Lei Organica Da Defensoria Publica Esquematizada
Lei Organica Da Defensoria Publica Esquematizada
Lei Organica Da Defensoria Publica Esquematizada
Instagram: www.instagram.com/proftorques
Em nome dos nossos professores, gostaria de lhes apresentar o e-book "Lei Orgânica da Defensoria Pública
Esquematizada". Elaborado com muito carinho e cuidado por nós, você terá uma visão dos temas mais importantes
para fins de prova.
Aproveito, ainda, para convidá-los a nos seguir nas redes sociais. Todos os dias, postamos aulas, notícias,
informativos e muitos outros conteúdos gratuitos relativos a concursos jurídicos!
Grande abraço,
Ricardo Torques.
Sumário
Apresentação................................................................................................................................................ 3
TÍTULO III - Da Organização da Defensoria Pública do Distrito Federal e Dos Territórios .......................... 27
TÍTULO IV - Das Normas Gerais para a Organização da Defensoria Pública dos Estados .......................... 28
Capítulo IV - Dos Direitos, das Garantias e das Prerrogativas dos Membros da Defensoria Pública dos Estados ......... 48
Conclusões.................................................................................................................................................. 63
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APRESENTAÇÃO
Concurseiros e concurseiras,
Meu nome é Marcos Lopes Gomes, sou professor de Princípios Institucionais e Direito Constitucional do
Estratégia Carreiras Jurídicas.
Como se sabe, a preparação para os certames da Defensoria Pública requer um estudo detalhado da
instituição. Aliado a leitura do texto legal, é imprescindível que o concurseiro tenha um viés defensorial da
doutrina, bem como o conhecimento jurisprudencial envolvendo os temas em estudo. Pensando em vocês,
organizei e sistematizei a Lei Complementar n. 80/94, trazendo comentário dos principais dispositivos, os
temas que estão em evidência e julgados do STJ e STF.
Trata-se da lei mais importante para quem se prepara para os concursos da Defensoria Pública. Desde já,
ressaltamos que não temos a pretensão de substituir as aulas detalhadas de Princípios Institucionais do
Estratégia Carreiras Jurídicas. O objetivo do presente trabalho é permitir que o concurseiro possa conhecer
os principais dispositivos e os temas quentes para serem cobrados nos concursos, servindo também como
excelente forma de revisão!
Compartilhe comigo o que achou do material nas redes sociais - no Instagram (@marcoslopesgomes) ou no
Telegram (t.me/marcoslopesgomes). Vamos juntos nessa caminhada!
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LEI COMPLEMENTAR Nº 80, DE 12 DE JANEIRO DE 1994
Organiza a Defensoria Pública da União, do
Distrito Federal e dos Territórios e prescreve
normas gerais para sua organização nos Estados, e
dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
Comentários
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O que deve ficar claro ao concurseiro é que estamos diante de uma instituição, pessoa jurídica
extrapoder, ou seja, desvinculado a qualquer um dos Poderes do Estado.
Além disso, a Defensoria Pública é considerada uma cláusula pétrea. No ponto, destacamos três
fundamentos principais. Primeiro, porque o art. 1º, LC n. 80/94 e o art. 134, da Constituição
Federal ressaltam que a Defensoria Pública é uma instituição permanente, não podendo ser
suprimida e nem mesmo enfraquecida. Apenas de forma exemplificativa, não poderemos ter
uma emenda constitucional que limite sobremaneira suas atribuições, sob pena de
inconstitucionalidade material.
Como se não bastasse, a Defensoria Pública é um instrumento para a concretização dos direitos
fundamentais. No nosso ponto de vista, a instituição instrumentaliza um verdadeiro direito
fundamental, compondo inclusive o mínimo existencial da dignidade da pessoa humana. O
direito fundamental previsto no art. 5º, LXXIV (direito fundamental de acesso à justiça) deve ser
lido juntamente com o art. 134, o qual prevê a instituição responsável por prestar o referido
serviço.
1
A doutrina realiza uma interpretação ampla do art. 60, §4º, IV, considerando não apenas os direitos individuais como
cláusula pétrea, mas sim os direitos fundamentais como um todo, prevalecendo uma interpretação sistemática e que leva
em consideração a máxima efetividade dos direitos fundamentais.
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II - a Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios;
Comentários
Em relação ao Princípio da Unidade, em que pese a divisão existente nos incisos do art. 2º, a
Defensoria Pública deve ser vista como uma instituição única. Por exemplo, a Defensoria
Pública possui vocações e objetivos únicos, existindo verdadeira unidade funcional entre todas
as Defensorias (União, estados e DF e territórios).
Comentários
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Conforme será analisado oportunamente no presente trabalho, a autonomia institucional
restou consagrada não somente na LC n. 80/94, por meio da alteração ocorrida pela LC n.
132/09, como também por inúmeras emendas constitucionais.
Art. 3º-A. São objetivos da Defensoria Pública: (Todo dispositivo com redação dada pela Lei
Complementar nº 132, de 2009).
Comentários
2. O art. 3º-A possui íntima relação com o art. 1º, ambos da LC n. 80/94. Da leitura desses
dispositivos, extraímos a vocação defensorial, ou seja, os objetivos institucionais.
Defendemos que a vocação da Defensoria Pública está relacionada à defesa dos
hipossuficientes, de forma preventiva ou demandista, judicial ou extrajudicial, promovendo
e defendendo os direitos humanos, bem como garantindo seus direitos, principalmente os
fundamentais, de forma individual ou coletiva, primando pela dignidade da pessoa humana,
pela redução das desigualdades sociais e pela afirmação do Estado de opção democrática,
sempre almejando preservar e concretizar o contraditório e a ampla defesa. Em nossas
aulas em pdf, analisamos o “Caso Magazine Luíza” e fizemos uma relação com a vocação
defensorial. Tema importantíssimo aos nossos alunos!
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GOMES, Marcos Vinícius Manso Lopes. A vocação defensorial do novo Código de Processo Civil. Conjur, Tribuna da
Defensoria. Disponível em https://www.conjur.com.br/2017-jan-17/tribuna-defensoria-vocacao-defensorial-codigo-
processo-civil. Acesso em 18 de abril de 2020.
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operador do Direito se encontrar em eventual zona cinzenta sobre as atribuições
institucionais, deve-se analisar se há relação com a dignidade da pessoa humana, com o
Estado de opção democrática, com a defesa e promoção dos Direitos Humanos, bem como
com a concretização dos princípios da ampla defesa e do contraditório. Tais linhas
interpretativas, por exemplo, auxiliam a afirmar a atuação institucional como custos
vulnerabilis.
Por oportuno, nota-se que a vocação defensorial em muito se confunde com os objetivos
fundamentais da república, previstos no art. 3º, da Constituição Federal. Vejamos: Art. 3º
Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma
sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a
pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem
de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
discriminação.
Comentários
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3. Por fim, gratuidade de justiça se refere a um direito fundamental, também com
fundamento no no art. 5º, LXXIV, da Constituição Federal, que dispensa provisoriamente a
antecipação do pagamento das despesas judiciais ou extrajudiciais.
Atualmente, conforme observado no histórico das Constituições, a nossa Carta Magna fala em
“assistência jurídica” conceito mais amplo, que abrange tanto a assistência judiciária quanto a
justiça gratuita. Vejamos o seguinte gráfico para facilitar o entendimento do concurseiro:
Assistência
Jurídica
Assistência
Judiciária
Gratuidade
de Justiça
Comentários
1. Por seu turno, quando falamos de métodos alternativos de solução dos conflitos, fala-se em
um modelo multiportas de acesso à justiça, sendo certo que, com fulcro em uma visão
neoprocessual, o acesso à justiça por métodos alternativos deverá consistir em verdadeiro
direito fundamental dos jurisdicionados.
2.
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A doutrina institucional prefere utilizar a nomenclatura métodos adequados (e não
alternativos) de solução de conflitos, uma vez que tais métodos não são meramente
alternativos, em virtude de um direito fundamental dos assistidos ao método mais adequado
para seu caso.
Art. 3º, § 2º: O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos. § 3º:
A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser
estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público,
inclusive no curso do processo judicial (Direito Fundamental à um Modelo Multiportas).
Além dos dispositivos acima destacados, o concurseiro deverá realizar uma análise detalhada
da Resolução n. 125 do CNJ, do capítulo específico que aborda a mediação e a conciliação no
Novo CPC, bem como da Lei n.
Resolução n. 125/2010:
Art. 1º Fica instituída a Política Judiciária Nacional de tratamento dos conflitos de interesses,
tendente a assegurar a todos o direito à solução dos conflitos por meios adequados à sua
natureza e peculiaridade.
Parágrafo único. Aos órgãos judiciários incumbe, nos termos do art. 334 do Novo Código de
Processo Civil combinado com o art. 27 da Lei de Mediação, antes da solução adjudicada
mediante sentença, oferecer outros mecanismos de soluções de controvérsias, em especial os
chamados meios consensuais, como a mediação e a conciliação, bem assim prestar
atendimento e orientação ao cidadão.
Novo CPC:
Seção V - Dos Conciliadores e Mediadores Judiciais
Art. 165. Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de conflitos,
responsáveis pela realização de sessões e audiências de conciliação e mediação e pelo
desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição.
Dispõe sobre a mediação entre particulares como meio de solução de controvérsias e sobre a
autocomposição de conflitos no âmbito da administração pública; altera a Lei nº 9.469, de 10
de julho de 1997, e o Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972; e revoga o § 2º do art. 6º da
Lei nº 9.469, de 10 de julho de 1997.
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Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a mediação como meio de solução de controvérsias entre
particulares e sobre a autocomposição de conflitos no âmbito da administração pública.
Parágrafo único. Considera-se mediação a atividade técnica exercida por terceiro imparcial sem
poder decisório, que, escolhido ou aceito pelas partes, as auxilia e estimula a identificar ou
desenvolver soluções consensuais para a controvérsia.
Comentários
Comentários
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conflito, por meio de conciliações (terceira onda), participando de diversas reuniões, inclusive
fornecendo psicólogos e agentes sociais para acompanhamento da população afetada.
V – exercer, mediante o recebimento dos autos com vista, a ampla defesa e o contraditório em
favor de pessoas naturais e jurídicas, em processos administrativos e judiciais, perante todos
os órgãos e em todas as instâncias, ordinárias ou extraordinárias, utilizando todas as medidas
capazes de propiciar a adequada e efetiva defesa de seus interesses;
Comentários
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
2. Pessoas jurídicas, conforme a melhor doutrina, possuem direitos fundamentais. Existem até
previsões na Constituição. Exemplo: Art. 5º, XXI - as entidades associativas, quando
expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou
extrajudicialmente.
Ressalva quanto aos direitos não suscetíveis, por sua natureza, de serem exercidos pela pessoa
jurídica. Exemplo: O STF, no HC n. 92.921, entendeu não ser cabível HC em prol de pessoa
jurídica, uma vez que não é titular do direito de liberdade.
Entrementes, o melhor exemplo, atualmente, refere-se ao direito fundamental à assistência
jurídica integral e gratuita, nesse conceito se enquadrando a ideia de gratuidade de justiça, que
se estende à pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira. Vejamos a redação da CF e do
Novo CPC:
Constituição Federal:
Art. 5º, LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem
insuficiência de recursos.
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VI – representar aos sistemas internacionais de proteção dos direitos humanos, postulando
perante seus órgãos;
Comentários
A quinta onda de acesso à justiça, criada pela professora Eliane Botelho Junqueira e, de forma
inédita, abordada com um viés defensorial por esse professor na Coleção Defensoria Pública
Ponto a Ponto, refere-se à ideia de globalização e Direitos Humanos. Possui fundamento no art.
4º, II, CF, o qual dispõe que a República Federativa do Brasil se rege nas suas relações
internacionais pela prevalência dos direitos humanos. Apenas de forma exemplificativa,
destaca-se a atuação de instituições perante sistemas internacionais de proteção de direitos
humanos. Nota-se, novamente, a Defensoria Pública sendo um instrumento de acesso à justiça
– na presente onda referente ao acesso aos sistemas internacionais de proteção dos direitos
humanos.
Vejamos algumas dessas formas de atuação: 01) Solicitação de audiências públicas junto à
Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) – Art. 66, Regulamento da Comissão.
Tivemos a audiência e um relatório com recomendações ao Estado brasileiro; 02) Apresentação
de petição perante a Comissão (art. 44, 46 e 47 da Convenção Americana), ou até mesmo o
pedido de medidas cautelares (art. 25.2 do Regulamento da CIDH); 03) Atuação como amicus
curiae: art. 44 do Regulamento da Corte.
VII – promover ação civil pública e todas as espécies de ações capazes de propiciar a adequada
tutela dos direitos difusos, coletivos ou individuais homogêneos quando o resultado da
demanda puder beneficiar grupo de pessoas hipossuficientes;
VIII – exercer a defesa dos direitos e interesses individuais, difusos, coletivos e individuais
homogêneos e dos direitos do consumidor, na forma do inciso LXXIV do art. 5º da Constituição
Federal;
Comentários
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1. A segunda onda de acesso à justiça está relacionada ao obstáculo organizacional e à tutela
coletiva. Assim, muitas pessoas, de forma isolada, atômica, não conseguem resolver, de
forma satisfatória, determinados problemas. Por isso, hodiernamente, muitas questões
devem ser analisadas sobre um viés holístico, macro, de forma molecular, para que possa
alcançar soluções satisfatórias para determinados problemas.
2. Assim, tendo em vista o obstáculo organizacional, determinados órgãos ou instituições, a
exemplo do Ministério Público e da Defensoria pública (Art. 129, II, CF e art. 134, CF, e Lei
de Ação Civil Pública), podem ajuizar ações coletivas, buscando efetivar a ideia de acesso à
justiça.
Nesse ponto, o concurseiro deverá estar atento, pois deverá utilizar todos os dispositivos
Constitucionais e legais para fundamentar a ação defensorial na tutela coletiva. A citação é
extremamente importante, notadamente em provas dissertativas, fazendo com que o
concurseiro não perca pontos no certame! Vejamos os dispositivos:
LEITURA OBRIGATÓRIA:
1. Constituição Federal: Art. 134.
2. Lei Complementar n. 80/94: Art. 4º, VI e VII.
3. Código de Processo Civil: Art. 185.
4. Lei de Ação Civil Pública (Lei n. 7.347/85): Art. 5º, II.
5. Lei do Mandado de Injunção: Art. 12, IV.
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Apresentada a doutrina sobre o tema, bem como os dispositivos legais e constitucionais
pertinentes, imprescindível que o concurseiro destaque o julgamento da ADI n. 3.943, do
Supremo Tribunal Federal, que consagrou a legitimidade da Instituição para a tutela de direitos
difusos, coletivos e individuais homogêneos, presumindo-se que, na atuação da instituição,
constem pessoas hipossuficientes. Vejamos a emenda: EMENTA: AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE. LEGITIMIDADE ATIVA DA DEFENSORIA PÚBLICA PARA AJUIZAR
AÇÃO CIVIL PÚBLICA (ART. 5º, INC. II, DA LEI N. 7.347/1985, ALTERADO PELO ART. 2º DA LEI N.
11.448/2007). TUTELA DE INTERESSES TRANSINDIVIDUAIS (COLETIVOS STRITO SENSU E
DIFUSOS) E INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS. DEFENSORIA PÚBLICA: INSTITUIÇÃO ESSENCIAL À
FUNÇÃO JURISDICIONAL. ACESSO À JUSTIÇA. NECESSITADO: DEFINIÇÃO SEGUNDO PRINCÍPIOS
HERMENÊUTICOS GARANTIDORES DA FORÇA NORMATIVA DA CONSTITUIÇÃO E DA MÁXIMA
EFETIVIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS: ART. 5º, INCS. XXXV, LXXIV, LXXVIII, DA
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. INEXISTÊNCIA DE NORMA DE EXCLUSIVIDAD DO MINISTÉRIO
PÚBLICO PARA AJUIZAMENTO DE AÇÃO CIVIL PÚBLICA. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO INSTITUCIONAL
DO MINISTÉRIO PÚBLICO PELO RECONHECIMENTO DA LEGITIMIDADE DA DEFENSORIA
PÚBLICA. AÇÃO JULGADA IMPROCEDENTE.
Em determinadas ações judiciais para tutela coletiva, a atuação defensorial não possui previsão
legislativa expressa e específica. Assim, questiona-se: a instituição possui legitimidade para
ajuizar ações de improbidade administrativa? Nesses casos, o concurseiro deverá realizar uma
interpretação sistemática de toda normativa apresentada, notadamente o art. 134, da
Constituição Federal, e os dispositivos da Lei Complementar n. 80/94, levando em
consideração, ainda, a teoria dos poderes implícitos.
X – promover a mais ampla defesa dos direitos fundamentais dos necessitados, abrangendo
seus direitos individuais, coletivos, sociais, econômicos, culturais e ambientais, sendo
admissíveis todas as espécies de ações capazes de propiciar sua adequada e efetiva tutela;
Comentários
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Atualmente, o art. 4º, X e XI, da LC n. 80/94 é um dos dispositivos mais citados pela doutrina.
Além de estabelecer previsão expressa da instituição na defesa dos vulneráveis, fundamenta a
atribuição institucional como custos vulnerabilis.
Esse posicionamento institucional foi consagrado pelo STJ no REsp 1449416 / SC - RECURSO
ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. DEFENSORIA PÚBLICA. LEGITIMIDADE ATIVA. AÇÃO CIVIL
PÚBLICA. TUTELA DE INTERESSES INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS. MUTUÁRIOS. SISTEMA
FINANCEIRO HABITACIONAL. PERTINÊNCIA SUBJETIVA. NECESSITADOS. SENTIDO AMPLO.
PERSPECTIVA ECONÔMICA E ORGANIZACIONAL. 1.Cinge-se a controvérsia a saber se a
Defensoria Pública da União detém legitimidade para propor ação civil pública em defesa de
direitos individuais homogêneos, a exemplo dos mutuários do SFH. 2. A Defensoria Pública é
um órgão voltado não somente à orientação jurídica dos necessitados, mas também à
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proteção do regime democrático e à promoção dos direitos humanos e dos direitos
individuais e coletivos. 3. A pertinência subjetiva da Defensoria Pública para intentar ação civil
pública na defesa de interesses transindividuais está atrelada à interpretação do que consiste a
expressão "necessitados" (art. 134 da CF) por "insuficiência de recursos" (art. 5º, LXXXIV, da
CF). 4. Deve ser conferido ao termo "necessitados" uma interpretação ampla no campo da
ação civil pública para fins de atuação inicial da Defensoria Pública, de modo a incluir, para
além do necessitado econômico (em sentido estrito), o necessitado organizacional, ou seja, o
indivíduo ou grupo em situação especial de vulnerabilidade existencial. 5. O juízo prévio acerca
da coletividade de pessoas necessitadas deve ser feito de forma abstrata, em tese, bastando
que possa haver, para a extensão subjetiva da legitimidade, o favorecimento de grupo de
indivíduos pertencentes à classe dos hipossuficientes, mesmo que, de forma indireta e
eventual, venha a alcançar outros economicamente mais favorecidos. 6. A liquidação e a
execução da sentença proferida nas ações civis públicas movidas pela Defensoria Pública
somente poderá ser feita aos que comprovarem insuficiência de recursos, pois, nessa fase, a
tutela de cada membro da coletividade ocorre de maneira individualizada. 7. Recurso
especial provido.
XII - (VETADO);
XIII - (VETADO);
Comentários
1. A citação no processo busca concretizar a relação processual, buscando tornar eficaz a ideia
de contraditório e ampla defesa (art. 5º, LV, CF). Porém, nem sempre a citação pessoal é
efetivada. Nesses casos, para que o direito de ação e a tutela jurisdicional pretendida não
fique prejudicado, ocorrem as chamadas citações fictas – por edital e por hora certa.
2. Nesses casos, diante de uma hipossuficiência jurídica do réu/executado citado fictamente,
surge a figura do curador especial (art. 72 do NCPC e art. 4º, XVI, da LC 80/94), com uma
atuação defensorial desvinculada de critérios econômicos, sendo certo que,
tradicionalmente, a doutrina aponta como uma função atípica da instituição.
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XVIII – atuar na preservação e reparação dos direitos de pessoas vítimas de tortura, abusos
sexuais, discriminação ou qualquer outra forma de opressão ou violência, propiciando o
acompanhamento e o atendimento interdisciplinar das vítimas;
Comentários
3. Conforme visto, uma das vocações defensorias está relacionada à dignidade da pessoa
humana. Assim, também aos presos deverão ser assegurados seus direitos fundamentais.
Não por outro motivo, a própria lei complementar n. 80/94 garante aos defensores públicos
o livre ingresso em estabelecimentos policiais, prisionais e de internação coletiva,
independentemente de prévio agendamento (art. 128, VI). No mesmo sentido, o art. 4º,
§11º, busca garantir que nesses estabelecimentos serão reservadas instalações adequadas
ao atendimento jurídico dos presos e internos por parte dos Defensores Públicos.
XX – participar, quando tiver assento, dos conselhos federais, estaduais e municipais afetos às
funções institucionais da Defensoria Pública, respeitadas as atribuições de seus ramos;
Comentários
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1. A atuação da Defensoria Pública é bem ampla, sendo certo que poderá atuar de forma
individual, coletiva, de forma extrajudicial e judicial. Assim, é importante que a instituição
participe da elaboração de políticas públicas, não só participando dos Conselhos afetos às
suas funções institucionais, como também por meio de reuniões, audiências públicas, etc.
Vejamos alguns exemplos da instituição participando de políticas públicas:
2. Saúde: No estado de São Paulo existe um programa denominado “Acessa SUS”. Integrado
desde 2017 pelo MP, Defensoria Pública, Tribunal de Justiça (TJSP) e Governo do Estado, a
iniciativa garantiu a realização de 48 mil atendimentos em 2018 e reduziu a propositura de
ações judiciais para fornecimento de medicamentos, nutrição e materiais (insumos). A
Prefeitura da Capital também aderiu ao programa. O programa Acessa SUS teve início em
2017, após um grupo de trabalho detectar uma série de problemas que levavam ao
fenômeno da judicialização da saúde.
3. Educação: Realização de um grupo envolvendo o Ministério Público, a Defensoria Pública, e
o Poder Público Municipal, buscando minimizar a falta de creches e definir as diretrizes de
políticas públicas, inclusive por meio de audiências públicas.
4. Justiça Restaurativa: A Fundação Casa, MPSP, Defensoria Pública e TJSP firmaram Acordo de
Cooperação, para implantação do Programa de Práticas Restaurativas na Fundação Casa. O
objetivo é desenvolver ações socioeducativas de cunho garantista nos Centros de
Atendimento da instituição.
5. Assim, a atuação da Instituição nos Conselhos de Direitos, juntamente com a sociedade civil
organizada, permite-se uma pluralização do debate, concretizando políticas públicas
participativas, transparentes e horizontais.
Comentários
1. De acordo com a LC n. 80/94, art. 4º, §2o, “as funções institucionais da Defensoria Pública
serão exercidas inclusive contra as Pessoas Jurídicas de Direito Público”.
2. Nesse ponto, a questão que se coloca é: os honorários advocatícios são devidos à
Defensoria Pública quando ela atua contra a pessoa jurídica de direito público à qual
pertença?
O Verbete da Sumula nº 421 STJ aduz que “os honorários advocatícios não são devidos à
Defensoria Pública quando ela atua contra a pessoa jurídica de direito público à qual pertença”.
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3. Ocorre que a referida súmula se fundamenta no instituto da “confusão” inerente aos
Direitos das Obrigações, ou seja, credor e devedor seriam as mesmas pessoas. Acredita-se
que a presente súmula parte de premissas totalmente equivocadas, aduzindo que a
Defensoria Pública faz parte do Poder Executivo. Assim, levando-se em conta a superação
desse entendimento, notadamente após as emendas constitucionais n. 45, 69, 74 e 80, que
reforçaram a autonomia da Instituição, começamos a ter uma revisão desse entendimento
nos Tribunais Superiores.
Um dos julgamentos paradigmáticos se refere ao STF - AR 1937 AgR / DF, o qual ressaltou que é
possível fixar honorários em favor da Defensoria Pública da União, em detrimento da União,
notadamente após a EC 80/2014. Atualmente, ressalta-se que fora reconhecida repercussão
geral sobre o assunto no RE 1140005 RG / RJ - RIO DE JANEIRO. Destacamos a ementa com
nossos grifos:
Ementa: Direito Constitucional. Recurso Extraordinário. Pagamento de honorários à Defensoria
Pública que litiga contra o ente público ao qual se vincula. Presença de repercussão geral. 1. A
decisão recorrida excluiu a condenação da União ao pagamento de honorários advocatícios à
Defensoria Pública da União. 2. A possibilidade de se condenar ente federativo a pagar
honorários advocatícios à Defensoria Pública que o integra teve a repercussão geral negada no
RE 592.730, Rel. Min. Menezes Direito, paradigma do tema nº
134. 3. As Emendas Constitucionais nº 74/2013 e nº 80/2014, que asseguraram autonomia
administrativa às Defensorias Públicas, representaram alteração relevante do quadro
normativo, o que justifica a rediscussão da questão. 4. Constitui questão constitucional
relevante definir se os entes federativos devem pagar honorários advocatícios às Defensorias
Públicas que os integram. 5. Repercussão geral reconhecida.
XXII – convocar audiências públicas para discutir matérias relacionadas às suas funções
institucionais.
Comentários
1. O concurseiro não poderá de esquecer que a atuação coletiva pode se dar também de
forma extrajudicial, a exemplo das audiências públicas e educação em direitos. Trata-se de
mais uma forma de pluralizar e horizontalizar os debates jurídicos e sociais, notadamente
quando da implementação de políticas públicas.
§ 1º (VETADO).
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§ 2º As funções institucionais da Defensoria Pública serão exercidas inclusive contra as Pessoas
Jurídicas de Direito Público.
Comentários
§ 3º (VETADO).
Comentários
1. A Defensoria Pública terá atuação prioritária extrajudicial (Art. 4º, II, LC n. 80/94).
2. O instrumento de transação, mediação ou conciliação valerá como título executivo
extrajudicial, e não como título judicial (cuidado com essa pegadinha em prova).
3. No ponto, abrange o instrumento celebrado com pessoa jurídica de direito público.
4. Existe previsão semelhante no Estatuto do Idoso, art. 13, o qual estabelece que “as
transações relativas a alimentos poderão ser celebradas perante o Promotor de Justiça ou
Defensor Público, que as referendará, e passarão a ter efeito de título executivo
extrajudicial nos termos da lei processual civil”.
§ 5º A assistência jurídica integral e gratuita custeada ou fornecida pelo Estado será exercida
pela Defensoria Pública.
Comentários
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4. Assistência jurídica integral e gratuita.
Concurseiros, acredita-se que, nos próximos concursos, o que será cobrado é a justificativa pela
adoção de um modelo público de assistência jurídica, ou seja, as vantagens pela adoção desse
modelo pela Constituição Federal de 1988. Vejamos as seguintes vantagens:
1. Custos e adequação: O modelo público possui custo inferior se comparado aos outros
modelos; adequado a sociedade brasileira;
2. Atuação estratégica: Atuação individual e coletiva, demandista e preventiva, superando-se
um modelo individualista e demandista;
3. Dedicação exclusiva: Vedado o exercício da advocacia fora das atribuições institucionais;
4. Paridade de armas com o MP: Principalmente na área criminal, teremos defensores que
ingressaram por concurso público;
5. Trata-se de um modelo que supera uma visão privada-individualista, com forte viés social,
mais adequado à realidade brasileira.
No modelo pro bono nós temos a assistência judiciária gratuita realizada por profissionais
liberais (advogados), sem contraprestação do Estado e prestada de modo caritativo. Já no
modelo judicare teremos assistência judiciária gratuita custeada pelo Estado, prestada por
advogados, não mais prestada de modo caritativo.
Comentários
1. Esse dispositivo será analisado junto com o §9º do presente artigo, buscando concretizar a
distinção da figura do advogado, tema extremamente atual para os certames da Instituição.
2. O concurseiro deverá ter em mente que a carreira da Defensoria Pública não se confunde
com a carreira do Ministério Público e muito menos com a carreira da Advocacia.
3. O tema é extremamente divergente ante a questão envolvendo a necessidade ou não de
inscrição do defensor na OAB para exercer suas atividades. A questão restou
definitivamente concluída pelo STF na ADI. n. 4636.
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4. Entrementes, a Defensoria se parece mais com o MP do que com a advocacia, pois possui
regime estatutário, é regulado por lei complementar e possui capacidade postulatória
específica. Notadamente em relação a advocacia, iremos, de forma didática, realizar as
seguintes distinções:
5. Distinção Constitucional: distinção topográfica realizada pela EC n. 80. A Advocacia ficou na
seção III e a Defensoria Pública na seção IV.
6. Distinção do advogado do exercício da advocacia: tanto o Ministério Público, quanto a
Defensoria Pública, podem exercer advocacia, desde que dentro das suas atribuições
institucionais. O exercício da advocacia não se confunde com a figura do Advogado. Prova
disso refere-se ao texto do art. 134, 1º, da CF, que proíbe aos defensores o exercício da
advocacia fora das suas atribuições institucionais.
7. Capacidade Postulatória: diferentemente do advogado, nos termos do dispositivo em
análise, a capacidade postulatória do Defensor Público decorre exclusivamente de sua
nomeação e posse no cargo público. A atuação do defensor independe de mandato
(ressalvado os casos para os quais a lei exija poderes especiais), sendo certo que o defensor
público presenta a instituição, podendo um substituir-se uns aos outros.
Seguindo essa linha de raciocínio, o STJ, no REsp 1710155, realizou uma interpretação
conforme a instituição do Estatuto da OAB, no sentido de que é desnecessário que o defensor
público tenha inscrição na OAB para o exercício de suas atividades. Posteriormente, o STF, no
RE n. 1240999, reconheceu a repercussão geral do tema. Vejamos a ementa do julgado
paradigmático do STJ:
ADMINISTRATIVO. CARREIRA DA DEFENSORIA PÚBLICA. DESNECESSIDADE DE INSCRIÇÃO NA
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. INTERPRETAÇÃO CONFORME À CONSTITUIÇÃO DO ART.
3º, § 1º, DA LEI 8.906/1994. APLICAÇÃO DO ART. 4º, § 6º, DA LEI COMPLEMENTAR 80/1994. 1.
Inicialmente, verifica-se que a argumentação em torno da condenação em honorários
veio desacompanhada da indicação de qual dispositivo de lei federal teria sido violado, o
que impede impossibilita o exame do recurso interposto com base na alínea "a" do art. 105,
III, da Constituição. 2. O mérito do recurso gira em torno da necessidade de inscrição dos
Defensores Públicos na Ordem dos Advogados do Brasil, questão notoriamente
controversa nos Tribunais locais do País. 3. A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça,
no RHC 61.848/PA, assentou que "os defensores não são advogados públicos, possuem
regime disciplinar próprio e têm sua capacidade postulatória decorrente diretamente da
Constituição Federal". 4. A Constituição de 1988 abordou expressamente a Defensoria Pública
dentro das funções essenciais à Justiça, ao lado do Ministério Público, da Advocacia e da
Advocacia Pública, com as quais não se confunde. 5. Defensores Públicos exercem atividades
de representação judicial e extrajudicial, de advocacia contenciosa e consultiva, o que se
assemelha bastante à Advocacia, tratada em Seção à parte no texto constitucional. Ao lado
de tal semelhança, há inúmeras diferenças, pois a carreira está sujeita a regime próprio e a
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64
estatutos específicos; submetem-se à fiscalização disciplinar por órgãos próprios, e não
pela OAB; necessitam aprovação prévia em concurso público, sem a qual, ainda que se possua
inscrição na Ordem, não é possível exercer as funções do cargo, além de não haver
necessidade da apresentação de instrumento do mandato em sua atuação. 6. À vista dessas
premissas, e promovendo o necessário diálogo das fontes, tem-se que o Estatuto da
Advocacia não é de todo inaplicável aos Defensores Públicos, dada a similitude com a
advocacia privada das atividades que realizam. Dessa forma, impensável afastar, por
exemplo, a inviolabilidade por atos e manifestações (art. 2º, § 3º, da Lei 8.906/1994) ou o
sigilo da comunicação (art. 7º, III). Entretanto, por todas as diferenças, aceita-se regime
díspar previsto em legislação especial. 7. Em conclusão, o art. 3º, § 1º, da Lei 8.906/1994
merece interpretação conforme à Constituição para obstar a necessidade de inscrição na OAB
dos membros das carreiras da Defensoria Pública, não obstante se exija a inscrição do
candidato em concurso público. Ademais, a inscrição obrigatória não pode ter fundamento
nesse comando em razão do posterior e específico dispositivo presente no art. 4º, § 6º, da Lei
Complementar 80/1994. 8. Recurso Especial conhecido e provido, com inversão do ônus da
sucumbência.
Comentários
Comentário:
Conforme será analisado no art. 4º-A, da LC n. 80/94, prevê como direito do assistido a
necessidade de ter sua pretensão revista no caso de recusa de atuação pelo Defensor Público.
Assim, nesses casos, conforme a legislação em análise, o defensor deverá dar ciência ao DPG,
que irá indicar outro defensor para atuar, se for o caso.
De acordo com a lei, preserva-se a independência funcional do defensor originário, sendo
certo que o defensor público designado pelo DPG atuará como longa manus do DPG.
24
64
§ 10. O exercício do cargo de Defensor Público é indelegável e privativo de membro da
Carreira.
Comentários
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64
bem como a esses fornecerão apoio administrativo, prestarão as informações solicitadas e
assegurarão acesso à documentação dos presos e internos, aos quais é assegurado o direito de
entrevista com os Defensores Públicos.
Art. 4º-A. São direitos dos assistidos da Defensoria Pública, além daqueles previstos na
legislação estadual ou em atos normativos internos: ( Todo dispositivo incluído pela Lei
Complementar nº 132, de 2009).
I – a informação sobre:
III – o direito de ter sua pretensão revista no caso de recusa de atuação pelo Defensor
Público;
Comentários
4. Não por outro motivo que, em estados como São Paulo, os direitos dos são ainda mais
aprimorados, não existindo qualquer incompatibilidade com a LC n. 80/94, sendo certo que
assegura-se aos assistidos, por exemplo, a participação na definição das diretrizes
institucionais da Defensoria Pública e no acompanhamento da fiscalização das ações e
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64
projetos desenvolvidos pela Instituição, da atividade funcional e da conduta pública dos
membros e servidores (art. 6º, III, LC n. 988/06).
6. O inciso II trás a ideia de eficiência do serviço público, motivo pelo qual a instituição deverá
contar com estrutura pessoal e estrutural adequada.
7. Como se sabe, o defensor público possui independência funcional para que atue livre de
pressões externas. Assim, eventualmente, poderá denegar o atendimento do ao assistido,
na forma do inciso III, surgindo a possibilidade de ter sua pretensão revista, conforme o art.
4º, §8º, LC n. 80/94.
9. O inciso V refere-se a casos que ocorre com frequência na Defensoria Pública, ou seja,
usuários em conflito de interesses sendo atendidos pela Instituição. Nesses casos, deverão
ser garantidos defensores públicos distintos, evitando-se desequilíbrio no exercício do
contraditório e da ampla defesa.
Comentários
No presente momento, o foco de estudo será as Defensorias Públicas Estaduais, motivo pelo
qual não comentaremos, nesse material, o Título II e III, inerente à Organização da Defensoria
Pública da União, do Distrito Federal e dos Territórios. De qualquer maneira, caso tenha alguma
dúvida sobre os temas inerentes à Defensoria Pública da União, entre em contato com o
professor por meio do Instagram @marcoslopesgomes.
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64
TÍTULO IV - DAS NORMAS GERAIS PARA A ORGANIZAÇÃO DA
DEFENSORIA PÚBLICA DOS ESTADOS
Capítulo I - Da Organização
Art. 97. A Defensoria Pública dos Estados organizar-se-á de acordo com as normas gerais
estabelecidas nesta Lei Complementar.
Comentários
1. De acordo com o art. 1º, da Constituição Federal, adotamos a forma federativa de Estado,
sendo certo que a organização político-administrativa da República Federativa do Brasil
compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos (art.
18, da Constituição Federal).
2. Seguindo essa linha de raciocínio, para que se tenha uma organização nas atribuições e
competência dos entes federativos, a Constituição Federal estabeleceu uma repartição de
competências, levando-se em consideração a predominância dos interesses envolvidos.
Vejamos o quadro abaixo e os comentários a seguir:
Competência da União e do Distrito Art. 2º, EC n. 69. Art. 24, XIII, CF. Art.
DPDF
Federal. 134, §1o, CF.
1. De acordo com o art. 134, § 1º, lei complementar organizará a Defensoria Pública da União
e do Distrito Federal e dos Territórios e prescreverá normas gerais para sua organização nos
Estados.
2. De acordo com o art. 24, XIII, CF, compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre assistência jurídica e Defensoria pública. No âmbito da legislação
concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. A
competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência
suplementar dos Estados.
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64
3. Do regramento constitucional, podemos extrair algumas conclusões:
1ª) Lei Complementar será exaustiva em relação à União e aos Territórios.
2ª) Competência concorrente entre União, estados e distrito federal.
3ª) Porém, a competência dos estados e do distrito federal será suplementar sobre a matéria.
I – abrir concurso público e prover os cargos de suas Carreiras e dos serviços auxiliares;
VI – praticar atos e decidir sobre situação funcional e administrativa do pessoal, ativo e inativo
da Carreira, e dos serviços auxiliares, organizados em quadros próprios;
Comentários
Defensoria Pública dos Estado Possui autonomia Art. 134, §2º. EC n. 45.
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64
Defensoria Pública dos
Atribuição da União Art. 21, XIII, CF.
Territórios
2. Entrementes, muitas vezes o óbvio não é falado e ocorre a necessidade de positivação para
que determinada orientação seja devidamente cumprida. Assim, passamos para a análise
da positivação constitucional e legal da autonomia da Defensoria Pública.
30
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orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, § 2º. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004)
§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da União e do Distrito Federal.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 74, de 2013)
Art. 97-B. A Defensoria Pública do Estado elaborará sua proposta orçamentária atendendo aos
seus princípios, às diretrizes e aos limites definidos na lei de diretrizes orçamentárias,
encaminhando-a ao Chefe do Poder Executivo para consolidação e encaminhamento ao Poder
Legislativo.
§ 2º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for encaminhada em desacordo com
os limites estipulados no caput, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fim
de consolidação da proposta orçamentária anual.
31
64
§ 6º A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da Defensoria
Pública do Estado, quanto à legalidade, legitimidade, aplicação de dotações e recursos próprios
e renúncia de receitas, será exercida pelo Poder Legislativo, mediante controle externo e pelo
sistema de controle interno estabelecido em lei.
Comentários
1. Inicialmente, destacamos que a proposta orçamentária deverá obedecer aos seus princípios
e às diretrizes e aos limites definidos na lei de diretrizes orçamentárias. Conjugando o art.
97-B, LC n. 80/94 com o art. 134, §2º, CF, nota-se a necessidade de observar o art. 99, §2º,
CF, que se refere ao poder Judiciário.
2. Portanto, com as adaptações pertinentes, caberá ao Defensor Público-Geral, após
aprovação do Conselho Superior, realizar o encaminhamento da proposta orçamentária.
3. A proposta orçamentária deverá ser encaminhada dentro do prazo previsto na lei de
diretrizes orçamentárias, sob pena de o Poder Executivo, no momento da consolidação da
proposta, considerar os valores aprovadas na lei orçamentária vigente, devidamente
ajustados nos termos legais.
4. Além do encaminhamento dentro do prazo, a proposta deverá estar de acordo com os
limites acima indicados. Caso não esteja, o Poder Executivo poderá realizar os ajustes
necessários para a consolidação da proposta orçamentária anual.
II - órgãos de atuação:
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64
Comentários
Defensoria Pública-
Geral do Estado
Subdefensoria Pública-
Geral do Estado
Administração
Superior
Corregedoria-Geral da
Defensoria Pública do
Estado
Conselho Superior da
Defensoria Pública do
Estado
Pegadinhas de prova:
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64
1. Órgãos da Administração Superior não se confunde com os órgãos que compõe o
conselho Superior.
2. Nos estados, podemos ter mais de uma Subdefensoria. Em São Paulo, por exemplo, temos
três Subdefensorias.
3. De acordo com a lei estadual, podemos ter uma composição diferente dos órgãos de
Administração Superior. Em São Paulo, por exemplo, a Ouvidoria-Geral é órgão de
Administração Superior.
Art. 99. A Defensoria Pública do Estado tem por chefe o Defensor Público-Geral, nomeado
pelo Governador do Estado, dentre membros estáveis da Carreira e maiores de 35 (trinta e
cinco) anos, escolhidos em lista tríplice formada pelo voto direto, secreto, plurinominal e
obrigatório de seus membros, para mandato de 2 (dois) anos, permitida uma recondução.
Comentários
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Nomeação: pelo Governador do
Estado.
Defensor Público-Geral
Escolha escolha: lista tríplice formada
pelo voto direto, secreto, plurinominal
e obrigatório.
Comentários
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Artigo 23 - Compete ao Segundo Subdefensor Público-Geral do Estado administrar, coordenar e
orientar a atuação das Defensorias situadas na Capital e em sua Região Metropolitana.
Da Terceira Subdefensoria Pública-Geral
§ 4º Caso o Chefe do Poder Executivo não efetive a nomeação do Defensor Público-Geral nos
15 (quinze) dias que se seguirem ao recebimento da lista tríplice, será investido
automaticamente no cargo o Defensor Público mais votado para exercício do mandato.
Art. 100. Ao Defensor Público-Geral do Estado compete dirigir a Defensoria Pública do Estado,
superintender e coordenar suas atividades, orientando sua atuação, e representando-a judicial
e extrajudicialmente.
Art. 101. A composição do Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado deve incluir
obrigatoriamente o Defensor Público-Geral, o Subdefensor Público-Geral, o Corregedor-Geral e
o Ouvidor-Geral, como membros natos, e, em sua maioria, representantes estáveis da Carreira,
eleitos pelo voto direto, plurinominal, obrigatório e secreto de seus membros, em número e
forma a serem fixados em lei estadual.
§ 1º O Conselho Superior é presidido pelo Defensor Público-Geral, que terá voto de qualidade,
exceto em matéria disciplinar.
§ 3º Os membros do Conselho Superior são eleitos para mandato de 2 (dois) anos, permitida
uma reeleição.
§ 4º São elegíveis os membros estáveis da Defensoria Pública que não estejam afastados da
Carreira.
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Art. 102. Ao Conselho Superior compete exercer as atividades consultivas, normativas e
decisórias a serem previstas na lei estadual.
Comentários
Funções: atividades
consultivas, normativas
e decisórias
Membros Natos
Conselho Superior
Representantes
estáveis da carreira
Mandato de 02 anos,
permitida uma
recondução
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64
SEÇÃO III - Da Corregedoria-Geral da Defensoria Pública do Estado
VIII - propor a exoneração de membros da Defensoria Pública do Estado que não cumprirem as
condições do estágio probatório.
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64
XI – expedir recomendações aos membros da Defensoria Pública sobre matéria afeta à
competência da Corregedoria-Geral da Defensoria Pública;
Comentários
Funções: órgão de
fiscalização da
atividade funcional.
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Art. 105-B. O Ouvidor-Geral será escolhido pelo Conselho Superior, dentre cidadãos de
reputação ilibada, não integrante da Carreira, indicados em lista tríplice formada pela
sociedade civil, para mandato de 2 (dois) anos, permitida 1 (uma) recondução.
III – elaborar e divulgar relatório semestral de suas atividades, que conterá também as medidas
propostas aos órgãos competentes e a descrição dos resultados obtidos;
VIII – manter contato permanente com os vários órgãos da Defensoria Pública do Estado,
estimulando-os a atuar em permanente sintonia com os direitos dos usuários;
Parágrafo único. As representações podem ser apresentadas por qualquer pessoa, inclusive
pelos próprios membros e servidores da Defensoria Pública do Estado, entidade ou órgão
público.
Comentários
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1. Destacamos importante papel realizado pelas Ouvidorias-Gerais, órgão que realiza a
aproximação da sociedade civil com a Instituição, estando atenta à promoção da qualidade
dos serviços prestados pela Instituição e estabelecendo meios de comunicação direta entre
a Defensoria Pública e a sociedade, para receber sugestões e reclamações, adotando as
providências pertinentes e informando o resultado aos interessados.
2. É importante que o concurseiro compare a LC n. 80/94 com a lei orgânica do estado em que
o concurseiro estará prestando o certame. Isso porque, em São Paulo, por exemplo, a
Ouvidoria-Geral é órgão superior e não auxiliar. Ademais, o modo de escolha do Ouvidor-
Geral também poderá ser diferente na lei estadual.
3. A Ouvidoria-Geral será externa, ou seja, com o Ouvidor-Geral não integrante da carreira.
Funções: promoção da
qualidade dos serviços
prestados pela
Instituição.
Requisitos: reputação
ilibada e não integrar a
carreira.
Art. 106. A Defensoria Pública do Estado prestará assistência jurídica aos necessitados, em
todos os graus de jurisdição e instâncias administrativas do Estado.
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Parágrafo único. À Defensoria Pública do Estado caberá interpor recursos aos Tribunais
Superiores, quando cabíveis.
Art. 106-A. A organização da Defensoria Pública do Estado deve primar pela descentralização, e
sua atuação deve incluir atendimento interdisciplinar, bem como a tutela dos interesses
individuais, difusos, coletivos e individuais homogêneos.
Comentários
4. O STF prevê como requisito a previsão em lei estadual. Vejamos: STF - AI 237400 ED / RS -
RIO GRANDE DO SUL - “(...) a prestação da assistência judiciária perante o Supremo Tribunal
Federal e os Tribunais Superiores não constituirá atribuição privativa da Defensoria Pública
da União, não estando excluída, portanto, a atuação da Defensoria Pública estadual perante
a Corte Suprema, atuação que, todavia, está condicionada à previsão contida em lei
estadual (art. 111)”.
5. Por seu turno, o STJ, além da necessidade de previsão em lei estadual, estabelece a
necessidade de estruturação com sede própria. Sublinha-se: STJ - AgRg no RHC 33.482,: “O
art. 22 da Lei Complementar nº 80/1994 prevê a atuação da Defensoria Pública da União
perante os Tribunais Superiores, ficando preterida apenas se, mediante lei específica, os
Estados organizarem suas Defensorias para atuar continuamente na Capital Federal,
inclusive com sede própria. Caso contrário, o acompanhamento dos processos em trâmite
nesta corte constitui prerrogativa da Defensoria Pública da União”.
Art. 107. A Defensoria Pública do Estado poderá atuar por intermédio de núcleos ou núcleos
especializados, dando-se prioridade, de todo modo, às regiões com maiores índices de exclusão
social e adensamento populacional.
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Comentários
1. Os núcleos especializados são órgãos de atuação que, além de prestar assistência jurídica
judicial e extrajudicial, prestará suporte e auxílio aos defensores públicos, consolidando
importante atuação estratégica. Destacamos algumas de suas atribuições que poderão
estar previstas nas leis orgânicas estaduais:
2. compilar e remeter informações técnico-jurídicas, sem caráter vinculativo, aos Defensores
Públicos;
3. propor medidas judiciais e extrajudiciais, para a tutela de interesses individuais, coletivos e
difusos, e acompanhá-las, agindo isolada ou conjuntamente com os Defensores Públicos,
sem prejuízo da atuação do Defensor Natural;
4. realizar e estimular o intercâmbio permanente entre os Defensores Públicos, objetivando o
aprimoramento das atribuições institucionais e a uniformidade dos entendimentos ou teses
jurídicas;
5. realizar e estimular o intercâmbio com entidades públicas e privadas, bem como
representar a instituição perante conselhos e demais órgãos colegiados, por qualquer de
seus membros, mediante designação do Defensor Público-Geral do Estado;
6. atuar e representar junto ao Sistema Interamericano dos Direitos Humanos, propondo as
medidas judiciais cabíveis;
7. prestar assessoria aos órgãos de atuação e de execução da Defensoria Pública do Estado;
8. coordenar o acionamento de Cortes Internacionais.
Art. 108. Aos membros da Defensoria Pública do Estado incumbe, sem prejuízo de outras
atribuições estabelecidas pelas Constituições Federal e Estadual, pela Lei Orgânica e por demais
diplomas legais, a orientação jurídica e a defesa dos seus assistidos, no âmbito judicial,
extrajudicial e administrativo.
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dos assistidos, aos quais não poderá, sob fundamento algum, negar o direito de entrevista com
os membros da Defensoria Pública do Estado.
Comentários
1. Trata-se de um serviço público (art. 5º, LXXIV, CF), a ser prestado pela Defensoria Pública
(art. 134, CF), que possui amplo aspecto, abrangendo toda assistência necessária dentro e
fora do processo, por meio de todas atividades e recursos necessários para a concretização
do acesso à justiça.
2. Previsão Legal: Art. 5º, LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos
que comprovarem insuficiência de recursos.
3. Abrangência: Conforme ressaltado, trata-se de conceito amplo, que abrange a atividade
perante o poder judiciário, bem como a consultoria, atuações extrajudiciais, defesas em
processos administrativos, a educação em direito, a articulação junto à rede de
atendimento psicossocial, etc.
4. O disposto nesse artigo demonstra, de forma exemplificativa, algumas atribuições dos
defensores públicos.
Art. 109. Cabe à lei estadual disciplinar os órgãos e serviços auxiliares de apoio administrativo,
organizando-o em quadro próprio, com cargos que atendam às peculiaridades e às
necessidades da administração e das atividades funcionais da Instituição.
Comentários
Capítulo II - Da Carreira
Art. 110. A Defensoria Pública do Estado é integrada pela carreira de Defensor Público do
Estado, composta das categorias de cargos efetivos necessárias ao cumprimento das suas
funções institucionais, na forma a ser estabelecida na legislação estadual.
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Art. 111. O Defensor Público do Estado atuará, na forma do que dispuser a legislação estadual,
junto a todos os Juízos de 1º grau de jurisdição, núcleos, órgãos judiciários de 2º grau de
jurisdição, instâncias administrativas e Tribunais Superiores (art. 22, parágrafo único).
Comentários
Art. 112. O ingresso nos cargos iniciais da carreira far-se-á mediante aprovação prévia em
concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil.
Art. 112-A. Aos aprovados no concurso deverá ser ministrado curso oficial de preparação à
Carreira, objetivando o treinamento específico para o desempenho das funções técnico-
jurídicas e noções de outras disciplinas necessárias à consecução dos princípios institucionais da
Defensoria Pública.
Art. 113. O candidato aprovado no concurso público para ingresso na carreira da Defensoria
Pública do Estado será nomeado pelo Governador do Estado para cargo inicial da carreira,
respeitada a ordem de classificação e o número de vagas existentes.
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SEÇÃO III - Da Promoção
Art. 115. A promoção consiste no acesso imediato dos membros efetivos da Defensoria Pública
do Estado de uma categoria para outra da carreira.
Art. 116. As promoções serão efetivadas por ato do Defensor Publico-Geral do Estado,
obedecidos, alternadamente, os critérios de antiguidade e merecimento.
§ 3º A promoção por merecimento dependerá de lista tríplice para cada vaga, elaborada pelo
Conselho Superior, em sessão secreta, com ocupantes do primeiro terço da lista de
antiguidade.
§ 4º Os membros da Defensoria Pública do Estado somente poderão ser promovidos após dois
anos de efetivo exercício na categoria, dispensado o interstício se não houver quem preencha
tal requisito, ou se quem o preencher recusar a promoção.
§ 5º É obrigatória a promoção do Defensor Público que figurar por três vezes consecutivas ou
cinco alternadas em lista de merecimento, ressalvada a hipótese do art. 117, § 2º.
Art. 117. O Conselho Superior fixará os critérios de ordem objetiva para a aferição de
merecimento dos membros da Instituição, considerando-se, entre outros, a eficiência e a
presteza demonstradas no desempenho da função e a aprovação em cursos de
aperfeiçoamento, de natureza jurídica, promovidos pela Instituição, ou por estabelecimentos
de ensino superior, oficialmente reconhecidos.
b) defesa oral do trabalho que tenha sido aceito por banca examinadora.
Comentários
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1. A promoção na carreira se dará por antiguidade e por merecimento, de forma alternada.
Porém, os defensores somente poderão ser promovidos após dois anos de efetivo exercício
na categoria.
2. Ressalta-se que o defensor poderá recusar a promoção, salvo se o defensor público figurar
por três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento.
3. De forma a afastar a subjetividade na promoção por merecimento, o Conselho Superior
fixará os critérios de ordem objetiva para a aferição de merecimento dos membros da
Instituição.
Art. 118. Os membros da Defensoria Pública do Estado são inamovíveis, salvo se apenados com
remoção compulsória, na forma da lei estadual.
Art. 119. A remoção será feita a pedido ou por permuta, sempre entre membros da mesma
categoria da carreira.
Art. 120. A remoção compulsória somente será aplicada com prévio parecer do Conselho
Superior, assegurada ampla defesa em processo administrativo disciplinar.
Art. 121. A remoção a pedido far-se-á mediante requerimento ao Defensor Publico-Geral, nos
quinze dias seguintes à publicação, no Diário Oficial, do aviso de existência de vaga.
Parágrafo único. Findo o prazo fixado neste artigo e, havendo mais de um candidato à remoção,
será removido o mais antigo na categoria e, ocorrendo empate, sucessivamente, o mais antigo
na carreira, no serviço público do Estado, no serviço público em geral, o mais idoso e o mais
bem classificado no concurso para ingresso na Defensoria Pública.
Art. 123. Quando por permuta, a remoção será concedida mediante requerimento dos
interessados, respeitada a antiguidade dos demais, na forma da lei estadual.
Parágrafo único. O Defensor Público-Geral dará ampla divulgação aos pedidos de permuta.
Comentários
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3. Salvo o caso de remoção compulsória, o defensor público somente poderá ser removido a
pedido ou por meio de permuta. No caso da remoção a pedido, será observada a seguinte
regra em caso de mais de um candidato à vaga:
mais bem
classificado no
no serviço público em
concurso para o mais idoso
geral
ingresso na
Defensoria Pública
A lei orgânica estadual poderá trazer outros tipos de remoção. De forma exemplificativa, na Lei
Complementar Estadual de São Paulo (LC n. 988/06), no art. 108, temos a remoção qualificada,
destinada à escolha dos Defensores Públicos que integrarão os Núcleos Especializados.
Capítulo IV - Dos Direitos, das Garantias e das Prerrogativas dos Membros da Defensoria
Pública dos Estados
SEÇÃO I - Da Remuneração
Art. 124. À lei estadual cabe fixar a remuneração dos cargos da carreira do respectivo Estado,
observado o disposto no art. 135 da Constituição Federal.
§ 1º (VETADO).
§ 2o Os membros das Defensorias Públicas dos Estados têm os direitos assegurados pela
legislação da respectiva unidade da Federação e nesta Lei Complementar. (Redação dada
pela Lei Complementar nº 98, de 1999).
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I - revogado; (Redação dada pela Lei Complementar nº 98, de 1999).
II - (VETADO).
VII - (VETADO);
Comentários
1. De acordo com o art. 135, da Constituição Federal, os servidores integrantes das carreiras
disciplinadas nas Seções II e III deste Capítulo serão remunerados na forma do art. 39, § 4º.
2. Aplicando-se o art. 39, §4º, CF, os defensores públicos serão remunerados exclusivamente
por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação,
adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória,
obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
Por oportuno, ressalta-se que, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal, aplicar-se-á o
teto salarial dos desembargadores dos Tribunais de Justiça Estaduais (RE 663696 / MG -
28/02/2019).
Ocorre que muitos estados da federação ainda possuem disciplina regras específicas de
remuneração – diferente do subsídio. Apenas de forma exemplificativa, cita-se o estado do Rio
de Janeiro, São Paulo e Amazonas e Rio Grande do Norte.
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SEÇÃO II - Das Férias e do Afastamento
Art. 125. As férias dos membros da Defensoria Pública do Estado serão concedidas de acordo
com a lei estadual.
Art. 126. O afastamento para estudo ou missão, no interesse da Defensoria Pública do Estado,
será autorizado pelo Defensor Publico-Geral.
§ 1º O afastamento de que trata este artigo somente será concedido pelo Defensor Publico-
Geral, após estágio probatório e pelo prazo máximo de dois anos.
§ 2º O afastamento para exercício de mandato será contado como tempo de serviço para
todos os efeitos legais.
Art. 127. São garantias dos membros da Defensoria Pública do Estado, sem prejuízo de outras
que a lei estadual estabelecer:
II - a inamovibilidade;
IV - a estabilidade.
Comentários
50
64
falar em privilégio, mas sim atributos imprescindíveis ao cargo para que sejam efetivadas as
diretrizes constitucionais e legais.
As garantias elencadas no art. 127, LC n. 80/94 também possuem piso constitucional, conforme
a leitura conjugada do art. 37, XV, art. 41 e art. 134, parágrafos 1º e 4º, todos da Constituição
Federal.
Estabilidade não se confunde com vitaliciedade. A vitaliciedade, que é conferida, por exemplo,
aos membros da magistratura, no primeiro grau, será adquirida após dois anos de exercício,
dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver
vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado.
Art. 128. São prerrogativas dos membros da Defensoria Pública do Estado, dentre outras que a
lei local estabelecer:
Comentários
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64
1. As prerrogativas são normas de ordem pública que buscam instrumentalizar e equilibrar o
contraditório e a ampla defesa, trazendo ferramentas para que o defensor público preste a
assistência jurídica integral e gratuita e concretize a ideia de acesso à justiça, pautadas na
ideia de igualdade material.
I – receber, inclusive quando necessário, mediante entrega dos autos com vista, intimação
pessoal em qualquer processo e grau de jurisdição ou instância administrativa, contando-se-
lhes em dobro todos os prazos;
II - não ser preso, senão por ordem judicial escrita, salvo em flagrante, caso em que a
autoridade fará imediata comunicação ao Defensor Publico-Geral;
III - ser recolhido à prisão especial ou à sala especial de Estado Maior, com direito a privacidade
e, após sentença condenatória transitada em julgado, ser recolhido em dependência separada,
no estabelecimento em que tiver de ser cumprida a pena;
V - (VETADO);
VII - ter vista pessoal dos processos fora dos cartórios e secretarias, ressalvadas as vedações
legais;
XII - deixar de patrocinar ação, quando ela for manifestamente incabível ou inconveniente aos
interesses da parte sob seu patrocínio, comunicando o fato ao Defensor Publico-Geral, com as
razões de seu proceder;
XIII - ter o mesmo tratamento reservado aos Magistrados e demais titulares dos cargos das
funções essenciais à justiça;
52
64
XIV - ser ouvido como testemunha, em qualquer processo ou procedimento, em dia, hora e
local previamente ajustados com a autoridade competente;
XV - (VETADO);
XVI - (VETADO).
Comentários
O tema inerente às prerrogativas é muito cobrado nos concursos da Defensoria Pública. Então,
é imprescindível que o concurseiro tenha um olhar diferenciado para o tema, realizando uma
leitura detalhada dos incisos acima. Além da leitura integral das prerrogativas elencadas no art.
128, é importante que o concurseiro esteja antenado com julgados do STJ e do STF acerca do
tema, delimitando o alcance das prerrogativas acima expostas. Nesse sentido, destacamos
alguns julgados que consideramos relevantes no momento:
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64
curso o prazo recursal. Nova leitura do arcabouço normativo, revisando-se a jurisprudência
predominante e observando-se princípios consagradores da paridade de armas.
STJ - HC nº 238.331 / RJ – Intimação eletrônica. HABEAS CORPUS - PROCESSO PENAL -
INTIMAÇÃO ELETRÔNICA DA DEFENSORIA PÚBLICA - PRAZO DE 10 DIAS PARA CONSULTA
ELETRÔNICA DA INTIMAÇÃO PREVISTO NA LEI Nº 11.419/06 - NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA -
JULGAMENTO NULO - PRAZO SIMPLES - LAPSO TEMPORAL DE VACÂNCIA – ORDEM
PARCIALMENTE CONHECIDA DE OFÍCIO. 1.- Nos termos do art. 5º, da Lei nº 11.419/2006 e
reeditado no art. 10, §§ 1º e 3º, da Resolução TJ/OE nº 16/09; e, no art. 21, II, da Resolução nº
185, do CNJ nos processos eletrônicos a intimação se aperfeiçoa com a consulta eletrônica
efetivada pela parte que deve ocorrer em até 10 (dez) dias corridos contados da data em que
enviada a comunicação. 2.- Se a intimação pessoal eletrônica da Defensoria Pública foi
efetivada somente após a data do julgamento do agravo em execução mas ainda dentro do
prazo de 10 dias previstos em lei, claro está a necessidade de reconhecimento de nulidade no
julgamento realizado. 3.- Por se tratar de simples lapso temporal de vacância e não de prazo
processual, não faz jus a Defensoria Pública ao cômputo em dobro do prazo de 10 (dez) dias
previsto no art. 5º, da Lei nº 11.419/2006.
STJ - RHC 120411 / SP – Intimação pessoal dativo. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS.
TRÁFICO DE DROGAS. NULIDADE. INTIMAÇÃO PESSOAL DO DEFENSOR DATIVO.
CERCEAMENTO DE DEFESA EVIDENCIADO. RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E, NESSA
PARTE, PROVIDO. 1. Nos autos do HC n. 521.935/SP, foi apresentado pedido de extensão em
favor do ora recorrente, nos termos do art. 580 do Código de Processo Penal, deferido para
modificar o regime inicial de cumprimento da pena e autorizar sua substituição por
medidas restritivas. Dessa maneira, não mais se pode falar em execução provisória da pena,
prejudicando parcialmente este recurso ordinário em habeas corpus. 2. A jurisprudência dos
Tribunais Superiores pacificou o entendimento de que, por implicar violação do direito de
ampla defesa do réu, a ausência de intimação pessoal do defensor público, bem como do
defensor dativo ou nomeado, constitui nulidade absoluta. 3. Neste caso, o defensor dativo foi
cientificado do acórdão de apelação apenas por meio do Diário de Justiça Eletrônico, revelando,
portanto, nulidade quanto à prerrogativa de intimação pessoal do defensor dativo. 4.
Recurso parcialmente conhecido e, na parte conhecida, provido para anular a certificação
de trânsito em julgado do acórdão que confirmou a sentença condenatória, a fim de que seja
o defensor dativo pessoalmente intimado do seu teor, com reabertura do prazo recursa.
STF - HC nº 125270 / DF – Intimação de Defensor presente em audiência. Ementa: HABEAS
CORPUS. PROCESSUAL PENAL. CRIME DE DESRESPEITO A SUPERIOR. ARTIGO 160 DO CPM.
DEFENSORIA PÚBLICA. PRESENÇA DE DEFENSOR NA AUDIÊNCIA DE LEITURA DA SENTENÇA.
INTIMAÇÃO DO ÓRGÃO DEFENSIVO MEDIANTE REMESSA DOS AUTOS. INOCORRÊNCIA.
RECURSO DE APELAÇÃO JULGADO INTEMPESTIVO. INOBSERVÂNCIA DAS PRERROGATIVAS DA
DEFENSORIA PÚBLICA. 1. À Defensoria Pública, instituição permanente e essencial à função
jurisdicional do Estado, compete promover a assistência jurídica judicial e extrajudicial aos
necessitados (art. 134 da Constituição Federal), sendo-lhe asseguradas determinadas
prerrogativas para o efetivo exercício de sua missão constitucional. 2. Constitui prerrogativa a
intimação pessoal da Defensoria Pública para todos os atos do processo, estabelecida pelo art.
370, § 4º, do Código de Processo Penal; art. 5º, § 5º, da Lei 1.060/1950; e art. 44, I, da Lei
Complementar 80/1994, sob pena de nulidade processual. 3. A intimação da Defensoria
Pública, a despeito da presença do defensor na audiência de leitura da sentença condenatória,
se perfaz com a intimação pessoal mediante remessa dos autos. 4. Ordem concedida.
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STJ - Ag no Resp n. 1.411.661 / SP – Prazo em dobro e comunicação prévia. Vejamos trechos da
decisão: “A controvérsia cinge-se em determinar se, para ter direito ao prazo em dobro, a
agravante, representada pela a Defensoria Pública, teria que realizar comunicação prévia ao
jui ́zo, dentro do prazo legal, de tal situação. (...) Nessa esteira, o Superior Tribunal de Justiça
firmou o entendimento da sua desnecessidade, afirmando que é cabível a interposição de peça
processual mesmo após o transcurso do prazo legal, quando for beneficiário do prazo em
dobro, independentemente de comunicação pré via ao jui ́zo. Referente ao último precedente,
conforme ficou registrado no julgamento do AgRg no REsp 1249354/MG, Rel. Ministro MARCO
BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 04/02/2016, DJe 17/02/2016, ‘Nã o obstante o precedente
apreciado envolva litisconsortes com procuradores distintos, o mesmo entendimento é
aplicável à defensoria pública, que, por sua vez, também é beneficiária do prazo em dobro,
sendo desnecessária a prévia comunicação ao jui ́zo de que a parte é assistida pela instituição’”.
STF - ARE 1133424 AgR / SP – Prazo em dobro e advogado dativo. Ementa: AGRAVO
REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PENAL. INTEMPESTIVIDADE DO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DEFENSOR DATIVO. PRERROGATIVAS PROCESSUAIS CONFERIDAS
AOS DEFENSORES PÚBLICOS. LEI 1.060/1950. INAPLICABILIDADE. JURISPRUDÊNCIA DO
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I - As
razões do agravo regimental são inaptas para desconstituir os fundamentos da decisão
agravada, que, por isso, se mantêm hígidos. II - A orientação jurisprudencial desta Suprema
Corte é no sentido de que o defensor dativo não faz jus ao prazo recursal em dobro. III – Agravo
regimental a que se nega provimento.
STJ - HC nº 236.284 / RJ – Prazo de 10 dias para acesso em processo eletrônico. Trecho do voto:
“2. A irresignação merece prosperar. A controvérsia cinge-se em determinar se, para ter direito
ao prazo em dobro, a agravante, representada pela a Defensoria Pública, teria que realizar
comunicação prévia ao juízo, dentro do prazo legal, de tal situação. Nessa esteira, o Superior
Tribunal de Justiça firmou o entendimento da sua desnecessidade, afirmando que é cabível a
interposição de peça processual mesmo após o transcurso do prazo legal, quando for
beneficiário do prazo em dobro, independentemente de comunicação prévia ao juízo. 3. Ante o
exposto, conheço do agravo e dou provimento ao recurso especial, impondo-se a remessa dos
autos ao E. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, para que aprecie a apelação
apresentada Defensoria Pública, como entender de direito”.
STF - HC nº 70514 / RS – Prazo em dobro no processo penal. EMENTA: Direito Constitucional e
Processual Penal. Defensores Públicos: prazo em dobro para interposição de recursos (§ 5 do
art. 1 da Lei n 1.060, de 05.02.1950, acrescentado pela Lei n 7.871, de 08.11.1989).
Constitucionalidade. "Habeas Corpus". Nulidades. Intimação pessoal dos Defensores Públicos e
prazo em dobro para interposição de recursos. 1. Não é de ser reconhecida a
inconstitucionalidade do § 5 do art. 1 da Lei n 1.060, de 05.02.1950, acrescentado pela Lei n
7.871, de 08.11.1989, no ponto em que confere prazo em dobro, para recurso, às Defensorias
Públicas, ao menos até que sua organização, nos Estados, alcance o nível de organização do
respectivo Ministério Público, que é a parte adversa, como órgão de acusação, no processo da
ação penal pública.
STF - Rcl nº 4535/ES – Sala de Estado-Maior. EMENTA: I. Reclamação: alegação de afronta à
autoridade da decisão plenária da ADIn 1127, 17.05.06, red. p/acórdão Ministro Ricardo
Lewandowski: procedência. 1.Reputa-se declaratória de inconstitucionalidade a decisão que -
embora sem o explicitar - afasta a incidência da norma ordinária pertinente à lide para decidi-la
sob critérios diversos alegadamente extraídos da Constituição. 2. A decisão reclamada, fundada
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64
na inconstitucionalidade do art. 7, V, do Estatuto dos Advogados, indeferiu a transferência do
reclamante - Advogado, preso preventivamente em cela da Polícia Federal, para sala de Estado
Maior e, na falta desta, a concessão de prisão domiciliar. 3. No ponto, dissentiu do
entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal na ADIn 1127 (17.05.06, red.p/acórdão
Ricardo Lewandowski), quando se julgou constitucional o art. 7, V, do Estatuto dos Advogados,
na parte em que determina o recolhimento dos advogados em sala de Estado Maior e, na sua
falta, em prisão domiciliar. 4. Reclamação julgada procedente para que o reclamante seja
recolhido em prisão domiciliar - cujo local deverá ser especificado pelo Juízo reclamado -, salvo
eventual transferência para sala de Estado Maior. II. "Sala de Estado-Maior" (L. 8.906, art. 7º,
V): caracterização. Precedente: HC 81.632 (2ª T., 20.08.02, Velloso, RTJ 184/640). 1. Por Estado-
Maior se entende o grupo de oficiais que assessoram o Comandante de uma organização
militar (Exército, Marinha, Aeronáutica, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar); assim sendo,
"sala de Estado-Maior" é o compartimento de qualquer unidade militar que, ainda que
potencialmente, possa por eles ser utilizado para exercer suas funções. 2. A distinção que se
deve fazer é que, enquanto uma "cela" tem como finalidade típica o aprisionamento de alguém
-e, por isso, de regra contém grades -, uma "sala" apenas ocasionalmente é destinada para esse
fim. 3. De outro lado, deve o local oferecer "instalações e comodidades condignas", ou seja,
condições adequadas de higiene e segurança.
STF - ADI nº 230 / RJ – Comunicação com réus presos. Trecho de Ementa: “Não contraria a
Constituição da República o direito de os defensores públicos se comunicarem pessoal e
reservadamente com seus assistidos, mesmo os que estiverem presos, detidos ou
incomunicáveis, e o de terem livre acesso e trânsito aos estabelecimentos públicos ou
destinados ao público no exercício de sua funções (alíneas b e c do inc. IV do art. 178 da
Constituição fluminense)”.
STF - ADI nº 230 / RJ – Poder de requisição. Trecho da Ementa: “É inconstitucional a requisição
por defensores públicos a autoridade pública, a seus agentes e a entidade particular de
certidões, exames, perícias, vistorias, diligências, processos, documentos, informações,
esclarecimentos e providências, necessários ao exercício de suas atribuições: exacerbação das
prerrogativas asseguradas aos demais advogados”.
Comentários
Acreditamos que esse entendimento deverá ser superado, notadamente diante de premissas
equivocadas para a decisão, bem como diante das novas atribuições institucionais
concretizadas pela EC n. 80/94. O tema será objeto de nova apreciação nas ADIs n. 6.880 e
6.877.
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64
STF - Súmula nº 705 do STF – Interposição de recurso pelo Defensor. A renúncia do réu ao
direito de apelação, manifestada sem a assistência do defensor, não impede o conhecimento
da apelação por este interposta.
Art. 129. São deveres dos membros da Defensoria Pública dos Estados:
I - residir na localidade onde exercem suas funções, na forma do que dispuser a lei estadual;
II - desempenhar com zelo e presteza, dentro dos prazos, os serviços a seu cargo e os que, na
forma da lei, lhes sejam atribuídos pelo Defensor Publico-Geral;
V - atender ao expediente forense e participar dos atos judiciais, quando for obrigatória a sua
presença;
VII - interpor os recursos cabíveis para qualquer instância ou Tribunal e promover revisão
criminal, sempre que encontrar fundamentos na lei, jurisprudência ou prova dos autos,
remetendo cópia à Corregedoria-Geral.
Comentários
Os deveres acima elencados são obrigações positivas para o exercício adequado da assistência
jurídica integral e gratuita. Muitos desses deveres parecem óbvios, mas o legislador entendeu
oportuna a positivação, deixando clara a necessidade de sua observância.
Art. 130. Além das proibições decorrentes do exercício de cargo público, aos membros da
Defensoria Pública dos Estados é vedado:
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II - requerer, advogar, ou praticar em Juízo ou fora dele, atos que de qualquer forma colidam
com as funções inerentes ao seu cargo, ou com os preceitos éticos de sua profissão;
III - receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas
processuais, em razão de suas atribuições;
Comentários
1. Enquanto os deveres acima elencados são obrigações positivas para o exercício adequado
da assistência jurídica integral e gratuita, as proibições possuem um caráter negativo,
evidenciando um não fazer por parte do defensor público.
3. Além disso, de forma a evitar qualquer tipo de favorecimento escuso, não poderá receber, a
qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais,
em razão de suas atribuições, bem como não poderá praticar atos que de qualquer forma
colidam com as funções inerentes ao seu cargo, ou com os preceitos éticos de sua
profissão.
Art. 131. É defeso ao membro da Defensoria Pública do Estado exercer suas funções em
processo ou procedimento:
II - em que haja atuado como representante da parte, perito, Juiz, membro do Ministério
Público, Autoridade Policial, Escrivão de Polícia, Auxiliar de Justiça ou prestado depoimento
como testemunha;
III - em que for interessado cônjuge ou companheiro, parente consanguíneo ou afim em linha
reta ou colateral, até o terceiro grau;
IV - no qual haja postulado como advogado de qualquer das pessoas mencionadas no inciso
anterior;
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V - em que qualquer das pessoas mencionadas no inciso III funcione ou haja funcionado como
Magistrado, membro do Ministério Público, Autoridade Policial, Escrivão de Polícia ou Auxiliar
de Justiça;
VI - em que houver dado à parte contrária parecer verbal ou escrito sobre o objeto da
demanda;
Art. 132. Os membros da Defensoria Pública do Estado não podem participar de comissão,
banca de concurso, ou de qualquer decisão, quando o julgamento ou votação disser respeito a
seu cônjuge ou companheiro, ou parente consanguíneo ou afim em linha reta ou colateral, até
o terceiro grau.
Comentários
Art. 133. A atividade funcional dos membros da Defensoria Pública dos Estados está sujeita a:
I - correição ordinária, realizada anualmente pelo Corregedor-Geral e por seus auxiliares, para
verificar a regularidade e eficiência dos serviços;
II - correição extraordinária, realizada pelo Corregedor-Geral e por seus auxiliares, para verificar
a regularidade e eficiência dos serviços.
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64
Art. 134. A lei estadual estabelecerá as infrações disciplinares, com as respectivas sanções,
procedimentos cabíveis e prazos prescricionais.
§ 1º A lei estadual preverá a pena de remoção compulsória nas hipóteses que estabelecer, e
sempre que a falta praticada, pela sua gravidade e repercussão, tornar incompatível a
permanência do faltoso no órgão de atuação de sua lotação.
§ 3º Nenhuma penalidade será aplicada sem que se garanta ampla defesa, sendo obrigatório o
inquérito administrativo nos casos de aplicação de remoção compulsória.
Art. 135. A lei estadual preverá a revisão disciplinar, estabelecendo as hipóteses de cabimento
e as pessoas habilitadas a requerê-la.
Parágrafo único. Procedente a revisão, será tornado sem efeito o ato punitivo ou aplicada a
penalidade adequada, restabelecendo-se os direitos atingidos pela punição, na sua plenitude.
Comentários
Será a lei estadual que irá estabelecer as infrações disciplinares, com as respectivas sanções,
procedimentos cabíveis e prazos prescricionais. O início de eventual processo administrativo
poderá se dar com a representação de qualquer pessoa ao Corregedor-Geral sobre os abusos,
erros ou omissões dos membros da Defensoria Pública dos Estados.
Durante todo o processo administrativo será garantido o contraditório e a ampla defesa, com
todos os meios e recursos inerentes à adequada defesa, devendo a lei estadual prever
possibilidade de revisão disciplinar. Destacamos algumas das penalidades previstas nas
legislações estaduais:
1. advertência;
2. censura;
3. remoção compulsória, quando a falta praticada, pela sua gravidade e repercussão, tornar
incompatível a permanência do faltoso no órgão de atuação de sua lotação;
4. suspensão por até 90 (noventa) dias;
5. cassação de disponibilidade e de aposentadoria;
6. demissão.
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e os antecedentes do infrator. A advertência será aplicada para os casos de menor gravidade. A
censura, por exemplo, poderá ser aplicada em caso de reincidência de infração punida por
advertência ou se a gravidade da infração justificar, desde logo, a aplicação da pena de censura.
O mesmo raciocínio serve para a pena de suspensão, que poderá ser aplicada em caso de
reincidência da infração punida com censura ou se a gravidade da infração justificar, desde
logo, a aplicação da pena de suspensão. Por fim, os casos de cassação de disponibilidade e de
aposentadoria, bem como de demissão serão reservadas às infrações mais graves, tal como
abandono do cargo ou procedimento irregular de natureza grave.
Por fim, ressalta-se que caberá ao Defensor Publico-Geral aplicar as penalidades previstas em
lei, exceto no caso de demissão e cassação de aposentadoria, em que será competente para
aplicá-las o Governador do Estado.
Art. 136. Os Defensores Públicos Federais, bem como os do Distrito Federal, estão sujeitos ao
regime jurídico desta Lei Complementar e gozam de independência no exercício de suas
funções, aplicando-se-lhes, subsidiariamente, o instituído pela Lei nº 8.112, de 11 de dezembro
de 1990.
Art. 137. Aos Defensores Públicos investidos na função até a data da instalação da Assembleia
Nacional Constituinte é assegurado o direito de opção pela carreira, garantida a
inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das atribuições constitucionais.
Art. 138. Os atuais cargos de Advogado de Ofício e de Advogado de Ofício Substituto da Justiça
Militar e de Advogado de Ofício da Procuradoria Especial da Marinha, cujos ocupantes tenham
sido aprovados em concurso público de provas ou de provas e títulos e optem pela carreira, são
transformados em cargos de Defensor Público da União.
§ 2º Os cargos de Defensor Público cujos ocupantes optarem pela carreira são transformados
em cargos integrantes do Quadro Permanente da Defensoria Pública da União, respeitadas as
diferenças existentes entre eles, de conformidade com o disposto na Lei nº 7.384, de 18 de
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outubro de 1985, que reestruturou em carreira a Defensoria de Ofício da Justiça Militar
Federal.
§ 4º O disposto neste artigo somente surtirá efeitos financeiros a partir da vigência da lei a que
se refere o parágrafo único do art. 146, observada a existência de prévia dotação orçamentária.
Art. 139. É assegurado aos ocupantes de cargos efetivos de assistente jurídico, lotados no
Centro de Assistência Judiciária da Procuradoria Geral do Distrito Federal, o ingresso, mediante
opção, na carreira de Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios.
Parágrafo único. Serão estendidos aos inativos em situação idêntica os benefícios e vantagens
previstos nesta Lei Complementar.
Art. 140. Os concursos públicos para preenchimento dos cargos transformados em cargos do
Quadro Permanente da Defensoria Pública da União, cujo prazo de validade não se tenha
expirado, habilitam os aprovados, obedecida a ordem de classificação, a preenchimento das
vagas existentes no Quadro Permanente da Defensoria Pública da União.
Art. 142. Os Estados adaptarão a organização de suas Defensorias Públicas aos preceitos desta
Lei Complementar, no prazo de cento e oitenta dias.
Art. 143. À Comissão de Concurso incumbe realizar a seleção dos candidatos ao ingresso na
Carreira da Defensoria Pública da União, do Distrito Federal e dos Territórios.
Art. 144. Cabe à lei dispor sobre os órgãos e serviços auxiliares de apoio administrativo, que
serão organizados em quadro próprio, composto de cargos que atendam às peculiaridades e às
necessidades da administração e das atividades funcionais da instituição.
Art. 145. As Defensorias Públicas da União, do Distrito Federal e dos Territórios e dos Estados
adotarão providências no sentido de selecionar, como estagiários, os acadêmicos de Direito
que, comprovadamente, estejam matriculados nos quatro últimos semestres de cursos
mantidos por estabelecimentos de ensino oficialmente reconhecidos.
a) a pedido;
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b) por prática de ato que justifique seu desligamento.
§ 3º O tempo de estágio será considerado serviço público relevante e como prática forense.
Art. 146. Os preceitos desta Lei Complementar aplicam-se imediatamente aos membros da
Defensoria de Ofício da Justiça Militar, que continuarão subordinados, administrativamente, ao
Superior Tribunal Militar, até a nomeação e posse do Defensor Publico-Geral da União.
Parágrafo único. Após a aprovação das dotações orçamentárias necessárias para fazer face às
despesas decorrentes desta Lei Complementar, o Poder Executivo enviará projeto de lei
dimensionando o Quadro Permanente dos agentes das Defensorias Públicas da União, do
Distrito Federal e dos Territórios, e de seu pessoal de apoio.
Art. 148. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.
ITAMAR FRANCO
Maurício Corrêa
CONCLUSÕES
Elaboramos esse material gratuito pensando em você! Sabemos que nem todos os dias serão de sol e céu
de brigadeiro!
Como se sabe, a caminhada até a aprovação não é curta. Mas, espero tornar esse trajeto mais agradável!
Durante esse percurso, algumas possibilidades irão surgir e caberá ao concurseiro escolher a melhor opção
para a sua vida.
Certamente, em algum momento, o céu irá anuviar durante seus estudos. O mar ficará revolto. Lágrimas de
chuvas poderão inundar seu entorno. Possibilidades: você poderá desistir dos estudos ou continuar firme.
O verdadeiro concurseiro não é somente aquele que estuda bastante. Mas sim aquele que, diante de uma
adversidade, mata o problema no peito e procura resolvê-lo da melhor forma possível. Esse será o seu
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verdadeiro diferencial! Saiba que, caso precise de alguma ajuda, poderá contar comigo nessa jornada até a
aprovação.
Todos terão dificuldades: uns mais e outros menos. Porém, como lidar com os problemas? Procure resolvê-
lo de forma rápida e da melhor maneira possível. Caso contrário, você permanecerá angustiado e, o que é
pior, sem foco para os estudos. Resolva seus problemas internos e pessoais. Não deixe que isso te
consuma! Não deixe de resolver o problema depois. Procure a melhor solução. Converse com familiares,
amigos, professores. Não guarde rancor, tenha gratidão e procure fazer o bem! Você irá tirar um grande
peso das suas costas.
Nosso objetivo é que você tenha um padrão-ouro na sua preparação, com bons professores e excelentes
materiais. Não podemos deixar de lado um tempero defensorial, mais humano e mais vocacionado!
Instagram: @marcoslopesgomes
Telegram: t.me/marcoslopesgomes
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