USUCAPIÃO

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Você comprou o seu imóvel por contrato de

gaveta e agora está morando em um imóvel que


não está em seu nome.

Gostaria de obter o reconhecimento da


propriedade e ter o registro do imóvel em seu
nome?

A usucapião é a solução para regularizar a


documentação do seu imóvel e aumentar o valor
de venda.

A usucapião é o direito que o indivíduo adquire em relação à posse de um


bem móvel ou imóvel em decorrência da utilização do bem por determinado
tempo, contínuo e incontestadamente.

Em caso de bens imóveis, qualquer bem que não seja público pode ser
adquirido através da usucapião. O autor em uma ação de usucapião busca
como único objetivo alcançar a propriedade do bem, registrando seu nome
na matrícula do imóvel.

A usucapião é modo aquisitivo do domínio da coisa ou de certos direitos


reais pela posse continuada durante determinado lapso temporal e pode
ser proposta tanto via cartório como judicial.
1) Requisitos da propriedade e do Imóvel para Usucapião (arts. 1.238 a
1.244, CC):

a) Posse de bem imóvel, como seu, por 15 anos, sem interrupção, nem
oposição, independentemente de título e boa-fé;

b) Posse de bem imóvel, como seu, por 10 anos, sem interrupção, nem
oposição, independentemente de título e boa-fé, tendo sido no imóvel
realizado obras ou serviços de caráter produtivo;

c) Posse de bem imóvel, como seu, por 05 anos, sem interrupção, nem
oposição, por pessoa que não seja proprietária de outro imóvel, desde
que com área de terra em zona rural não superior a 50 hectares,
tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua
moradia;

d) Posse de bem imóvel, como seu, por 05 anos, sem interrupção, nem
oposição, por pessoa que não seja proprietária de outro imóvel, desde
que com área urbana de até 250 m², utilizando-a para sua moradia ou de
sua família;

e) Posse Direta de bem imóvel, como seu, com exclusividade, por 02 anos,
sem interrupção, nem oposição, por pessoa que não seja proprietária de
outro imóvel, desde que com área urbana de até 250 m² cuja propriedade
dívida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar,
utilizando-o para sua moradia ou de sua família;

f) Aquisição de propriedade de imóvel, contínua e incontestadamente, com


justo título e boa-fé, por 10 anos;

g) Aquisição onerosa de propriedade de imóvel, contínua e


incontestadamente, com justo título e boa-fé, com base no registro
constante do respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que
os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado
investimentos de interesse social e econômico por 05 anos;

h) O título de domínio e a concessão de uso não será reconhecido ao


mesmo possuidor mais de uma vez;

2) REQUISITOS DO PROCEDIMENTO (ART. 216-A DA LEI 6.015, DE 31


DE DEZEMBRO DE 1973 (LEI DE REGISTROS PÚBLICOS),
ALTERADA PELA LEI 13.465, DE 2017)

a) Sem prejuízo da via jurisdicional, apresentação de pedido de


reconhecimento extrajudicial de usucapião, endereçado ao cartório do
registro de imóveis da comarca em que estiver situado o imóvel
usucapiendo, a requerimento do interessado, representado por
advogado, instruído com:

I. Lavratura de ATA NOTARIAL LAVRADA pelo TABELIÃO, atestando o


tempo de posse do requerente, conforme o caso e suas circunstâncias,
podendo dados representados por imagem ou som gravados em
arquivos eletrônicos constarem da ata notarial;

II. PLANTA E MEMORIAL DESCRITIVO assinado por profissional


legalmente habilitado, com prova de anotação de responsabilidade
técnica no respectivo conselho de fiscalização profissional, e pelos
titulares de direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel
usucapiendo ou na matrícula dos imóveis confinantes.

1. Se a planta não contiver a assinatura de qualquer um dos titulares de


direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo ou
na matrícula dos imóveis confinantes, o titular será notificado pelo
registrador competente, pessoalmente ou pelo correio com aviso de
recebimento, para manifestar consentimento expresso em quinze dias,
interpretado o silêncio como concordância. Caso não seja encontrado o
notificando ou caso ele esteja em lugar incerto ou não sabido, tal fato
será certificado pelo registrador, que deverá promover a sua notificação
por edital mediante publicação, por duas vezes, em jornal local de grande
circulação, pelo prazo de 15 dias cada um, interpretado o silêncio do
notificando como concordância; ressalta-se que Regulamento do órgão
jurisdicional competente para a correição das serventias poderá autorizar
a publicação do edital em meio eletrônico, caso em que ficará
dispensada a publicação em jornais de grande circulação.

2. No caso de o imóvel usucapiendo ser unidade autônoma de condomínio


edilício, fica dispensado consentimento dos titulares de direitos reais e
outros direitos registrados ou averbados na matrícula dos imóveis
confinantes e bastará a notificação do síndico para manifestar
consentimento expresso em quinze dias, interpretado o silêncio como
concordância.

3. Em caso de apresentação de impugnação do pedido de reconhecimento


extrajudicial de usucapião, apresentada por qualquer um dos titulares de
direito reais e de outros direitos registrados ou averbados na matrícula do
imóvel usucapiendo e na matrícula dos imóveis confinantes, por algum
dos entes públicos ou por algum terceiro interessado, o oficial de registro
de imóveis remeterá os autos ao juízo competente da comarca da
situação do imóvel, cabendo ao requerente emendar a petição inicial
para adequá-la ao procedimento comum.

III. CERTIDÕES NEGATIVAS dos distribuidores da comarca da situação do


imóvel e do domicílio do requerente;

IV. Justo título ou quaisquer outros documentos que DEMONSTREM A


ORIGEM, A CONTINUIDADE, A NATUREZA E O TEMPO DA POSSE,
tais como o pagamento dos impostos e das taxas que incidirem sobre o
imóvel.
4. No caso de ausência ou insuficiência dos documentos de que trata o
item IV acima, a posse e os demais dados necessários poderão ser
comprovados em procedimento de justificação administrativa perante a
serventia extrajudicial, que obedecerá, no que couber, ao disposto no §
5º do art. 381 e ao rito previsto nos arts. 382 e 383 do NCPC:

Art. 381. (...)

§ 4o O juízo estadual tem competência para produção antecipada de prova


requerida em face da União, de entidade autárquica ou de empresa
pública federal se, na localidade, não houver vara federal.

§ 5o Aplica-se o disposto nesta Seção àquele que pretender justificar a


existência de algum fato ou relação jurídica para simples documento e
sem caráter contencioso, que exporá, em petição circunstanciada, a sua
intenção.

Art. 382. Na petição, o requerente apresentará as razões que justificam a


necessidade de antecipação da prova e mencionará com precisão os
fatos sobre os quais a prova há de recair.

§ 1o O juiz determinará, de ofício ou a requerimento da parte, a citação de


interessados na produção da prova ou no fato a ser provado, salvo se
inexistente caráter contencioso.

§ 2o O juiz não se pronunciará sobre a ocorrência ou a inocorrência do fato,


nem sobre as respectivas consequências jurídicas.

§ 3o Os interessados poderão requerer a produção de qualquer prova no


mesmo procedimento, desde que relacionada ao mesmo fato, salvo se a
sua produção conjunta acarretar excessiva demora.
§ 4o Neste procedimento, não se admitirá defesa ou recurso, salvo contra
decisão que indeferir totalmente a produção da prova pleiteada pelo
requerente originário.

Art. 383. Os autos permanecerão em cartório durante 1 (um) mês para


extração de cópias e certidões pelos interessados.

Parágrafo único. Findo o prazo, os autos serão entregues ao promovente


da medida.

b) O pedido será autuado pelo registrador, prorrogando-se o prazo da


prenotação até o acolhimento ou a rejeição do pedido.

c) O oficial de registro de imóveis dará ciência à União, ao Estado, ao


Distrito Federal e ao Município, pessoalmente, por intermédio do oficial
de registro de títulos e documentos, ou pelo correio com aviso de
recebimento, para que se manifestem, em 15 (quinze) dias, sobre o
pedido.

d) O oficial de registro de imóveis promoverá a publicação de edital em


jornal de grande circulação, onde houver, para a ciência de terceiros
eventualmente interessados, que poderão se manifestar em 15 (quinze)
dias.

5. Regulamento do órgão jurisdicional competente para a correição das


serventias poderá autorizar a publicação do edital em meio eletrônico,
caso em que ficará dispensada a publicação em jornais de grande
circulação.

6. Em caso de apresentação de impugnação do pedido de reconhecimento


extrajudicial de usucapião, apresentada por qualquer um dos titulares de
direito reais e de outros direitos registrados ou averbados na matrícula do
imóvel usucapiendo e na matrícula dos imóveis confinantes, por algum
dos entes públicos ou por algum terceiro interessado, o oficial de registro
de imóveis remeterá os autos ao juízo competente da comarca da
situação do imóvel, cabendo ao requerente emendar a petição inicial
para adequá-la ao procedimento comum.

e) Para a elucidação de qualquer ponto de dúvida, poderão ser solicitadas


ou realizadas diligências pelo oficial de registro de imóveis.

f) Transcorrido o prazo para que terceiros eventualmente interessados se


manifestem (15 dias), sem ponto de dúvida a serem esclarecidas por
diligências do oficial de registro de imóvel, e achando-se em ordem a
documentação, o oficial de registro de imóveis registrará a aquisição do
imóvel com as descrições apresentadas, sendo permitida a abertura de
matrícula, se for o caso. Contudo, se ao final das diligências, a
documentação não estiver em ordem, o oficial de registro de imóveis
rejeitará o pedido.

7. A rejeição do pedido extrajudicial não impede o ajuizamento de ação de


usucapião.

A usucapião é uma forma de aquisição originária da propriedade de um


imóvel e é a solução para regularizar a documentação do seu imóvel que
foi comprado somente com um contrato de compra e venda.

Processo Usucapião / Usucapião Judicial / Usucapião Extrajudicial / Inventário / Inventário Extrajudicial /


Reintegração de Posse / Regularização Imobiliária / Danos Morais / Danos Materiais

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