Aula 3 - Formação de Um Grupo Base

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Texto de Apoio                                                                                   Formação do Grupo Base  

Formação do Grupo Base


Renato de Oliveira Camargo Jr.

Introdução

Daremos seqüência ao nosso programa conversando pausadamente sobre cada uma das etapas
do processo de plantação de uma nova igreja. Neste momento, trataremos da Formação do Grupo
Base. Mas o que vem a ser isto? Podemos defini-lo da seguinte maneira:

“Grupo Base é um conjunto de pessoas reunidas em torno de um plantador de igreja, altamente


comprometidas com a viabilização deste projeto através da dedicação do seu tempo, do exercício
de seus dons e do investimento de seus recursos financeiros”.

Não, o grupo base não é um conjunto de pessoas bem intencionadas, dispostas a colaborar de
vez em quando, num final de semana ou outro, por compaixão do plantador, não. O grupo base,
como o próprio nome já diz deve ser suporte, alicerce, formado por pessoas altamente
comprometidas com o projeto, dispostas a dedicar tempo, energia e dinheiro na consolidação da
nova igreja.

Ele pode ser formado a partir de cristãos maduros na fé, com alguma experiência ministerial, mas
também a partir de não-cristãos, como sendo os primeiros frutos da evangelização da nova igreja.
Em ambos os casos existem vantagens e desvantagens, riscos e oportunidades, que precisam ser
considerados antecipadamente pelo plantador.

Quais os passos na formação de um grupo base

1. Não cristãos:

Faça contatos,

Conheça gente nova, amplie ao máximo o número de pessoas conhecidas a fim de


que o número de oportunidades para a evangelização também cresça. Diante desse
desafio alguns plantadores gastam um bom tempo de sua semana conversando com
pessoas em lojas, restaurantes, academias, cafés, etc...

Um bom hábito dentro desse desafio é o preparo de uma lista com o nome dos novos
contatos, bem como das informações obtidas durante as conversas: no. de telefone,
data de aniversário, passatempo predileto. Tudo isso pode ser usado em momento
oportuno.

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Exemplo:

Nome Local/ encontro contato aniversário passatempo


Roberto Padaria 3255-5555 15/12 Filme
Cláudio Restaurante Amigo do Tom 02/04 Futebol
Henrique Posto Gasolina [email protected] 17/05 Carro
Antônio Clube Esposa do José 31/07 Tênis
Ana Beatriz Condomínio Esposa do José 24/11 Caminhada

Desenvolva amizades

Não basta ampliar o número de contatos, é imprescindível também que se aprofunde


relacionamentos. Convide pessoas para jantar em sua casa, apresente sua esposa,
seus filhos, crie vínculos afetivos, duradouros, para que a confiança entre vocês
aumente.

Por sinal, a família neste momento tem um papel importantíssimo. Ela é capaz de
abrir portas que nós nunca poderíamos imaginar. Esse nível de relação auxilia na
minimização de resistências para o anúncio da mensagem de Jesus em tempo
oportuno.

Ainda sobre a importância de aprofundarmos relacionamento, Jesus (Lucas 10) ao


enviar os seus discípulos em missão pediu-lhes que não ficassem mudando de casa
em casa. Pelo contrário, incentivou-os a permanecerem comendo e bebendo o que
lhes fosse oferecido. O que Jesus queria com isso? Que ultrapassássemos a barreira
da superficialidade a fim de ganharmos o direito de sermos ouvidos.

É muito natural que hoje em dia as pessoas primeiramente se convertam a nós como
pessoas, amigos, para que num segundo momento se convertam àquele a quem
apresentamos através de nossas atitudes, palavras e ações. Por mais que isto possa
nos parecer estranho, foi exatamente o que Jesus fez para alcançar os chamados
publicanos e pecadores.

Estimule o interesse pela espiritualidade,

A maioria das pessoas não cristãs, principalmente aquelas que vivem num contexto
urbano (envolvidos pela cultura pós-moderna) têm uma profunda aversão por tudo
quanto se refere à religião. Para eles, a religião é um projeto falido, ultrapassado, que
não tem absolutamente nada a lhes oferecer.

Entretanto, o interesse pela espiritualidade tem crescido vertiginosamente. Podemos


perceber isso na quantidade de livros em livrarias seculares que se valem da
espiritualidade para falar de administração, liderança, saúde emocional,

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relacionamentos. Leia esses livros, presenteie seus novos amigos com eles e abra
espaços para conversar sobre o conteúdo deles em algumas situações informais.

Estimular o interesse pela espiritualidade foi exatamente o que Jesus fez ao se


aproximar de uma mulher samaritana que estava sedenta à beira de um poço: “Se
você conhecesse o dom de Deus e quem lhe está pedindo água, você lhe teria pedido
e ele lhe teria dado água viva” (João 4:10). Através dessa palavra Jesus cativou a
atenção da mulher e deu início a uma conversa que a levaria a um encontro Deus do
qual sairia mais tarde completamente saciada interiormente.

Convide para uma série de estudos informais,

Alguns dos nossos contatos tornaram-se verdadeiros amigos interessados na


espiritualidade e agora se sentem à vontade para abrir a bíblia e conversar
informalmente conosco sobre alguns temas bíblicos relevantes para os desafios do
dia-a-dia.

É imprescindível neste momento que você comunique a mensagem de maneira


extremamente simples, sem o uso de jargões evangélicos e aplique as descobertas
bíblicas com destreza e sensibilidade. Não tenha pressa em converter ninguém, deixe
que a graça os convença no tempo certo.

Sobre a construção de um ambiente favorável à comunicação do evangelho a


pessoas que não tem nenhuma experiência com a fé cristã sugiro a leitura de dois
livros: “Inteligência Espiritual” (Lee Strobel) e “Proibida a entrada de pessoas
perfeitas” (John Burk).

Crie uma rede de amizades.

Ao perceber o envolvimento das pessoas com o estudo da Palavra de Deus estimule-


as a convidarem seus parentes e amigos para participarem desses encontros. Se o
estudo das Escrituras estiver sendo proveitoso seu desafio será facilmente
compreendido e aceito.

Foi exatamente o que aconteceu com Levi. Após ter se encontrado com Jesus decidiu
convidar todos os seus companheiros da “receita federal” para um grande banquete
em sua casa a fim de apresentar-lhes seu novo amigo: Jesus (Lucas 5:27-32). A parti
desta rede de amizades muitos ouviram a respeito do Reino de Deus.

À medida que os convidados forem chegando demonstre um contentamento


moderado. É importante que todos sejam bem acolhidos e integrados sem que
confundam nosso entusiasmo com intenções distorcidas a respeito do nosso real
interesse por eles. Não cristãos tem um faro muito aguçado para perceber motivações
ocultas.

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2. Cristãos:

Marque uma visita e/ou um encontro para uma boa conversa.

Se o seu grupo base será formado por pessoas que já tem alguma vivência cristã,
nada melhor do que agendar um boa conversa para conhecer os anseios e as
expectativas dessas pessoas quanto ao surgimento da nova igreja. Não tenha pressa
de inseri-las em seu grupo base antes de conhecê-las bem.

Assim que defini o meu envolvimento na plantação de uma nova igreja no interior do
estado de São Paulo, ouvi falar de um presbítero da igreja presbiteriana que morava
naquela cidade e que tinha o sonho de começar uma comunidade. Na primeira
oportunidade que tive agendei uma visita e fomos até sua casa.

Eu me lembro que naquele primeiro encontro houve uma empatia muito grande, e
depois de algumas semanas já estávamos sonhando juntos. É impressionante
perceber a ação de Deus aproximando pessoas desconhecidas para fazerem parte de
um mesmo grupo a fim de realizarem juntos a sua obra.

Esclareça o seu propósito com a nova igreja e verifique suas motivações.

Precisamos tomar o cuidado de esclarecer ao máximo o que pretendemos com a


nova igreja a fim de não alimentarmos expectativas irreais. Quem observa isto com
atenção acaba sendo poupado de desgastes desnecessários no futuro.

Neste momento devemos tomar o cuidado de não darmos a impressão de que o


projeto já está tão consolidado em seus termos, forma e estrutura a fim de não gerar
desânimo naqueles que queremos conosco. Essas pessoas se sentirão motivadas a
participarem de algo se efetivamente puderem construir algo ao seu lado

Convide para uma série de estudos bíblicos.

Ministre ao coração daqueles que você deseja ter ao seu lado, como companheiros
de jugo na plantação da nova igreja. Através desses estudos influencie o seu grupo
com uma visão consistente da igreja bem como da sua natureza essencialmente
missionária.

Demonstre interesse por suas vidas, preocupação por seus dilemas, mas deixe claro
que a razão principal que os reúne não é o auto-pastoreio, a manutenção, mas a
evangelização de pessoas que ainda não foram alcançadas visando o
estabelecimento de uma igreja forte e multiplicadora.

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O que estudar no processo de formação de um grupo base?

1. Não cristãos.

Espiritualidade Cristã

Procure abordar os principais temas da espiritualidade cristã, especialmente entre os


evangelhos. Isto cativará a paixão deles por Jesus bem como o desejo de se
relacionarem pessoalmente com ele. Sugestões:

„ Encontros com Jesus: uma série baseada nas narrativas do evangelho de


João, ressaltando a transformação daqueles que ao longo do ministério de
Jesus o encontraram pessoalmente. Devemos enfatizar que o mesmo que
aconteceu com aquelas pessoas no passado pode acontecer conosco em
nossos dias.

„ Bem-aventuranças: uma série baseada no sermão do monte (Mateus 5:1-12),


ressaltando os valores contracultura do Reino de Deus. O paralelo de cada
bem-aventurança com uma narrativa bíblica ou parábola pode ajudar bastante
na compreensão da mesma.

Temas contemporâneos:

Estude também alguns temas contemporâneos que tem o poder de cativar o interesse
dos ouvintes por si só. Vejamos alguns exemplos:

„ Relacionamentos interpessoais (marido e mulher, pais e filho, patrões e


empregados – Efésios 5:22-6:20). Através de uma série como essa
encontramos a possibilidade de trazer a mensagem bíblica para muito
próximo dos dilemas pessoais e familiares dos participantes do nosso grupo.

„ Estresse. Um tema altamente relevante para aqueles que vivem sob a


constante pressão no mercado de trabalho. A dificuldade de estabelecer
prioridades, focar no essencial, lidar com metas e tomar decisões somam-se
à alta velocidade da vida urbana e acabam por vezes prejudicando nossa
própria saúde.

O Lugar da Comunidade na Caminhada Cristã.

É importante que os não-cristãos compreendam a importância da igreja nos planos de


Deus bem como no desenvolvimento da nossa fé. Caso contrário, eles continuarão

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participando dos estudos, demandando das suas energias e do seu tempo, mas
nunca se sentirão motivados a trabalhar para plantá-la ao seu lado.

Neste sentido, o estudo do livro de Atos dos apóstolos, sobre o desenvolvimento da


igreja primitiva que se envolve de maneira apaixonada com plantação de novas
igrejas pode ser de grande valia.

2. Cristãos.

O que é igreja?

Você precisa gastar tempo conversando sobre este assunto. É importante que você
os conduza a uma compreensão mais profunda e abrangente daquilo que eles estão
se comprometendo a plantar ao seu lado, bem como corrigir alguns equívocos e
distorções bíblicas identificadas ao longo do caminho.

Certamente, isto exigira de você uma clareza muito grande. Não espere que o seu
grupo tenha uma visão mais nítida, objetiva e profunda do que a sua própria.
Dedique-se a construir uma visão bíblico-teológica do que é a igreja e os influencie
com ela.

Alguns livros podem ser usados como material para reflexão a respeito do assunto:
“Igreja: Por que me importar” (P. Yancey), Vinho novo odres novos (Howard Snyder),
Teologia da Educação Cristã (Lawrence O. Richards), O desenvolvimento natural da
igreja (Christian A. Schwarz), “A natureza missionária da igreja” (Johannes Blauw);
“Missão transformadora” (David Bosh).

Filosofia de Ministério

É fundamental que o grupo dedique tempo para desenvolver a sua própria filosofia de
ministério com base na compreensão do propósito bíblico e teológico da igreja, da
análise do seu contexto histórico-geográfico bem como das potencialidades
concedidas por Deus ao grupo.

Dessa forma, precisamos considerar o fato de que cada igreja terá uma filosofia
diferente, dedicada ao cumprimento da sua vocação histórica. A filosofia definirá as
estruturas e o formato da nova igreja (educação cristã, liturgia, estilo musical,
linguagem, recursos de comunicação, áreas de atuação inegociáveis, etc...).

Um bom livro a ser lido por aqueles que estão plantando igrejas num contexto
essencialmente urbano é: “As lógicas da cidade” (João Batista Libânio).

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Dons e ministérios pessoais

Cada participante do seu grupo base deve ser conduzido à descoberta de seus dons
e habilidades pessoais a fim de que se movam na direção da vocação específica que
Deus lhes concedeu.

Orientar a existência e o funcionamento dos ministérios com base em dons espirituais


específicos é preservar a saúde física e espiritual da nossa equipe. Caso julgue
interessante, aplique algum questionário vocacional para auxiliar neste processo.

Evangelização

Dê ao seu grupo ferramentas práticas para a evangelização de seus parentes e


amigos. Você precisa ampliar o número de pessoas comprometidas com esta tarefa
ao seu lado a fim de que um número cada vez maior de pessoas seja confrontado
com a mensagem de Jesus.

Um livro bastante interessante para trabalhar com o grupo a fim de desenvolver esta
capacitação chama-se: “Amizade: a chave para a evangelização” (Joseph Aldrich).
Entretanto, é bom lembrar que o bom evangelista é aquele que se encontra
verdadeiramente impactado com o evangelho. Tudo o que vier fora disso é tecnicismo
vazio.

Discipulado.

O grupo base precisa se preparar não apenas para acolher os visitantes e novos na
fé, mas também para discípula-los ao longo do caminho. A conversão é tão somente
o primeiro passo na fé, existem muitos outros que precisam ser dados no decorrer da
vida cristã.

É através de um processo de discipulado saudável e bem orientado que meros


discípulos de Jesus podem vir a se tornarem líderes. E este é um item que deve ter
preponderância nos objetivos e na agenda semanal de um plantador. Somente com a
ampliação do número de líderes teremos alicerces fortes para continuar crescendo.

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Quanto tempo é necessário para consolidar um grupo base?

1. Não cristãos.

De 1 a 2 anos.

2. Cristãos

De 6 meses a 1 ano.

Mas calma, antes de fazer a sua opção, vamos conversar um pouquinho a respeito das
vantagens e das desvantagens de cada uma delas.

Qual será a diferença no resultado final?

1. Não cristãos.

Levarão mais tempo para se consolidarem na fé.

Existem alguns processos no desenvolvimento espiritual que a gente não consegue


acelerar, dentre eles a consolidação da fé. Maturidade cristã a gente não conquista da
noite para o dia, é preciso muito investimento. Usando a imagem do trabalho de um
agricultor: é preciso lançar as sementes, aguardar as chuvas, ver nascer o broto,
realizar a poda, até que a planta cresça forte a ponto de resistir aos vendavais.

Ao mesmo tempo em que um plantador de igreja precisa ter iniciativa, pró-atividade,


movimento, é necessário que ele tenha sabedoria para não pular etapas. Contar com
um grupo base formado por pessoas imaturas e despreparadas é como partir para a
batalha sem a devida armadura. A formação de um grupo base a partir de pessoas
não cristãs leva tempo, e isto não pode ser alterado.

Determinarão um modelo de igreja mais arejado e contextualizado.

Esta é uma vantagem muito grande. Não precisamos ficar corrigindo idéias e
percepções distorcidas sobre o que de fato é a igreja, pois eles não tem experiência
eclesiástica anterior. Tudo o que aprendem é novo e visto com muita apreciação e
valor.

Além disso, em momentos decisivos e desafiadores esse grupo pensará em


alternativas que nós, cristãos há mais tempo, nunca pensamos anteriormente. Em
outras palavras, o raciocínio deles tem um plano mais abrangente e contextualizado
com a cultura vigente que o nosso.

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Terão mais facilidade na evangelização de amigos e parentes

Recém convertidos ainda têm parentes que não conhecem a Jesus, saem com
amigos que não pensam como eles, e por estarem vibrando com o evangelho
aproveitam cada oportunidade para falar daquilo que está transformando
positivamente suas vidas.

Há alguns domingos atrás, um senhor da nossa igreja, convertido a Jesus em nosso


meio, me tocou nas costas e disse: Renato, dá só uma olhadinha nessas duas fileiras
de cadeiras. Então eu olhei e percebi que ali estavam todos os seus parentes, gente
que à partir do seu testemunho de vida vieram a Jesus e hoje o professam como
Senhor de suas vidas.

Como se não bastasse, esse mesmo senhor certa vez me procurou no final do culto
abraçado a sua esposa e a uma outra mulher que eu não conhecia. Ele disse: Renato
adivinha quem é? Eu respondi, me desculpe, mas não faço a mínima idéia. Então ele
disse: é minha ex-esposa, há muito tempo eu a venho convidando para conhecer
nossa igreja e hoje ela finalmente aceitou o nosso convite. Dá para acreditar?

Gente nova na fé tem muito mais facilidade para compartilhar o evangelho.

2. Cristãos

Reduzirão o tempo para o início dos trabalhos da nova igreja e para o sustento da
mesma.

Esta é uma vantagem considerável. Se optarmos por começar a partir de gente que já
tem maturidade na fé, basta orientar o grupo na direção daquilo que se pretende
plantar, descobrir dons e habilidades pessoais, lançar os desafios e partir para aquilo
que um plantador mais gosta de fazer: evangelizar!

Além do mais, espera-se de um grupo de cristãos maduros certa cumplicidade com


relação à fidelidade nos dízimos e nas ofertas. Não precisaremos gastar muito tempo
convencendo as pessoas da importância disso, elas simplesmente o farão por terem
consciência da importância dessa prática para o desenvolvimento de sua fé.

Mas como nem tudo é um mar de rosas:

Terão mais dificuldades com modelos contextualizados.

A passagem por outras igrejas gera neles o efeito paradigma. Ou seja, a dificuldade
de pensar e agir de maneira diferente de tudo quanto já foi visto ou feito
anteriormente. Grupos base formados a partir de pessoas cristãs têm essa tendência
incrustada em seu próprio DNA.
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Terão mais dificuldades com a evangelização.

O Pr. Ricardo Agreste costuma diz que: tempo de igreja é inversamente proporcional
a eficiência na evangelização. E isto acontece por uma razão muito simples. À medida
que nos envolvemos com a igreja, com os seus departamentos e ministérios,
reuniões, ensaios de coral, retiros, a gente vai perdendo o contato com aqueles que
queremos atingir.

Não conseguimos mais aceitar o convite dos amigos para sair no final de semana,
fazer churrasco com os visinhos, participar das reuniões do condomínio. Em nome do
fortalecimento da comunhão, nos tornamos sectários e perdemos a capacidade de
evangelizar.

Quais são alguns cuidados a serem tomados?

1. Não cristãos.

Não os pressione para obter resultados imediatos.

Caso um plantador exija demais de um grupo como esse, cobrando compromissos e


frutos velozes, eles facilmente podem se sentir usados. E se eles tiverem a sensação
de que estão se tornando a matéria prima da sua realização “pularão fora”
imediatamente.

Esse grupo precisa primeiramente ser conquistado pelo amor do plantador. Eles
precisam ter a certeza de são queridos, não por aquilo que podem oferecer, mas por
quem de fato são. Os compromissos e frutos virão no tempo certo, como resposta a
transformação gerada no coração deles pela ação do Espírito Santo.

Cuidado para não gerar o efeito “quanto menor, melhor...”.

Esse é um perigo muito grande. Existem plantadores que usam esse tipo discurso
para justificarem o não crescimento de suas comunidades bem como a sua
preocupação com a qualidade ou a comunhão. Sem saberem, estão gerando uma
síndrome que alimentará ainda mais a estagnação da igreja.

A expectativa pela chegada de novas pessoas é fundamental para a preservação do


pulso evangelístico da comunidade. Devemos incentivar o grupo base na direção de
pessoas não cristãs e celebrar com destaque os resultados obtidos a partir desse
engajamento.

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2. Cristãos

Não crie um grupo de crentes descontentes e “usuários”.

Muitos grupos base começam a emperrar o projeto de plantação da nova igreja


quando começam a se ressentirem da atenção dada pelo plantador àqueles que não
são cristãos. A tensão gerada em torno disso tem um poder tremendo de drenar as
forças do plantador.

O grupo base precisa entender a necessidade de abrir mão da cultura de usuário para
assumir a vocação de ser servo da missão. Somente assim, haverá a sinergia
necessária para a concretização do sonho de fazer nascer uma nova igreja.

Não gere inimizades desnecessárias com pastores da região.

É muito importante que tomemos cuidado com isso. Lembro-me que antes mesmo de
iniciarmos a plantação de uma igreja em Vinhedo fomos até o conselho da igreja mais
próxima (Valinhos), a fim de solicitarmos apoio. Embora não precisássemos do aporte
financeiro deles, queríamos contar com a benção daquela igreja bem como com as
suas orações.

Vacine o grupo contra a síndrome de “fundadores da igreja”.

À medida que o projeto vai caminhando e as estruturas ministeriais vão surgindo, um


processo de redefinição da liderança vai se tornando indispensável. Ao invés de nos
reunirmos em torno dos “fundadores” devemos passar a nos reunir em torno dos
líderes ministeriais, em outras palavras, em torno daqueles que efetivamente são
chaves por terem abraçado responsabilidades significativas ao longo do projeto. A
demora ou o receio de fazer esta transição pode alimentar a síndrome indesejada.

Concluindo: Um bom grupo base é formado por pessoas que:

Amem o evangelho de Jesus,

Nada substitui a presença de pessoas que ainda possuem brilho nos olhos quando
falam do seu relacionamento com o nosso mestre. Pessoas assim cativam facilmente
seus amigos, submetem-se alegremente à liderança espiritual, engajam-se de
maneira desimpedida no serviço comunitário, e empenham parte dos seus recursos
com liberalidade a fim de que a nova igreja nasça em bom tempo.

Pessoas assim não discutem por mero preciosismo, mas por aquilo que entendem ser
a vontade do próprio Deus. Quando erram, não o fazem por omissão ou desleixo, mas
por preciosismo e desejo de acertar. Quando o vento do Espírito sopra eles
percebem, se encantam e se rendem: o prazer deles está no prazer no próprio Deus.
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Tenham alguma maturidade na fé,

Um bom plantador de igreja precisa ter muita sensibilidade para perceber a hora certa
de desafiar o seu grupo base para iniciar a nova igreja, caso contrário, poderá expor
gente nova e frágil a pressões que eles ainda não podem suportar.

Plantar uma nova igreja é assumir uma posição estratégico no fronte de batalha. Por
isso, é necessário estar preparado espiritualmente além de demonstrar algum nível de
entendimento e maturidade na cristã.

Contribuam com tempo e dinheiro,

Quem diz acreditar num projeto deve demonstrar isto através da capacidade de
contribuir alegremente de duas maneira: com tempo e com dinheiro. Quem se diz
comprometido, mas não dedica um desses dois elementos pode não ter comprado a
visão do projeto como esperávamos.

Acreditem em você e seu ministério,

Se o seu grupo tiver dúvidas a respeito de que você é a pessoa certa para ocupar tal
posição, muito provavelmente você terá dificuldades para consolidar sua liderança.
Envolva-se pessoalmente com grupo, dedique-se às necessidades deles, demonstre
excelência em tudo o que estiver em suas mãos afim de que isto contribua para o
amadurecido da confiança deles em você.

Novos na fé? Desde que sejam seus discípulos e estejam no meio de outros cristãos
mais experientes.

O fato de serem novos na fé pode ser atenuado se tiverem sido discipulados por
você. Pois em momentos de crise saberão à quem recorrer e não ficarão divididos
entre outras palavras, idéias e opiniões. A presença de crentes maduros também
proporcionará um ambiente que os convide constantemente à maturidade cristã.

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