Relatório Final - Microplásticos - Documentos Google
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São Carlos
22/06/2022
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Sumário
1. Introdução…………………………………………………………………………….
2. Objetivos………………………………………………………………………………
3. Materiais e Métodos…………………………………………………………………
4. Resultados e Discussão……………………………………………………………
5. Conclusão…………………………………………………………………………….
6. Bibliografia……………………………………………………………………………
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1. Introdução
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há consenso a respeito dessa classificação, de forma que pode-se considerar
também partículas de 1 a 5 μm ou outros intervalos de medida. [3]
Adicionalmente, os microplásticos têm alto potencial tóxico, pois podem
adsorver hidrocarbonetos e metais pesados, e dada a sua capacidade de dispersão
por diferentes meios - solo, ar e água - podem ser categorizados como um grande
perigo aos ecossistemas, principalmente, pois é possível e iminente a sua entrada
na cadeia alimentar de diversos organismos, através da via oral ou cutânea,
ocasionando efeitos como no desenvolvimento de seres vivos [4], estresse celular e
oxidativo, inviabilidade na membrana celular, impactos hormonais, entre outros. [5]
Em uma, os estudos a respeito dos microplásticos e seus potenciais efeitos
na saúde humana e de outros seres vivos é muito recente e ainda incipiente. Nessa
perspectiva, em 2021, um artigo publicado na revista Journal of Hazardous Materials
identificou a presença de microplásticos no tecido pulmonar humano. Porém, os
impactos desses materiais no corpo humano é incerto, no entanto, têm se mostrado
uma grande preocupação dos cientistas, havendo necessidade de estudar mais
sobre o assunto e acerca de possíveis soluções.
2. Objetivos
3. Materiais e Métodos
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Para a produção do presente relatório, diferentes artigos científicos, sites,
periódicos e revistas científicas foram exploradas, a fim de coletar informações e
dados diversificados e confiáveis acerca dos microplásticos e de seus efeitos no
ambiente e na saúde humana. Ao todo, 12 fontes de informação foram utilizadas,
tanto para fins de consulta, quanto para embasar citações diretas e indiretas ao
decorrer do documento.
Dos 12 documentos analisados, há 5 artigos científicos publicados, 1
dissertação de mestrado, 5 notícias ou matérias publicadas em portais de notícias
ou em revistas científicas e 1 apostila universitária. Também é válido pontuar que,
dos 5 artigos científicos utilizados, 3 foram redigidos em inglês, e os 2 restantes, em
português. Além disso, os portais mais utilizados para obter os documentos que
fundamentaram a discussão neste trabalho foram o SciELO, o ScienceDirect, a
Revista FAPESP e o site de Teses da USP.
Em relação às temáticas buscadas nessas fontes de pesquisa, grande parte
delas foram relacionadas ao impacto causado pelos microplásticos no ambiente,
incluindo, sobretudo, seus efeitos em animais e no ambiente marinho. Ademais,
foram pesquisados os efeitos em seres humanos, visto que esses materiais já são
possíveis de serem observados na corrente sanguínea e nos pulmões humanos.
Finalmente, uma parcela da pesquisa foi destinada a compreender melhor a
historicidade, o surgimento e as atuais e primordiais fontes de microplásticos.
Acerca do intervalo temporal utilizado neste trabalho, nota-se a presença de
materiais relativamente antigos, a exemplo do artigo sobre os aspectos históricos
sobre o desenvolvimento da ciência e da tecnologia de polímeros, escrito por HAJE,
ELIAS, datado de 1998. No entanto, o artigo com a temática da presença de
microplásticos na corrente sanguínea humana, redigido por AMATO-LOURENÇO,
LUIS FERNANDO, et al., foi publicado em maio de 2021. Com isso, percebe-se que
um grande intervalo de tempo foi utilizado para produção do presente relatório.
4. Resultados e Discussão
Para que seja possível propor uma solução prática e factível no que diz
respeito à redução da produção e consumo de polímeros, é necessário dividir essas
soluções em três etapas básicas, o primeiro passo sendo compreender o problema
em si. Em seguida, perceber que este é um problema mundial, portanto, não
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podemos pensar individualmente, por fim, o terceiro e mais importante passo é agir.
Seguindo essas etapas, têm-se, com o intuito de entender o tema, o objetivo de
desenvolvimento sustentável de número 14 da Organização Mundial da Saúde o
qual requisita que a comunidade mundial tome medidas para prevenir e reduzir a
poluição marinha de todos os tipos até 2025. Logo, um dos indicadores utilizados
para acompanhar o cumprimento dessa demanda é observar a densidade de
detritos plásticos flutuantes.
Assim, ao compreender melhor as fontes potenciais e mecanismos de
dispersão dos microplásticos em ambientes litorâneos será, então, possível
identificar e reduzir esses materiais no ambiente, além de determinar locais mais
suscetíveis a seu acúmulo e focar a realização de medidas preventivas onde for
mais necessário. Ademais, dados mostram que os seres humanos geraram 8,3
bilhões de toneladas métricas de plástico desde 1950, sendo que apenas 9% dos
resíduos plásticos são reciclados e 79% acaba em aterros ou no meio ambiente,
onde se desagrega em micropartículas que poluem as águas e o ar, prejudicam a
fauna marinha e, finalmente, são ingeridas pelos seres humanos.
Conforme esperado, a produção anual de plástico foi multiplicando-se com o
passar dos anos, passando de 2 milhões de toneladas métricas em 1950 para mais
de 400 milhões em 2015. Nesse sentido, uma das principais causas do aumento
irrefreável na produção de plástico se dá por sua vida útil muito breve, uma vez que
metade se converte em resíduos após quatro anos de uso ou menos.
Dessa forma, boa parte do plástico que acaba no meio ambiente chega aos
mares e oceanos. Fatores climáticos como as chuvas e o vento, juntamente com os
microrganismos, vão degradando o plástico descartado até convertê-lo em
diminutas partículas com menos de 0,5 centímetros, amplamente conhecidas como
microplásticos. Tais partículas são ingeridas pelo plâncton, bivalves, peixes e até
baleias, que as confundem com comida. Nesse contexto, em 2016, um relatório da
Organização das Nações Unidas para a Alimentação (FAO) informava sobre a
presença de microplásticos em até 800 espécies de peixes, crustáceos e moluscos.
Complementar a isso, o tema ganhou grande importância e repercussão
depois que foi noticiado, pela primeira vez, a presença de microplásticos no pulmão
humano, sendo que os pesquisadores do Departamento de Patologia da Faculdade
de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) detectaram, quantificaram e
caracterizaram os microplásticos no pulmão. O estudo indica que, uma vez no meio
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ambiente, essas partículas e fibras são muito heterogêneas e tendem a se ligar a
outros poluentes presentes no ar ou mesmo vírus e bactérias, servindo como
vetores.
De acordo com um relatório da ONU de 2018, mais de 60 países estão
adotando políticas para reduzir o consumo de plástico e brecar a contaminação dos
ambientes. Nações como o Reino Unido, os EUA, o Canadá e a Nova Zelândia já
proibiram a fabricação de produtos de cuidados pessoais que contenham
microesferas. Essas diminutas esferas de plástico se encontram em alguns produtos
de beleza, devido às suas propriedades esfoliativas. Nesse contexto, calcula-se
que, durante um banho com um sabonete líquido que contenha microesferas, até
100.000 dessas pequenas esferas podem ir para o esgoto e, finalmente, esses
microplásticos acabarão no oceano, onde serão consumidos pela fauna marinha,
introduzindo substâncias potencialmente tóxicas na cadeia alimentar.
Ademais, a Costa Rica anunciou em 2017 uma estratégia nacional para
proibir todos os plásticos de uso único em 2021, reduzindo, assim, a quantidade que
acaba no oceano, rios ou florestas. Adicionalmente,o Quênia proibiu, desde 2017, a
produção, venda, importação e uso de sacos de plástico, assim como Ruanda, que
já os proibiu em 2008.
Existem também atualmente iniciativas voltadas para a conscientização das
crianças, que são o nosso futuro, como o projeto O Mar Começa Aqui, o qual
define-se por uma iniciativa portuguesa que promove concursos de pinturas em
bueiros com o objetivo de alertar, tanto as crianças como também a própria
população, sobre o descarte inadequado de lixo na rua que acabam nos bueiros e,
posteriormente, nos oceanos.
Sobre esgotos, sabe-se que os processos de tratamento de esgoto atuais
não são capazes de remover microplásticos das águas residuais e, com isso em
mente, o projeto Nygone desenvolveu um biofiltro que utiliza a bactéria Escherichia
coli para aumentar as concentrações da própria bactéria na superfície do filtro e,
então, secretar uma enzima degradante de Nylon capaz de degradar os
microplásticos, evitando que estes sejam introduzidos no meio ambiente.
No cenário brasileiro, um grupo de estudantes do Cefet/RJ (Centro Federal
de Educação Tecnológica do Rio de Janeiro) e da UFRJ (Universidade Federal do
Rio de Janeiro) criou um filtro capaz de reter os microplásticos utilizando um
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composto de óxido de ferro ou magnetita, materiais capazes de atrair essas
partículas, e com o custo acessível de US$ 15 (R$ 80) e de US$ 30 (R$ 160).
Além de ações no âmbito científico e governamental, existem também
medidas coletivas que podem ser tomadas para minimizar ainda mais essa
problemática. A exemplo disso, existe o conceito dos 5 Rs - Repensar, Recusar,
Reduzir, Reutilizar e Reciclar. Como exemplo de sua prática, é importante saber
quais produtos de higiene contém microplásticos, desde cremes dentais, hidratantes
e sabonetes, e, primeiramente, repensar se são realmente necessários no cotidiano,
além de recusar o uso de produtos que possuem microplásticos ou então
substituí-los por produtos semelhantes, mas que não contenham essas partículas.
Paralelamente, quando roupas e materiais feitos de tecidos sintéticos, como
poliéster, acrílico e nylon, são lavados, microfibras sintéticas se soltam dos tecidos
e, por não serem filtradas, acabam nos rios e, consequentemente, no oceano.
Nesse sentido, como a lavagem de roupa é responsável por mais de um terço dos
microplásticos que vão parar no oceano, é necessário procurar não comprar roupas
feitas desses materiais ou lavá-las com menos frequência.
Adicionalmente, deve-se efetuar o uso e descarte de lixo conscientemente,
pois o lixo plástico descartado de forma inadequada em ruas, esgotos ou rios acaba
liberando microplásticos para o meio ambiente. Dessa forma, a reutilização de
garrafas, potes e utensílios plásticos pode ajudar a reduzir a quantidade de plástico
presente nos oceanos.
Em suma, é notória a existência de diversas atitudes que minimizem o
consumo de plástico, como proibições governamentais referentes à produção desse
material e ações individuais de consumo consciente. Por consequência, têm-se a
redução da persistência e dos respectivos impactos desses polímeros no meio
ambiente e nos seres humanos.
5. Conclusão
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potencial tóxico devido a sua alta capacidade de absorver hidrocarbonetos e metais
pesados e a sua capacidade de dispersão por diferentes meios, gerando um grande
perigo aos ecossistemas e, dessa forma, torna-se necessário entender seus
impactos na natureza e no corpo humano, tendo em vista a descoberta de
microplásticos no pulmão humano por pesquisadores da Universidade de São Paulo
em um artigo publicado no Journal of Hazardous Materials. Por consequência, o
objetivo 14 de desenvolvimento sustentável da Organização Mundial da Saúde foi
desenvolvido a fim de que a comunidade mundial tome medidas para prevenir e
reduzir a poluição marinha de todos os tipos até 2025, evitando, assim, a presença
de plásticos e de seus fragmentos no meio ambiente. Nesse sentido, observa-se a
densidade de detritos plásticos flutuantes ao compreender melhor as fontes
potenciais e mecanismos de dispersão dos microplásticos em ambientes litorâneos
será, então, possível identificar e reduzir esses materiais no ambiente, além de
determinar locais mais suscetíveis a seu acúmulo e focar a realização de medidas
preventivas onde for mais necessário.
Adicionalmente, alguns países proibiram os plásticos de uso único, assim
como sua produção, venda, importação e o uso de sacos plásticos, reduzindo,
assim, a quantidade de resíduos poluentes que acaba na natureza. Existem também
atualmente iniciativas voltadas para a conscientização das crianças como o projeto
O Mar Começa Aqui, o qual possui o objetivo de alertar sobre o descarte
inadequado de lixo.
Por outro lado, sabe-se que os processos de tratamento de esgoto atuais não
são capazes de remover microplásticos das águas residuais. Consequentemente, o
projeto Nygone desenvolveu um biofiltro que utiliza a bactéria Escherichia coli para
degradar os microplásticos, evitando que estes sejam introduzidos no meio
ambiente. Paralelamente, roupas e materiais feitos de tecidos sintéticos, como
poliéster, acrílico e nylon, soltam microfibras sintéticas ao serem lavados e,por
consequência, a lavagem de roupa é responsável por mais de um terço dos
microplásticos que vão parar no oceano, sendo necessário comprar roupas feitas de
outros materiais.
Por fim, os estudos a respeito dos plásticos, seus fragmentos e seus
potenciais efeitos na saúde humana (como por exemplo referente à presença de
microplásticos no pulmão humano) e no meio ambiente são muito recentes e ainda
incipientes, dificultando a elaboração de soluções e medidas para atenuar seus
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impactos. Todavia, deve-se incentivar pesquisas que busquem soluções
sustentáveis como substituição ao plástico, além de informações sobre o impacto
desses polímeros no corpo humano e no meio ambiente.
6. Bibliografia
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RUETER, GERO. As soluções na luta contra os microplásticos. DW, 21 mar. 2019.
Disponível em:
<https://www.dw.com/pt-br/as-solu%C3%A7%C3%B5es-na-luta-contra-os-micropl%
C3%A1sticos/a-47982273#:~:text=Invis%C3%ADveis%2C%20part%C3%ADculas%
20de%20pl%C3%A1stico%20est%C3%A3o,tecidos%20feitos%20de%20fibras%20n
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JR, ELIAS H.Polímeros: Ciência e Tecnologia. Aspectos históricos sobre o
desenvolvimento da ciência e da tecnologia de polímeros, Brasil, Vol. 8, Jun.
1998. Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/po/a/dxqsKgLFHQT6dC7hK3cjK7r/?lang=pt#:~:text=O%20te
rmo%20pol%C3%ADmero%20foi%20criado,os%20gases%20etileno%20e%20buten
o. > Acesso em: 10 jul. 2022.
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