e segurança da Sua palavra. Hebreus 11.3 “Pela fé, entendemos que foi o universo formado pela
palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem.”
O propósito divino na Criação. Deus criou todas as coisas boas e perfeitas, pois ao concluir sua gigantesca
obra, incluindo Adão e Eva, as Escrituras afirmam que Gn 1.31 “viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que
era muito bom”; Dt. 32.4 “Eis a Rocha! suas obras são perfeitas, porque todos os seus caminhos são juízo;
Deus é fidelidade, e não há nele injustiça; é justo e reto.”
“Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele
domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e
sobre todos os répteis que rastejam pela terra.”
Dessa forma o homem tornou-se propriedade de todas aquelas coisas boas que Deus havia criado, com
plenos poderes para sujeitar todas as coisas e dominar sobre tudo. Como já foi dito anteriormente, todas as
coisas, incluindo o homem, pertencem a Deus, que é Todo-Poderoso e Criador. Salmo 24.1.
Dispondo de todas as coisas existentes- Um dos princípios básicos da propriedade é que ao criar o mundo,
foi desejo de Deus colocá-lo à disposição do homem para dominá-lo e governá-lo, Gn 1.26.
O instinto de aquisição foi concedido por Deus ao ser humano para despertar-lhe o desejo de possuir bens,
de adquiri-los para o seu bem estar e conforto. Isto faz parte da vida do homem.
a) O assunto tratado no Antigo Testamento. O Antigo Testamento expressa não somente o direito de
propriedade individual como também registra muitas leis que tem por objetivo a proteção da propriedade
do homem ( Nm 26.52-55; Dt 19.14; 17.17; Pv 22.28; OS 5.10).
b) O assunto tratado no Novo Testamento. Jesus em seus ensinos, sempre defendeu o direito de
alguém possuir bens terrestres, Mt. 6.25 “Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao
que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir.
Sem negar tal direito, Jesus lembrou também a posição de mordomia que o homem deve ocupar em
relação aos bens adquiridos e ainda advertiu quanto ao perigo de se colocar o coração nas riquezas
terrestres esquecendo-se, assim, das riquezas espirituais e passando a amar mais os bens terrenos do que
os tesouros celestiais. Mt 6.19-21; 19.24; Lc 12.15.
A propriedade Coletiva
Existem coisas que foram criadas para o bem comum de todas as pessoas que convivem em uma mesma
terra e compartilham de um mesmo ambiente, sendo para isso necessário haver a colaboração de toda a
comunidade no sentido de conservar todos esses bens. É interesse coletivo um dos aspectos que
proporcionam condições para se formar uma comunidade, uma sociedade, um estado, uma nação.
A. A divisão dos bens entre o povo de Israel. Deus havia prometido uma terra abundante e fértil aos
descendentes de Abraão, para que eles pudessem se constituir em nação, Gn 12.2 “de ti farei uma grande
nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção!” Não uma pequena nação, mas uma
grande nação. E Ele cumpriu tal promessa.
B. O espírito que operava na Igreja primitiva. No princípio da fé, quando os primeiros cristãos começaram a
reunir-se formando a Igreja, havia um forte espírito de cooperação e unidade entre eles, como podemos ler
em Atos 2.44,45.
Com o crescimento da Igreja e a propagação do Evangelho efetuada pelo apóstolo Paulo e os demais
apóstolos, vão constatar que as normas mudaram e foi instalado um novo sistema de recolhimento de
ofertas para serem distribuídas aos mais necessitados ( 1ª Co 16.1; Rm 15.26; Gl 2.10)
Em nossos dias o sistema continua o mesmo. Os crentes tem o dever de levar suas ofertas e seus dízimos
para o sustento da obra e auxílio aos necessitados.
A prestação de Contas
A vida da humanidade vem passando por inúmeras transformações, e à medida que o homem, abusando
dos poderes que lhe foram concedidos por Deus, vai dominando a natureza de forma incontrolável e
impiedosa, ele próprio colabora para um terrível desequilíbrio, que é notado em todos os aspectos da vida.
Ninguém deve pensar que Deus está alheio aos acontecimentos. Chegará um dia em que todos serão
julgados ( 1ª Co 2.12-15; Ap 20.11,12). Nem mesmo os crentes fiéis ficarão sem julgamento ( 1ª Co 3.13-
15).
Jesus ensinou através de parábolas que ao homem são dadas condições de administrar bem tudo aquilo
que lhe é responsabilidade (Mt 25.15-30). O homem foi constituído mordomo das riquezas que pertecem a
Deus e como tal, um dia deverá prestar contas de como administrou tais riquezas ao verdadeiro
proprietário, que fará justiça a todos.
O ministério do ensino se expõe de maneira incisiva e clara nas Escrituras (Ex 18.20; Lc 19.47). O propósito
e os métodos deste ministério podem ser vistos tanto no Antigo como no Novo Testamento. Jesus disse: “A
minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou” (Jo 7.16). Esta declaração veio dos lábios do
próprio Jesus, revelando o propósito da Palavra como manual de ensino.
O Antigo Testamento, não tenta ensinar apenas para desenvolver o intelecto, mas comunicar, ensinar a
viver de acordo com suas crenças e de acordo com suas necessidades éticas ( Ex 20.1-17; 21.1-16). O
conceito que se tem a simples vista do ensino do Antigo Testamento, é que apenas os israelitas tinham que
aprender longos relatos de seus antepassados e históricos de suas experiências na trajetória até a terra de
Canaã (Dt 4.1). Porém se olharmos para o conceito que se tinha do ensino do aprendizado veremos que
isto vai muito além do que sabemos.
Muitos reis e príncipes foram beneficiados pela Palavra de Deus. Pv 3.13-16. Os vários desvios da nação de
Israel surgiram em consequência da ignorância da Palavra (II Cr 36.16) Por outro lado, quando o rei buscava
ao Senhor e voltava-se para a Palavra, a nação prosperava (II Cr 26.5). Essa é uma constante na História de
Israel “queda e levantamento”. Na época de Juízes, tem vários relatos das consequências desastrosas da
desobediência de Israel (Jz 21.25). Josué recebeu sérias recomendações para observar os preceitos da Lei
do Senhor (Js 1.7,8). Sua obediência lhe valeu o sucesso.
Conforme o plano de Deus, Zorobabel conduziu um grupo de remanescentes judeus exilados de volta à
Palestina. Alí, o Senhor encarrega Esdras, o sacerdote para promover a maior reconstrução espiritual: o
retorno à Bíblia ( Ne 8). Esse capítulo descreve um dos maiores avivamentos da história. A Palavra de Deus
remodelou seu povo e gerou em seus corações uma grande fome espiritual, mudando suas atitudes
pecaminosas e renovando suas forças (Ne 8.5-6, 10).
No Novo Testamento
A palavra “DIDASKO” é geralmente usada quando se trata de instrução verbal, no entanto, também pode
ser usada para dizer: “mostra-nos”.
Outras vezes esta palavra tem duplo sentido: “fazer e ensinar” (Mt 5.19; At.1.1). Também pode ser
traduzida como se instruir mutuamente (Cl 3.26). Entretanto, a palavra “PAIDEÚO”, dá idéia de educar uma
criança (Pv 22.6). Também implicam neste ensino, disciplina e correção (1ª Co 11.21; 1ª Tm 1.20; Tt 2.12).
Não somente o Novo Testamento, como toda Bíblia está repleta de exemplos éticos, tendo em vista que ela
é um manual de todas as éticas. Procuraremos demonstrar apenas três exemplos de ética no Novo
Testamento, mas devemos procurar outros exemplos éticos em toda Bíblia, afinal ela é nosso manual por
excelência.
O exemplo de Zaqueu
A confissão genuina do pecado e a verdadeira fé, que produz salvação em Cristo resultam na transformação
da conduta externa da pessoa Rm 10.9 “Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em seu coração,
creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo”. Zaqueu demonstrou arrependimento e conversão
com uma atitude espontânea de restituir e repartir os bens. A presença de Cristo em sua vida o
transformou em um homem ético com exemplos práticos de uma nova vida (Lc 19.8).
Paulo escreveu esta “carta da prisão” (Fm 1.9) a um homem chamado Filemom, mais provavelmente
durante sua primeira prisão em Roma. Filemom era um Senhor de escravos (Fm 1.16) e membro da Igreja
de Colossos. Onésimo era um escravo de Filemom que fugira para Roma; alí, teve contato com Paulo e
entregou sua vida a Jesus. Paulo dentro da ética devolve a Filemom o seu escravo Onésimo com uma carta
de intercessão. Certamente Onésimo seria muito útil a Paulo na prisão, mas não era ético ficar com ele.
A Bíblia mostra Ananias e Safira que combinaram vender uma propriedade e entregar parte do valor como
se fosse o todo (At 5.1). Seu verdadeiro objetivo era obter prestígio e mentiram diante da Igreja a respeito
de suas contribuições (At 5.3). Deus considerou um delito grave contra o Espírito Santo disciplinando-os
com a morte (At 5.5). Já pensou se todos os crentes infiéis morressem iguais a Ananias e Safira? (At 5.10).
Que tragédia! As mortes de Ananias e Safira ficaram como exemplos perpétuos da atitude de Deus para
com qualquer coração enganoso entre aqueles que professam ser cristãos (At 5.11).
Na atualidade
Na atualidade, pela graça de Deus temos métodos diversificados de ensino bíblico. O Espírito de Deus tem
despertado vidas novas para darem ênfase a esse ensino. Historicamente, na Idade Média, houve algumas
barreiras religiosas por parte da Igreja Católica e algumas ideologias amedrontadoras àqueles que liam a
Bíblia: “Dizia-se que quem lesse a Bíblia ficava doido”. Felizmente, houve um despertamento progressivo
desde que Deus levantou Lutero, o reformador, para devolver a Bíblia às nações. Compreender a origem,
propósito e alcance da Bíblia é condição indispensável a todos quantos buscam compreender a boa, santa e
agradável vontade de Deus, a fim de estarem habilitados para toda boa obra (2ª Tm 2.15). Assim como o
corpo físico necessita de alimentos e proteínas, também, o nosso espírito necessita de alimento espiritual e
esse alimento é o estudo pessoal da Palavra de Deus (Sl 1.1-3)
1 “Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos
pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.
2 Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite.
3 Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja
folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido.
Seria interessante fazer uma auto-avaliação e verificar quanto tempo do dia, estamos dedicando ao estudo
pessoal da Palavra de Deus. Jesus disse: Nenhuma hora pudeste velar comigo? (Mt 26.40b).
O término da vida provocado pelo homem, sua abordagem pelo crente não deve basear-se em raciocínio,
filosofias e justificativas puramente humanas, mas nas Escrituras respeitante ao vasto assunto da vida.
(Ética Cristã — Confrontando as questões morais -Elinaldo Renovato de Lima).
“O Senhor é o que tira a vida e a dá; faz descer à sepultura e faz tornar a subir dela” (1 Sm 2.6).
Ler: Jó 2.7,9,10; Provérbios 31.6.
A vida é dom de Deus concedido ao homem. Toda concessão continua sendo de domínio do seu
proprietário. Assim, não é da competência deste homem decidir o momento em que sua vida, ou de quem
quer que seja deva ser extinta. O conceito de misericórdia aplicado à eutanásia é equivocado, pois o
exercício daquela implica em prestar socorro até às últimas consequências, e isto não inclui tirar a vida com
a pretensa justificativa de estar aliviando o sofrimento de alguém. Quanto ao suicídio, é um ato de extrema
covardia. O ser humano sentindo-se incapaz de lidar com suas próprias limitações busca refúgio na morte.
Não seria mais fácil permanecer vivo e admitir que fracassou? Qualquer forma de morte induzida é a
legitimação de desistência da vida e, por extensão, da fé e da crença nos valores eternos.
I. O CRISTÃO E A EUTANÁSIA
1. O que significa? A palavra “eutanásia” vem de dois termos gregos: eu, com significado de “boa” e
thánatos, que significa “morte”. Do que resulta o termo eutanásia, sugerindo a ideia de “boa morte”. Tal
conceito é aplicado aos casos em que o médico, usando meios a seu dispor, leva o paciente à “morte
misericordiosa”, pondo fim ao seu sofrimento.
3. O posicionamento bíblico.
a) “Não matarás”. A Bíblia diz: “Não matarás...” (Êx 20.13). Daí, a ação do médico, tirando a vida do
paciente, equiparar-se a um assassinato, a um homicídio.
“Tradicionalmente, se reconhece que a eutanásia é um crime contra a vontade de Deus, expressa no
decálogo, e contra o direito de vida de todos os seres humanos”. Lemos em 1 Sm 2.6: “O Senhor é o que
tira a vida e a dá; faz descer à sepultura e faz tornar a subir dela”.
A vida do homem não lhe pertence. Recebeu-a para administrar e deve fazê-lo como bom administrador ou
mordomo, a fim de, no futuro, prestar contas ao seu legítimo dono, Deus.
b) Há a possibilidade do milagre. E se Deus quiser realizar um milagre? A fé passa por cima de todas as
impossibilidades. “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que não
se veem. Porque, por ela, os antigos alcançaram testemunho” (Hebreus 11.1,2). Certamente, o
Juramento de Hipócrates, proclamado pelos médicos, deve ser considerado, prescrevendo que os mesmos
não devem “dar remédio letal a quem quer que o peça, tampouco... fazer alguma alusão a respeito”.
O argumento em favor da eutanásia, alegando que deixar alguém sofrendo sem a mínima perspectiva de
sobrevivência é menos moral do que acelerar a morte para tal pessoa, é humano e não tem base bíblica.
“Matar por misericórdia”, mesmo com consentimento de quem está sofrendo, não é moralmente correto,
e tal pedido equivale ao suicídio. Assim, quem pratica esse tipo de eutanásia é cúmplice de suicídio. A vida
é santa em si e em sua finalidade. Somente Deus pode e tem o direito de dar a vida e de tornar a tirá-la. O
nosso dever é aliviar o sofrimento das pessoas por outros métodos e não tirando-lhes a vida.
Ao contrário, devemos envidar todo esforço na tentativa de sua cura, seja por medicamentos, seja pela
oração da fé “...e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados,
ser-lhe-ão perdoados. Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sareis; a
oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tiago 5.15,16).
1. O suicídio na Bíblia. Nas Escrituras, encontramos o registro de alguns casos de suicídio. Em todos
eles, vemos que seus protagonistas foram pessoas que deixaram de lado a voz do Senhor, e
desobedeceram à sua Palavra:
a) O exemplo de Saul. Foi um rei fracassado, que deixou o Senhor, e foi em busca de uma médium
espírita (cf. 1 Sm 28.1-19; 31.1-4; 1 Cr 10.13,14).
b) O exemplo de Aitofel. Foi um conselheiro de Absalão, orgulhoso, que se matou por ver que sua
palavra fora suplantada por outro. (2 Sm 17.23).
c) O exemplo de Zinri. Um rei sem qualquer temor de Deus, que usurpou o trono por traição e
matança, e que por fim se matou, quando se viu derrotado pelo exército inimigo (1 Rs 16.18,19).
d) O exemplo de Judas Iscariotes. Após trair Jesus, foi dominado por um profundo remorso, e, ao invés
de pedir perdão ao Senhor, foi-se enforcar.
2. O caso de Sansão. Ele caiu nos braços de uma prostituta, chamada Dalila (Jz 14.3; 16.11). Traído por
ela, foi levado ao cárcere. Numa festa ao deus Dagon, foi apresentado como troféu, e fez o templo
desmoronar sobre ele e seus inimigos.
Há quem cite o caso de Sansão (Jz 16.30) como exemplo de suicídio aprovado por Deus. Quem pensa assim
desconhece toda a história de Sansão e sua era teocrática. Há casos em que uma pessoa morre,
sacrificando-se por outra ou por outras. Um bombeiro entra no fogo e salva várias pessoas, mas ele morre;
um soldado lança-se sobre uma granada, impedindo que muitos companheiros pereçam. Isso não é
suicídio. É sacrifício. Ver o caso da rainha Ester (Ef 4.11-15).
3. Sugestão de uma esposa sem fé. A mulher de Jó sugeriu, diante de seu sofrimento, que ele
amaldiçoasse a Deus e morresse (se suicidasse). Ele, porém, não aceitou tal ideia, e de modo resignado,
confiou integralmente no Senhor.
4. O posicionamento cristão. A vida é sagrada e somente Deus pode dar e tirar a vida. Moisés pediu a
Deus que tirasse a sua vida (Nm 11.15). O profeta Elias também fez o mesmo pedido (1 Rs 19.4) e da
mesma forma o profeta Jonas (Jn 4.3). Deus não atendeu a nenhum desses pedidos. Isso mostra que a vida
pertence a Deus e não a nós mesmos. Deus sabe a hora em que a vida humana deve cessar, e Ele é o
soberano de toda a existência.
O ser humano deve respeitar seu corpo como propriedade de Deus. Por isso, não compete ao homem tirar
a sua vida. Ao contrário, tudo ele deverá fazer para protegê-la.
Esperamos que estes subsídios contribuam para uma reflexão mais aprofundada dos assuntos estudados,
na busca de respostas mais consistentes em relação aos problemas éticos que são verdadeiros desafios à
igreja do Senhor, principalmente no início de um novo milênio, quando os mais diversos e inusitados
questionamentos inquietam os servos de Deus.
2. O CRISTÃO E A SEXUALIDADE
Ao criar o ser humano, Deus dotou-o de sexualidade plena e diferenciada, macho e fêmea, segundo
seus propósitos. Essa sexualidade era normal no princípio. (Ver Gênesis 1.27; 2.24; 1 Coríntios 7.2,3,5;
Provérbios 5.18; Eclesiastes 9.9.)
Quando Deus formou o primeiro casal, dotou-o de estrutura físico-emocional e instinto sexual que o
capacitam para a reprodução e preservação da espécie humana. O propósito de Deus é que os filhos
procedam do casamento e não de outra maneira. A quebra dessa lei resulta em frutos amargos para a
família. Deus assim dotou o homem para propósitos específicos, puros e elevados. Portanto, a sexualidade
é parte natural e integrante do ser humano. No casamento, a sexualidade exerce papel fundamental e
indispensável para o bom relacionamento entre os cônjuges e, como já foi dito, para a perpetuação do
gênero humano, circunscrita ao plano de Deus para o matrimônio. Vamos refletir um pouco nesta lição
sobre esse importante assunto.
1. O sexo foi feito por Deus. Deus fez o homem, incluindo o sexo e “viu que tudo era bom” (Gn 1.31).
As mãos que fizeram os olhos, o cérebro, também fizeram os órgãos sexuais. Aquele que criou a mente,
criou também o instinto sexual. No princípio, ao ser criado, o sexo era puro e sem pecado. Mas, com a
transgressão de Adão no Éden, todas as faculdades do homem foram afetadas pelo pecado, inclusive o
sexo.
2. O homem participando da criação. Deus quis em sua soberania que o homem desse continuidade à
espécie, macho e fêmea, indicando a clara e inequívoca diferenciação entre os sexos (ver Gn 1.27).
3. A intimidade e interação sexual é privativa dos casados. A ordem de crescer e multiplicar não foi
dada a solteiros, mas a casados (Gn 1.27,28). Deus não quis que o homem vivesse só e lhe deu uma esposa,
já formada, preparada para a união conjugal. O ensino bíblico é que o homem deve desfrutar o sexo com a
esposa de modo normal, racional, sadio e amoroso não com a namorada ou noiva. Em Cantares de
Salomão, tem-se a exaltação do amor conjugal. Este, não ocorre entre solteiros (Ct 4.1-12; Ef 5.22-25).
Pesquisas indicam que 50% dos jovens evangélicos já praticaram sexo antes do casamento. Isso é pecado
grave contra o próprio corpo, contra o Criador, contra a Palavra de Deus, contra o próximo, contra a Igreja
e contra a família.
a) A procriação (Gn 1.27,28; Sl 139.13-16). A procriação é o ato criador do Eterno através do homem.
Ele dotou o homem de capacidade reprodutiva, instituiu o matrimônio e a família, visando a legitimação
desse maravilhoso e sublime processo que a mente dos mortais jamais poderá explicar. “Frutificai e
multiplicai-vos”, foi a ordem do Criador (Gn 1.27,28).
b) O ajustamento do casal. Em 1 Coríntios 7.1-7, vemos uma orientação bíblica muito importante do
apóstolo Paulo no que diz respeito à intimidade conjugal. O apóstolo, nesta passagem, considera os
seguintes princípios:
• Prevenção (v.2): “mas, por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria mulher e cada uma
tenha o seu próprio marido”. Com isso, evita-se o adultério e a prostituição.
• Mútuo dever (v.3): “O marido pague à mulher a devida benevolência e, da mesma sorte, a mulher
ao marido”. É o dever do amor conjugal, no que tange ao atendimento das necessidades sexuais, a que tem
direito cada cônjuge.
• Autoridade mútua (v.4): “A mulher não tem poder sobre seu próprio corpo, mas tem-no o marido;
e também, da mesma maneira, o marido não tem poder sobre seu próprio corpo, mas tem-no a mulher”.
Não se trata aqui, da autoridade por imposição, pela força, mas sim pelo amor conjugal. Diga-se também
que o marido não pode abusar da esposa, praticando atos ilícitos, carnais, abusivos e sub-humanos, ou
vice-versa.
c) A satisfação amorosa do casal. Existem seitas ou religiões e, até evangélicos, que proíbem o prazer
do sexo alegando que a finalidade deste é somente a procriação. Isso não tem base na Bíblia. Vários textos
nos mostram que Deus reconhece o direito de o casal usufruir desse prazer. Em Provérbios 5.18-23, o sábio
recomenda aos cônjuges que desfrutem do sexo, sem referir-se, neste caso, ao ato procriativo. Nesta
passagem, porém, o homem é advertido quanto à “mulher estranha”, a adúltera; e é incentivado a valorizar
a união conjugal honesta e santa, exaltando a monogamia, a fidelidade (ver Ec 9.9; Ct 4.1-12; 7.1-9). No
Antigo Testamento, a “lua de mel” durava um ano! (Dt 24.5).
a) Deve ser exclusiva ou monogâmica. Deus condena de forma veemente a poligamia (Gn 2.24; Pv
5.17).
b) Deve ser alegre. O casal tem direito de usufruir do contentamento propiciado pela intimidade
matrimonial (Pv 5.18).
c) Deve ser santa (1 Pe 1.15 e 1 Ts 4.4-8). A santidade se aplica também ao nosso corpo, uma vez que
o Espírito Santo habita em nós (1 Co 6.19,20), razão pela qual toda e qualquer prática sexual ilícita
(aberrações, bestialidade etc.) não devem ser permitidas; além de pecaminosas, não contribuem para o
ajustamento espiritual do casal.
d) Deve ser natural (Ct 2.6; 8.3). As relações sexuais anal e oral são antinaturais e sub-humanas,
portanto, reprováveis. Os pecados do sexo são responsáveis por muitas doenças, inclusive as denominadas
“sexualmente transmissíveis (DST) que vêm ceifando milhões de vidas no mundo inteiro, principalmente a
AIDS”. Essas práticas sexuais reprováveis estão sujeitas a juízo (Hb 13.4).
1. Fornicação. Prática do sexo entre solteiros ou entre casado e solteiro. O fornicário não entra no céu
(Ap 21.8; Gl 5.19 e 1 Co 6.18).
2. Adultério. Relação sexual de casados com pessoas que não são seus cônjuges (Mt 5.27; Mc 10.9 e
Rm 13.9). É grave e desastroso pecado (Pv 5.1-5).
3. Prostituição. Em sentido geral, envolve todas as práticas sexuais pecaminosas. Em sentido estrito, é
a intimidade sexual com prostitutas e a infidelidade conjugal. Deus a proíbe com veemência (Dt 23.17); é
grave pecado (1 Co 6.16); é insanidade, loucura, estupidez e torpeza (Pv 7.4-10; 1 Co 6.15-18).
5. A masturbação. Há ensinadores que não a consideram pecado de forma alguma. Outros, dizem que
é totalmente errado. Outros, ainda, dizem que, se não for por vício, mas por necessidade, torna-se
moralmente justificável. De qualquer forma, é pecado, por contrariar o plano de Deus, pois o sexo não deve
ser egoísta, mas partilhado com outra pessoa, no âmbito do casamento. A masturbação está sempre
associada a fantasias sexuais.
Observamos que os preceitos bíblicos que dão conta da sexualidade se identificam com o que Jesus
chamou de “caminho estreito”, o qual poucos se dispõem a palmilhar. No mundo hodierno, onde os meios
de comunicação em massa aprovam, promovem, incentivam e exaltam o erotismo, sensualidade, a
prostituição e o sexo fora do casamento, de modo irresponsável e pecaminoso é necessário que o cristão
tome posição firme e consciente. Ele deve orientar-se pelos princípios morais e éticos, para a sexualidade, à
luz da Palavra de Deus.
Com a lassidão dos costumes e o relaxamento constante dos padrões de conduta da sociedade sem Deus,
os jogos, os vícios e as diversões e práticas imorais estão sendo legalizados e considerados como coisas
normais e naturais.
Não existe argumento que justifique o envolvimento do crente com nenhuma espécie de vício. O corpo do
salvo é o templo do Espírito Santo. Se levarmos em conta que um abismo chama outro abismo, podemos
perfeitamente supor que, ao envolver-se em um tipo de vício, o homem estará perigosamente abrindo uma
brecha para que toda espécie de pecados ocupe espaço em sua vida e o domine completamente
contaminando assim o templo de Deus. A Bíblia diz: “Mas o justo viverá da fé; e, se ele recuar, a minha
alma não terá prazer nele” (Hb 10.38). A fé que move o cristão deve estar depositada unicamente nas
promessas divinas, nunca nas práticas perigosas, mundanas e carnais que levam à ruína espiritual.
Os vícios, inclusive os morais, destroem vidas e famílias. Eles também prejudicam lares cristãos. Na época
em que vivemos, há uma onda de liberalismo que não vê pecado em quase nada, e favorece práticas
perigosas, que podem levar à destruição espiritual, disfarçadas de “coisas que não têm nada a ver”. O
verdadeiro cristão não se deixa levar por esta degeneração do mundo. O crente precisa saber que tais
coisas vêm do Príncipe deste mundo — o Diabo.
2. Condenação à bebedice. Diz a Palavra: “Ai dos que se levantam pela manhã e seguem a bebedice! E
se demoram até à noite, até que o vinho os esquenta! Harpas, e alaúdes, e tamboris e pífaros, e vinho há
nos seus banquetes; e não olham para a obra do SENHOR, nem consideram as obras das suas mãos” (Is
5.11,12). Aí, vemos um tipo de festa, no Antigo Testamento, semelhante ao que se passa nos jogos, nos
bares, nos clubes, e shows mundanos, em que a bebida alcoólica é fator indispensável para sua motivação.
3. O sofrimento dos viciados. O escritor de Provérbios anotou que os viciados são vítimas de
sofrimento, pesares, violência, queixas, adultério, prostituição, linguagem perversa, desequilíbrio mental
(“delirium tremens”), câimbras, vômito, derrame, hipertensão, que são apenas algumas das danosas
consequências do alcoolismo (Ler Pv 29.29,30,33-35).
4. O alcoolismo no Novo Testamento. Advertindo sobre sua vinda, Jesus proferiu uma parábola sobre
a vigilância, condenou o servo infiel, comedor, espancador, e beberrão dizendo que sua parte seria com os
infiéis (Lc 12.45,46). O apóstolo Paulo colocou no mesmo nível de condenação os bêbados, os devassos, os
idólatras, os homossexuais, e os ladrões, os quais não herdarão o reino de Deus (1Co 6.9,10). Ver Rm 13.13;
1Pe 4.3-5.
1. Condenação ao vício. Segundo o ensino das Escrituras, o cristão não tem outra alternativa a não ser
reprovar de modo claro e direto o uso de bebidas alcoólicas.
Grande parte dos acidentes de trânsito são provocados por motoristas alcoolizados; cerca de 80% das
agressões têm na bebida sua motivação; a ausência ao trabalho por causa do vício causa enormes
prejuízos.
2. O vinho que Jesus bebeu. Jesus transformou água em vinho numa respeitável festa de casamento
(Jo 2.1-11). Há quem use esse texto para dizer que não há nada errado em se beber vinho. Sim! Mas o
vinho que Jesus faz! Do vinho embriagante para as demais bebidas alcoólicas pode ser apenas um passo. É
melhor não tomar o primeiro gole. Na Santa Ceia (Mt 26.29), Jesus não tomou vinho embriagante. No texto
original, Ele tomou “do fruto da vide” (do gr. guenematos tês ampèlou), indicando tratar-se do suco fresco
da uva. Se fosse vinho fermentado a palavra seria oinos.
Anotemos o que diz a Bíblia: “Não olhes para o vinho quando se mostra vermelho, quando resplandece no
copo e se escoa suavemente” (Pv 23.31ss).
3. Nenhuma concessão. O cristão não deve tomar vinho, cerveja, champanhe ou qualquer outra
bebida, considerada leve, tendo em vista os males físicos, sociais, morais e espirituais que envolve tal
prática. Lembremo-nos de que “o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no
Espírito Santo” (Rm 14.17).
1. O fumo é uma droga. No cigarro existem inúmeras substâncias prejudiciais ao organismo humano.
Metais tóxicos, como cádmio, manganês, cromo, zinco, ao lado do alcatrão e da nicotina acabam matando
os viciados.
2. Mata mais do que muitas guerras. A cada 10 minutos, morre um brasileiro de câncer no pulmão, de
enfisema pulmonar, ou de doença cardiovascular, por causa do fumo. A cada ano estima-se que morrem
mais de cem mil pessoas, no Brasil, por causa desse vício, que é um suicídio lento. Mais de dois milhões e
quinhentas mil pessoas morrem por ano, no mundo, vitimadas pela epidemia do cigarro.
A Bíblia tem razão quando afirma: “Mas os homens maus e enganadores irão de mal a pior, enganando e
sendo enganados” (2Tm 3.13).
4. Posicionamento cristão. O vício é pecado, e fumar é um vício. Logo o fumante não tem como
escapar: está pecando. O fumo destrói o corpo, que é templo do Espírito Santo (1Co 3.17). Graças a Deus,
são inúmeros os casos de pessoas que aceitam a Cristo e ficam libertas do vício do fumo. Na conversão do
pecador, efetuada por Jesus, os vícios, como coisas da velha vida, ficam para trás (cf. 2 Co 5.17).
1. Agentes do diabo. As drogas são agentes utilizados pelo Diabo para a destruição de vidas,
principalmente de adolescentes e jovens.
2. Motivos que levam às drogas. Além da ação demoníaca velada, concorre para isso a curiosidade,
imitação do grupo, aventura, mas, principalmente, o desajuste familiar. O melhor preventivo: o andar com
Deus, o amor cristão entre pais e filhos, o diálogo, o bom relacionamento, o Culto Doméstico desde cedo
como está escrito, “Instrui o menino no caminho em que deve andar e, até quando envelhecer, não se
desviará dele” (Pv 22.6).
1. A ilusão do jogo. A propaganda das loterias, dos bingos e outros meios da jogatina, ilude os
incautos, prometendo-lhes riqueza fácil. Contudo, nenhum desses jogos é de sorte, mas de azar. Milhares
de pessoas jogam, mas só uma ou poucas ganham “a bolada”. E o restante? Fica no azar. Perde dinheiro e
energias, esperando o ganho fantástico! Quanto mais pessoas jogam, menos chances cada uma tem de ser
sorteada.
2. O amor ao dinheiro. O jogador põe o coração no dinheiro. Torna-se escravo da ideia de ganhar de
qualquer maneira. Deus condena a avareza (1Tm 6.10). Em Provérbios 28.22, lemos: “Aquele que tem um
olho mau corre atrás das riquezas, mas não sabe que há de vir sobre ele a pobreza” (Pv 28.22).
3. O desprezo ao trabalho. Se o crente resolve jogar pensando em deixar de trabalhar, isso não é
correto. Em Efésios 4.8, lemos: “Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as mãos o
que é bom para que tenha o que repartir com quem tiver necessidade” (Ef 4.28).
4. O problema do vício. O vício do jogo leva a pessoa a uma compulsão, que a obriga a jogar cada vez
mais, na esperança de superar as perdas. O indivíduo torna-se um escravo do jogo. Começa com dinheiro,
depois entrega a roupa, os sapatos, o relógio, os bens, e por fim, a honra, a dignidade.
5. A ilusão da contribuição social. O argumento de que parte do dinheiro vai para as obras sociais não
justifica a jogatina. O correto seria o governo proporcionar oportunidade de emprego honesto, e não de
incentivo ao jogo. Muita gente, principalmente das classes mais humildes, é explorada pela jogatina.
Os jogos de azar, oficializados ou não, são instrumentos prejudiciais à vida moral e social, pois levam as
pessoas a confiarem na sorte, em lugar de se dedicarem com mais afinco ao trabalho honesto. Os vícios são
meios destrutivos que o Diabo usa para ceifar vidas preciosas, principalmente entre os jovens, e
empobrecer as famílias. Que Deus guarde a Igreja, e de modo especial a juventude para que não enverede
pelos tortuosos caminhos dos jogos e dos vícios. Até o futebol de clubes e campos, que no passado era
primeiro esporte e depois jogo, hoje é apenas jogo e não mais esporte como arte. Além de jogo, o futebol
é, hoje, também campo de batalha entre torcidas fanáticas e a força policial.
“De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque este é o
dever de todo homem”(Ec 12.13).
O cristão, como sal da terra e luz do mundo, não só deve ser diferente, mas seu comportamento como
cristão deve ser um referencial para a sociedade. Nesta era pós-moderna devemos como cristãos manter o
nosso alvo sem perdermos o foco, refletindo Cristo Jesus através de nossas condutas e ações. A ética como
ciência secular é a disposição ou vontade de se seguir bons costumes ou hábitos. Ética cristã é para nós,
crentes e servos em Jesus, o certo e o errado devem ter como base a Bíblia Sagrada, a nossa “regra de fé e
prática”. Somente a Palavra de Deus é a maior e melhor referencial ético do mundo. Assim podemos
afirmar que a ética cristã deve ser fundamentada no conhecimento de Deus como revelado na Bíblia.
BIBLIOGRAFIA:
─LIMA, Elinaldo R. Ética Cristã: confrontando as questões morais de nosso tempo. Rio de Janeiro: CPAD.
─GEISLER, Norman L. Ética Cristã. São Paulo: Vida Nova, 1988.
─GRENZ, Stanley. A Busca da Moral. São Paulo: Vida 2006.
─GUNDRY, Stanley, Editor. Deus mandou matar? 4 Pontos de vista sobre o genocídio cananeu. São Paulo:
Vida, 2006.
─HARE, John. Por que ser bom? São Paulo: Vida, 1988.
─KESSLER, Nemuel. Ética pastoral. Rio de Janeiro: CPAD.