Desenvolvimentos No Planeamento E Otimização de Desmontes de Rochas Com Explosivos
Desenvolvimentos No Planeamento E Otimização de Desmontes de Rochas Com Explosivos
Desenvolvimentos No Planeamento E Otimização de Desmontes de Rochas Com Explosivos
E OTIMIZAÇÃO DE DESMONTES DE
ROCHAS COM EXPLOSIVOS
Principais algoritmos
Porto, 2021
[Página intencionalmente em branco]
Universidade do Porto
Faculdade de Engenharia
Departamento de Engenharia de Minas e Geo-Recursos
DESENVOLVIMENTOS NO PLANEAMENTO
E OTIMIZAÇÃO DE DESMONTES DE
ROCHAS COM EXPLOSIVOS
Principais algoritmos
Porto, 2021
Gouveia de Miranda, Vinicius
i
Introdução
Abstract
ii
Introdução
Agradecimentos
Aos Professores Dr. Soeiro Carvalho e Dr. Alexandre Leite (meu orien-
tador e co-orientador, respectivamente), por todo o suporte e paciência ao
longo dessa jornada.
Aos Professores e amigos da UFPE, por terem sido a base dos meus co-
nhecimentos na Engenharia de Minas.
Ao meu pai Sergio, minha mãe Amara e aos meus irmãos Amaury, Sylvi-
nha, Vivian, Vitor, Daniel, Fabio, Ramon e a toda minha família.
Aos amigos de longas datas, muitas vezes negligenciados, mas que pos-
suem um local muito importante nas minhas lembranças. Obrigado aos que-
ridos Gean Frank, Felipe Trajano, Felipe Franca, Kleber Nascimento, Bruno
Humberto, Gustavo Maropo, Bruno Santos, Ismael Prado, Carlos Calvo, Car-
los Magno, Fabiana Dantas e tantos outros que me proporcionaram momen-
tos de alegria, amizade e reflexão.
iii
Introdução
Dedicatória
iv
Introdução
Índice
1 Introdução ....................................................................................... 16
1.1 Simulação ............................................................................... 19
1.2 Simuladores de desmonte de rochas ..................................... 20
1.3 Motivação ............................................................................... 22
1.3.1 Tese Industrial ..................................................................... 23
1.4 Estrutura da tese ................................................................... 24
1.4.1 Terreno ................................................................................. 24
1.4.2 Perfuração ............................................................................ 25
1.4.3 Sequenciamento ................................................................... 26
1.4.4 Otimização ............................................................................ 27
2 Modelação de Terreno .................................................................... 29
2.1 Origem dos dados ................................................................... 29
2.1.1 Laser 3D ............................................................................... 29
2.1.2 Fotogrametria....................................................................... 30
2.1.3 Drones ................................................................................... 30
2.2 Redução dimensional ............................................................. 31
2.2.1 Regressão linear ................................................................... 34
2.2.2 Definição ............................................................................... 35
2.2.3 Método dos mínimos quadrados (MMQ) ............................. 36
2.2.3.1 Caso bidimensional........................................................ 36
2.2.3.2 Caso multidimensional .................................................. 37
2.2.4 Método dos mínimos resíduos (MMR) ................................. 38
2.2.5 Comparação entre MMQ e MMR......................................... 39
2.2.6 Projeção de ponto em plano ................................................. 41
2.2.7 Outliers (pontos atípicos) ..................................................... 42
2.2.7.1 Identificação visual........................................................ 43
2.2.7.2 Deteção de outliers......................................................... 43
2.2.7.3 Exemplo de geração de outliers ..................................... 46
2.2.8 Envolvente convexa (Convex Hull) ...................................... 47
2.2.9 Mudança de base .................................................................. 49
2.2.10 Classificação ....................................................................... 49
2.2.11 Triangulação de Delaunay e diagrama de Voronoi ........... 51
2.2.11.1 Algoritmo para geração de triangulação de Delaunay 54
v
Introdução
vi
Introdução
vii
Introdução
Lista de Tabelas1
Tabela 1: Quantidade de pontos x tempo de processamento em cada método
(autoria própria). ..................................................................................................... 40
Tabela 2: Combinação de n pontos tomados 2 a 2 (autoria própria). .......... 48
Tabela 3: Passo a passo do cálculo das posições que formam o furo. .......... 70
Tabela 4: Resumo estatístico dos dados analisados. .................................... 95
Tabela 5: Passo a passo do algoritmo da janela temporal. .......................... 96
Tabela 6: Resumo dos passos do algoritmo de otimização. ........................ 107
Tabela 7: Crescimento do número de licenças ativas da empresa. ........... 120
Tabela 8: Instituições acadêmicas relacionadas com a O-Pitblast. ........... 124
Tabela 9: Resultados projetados. ................................................................ 129
Tabela 10: Fluxos de caixa projetados. ....................................................... 129
Tabela 11: Computação do valora da empresa........................................... 129
Tabela 12: Valor do negócio. ....................................................................... 130
Tabela 13: Lista de artigos publicados durante o doutoramento. ............. 133
Tabela 14: Capítulo de livro sobre assunto de interesse da ciência. ......... 133
8
Introdução
Lista de Figuras2
Figura 1: Capas da International Mining e do newsletter EFEE4.............. 17
Figura 2: Uso de simulador de desmontes em aula. FEUP, 2019. .............. 18
Figura 3: Avaliação geral dos alunos sobre tema aplicado no desenvolvimento
de simuladores. ....................................................................................................... 18
Figura 4: Processo de tradução: Realidade para modelo (adaptado de
Goldbarg, 2000). ...................................................................................................... 19
Figura 5: Afastamento crítico real (adaptado de Kuovonen, 2019)............. 21
Figura 6: Resumo do capítulo “Terreno”. ..................................................... 24
Figura 7: Resumo do capítulo “Perfuração”. ................................................ 25
Figura 8: Resumo do capítulo “Sequenciamento”. ....................................... 26
Figura 9: Resumo do capítulo “Otimização”. ................................................ 27
Figura 10: Sistema de Laser utilizado para definir perfil da bancada
(adaptação de autoria própria). .............................................................................. 29
Figura 11: BlastMetrix 3D (BlastMetrix, 2019). ......................................... 30
Figura 12: Drone (UAV: Unmanned Aerial Vehicle). .................................. 30
Figura 13: Pontos que representam a topografia de uma frente de bancada.
................................................................................................................................. 31
Figura 14: Exemplo com dois hiperplanos. .................................................. 32
Figura 15: Hiperplano ajustado à nuvem de pontos. ................................... 32
Figura 16: Exemplo do resíduo. .................................................................... 33
Figura 17: Dados reais e modelo (transladado). .......................................... 34
Figura 18: Distribuição hipotética das estaturas dos filhos (imagem do artigo
original de Karl Pearson). ....................................................................................... 35
Figura 19: MMQ soma das áreas dos quadrados dos resíduos mínima. ..... 37
Figura 20: Configuração do computador utilizado na simulação. ............... 40
Figura 21: Comparação entre métodos. ....................................................... 40
Figura 22: Projeção de ponto em plano. ....................................................... 42
Figura 23: Dados topográficos com presença de outliers. ............................ 43
Figura 24: Identificação visual de outliers no histograma e no variograma
(Czaplicki, 2014). ..................................................................................................... 43
Figura 25: MMQ influenciado pelo outlier e MMR inalterado. ................... 44
Figura 26: Planos transladados encontrados por técnicas diferentes de
regressão. ................................................................................................................. 44
9
Introdução
10
Introdução
11
Introdução
12
Introdução
13
Introdução
15
Introdução
1 Introdução
A perfuração e desmonte de rochas são métodos controlados de fragmentação
com uso de explosivos, normalmente utilizados na indústria extrativa,
nomeadamente em minas e pedreiras, bem como em construções civis como túneis
e outros (Verma, 2014). Embora o desmonte recorrendo ao uso de explosivos seja a
mais eficiente técnica para a fragmentação de rochas, ele ainda envolve um alto
nível de periculosidade devido aos passivos gerados como ultra-lançamentos,
vibrações, danos ao maciço remanescente entre outros (Murthy et al, 2003). A
atenção e cuidado colocados nas atividades de desmonte de rochas com explosivos
justifica-se não apenas pelo potencial risco que estas podem envolver mas também
pelo impacto, positivo e negativo sobre todos os processos subsequentes, como a
carga e transporte dos materiais até unidades de processamento e operações de
britagem e moagem (Tamir & Everett, 2018). São cada vez mais evidentes as suas
implicações ao nível dos custos operacionais globais. O desmonte de rochas pode
impactar diretamente até 80% dos custos totais do processo mineiro (Gleeson,
2019, pág. 32).
Essa capacidade de interferir com a eficiência de uma operação mineira tem
feito cada vez mais empresas investirem em investigação e tecnologia para a
redução de custos e o aumento da segurança. Por exemplo, são já reais as
experimentações relacionadas com a expansão das malhas de perfuração sem o
comprometimento dos resultados da fragmentação (Landey & Gerst, 2018). Essa
procura de novas técnicas e tecnologias fica evidenciada em inumeros artigos
publicados em importantes revistas especializadas, como por exemplo a
International Mining, o que vem corroborar a ideia aqui exposta. A edição de
janeiro de 2017 desta revista (Figura 1) apresenta um relevante artigo relacionado
com o desenvolvimento de simuladores e a sua utilização para treinos técnicos em
empresas da África do Sul, nomeadamente para o aumento da produtividade
associado ao aumento da segurança no trabalho. A mesma revista traz em agosto
de 2019 o relato de importantes empresas de explosivos, com implantação
internacional, sobre o uso de tecnologias avançadas e simuladores para resolver
problemas de performance no uso de carga de explosivos (entre outros). Comenta
VH3 (Gleeson, 2019, pág. 35):
“…our software can be applied to specific blasting problems by performing
design and predictive simulations on charging, timing, ground vibration and
fragmentation before the blast…”.
Podemos ver também na newsletter da EFEE4 (Figura 1) a preocupação do
CEO da importante empresa nórdica de explosivos Forcit® Intenational, Tomi
Kuovonen, com o uso de novas tecnologias para a otimização das operações de
perfuração em e processo de desmonte (Kuovonen, 2019, pág. 6):
16
Introdução
“...new features on drill rigs as well as utilizing satellite based positioning sys-
tems, 3D-visualization and blast design applications can substantially improve
safety and profitability in rock processing…”.
Essas novas tecnologias, tão relevantes para a indústria extrativa, têm vindo
a tomar parte nos cenários reias das empresas, quer através de novos
equipamentos com claras capacidades de automação5 (Scania, 2019), quer através
de novos algoritmos tendo em vista otimizar processos ou prever efeitos nocivos no
meio ambiental, o que claramente é já uma realidade em muitas empresas
responsáveis e que para tal recorrem a algoritmos de última geração (Zhao et al,
2019). Ditos algoritmos são fundamentais para o desenvolvimento de simuladores
e aplicativos que podem melhorar substancialmente o processamento da operação
mineira como um todo (Kuovonen, 2019) e, ainda, ajudar no processo de
digitalização dos dados para inovar no desenho de malhas e geometrias de
perfuração e potencializar o controle de KPI’s6 (Rosario, González, & Viejo, 2019).
A importância do uso de simuladores na indústria mineira, mais especificamente
no setor de desmonte com recurso a explosivos, fica também evidenciado nas
palavras de Dale Preece7, que afirma que os simuladores 3D permitiram um avanço
na aplicação e configuração de detonadores, que por sua vez têm contribuído
significativamente para a qualidade e eficácia do desmonte de rochas (Preece &
Lownds, 3D Computer Simulation of Bench Blasting with Precise Delay Timing,
2009).
Um outro aspeto, extremamente relevante, relaciona-se com a utilização
dessas ferramentas como recursos didáticos para o ensino de matérias da área da
Lavra de Minas. Muitos cursos de variadíssimas escolas de engenharia têm optado
pela criação de laboratórios de simulação devido ao seu baixo custo, flexibilidade,
interface amigável para os utilizadores, “trazendo” para a sala de aula muitos
aspetos que de outro modo só poderias ser observados no ambiente real (Ertugrul,
2000). Além disso, os estudantes que aprendem através da simulação por
17
Introdução
Figura 3: Avaliação geral dos alunos sobre tema aplicado no desenvolvimento de simuladores.
8 Nota do autor.
9 Inquérito realizado sobre a aula de 23/10/2018.
10 Para maiores detalhes consultar Meyer, 2000, pág. 141.
18
Introdução
1.1 Simulação
19
Introdução
20
Introdução
21
Introdução
1.3 Motivação
Hoje podemos afirmar que cada vez mais minas, pedreiras e obras de
construção são dependentes da correta representação do perfil do terreno onde se
pretende trabalhar (Shapiro & Worsey, 2019), e a falta (já justificada acima) de
opções de ferramentas direcionadas para objetivos específicos, como pode ser o
desmonte de rochas, por si só já justifica o interesse nesse desenvolvimento. Além
disso, podemos também citar que a combinação destes simuladores com os
equipamentos industriais, diminuem riscos operacionais importantes, como por
exemplo os ultra-lançamentos e a geração incontrolada de vibrações. Podemos
afirmar também que os processos de planeamento e otimização das operações de
desmonte, que infelizmente costumam permanecer no estágio teórico do plano de
lavra, devem ser considerados e tratados como processos cruciais para um bom
desempenho de toda a cadeia produtiva mineira (Chavez, Farnfield, & Lachamp,
2019).
Na realidade o caminho a percorrer para a criação de simuladores de
desmonte de rochas não é um caminho fácil. Não existe12 bibliografia específica
para o desenvolvimento de simuladores com esse objetivo (desmonte de rochas). Os
primeiros artigos científicos publicados remetem para o final dos anos 90. Pode-se
considerar esse período como importante nesta área dado terem nele surgido
importantes simuladores de desmonte de rochas que se perpetuam até aos dias de
hoje. Dessa década de 90 do século passado, destacam-se dois artigos publicados
pela Sociedade Internacional dos Engenheiros de Explosivos (ISEE):
• Higgins, JK Simblast - New Software for the design, simulation and analy-
sis of blasting, 1997;
• Higgins, JK Simblast - Blast Simulation and Management, 1998.
Estes artigos abordam a importância da simulação, dando enfase a um novo
produto que chegava naquele momento ao mercado, mas, infelizmente, não exibem
as estruturas dos algoritmos necessários para o seu desenvolvimento.
Podemos citar aqui também um trabalho mais recente. Em 2014, o renomado
consultor Thierry Bernard publicou o excelente trabalho intitulado “blasting 1
million tons, 205 meters from a town” no qual evidencia, durante todo o artigo, a
inestimável importância da simulação em cada etapa do planeamento de um
importante e cuidadoso desmonte realizado no Quebec, mas sem citar informações
técnicas sobre os modelos matemáticos utilizados.
No campo pessoal, não podemos deixar de referir a importância da atividade
académica como motivadora para a investigação aqui apresentada. Nas escolas de
engenharia, os processos de ensino/aprendizagem de sistemas de simulação é
muito eficiente uma vez que os estudantes tem a chance de testar de maneira muito
efetiva e recorrendo a casos práticos, diversas metodologias conducentes à
construção de modelos e o contacto com os vários parâmetros envolvidos na
problemática (Brenner, Shacham, & Cutlip, 2005).
Insistimos na referenciação da revista International Mining enquanto
recursos para nós fundamental, ao justificarmos o presente trabalho devido à
relevância dos artigos publicados pela mesma e dos seus contributos para a
22
Introdução
23
Introdução
1.4.1 Terreno
24
Introdução
1.4.2 Perfuração
25
Introdução
1.4.3 Sequenciamento
16 Comumente definido pelo termo em inglês “mesh”, faz referência ao conjunto de triângulos
que foram a superfície do terreno utilizado.
26
Introdução
1.4.4 Otimização
27
Introdução
• Previsão de fragmentação;
• Heurísticas;
• Gradiente descendente;
28
Modelação de Terreno
2 Modelação de Terreno
A adequada análise do terreno que se pretende desmontar é fundamental,
principalmente, quando se trata de detonações mais complexas ou de potencial
risco para o meio ambiente. A topografia poderá influenciar vários fatores meio
ambientais, como pode ser, por exemplo, a sobrepressão de ar (Bermingham &
Birch, 2013), as vibrações terrestres e principalemente o desmonte de rochas.
Não apenas aspectos ambientais como também aspectos de produção são afe-
tados pela topografia. A análise correta do terreno poderá identificar informações
sobre a estrutura do maciço rochoso a ser desmontado (Kuckartz et al, 2013) e essa
informação poderá ser utilizada para o melhor planejamento do tipo adequado de
explosivo a ser utilizado em campo.
Ter a possibilidade de construir uma correta representação, sob a forma de
um modelo digital do terreno a ser desmontado, apresenta-se como um fator muito
importante para permitir a construção de um processo de otimização do desmonte
de rochas, afigurando-se este como decisivo para o sucesso de um projeto (Platt,
2016).
Neste capítulo, abordam-se sucintamente diversas metodologias de aquisição
de dados e apresenta-se uma metodologia, fundamentada, para seu tratamento
tendo em vista a construção de uma adequada representação do terreno.
2.1.1 Laser 3D
2.1.2 Fotogrametria
2.1.3 Drones
18 www.eye2map.com
19 www.o-pitblast.com
20 Em acordo com a argumentação explanada na introdução dessa tese.
30
Modelação de Terreno
𝑎𝑋 + 𝑏𝑌 + 𝑐𝑍 + 𝑑 = 0 Equação 1
31
Modelação de Terreno
32
Modelação de Terreno
Equação 4
∑ 𝑢𝑖2
𝑖
Ou então:
Equação 5
∑|𝑢𝑖 |
𝑖
33
Modelação de Terreno
• Variáveis de decisão: A, B e C.
• Função objetivo: Min ∑𝑖|𝑢𝑖 |.
S.a:
• 𝐴𝑋𝑖 + 𝐵𝑌𝑖 + 𝐶 − 𝑍𝑖 ≤ 𝑢𝑖
• 𝐴𝑋𝑖 + 𝐵𝑌𝑖 + 𝐶 − 𝑍𝑖 ≥ −𝑢𝑖
• 𝑢𝑖 ≥ 0
A técnica acima descrita, pode ser denominada como método de regressão por
mínimos resíduos absolutos24. Em alternativa podemos utilizar o conhecido método
dos mínimos quadrados. De seguida, procura-se descrever melhor estes métodos,
realizando uma comparação entre ambos.
24 Embora a minimização do resíduo absoluto (abordada mais adiante) minimize a soma total
dos resíduos, é raramente utilizada devido a sua complexidade matemática (Hamming R. , 1971,
pág. 249).
34
Modelação de Terreno
Figura 18: Distribuição hipotética das estaturas dos filhos (imagem do artigo original de Karl Pearson).
2.2.2 Definição
25 Taha, 2008, pág. 7; Hillier & Lieberman, 2010, pág. 33; Tormos & Lova, 2003, pág. 47;
Goldbarg & L. Luna, 2000, p. 47; além do próprio pai programação linear moderna: Dantzig no seu
clássico “Linear Programming and Extensions” (1963) entre outros.
26 Existem modelos de regressão, chamados modelos neoclássicos de regressão linear (MNRL)
35
Modelação de Terreno
𝑌 = 𝛽0 + 𝛽1 𝑋 + 𝑢 Equação 8
Onde:
• 𝛽0 : parâmetro chamado de constante;
• 𝛽1 : coeficiente técnico ;
• 𝑢: Resíduo.
27 Realça-se aqui que a técnica não (e aqui fazemos especial destaque) resulta na reta que
melhor aproxima os pontos, pois esta não minimiza a distância dos pontos até a reta (ou modelo), e
sim a distância elevada ao quadrado.
36
Modelação de Terreno
𝑛
∂S
= −2 ∑ 𝑋𝑖 (𝑦𝑖 − 𝛽0 − 𝛽1 𝑋𝑖 ) = 0 Equação 11
∂𝛽1
𝑖=1
𝛽0 = 𝑦̅ − 𝛽1 𝑋̅ Equação 12
Figura 19: MMQ soma das áreas dos quadrados dos resíduos mínima.
𝑌𝑖 = 𝛽0 + 𝛽1 𝑋1 + 𝛽2 𝑋2 + ⋯ + 𝛽𝑛 𝑋𝑛 + 𝑢𝑖 Equação 17
37
Modelação de Terreno
y = Xb + e Equação 19
∑𝑖 𝑒𝑖 2 = ∑𝑖(𝑒′𝑒)2 Equação 20
∂S
= -2X′y + 2X′Xb = 0 Equação 21
∂𝑏
′
X Xb = X′y Equação 22
min 𝑍 = ∑ 𝑢𝑖 Equação 24
𝑖
S.a.29
𝑦𝑖 − 𝛽0 − 𝛽1 𝑋𝑖 ≤ 𝑢𝑖 Equação 25
𝑦𝑖 − 𝛽0 − 𝛽1 𝑋𝑖 ≥ −𝑢𝑖 Equação 26
𝑢𝑖 ≥ 0 Equação 27
28 Básicamente são problemas cuja função objetivo e restrições são compostas apenas por
equações lineares (Venkataraman, 2009, pág. 130).
29 Sujeito ás constrições e restrições.
30 Microsoft®
31 Interface de programação de aplicações, do inglês “Application programming interface”.
38
Modelação de Terreno
/// <summary>
/// Entrada uma lista do tipo vector3 e saída com plano ajustado por mínimos resíduos
/// Desenvolvido em 23/03/16
/// </summary>
/// <param name="ListVector3">List de pontos XYZ</param>
/// <returns>Parametros A, B e C</returns>
decision1.Add(Alpha);
}
model.AddDecisions(decision1.ToArray());
objective.Add(decision1[i]);
}
39
Modelação de Terreno
40
Modelação de Terreno
...
𝑃𝑛 + 𝛽𝑛 𝜆1 = 𝜋𝑛 + 𝑢1𝑛 𝜆2 + 𝑢𝑛2 𝜆3 + ⋯ + 𝑢𝑛𝑛−1 𝜆𝑛 Equação 30
41
Modelação de Terreno
𝑣 =𝐶−𝐴 Equação 34
Resolvemos a equação:
𝑏 = 𝑋 −1 × 𝑌 Equação 37
Quando um pesquisador experiente tem claro que uma das amostras tomadas
para sua pesquisa tem um considerável desvio em relação a população (estatística),
ele sabe que essa observação tem que ser descartada (Grubbs, 1969), mas quando
esse desvio não é evidente, é possível recorrer a alguns critérios estatísticos para a
identificação de pontos atípicos. Czaplicki, 2014 (pág. 58), observa que na aquisição
de uma amostra, alguns valores claramente diferem dos outros (da grande maio-
ria). Em matemática ou estatística esses valores são comumente chamados de pon-
tos atípicos ou “outliers”.
As definições de outliers e a matemática subjacente à sua identificação são
inúmeras, desde as mais simples como a exemplificada por Bruce Simmons
(Simmons, 2016) baseada nos quartis, como algumas mais elaboradas que passam
por normalização de dados (ainda em acordo com Grubbs, pág. 3).
42
Modelação de Terreno
É evidente que esses pontos concorrem para distorcer o modelo, pois tendem
a dominar o resultado, facto esse evidenciado no método dos mínimos quadrados
(Hamming R. , 1971, pág. 248 e Hamming R. W., 1973, pág. 431).
Podemos realçar ainda a importância do histograma (Czaplicki, 2014, pág.
58) para poder identificar visualmente possíveis outliers (Figura 24, onde h(x) re-
presenta a frequência de um determinado intervalo):
Figura 24: Identificação visual de outliers no histograma e no variograma (adaptado de Czaplicki, 2014).
43
Modelação de Terreno
34Insistimos em fazer referência ao modelo como hiperplano e não como plano para não gerar
confusão entre o espaço de dimensão inferior e o espaço bidimensional.
44
Modelação de Terreno
O próximo passo será projetar todos os pontos no plano encontrado, como mos-
tra a Figura 27:
Onde 𝜉𝛼−1
⁄ é a distribuição normal inversa.
2
Para o caso de se realizar o cálculo da variância sobre uma amostra grande37,
a Equação 39 deverá ser substituída por:
35 Aqui encontramos uma discordância sobre a natureza normal dos resíduos entre Hamming
(1973, pág. 432) e os econometristas (Gujarati & Porter, 2010, pág. 97), mas assumimos (pela ex-
tensão dos trabalhos) a visão econometrista como a mais adequada. Novales Cinca (1993) e Pearson
& Lee (1903) entre outros podem ser interpretados defendendo a normalidade dos dados em ques-
tão.
36 Embora o modelo se refira a 3 sigmas (99,73% do intervalo compreendido) e exista na lite-
ratura específica da engenharia de minas referência aos 3 desvios (Czaplicki, 2014, pág. 67) se faz
necessário uma calibração. Para terrenos, o melhor ajuste calibrado pelo autor dessa tese encontra-
se com 2.32 desvios (98% do intervalo compreendido).
37 Tipicamente maior que 30 (Pedrosa & Gama, 2016, pág. 409).
45
Modelação de Terreno
[𝜇 + 𝜉𝛼−1 𝑠 −1 𝑠 Equação 40
⁄2 ⁄ 𝑛 ; 𝜇 − 𝜉𝛼⁄2 ⁄ 𝑛 ]
√ √
Onde “s” é o desvio padrão amostral e “n” o tamanho da amostra.
Os valores que estiverem fora desse intervalo serão considerados outliers e
serão excluídos do modelo.
Figura 29: Falha na tomada de pontos da crista de uma frente livre de bancada.
46
Modelação de Terreno
Figura 30: Convex Hull (De Berg, Cheong, Kreveld, & Overmars, 2008).
Muitos algoritmos podem ser utilizados para obter esse resultado, uns mais
robustos que outros, e o próprio capítulo 11 do livro Computational Geometry - Al-
gorithms and Applications (2008) dedica-se a esse tema. Vamos abordar aqui a
solução apresentada pelo capítulo 1 do mesmo livro, que apesar de simples (e pouco
robusta) é fácil de implementar e entender.
O primeiro passo é saber se um ponto P(𝑃𝑥 , 𝑃𝑦 ) se encontra do lado direito,
esquerdo ou sobre a reta formada pelos pontos Q e S. Uma vez conhecidas as coor-
denadas Q(𝑄𝑥 , 𝑄𝑦 ) e S(𝑆𝑥 , 𝑆𝑦 ), devemos analisar o sinal do determinante D da se-
guinte matriz:
𝑄𝑥 𝑄𝑦 1
Equação 41
| 𝑆𝑥 𝑆𝑦 1|
𝑃𝑥 𝑃𝑦 1
47
Modelação de Terreno
Agora temos que tomar um conjunto de pontos dois a dois, o que nos dá uma
quantidade de 𝐶2𝑛 combinações. Essa quantidade de combinações é umas das prin-
cipais razões do algoritmo não ser o mais indicado para grandes operações. A com-
binação 2 a 2 de n pontos gera uma grande quantidade de possibilidades, como
podemos observar na Tabela 2 e na Figura 32:
Agora teremos que para cada par de pontos, analisar se todos os outros pontos
estão posicionados em apenas de um dos seus lados, se sim esse par de pontos for-
mará um segmento de reta que pertence ao polígono de Hull40.
Apresenta-se uma ilustração do algoritmo com a nuvem de pontos da corta de
uma mina real na Figura 33:
Figura 33: Detalhe da nuvem de pontos que forma a topografia da mina e do polígono de Hull.
48
Modelação de Terreno
A escolha de uma base conveniente pode ser útil para ajudar a resolver um
problema, simplificando-o. Um exemplo prático disso pode ser encontrado num ar-
tigo sobre questões de diluição apresentado na Fragblast41 11 (Domingo, Leite,
Miranda, & Carrasco, 2015), onde os movimentos internos que seguiam uma equa-
ção de membrana não poderiam ser calculados sem a adequada escolha de uma
nova base.
Também para os cálculos de perfis críticos desenvolvidos dentro de softwares
de simulação de desmontes, como pode ser o O-Pitblast (O-Pitblast, 2017), é imple-
mentada uma correta mudança de base para se poder efetuar cálculos de maneira
mais fáceis, como ilustrado na Figura 34:
Para se poder fazer uma mudança de base, para o caso bidimensional, por
exemplo, afigura-se necessário implementar os seguintes passos42:
2.2.10 Classificação
evitar distorções.
49
Modelação de Terreno
Figura 35: diferentes maneiras de aplicar análise de clusters ao mesmo conjunto de pontos (Tan, Steinbach,
& Kumar, 2005, pág. 491).
50
Modelação de Terreno
Figura 37: Agrupamento de pontos por K-means, com K assumindo diferentes valores.
Figura 38: Diagrama de Voronoi e triangulação de Delaunay (Miranda V. , Leite, Jesus, & Sobral, 2017).
51
Modelação de Terreno
52
Modelação de Terreno
53
Modelação de Terreno
Será de realçar que esta sequência está construída para facilitar os procedi-
mentos a quem a desejar implementar, sendo que outros elementos podem a ela
ser adicionados para promover a otimização do algoritmo. O procedimento de oti-
mização local não deveria (caso se procure otimizar mais esse código) ser aplicado
a todos os pares de triângulos, mas apenas aos triângulos gerados depois da
54
Modelação de Terreno
inserção dos pontos e de maneira recursiva às arestas dos novos triângulos gerados
pela mudança na aresta do polígono inicial.
55
Modelação de Terreno
É possível verificar, por exemplo, que a subdivisão em partes de 5000 pontos gasta
menos de 4 segundos a ser processada, mas claro, quando adicionamos o tempo do
algoritmo de “costura” (exemplificado mais abaixo) gasta-se pouco mais de 6 se-
gundo e meio, e a situação tem melhor comportamento com subdivisões de 50 mil
pontos, onde a máquina teve que fazer aproximadamente (ver Figura 45) 4 trian-
gulações de 37500 pontos e aplicar 3 vezes o algoritmo de “costura”. Visualmente
podemos ver o terreno triangulado sem subdivisões na Figura 47:
Figura 47: Triangulação completa dos 127 mil pontos, sem subdivisões.
56
Modelação de Terreno
Figura 48: Triangulação com subdivisões de no máximo 50 mil pontos com o terreno a) Sem costura e
b) com costura.
Figura 49: Detalhes do complicado algoritmo "dividir para conquistar" (Lee & Schachter, 1980).
57
Modelação de Terreno
e exista alguma dúvida sobre qual regressão utilizar, recorremos aqui ao princípio
de Occam55).
55 Devemos utilizar a solução mais simples até que ela se demonstre inadequada (Newman,
1956, pág. 1247).
59
Modelação de Terreno
2.3.3 Outliers
Para a deteção dos outliers, devemos encontrar a distância dos pontos até suas
respetivas projeções (respeitando o sinal com relação ao lado que se encontra o
ponto relativamente ao plano). Calculamos os parâmetros dessa lista:
a) Média populacional μ: -8.88;
b) Limite inferior μ – 2.32σ = -20.04;
c) Limite superior μ + 2.32σ = 2.28.
Podemos ver em mais detalhes na Figura 56 a distribuição de frequências,
sendo de notar uma quantidade (nas laterais) de pontos que deverão ser removidos:
60
Modelação de Terreno
2.3.5 Triangulação
61
Modelação de Terreno
Na representação anterior é possível observar que não foi feita uma divisão
do terreno, dado que ela é construída por apenas 1585 pontos (longe dos 50 mil que
projetamos). O procedimento seguinte é fazer subdivisões para que tenhamos no
máximo 500 pontos por triangulação. Esta opção é aqui apresentada somente com
o intuito de ilustrar a técnica. A diminuta quantidade de pontos elimina a necessi-
dade de triangular por partes. Embora a triangulação possa ser mais eficiente56,
esse procedimento exige uma “costura” que visualmente pode trazer algum efeito
de fronteira entre as partes devido à (ainda que suavizada) cicatriz.
62
Modelação de Terreno
63
Perfuração
3 Perfuração
Como é definido por Giraudi, Cardu, & Kecojevic (2009), o principal objetivo
do processo de desmonte é a fragmentação do maciço rochoso, e a uma das
operações mais importante desse processo é a perfuração, uma vez que, quando
esta é devidamente realizada, pode gerar importantes economias para a operação
global mineira (Martin, 2004). Um correto planeamento da perfuração também
pode evitar riscos importantes como por exemplo os ultra-lançamentos e a geração
de vibrações indesejadas (Giles & Roller, 2012). Muitos esforços, como o proposto
por Orive, Laredo, Domingo, & Sadek (2017), tem sido feitos no sentido de
modernizar a tecnologia envolvida no processo de perfuração e auditoria. Algumas
dessas propostas utilizam tecnologias disponíveis em alicações de telemóvel
modernos para possibilitar um mapeamento dos furos das pegas de fogo
(Carvalhinha Alves Sobral, 2017) e representar seus dados em simuladores
existentes (Miranda & Leite, 2018). A correta simulação e representação dos furos,
quando sobreposta a modelos digitais de terreno fiáveis, também ajudará ao
planeamento de uma distribuição adequada da energia dos explosivos no terreno
(López Jimeno, 2017), fator fundamental na prevenção dos referidos riscos.
Em qualquer API gráfica de baixo nível, como por exemplo OpenGL ou Di-
rect3D, os cenários que o utilizador visualiza são constituídos por primitivas57 grá-
ficas e por fontes de luz (Pereira, Gomes, Ferreira, Coelho, & Brisson, 2018). As
ferramentas gráficas modernas apresentam, além das primitivas, formas geomé-
tricas diversas, como podem ser as apresentadas pelo framework58 AB4D59 (Figura
63):
64
Perfuração
65
Perfuração
Na posse dos pontos que formarão o cilindro, será necessário fazer uma mu-
dança de base62 para poder inclinar o furo na direção do azimute (essa operação
apenas será necessária no caso de o furo não ser vertical). Será necessário encon-
trar a matriz de rotação R1 do eixo X:
1 0 0
R1 = (0 cos 𝐴𝑛 − sin 𝐴𝑛) Equação 44
0 sin 𝐴𝑛 cos 𝐴𝑛
Depois da primeira rotação, uma nova rotação R2 deverá ser feita no eixo Z:
cos 𝐴𝑧 sin 𝐴𝑧 0
R2 = (−sin 𝐴𝑧 cos 𝐴𝑧 0) Equação 45
0 0 1
Definimos como nova base Z’ como o produto –(R2 × R1 × (0,0,-1)t).
66
Perfuração
67
Perfuração
Figura 69: Fluxo para a triangulação dos pontos que formam o cilindro.
63 Aqui nos referimos aos equipamentos de cabo. Para os equipamentos com barras o proce-
dimento é similar, diferindo pelo fato de os azimutes tomados serem relativos a uma referência
escolhida pelo usuário, e precisam ser corrigidas para o norte geográfico.
68
Perfuração
Figura 71: Uso de equipamento de medição de desvio de furos (Miranda V. et al, 2019).
Figura 72: Esquema geral do uso do desviómetro e o resltado da leitura de seus sensores.
Na posse dos dados recolhidos, o primeiro passo é inverter a lista que contém
os ângulos obtidos e os azimutes. Utilizaremos as matrizes R1 e R2 (Equação 44 e
Equação 45) para transformar o vetor (0,0,-passo). No caso da última medição, de-
veremos utilizar o vetor (0,0, -(passo – offset)). Cada vetor deverá ser somado ao
vetor imediatamente anterior para encontrar as posições XYZ dos pontos que per-
tencem ao furo. É possível acompanhar o passo a passo do cálculo observando a
Tabela 3:
69
Perfuração
O último passo corresponde a criar cilindros entre cada par de pontos utili-
zando as ferramentas já desenvolvidas.
Para projetar o ponto P sobre a reta formada por dois pontos A e B precisare-
mos Figura 73:
• Definir os vetores 𝑢
⃗ e 𝑣 formados por P – A e B – A;
• Encontrar o modulo da projeção de 𝑢 ⃗ em 𝑣:
|𝑃𝑟𝑜𝑗 𝑢 ⃗ . 𝑣 |⁄|𝑣 |
⃗ 𝑣⃗ | = |𝑢 Equação 49
𝑢⃗𝑥 𝑢
⃗𝑦
[ ] Equação 50
𝑣𝑥 𝑣𝑦
70
Perfuração
64Aqui temos como referência uma bancada com a frente livre reta, regular, apontando para
um azimute de 180º.
71
Perfuração
A crista de uma bancada pode ser definida como a local geométrico onde se
intersectam a frente livre e a berma superior da bancada (Figura 77):
65 Para os furos da primeira fila, definimos afastamento como a menor distância entre a po-
sição do furo e a crista.
72
Perfuração
Como podemos observar na Figura 76, os furos da primeira linha não têm o
afastamento (distância até a crista) constante, o que pode ocasionar distribuição
não uniforme da energia do explosivo no maciço rochoso no momento da detonação.
A procura de garantir uma distribuição correta da energia do explosivo gerada, é
uma das tarefas mais difíceis para o projetista de um desmonte (Miranda et al,
2014). Como as irregularidades das frentes livres, e das respetivas cristas é uma
realidade, a criação de uma malha que se ajuste melhor à forma da linha definidora
da crista, ajudará a planear uma malha que garante uma melhor distribuição da
referida energia.
Para obtenção dessa desejada malha de furos, o primeiro passo corresponderá
à definição de uma linha que represente a crista, sendo que para tal podemos re-
correr a uma regressão66 utilizando MMR (Figura 78):
O próximo passo será, utilizando essa linha como referência, criar linhas até
ao total de número de linhas desejadas para a malha de furação da pega de fogo. A
distância entre linhas deverá ser igual ao afastamento.
De notar que o vetor deverá ser multiplicado por -1 (um negativo) caso a dire-
ção não seja oposta à frente livre. Vamos selecionar os dois pontos mais extremos
na crista e calcular as respetivas projeções (bidimensionais) dos pontos na nova
reta de projeção. Para isso, são necessários 2 pontos, A e B, pertencentes à regres-
são. Selecionamos C1 e C2 dois pontos da crista:
𝐴 = 𝑎 + 𝑏 × 𝐶1 Equação 52
𝐵 = 𝑎 + 𝑏 × 𝐶2 Equação 53
66 Nesta regressão trabalha-se com a projeção dos pontos no plano XY, e para tal basta con-
siderar as coordenadas Z dos pontos da crista iguais a zero.
73
Perfuração
𝐵𝑖 = 𝐵 + 𝑣 × 𝑎𝑓𝑎𝑠𝑡𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 × 𝑖 Equação 56
O próximo passo será povoar as linhas com furos teóricos, começando por pre-
encher a primeira linha. Para isso será necessário encontrar a posição dos furos
utilizando a equação abaixo:
𝐹𝑖 = 𝑃𝑟 + 𝑢
⃗ × 𝐸 × (𝑖 − 1) Equação 57
Onde:
• 𝐹𝑖 é o furo i, onde i varia entre 1 e o número total de furos;
• 𝑃𝑟 é a referência (A1, A2, ..., An);
• 𝑢 ⃗ é um vetor diretor da primeira linha, que aponta no sentido que segue
da referência para o outro extremo da reta;
• 𝐸 é o espaçamento.
74
Perfuração
Agora, para cada ponto encontrado como posição de um furo, deveremos cal-
cular o seu respetivo vetor67 𝑤
⃗⃗ (Figura 82):
Após o posicionamento dos furos, podemos ver que cada linha se molda para
manter o afastamento constante, conforme é realçado na Figura 83:
67 Aqui podemos ver outro problema, que é a continuidade de uma parede irregular. A corre-
ção pode ser feita com uma atenuação do vetor 𝑤
⃗⃗ .
75
Perfuração
A interseção entre reta e plano será importante para poder detectar a inter-
seção entre furos e o terreno.
Para fazer a intersecção, devemos conhecer dois pontos da reta, 𝐴𝑟 e 𝐵𝑟 , e três
pontos do plano, 𝐴𝑝 , 𝐵𝑝 e 𝐶𝑝 . Então devemos calcular 𝑢
⃗,𝑣e𝑤
⃗⃗ :
𝑤
⃗⃗ = 𝐵𝑟 − 𝐴𝑟 Equação 58
𝑢
⃗ = 𝐵𝑝 − 𝐴𝑝 Equação 59
𝑣 = 𝐶𝑝 − 𝐴𝑝 Equação 60
⃗⃗ + 𝐴𝑟
𝑃 = 𝑀1 × 𝑤 Equação 62
76
Perfuração
⃗ ∙𝑣
|𝑢 ⃗|
𝜃 = acos (⃗⃗⃗⃗⃗ ) Equação 63
⃗|
|𝑢| e |𝑣
Uma vez que conhecida a posição dos furos no plano XY, será necessário en-
contrar sua interseção com o modelo digital do terreno a fim de determinar sua
respetiva coordenada Z. Como é explicito na Figura 86, para isso bastará:
• Encontrar o vetor 𝑢⃗ formado pela diferença entre a coordenada da base
do furo e a coordenada da posição de emboquilhamento do furo;
• Percorrer os triângulos encontrados na triangulação:
o Verificar que o vetor 𝑢 ⃗ não é paralelo ao plano formados pelos
dois vetores resultantes da diferença entre as coordenadas dos
pontos que formam o triângulo;
o Verificar a interseção entre o plano e o vetor se encontra dentro
do triângulo (operação no plano XY);
o A coordenada Z da interseção será a coordenada Z do furo.
o Finalizar algoritmo.
68 Para evitar problemas com pontos flutuantes, recomenda-se observar que |soma - 360|<
𝛿, onde 𝛿 poderia ser um valor suficientemente pequeno (10-2, por exemplo).
77
Perfuração
Figura 86: Detecção da coordenada verical de emboquilhamento de um furo (intersecção entre triângulo e
vetor que representa o furo).
78
Perfuração
Figura 88: Perfil crítico com vista frontal (esquerda), vista lateral (centro) e vista de topo (direita).
A primeira etapa deste processo passa por encontrar os pontos do terreno pró-
ximos (distância Euclidiana no plano XY) à posição de emboquilhamento do furo.
Algumas técnicas poderão ser utilizadas para minimizar o tempo do algoritmo.
Uma vez que se procura entre os pontos existentes no terreno aqueles que perten-
cem ao perfil crítico, devemos diminuir o intervalo de busca para que se possa ter
uma maior agilidade de processamento. Em primeiro lugar define-se um raio de
busca em torno do furo. No exemplo que estamos a usar, para o cálculo do perfil
crítico70 foi usado um tempo médio de cálculo de 5613 milissegundos (para encon-
trar os pontos críticos de todos os furos). É possível constatar na Figura 89 que
ao utilizar para um determinado furo apenas os pontos do terreno próximos ao
próprio furo, temos uma diminuição no tempo de processamento gasto pelo algo-
ritmo, e que esse tempo cresce conforme aumenta o raio de busca:
Figura 89: Tempo de processamento para variações no raio de busca (esquerda) e no ângulo de abertura.
79
Perfuração
Também é razoável admitir que os pontos que formam o perfil crítico estão
minimamente alinhados com a direção do afastamento. Se restringirmos a busca
aos pontos que estão a uma determinada distância angular do vetor afastamento,
pode reduzir-se também o tempo de processamento (procedimento ilustrado na Fi-
gura 89 , lado direito). Assim, tem lógica, por razões de otimização do processo,
definir-se um raio máximo de busca dos pontos em torno dos furos. Será coerente
utilizar um raio, por exemplo, de 15 metros, uma vez que essa distância é mais que
suficiente para os desmontes de produção habituais (que utilizam afastamentos
dos furos da primeira linha bastante inferiores a 15 metros). Também limitaremos
a distância angular (vetor formado entre o ponto e a posição do furo) em relação ao
vetor afastamento máxima. Na prática, recorremos ao valor de 60 graus. Podemos
ver mais detalhes desse processo na Figura 90:
71 Recomenda-se começar com um valor β pequeno, por exemplo 1, e aumentar esse valor para
o caso de nenhum candidato ter uma cota Z dentro do intervalo 𝑃𝑍 ± 𝛽.
80
Perfuração
da cota Z do ponto P (Almeida da Silva, 2018, pág. 36) como se mostra na Figura
92:
Figura 92: Identificação do ponto candidato mais próximo ao ponto P (adaptado de Almeida, 2018).
Uma vez encontrados todos os pontos que pertencem ao perfil crítico, basta
conectá-los para se obter o perfil crítico (Figura 87).
O próximo passo, construído o perfil crítico, será encontrar os afastamentos
críticos relativos às várias posições em profundidade definidas ao longo do compri-
mento do furo. Para isso devem ser implementados os passos abaixo descritos(Fi-
gura 93):
a) Definir o vetor diretor 𝑢 ⃗ como a diferença normalizada entre o pé do
furo e a posição de emboquilhamento do furo;
b) Selecionar o ponto i da lista de pontos que representam o furo;
c) Verificar se o vetor 𝑢⃗ é (0,0,-1):
a. Em caso afirmativo, determinar o ponto A como o ponto i, o ponto
B como o ponto A + (1,0,0) e o ponto C como A + (0,1,0);
b. Se tal condição não se verificar, determinar o ponto A como o
ponto i, o ponto B como o ponto A + Produto vetorial entre 𝑢 ⃗ e
(0,0,1) e o ponto C como o produto vetorial entre 𝑢
⃗ e o vetor for-
mado pela diferença entre o ponto B o ponto A.
d) Na posse dos pontos A, B e C, define-se o plano formado por esses 3
pontos.
e) Percorremos a lista de pontos do perfil crítico.
f) Toma-se a linha formada pelos pontos j e j+1 da lista de pontos do perfil
crítico.
g) Verifica-se se a linha não pertence ao plano encontrado (caso pertença,
passamos ao próximo par de pontos da lista de pontos do perfil crítico).
h) Determina-se a interseção entre o plano e a linha.
i) Afere-se a cota Z da interseção é menor que a cota Z do ponto j e maior
que a cota Z do ponto j+1.
j) Em caso afirmativo, adiciona-se o vetor formado entre a interseção e o
ponto i à lista de afastamentos críticos e interrompe-se a busca na lista
de pontos do perfil crítico.
k) Repetimos esta ação desde b até que todos os pontos da discretização
do furo tenham sidos analisados.
81
Perfuração
72A densidade de copo é uma boa aproximação para a densidade média do furo (Cavanough,
Torrance, Rock, & Olsson, 2015).
82
Sequenciamento
4 Sequenciamento
Durante muito tempo a tarefa do sequenciamento, também muitas vezes de-
nominada de temporização, foi considerado como a “arte negra” do processo de des-
monte (Buffham, 2012). Foi somente com a chegada dos computadores à atividade
mineira e a construção de simuladores que veio permitir um melhor planeamento
do desenho de tempos de acionamento dos detonadores. O correto sequenciamento
da detonação dos explosivos presentes no desmonte é crucial para o controle do uso
da energia do explosivo durante a ação de fragmentação dos maciços rochosos, per-
mitindo gerir o confinamento desses explosivos (Floyd, Efficient Blasting
Techniques for Surface Mining Operations, 2010).
O correto planeamento e
uso do sistema de iniciação de
pegas de fogo, seja ele pirotéc-
nico ou eletrônico, tem um papel
crucial no resultado que o des-
monte terá, tanto de um ponto
de vista operacional como em
termos de segurança, uma vez
que permite o maior controle da
distribuição da energia do explo-
sivo no terreno73. John Floyd74,
em muitos dos seus trabalhos,
realça de forma especial a in-
fluência dos tempos de retardo
escolhidos entre linhas de furos
nos resultados globais do des-
monte. Tanto a performance
(fragmentação, vibrações, ultra-
lançamentos etc.) pode ser influ-
enciada pela sequência de deto-
nação, bem como outros fatores,
dos quais se destaca a forma e
posição final da pilha de mate-
Figura 95: Gráfico de John Floyd com sugestão de tempos en- rial desmontado (Figura 95).
tre filas para diferentes finalidades (Buffham, 2012). Uma vez justificada a relevância
de um correto sequenciamento
da detonação de um desmonte, realça-se a importância da simulação para um cor-
reto planeamento e eficaz uso dos detonadores. É evidente a ajuda que os
73 Para maiores detalhes consultar o capítulo 5 de Blasting Principles for Open Pit Mine
(Hustrulid, 1999).
74 Diretor da empresa Blast Dynamics, que fornece solução no uso eficiente da energia de
83
Sequenciamento
4.1 Grafos
Figura 96: As pontes de Konigsberg e seu respetivo grafo (Bondy & Murty, Graph Theory: An Advanced
Course, 2008).
Podemos definir um grafo G como uma tripla ordenada (V(G), E(G), ψ𝐺 ) cons-
tituída por um conjunto V(G) de vértices, um conjunto E(G) de arestas e uma fun-
ção de incidência ψ𝐺 que associa cada aresta de G a um par (não necessariamente
diferente) de vértices de G (Bondy & Murty, 1976). As aplicações da teoria de grafos
são inúmeras, e vão desde a representação de circuitos elétricos até a representação
de estradas conforme podemos ver na Figura 97:
Figura 97: Aplicações de teoria de grafos (adaptado de Goldbarg & Goldbarg, 2012).
75Leonhard Euler demonstrou em 1736 que o problema não tinha solução, pois o grafo apre-
sentado não constituía um grafo euleriano, isso é, não existe nenhum caminho saindo de um vértice
que passe apenas uma vez por todos os outros vértices e retorne ao original (Goldbarg & Goldbarg,
2012).
84
Sequenciamento
Um grafo ponderado é aquele cujas arestas têm um peso associado (Bondy &
Murty, 1976, pág. 15). Podemos exemplificar um grafo ponderado por uma rede de
cidades que se comunicam por estradas (como a última imagem da Figura 97),
onde o peso de cada aresta (estrada que conecta duas cidades) pode ser a distância
entre essas cidades. Podemos observar na Figura 98 5 cidades/vilas portuguesas76
e algumas possíveis rotas conectando essas cidades:
Figura 98: Distância entre 5 cidades portuguesas e possíveis rotas entre elas.
Uma pessoa que tenha interesse em sair do Porto e chegar a Resende poderá
optar por várias rotas alternativas, como podemos ver na Figura 99:
85
Sequenciamento
86
Sequenciamento
O sistema não-elétrico de iniciação surgiu como uma opção mais segura e prá-
tica para a iniciação da coluna explosiva (Bhandari, 1997, pág. 94).
87
Sequenciamento
Figura 102: Esquema de ligação típica (Manual de Empleo de Explosivos, 2004, pág. 107).
Figura 103: Exemplo de ligação não-elétrica e detalhe da ligação entre ligador de superfície e detonador de
fundo.
Figura 104: Exemplo de detonadores disponíveis no mercado (adaptado de RIONEL DDX thecnical data
sheet).
88
Sequenciamento
Uma vez adicionado a cada furo um detonador de fundo com seu respetivo
tempo de retardo, e estabelecidas as ligações entre todos os furos, é possível deter-
minar o instante de detonação de cada furo na linha temporal do desmonte. Para
tal, recorre-se ao algoritmo de Dijkstra para estabelecer este cálculo. Neste pro-
cesso, cada furo deve ser considerado como um vértice de um grafo dirigido e os
ligadores de superfície como as arestas desse grafo. O peso de cada aresta será
justamente o tempo de espera estabelecido por esse ligador. Ao selecionar um furo
como furo inicial, o cálculo avança no sentido de determinar a menor distância en-
tre esse vértice (furo) até os demais. No final da determinação desta sequência,
soma-se a cada furo seu respetivo tempo associado ao detonador de fundo inserido
no mesmo. Um esquema deste processo pode ser visualizado na Figura 105:
80O algoritmo de Dijkstra tem custo computacional de ordem O(𝑛2 ), sendo esse o mais efici-
ente algoritmo para grafos dirigidos com pesos não negativos (Goldbarg & Goldbarg, 2012).
89
Sequenciamento
Para finalizar a determinação dos tempos de detonação de cada furo, será ne-
cessário somar a cada tempo encontrado na etapa anterior o tempo associado ao
detonador de fundo.
Este algoritmo de cálculo também pode ser usado quando se recorre ao uso do
cordão detonante como meio transmissor da onda de choque (que na ausência de
elementos de retardo deverá utilizar peso zero) e para sistema com iniciação elé-
trica.
encontra desde zero até uma cota superior, que pode ser 14 segundos no caso do detonador Da-
veyTronic® SP (Bickford, 2019), que pode ser programado em intervalos múltiplos de 1 milisse-
gundo.
83 Do inglês burden relief burden, que indica os milissegundos por metro na direção principal.
90
Sequenciamento
Podemos observar na figura acima que uma vez escolhida uma direção (um
vetor), um ângulo de abertura e o BRB, terão de ser determinados os tempos asso-
ciados a cada furo de maneira a ter as isolinhas (aqui as isolinhas auxiliam a visu-
alizar a direção de saída do material, e, neste exemplo, as isolinhas correspondem
a intervalos de 10 milissegundos) de tempo de saída desses furos coincidentes com
as linhas que partem do vetor e formam com esse um ângulo igual a 𝜃⁄2.
Um aumento do BRB deixará o desmonte mais longo enquanto um aumento
no ângulo de saída fará com que o material forme uma pilha menor e saia de ma-
neira mais paralela à frente livre. É observável esta situação na Figura 108:
91
Sequenciamento
Cos(θ⁄2) −Seno(θ⁄2) ⃗x
u
( )×( ) Equação 64
Seno(θ⁄2) Cos(θ⁄2) ⃗y
u
92
Sequenciamento
a distância euclideana88 de todos os furos até esse ponto. Uma vez encontradas
essas distâncias, multiplicam-se esses valores pelo BRB, obtendo-se assim o tempo
de detonação de cada furo. Entre outras aplicações, este esquema de cálculo pode
ser útil no planeamento da abertura de bancadas (ausência de frentes livres) ou no
desmonte em galeria, como pode ser observado na Figura 111:
Este procedimento pode ainda ser utilizado com o centro posicionado entre os
furos e a frente livre, no intuito de gerar um arranque do material do maciço ro-
choso que terá um comportamento similar ao da saída em “V”, como exemplificado
na Figura 112:
Figura 112: Uso de ferramenta circular para simular um arranque central do material do maciço rochoso.
88 Bidimensional.
93
Sequenciamento
que a simples análise da janela temporal, por sí só, não é uma ferramenta
eficiente/suficiente para o desenho adequado dos tempos de retardo e muitos
trabalhos foram publicados89 nesse sentido. Embora alguns investigadores
considerem a regra dos 8 milissegundos um mito (Moore & Richards, 2003), a regra
tem uma componente prática e também legal, pois em algums países, como os
Estados Unidos, a regra deve ser adotada quando são tidas em conta algumas
condições90. Podemos afirmar, baseado nos estudos de Li et al (2015) e Lusk et al
(2012), que a regra é eficiente no sentido conservador, uma vez que, para um
determinado conjunto91 de detonador mais ligador de superfície, é respeitada a
regra dos 8 milissegundos, a probabilidade de sobreposição92 de onda seria inferior
a 1.24%, como mostra o gráfico da Figura 113:
89Reisz, McClure, & Bartley, 2006 e Anderson, 2000, são bons exemplos.
90Na ausência de registros sismográficos, por exemplo (CFR , 2018).
91 Para esse estudo foram utilizados os dados publicados por Lusk et al (2012).
92 Aqui tratamos apenas a sobreposição de ondas, não levando em consideração o reforço de
cos.
94 O desvio do conjunto, 𝜎
725 , se calcula como: 𝜎725 = √𝜎25 + 𝜎700 .
2 2
94
Sequenciamento
O algoritmo acima tem custo computacional da ordem O(n), sendo assim efi-
ciente e rápido para grandes números de detonadores. Supondo 4 detonadores com
tempos programados: 10, 12, 14 e 25, o algoritmo reproduz os passos descritos na
Tabela 5:
95
Sequenciamento
Deve ser realçado que, de acordo com o interesse de quem está a planear a
construção de simuladores, que algumas alternativas podem ser consideradas:
1. Poderiam ser somadas não a quantidade de furos que detonam dentro
de uma janela específica, mas sim as suas respetivas cargas;
2. A janela temporal poderia ser diferente de 8 milissegundos.
96
Sequenciamento
pág. 74). É possível ver, por exemplo, na Figura 107 e na Figura 111, que as
referidas isolinhas podem nos apontar também a direção de saída do material.
Como se evidencia na Figura 116, os furos têm um movimento superficial ortogo-
nal quando comparados às isolinhas:
97
Sequenciamento
98 Figura 40.
98
Sequenciamento
99
Otimização
5 Otimização
Numerosos estudos e modelos independentes de Mine To Mill99 foram
desenvolvidos recentemente e na sua maioria apresentam potencial para uma
melhoria significativa dos processos de fragmentação de rochas (Chadwick, 2016).
É fácil entender essa “febre” por promover rotinas de por otimização uma vez que
(para citar apenas uma entre várias razões), utilizadas essas metodologias, a
produtividade global do processo de mineração pode atingir um incremento entre
10% a 20% e os custos operacionais podem ser diminuídos substancialmente
(McKee, 2013). A primeira importante parte desse processo de otimização é
precisamente o desmonte de rochas uma vez que o modo como ele é implementado,
terá influência direta sobre a eficiência da produção como um todo e no consumo
posterior de energia na carga, transporte, britagem e moagem (Li, Xu, Zhang, &
Guo, 2018). Otimizar o processo de desmonte, respeitando os níveis de
fragmentação desejados para os elos seguintes da cadeia produtiva, não é uma
tarefa fácil, mas foi mencionado em vários artigos científicos e, em particular, o
pedagógico artigo “Blast Pattern Expansion” (Miranda, Leite, & Frank, 2017), é um
bom exemplo disso. Porém, a maioria dos artigos sobre essa temática, normalmente
não apresentam a maneira formal de construção desses tipos de modelo e por essa
razão foi desenvolvido, no âmbito da presente pesquisa, uma heurística inspirada
nos métodos de gradientes. Serão explorados os passos necessários para encontrar
valores geométricos do plano de fogo que minimizem os custos totais de perfuração
e desmonte, mas que preservem o nível de fragmentação desejado.
100
Otimização
19/30
115
𝑥𝑚 = 𝐴𝐾 −0,8
𝑄 1/6
( ) Equação 66
𝑅𝑊𝑆𝐴𝑁𝐹𝑂
Onde:
• 𝑋𝑚 = tamanho médio dos fragmentos (cm);
• A = fator de rocha; K = consumo específico (𝐾𝑔⁄𝑚3 );
• Q = quantidade de explosivos por furo (Kg);
• 115 = energia relativa em peso (RWS) do TNT comparado com o
ANFO;
• 𝑅𝑊𝑆𝑎𝑛𝑓𝑜 = Energia relativa em peso do explosivo utilizado compa-
rado com o ANFO.
Onde:
• 𝑃(𝑥) representa a fração passante numa abertura x;
• n = índice de uniformidade.
A equação do índice de uniformidade (Equação 68) determina uma cons-
tante que representa a uniformidade dos fragmentos desmontados baseada nos pa-
râmetros geométricos do desmonte.
𝑆 0,1
14𝐵 √ 1+𝐵 𝑊 ℎ𝑓 − ℎ𝑐 𝐿 Equação 68
𝑛 = (2,2 − )× × (1 − ) × (| | + 0,1) ×
𝑑 2 𝐵 𝐿 𝐻
Onde:
• B=afastamento (m);
• S = espaçamento (m);
• d = diâmetro de perfuração (mm);
• W = desvio padrão do erro de perfuração (m);
• ℎ𝑓 = comprimento de carga de fundo (m);
• ℎ𝑐 = comprimento de carga de coluna (m);
• L = comprimento de carga (m);
• H = altura de bancada (m).
5.2 Heurística
Uma heurística é um procedimento que tenta descobrir uma boa solução para
um problema, mas não necessariamente a melhor (Hillier & Lieberman, 2010, pág.
563) e tem por objetivo (Polya, 1957) o estudo dos métodos e regras de descoberta
101
Otimização
criativa do percurso iterativo até ao ótimo mínimo (ou máximo) absoluto. Apesar
da limitação para evitar ótimos locais (Duarte Muñoz et al, 2007, pág. 3), esse tipo
de técnica é muito útil para problemas unimodais. Podemos definir um problema
como unimodal se apenas existe um máximo (ou mínimo) para um determinado
domínio (Cuevas Jiménez et al, 2017) como mostrado na Figura 121:
Onde:
• K = iteração atual;
• 𝛼 = tamanho do passo;
• 𝑔(𝑓(𝑋)) = o gradiente da função “f” no ponto “X”.
102
Otimização
Mais detalhes sobre este método podem ser encontrados em Bronson, 1985,
pág. 14, Campos, Oliveira, & Cruz, 2015, pág. 314 ou em Mathews & Fink, 2000,
pág. 447.
5.4 Modelo
103
Otimização
104
Otimização
105
Otimização
Subperfuração
Candidato (m)
Candidato (m)
Candidato (m)
Candidato (m)
Espaçamento
Espaçamento
Afastamento
Afastamento
Tampão (m)
x90 (mm)
Tampão
Rand 1
Rand 2
Rand 3
Rand 4
Custo
Passo
(m)
(m)
(m)
#
1 1.00 1.00 1.00 0.30 1.00 -0.24 0.33 0.53 0.00 0.76 1.33 1.53 0.30 89 168,971 €
2 1.00 1.00 1.00 0.30 1.00 0.00 0.42 0.50 0.31 1.00 1.42 1.50 0.61 117 123,606 €
3 1.00 1.00 1.00 0.30 1.00 -0.42 0.52 -0.21 0.00 0.58 1.52 0.79 0.30 68 200,603 €
4 1.00 1.00 1.00 0.30 0.95 0.00 0.05 -0.26 -0.11 1.00 1.05 0.76 0.19 93 168,006 €
5 1.00 1.00 1.00 0.30 0.95 -0.03 -0.75 0.00 0.00 0.97 0.29 1.00 0.30 38 632,960 €
6 1.00 1.00 1.00 0.30 0.90 0.00 0.00 0.00 0.34 1.00 1.00 1.00 0.61 89 179,621 €
7 1.00 1.00 1.00 0.30 0.90 -0.20 0.01 0.00 0.00 0.82 1.01 1.00 0.30 76 211,548 €
8 1.00 1.00 1.00 0.30 0.86 -0.73 -0.70 0.36 -0.47 0.38 0.40 1.31 -0.10 21 1,105,809 €
9 1.00 1.00 1.00 0.30 0.81 0.00 -0.28 0.00 0.00 1.00 0.77 1.00 0.30 78 226,898 €
10 1.00 1.00 1.00 0.30 0.81 -0.44 0.00 0.81 0.08 0.65 1.00 1.66 0.37 63 265,131 €
987 2.53 2.87 1.93 0.76 0.00164 -0.55 -0.55 -0.05 0.00 2.53 2.87 1.93 0.76 498 24,038 €
988 2.53 2.87 1.93 0.76 0.00164 0.50 0.00 0.00 -0.29 2.53 2.87 1.93 0.76 499 24,037 €
989 2.53 2.87 1.93 0.76 0.00164 0.38 0.00 -0.44 -0.78 2.53 2.87 1.93 0.76 498 24,036 €
990 2.53 2.87 1.93 0.76 0.00164 0.00 0.00 -0.94 0.00 2.53 2.87 1.93 0.76 498 24,039 €
991 2.53 2.87 1.93 0.76 0.00156 0.76 0.94 0.00 0.00 2.53 2.87 1.93 0.76 499 24,038 €
992 2.53 2.87 1.93 0.76 0.00156 0.62 -0.84 0.00 0.00 2.53 2.87 1.93 0.76 499 24,038 €
993 2.53 2.87 1.93 0.76 0.00156 -0.81 0.00 0.84 0.00 2.53 2.87 1.94 0.76 499 24,036 €
994 2.53 2.87 1.94 0.76 0.00156 -0.49 -0.29 0.97 0.33 2.53 2.87 1.94 0.76 498 24,036 €
995 2.53 2.87 1.94 0.76 0.00156 -0.04 -0.10 0.00 0.24 2.53 2.87 1.94 0.76 498 24,036 €
996 2.53 2.87 1.94 0.76 0.00156 -0.78 0.90 -0.33 -0.02 2.52 2.87 1.94 0.76 498 24,036 €
997 2.52 2.87 1.94 0.76 0.00156 0.60 0.00 -0.14 -0.97 2.53 2.87 1.94 0.76 499 24,034 €
998 2.52 2.87 1.94 0.76 0.00156 -0.42 0.77 0.00 -0.59 2.52 2.87 1.94 0.76 498 24,035 €
999 2.52 2.87 1.94 0.76 0.00156 -0.41 0.10 0.00 -0.98 2.52 2.87 1.94 0.76 498 24,033 €
1000 2.52 2.87 1.94 0.76 0.00156 -0.17 -0.92 -0.26 0.00 2.52 2.87 1.94 0.76 498 24,034 €
1001 2.52 2.87 1.94 0.76 0.00156 0.92 0.51 0.00 0.00 2.53 2.87 1.94 0.76 499 24,033 €
Parâmetros iniciais: 𝛽 = 0.99, produção desejada = 10,000m3, X90 < 500 mm, fator de rocha
104
A = 12, bancada de 12 m, explosivo com RWS = 105 e densidade = 1150 Kg/m 3, diâmetro = 102 mm,
custo do explosivo = 1.00 €/Kg, custo da perfuração = 7.00 €/m e custo do sistema de iniciação =
18.00 €/furo.
107
Aplicação dos algoritmos: O-Pitblast
6.1 Início
A empresa foi fundada em março de 2016 tendo como sócios (e então únicos
colaboradores) o autor dessa tese e o Engenheiro Mestre Francisco Sena Leite105,
que viria a carrear para o projeto todo background no tocante à aplicação de campo
do produto a ser desenvolvido. A sociedade estratégica com um Engenheiro que
também gozasse de experiência no uso de simuladores e aplicações na indústria de
explosivos, demonstrou ser fundamental para o desenvolvimento da empresa e pos-
terior alcance do seu posicionamento como uma das organizações lider global no
setor.
Figura 129: Vinicius Miranda (esquerda) e Francisco Leite no lançamento público da empresa, em julho de
2016.
105 https://www.linkedin.com/in/franciscosenaleite/
108
Aplicação dos algoritmos: O-Pitblast
106 https://sigarra.up.pt/feup/pt/func_geral.formview?p_codigo=210110
107 https://sigarra.up.pt/feup/pt/func_geral.formview?p_codigo=210176
108 https://sigarra.up.pt/feup/pt/func_geral.formview?p_codigo=209537
109 Software, aplicação iOS e serviços web.
109
Aplicação dos algoritmos: O-Pitblast
6.2.1 Terreno
110 O Software tem a capacidade de trabalhar com até 500 mil pontos (nota do autor).
111 Baseado na experiência profissional do autor dessa tese.
110
Aplicação dos algoritmos: O-Pitblast
6.2.2 Perfuração
111
Aplicação dos algoritmos: O-Pitblast
112
Aplicação dos algoritmos: O-Pitblast
Figura 138: Formulários para cálculo de valores geométricos ótimos para o desmonte mediante processo de
otimização.
113
Aplicação dos algoritmos: O-Pitblast
6.2.3 Sequenciamento
Figura 140: Aplicação vetorial de sequenciamento com BRB = 3 ms/m, BRS = 0 ms/m e ângulo = 90º.
Figura 141: Aplicação vetorial de sequenciamento com BRB = 5 ms/m, BRS = 2 ms/m e ângulo = 122º.
Salientamos que para a aplicação dos algoritmos são necessários não apenas
as posições dos furos, mas também um raio113 de referência. Esse raio é definido
pelo utilizador de maneira interativa.
113A estrutura raio possui como parâmetros um ponto e um vetor que representa uma direção,
largamente utilizado em cálculos de iluminação, colisão de objetos entre outros (Lengyel, 2012).
114
Aplicação dos algoritmos: O-Pitblast
Figura 142: Uso da ferramenta circular para cálculo de tempos com uso de detonadores eletrônicos e pre-
sença de isolinhas de tempo.
115
Aplicação dos algoritmos: O-Pitblast
116
Aplicação dos algoritmos: O-Pitblast
Ao analisar os mesmos dados, agrupando-os por países, fica ainda mais evi-
dente a presença global da empresa:
117
Aplicação dos algoritmos: O-Pitblast
Podemos ainda agrupar uma escala de cores para poder identificar os países
com maior número de acessos:
Figura 149: Países onde o software foi utilizado (escalados em função do número de acessos).
118
Aplicação dos algoritmos: O-Pitblast
Austrália aparece entre os países com maior número de acesso, embora a empresa
não possua, até ao momento, parceria com alguma empresa sedeada naquele con-
tinente (salientando a presença australiana de vários clientes).
6.4 Utilizadores
116 Licenças internas (naquele momento um grupo de amigos dos sócios da empresa).
119
Aplicação dos algoritmos: O-Pitblast
6.4.1 Estimativa
𝑑𝑦⁄ 𝑦 Equação 70
𝑑𝑡 = 𝑘𝑦(1 − ⁄𝐿)
Onde:
• y é o número de usuários em um determinado instante de tempo t;
120
Aplicação dos algoritmos: O-Pitblast
𝐿 Equação 71118
𝑦=
1 + 𝑏𝑒 −𝑘𝑡
A estimação dos parâmetros L, b e k não são elementares, uma vez que pre-
cisaríamos definir, entre outras coisas, qual seria a população inicial. Assim, co-
loca-se a seguinte pergunta: Deveríamos determinar a população inicial no ano
2016, quando praticamente não existiam clientes e o produto não estava em pleno
funcionamento ou em 2017? Essa é uma das razões que impede uma resposta di-
reta para o problema. A fim de contornar essa questão, estimaram-se os parâme-
tros que fariam a curva da equação aproximar-se dos dados reais. Com esse pro-
cesso, encontramos os seguintes valores para os parâmetros: k=0.0031, b = 500 e L
= 1200.
Os valores encontrados são condizentes com esse tipo de problema e a popu-
lação máxima encaixa com o previsto no plano de negócios da empresa. Sendo as-
sim, podemos observar o comportamento da estimativa de evolução do número de
licenças na Figura 153:
De acordo com essa análise podemos estimar que em 2025 a empresa entraria
em velocidade de cruzeiro (estabilizaria o número de licenças ativas) com aproxi-
madamente 1200 licenças ativas a serem usadas em todo o mundo.
6.5 Universidades
121
Aplicação dos algoritmos: O-Pitblast
Uma vez que a recepção da FEUP foi positiva e que o trabalho desenvolvido
ajudou os estudantes a melhorar a compreensão de matérias lecionadas nas uni-
dades curriculares da lavra de minas, decidiu-se estender este tipo de colaboração
a outras universidades. Uma das primeiras universidades fora de Portugal a rece-
ber a equipe da O-Pitblast para a instalação gratuita das licenças nos laboratórios
da instituição e para um programa de formação/treino dos seus estudantes, foi a
ULBRA119. A visita da O-Pitblast permitiu não apenas a formação dos estudantes
e professores da instituição como também a participação de elementos de outras
empresas parceiras da O-Pitblast nesse treinamento, como é ilustrado na Figura
155 e na Figura 156:
122
Aplicação dos algoritmos: O-Pitblast
Figura 155: Formação no software O-Pitblast para estudantes universitários (Ulbra, 2016).
Figura 156: Formação em análise de fragmentação para estudantes universitários (Ulbra, 2017).
123
Aplicação dos algoritmos: O-Pitblast
A boa receptividade por parte não apenas da ULBRA como também de diver-
sas outras universidades, fez com que o programa fosse ampliado, passando não
apenas a fornecer licenças e formação como também abrindo as portas da empresa
para receber estudantes interessados na realização de trabalhos práticos. Recebeu-
se desde então e até ao momento, 19 estudantes nas instalações da O-Pitblast.
124
Aplicação dos algoritmos: O-Pitblast
tro das instalações da empresa O-Pitblast e com a coorientação de Vinicius Gouveia de Miranda.
122 Nota do autor.
125
Aplicação dos algoritmos: O-Pitblast
126
Aplicação dos algoritmos: O-Pitblast
123Uma pedreira da empresa TAgregados, parceira da O-Pitblast, que aqui presto meus agra-
decimentos por sempre atender nossas demandas acadêmicas e científicas.
124 Blast Pattern Expansion: A Heuristic Approach (ISEE 2019) foi um dos artigos consultado.
127
Aplicação dos algoritmos: O-Pitblast
125 Miranda & Leite, Hole Deviation Monitoring and Control Using a Smartphone - Accuracy,
Validation and Potentialities, 2018.
126 Miranda V. , Leite, Frank, Carvalho, & Brito, 2019.
128
Aplicação dos algoritmos: O-Pitblast
127 https://imperialage.pt/.
129
Aplicação dos algoritmos: O-Pitblast
Uma das maneiras empíricas que temos para avaliar a qualidade dos algorit-
mos desenvolvidos e o grau de receptividade dos produtos gerados por tal ferra-
menta (como é o caso do O-Pitblast) é ouvir a opinião de pessoas que estão a usar
tais plataformas. Tão importante quanto a opinião é também o grau de inserção e
conhecimento128 da pessoa que opina sobre as aplicações de simuladores de des-
monte de rochas.
Algumas opiniões129 de importantes profissionais de relevantes empresas glo-
bais correlatas ao desmonte de rochas foram compiladas e apresentadas abaixo:
130
Aplicação dos algoritmos: O-Pitblast
131
Conclusões e trabalhos futuros
Vibration Monitoring Using In-house Uso da série de Taylor para transformar dados de aceleração em velocidade e
Developed Devices: A Taylor’s Jan/2020 ISEE desenvovimento de equipamento para captação de aceleração gerada por
Approach desmonte de rochas.
Borehole deviation control using DCE 19: 3rd Doctoral Determinação do formato dos furos utilizando acelerômetros e o método
Jun/2019
electronics: An Euler’s approach Congress in Engineering de Euler.
Uso de Krigagem ordinária na previsão IX Fórum de Mineração, Aplicação de krigagem ordinária para previsão de níveis de vibrações
Mai/2019
de vibrações UFPE geradas por desmonte de rochas.
132
Conclusões e trabalhos futuros
UAV Application for Blast Design and Aplicação de drones para planejamento de desmontes e análise de
Ago/2018 ISERME
Fragmentation Analysis fragmentação.
Vibration Monitoring using an iPhone - Desenvolvimento de uma aplicação móvel para detecção de ondas
Jan/2018 ISEE
Accuracy, validation and potentialities mecanicas geradas por desmonte e a contrução de leis de atenuação.
A New Approach to 3D Modulation of Proposta de metodología para modelagem de terrenos com os dados do
Jan/2017 ISEE
Blast Free Faces laser 3D e detecção de pontos extremos.
A New Blast Vibration Analysis Nova proposta para a determinação de lei de atenuação mediante
Jan/2017 ISEE
Methodology utilização de clusters.
A new tool for hole deviation control – a statistical 10th EFEE: World Conference on Explosives
2019 978 0 9550290 6 6
analysis and Blasting, Helsinki
visem a criação de soluções tecnológicas para o setor do desmonte de rochas com recurso à explosivos
que gerem como resultado uma ferramenta/plataforma que possa ser utilizada à escala global aten-
dendo as demandas exigentes do mercado? Se sim, seria possível desenvolver essa solução a preços
acessíveis e atraentes para esse mercado? Esses são alguns dos planteamentos que foram levanta-
dos na pré-produção da presente tese.
133
Conclusões e trabalhos futuros
Desde o ponto de vista dos resultados aplicados à melhoria do ensino das uni-
dades curriculares ligadas à área da lavra de minas, ficou também evidenciada a
clara e importante aportação aos estudantes já descritas pelo Professor Dr. Ale-
xandre Leite131 assim como as dissertações de mestrado (e uma tese de doutora-
mento) que apenas foram possíveis ser realizadas devido à base científica fornecida
pelas pesquisas desenvolvidas no ambiente de construção desta tese.
Muita mais tecnologia foi construída ao longo desses anos de estudos e apli-
cadas ao simulador desenvolvido, mas acreditamos que as tecnologias aqui descri-
tas são as mais importantes e também a base para um futuro desenvolvimento ou
até mesmo para uma leitura inicial aos que querem vir a ser artífices de novos
simuladores. Como se espera, o trabalho é dinâmico e deve-se continuar como linha
de pesquisa e investigação a fim de aprimorar ainda mais os produtos e, com isso,
acrescentar valor ao mercado mineiro.
Como proposta de pesquisa e desenvolvimento mais imediatas, no futuro mais
próximo, alguns pontos importantes podem ser citados, sendo que aqui e destaca-
mos apenas dois: a reconstrução de terreno e a lavra subterrânea.
Podemos observar claramente que alguns pontos (que foram captados com a
ajuda de um drone) são referentes a um equipamento de carga que se encontrava
134
Conclusões e trabalhos futuros
no local e que possuem altitude claramente mais elevada que os pontos que real-
mente representao o terreno, como podemos obervar na Figura 166:
Figura 167: Pontos tratados pela reconstrução de Poisson (esquerda), por Delaunay (centro) e terreno após
remoção de outliers (não automática).
135
Conclusões e trabalhos futuros
envolvidos, uma vez que, por exemplo, o cálculo dos vetores normais aos pontos132
pode ser bastante trabalhoso.
Figura 168: Imagem do software O-Pitblast UG, em desenvolvimento e com previsão de lançamento para o
final de 2021.
136
Bibliografía
8 Bibliografía
Akay, A. (2008). A renaissance in engineering PhD education. European Journal
of Engineering Education, 403-413.
Akkoyun, O., & Careddu, N. (2015). Mine Simulation for Educational Purposes: A
Case Study. Computer Applications in Engineering Education, págs. 286-
293.
Aurenhammer, F., Klein, F., & Lee, D. (2013). Voronoi Diagrams and Delaunay
Triangulation.
Batra, A. (2011). Analysis and Approach: K-Means and K-Metoids Data Mining. 5
IEEE International Conference on Advanced Computing & Communication
Technologies, (págs. 274-279).
Bernard, T. &. (2014). Blasting 1 Million Tons, 205 Meter from a Town. ISEE-
International Society of Explosive Engineers.
Bondy, J., & Murty, U. (1976). Graph Theory with Applications. New York:
Elseview.
Bondy, J., & Murty, U. (2008). Graph Theory: An Advanced Course. Springer.
137
Bibliografía
Campos, A., Oliveira, J., & Cruz, J. (2015). Otimização Não-Linear em Engenharia.
Lisboa.
Cavanough, G., Torrance, A., Rock, J., & Olsson, A. (2015). Measurement and
Assessment of Bulk Explosive Products. Fragblast 11.
CFR , C. (2018). Title 30: Mineral Resources. Office of the Federal Register
National Archives and Records Administration.
Chavez, R., Farnfield, R., & Lachamp, M. (2019). Algorithms for Adaptive Solution:
Essential Tools for Operational Blast Optimization. ISEE - International
Society of Explosives Engineers, págs. 553-563.
Chun-ruia, L., Li-jun, K., Qing-xing, Q., De-bing, M., Quan-ming, L., & Gang, X.
(2009). The numerical analysis of borehole blasting and application in coal
mine roof-weaken. The 6th International Conference on Mining Science &
Technology , 451-459.
Cuevas Jiménez, E., Oliva Navarro, D., Osuna Enciso, J., & Díaz Cortés, M. (2017).
Optimización: Algoritmos programados con MATLAB.
138
Bibliografía
De Berg, M., Cheong, O., Kreveld, M. V., & Overmars, M. (2008). Computational
Geometry - Algorithms and Applications.
Domingo, J. F., Leite, F. S., Miranda, V. G., & Carrasco, I. C. (2015). Dilution, Ore
Grade and Blast Movement Calculation Model. Fragblast 11, (págs. 71-78).
Sydney.
Duarte Muñoz, A., Pantrigo Fernández, J., & Gallego Carrillo, M. (2007).
Metaheurísticas. Madrid: Dykinson, S.L.
Duvall, W., Johnson, C., Meyer, A., & Devine, J. (1963). Vibrations from
Instantaneous and Millisecond-delayed Quarry Blasts. U. S Dept. of the
Interior, Bureau of Mines.
Galton, F., & Hamilton Dickson, J. (1886). Family Likeness in Stature. Royal
Society of London, 42-73.
Giles, E., & Roller, E. (2012). Flyrock Elimination Program Part 2: Profilers and
Boretracks. ISEE: International Society of Explosives Engineers.
Gilman, J., & Ozgen, C. (2013). Reservoir Simulation: History Matching and
Forecasting. spe.
139
Bibliografía
Goldsman, D., Nance, R., & Wilson, J. (2009). A Brief History of Simulation.
Proceedings of the 2009 Winter Simulation Conference.
Higgins, M. (1997). JK Simblast - New Software for the Design, Simulation and
Analysis of Blasting. Seventh Annual High-Tech Seminar - State.of.Art
Blasting Technology Instrumentation and Explosives Applications - Volume
2, págs. 641-657.
140
Bibliografía
Higgins, M., & Riihioja, K. (2004). Design Software for ELectronic Detonators.
ISEE - International Society of Explosives Engineers.
Hustrulid, W. (1999). Blast Principles for Open Pit Mining. Rotterdam Brookfield:
A.A.Balkema.
Kuckartz, B., Gewher, J., Munaretti, E., McClure, R., Mendonca, C., Kloeckner, J.,
. . . Souza, L. (2013). Blasting Optimization using 3D Photogrammetry in a
South Brazilian Quarry. ISEE- International Society of Explosives
Engineers.
Landey, K., & Gerst, E. (2018). Downstream Benefits of Optimized Drilling. San
Antonio: ISEE - International Society of Explosives Engineers.
Larson, R., Hostetler, R., & Edwards, B. (2006). Cálculo Volume 1. São Paulo:
McGraw-Hill.
Lee, D. T., & Schachter, B. J. (1980). Two Algorithms for Constructing a Delaunay
Triangulation. International Journal of Computer and Information
Sciences, págs. 219-242.
Li, L., Silva-Castro, J., & Hoffman, J. (2015). Overlapping Timing Analysis for a
Single Blast Hole. ISEE - International Society of Explosives Engineers.
Li, X., Xu, Z., Zhang, D., & Guo, L. (2018). Blasting technique for optimizing the
comprehensive cost of mining and mineral processing. 12th International
Symposium on Rock Fragmentation by Blasting, 47-55.
Lipschutz, S. (1994). Álgebra Linear: teoria e problemas. São Paulo: Makon Books.
141
Bibliografía
Lon, S., & Dale, R. (2016). Unmanned Aircraft Systems Use in Blasting
Operations. ISEE - International Society of Explosives Engineers.
Lusk, B., Hoffman, J., Castro, J., & Wedding, W. (2012). Evaluation of Emergent
Electronic Detonators and Modern Non-electric Shocktube Detonators
Accuracy. Blasting and Fragmentation, 1-18.
Martin Schrier, M. (2018). Quarry Rehabilitation and Revival: A Case Study. ISEE
- International Society of Explosives Engineers.
Mathews, J., & Fink, K. (2000). Métodos Numéricos con MATALB. Madrid:
PRENTICE HALL.
MAXAM Chemicals (Shandong) Co, L. (s.f.). RIONEL DDX. Technical Data Sheet.
España.
Meyer, C. (2000). Matrix Analysis and Applied Linear Algebra. SIAM: Society for
Industrial and Applied Mathematics.
Miranda, V., & Leite, F. (2018). Hole Deviation Monitoring and Control Using a
Smartphone - Accuracy, Validation and Potentialities. Fragblast 12.
Miranda, V., & Leite, F. (2018). The use of 3D Accelerometer – And Gyro Sensors
in Smartphones to Measure the Blasthole Deviation in Non-Magnetic Rock.
12th International Symposium on Rock Fragmentation by Blasting.
Miranda, V., & Leite, F. (2018). Vibration Control using an iPhone - Accuracy,
validation and potentialities. ISEE: International Society of Explosives
Engineers.
Miranda, V., Couceiro, P., & Blazquez, J. (2014). Rioblast: Software de diseño y
simulación. Congresso de Áridos. Madrid.
142
Bibliografía
Miranda, V., Leite, F., & Frank, G. (2017). Blast Pattern Expansion - A numerical
Approach. European Federation of Explosives Engineers - 9th World
Conference - Stockholm.
Miranda, V., Leite, F., Frank, G., Carvalho, J., & Brito, P. (2019). Borehole
Deviation Control Using Electronics: An Euler's Approach. ISEE -
International Society of Explosives Engineers.
Miranda, V., Leite, F., Jesus, C., & Sobral, R. (2017). A new Approach to 3D
Modeling of Blast Free Faces. International Society of Explosives Engineers
- 43rd Annual Conference on Explosives & Blasting Technique - Orlando,
Florida, USA.
Moore, A., & Richards, A. (2003). The Eight Milissecond Time Window Myth. Fifth
Large Open Pit Mining Conference.
Ogata, Y., Wada, Y., & Katsuyama, K. (1997). Observation and Numerical
Simulation of Fly Rock caused in Bench Blasting. ISEE - International
Society of Explosives Engineers.
Orive, J., Laredo, R., Domingo, J., & Sadek, J. (2017). Innovation in up-hole
deviation measurements in sublevel stoping mines. EFEE: European
Federation of Explosives Engineers, 397-404.
Pearson, K., & Lee, A. (1903). On the Laws of Inheritance in Man. Biometrika, 357-
462.
Pereira, J., Gomes, M., Ferreira, A., Coelho, A., & Brisson, J. (2018). Introdução à
Computação Gráfica. FCA.
143
Bibliografía
Polya, G. (1957). How To Solve It: A New Aspect of Mathemetical Method. Princeton
University Press.
Preece, D., & Ching, S. (2005). The Effect of Electronic Detonators and Precise
Detonation Timing on Blasting Induced Rock Movement. ISEE -
International Society of Explosives Engineers.
Preece, D., & Lownds, C. (2009). 3D Computer Simulation of Bench Blasting with
Precise Delay Timing. Blasting and Fragmentation, págs. 227-240.
Pukelsheim, F. (1994). The Three Sigma Rule. The American Statiscian, 1-10.
Reisz, W., McClure, R., & Bartley, D. (2006). Why the 8MS Rule Doesn't Work.
ISEE - International Society of Explosives Engineers.
Rosario, A., González, R., & Viejo, B. (2019). Drill and Blast Digitalization. ISEE -
International Society of Explosive Engineers, págs. 221-227.
Santana, A., & Queiró, J. (2010). Introdução à Álgebra Linear. Lisboa: Gradiva.
Scania. (2019). Scania’s new cabless truck runs without a safety driver. Recuperado
el 11 de 10 de 2019, de https://www.scania.com/group/en/a-new-cabless-
concept-revealing-scania-axl/?sf219886182=1
Shapiro, G., & Worsey, P. (2019). Burden Profiling: Do You Measure What You
Think You Do? ISEE - International Society of Explosives Engineers, págs.
387-396.
144
Bibliografía
Tamir, R., & Everett, J. E. (2018). A pit to gate multivariable cost control model.
12Th International Symposium on Rock Fragmentation by Blasting (págs.
363-372). Lulea, Sweden: Lulea University of Technology.
Tan, P.-N., Steinbach, M., & Kumar, V. (2005). Introduction to Data Mining.
Teowee, G., & Lansburg, D. (2011). Blasting Topologies for Electronic Initiation
Systems. ISEE - International Society of Explosives Engineers.
Wheeler, R. (1988). How Millisecond Delay Periods may Enhance or Reduce Blast
Vibration Effects. Mining Engineering Vol. 40, no. 10, 969-973.
Wiseman, T., & Rorke, T. (2015). Using Photogrammetry and UAVs for Pattern
Optimization, Quantification, and Mapping. ISEE - International Society of
Explosives Engineers.
Zhao, M., Yu, H., Liu, Q., He, X., Zhang, G., & Liu, J. (2019). Intelligent design
software for open bench blasting. EFEE - European Federation of Explosive
Engineers, págs. 275-287.
145