Saude Mental Dos Profissionais de Saude
Saude Mental Dos Profissionais de Saude
Saude Mental Dos Profissionais de Saude
Ijuí - RS
2021
KELIN TAÍNE GERLACH
Ijuí - RS
2021
KELIN TAÍNE GERLACH
Aprovado em ___/___/___
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________________
Ana Maria de Souza Dias (Orientadora)
Docente do Curso de Psicologia - UNIJUÍ
________________________________________
Carolina Baldissera Gross
Docente do Curso de Psicologia - UNIJUÍ
Dedico este trabalho a todos os
profissionais da saúde que acreditam na
possibilidade do trabalho dentro do Sistema Único
de Saúde (SUS).
“Não posso imaginar que uma vida sem trabalho seja capaz de trazer qualquer
espécie de conforto. A imaginação criadora e o trabalho para mim andam de mãos
dadas; não retiro prazer de nenhuma outra coisa”.
(Sigmund Freud, 1910)
LISTA DE ABREVIATURAS
AB – Atenção Básica
Neste estudo apresenta-se a história da saúde pública a partir da Reforma Sanitária e a criação
do Sistema Único de Saúde (SUS), descrevendo as implicações no trabalho dos profissionais
da área da saúde. A finalidade é compreender como os mesmos lidam com sua saúde mental
em relação ao trabalho e quais fatores causam prazer/sofrimento, considerando os aspectos que
envolvem a equipe, a gestão, o funcionamento e a organização da rede básica de saúde. O
objetivo geral deste estudo visa uma revisão teórica acerca do trabalho e das relações
trabalhistas ao longo da história. Acredita-se que é de suma importância contextualizar os fatos
históricos para uma melhor compreensão do que está acontecendo na atualidade. O estudo é
desenvolvido a partir de uma pesquisa bibliográfica, cujos conceitos abordados são de autores
que trabalham com o tema. Assumir profissões que envolvem o cuidado implica em uma
relação repleta de ambiguidades, como a de conviver com a tênue linha que separa as relações,
profissional e pessoal, e o meio. Estudar o tema abre possibilidades de mudanças para os
profissionais no que remete ao conhecimento de si e a importância do autocuidado. É
importante que o profissional da saúde tenha condições prazerosas de trabalho, para que os
pacientes sejam bem acolhidos e cuidados.
INTRODUÇÃO 10
2 CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA 23
CONSIDERAÇÕES FINAIS 28
REFERÊNCIAS 31
10
INTRODUÇÃO
Este tema fez-se pertinente a partir do estágio remunerado que se realizou na Secretaria
de Saúde do município de Ijuí, em uma Unidade de Estratégia à Saúde da Família (ESF). Pelas
percepções efetuadas no período de estágio, foi possível atentar-se principalmente às questões
envoltas ao trabalho em equipe, observando que muitos profissionais, que trabalham nesse
ambiente, podem passar por um sofrimento, que em determinados momentos de suas atuações
os coloca em uma posição de vulnerabilidade emocional. Em síntese, o presente estudo tem
como objetivo tematizar sobre a saúde mental desses trabalhadores, sustentando-se no campo
da psicologia como possibilidade contribuição ao que se refere o mal-estar da vida. Também
busca-se encontrar meios para a promoção da saúde mental desses profissionais a partir da ideia
11
de cuidado e como este pode ser feito, tendo em vista a importância de dar atenção para a saúde
mental do profissional desta área.
A produção considerada neste estudo, parte de uma revisão de literatura com base em
um levantamento de dados sobre o tema em pauta. O material selecionado foi lido, analisado e
interpretado. Nesse aspecto, este trabalho consiste em um estudo bibliográfico, de natureza
qualitativa e de cunho exploratório. A coleta das informações foi realizada a partir da análise
de uma fonte secundária de dados, em revistas e artigos publicados no Scientific Electronic
Library Online (SciELO), como também em livros de autores estudados no decorrer do Curso
de Psicologia.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define saúde como “um estado de completo
bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades”. Direito
social, inerente à condição de cidadania, que deve ser assegurado sem distinção de raça,
religião, ideologia política ou condição socioeconômica, a saúde é assim apresentada como um
valor coletivo, um bem de todos.
O debate referente às questões sanitárias veio a ser fomentado em 1976, pelo Centro
Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes), através de uma publicação chamada de Saúde e Debate,
que tomou como premissa o direito à saúde e uma proposta de reforma sanitária. A Abrasco -
Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, criada em 1979, e atualmente
Associação Brasileira de Saúde Coletiva, também desempenhou um papel importante na
história da saúde. A associação conseguiu mobilizar várias áreas da saúde para discutirem entre
si sobre posturas e práticas diferentes sobre o tema.
por Antônio Sérgio da Silva Arouca, que na altura era o presidente da Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz). Foi discutido o direito universal de acesso à saúde e centenas de pessoas, de vários
segmentos da sociedade, debateram sobre um novo modelo de saúde para o nosso País, que
compreendia revisão de leis e financiamento, entre outros.
Arouca (1986) destaca que a saúde começa a ganhar uma dimensão muito maior do que
simplesmente uma questão de hospitais, de medicamentos. Ela se supera e quase que significa,
num certo instante, o nível e qualidade de vida, algumas vezes qualidade de vida ainda não
conseguida, mas sempre desejada. As palavras de Arouca na VIII Conferência Nacional de
Saúde mostram a diferente forma de olhar para a saúde, que foi uma das conquistas da reforma
sanitária brasileira.
O Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos maiores e mais complexos sistemas de saúde
pública do mundo, abrangendo desde o simples atendimento para avaliação da pressão arterial,
por meio da Atenção Primária, até o transplante de órgãos, garantindo acesso integral, universal
e gratuito para toda a população do país. Com a sua criação, o SUS proporcionou o acesso
universal ao sistema público de saúde, sem discriminação. A atenção integral à saúde, e não
somente aos cuidados assistenciais, passou a ser um direito de todos os brasileiros, desde a
gestação e por toda a vida, com foco na saúde como qualidade de vida, visando a prevenção e
promoção da saúde.
estabelecer um conjunto de ações desde a prevenção até a assistência curativa nos diversos
níveis de complexidade.
Universalidade: significa que todos os brasileiros têm direitos aos serviços de saúde que
necessita, independente da complexidade, custo ou atividade, considerando que o
financiamento da saúde é feito do dinheiro que pagamos em vários impostos, o que pode ser
chamado de financiamento solidário que é responsabilidade de toda sociedade e entidades
federais.
A gestão das ações e dos serviços de saúde deve ser solidária e participativa entre os
três entes da Federação: a União, os Estados e os Municípios. A rede que compõe o SUS é
ampla e abrange tanto ações quanto os serviços de saúde. Engloba a atenção primária, média e
de alta complexidade, os serviços de urgência e emergência, a atenção hospitalar, as ações e
serviços das vigilâncias epidemiológica, sanitária e ambiental e assistência farmacêutica.
Dessa forma, deve-se considerar as mudanças nos processos de trabalho que objetivam
a melhoria dos indicadores de saúde, do acesso aos usuários e dos resultados do sistema de
saúde. O SUS, sendo um sistema alicerçado e organizado a partir da Atenção Primária à Saúde,
se encontra em permanente busca pela melhoria do cuidado.
generalistas, sem formação específica em saúde da família, atendem uma população com ênfase
em consultas médicas e de enfermagem. Há o modelo Semachko, oriundo da experiência russa
bolchevique de organização em cuidados primários, providos por uma tríade de médicos
especialistas: médico clínico, gineco-obstetra e pediatra. Há o modelo conhecido como
Medicina de Família e Comunidade Estrito Senso, calcado nos modelos europeu e canadense,
nos quais a centralidade do cuidado faz-se por meio de consultas médicas propiciadas por
especialistas em medicina de família e comunidade. E existe, ainda, o modelo de Estratégia de
Saúde da Família, ainda não hegemônico, em que o cuidado primário está centrado em uma
equipe multiprofissional, trabalhando de forma interdisciplinar e por meio de um conjunto
ampliado de encontros clínicos que envolvem consultas individuais e atividades em grupo. Há,
por fim, modelos mistos que articulam alguns desses diferentes modelos em uma única equipe
de saúde da família (MENDES, 2012).
A Atenção Secundária à Saúde pode ser considerada como suporte à Atenção Primária,
atuando no atendimento ambulatorial especializado e em casos que não são de urgência e
emergência, que é o caso da Atenção Especializada, realizada principalmente em hospitais.
Nesse nível tem-se os serviços médicos especializados de apoio diagnóstico e terapêutico: raio-
X, tomografia computadorizada e alguns exames laboratoriais.
Em 1994, pelo Ministério da Saúde foi criado o Programa de Saúde da Família como
forma de reorganização da atenção básica, sendo aprimorado posteriormente como Estratégia a
Saúde da Família, partindo dos preceitos do Sistema Único de Saúde, a qual é considerada como
estratégia de expansão, por favorecer uma reorientação do processo de trabalho com maior
potencial de aprofundar os princípios, diretrizes e fundamentos da atenção básica, de ampliar a
resolutividade e impacto na situação de saúde das pessoas e coletividades, além de propiciar
uma importante relação custo-efetividade.
responsabilidade integral da população que reside na sua área delimitada. A partir disso, a
família passou a ser o foco da atenção como unidade de ação programática de saúde, não só
olhando o indivíduo, mas proporcionando cobertura para o espaço familiar.
As RAS são sistematizadas para responder a condições específicas de saúde, por meio
de um ciclo completo de atendimentos que implica a continuidade e a integralidade da atenção
à saúde nos diferentes níveis: Atenção Primária, Secundária e Terciária. Além disso, são
organizações poliárquicas de conjuntos de serviços de saúde, vinculados entre si por uma
missão única, por objetivos comuns e por uma ação cooperativa e interdependente, que
permitem ofertar uma atenção contínua e integral a determinada população, coordenada pela
APS – prestada no tempo certo, no lugar certo, com o custo certo, com a qualidade certa, de
forma humanizada, segura e com equidade –, com responsabilidades sanitária e econômica pela
população adscrita e gerando valor para essa população (MENDES, 2011).
profissional a ser olhado é quem cuida e, por isso, pode ser colocado em uma posição de ter que
manter estável a saúde física e mental, o que certamente pode ser um equívoco, pois o
sofrimento é inerente e, por vezes, necessário ao ser humano.
Nessa questão há um certo esquecimento quanto aos profissionais da saúde, sejam eles
médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, agentes epidemiológicos, agentes
comunitários de saúde, dentistas, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas e demais
profissionais da área, pois necessita-se frisar que todos sofrem e precisam de cuidado, uma vez
que estão diariamente em contato com situações de doenças físicas e emocionais dos pacientes,
além das próprias demandas.
fragilidade, seja pela “síndrome de invulnerabilidade médica”1, seja ainda, por não serem
ouvidos.
Diante desse cenário, ao pensar nesses profissionais que estão à frente do combate à
pandemia do COVID-19, a Secretaria de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde
disponibilizou, um canal (TelePSI) para teleconsulta² psicológica para estes trabalhadores. A
iniciativa foi um reconhecimento da necessidade de apoio a esses profissionais que, pelo
trabalho intenso, com riscos elevados de contaminação e enfrentando condições adversas,
podem ter transtornos psicológicos como: sintomas de ansiedade, depressão, irritabilidade,
transtorno de estresse agudo, Síndrome de Burnout, dentre outros.
O projeto está sendo realizado em parceria com o Hospital das Clínicas de Porto Alegre
e conta com uma central de teleconsulta formada por profissionais da Psicologia e Psiquiatria.
Esse projeto prevê o desenvolvimento de estratégias de teleintervenção embasadas em
evidências científicas, na avaliação da eficácia das diversas formas de teleintervenção no
tratamento de problemas de saúde mental relacionados à infecção por SARS-CoV-2 e para a
prevenção de futuros problemas de saúde mental.
1 Condição clínica em que o médico acredita que somente os pacientes são vulneráveis, pois doenças podem atingi-
los, mas não a ele mesmo. Por acreditar em sua invulnerabilidade, o profissional negligencia os cuidados com sua
própria saúde.
² Teleatendimento ou teleconsulta é qualquer tipo de atendimento realizado por áudio e/ou vídeo entre profissionais
de saúde.
22
Assim como nos casos clínicos singulares, onde o paciente já está em sofrimento
psíquico, ao deparar-se com algum acontecimento de forte impacto emocional, seus sintomas
podem ser potencializados, tomando em alguns casos, um formato de pânico ou tragédia. No
caso em questão, é possível considerar que diariamente os profissionais vivenciam situações
que lhes afetam e ao deparar-se com a situação da pandemia, muitos são vítimas do mesmo
efeito.
2. CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA
A morte, a perda e o luto são habituais, bem como o sofrimento causado pelo cotidiano,
porém, nem sempre estes inevitáveis eventos implicam diretamente na vida em sociedade.
Milhões de pessoas morrem todos os dias, no entanto, o ser humano se adapta ao fato quando
este acontece fora de sua bolha social, mas, naturalmente, sofre quando ocorre em seu convívio.
A morte não é um fenômeno individual, mas coletivo, que não envolve apenas a família do
indivíduo, senão toda equipe médica que cuida do paciente até a hora do óbito.
Desta maneira, devido ao caráter preventivo que as Unidades Básicas de Saúde (UBS)
oferecem para a integridade da saúde coletiva, é necessário considerar que o profissional deve
ser respaldado emocionalmente. O Sistema Único de Saúde (SUS) deve ser pensado como um
conjunto, de forma que o profissional e o paciente sejam tratados de maneira equivalente.
No entanto, embora tenha sido proposto por Freud inicialmente, o trabalho não se daria
pelo prazer, mas pela necessidade e disposição do indivíduo de vender seu tempo e força, e por
meio disso receber uma recompensa em troca que atenda sua necessidade. Portanto, a busca
pelo prazer no trabalho e a saída para o desprazer é um desejo constante para o sujeito diante
das exigências que a organização e a civilização lhe conferem, e o trabalho se torna um meio
de sobrevivência e não fonte de prazer como em tese.
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2 Abordagem científica, desenvolvida na França na década de 1980 pelo psicanalista Christophe Dejours, que
investiga os mecanismos de defesa dos trabalhadores frente às situações causadoras de sofrimento decorrentes da
organização do trabalho.
28
De acordo com Ferraz (1997, p. 74) “devido a uma série de distorções que vamos
encontrar na relação do homem com o seu trabalho, os canais que possibilitam a ocorrência da
sublimação se acham, na maioria das vezes, total ou parcialmente bloqueados”.
A partir das ideias do autor pode-se considerar as diversas formas de relação que o
sujeito tem com o trabalho e em certos casos, de acordo com Dejours (1994) o trabalhador cria
estratégias defensivas que conforme ele são como regras de condutas construídas, que “variam
de acordo com as situações de trabalho, sendo marcadas pela sutileza, engenhosidade,
diversidade e inventividade, fazendo com que os trabalhadores suportem o sofrimento sem
adoecer”.
Dejours (2006) propõe que as estratégias defensivas cumprem papel paradoxal na saúde
do trabalhador, representando uma maneira de proteção da saúde mental contra os efeitos do
sofrimento podendo ser uma armadilha que insensibiliza o sujeito contra aquilo que gera
sofrimento ou um sistema de ideias defensivo, conduzindo a um processo de alienação ou
distanciamento. Tais estratégias são uma modalidade de adaptação e resistência às pressões
advindas da organização do trabalho e seus modelos de gestão.
Conforme Freud, o trabalho se coloca como um meio do sujeito lidar com o desamparo
e o meio social. Reconhecer o desamparo durante a vida faz o sujeito se ver na necessidade da
existência de um “pai”, poderoso, protetor das angústias da vida. É neste sentido que o
trabalhador se relaciona com a instituição, como se ela além de lhe prover, lhe protege do
desamparo. Porém, ao modo que encontra um “pai” protetor, provedor, todo-poderoso, que dita
29
as regras e metas, também encontra seu castrador, que compromete sua saúde física e psíquica
e quando, enfim se liberta, não encontra sentido no trabalho.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A psicologia tem capital importância nas situações relacionadas à saúde do ser humano
e o psicólogo, como profissional da promoção da saúde, atua tanto na prevenção como no
tratamento. Nessa direção, tratando as questões relacionadas à saúde psíquica do profissional
da saúde, o psicólogo atuará na prevenção do agravamento e permanência de determinados
problemas psicológicos. Contribui, assim, para que, a partir dos prazeres e desprazeres desse
trabalho, o profissional da saúde possa encontrar recursos que lhe permita continuar trabalhando
de forma saudável e cuidando de si.
encontram prazer no que fazem. Esse trabalho permite ao cuidador construir uma relação única
com o paciente, proporcionando-lhe sentimentos de cura e alívio; e esse reconhecimento faz
esses profissionais se sentirem gratificados com/em suas profissões.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção,
proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços
correspondentes e dá outras providências. In: Diário Oficial da União. 1990. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8080.htm Acesso em: 07 set 2020.
COELHO, K. Política Nacional de Atenção Básica - PNAB | Aula atualizada 2020 | Profª.
Kelly Coelho. 2020. (5h36m40s). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=W-
5PaDMSd00 Acesso em: 22 out. 2020
PAIM, J, Travassos C, Almeida C, Bahia L, Macinko J. The Brazilian health system: history,
advances, and challenges. Lancet 2011; 377(9779):1778-1797. apud. VIACAVA, F. et. al.
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Saúde Colet. 2018. Disponível em: https://www.scielosp.org/article/csc/2018.v23n6/1751-
1762/pt/# Acesso em: 12 out. 2020.
VIACAVA, F. et. al. SUS: oferta, acesso e utilização de serviços de saúde nos últimos 30
anos. Rev. Ciênc. Saúde Colet. 2018. Disponível em:
https://www.scielosp.org/article/csc/2018.v23n6/1751-1762/pt/# Acesso em: 12 out. 2020.