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CURSO: ADMINISTRAÇÃO
LINHA DE PESQUISA: Estratégia e inovação
ÁREA: Estratégia e inovação
Brasília
2017
AUGUSTO PIMENTA DE ARAUJO
Brasília
2017
AUGUSTO PIMENTA DE ARAUJO
Banca Examinadora
___________________________________________
Prof. (a):
Orientador(a)
___________________________________________
Prof. (a):
Examinador(a)
___________________________________________
Prof. (a):
Examinador(a)
Brasília
2017
COMO O DESIGN THINKING CONTRIBUI NO PROCESSO DE
INOVAÇÃO EM UMA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA
RESUMO
O cenário econômico atual vem obrigando as empresas a buscarem soluções
eficazes que as mantenham competitivas no mercado. Nesse sentido, a inovação
vem se mostrando o caminho mais eficiente para que as organizações se adequem
às dinâmicas cada vez mais exigentes desse cenário, não somente como a
declaração de uma ideia inventiva, mas principalmente como uma aplicação inédita,
seja de produto, serviço ou solução que gere valor. Nas últimas décadas, diversos
autores vêm buscando sintetizar em uma mesma abordagem tanto o pensamento
intuitivo quanto o analítico dos designers. Nesse contexto, dois autores, Kelley e
Brown, passam, em fins do sec. XX e início do sec. XXI, a utilizar o termo design
thinking para essa metodologia, espalhando a ideia mundo afora. Assim, deste
trabalho foi investigar o design thinking como uma metodologia eficaz na busca e na
implantação de novas ideias em organizações. A metodologia utilizada foi um estudo
de caso unitário holístico junto a uma instituição financeira, utilizando um
questionário com vinte e três perguntas, aplicado a um gerente e dois assessores. O
resultado obtido foi de que, ao implementar o design thinking no desenvolvimento de
novos produtos e soluções, a empresa mostrou sua grande capacidade de se
manter competitiva no mercado e ainda se beneficiou com menos gastos e mais
capacidade de realizar novos negócios por meio da integração de funcionários e
clientes.
1
Breve currículo do autor e endereço de e-mail.
2
Breve currículo do orientador e endereço de e-mail.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1
2. REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 2
2.1 Inovação ........................................................................................................... 2
2.2 Design thinking ................................................................................................. 6
3. METODOLOGIA .................................................................................................. 12
4. RESULTADOS .................................................................................................... 14
4.1 Buscando vantagem competitiva .................................................................... 14
4.2 Gerando inovação ........................................................................................... 15
4.3 Proporcionando eficiência nos processos da instituição financeira ................. 16
4.4 Promovendo facilidade para os clientes .......................................................... 17
4.5 Interagindo com os clientes............................................................................. 17
4.6 Trabalhando em equipe .................................................................................. 18
5. DISCUSSÃO ........................................................................................................ 19
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 21
7. REFERÊNCIAS ................................................................................................... 22
8. ANEXOS .............................................................................................................. 23
1
1 INTRODUÇÃO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Inovação
Atualmente, algumas organizações possuem dificuldades em lidar com o
mercado levando em consideração a necessidade na busca por inovação para
resultar em um diferencial em seus produtos, serviços e processos internos.
Antes de entender o conceito de inovação, vale lembrar que ele geralmente é
confundido com invenção. Os termos são diferenciados por Schumpeter (1983), que
diz que a invenção está ligada à inovação. Invenção é a ideia em si prototipada,
projetada ou planejada, mas não necessariamente inserida no mercado, já a
inovação, está atrelada na inserção no mercado. Melo e Abelheira (2015) dizem que
“inovação é considerada uma invenção que gera resultado e valor.”.
Bessant e Tidd (2007, p.23) conceituam que “a inovação não só requer a
abertura de novos mercados, mas também exige a implementação de novas formas
de servir àqueles já estabelecidos e maduros.”.
Já Tennyson e Alt (2012) afirmam que inovar é transformar ideias em valor.
Isso tem relação direta com a geração de soluções que transformam a maneira
como as pessoas vivem tendo atuação no seu meio de trabalho e, principalmente,
equilibram benefícios para negócios e sociedade.
Segundo Bautzer (2009, p.1) a inovação “não é apenas um poder “inventivo”
característico das pessoas, mas sim um complexo mecanismo capaz de traduzir
processos em vantagens competitivas duradouras para as organizações.”
3
início do projeto, é indispensável para sustentar um alto nível de criatividade. Ele cita
três critérios para visualizar melhor essas restrições: praticabilidade (o que é
possível fazer no prazo definido), viabilidade (o que pode se tornar parte de um
modelo de negócios sustentável) e desejabilidade (o desejo que o consumidor tem e
que faça sentido para as pessoas).
Melo e Abelheira (2015) comentam que o design thinking é sustentado por
três pilares: empatia, colaboração e experiência. Empatia é o nome que se dá à
capacidade que temos de compreender e vivenciar os sentimentos das outras
pessoas, ou seja, compreender os desejos delas. Dentro do design thinking,
entender o que as pessoas querem é de extrema importância, pois é justamente
uma metodologia com foco nas pessoas. Em seguida vem o pilar da colaboração. É
um dos pontos principais do design thinking, uma vez que a mesma é uma
metodologia que trabalha em equipe, reunindo várias ideias e necessitando do
feedback do consumidor final do produto. Por fim, a experimentação tem o objetivo
de reduzir riscos. Experimentar para verificar como o público se comporta com
determinado produto ou serviço deve estar presente desde o início do processo, e é
fundamental, podendo eliminar erros e diminuir custos.
Além dos pilares, Melo e Abelheira (2015) descrevem o processo do design
thinking levando em consideração três fases: imersão, ideação e prototipação.
A fase de imersão busca compreender as necessidades do cliente de uma
forma profunda, levando em consideração os sentimentos e reações dos mesmos. A
melhor forma de sintetizar tudo isso e entender algumas situações pessoais dos
consumidores é praticando a empatia.
Durante a fase de ideação o propósito é juntar o máximo de ideias possíveis
de fontes diferentes, para posteriormente selecioná-las e adequá-las ao projeto.
Nessa etapa muitas ideias surgem, pois não existem restrições às ideias propostas à
equipe, promovendo que ela trabalhe com a criatividade de seus integrantes.
Na etapa de prototipação, será onde as ideias serão testadas de várias
formas e analisadas, com o intuito de identificar oportunidades e dificuldades, extrair
as mais viáveis e confirmar as que mais podem ter impactos relevantes nos
resultados.
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3 METODOLOGIA
O método escolhido nesse trabalho foi o estudo de caso unitário holístico. A
escolha do método justifica-se por ele promover um entendimento maior sobre o
contexto que o assunto está inserido. Yin (1994, p.21) diz que “o estudo de caso
permite uma investigação para se preservar as características holísticas e
significativas da vida real.”. Trata-se de um método baseado em várias fontes de
evidências, gerando muito mais variáveis de interesse do que dados.
No estudo de caso é feita uma pergunta do tipo “como” ou “por que” com o
intuito de examinar acontecimentos contemporâneos relevantes. Yin (1994) diz que
isso faz com que a metodologia contribua para a compreensão dos fenômenos
individuais, organizacionais, sociais e políticos.
Existem três tipos diferentes de estudo de caso: os estudos causais ou
analíticos, os descritivos e os exploratórios.
Exploratório: tem o objetivo de explorar o tema, confrontando a teoria com a
realidade observada.
Analíticos: o objetivo é problematizar ou produzir novas teorias o problema
com o intuito de desenvolver uma nova teoria para confrontar com uma já existente.
Descritivo: tem como o objetivo principal descrever o estudo de caso.
Esse trabalho caracteriza-se como um estudo de caso exploratório, pelo fato
de ter sido explorado os temas (inovação e design thinking) e posteriormente ter sido
confrontado com a realidade observada dentro da organização que utiliza a
metodologia.
Além disso, Yin (2015) discute seis fontes de evidências: a documentação, os
registros em arquivos, entrevistas, observação direta, observação participante e os
artefatos físicos.
Para a coleta de dados deste trabalho, foi feita uma entrevista com três
participantes (discussão em grupo), tendo como base um roteiro semi-estruturado
feito a partir do referencial teórico sobre inovação e design thinking subdivididos nas
categorias: inovação, design thinking, dificuldades e resultados.
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Durante esta etapa foi realizada uma entrevista com um gerente de uma
instituição financeira, que aplica o design thinking em seus processos de inovação e
soluções, e outros dois assessores.
Segundo Yin (2015) os pontos fortes da entrevista são que ela é direcionada,
ou seja, o foco é o tópico do estudo de caso, e que durante a entrevista é possível
fazer perguntas de forma espontânea, proporcionando mais fluidez e a inserção de
novas perguntas que possam acabar aparecendo no meio da conversa.
Além da entrevista, foram utilizadas outras fontes de evidências, como a
observação direta (no que diz respeito ao ambiente de trabalho) e o acesso a alguns
documentos como conversas registradas com alguns clientes.
Para o tratamento de dados foi utilizada a teoria fundamentada de dados,
mais conhecida como grounded theory. Essa é uma metodologia que permite,
depois de codificada e analisada, entender uma determinada situação para gerar
teoria, no caso, essa situação foi a entrevista feita. Em resumo, a grounded theory
busca sintetizar o que os entrevistados disseram para desenvolver uma teoria,
(CHARMAZ, 2006).
Para definir a estrutura analítica que será a base da análise é necessário
codificar. Charmaz (2006, p.69) diz que “codificar significa categorizar segmentos de
dados com uma denominação concisa que, simultaneamente, resume e representa
cada parte dos dados.”. É a partir da codificação que é definido o que ocorre nos
dados e é feita uma interpretação para os acontecimentos, ligando assim a coleta de
dados e o desenvolvimento de uma teoria.
Charmaz (2006) define duas fases principais para a codificação, a inicial, na
qual se denomina cada palavra, linha ou segmento dado, e a fase focalizada e
seletiva, que utiliza os códigos iniciais para classificar, sintetizar, integrar e organizar
grandes quantidades de dados.
A codificação escolhida para tratamento de dados desse trabalho foi a
incidente por incidente. Charmaz (2006) diz que esse tipo de codificação parte de
uma comparação dos incidentes com a conceitualização dos incidentes codificados
anteriormente. Com isso, foi possível identificar as propriedades dos conceitos
levantados, além de permitir compará-los e relacioná-los com a teoria vista na
primeira parte do trabalho.
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4 RESULTADOS
A Tabela 1 apresenta uma organização dos códigos gerados a partir da
discussão em grupo feita em campo. Foram identificados seis códigos: buscando
vantagem competitiva, gerando inovação, focando no cliente, repensando
processos, interagindo com clientes e trabalhando em equipe, para dessa forma,
resumir, representar e interpretar os acontecimentos observados e auxiliar na
análise qualitativa desse trabalho.
Tabela 1: Códigos.
Códigos
Buscando vantagem competitiva
Gerando inovação
Proporcionando eficiência nos processos da instituição financeira
Promovendo facilidade com eficiência
Interagindo com clientes
Trabalhando em equipe
Fonte: Produzida pelo autor.
Mesmo não tendo padrão, gerar inovação tem promovido impactos sociais em
todo o país buscando atender os desejos dos seus clientes. Dessa forma a busca
por ferramentas, metodologia e abordagens, para gerar inovação, é necessária. No
trecho seguinte um assessor disse que “o desing thinking tem ajudado a propôr
soluções de inclusão social em que nós temos a bancarização das pessoas, no
sentido de que elas podem usar os recursos com seus smartphones.”.
Nessa etapa esses clientes selecionados, junto com a equipe de design thinking,
elaboram a etapa de ideação. Depois, são testados os protótipos com esses
mesmos clientes, a fim de entender como o produto, serviço ou solução se comporta
perante o uso.
Durante todo o processo é possível receber feedbacks dos clientes e produzir
brainstorming junto aos usuários. Isso permite a compreensão do que seria ideal
para satisfazer o cliente, promovendo assim, um maior índice de assertividade para
os produtos, serviços e soluções propostas.
faz com que o esforço seja dividido de forma mais uniforme e temos mais
tempo para analisar muitas outras variáveis.”.
e Abelheira (2015, p.172) dizem que “inovação usa criatividade na abordagem dos
problemas, aliada à disciplina e à diligência na execução, para gerar algo melhor.”.
Com a função de auxiliar, o design thinking ocupa um papel importante no
processo de gerar inovação (MELO e ABELHEIRA, 2015). Brown (2009)
contextualiza que as empresas estão utilizando o design thinking para intensificar
suas iniciativas de inovação, e com isso, impulsionar seu crescimento, o que pode
ser comprovado quando a organização analisada diminui seus custos com a criação
de novos produtos inovadores e ainda assegura aos seus funcionários mais tempo
para realização de novos negócios.
Segundo Brown (2009, p.163) “a transformação de uma cultura tradicional de
negócios a uma cultura centrada na inovação e orientada pelo design envolvem
atividades, decisões e atitudes.”. À medida que a instituição investe na utilização do
design thinking em suas diversas áreas de atuação e que a área executiva incentiva
e patrocina o seu uso de maneira generalizada na empresa, é somente uma questão
de tempo para que a metodologia se estabeleça no cotidiano e crie uma nova
cultura. Para Melo e Abelheira (2015) é extremamente necessário ter coragem e
patrocínio. Sem essas duas coisas não há inovação.
Porém, a adoção dessa metodologia demanda tempo e esforço da
organização. “É preciso cautela. A mudança necessária é profunda e cultural.
Portanto, difícil de ser implantada com sucesso rapidamente.” (MELO e
ABELHEIRA, 2015). Caso a equipe não esteja preparada, podem ocorrer falhas na
concepção do problema e na execução dos projetos, comprometendo o resultado
esperado. (MELO e ABELHEIRA, 2015). Por isso a grande importância em capacitar
seus funcionários com o apoio do alto escalão, como o que ocorre na organização
analisada.
Para Brown (2009, p.215), “como o design thinking equilibra as perspectivas
dos usuários, da tecnologia e dos negócios, é, por natureza, integrador.”. A
preocupação da empresa com a inserção do cliente durante todas as fases de
criação do produto (empatia, definição, ideação, prototipação e testes) demonstra
seu interesse em se aproximar, se integrar e buscar a visão do usuário, que é quem
vai mantê-la no mercado. Segundo Melo e Abelheira (2015, p.178) “design thinking
amplia justamente o valor da participação do cliente nos produtos e serviços.”.
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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho buscou, através do desenvolvimento de um referencial
teórico sobre inovação e design thinking, e discussão em grupo com três
funcionários de uma instituição financeira, entender como o design thinking pode
influenciar no processo de inovação dentro de uma empresa.
Percebe-se que o uso da metodologia possibilitou uma aproximação da
organização com o cliente, fazendo com que os seus serviços, produtos e soluções
tenham um diferencial perante os seus concorrentes. Além disso, proporcionou
integração e a diminuição de tempo na execução de tarefas dos seus funcionários.
Com isso o problema de pesquisa foi respondido e todos os objetivos
alcançados. O design thinking auxiliou a instituição financeira a ser inovadora em um
mercado já saturado de produtos e serviços financeiros, a demonstrar o real
interesse e a grande capacidade de se manter competitivo. Ao implementar o design
thinking de maneira estratégica a empresa não só inovou, como também se
beneficiou com menos gastos e maior capacidade de realiza novos negócios.
Pesquisas futuras podem aprofundar o presente trabalho abordando
quantitativamente cada uma das fases do design thinking.
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REFERÊNCIAS
BAUTZER, Deise. Inovação: Repensando as Organizações. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522464777/ Acesso em 20
mar 2017.
BROWN, Tim. Design Thinking: uma metologia ponderosa para decretar o fim das
velhas ideias. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
ANEXOS
Questionário
Para auxiliar na coleta de dados desse trabalho foram identificadas quatro
vertentes. Foram elaboradas perguntas nas quais tem o intuito de auxiliar no
entendimento sobre o problema de pesquisa “como o design thinking influencia no
processo de inovação dentro de uma empresa”. O questionário é dividido em quatro
seções sendo inovação, design thinking, dificuldades e resultados respectivamente.
O questionário elaborado foi aplicado com um gerente e dois acessores que
fazem parte do processo de inovação e fizeram parte da equipe que fez parte do
processo que implementou o design thinking no processo de inovação.
O questionário é semi-estruturado, tem como função guiar a entrevista feita
com as pessoas disponível e selecionadas e tem vinte e três perguntas como base.
INOVAÇÃO
1- A empresa busca inovar para ter diferencial no mercado? Como?
2- Quais são as dificuldades que se tem para inovar atualmente?
3- Como é vista a relação inovação/vantagem competitiva?
4- Como você vê inovar? É necessário?
5- O processo de inovar pode ser padronizado? Ele é? Como?
6- Inovar faz parte da rotina da empresa? Como?
DESIGN THINKING
7- Como funcionou a implementação do Design Thinking na empresa? Quais
projetos foram apresentados que utilizaram essa metodologia?
8- Como o Design Thinking influenciou no processo de inovação do projeto
X?
9- Quantas etapas foram realizadas durante a aplicação do design thinking?
10- Como se deu a etapa de criar empatia com o cliente? Foi utilizado algum
banco de dados?
11- Na etapa de definição do problema quais foram as maiores dificuldades?
12- Como foi conduzida a equipe durante a fase de ideação?
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DIFICULDADES
17- O Design Thinking ajudou no processo de inovação? Como?
18- Foi contratado alguém para implementar a metodologia? Houve
treinamento posteriormente?
19- Quais foram as maiores dificuldades durante o projeto?
RESULTADOS
20- Os resultados depois da implementação do design thinking foram
satisfatórios? Por que?
21- Foi percebida alguma mudança na forma de inovar da empresa depois da
implementação do design thinking? Quais?
22- Como a empresa se comporta hoje em dia após a implementação dessa
metodologia em relação ao processo de inovação?
23- Quais foram os impactos sociais, econômicos e ambientais que a
metodologia proporcionou?