Aula 3 - Formação de Um Grupo Base
Aula 3 - Formação de Um Grupo Base
Aula 3 - Formação de Um Grupo Base
Texto de Apoio Formação do Grupo Base
Introdução
Daremos seqüência ao nosso programa conversando pausadamente sobre cada uma das etapas
do processo de plantação de uma nova igreja. Neste momento, trataremos da Formação do Grupo
Base. Mas o que vem a ser isto? Podemos defini-lo da seguinte maneira:
Não, o grupo base não é um conjunto de pessoas bem intencionadas, dispostas a colaborar de
vez em quando, num final de semana ou outro, por compaixão do plantador, não. O grupo base,
como o próprio nome já diz deve ser suporte, alicerce, formado por pessoas altamente
comprometidas com o projeto, dispostas a dedicar tempo, energia e dinheiro na consolidação da
nova igreja.
Ele pode ser formado a partir de cristãos maduros na fé, com alguma experiência ministerial, mas
também a partir de não-cristãos, como sendo os primeiros frutos da evangelização da nova igreja.
Em ambos os casos existem vantagens e desvantagens, riscos e oportunidades, que precisam ser
considerados antecipadamente pelo plantador.
1. Não cristãos:
Faça contatos,
Um bom hábito dentro desse desafio é o preparo de uma lista com o nome dos novos
contatos, bem como das informações obtidas durante as conversas: no. de telefone,
data de aniversário, passatempo predileto. Tudo isso pode ser usado em momento
oportuno.
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Exemplo:
Desenvolva amizades
Por sinal, a família neste momento tem um papel importantíssimo. Ela é capaz de
abrir portas que nós nunca poderíamos imaginar. Esse nível de relação auxilia na
minimização de resistências para o anúncio da mensagem de Jesus em tempo
oportuno.
É muito natural que hoje em dia as pessoas primeiramente se convertam a nós como
pessoas, amigos, para que num segundo momento se convertam àquele a quem
apresentamos através de nossas atitudes, palavras e ações. Por mais que isto possa
nos parecer estranho, foi exatamente o que Jesus fez para alcançar os chamados
publicanos e pecadores.
A maioria das pessoas não cristãs, principalmente aquelas que vivem num contexto
urbano (envolvidos pela cultura pós-moderna) têm uma profunda aversão por tudo
quanto se refere à religião. Para eles, a religião é um projeto falido, ultrapassado, que
não tem absolutamente nada a lhes oferecer.
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relacionamentos. Leia esses livros, presenteie seus novos amigos com eles e abra
espaços para conversar sobre o conteúdo deles em algumas situações informais.
Foi exatamente o que aconteceu com Levi. Após ter se encontrado com Jesus decidiu
convidar todos os seus companheiros da “receita federal” para um grande banquete
em sua casa a fim de apresentar-lhes seu novo amigo: Jesus (Lucas 5:27-32). A parti
desta rede de amizades muitos ouviram a respeito do Reino de Deus.
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2. Cristãos:
Se o seu grupo base será formado por pessoas que já tem alguma vivência cristã,
nada melhor do que agendar um boa conversa para conhecer os anseios e as
expectativas dessas pessoas quanto ao surgimento da nova igreja. Não tenha pressa
de inseri-las em seu grupo base antes de conhecê-las bem.
Assim que defini o meu envolvimento na plantação de uma nova igreja no interior do
estado de São Paulo, ouvi falar de um presbítero da igreja presbiteriana que morava
naquela cidade e que tinha o sonho de começar uma comunidade. Na primeira
oportunidade que tive agendei uma visita e fomos até sua casa.
Eu me lembro que naquele primeiro encontro houve uma empatia muito grande, e
depois de algumas semanas já estávamos sonhando juntos. É impressionante
perceber a ação de Deus aproximando pessoas desconhecidas para fazerem parte de
um mesmo grupo a fim de realizarem juntos a sua obra.
Ministre ao coração daqueles que você deseja ter ao seu lado, como companheiros
de jugo na plantação da nova igreja. Através desses estudos influencie o seu grupo
com uma visão consistente da igreja bem como da sua natureza essencialmente
missionária.
Demonstre interesse por suas vidas, preocupação por seus dilemas, mas deixe claro
que a razão principal que os reúne não é o auto-pastoreio, a manutenção, mas a
evangelização de pessoas que ainda não foram alcançadas visando o
estabelecimento de uma igreja forte e multiplicadora.
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1. Não cristãos.
Espiritualidade Cristã
Temas contemporâneos:
Estude também alguns temas contemporâneos que tem o poder de cativar o interesse
dos ouvintes por si só. Vejamos alguns exemplos:
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participando dos estudos, demandando das suas energias e do seu tempo, mas
nunca se sentirão motivados a trabalhar para plantá-la ao seu lado.
2. Cristãos.
O que é igreja?
Você precisa gastar tempo conversando sobre este assunto. É importante que você
os conduza a uma compreensão mais profunda e abrangente daquilo que eles estão
se comprometendo a plantar ao seu lado, bem como corrigir alguns equívocos e
distorções bíblicas identificadas ao longo do caminho.
Certamente, isto exigira de você uma clareza muito grande. Não espere que o seu
grupo tenha uma visão mais nítida, objetiva e profunda do que a sua própria.
Dedique-se a construir uma visão bíblico-teológica do que é a igreja e os influencie
com ela.
Alguns livros podem ser usados como material para reflexão a respeito do assunto:
“Igreja: Por que me importar” (P. Yancey), Vinho novo odres novos (Howard Snyder),
Teologia da Educação Cristã (Lawrence O. Richards), O desenvolvimento natural da
igreja (Christian A. Schwarz), “A natureza missionária da igreja” (Johannes Blauw);
“Missão transformadora” (David Bosh).
Filosofia de Ministério
É fundamental que o grupo dedique tempo para desenvolver a sua própria filosofia de
ministério com base na compreensão do propósito bíblico e teológico da igreja, da
análise do seu contexto histórico-geográfico bem como das potencialidades
concedidas por Deus ao grupo.
Dessa forma, precisamos considerar o fato de que cada igreja terá uma filosofia
diferente, dedicada ao cumprimento da sua vocação histórica. A filosofia definirá as
estruturas e o formato da nova igreja (educação cristã, liturgia, estilo musical,
linguagem, recursos de comunicação, áreas de atuação inegociáveis, etc...).
Um bom livro a ser lido por aqueles que estão plantando igrejas num contexto
essencialmente urbano é: “As lógicas da cidade” (João Batista Libânio).
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Cada participante do seu grupo base deve ser conduzido à descoberta de seus dons
e habilidades pessoais a fim de que se movam na direção da vocação específica que
Deus lhes concedeu.
Evangelização
Um livro bastante interessante para trabalhar com o grupo a fim de desenvolver esta
capacitação chama-se: “Amizade: a chave para a evangelização” (Joseph Aldrich).
Entretanto, é bom lembrar que o bom evangelista é aquele que se encontra
verdadeiramente impactado com o evangelho. Tudo o que vier fora disso é tecnicismo
vazio.
Discipulado.
O grupo base precisa se preparar não apenas para acolher os visitantes e novos na
fé, mas também para discípula-los ao longo do caminho. A conversão é tão somente
o primeiro passo na fé, existem muitos outros que precisam ser dados no decorrer da
vida cristã.
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1. Não cristãos.
De 1 a 2 anos.
2. Cristãos
De 6 meses a 1 ano.
Mas calma, antes de fazer a sua opção, vamos conversar um pouquinho a respeito das
vantagens e das desvantagens de cada uma delas.
1. Não cristãos.
Esta é uma vantagem muito grande. Não precisamos ficar corrigindo idéias e
percepções distorcidas sobre o que de fato é a igreja, pois eles não tem experiência
eclesiástica anterior. Tudo o que aprendem é novo e visto com muita apreciação e
valor.
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Recém convertidos ainda têm parentes que não conhecem a Jesus, saem com
amigos que não pensam como eles, e por estarem vibrando com o evangelho
aproveitam cada oportunidade para falar daquilo que está transformando
positivamente suas vidas.
Como se não bastasse, esse mesmo senhor certa vez me procurou no final do culto
abraçado a sua esposa e a uma outra mulher que eu não conhecia. Ele disse: Renato
adivinha quem é? Eu respondi, me desculpe, mas não faço a mínima idéia. Então ele
disse: é minha ex-esposa, há muito tempo eu a venho convidando para conhecer
nossa igreja e hoje ela finalmente aceitou o nosso convite. Dá para acreditar?
2. Cristãos
Reduzirão o tempo para o início dos trabalhos da nova igreja e para o sustento da
mesma.
Esta é uma vantagem considerável. Se optarmos por começar a partir de gente que já
tem maturidade na fé, basta orientar o grupo na direção daquilo que se pretende
plantar, descobrir dons e habilidades pessoais, lançar os desafios e partir para aquilo
que um plantador mais gosta de fazer: evangelizar!
A passagem por outras igrejas gera neles o efeito paradigma. Ou seja, a dificuldade
de pensar e agir de maneira diferente de tudo quanto já foi visto ou feito
anteriormente. Grupos base formados a partir de pessoas cristãs têm essa tendência
incrustada em seu próprio DNA.
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O Pr. Ricardo Agreste costuma diz que: tempo de igreja é inversamente proporcional
a eficiência na evangelização. E isto acontece por uma razão muito simples. À medida
que nos envolvemos com a igreja, com os seus departamentos e ministérios,
reuniões, ensaios de coral, retiros, a gente vai perdendo o contato com aqueles que
queremos atingir.
Não conseguimos mais aceitar o convite dos amigos para sair no final de semana,
fazer churrasco com os visinhos, participar das reuniões do condomínio. Em nome do
fortalecimento da comunhão, nos tornamos sectários e perdemos a capacidade de
evangelizar.
1. Não cristãos.
Esse grupo precisa primeiramente ser conquistado pelo amor do plantador. Eles
precisam ter a certeza de são queridos, não por aquilo que podem oferecer, mas por
quem de fato são. Os compromissos e frutos virão no tempo certo, como resposta a
transformação gerada no coração deles pela ação do Espírito Santo.
Esse é um perigo muito grande. Existem plantadores que usam esse tipo discurso
para justificarem o não crescimento de suas comunidades bem como a sua
preocupação com a qualidade ou a comunhão. Sem saberem, estão gerando uma
síndrome que alimentará ainda mais a estagnação da igreja.
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2. Cristãos
O grupo base precisa entender a necessidade de abrir mão da cultura de usuário para
assumir a vocação de ser servo da missão. Somente assim, haverá a sinergia
necessária para a concretização do sonho de fazer nascer uma nova igreja.
É muito importante que tomemos cuidado com isso. Lembro-me que antes mesmo de
iniciarmos a plantação de uma igreja em Vinhedo fomos até o conselho da igreja mais
próxima (Valinhos), a fim de solicitarmos apoio. Embora não precisássemos do aporte
financeiro deles, queríamos contar com a benção daquela igreja bem como com as
suas orações.
Nada substitui a presença de pessoas que ainda possuem brilho nos olhos quando
falam do seu relacionamento com o nosso mestre. Pessoas assim cativam facilmente
seus amigos, submetem-se alegremente à liderança espiritual, engajam-se de
maneira desimpedida no serviço comunitário, e empenham parte dos seus recursos
com liberalidade a fim de que a nova igreja nasça em bom tempo.
Pessoas assim não discutem por mero preciosismo, mas por aquilo que entendem ser
a vontade do próprio Deus. Quando erram, não o fazem por omissão ou desleixo, mas
por preciosismo e desejo de acertar. Quando o vento do Espírito sopra eles
percebem, se encantam e se rendem: o prazer deles está no prazer no próprio Deus.
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Um bom plantador de igreja precisa ter muita sensibilidade para perceber a hora certa
de desafiar o seu grupo base para iniciar a nova igreja, caso contrário, poderá expor
gente nova e frágil a pressões que eles ainda não podem suportar.
Plantar uma nova igreja é assumir uma posição estratégico no fronte de batalha. Por
isso, é necessário estar preparado espiritualmente além de demonstrar algum nível de
entendimento e maturidade na cristã.
Quem diz acreditar num projeto deve demonstrar isto através da capacidade de
contribuir alegremente de duas maneira: com tempo e com dinheiro. Quem se diz
comprometido, mas não dedica um desses dois elementos pode não ter comprado a
visão do projeto como esperávamos.
Se o seu grupo tiver dúvidas a respeito de que você é a pessoa certa para ocupar tal
posição, muito provavelmente você terá dificuldades para consolidar sua liderança.
Envolva-se pessoalmente com grupo, dedique-se às necessidades deles, demonstre
excelência em tudo o que estiver em suas mãos afim de que isto contribua para o
amadurecido da confiança deles em você.
Novos na fé? Desde que sejam seus discípulos e estejam no meio de outros cristãos
mais experientes.
O fato de serem novos na fé pode ser atenuado se tiverem sido discipulados por
você. Pois em momentos de crise saberão à quem recorrer e não ficarão divididos
entre outras palavras, idéias e opiniões. A presença de crentes maduros também
proporcionará um ambiente que os convide constantemente à maturidade cristã.
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