Sistema de Carga e Partida

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 98

Série automotiva

SISTEMA
DE CARGA
E PARTIDA
Série automotiva

SISTEMA
DE CARGA
E PARTIDA
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI

Robson Braga de Andrade


Presidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor de Educação e Tecnologia

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI

Conselho Nacional

Robson Braga de Andrade


Presidente

SENAI – Departamento Nacional

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor Geral

Gustavo Leal Sales Filho


Diretor de Operações
Série automotiva

SISTEMA
DE CARGA
E PARTIDA
© 2015. SENAI – Departamento Nacional

© 2015. SENAI – Departamento Regional de Santa Catarina

A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, mecâ-
nico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização, por
escrito, do SENAI.

Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI de
Santa Catarina, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por
todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.

SENAI Departamento Nacional


Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

SENAI Departamento Regional de Santa Catarina


Gerência de Educação – GEDUC

FICHA CATALOGRÁFICA

S491s

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.


Sistema de carga e partida / Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
Departamento Nacional, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
Departamento Regional de Santa Catarina. Brasília: SENAI/DN, 2014.
94 p. il. (Série Automotiva).

ISBN 978-85-7519-821-6

1. Automóveis – Equipamento elétrico 2. Bateria I. Serviço Nacional de


Aprendizagem Industrial. Departamento Regional de Santa Catarina II. Título III.
Série

CDU: 629.3.0814

SENAI Sede

Serviço Nacional de Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto


Aprendizagem Industrial Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-
Departamento Nacional 9001 Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
Ilustrações
Figura 1 - Alternador.........................................................................................................................................................12
Figura 2 - Bateria automotiva.........................................................................................................................................13
Figura 3 - Motor de partida.............................................................................................................................................13
Figura 4 - Simbologia da bateria...................................................................................................................................15
Figura 5 - Símbolo do motor de partida....................................................................................................................16
Figura 6 - Símbolo do alternador..................................................................................................................................16
Figura 7 - Diagrama elétrico do sistema de carga e partida...............................................................................17
Figura 8 - Componentes internos da bateria...........................................................................................................22
Figura 9 - Placas e separadores.....................................................................................................................................23
Figura 10 - Bornes da bateria.........................................................................................................................................24
Figura 11 - Composição da bateria..............................................................................................................................25
Figura 12 - Teste de densidade do eletrólito............................................................................................................26
Figura 13 - Bateria em carga...........................................................................................................................................26
Figura 14 - Capacidade Nominal...................................................................................................................................27
Figura 15 - Vista de Corte de Um Alternador ...........................................................................................................34
Figura 16 - Componentes do alternador...................................................................................................................35
Figura 17 - Corrente alternada trifásica......................................................................................................................37
Figura 18 - Diodos retificadores e de excitação.......................................................................................................38
Figura 19 - Regulador de tensão ..................................................................................................................................39
Figura 20 - Esquema elétrico do alternador.............................................................................................................40
Figura 21 - Código alfanumérico do alternador......................................................................................................41
Figura 22 - Chave eletromagnética..............................................................................................................................46
Figura 23 - Induzido do motor de partida.................................................................................................................47
Figura 24 - Componentes do motor de partida......................................................................................................48
Figura 25 - Representação do esquema de funcionamento do motor de partida.....................................49
Figura 26 - Limpeza...........................................................................................................................................................55
Figura 27 - Multímetro analógico e multímetro digital........................................................................................64
Figura 28 - Multímetro digital de alicate....................................................................................................................65
Figura 29 - Medida de corrente elétrica.....................................................................................................................66
Figura 30 - Densímetro.....................................................................................................................................................67
Figura 31 - Densímetro convencional.........................................................................................................................68
Figura 32 - Densímetro digital.......................................................................................................................................68
Figura 33 - Teste de bateria.............................................................................................................................................69
Figura 34 - Carregador de bateria................................................................................................................................70
Figura 35 - Teste de bateria.............................................................................................................................................70
Figura 36 - Bancada de teste..........................................................................................................................................72
Figura 37 - Paquímetro.....................................................................................................................................................81
Figura 38 - Micrômetro.....................................................................................................................................................82
Figura 39 - Multímetro......................................................................................................................................................83

Quadro 1 - Unidades de medidas elétricas...............................................................................................................80

Tabela 1 - Características técnicas de baterias.........................................................................................................29


Sumário
1 Introdução...........................................................................................................................................................................9

2 Introdução ao Sistema de Carga e Partida............................................................................................................11


2.1 princípios e características .......................................................................................................................12
2.2 Função..............................................................................................................................................................14
2.3 Funcionamento.............................................................................................................................................14
2.4 Diagrama elétrico.........................................................................................................................................15
2.4.1 Simbologia...................................................................................................................................15
2.4.2 Ligações.........................................................................................................................................16

3 Bateria.................................................................................................................................................................................21
3.1 Definição.........................................................................................................................................................22
3.2 Funcionamento.............................................................................................................................................26
3.3 Tipos e características.................................................................................................................................27
3.4 Aplicação.........................................................................................................................................................28

4 Alternador.........................................................................................................................................................................33
4.1 Definição.........................................................................................................................................................34
4.2 Tipos e características.................................................................................................................................34
4.3 Função..............................................................................................................................................................35
4.4 Funcionamento.............................................................................................................................................35
4.5 Esquemas elétricos......................................................................................................................................40
4.6 Aplicação.........................................................................................................................................................40

5 Motor de Partida.............................................................................................................................................................45
5.1 Definição.........................................................................................................................................................46
5.2 Tipos e características.................................................................................................................................47
5.3 Funcionamento.............................................................................................................................................49
5.4 Aplicação.........................................................................................................................................................50

6 Manutenção no Circuito de Carga, Partida e Seus Componentes................................................................53


6.1 Desmontagem...............................................................................................................................................54
6.2 Limpeza............................................................................................................................................................54
6.3 Inspeção..........................................................................................................................................................55
6.4 Diagnóstico de falhas.................................................................................................................................56
6.5 Reparação e substituição..........................................................................................................................56
6.6 Montagem......................................................................................................................................................57
6.7 Testes................................................................................................................................................................57
6.8 Requisitos e normas ambientais e de segurança relacionadas aos sistemas
de carga e partida...............................................................................................................................................58
7 Instrumentos de Medição e Equipamentos de Teste.........................................................................................63
7.1 Multímetro......................................................................................................................................................64
7.1.1 Tipos................................................................................................................................................64
7.1.2 Características.............................................................................................................................65
7.1.3 Utilização......................................................................................................................................66
7.2 Densímetro.....................................................................................................................................................67
7.2.1 Tipos................................................................................................................................................67
7.2.2 Características.............................................................................................................................68
7.3 Equipamento de teste de carga e descarga da bateria..................................................................69
7.3.1 Tipos................................................................................................................................................69
7.3.2 Características.............................................................................................................................70
7.3.3 Utilização......................................................................................................................................71
7.4 Equipamento de teste de alternador....................................................................................................71
7.4.1 Tipos................................................................................................................................................72
7.4.2 Características.............................................................................................................................72
7.4.3 Testes do alternador..................................................................................................................73
7.5 Equipamento de teste de motor de partida.......................................................................................74
7.5.1 Tipos................................................................................................................................................74
7.5.2 Características.............................................................................................................................74
7.5.3 Utilização......................................................................................................................................75
7.5.4 Testes do motor de partida....................................................................................................75

8 Metrologia Aplicada ao Sistema de Carga e Partida..........................................................................................79


8.1 Sistema internacional de unidades........................................................................................................80
8.2 Conversão de unidades..............................................................................................................................80
8.3 Instrumentos de medição.........................................................................................................................81

Referências............................................................................................................................................................................87

Minicurrículo do Autor.....................................................................................................................................................89

Índice......................................................................................................................................................................................91
Introdução

Seja bem-vindo à Unidade Curricular de Sistema de Carga e Partida. Nesta unidade, você
conhecerá aspectos referentes aos sistemas de carga e partida dos veículos automotores.
No século passado, quando o homem queria dar partida no seu automóvel, havia a neces-
sidade de se deslocar até a parte dianteira do automóvel e, com o auxílio de uma manivela,
girar o motor com bastante energia para que, desse modo, ele saísse da inércia e entrasse em
funcionamento.
Atualmente, o motorista do veículo não necessita mais de força, de toda aquela disposição,
e nem da tal manivela, uma vez que o veículo tem um sistema de partida que deixa a função da
manivela para os motores das épocas passadas. Hoje, ela é utilizada somente para a eventual
mudança de um pneu ou outros serviços mecânicos.
Este material foi desenvolvido utilizando linguagem clara e objetiva, visando a facilitar o
seu processo de aprendizagem. Ao final dos seus estudos nesta unidade curricular, você terá
desenvolvido fundamentos técnicos e capacidades sociais, organizativas e metodológicas que
lhe permitirão:
a) interpretar as informações do proprietário quanto às anomalias apresentadas pelo veí-
culo;
b) interpretar os procedimentos e normas técnicas aplicáveis à manutenção do sistema de
carga e partida;
c) reconhecer os diferentes tipos de ferramentas, equipamentos e testes de funcionamento
do sistema de carga e partida;
d) identificar, pela inspeção visual, possíveis falhas;
e) fundamentar tecnicamente a necessidade de serviços adicionais no sistema de carga e
partida;
f) reconhecer e fundamentar tecnicamente a necessidade de manutenção em outros siste-
mas, em função das anomalias apresentadas pelo veículo no sistema de carga e partida,
tendo em vista a orientação ao proprietário.
Lembre-se de que cada dificuldade que surge no percurso do aprendizado é uma oportuni-
dade de ampliar seu conhecimento.
Aproveite, e bons estudos!
Introdução ao Sistema de
Carga e Partida

Neste capítulo, você conhecerá os tipos, características e componentes dos sistemas de car-
ga e partida. Para que você possa compreender melhor esse assunto, serão apresentados os
componentes, sua função, seu funcionamento e procedimentos de testes.
Após a conclusão dos estudos deste capítulo, você será capaz de:
a) reconhecer os componentes do sistema de carga e partida;
b) compreender e aplicar os conceitos eletroeletrônicos do sistema de carga e partida;
c) identificar os componentes de carga e partida;
d) reconhecer funcionamento e anomalias;
e) realizar uma análise precisa e criteriosa durante os procedimentos de teste da carga e
partida.
Ficou interessado? Então continue seu aprendizado, e bons estudos!
SISTEMA DE CARGA E PARTIDA
12

2.1 Princípios e Características

Para garantir que a bateria do veículo permaneça carregada, e ainda forneça


energia elétrica para todos os circuitos e sistemas eletroeletrônicos automotivos,
é necessário um componente que funcione como gerador de energia elétrica.
Esse componente é o alternador.
O Alternador consiste basicamente em transformar um movimento mecânico
rotativo proveniente do motor de combustão interna em eletricidade por meio
da manipulação de um campo magnético gerado durante seu funcionamento.

Conteudista

Figura 1 - Alternador
Fonte: Schervenski Filho (2014)

Caso o alternador não alimente a bateria com energia elétrica, ela irá descarre-
gar, perdendo sua capacidade de alimentar os componentes elétricos do veículo,
tais como o sistema de iluminação, de ignição, de injeção eletrônica etc.

Inicialmente, os veículos utilizavam um gerador de


energia chamado dínamo, mas esse equipamento
CURIOSIDADE necessitava de altas rotações para carregar a bate-
ria; assim, no passado era comum ver automóveis
parados em um semáforo com aceleração alta.
2 INTRODUÇÃO AO SISTEMA DE CARGA E PARTIDA
13

Podem-se visualizar as baterias na figura que segue.

Pellizarro (2013)
Figura 2 - Bateria automotiva
Fonte: Thinkstock (2015)

Sabe-se que em tempos passados o homem tinha que fazer o papel de motor
de partida, utilizando uma manivela que girava esse motor e dava início à partida
para colocá-lo em movimento. Portanto, pode-se dizer que o motor de combus-
tão interna é incapaz de entrar em funcionamento sozinho. Para isso, ele precisa
de um sistema cujo componente chama-se de ‘motor de partida’. O motor de
partida tem a função de tirar o motor da inércia até colocá-lo em funcionamento.
Observe, na figura a seguir, o motor de partida.
Conteudista

Figura 3 - Motor de partida


Fonte: Schervenski Filho (2014)
SISTEMA DE CARGA E PARTIDA
14

2.2 Função

O sistema de carga e partida depende de três componentes. Eles trabalham


juntos, sendo que cada componente tem sua função no sistema. O componente
responsável por suprir a necessidade de armazenamento de energia é a bateria,
e o motor de partida tem a função de girar o motor térmico para que ele entre
em funcionamento. O alternador tem a função de recarregar a bateria e fornecer
a energia para os sistemas de ignição, de iluminação, de injeção, de áudio etc.

Para saber um pouco mais sobre os princípios dos sistemas


SAIBA de carga e partida, e também sobre suas manutenções, você
MAIS pode ler a revista O Mecânico, disponível em bancas e no site
www.revistaomecanico.com.br.

Conheça agora o princípio de funcionamento desse sistema.

2.3 Funcionamento

A partir da energia fornecida pela bateria, a corrente elétrica circula pelo mo-
tor de partida, fazendo com que o impulsor de partida se acople ao volante do
motor, girando o induzido, tirando o motor térmico de inércia e colocando-o em
funcionamento. Esse motor já em funcionamento toca uma polia que, por meio
de uma correia, gira o rotor do alternador. Nesse momento, o alternador transfor-
ma a energia mecânica em energia elétrica, recarregando a bateria e fornecendo
corrente elétrica para os consumidores de energia, tais como sistemas de ignição,
de iluminação, de injeção, de áudio etc.

FIQUE Antes de verificar os componentes, certifique-se de que o


veículo está com a chave de ignição fora do comutador de
ALERTA partida e o freio de estacionamento acionado.

Após entender o princípio de funcionamento dos sistemas de carga e partida,


você conhecerá os diagramas elétricos.
2 INTRODUÇÃO AO SISTEMA DE CARGA E PARTIDA
15

2.4 Diagrama Elétrico

Diagramas Elétricos Automotivos são de extrema importância para o enten-


dimento dos circuitos elétricos eletrônicos veiculares, visto que eles possibilitam
maior entendimento e eficácia no momento da reparação dos circuitos elétricos.
A interpretação dos diagramas elétricos permite ao técnico automotivo identifi-
car as características de construção dos circuitos elétricos, além de possibilitar o
entendimento da posição de cada um dos componentes, e em alguns casos seu
funcionamento. O diagnóstico preciso e eficaz de uma anomalia em um sistema
eletroeletrônico só é possível por meio da interpretação do diagrama elétrico.
Verifique, nos subtítulos a seguir, a simbologia empregada para representar os
principais componentes do sistema de carga e partida.

2.4.1 Simbologia

A simbologia padrão dos componentes permite que um técnico automotivo,


independente da região em que se encontre, possa interpretar o diagrama elé-
trico da maneira adequada. Obviamente, alguns componentes sofrem pequenas
variações de sua simbologia, mas mesmo as variações possuem semelhanças que
permitem sua associação. Antes de apresentar os diagramas elétricos de alguns
sistemas de carga e partida automotivos, verifique nas figuras que seguem os sím-
bolos de representação normalmente utilizados para os principais componentes.

Bat+
Diego Fernandes (2014)

Bateria
Figura 4 - Simbologia da bateria
Fonte: adaptado de Guimarães (2013)
SISTEMA DE CARGA E PARTIDA
16

30 50

Diego Fernandes (2014)


M

Motor de partida

Figura 5 - Símbolo do motor de partida


Fonte: adaptado de Guimarães (2013)

30 61

G Diego Fernandes (2014)

Alternador

Figura 6 - Símbolo do alternador


Fonte: adaptado de Guimarães (2013)

A seguir um modelo do diagramas elétricos do sistema de carga e partida au-


tomotivo, seus componentes e ligações.

2.4.2 Ligações

Observe, no diagrama a seguir, a ligação dos componentes, que estão identifi-


cadas por símbolos que representam a Bateria, o Motor de Partida e o Alternador.
2 INTRODUÇÃO AO SISTEMA DE CARGA E PARTIDA
17

1 7
F

2 3
30 50 4
30 61
Bat+
5 6 G

Diego Fernandes (2014)


M

Bateria Motor de partida Alternador


Figura 7 - Diagrama elétrico do sistema de carga e partida
Fonte: adaptado de Guimarães (2013)

Siga para a explicação!


Observando a imagem anterior, você pode verificar que a Bateria tem o polo
positivo conectado aos demais componentes do veículo através do ponto “1”.
Após o borne positivo, localiza-se o fusível de proteção F. Na sequência, é feita a
ligação do terminal 30 do motor de partida. Nesse mesmo ponto, há uma ligação
ao terminal 30 do alternador. Abaixo dos componentes, aparece a representação
do cabo de aterramento dos equipamentos elétricos, conhecido como massa ou
negativo.

CASOS E RELATOS

O novo funcionário
Pietro é um garoto muito interessado em aprender coisas novas. Ele, com
muito esforço, conquistou uma oportunidade de emprego em uma ofici-
na perto de sua casa, e agora trabalha como auxiliar de eletricista na auto
elétrica do Sr. Luís.
Certo dia, um cliente chegou na oficina reclamando que, ao dar a partida
no veículo, escutava um estalo e o motor não entrava em funcionamento.
No entendimento do cliente, esse estalo vinha de baixo do capô. Como o
Sr. Luís estava trabalhando em outro veículo, chamou seu auxiliar e pediu
que fosse verificando e fizesse uma análise do sistema de carga e partida.
Como o novo funcionário era um auxiliar muito interessado, imediata-
mente cumpriu as ordens do chefe. Ao levantar o capô do veículo, Pietro
não conseguiu identificar os componentes que fazem parte do sistema
de carga e partida.
SISTEMA DE CARGA E PARTIDA
18

Assim que possível, o Sr. Luís, com paciência e aptidão para passar os
conhecimentos que dominava, falou para seu auxiliar para não se preo-
cupar, pois ainda era cedo para identificar todos os componentes e que
com muito estudo e dedicação, Pietro logo conseguirá conhecer todo o
sistema de carga e partida e seus componentes.

Recapitulando

Neste capítulo, você teve a oportunidade de conhecer o sistema de carga


e partida e suas características. Além disso, você conheceu os componen-
tes que constituem um sistema de carga e partida, suas funções, funcio-
namento e simbologia.
Você pôde entender como o motor térmico é colocado em funcionamen-
to, como é armazenada a energia e recarregada a bateria.
Espera-se que você tenha agregado conhecimento com os assuntos aqui
descritos, pois, certamente eles serão indispensáveis para você na sua
profissão.
O próximo capítulo tratará sobre outro assunto de suma importância
para sua futura atividade profissional, você conhecerá as características e
as funções do acumulador de energia a bateria automotiva.
2 INTRODUÇÃO AO SISTEMA DE CARGA E PARTIDA
19

Anotações:
Bateria

Prepare-se para estudar sobre este componente dos sistemas de carga e partida que têm a
função do armazenamento de energia e fornecimento de energia para o alternador e compo-
nentes elétricos, quando solicitado.
Reflita sobre os questionamentos: você sabia que a bateria é um acumulador de energia
química? Que possui vários componentes e que cada componente tem uma função específica
para seu perfeito funcionamento? Saberia identificá-los? Saberia sua função e funcionamento?
Para conhecer mais sobre esse assunto siga em frente! Ao final dos seus estudos nesse capítulo,
você terá desenvolvido capacidades técnicas que irão lhe permitir:
a) identificar os componentes e o correto funcionamento da bateria;
b) relacionar as ferramentas e instrumentos para realizar manutenções nas baterias;
c) reconhecer os tipos de baterias e suas aplicações.
Ao contrário do que se acredita, as baterias não são componentes que acumulam energia
elétrica, mas acumuladores de energia química. As baterias fornecem energia elétrica quando
um circuito é conectado em seus polos, dando origem a uma reação química que ocorre em
seu interior, convertendo essa energia química em energia elétrica. Devido à diferença de po-
tencial, a bateria fornece um fluxo de elétrons ao circuito (corrente elétrica).
Na maioria dos veículos, a bateria é instalada o mais próximo possível do motor de partida,
que, em geral, é o maior consumidor de energia da bateria. Esse procedimento visa garantir
melhor fornecimento de energia ao motor de partida, diminuindo as perdas nos condutores.
SISTEMA DE CARGA E PARTIDA
22

3.1 Definição

A bateria é uma caixa plástica composta por vários componentes, conforme vi-
sualizado na figura que segue. Pode-se defini-la como um acumulador recarregá-
vel de energia. Uma bateria automotiva de 12 V é formada por 6 elementos cons-
tituídos por placas positivas, negativas e separadores submersos em eletrólito.
As principais funções da bateria são:
a) fornecer corrente elétrica para fazer funcionar o motor de partida, que dará
início ao funcionamento do motor térmico;
b) fornecer corrente elétrica ao sistema de ignição durante a partida;
c) fornecer energia ao sistema de iluminação, tais como lâmpadas das lanter-
nas de estacionamento, sistema de áudio e outros equipamentos que pode-
rão ser usados enquanto o motor não estiver operando;
d) atuar como estabilizador de tensão para o sistema de carga e outros circui-
tos elétricos;
e) fornecer corrente quando a demanda de energia do automóvel exceder a
capacidade do sistema de carga;
f) armazenar energia sob a forma química, que será transformada em energia
elétrica quando o veículo solicitar, por meio de seus consumidores elétricos.
A bateria à base de chumbo-ácido, normalmente utilizada nos veículos, é
constituída basicamente pelos componentes indicados na figura a seguir.

Polo Polo
negativo positivo
Indicador
de carga
Tampa

Conexão
Blocos de
Envelope placas
separador
Diego Fernandes (2014)

Placa Caixa
Eletrólito
negativa (ácido sulfúrico)
Grade
Placa Sistema de
positiva �xa�ão
Figura 8 - Componentes internos da bateria
Fonte: adaptado de Johnson Controls (2014)
3 Bateria
23

As caixas da bateria são fabricadas com um tipo de plástico especial à base


de polipropileno e têm a função de armazenar a solução e absorver as vibrações
sofridas pelo veículo em terrenos irregulares. Os conjuntos de células, localiza-
dos no interior da bateria, são submersos na solução; esse conjunto de placas
é constituído por conexões (positiva e negativa), placas negativas, separadores,
grades e placas positivas. Esse bloco de placas está ligado em paralelo e quando
instalado internamente fica a uma distância aproximada de 10 mm do fundo da
caixa. Essa construção tem a função de evitar que os resíduos do fundo da caixa
encostem nos conjuntos de placas, podendo gerar curto circuito.

FIQUE Nunca encoste em qualquer metal entre os bornes da ba-


teria, pois isso pode gerar curto circuito e ocasionar danos
ALERTA na bateria, e até mesmo riscos de acidente de trabalho.

As placas positivas e negativas são elementos metálicos fabricados em forma-


to de grade, composta por uma liga de chumbo e antimônio, coberta com um
material ativo. Nas placas positivas geralmente é utilizado o peróxido de chumbo,
o qual dá uma coloração marrom ao produto. Já no caso das placas negativas, é
utilizado chumbo esponjoso que, por sua vez, dá uma coloração cinza ao material.
O conjunto formado pelas placas e separadores é chamado de elemento da
bateria, ou célula da bateria.

Placas
separadoras

Placas
negativas
Diego Fernandes (2014)

Placas
positivas

Figura 9 - Placas e separadores


Fonte: adaptado de SENAI/SP (2003)
SISTEMA DE CARGA E PARTIDA
24

Os bornes estão localizados nas extremidades da parte superior da bateria. O


borne positivo é identificado por um sinal de positivo (+) gravado na caixa ou no
próprio borne e tem diâmetro maior que o borne negativo, que é identificado por
um sinal de negativo (-).

Bornes

Figura 10 - Bornes da bateria futureimage ([20--?])


Fonte: Thinkstock (2015)

O eletrólito é constituído por uma mistura de água destilada e ácido sulfúrico.


Essa mistura está em contato com o conjunto de placas submersas no interior da
caixa de bateria, de modo a gerar uma reação química entre os metais do con-
junto de placas positivas e negativas e carregar o borne negativo com elétrons,
sendo que o borne positivo tem ausência de elétrons, o que gera a diferença de
potencial. Essa mistura tem um percentual aproximado de 35% de ácido sulfúrico
e 65 % de água destilada para baterias. Quando a bateria está carregada, o eletró-
lito tem um peso específico, ou seja, é mais pesado que a água. Por este motivo,
quando a bateria está descarregada, a densidade apontada no densímetro é me-
nor do que a densidade encontrada quando a bateria está descarregada.
3 Bateria
25

Água Ácido Eletrólito

+ =

Diego Fernandes (2014)


64% H O 36% H SO4
² ²
Figura 11 - Composição da bateria
Fonte: adaptado de SENAI/SP (2003)

FIQUE Não manuseie as soluções ou o eletrólito sem EPI adequa-


do, pois o eletrólito é um produto corrosivo e à base de
ALERTA ácido.

Todo circuito elétrico submetido a uma corrente elétrica gera aquecimento.


Esse aquecimento no circuito interno da bateria faz com que eleve a temperatura
do eletrólito e ele evapore. Nas baterias livres de manutenção não há necessida-
de de controlar o nível e nem abastecer com água destilada, pois sua construção
interna faz com que o eletrólito evaporado se condense em uma placa e, assim
que a temperatura interna volte à temperatura ambiente, ele retornará ao nível
normal. Com o objetivo de facilitar a identificação da densidade do eletrólito, as
baterias livres de manutenção têm na parte superior um visor onde é possível ver
uma bolinha verde. Quando a bateria estiver em plena carga, o eletrólito estará
com seu peso maior que a bolinha, portanto ela flutuará e será possível visualizá-
-la no visor. Isso significa que a bateria está com carga.
SISTEMA DE CARGA E PARTIDA
26

DENSIDADE DE 25ºc ESTADO DE CARGA


1260 – 1280 g/l 100%
1230 – 1250 g/l 75%
1200 – 1220 g/l 50%
1170 – 1190 g/l 25%
1140 – 1160 g/l baixa capacidade
1110 – 1130 g/l descarregada

SENAI SP (2003)
Figura 12 - Teste de densidade do eletrólito
Fonte: adaptado de SENAI/SP (2003)

3.2 Funcionamento

Para que a bateria armazene a carga e, dessa forma, forneça energia necessária
aos consumidores do veículo, é preciso aplicar uma tensão elétrica, alimentando
os bornes positivo e negativo. Essa tensão fornecerá uma corrente elétrica inter-
namente, que provocará uma reação química, soltando os radicais de sulfato que
estão junto às placas de chumbo. Isso fará com que esses radicais se unam ao
hidrogênio da água, formando o ácido sulfúrico e, assim, adquirindo a densidade
necessária. Quando o eletrólito adquirir a densidade de carga, essa reação forne-
cerá oxigênio da água, de modo que as placas positivas ficarão com peróxido de
chumbo (PbO) e as placas negativas com chumbo puro (Pb).

_
G
_
+
+ _

H
O SO4
H
Pb O Pb
H
SO4 H
Diego Fernandes (2014)

H H
O

Figura 13 - Bateria em carga


Fonte: adaptado de SENAI/SP (2003)
3 Bateria
27

SAIBA Você pode saber um pouco mais sobre as baterias, além de


outros componentes do sistema de carga e partida, na revis-
MAIS ta O Mecânico.

Quando um circuito externo é conectado entre os polos da bateria, inicia-se


um fluxo de corrente que desloca os elétrons das placas negativas para as positi-
vas, até que haja o equilibro elétrico. Ao mesmo tempo, as placas “absorvem” os
radicais sulfato (SO) e o eletrólito ficará menos denso.

3.3 Tipos e Características

As baterias são fabricadas e identificadas pela sua capacidade de carga e cor-


rente fornecida.
Diego Fernandes (2014)

Figura 14 - Capacidade Nominal


Fonte: adaptado de SENAI/SP (2003)

A capacidade nominal determina o tempo de fornecimento de energia em


uma temperatura ambiente, em torno de 25°C. A capacidade nominal dessa ba-
teria é de 45Ah.
A nomenclatura representada pela letra “C” informa as dimensões da caixa da
bateria. Essa nomenclatura pode ser de A a H e, conforme a letra, dará a dimensão
da caixa, de modo que se poderá identificar a bateria e o tamanho da fixação.
A nomenclatura C.C.A informa a capacidade de partida de corrente a frio. No
momento de partida, o componente responsável pelo alto consumo de corrente
é o alternador. Uma bateria de 425 C.C.A. pode fornecer um pico de corrente de
até 425 A para o motor de partida. É bom lembrar que essas informações na no-
menclatura da bateria dependem da temperatura e carga total da bateria.
SISTEMA DE CARGA E PARTIDA
28

Ao instalar equipamentos que necessitem de maior


consumo de energia, como rádio mais potente,
CURIOSIDADE módulos de som ou ar-condicionado, é necessário
redimensionar o sistema elétrico, de maneira que
ele suporte o aumento do consumo de energia.

3.4 Aplicação

Ao substituir uma bateria, deve-se observar as especificações estudadas no


capítulo anterior e a localização dos polos. Quando sua especificação for desig-
nada pela letra “D”, significa que a bateria é localizada à direita, dentro do vão do
motor; quando designada pela letra “E”, a bateria é localizada à esquerda do vão
do motor do veículo. Na tabela a seguir, pode-se visualizar as características e
capacidade de corrente das baterias.
Tabela 1 - Características técnicas de baterias

Características técnicas de baterias

Modelo ABNT C20 (Ah) RC (min) C.C.A. (A) Corr. De teste (A) Dim. ext. (mm) Mont. Fix. Polos
040A325D 040D1KR 40 60 325 160 210 175 175 D1 1 I
040A325E 040D1K 40 60 325 160 210 175 175 E1 1 I
045A375E 045D1K 45 65 375 180 210 175 175 E1 1 I
045B375DF 045D1JR 45 65 375 180 210 175 175 D1 2 II
045C425D 045D2JR 45 75 425 210 242 175 175 D1 2 I
045C450DF 045D2JR 45 80 450 220 242 175 175 D1 2 II
045C425E 045D2J 45 75 425 210 242 175 175 E1 2 I
055C425D 055D2JR 55 90 425 210 242 175 175 D1 2 I
055C425E 055D2J 55 90 425 210 242 175 175 E1 2 I
060C450D 060D2JR 60 90 450 220 242 175 175 D1 2 I
045D425D 045D2KR 45 75 425 210 242 175 175 D1 1 I
054D425E 054D2K 54 90 425 210 242 175 175 E1 1 I
050D450E 060D2K 60 90 450 220 242 175 175 E1 1 I
054E450D 054D3JR 54 90 450 220 283 175 175 D1 1 I
063E500D 063D3JR 63 105 500 250 283 175 175 D1 1 I
063E500E 063D3J 63 105 500 250 283 175 175 E1 1 I
063E620E 06303J 63 115 620 310 283 175 175 E1 1 I
100H600E 100H1 100 160 600 300 330 172 239 E2 ¾ I
100H750E 100H1 100 165 750 370 330 172 239 E2 ¾ I
100H900E 100H1 100 165 900 450 330 172 239 E2 ¾ I
21MB 142S2 142 255 - - 510 222 238 D3 ¾ I
27CC 190N1 190 390 - - 528 282 248 D3 ¾ I
Fonte: adaptado de SENAI/SP (2003)
3 Bateria
29
SISTEMA DE CARGA E PARTIDA
30

A vida útil de uma bateria automotiva depende também de fatores externos,


tais como o sistema de carga do veículo (corrente, tensão), temperatura do com-
partimento onde a bateria está instalada, fixação adequada, bateria adequada ao
veículo e os opcionais instalados.

CASOS E RELATOS

Identificando componentes
O auxiliar de eletricista, Pietro conheceu o sistema de carga e partida com
Sr. Luís e também aprendeu a identificar os componentes que consti-
tuem seu sistema. Entretanto, como ele é muito curioso, ao desmontar os
componentes do sistema de freio começou a se questionar qual a função
e como funciona cada um dos componentes que estavam à sua frente.
Logo começou a idealizar a função e o funcionamento de cada compo-
nente, mas como lhe faltava muita experiência, não conseguiu realizar a
montagem do sistema. Buscou orientações em várias fontes de informa-
ção, como manuais, livros e até na internet, mas não teve êxito. Foi então,
que recorreu ao Sr. Luís, homem experiente e dono da oficina onde ele
trabalhava.
Seu Luís, com calma e cautela, logo começou a explicar a função e o fun-
cionamento de cada componente, passando-lhe o funcionamento da ba-
teria veicular, tendo toda a certeza de que aquele tempo que ele aplicava
em passar seus conhecimentos àquele jovem jamais seria desperdiçado,
seria sim um grande investimento naquele funcionário tão dedicado.
Desta forma, Pietro conseguiu montar o sistema de freio e fazê-lo funcio-
nar normalmente.
3 Bateria
31

Recapitulando

Neste capítulo, você teve a oportunidade de conhecer o componente


do sistema de carga e partida que tem a função de armazenar energia e
alimentar os consumidores quando o motor estiver desligado. Você tam-
bém se familiarizou com a maneira como essa energia é acumulada, e seu
funcionamento. Além disso, você conheceu cada componente interno de
uma bateria, bem como suas características. Viu o que caracteriza a cons-
trução e aplicação de uma bateria conforme sua capacidade de carga.
O próximo capítulo tratará do alternador, o componente responsável por
alimentar os consumidores e recarregar a bateria quando o motor estiver
em funcionamento. Este assunto é de muita importância para sua futura
atividade profissional.
Alternador

Neste capítulo, você estudará sobre o alternador, o componente responsável por fornecer
energia aos componentes elétricos do automóvel. Nesse contexto, você aprenderá alguns de-
talhes importantes, tais como identificar os componentes internos do alternador com a sua
função e funcionamento.
Após o término dos seus estudos neste capítulo, você terá adquirido conhecimento que lhe
servirá de base para:
a) saber identificar alternador e seu funcionamento;
b) reconhecer as características desse componente;
c) realizar uma análise precisa e criteriosa dos componentes que constituem o alternador;
d) identificar as características de desgastes dos componentes do alternador.
SISTEMA DE CARGA E PARTIDA
34

4.1 Definição

O alternador se define como um transformador de energia que transforma


energia mecânica em energia elétrica. Essa energia mecânica é proveniente do
movimento rotativo, transmitido do motor ao alternador através de uma correia.
Verifique, no desenho a seguir, uma vista em corte de um alternador com rotor
de polos tipo garra:

Bosch (2010)
Figura 15 - Vista de Corte de Um Alternador
Fonte: adaptado de Bosch (2010)

Na figura anterior, pode-se identificar os componentes principais do alterna-


dor, os quais serão estudados a seguir.

4.2 Tipos e características

Em relação aos tipos de alternadores, podem-se identificar quatro tipos:


a) alternador com rotor de polos tipo garra e anéis coletores;
b) alternador com rotor de polos individuais e anéis coletores;
c) alternador com rotor de polos tipo garra e gerador de excitação (sem anéis
coletores);
d) alternador com rotor de polos interno e sem anéis coletores.
4 Alternador
35

Alguns modelos de alternador possuem uma polia


que, quando o motor reduz sua rotação brusca-
CURIOSIDADE mente, ou desligada, faz com que o alternador con-
tinue girando. Esse recurso diminui o esforço do
motor durante sua desaceleração ou desligamento.

4.3 Função

O alternador tem a função de transformar a energia mecânica do motor à


combustão interna em energia elétrica para carregar a bateria e alimentar outros
equipamentos eletroeletrônicos do veículo (consumidores). A bateria deve ser
carregada, a fim de garantir suprimento de energia elétrica para o veículo com
o motor desligado e suprir energia para a partida do veículo (por meio do motor
de partida).
A energia entregue pelo alternador dependente da rotação do motor e, conse-
quentemente, a rotação do próprio alternador.

4.4 Funcionamento

Prepare-se para analisar os componentes do alternador, sua função e funcio-


namento. Observe a imagem a seguir. Atente para os componentes nela mostra-
dos, pois você estudará esse assunto na sequência do estudo.

Suporte das
escovas

Escova
Rotor
Tampa
Tampa Rolamento traseira
dianteira

Placa de
Ventoinha díodos
Indutor
Rolamento

Espaçador
Paula Goes (2012)

Espaçador
Polia

Figura 16 - Componentes do alternador


Fonte: adaptado de SENAI/DN (2012)
SISTEMA DE CARGA E PARTIDA
36

A carcaça do alternador é constituída por mancal dianteiro e mancal traseiro;


sua função é dar estrutura, funcionando como uma gaiola de massa negativa,
melhorando a refrigeração e interferências eletromagnéticas.
O ventilador tem a função de dissipar a temperatura interna do alternador,
funcionando como exaustor, retira o ar quente internamente, aumentando sua
eficiência e arrefecendo principalmente as placas de diodos.
A escova do alternador é composta de grafite aplicado para circuitos elétricos;
as pontas das escovas entram em contato com o anel coletor do rotor, fazendo a
ligação entre o contato positivo e o contato negativo. O grafite, além de ser bom
condutor da corrente elétrica, tem a função de fazer com que os contatos desli-
zem, minimizando ao máximo o desgaste das escovas.
O rotor é construído de forma que seus anéis coletores sejam ligados em um
enrolamento de fios, recoberto por um verniz isolante elétrico, que tem a função
de evitar curto circuito entre os condutores. Esse enrolamento de fios forma a bo-
bina elétrica, por onde circula a corrente, gerando eletromagnetismo nas sapatas
polares.
O estator é constituído de um enrolamento de fios, contendo três fases in-
terligadas no interior da carcaça. Ao receber o campo magnético do rotor, uma
tensão alternada é produzida nos enrolamentos do estator com diferente ângulo
de fase. Cada grupo de enrolamentos do estator tem dois terminais. O primeiro
terminal é por onde a corrente entra, e o segundo terminal é por onde a corrente
sai. Existem dois meios básicos de se conectar os terminais: em “estrela” e em
“triângulo”.
Os alternadores podem apresentar um terminal denominado como “W”, que
fornece um sinal de frequência proporcional à rotação do motor, informação esta
que pode ser utilizada por computadores de bordo. Assim, o painel de instrumen-
tos do veículo mostra qual a torração do motor em RPM (Rotações por Minuto).
Todo circuito elétrico e consumidores de energia de um veículo utilizam cor-
rente contínua, porém o alternador produz corrente alternada por meio do esta-
tor. Os diodos retificadores têm a função de transformar esta corrente alternada
fornecida pelo estator em corrente contínua.
Como o alternador tem três grupos de enrolamento no estator, cada grupo
desses produz uma corrente em uma frequência de onda diferente umas das ou-
tras. Assim, a placa de diodos retifica essas ondas e garante a sua união, possibi-
litando um envio contínuo de energia. Na figura a seguir você poderá verificar a
forma de onda gerada pelo conjunto de diodos dispostos a retificar a onda alter-
nada trifásica. Os diodos conduzem aos pares em períodos defasados de 120º,
resultando em uma tensão contínua pulsada:
4 Alternador
37

Diego Fernandes (2014)

Figura 17 - Corrente alternada trifásica


Fonte: adaptado de SENAI/SP (2003)

Os diodos Zenner, ou diodos de potência, têm a função de retificar a corrente


elétrica fornecida pelo estator. Os diodos Zenner também protegem os compo-
nentes elétricos do veículo, limitando a passagem da corrente caso ocorra um
pico de tensão causado pelo desligamento da energia consumida pelos compo-
nentes do veículo.
Os diodos de excitação têm o mesmo princípio de funcionamento dos diodos
de potência, porém sua aplicação é destinada às baixas correntes. Sua aplicação
é voltada para gerar corrente contínua somente para excitação do rotor por meio
do regulador de tensão. São necessários três diodos para excitar cada fase ou gru-
po de enrolamento do estator. Esses diodos podem ser agrupados em um só en-
capsulamento, que é chamado de tríodo.
SISTEMA DE CARGA E PARTIDA
38

1 Linha 15 Diodos de
excitação
Primeiro estágio da chave Regulador
de ignição, onde acende as
luzes do painel.
D+ D+ DF

Lâmpada
piloto
2 Linha 50
Chave
Diodos Diodos
Sinal de partida do motor. negativos positivos

D- B+

Bateria Para os
consumidores
_

(O)

(_) (+)

DIEGO FERNANDES
DF
Rotor

Figura 18 - Diodos retificadores e de excitação


Fonte: adaptado de SENAI/PE (1999)

O dissipador de calor dá suporte mecânico e permite maior área de refrigera-


ção aos diodos, pois realiza a troca de calor com a ventilação forçada.

Você pode obter outras informações sobre os sistemas de


SAIBA carga, componentes e funcionamento pela leitura do livro
MAIS Curso Prático e Profissional para Mecânicos de Automóveis,
do autor H.M. Chollet, editora Hemus – PR.

A polia está instalada na ponta do rotor e tem a função de, por meio de uma
correia, ser acionada, girando o rotor e fazendo com que o alternador transforme
essa energia mecânica em energia elétrica.
4 Alternador
39

FIQUE Não troque as polias do alternador por polias de diâme-


tros diferentes, pois elas são projetadas pelo fabricante
ALERTA para trabalhar em uma faixa de rotação específica.

O regulador de tensão tem a função de regular a tensão fornecida aos consu-


midores de energia e bateria; dessa forma ele evita que, na saída do alternador,
exista quedas ou variações de tensão elétrica. A variação de tensão na saída do
alternador pode prejudicar a vida útil de alguns componentes, além de impedir o
seu correto funcionamento.

rgouveia ([20--?])

Figura 19 - Regulador de tensão


Fonte: adaptado de Gouveia (2014)

O alternador pode ser dividido em três principais circuitos:


a) circuito de pré-excitação: composto pelo estator e circuito de retificação
dos diodos de excitação;
b) circuito de excitação: composto pelo rotor e suas conexões;
c) circuito de carga: composto pelo estator e circuito de retificação de potên-
cia.
Ao virar a chave de ignição em linha 15¹, o sistema alimentará o alternador no
circuito de pré-excitação do rotor, eletromagnetizando as suas garras de polari-
dade. Desta forma, a lâmpada indicadora de carga do alternador continua acesa,
informando que o alternador não está carregando. Ao continuar o giro da chave
de ignição comutando para a linha 50², o motor de partida coloca o motor térmi-
co em funcionamento, girando a polia do alternador por meio de uma correia.
Essa polia se encontra solidária ao rotor, que por meio desse giro, ao cortar seu
campo magnético intermitente, gera uma indução de corrente alternada no esta-
tor, sendo que essa corrente alternada passará pelos diodos retificadores de exci-
tação (D+), retificando a corrente alternada em corrente contínua. O regulador de
tensão receberá a corrente retificada pelos diodos retificadores D+, fornecendo
SISTEMA DE CARGA E PARTIDA
40

a carga de excitação continuamente ao rotor, desligando a lâmpada do painel e


informando que o alternador está produzindo carga para a bateria e os consumi-
dores de energia elétrica do veículo.

4.5 Esquemas elétricos

O esquema elétrico dos alternadores demonstra todos os componentes en-


volvidos em sua construção, permitindo ao reparador compreender o posicio-
namento dos componentes e, ainda, o funcionamento do alternador. Na figura a
seguir, pode-se verificar de forma clara o esquema elétrico da ligação do D+, B+,
W, Estator, Rotor e Regulador de tensão.

D+ B+ W

Estrator
Rotor

Diego Fernandes (2014)

Regulador
B-
Figura 20 - Esquema elétrico do alternador
Fonte: adaptado de Oliveira (2014)

4.6 Aplicação

Os alternadores são dimensionados de acordo com os sistemas eletroeletrô-


nicos instalados no veículo, e ainda, o tipo de motor a ser utilizado. Para saber a
designação de um determinado alternador, é possível verificar sua aplicação por
meio do código alfanumérico existente em sua carcaça.
4 Alternador
41

K 1 ( ) 14V 35A 20

Rotação, em centos, para 2/3 da corrente máx.


Corrente máxima, em ampères
Tensão de carga, em volts (*)
Sentido de rotação(**) ( ) ou *R* = à direita
( ) ou “L” = à esquerda
( ) ou “RL” = à esquerda ou à direita

1 = alternador de rotor com polos tipo garra e anéis


coletores
2 = alternador de polos individuais com anéis coletores
3 = alternador de rotor com polo interno �xo sem coletor
4 = alternador de rotor com polos tipo garra e unidade
excitatriz

Diego Fernandes (2014)


Diâmetro externo
G = 100... 109mm
K = 120... 139mm
T = 170... 199mm
U = mais de 200mm

Figura 21 - Código alfanumérico do alternador


Fonte: do Autor (2014)

CASOS E RELATOS

Desmontando o alternador
O auxiliar de eletricista Pietro aprendeu alguns princípios do funciona-
mento do alternador para o sistema de carga e partida, e conheceu os
componentes que o constituem. Entretanto, ao desmontar um alterna-
dor, começou a se questionar sobre o funcionamento de cada um dos
seus componentes.
Logo, começou a estudar o componente recém desmontado para, em
seguida, montá-lo novamente. Em função das dificuldades que teve para
efetuar a montagem, recorreu ao seu empregador, Sr. Luís, que já tinha
anos de experiência nesse ramo.
Seu Luís, pacientemente, lhe explicou a função e o funcionamento de
cada componente desmontado, e o orientou a buscar ainda outras fontes
de pesquisa no curso que realizava, visando aprimorar ainda mais seus
conhecimentos.
Ao esclarecer as dúvidas de Pietro, Sr. Luís, aproveitou para reiterar que,
na profissão de técnico em manutenção, é preciso ter a capacidade de
SISTEMA DE CARGA E PARTIDA
42

avaliar os componentes, comparar os procedimentos e especificações


conforme o manual técnico e descrição do fabricante, ser capaz de resol-
ver problemas e saber avaliar avarias em cada componente.
A partir de alguns estudos e dos esclarecimentos do Sr. Luís, Pietro con-
seguiu montar o sistema de carga e partida e fazê-lo funcionar adequa-
damente.

Recapitulando

Neste capítulo, você teve a oportunidade de conhecer o alternador, seus


componentes e suas características. Além disso, você pôde também con-
ferir a função de cada componente do alternador e seu funcionamento.
Conheceu o circuito de um alternador, como os alternadores são dimen-
sionados, sua designação e suas características.
O próximo capítulo tratará do Motor de Partida, o componente responsá-
vel por tirar o motor de inércia e colocá-lo em funcionamento.
4 Alternador
43

Anotações:
Motor de Partida

Neste capítulo, você estudará o componente do sistema de carga e partida, que tem a fun-
ção de girar o motor e colocá-lo em funcionamento. Vale ressaltar que, o motor de partida é um
transformador, que alterna a energia elétrica em energia mecânica, têm vários componentes
onde cada um destes tem uma função específica para seu perfeito funcionamento.
Ao finalizar seus estudos neste capítulo, você estará apto a:
a) compreender a definição de motor de partida;
b) reconhecer os tipos de motores de partida;
c) correlaciona-se os princípios de funcionamento e sua função;
d) interpretar esquemas elétricos.
Siga em frente!
SISTEMA DE CARGA E PARTIDA
46

5.1 Definição

O motor de partida é um componente mecânico, acionado por meio de ener-


gia elétrica. Semelhante a um motor elétrico, ele recebe uma corrente e uma ten-
são elétrica que, por meio de um campo magnético, realiza um trabalho mecâni-
co capaz de girar o motor térmico do veículo, colocando-o em funcionamento.
Para que o motor de partida seja acoplado ao motor térmico e depois se solte,
faz-se necessária a presença de um componente chamado de chave eletromag-
nética, ou solenoide do motor de partida, que tem em seu interior duas bobinas:
a bobina de chamada e a bobina de retenção. As bobinas, quando energizadas,
geram um campo magnético, puxando um êmbolo e acionando o impulsor de
partida, o que faz com que encaixe sua roda dentada na cremalheira do motor
térmico.

Bosch (2012)

Figura 22 - Chave eletromagnética


Fonte: adaptado de Bosch (2010)

O induzido é o componente que, por meio de seu giro e torque, movimenta


o volante do motor térmico para colocá-lo em funcionamento e é construído em
um eixo com bobinas interligadas.
5 MOTOR DE PARTIDA
47

Schervenski Filho (2014)


Figura 23 - Induzido do motor de partida
Fonte: Schervenski Filho (2014)

O impulsor, também conhecido como roda livre, é um componente metálico


que faz a ligação do motor de partida com o motor térmico. Ele tem uma en-
grenagem em uma de suas extremidades, conhecido como pinhão. Esse pinhão
engrena na cremalheira existente no volante do motor.

5.2 Tipos e características

Há vários tipos de motor de partida. Eles variam suas construções, basicamen-


te quanto ao tipo de engrenagem do impulsor com a cremalheira do motor.

Com o avanço da tecnologia, os motores de partida


CURIOSIDADE estão ficando menores e mais eficientes, trocando
as bobinas de campo por ímãs permanentes.
SISTEMA DE CARGA E PARTIDA
48

Os diferentes tipos de avanço do impulsor são:


• avanço por inércia do pinhão;
• avanço por fuso e alavanca de comando (este modelo é o mais utilizado);
• avanço por induzido deslizante;
• avanço por haste deslizante.

Os principais componentes do motor de partida são:


• Induzido;
• Bobina de campo;
• Mancal coletor;
• Chave magnética;
• Impulsor ou roda livre;
• Porta escovas.

Chave
magnética
Bobina de
Mola de Bobina de chamada Contato
Borne de
retrocesso retenção
ligação
Alavanca de
comando Ponte de
contato
Mola de
engrenamento
Mancal do lado
do coletor

Disco de
freio Mola da
escova

Arraste
Coletor

Pinhão

Escova
SENAI-DR-PE ([20--?])

Eixo do induzido
Roda Induzido Carcaça
com fuso Batente Sapata
livre Bobina de
Anel de polar
guia campo

Figura 24 - Componentes do motor de partida


Fonte: Componente... (2014)
5 MOTOR DE PARTIDA
49

5.3 Funcionamento

O funcionamento do motor de partida inicia no momento em que o condutor


insere a chave no comutador de ignição e gira, acionando o comando de partida,
conhecido como linha 50. Nesse momento, o motor de partida recebe uma ten-
são elétrica no borne da chave magnética. Ao acionar as bobinas da chave mag-
nética, a roda livre é impulsionada para frente, ao mesmo tempo em que dentro
da chave magnética se fecha um contato elétrico que transfere a tensão elétrica
recebida para o induzido. Recebendo essa tensão, o induzido entra em movimen-
to de rotação. Com o engrenamento da roda livre e o giro do induzido, o motor de
partida impulsiona a cremalheira do volante do motor do veículo, fazendo com
que ele entre em funcionamento.

SAIBA Você pode saber mais sobre a reparação dos sistemas de car-
MAIS ga pelo site www.revistaomecanico.com.br.

Alavanca de comando Bobina de chamada Bobina de retenção

Chave
magnética

Bobina de campo
Roda livre Coletor

Induzido

Fuso
SENAI-DR-PE ([20--?])

Sapata polar
Anel de comando (eixo do
induzido)
Anel de encosto
Figura 25 - Representação do esquema de funcionamento do motor de partida
Fonte: adaptado de SENAI/PE (1999)
SISTEMA DE CARGA E PARTIDA
50

5.4 Aplicação

Os motores de partida são aplicados nos motores de combustão interna dos veícu-
los automotivos. Sua aplicação e potência específica são determinadas pelo projeto
do fabricante do motor térmico, tendo o princípio lógico de que motores de grande
porte necessitam motores de partida de maior torque e potência, como os motores
de pequeno porte necessitam motores de partidas de menor torque e menor potên-
cia, podendo ser conforme aplicação de motores de partida de 12V ou 24V.

Apesar de muitos motores de partida serem semelhantes,


FIQUE a aplicação de cada um deve seguir o especificado pelo
ALERTA fabricante, o que garante o perfeito funcionamento e a
vida útil do componente.

CASOS E RELATOS

Conhecendo o funcionamento do motor de carga e partida


O auxiliar de eletricista Pietro está com um novo desafio: aprender o fun-
cionamento do motor de partida do sistema de carga e partida e conhe-
cer os componentes que o constituem. Novamente, ao desmontar o mo-
tor de partida, começou a investigar a função e o funcionamento de cada
um dos componentes daquele sistema.
Logo, começou a imaginar a função e o funcionamento de cada com-
ponente, mas como tinha pouca experiência, não conseguia chegar ao
funcionamento ideal. Mesmo após pesquisas e investigações, teve difi-
culdades para montar o motor de partida do sistema de carga e partida e
acabou recorrendo, novamente, ao Sr. Luís, que lhe orientou sobre o fun-
cionamento de cada componente e como deveria ser feita a montagem.
O Sr. Luís era um superior muito paciente, que de fato se preocupava em
seguir as premissas de que um estágio serve para aprender, por isso, sem-
pre que possível, parava para orientar seu auxiliar e incentivá-lo a apren-
der sempre mais.
Foi desta forma que Pietro conseguiu aprender a desmontar e montar o
motor do sistema de carga e partida e resolveu o problema que havia se
apresentado neste trabalho. A cada dia ele desenvolve novas habilida-
des, aliando a teoria que aprende em seu curso com a prática do cotidia-
no em seu local de trabalho.
5 MOTOR DE PARTIDA
51

Recapitulando

Neste capítulo, você teve a oportunidade de conhecer o motor de par-


tida, seus componentes e suas características. Pôde, também, conferir a
função de cada componente do motor de partida e seu funcionamento.
Conheceu o circuito do motor de partida, como o motor de partida é di-
mensionado, sua designação e sua característica.
O próximo capítulo tratará da Manutenção no Circuito de Carga e a forma
de diagnosticar e reparar cada componente do sistema.
Manutenção no Circuito de Carga,
Partida e Seus Componentes

Este capítulo versará sobre a manutenção dos componentes dos sistemas de carga e parti-
da. Nele, você aprenderá a diagnosticar e reparar componentes dos sistemas; este é o momen-
to para que você possa adquirir conhecimentos sobre diagnóstico e reparação.
Ao finalizar seus estudos neste capítulo, você estará apto a:
a) identificar e interpretar processos de desmontagem, selecionando ferramentas, equipa-
mentos e EPIs;
b) reconhecer normas e procedimentos de limpeza e inspeção de componentes;
c) identificar e interpretar informações disponíveis em manuais de serviço e manutenção;
d) interpretar procedimentos de reparação e montagem de componentes do sistema de
carga e partida.
Bons estudos!
SISTEMA DE CARGA E PARTIDA
54

6.1 Desmontagem

No momento da remoção da bateria, é fundamental seguir alguns passos para


um excelente trabalho:
a) remover o terminal do borne negativo da bateria;
b) remover sempre o terminal do borne positivo da bateria;
c) soltar os pontos de fixação e, em seguida, retirar a bateria de seu habitáculo.
Antes de instalar outra bateria, limpe bem os terminais com limpa-contatos
recomendados pelo fabricante e, no momento da instalação, basta seguir os pas-
sos inversos.
Para remover o alternador, você deve iniciar desligando o cabo negativo da
bateria e, em seguida, remover os cabos do alternador. Por fim, você deverá re-
mover o alternador completo.
Para realizar a desmontagem do alternador, você deve realizar o seguinte
procedimento: remova os 4 parafusos de ligação das tampas e separe as duas
tampas. O estator fica encaixado na tampa posterior. Separe o rotor da tampa,
removendo as porcas, arruelas, polia e a chaveta do eixo. Remova o rolamento
da tampa anterior, retirando os parafusos da chapa retentora e separando essa
tampa.

Todo o processo de desmontagem segue uma or-


dem específica, removendo um componente e, em
seguida, outro. Para desmontar um motor de par-
CURIOSIDADE tida ou um alternador, você sempre deve seguir o
procedimento especificado pelo fabricante, seguin-
do as instruções existentes no manual de serviços.

O processo de desmontagem de um componente será sempre o inverso do


seu processo de montagem. Assim, o último componente a ser removido será o
primeiro a ser instalado.

6.2 Limpeza

O processo de limpeza tem o objetivo de remover todas as impurezas, sejam


elas provenientes de anomalias, como óleos ou fuligem de desgastes, ou ainda
impurezas provenientes do uso, como poeira da estrada.
6 MANUTENÇÃO NO CIRCUITO DE CARGA, PARTIDA E SEUS COMPONENTES
55

Antes de iniciar o processo de remoção ou desmontagem de componentes,


você pode realizar uma limpeza da região, para que seu trabalho seja realizado
em um ambiente limpo.

moodboard ([20--?])

Figura 26 - Limpeza
Fonte: Thinkstock (2015)

Após fazer a desmontagem, é importante realizar uma limpeza adequada de


todos os componentes, o que permitirá uma análise correta deles. Os compo-
nentes do motor de partida e do alternador podem ser lavados com água, mas
precisam estar completamente secos ao montar e iniciar o funcionamento, caso
contrário poderão ser danificados pela água.

6.3 Inspeção

A inspeção tem o objetivo de garantir que o reparador determine com clareza


o estado geral dos componentes, o que indicará o que precisa ser substituído.
Uma inspeção mal realizada prejudica o resultado final do serviço, pois alguns de-
feitos são de difícil percepção, ou então você poderá substituir um componente
sem necessidade.
Ao inspecionar um componente, sempre procure sinais de desgaste anormal,
levando em consideração regiões de contato e atrito. No caso de componentes
plásticos, é importante verificar a existência de rachaduras ou trincas, devido ao
ressecamento do polímero.
SISTEMA DE CARGA E PARTIDA
56

Sempre inspecione o sistema completo, verificando se os cabos estão firmes e


bem fixos, se não há sinais de atrito ou de rupturas. Verifique sempre a existência
de indícios de funcionamento anormal de componentes.

6.4 Diagnóstico de falhas

Diagnosticar uma anomalia pode ser o processo mais difícil da manutenção


do sistema de carga e partida. Em alguns casos, o uso de diagramas elétricos será
decisivo para a determinação da causa do defeito.
Para iniciar o diagnóstico, o primeiro passo é interpretar as informações dis-
ponibilizadas pelo cliente. Assim, é preciso verificar em que condições o defeito
ocorre, além de saber a frequência de ocorrência da falha.
Após analisar as informações, você deve realizar testes para verificar o funcio-
namento do sistema de carga e partida. Obviamente, não há uma receita pronta
para chegar ao diagnóstico correto, mas pode-se afirmar que o mais eficiente é
conhecer os princípios de funcionamento para testar os componentes envolvidos.
O diagnóstico adequado envolve processos de testes com instrumentos de
medição, de modo a verificar se o componente a ser trocado realmente apresenta
o defeito indicado.

6.5 Reparação e substituição

Em alguns casos, é preciso realizar a reparação de um componente, e em ou-


tros é preciso substituir o componente defeituoso. A reparação consiste em rea-
lizar serviços para que um determinado sistema retorne ao seu funcionamento
adequado. Por exemplo, um condutor rompido deve ser emendado e bem isola-
do, representando um serviço em que o defeito é resolvido sem a substituição de
componentes.
A bateria é um componente do sistema de carga e partida que necessita de
empresas qualificadas para fazer a reparação, pois tem componentes e substân-
cias tóxicas e contaminantes. É necessário que um representante faça sua repa-
ração, sendo a função do técnico eletricista diagnosticar e fazer a substituição, se
necessário.
O alternador tem diodos retificadores, que são dispositivos eletrônicos extre-
mamente delicados.
6 MANUTENÇÃO NO CIRCUITO DE CARGA, PARTIDA E SEUS COMPONENTES
57

FIQUE Sempre que precisar efetuar reparos em qualquer compo-


nente elétrico, desligar o cabo negativo da bateria. Caso
ALERTA contrário, o alternador poderá sofrer graves danos.

6.6 Montagem

No momento da instalação da bateria, é fundamental seguir alguns passos


para um excelente trabalho:
a) antes de instalar outra bateria, limpe bem os terminais com limpa-contatos
recomendados pelo fabricante;
b) instale os pontos de fixação;
c) instale o terminal do borne positivo da bateria;
d) instale o terminal do borne negativo da bateria.
A montagem de qualquer componente deve seguir normas de qualidade esta-
belecidas pelo fabricante do produto ou, ainda, pela empresa de reparação. O uso
de ferramentas adequadas contribui para uma montagem correta e longevidade
da vida útil dos componentes.
Todo processo de montagem consiste em realizar o contrário do processo de
desmontagem. Outro ponto importante a ser considerado durante a montagem
é a segurança no trabalho, pois é sempre preciso ter atenção e evitar acidentes
de trabalho.

6.7 Testes

Os defeitos atribuídos à bateria podem ser ocasionados por outros componen-


tes do sistema. Assim, possíveis falhas da bateria devem ser pesquisadas cuidado-
samente. Deste modo, pode-se evitar a substituição desnecessária de baterias em
condições normais de funcionamento, bem como trabalhos desnecessários para
corrigir falhas com origem em outras áreas, o que poderia vir a inutilizar a bateria.
Deve-se verificar o nível do eletrólito em cada elemento; ele deve ser suficien-
te para que uma quantidade adequada seja fornecida ao densímetro. Para que
uma indicação fiel do valor de densidade do eletrólito seja conseguida, devem-se
observar os seguintes cuidados:
a) nunca retirar eletrólito de um elemento cujo nível tenha sido recentemente
completado, sem que a bateria tenha sido carregada;
SISTEMA DE CARGA E PARTIDA
58

b) nunca efetuar a verificação do peso específico em baterias submetidas re-


centemente a um regime alto de descarga (partidas prolongadas, por exem-
plo), nem a um regime alto de carga;
c) nunca transferir eletrólito de um elemento para outro;
d) quando for necessário completar o nível de algum elemento, adicionar uni-
camente água destilada, aplicando, a seguir, uma carga lenta à bateria;
e) verificar a densidade do eletrólito e comparar as leituras obtidas pelo fabri-
cante;
f) calcular a diferença entre os valores máximo e mínimo obtidos: se inferior a
40 g/l, a bateria deve ser submetida à carga lenta - até que o peso específico
atinja 1250 g/l.

6.8 Requisitos e normas ambientais e de segurança


relacionadas aos sistemas de carga e partida

Você alguma vez já ouviu falar em NR? Utiliza-se essa sigla para falar sobre as
Normas Regulamentadoras, que são orientações legais, cujo objetivo é assegurar
as boas condições para a execução de serviços das mais diversas naturezas.
Antigamente, a indústria aumentava sua produção e seus lucros sacrificando a
higiene, segurança e saúde de seus funcionários. No mundo moderno, a seguran-
ça dos profissionais ganha cada vez mais espaço. Atualmente, para executar uma
tarefa de risco, é necessário seguir as NRs relacionadas à atividade, para o bem do
empregado e do empregador.

SAIBA Leia sobre as NRs no site <http://portal.mte.gov.br/legisla-


MAIS cao/normas-regulamentadoras-1.htm>.

O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) é um programa


estabelecido para garantir a preservação da saúde e integridade dos trabalhadores,
antecipando-se a possíveis acidentes em decorrência dos riscos ambientais. Foi
instituído pela Portaria nº 25 de 29, de dezembro de 1994. Todo ambiente de tra-
balho oferece algum risco aos trabalhadores. O PPRA consiste na análise desses
riscos, no monitoramento das atividades realizadas no ambiente e na implanta-
ção de medidas a fim de prevenir possíveis acidentes.
6 MANUTENÇÃO NO CIRCUITO DE CARGA, PARTIDA E SEUS COMPONENTES
59

Os EPIs são equipamentos de proteção individual. Chama-se de EPI todo dis-


positivo de uso individual utilizado pelo empregado, destinado a protegê-lo dos
riscos oferecidos pela atividade que exerce. Os EPIs são normalizados pela NR 6.

Para ser considerado um EPI, o equipamento preci-


sa passar por uma série de testes e receber um C.A.
CURIOSIDADE (Certificado de Aprovação). Sem o código gravado,
não pode ser considerado EPI.

Chama-se de Equipamento de Proteção Coletiva (EPC) todo tipo de equipa-


mento que se destina a proteger um grupo de pessoas. Depois de realizada a
avaliação de riscos do ambiente, os EPCs devem ser instalados para assegurar a
integridade física das pessoas que possam circular pela área.

CASOS E RELATOS

Anomalias do sistema de carga e partida


Por causa da demanda de trabalho que tem recebido, Pietro tem se in-
teressado em saber mais sobre as anomalias que podem ocorrer nos
componentes do sistema de carga e partida. Seu Luís, então, explica-lhe
que são diversas as anomalias e que elas podem apresentar um grande
número de defeitos diferentes, mas com muito estudo e experiência, o
diagnóstico para resolução de problemas ficará cada vez mais fácil.
Tendo em vista a grande demanda para a semana, Sr. Luís passa um dos
carros para que Pietro faça o diagnóstico, assim agilizando o trabalho. A
partir das explicações sobre as anomalias dos sistemas de carga e partida
e como elas podem influenciar outros sistemas, como por exemplo, o sis-
tema de iluminação e outros componentes elétricos, o auxiliar começou
os testes.
O sistema de carga e partida não apresentou nenhuma anomalia nos tes-
tes realizados, então Pietro passou para outros sistemas. Por fim, verificou
que o problema estava no alternador, mais precisamente, na placa de
diodos que estava danificada, por isso a bateria (do sistema de carga e
partida) não era recarregada e frequentemente deixava o cliente do Sr.
Luís a pé em uma fila à caminho do trabalho.
SISTEMA DE CARGA E PARTIDA
60

Pietro passou o diagnóstico para seu superior que realizou a reparação


do sistema de carga e partida de maneira eficiente, obedecendo aos pa-
drões de qualidade dos fabricantes, deixando seu cliente satisfeito.
Ele aproveitou ainda, para explicar para Pietro que, para realizar qualquer
tipo de serviço no sistema, é necessário ter muita atenção e dedicação,
pois é importante lembrar que os componentes elétricos são sistemas
de grande importância no veículo. Sendo assim, todo e qualquer serviço
realizado, se for executado de maneira inadequada, pode afetar o funcio-
namento dos componentes, gerando um custo maior para o cliente.
Ele também lembrou que, para entender os defeitos gerados no sistema
de carga e partida, é necessário conhecer os princípios de funcionamento
conforme seus sistemas, uma vez que os componentes do sistema de car-
ga e partida parecem trabalhar individualmente, mas não é bem assim.
Na realidade, um sistema interfere no funcionamento do outro. Dessa
maneira, quando um sistema apresenta um determinado defeito, gera
consequências em outro sistema e, se esses defeitos não forem sanados,
a tendência é que os defeitos aumentem e todos os sistemas apresentem
defeitos simultaneamente.

Recapitulando

Nesse capítulo, você aprendeu a desmontar, e a importância da limpeza


e inspeção para os procedimentos de teste no sistema de carga e partida.
Viu também os procedimentos de diagnóstico, reparação e substituição
dos componentes avariados.
Você conheceu, ainda, as anomalias que podem ocorrer nos sistemas de
carga e partida, suas características, os problemas que podem gerá-los,
além das consequências desses problemas para os componentes elétri-
cos.
O próximo capítulo tratará dos instrumentos de medição e equipamento
de testes, e o quanto essa questão é importante para o dia a dia da pro-
fissão.
6 MANUTENÇÃO NO CIRCUITO DE CARGA, PARTIDA E SEUS COMPONENTES
61

Anotações:
Instrumentos de Medição e
Equipamentos de Teste

Durante este curso, você conhecerá instrumentos de medição e equipamentos de testes


aplicados ao sistema de carga e partida. Esses instrumentos são muito importantes, pois permi-
tem que você coloque em prática parte da teoria estudada.
Antes de realizá-los, é preciso lembrar que um bom profissional sempre executa um bom
diagnóstico para verificar o serviço a ser executado no veículo.
Um dos itens incluídos nesse diagnóstico é a medição de três das principais grandezas elé-
tricas: tensão, corrente e resistência, que você verá com mais detalhe. Embora existam vários
instrumentos e equipamentos para medição dessas grandezas elétricas, você estudará apenas
o multímetro digital e o volt-amperímetro alicate, que são os instrumentos mais utilizados para
a medição das grandezas elétricas.
Ao finalizar seus estudos neste capítulo, você estará apto a:
a) identificar instrumentos de medição aplicáveis aos sistemas de carga e partida;
b) reconhecer a aplicação de instrumentos em testes de diagnósticos;
c) interpretar os resultados obtidos por meio dos instrumentos de medição.
SISTEMA DE CARGA E PARTIDA
64

7.1 Multímetro

O multímetro digital e o multímetro alicate são instrumentos dotados de múl-


tiplas funções. Com eles, é possível fazer medições de tensão, corrente e resistên-
cia. Alguns de seus modelos permitem também testar componentes eletrônicos
e medir outras grandezas.

7.1.1 Tipos

Veja, nas figuras a seguir, os modelos de multímetro analógico, digital, e mul-


tímetro digital de alicate.

Volodymyr Krasyuk ([20--?]), underworld111 ([20--?])

Figura 27 - Multímetro analógico e multímetro digital


Fonte: Thinkstock (2015)
7 Instrumentos de Medição e Equipamentos de Teste
65

Artur Synenko ([20--?])


Figura 28 - Multímetro digital de alicate
Fonte: Thinkstock (2015)

7.1.2 Características

A leitura dos valores obtidos na medição das grandezas é mais fácil utilizando-
-se o multímetro digital. Nesse tipo de multímetro, não há necessidade de inter-
pretação dos valores, como ocorre com os instrumentos analógicos. Os analógi-
cos são aqueles que têm um mostrador com um campo magnético na bobina,
que interage com o campo magnético do ímã. Dependendo do sentido da cor-
rente elétrica, o ponteiro poderá se movimentar para direita ou para esquerda na
escala do instrumento.

Você pode aprender um pouco mais sobre os multímetros


SAIBA no site de uma grande fabricante de instrumentos de medi-
MAIS ção elétrica. Para isso, acesse o site www.minipaeducation.
com.br.
SISTEMA DE CARGA E PARTIDA
66

7.1.3 Utilização

Antes de iniciar qualquer medição, você deve ajustar:


• o seletor de funções na função correta (grandeza a ser medida: tensão, cor-
rente ou resistência);
• a escala no valor superior ao ponto observado.
Quando você não faz ideia do valor a ser medido, é recomendável iniciar pela
escala de maior valor e, de acordo com o valor observado, diminuir a escala até
um valor ideal.

Nunca deve-se mudar de escala ou função quando o ins-


FIQUE trumento de medição estiver conectado a um circuito liga-
do, porque isso poderá causar a queima do instrumento.
ALERTA Assim, para mudança de escala, deve-se desligar o circuito
antes.

Os procedimentos a serem observados na mudança de função são: desligar o


circuito e as pontas de prova para selecionar a função e a escala apropriada.
Somente depois de realizar esses procedimentos é que você deverá providen-
ciar a ligação e a conexão das pontas de prova no circuito.
Para a medição de tensão elétrica, as pontas de prova do instrumento devem
ser conectadas aos pontos a serem medidos, em paralelo.

1,5V
mA A

V Ω

Com. A mA V/Ω
+

Pilha
Diego Fernandes (2014)

Figura 29 - Medida de corrente elétrica


Fonte: adaptado de SENAI/SP (2004)
7 Instrumentos de Medição e Equipamentos de Teste
67

7.2 Densímetro

Alguma vez você já misturou dois líquidos e percebeu que um deles ficou no
fundo do recipiente e outro na parte superior? Já se perguntou por que isso ocor-
re? Essa situação ocorre devido a uma diferença de densidade entre os materiais,
ou seja, a densidade e a relação entre a massa e o volume de uma substância.
Quanto menor o volume e maior a massa, maior a densidade. Quando se coloca
duas substâncias de diferentes densidades juntas, pode-se observar uma separa-
ção.
Pode-se, por exemplo, colocar gasolina e água em um recipiente, que obser-
var-se-á a água no fundo e a gasolina na superfície.
Fala-se de água e densidade, e você deve estar se perguntando: “Em que isso
está relacionado à elétrica?”. Existem diversas soluções utilizadas no processo de
armazenamento e condução de eletricidade que podem ser avaliadas de acordo
com a sua densidade. Para medir a densidade de um fluído, utiliza-se um instru-
mento simples, chamado de densímetro.
FFX ([20--?])

Figura 30 - Densímetro
Fonte: adaptado de Tool (2014)

7.2.1 Tipos

Basicamente, existem dois tipos de densímetros: os de construção analógicos,


que são os mais utilizados, e os digitais.
SISTEMA DE CARGA E PARTIDA
68

Loja do mecânico ([20--?])


Figura 31 - Densímetro convencional
Fonte: adaptado de Mecânico (2014)

Splabor ([20--?])

Figura 32 - Densímetro digital


Fonte: adaptado de Labor (2014)

7.2.2 Características

O densímetro funciona com base no princípio do empuxo, que explica o por-


quê da flutuação dos corpos. O empuxo faz com que a flutuação seja proporcio-
nal à densidade.
Na parte inferior do densímetro, existe um bulbo que deve ser submerso na
substância que está sendo medida. Na parte superior, há uma escala graduada
que indicará o valor da densidade, exatamente onde estiver a linha d’água. Para
considerar um densímetro confiável, é necessário realizar sua aferição pelo me-
nos a cada seis meses, em um laboratório credenciado de metrologia.
O densímetro é introduzido em um vaso central da bateria e, após retirar um
pouco de solução “eletrólito”, a densidade será indicada pela boia do densímetro.
7 Instrumentos de Medição e Equipamentos de Teste
69

7.3 Equipamento de teste de carga e descarga da bateria

Consiste em determinar a corrente que cada bateria consegue fornecer a um


sistema, mantendo uma tensão eficiente que permita manter em operação os
demais sistemas elétricos.

Alicates
Cabo negativo

Amperímetro

+ _

Cabo positivo
(vermelho)

Diego Fernandes (2014)


Bateria
Figura 33 - Teste de bateria
Fonte: adaptado de SENAI/SP (2004)

7.3.1 Tipos

No mercado, existe uma ampla variedade de equipamentos eletrônicos que


realizam essas análises. Utilizando duas garras, que servem como ponta de prova,
esses equipamentos são conectados aos polos da bateria e realizam uma simu-
lação de partida. Com base nas medidas obtidas nesse ensaio, uma mensagem
aparece no visor, informando se é preciso recarregar ou trocar a bateria. Normal-
mente, esses equipamentos avaliam a tensão, a temperatura, a capacidade de Ah
(ampere hora) e a corrente fornecida pela bateria. Desta forma, um técnico pode
fazer uma avaliação baseada em vários indicadores em poucos minutos.
Os equipamentos mais utilizados são analógicos e digitais.

Alguns equipamentos de diagnósticos de deter-


minados fabricantes de veículos realizam o teste
CURIOSIDADE de bateria, mas esses equipamentos são disponi-
bilizados somente nas redes de concessionárias da
marca.
SISTEMA DE CARGA E PARTIDA
70

Central Ferramentas ([20--?])


Figura 34 - Carregador de bateria
Fonte: Thinkstock (2015)

Auto Peças ([20--?])

Figura 35 - Teste de bateria


Fonte: adaptado de Bosch (2014)

7.3.2 Características

Os testadores de bateria se caracterizam por serem equipamentos de diag-


nóstico imediato quando a bateria está em plena carga. De fácil manuseio, passa
a informação de queda de tensão como consumo de carga e, em alguns equipa-
mentos, até imprime relatórios de testes.
7 Instrumentos de Medição e Equipamentos de Teste
71

7.3.3 Utilização

Os testes de capacidade de bateria devem ser feitos da seguinte maneira:


a) Fazer a inspeção visual da bateria;
b) Submetê-la à carga lenta até que o peso específico do eletrólito atinja
1260g/l;
c) Verificar o nível do eletrólito, completando-o, se necessário. Quando da adi-
ção de água, verificar o peso específico do eletrólito, após a bateria ter sido
submetida à recarga;
d) Ligar o analisador aos terminais da bateria;
e) Aplicar descarga de corrente da bateria durante 15 segundos, em três vezes
a sua capacidade nominal, ou seja: para uma bateria de 40 amperes x hora,
ajustar a corrente de descarga para 3 x 40 amperes = 120 amperes;
f) Durante o período de descarga, observar a tensão, que não deve ser inferior
a 9,6V, após 15 segundos. Se a voltagem for superior a 9,6V, a bateria está
em bom estado;
g) Verificar o peso específico do eletrólito; se inferior a 1250g/l, submeter a
bateria à carga lenta;
h) Se a voltagem for inferior a 9,6V, o peso específico do eletrólito for inferior
a 1250 g/l, não existir entre os elementos uma variação superior 40 g/l e o
eletrólito estiver limpo é, em geral, sinal de que a bateria se encontra apenas
descarregada.
As informações referentes aos itens de (e) a (h) se aplicam às temperaturas
superiores a 18ºC, com uso do equipamento da SUN, modelo “VAT 38”.
Deve-se, nesse caso, aplicar uma carga rápida durante 30 minutos e fazer nova
verificação na densidade. Se apenas um pequeno aumento do peso específico do
eletrólito for observado, ou se não houver aumento, deve-se aplicar uma carga
lenta durante 24 a 36 horas e efetuar nova verificação de densidade. Se não for
obtido um peso específico do eletrólito de, pelo menos 1250g/l, ou se houver
entre os elementos uma variação de 40 g/l ou mais, a bateria está danificada.

7.4 Equipamento de teste de alternador

Existem equipamentos e bancadas que são utilizadas para avaliar as condições


do alternador. Basicamente, a função desse componente é produzir uma tensão
alternada, que será retificada e regulada para verificação de tensão produzida
pelo equipamento.
SISTEMA DE CARGA E PARTIDA
72

7.4.1 Tipos

O equipamento mais utilizado para teste de alternador é uma bancada de tes-


te que simula o seu funcionamento como quando está instalado no automóvel.

FAF1242350 ([20--?])

Figura 36 - Bancada de teste


Fonte: Thinkstock (2015)

7.4.2 Características

A tensão de uma bateria deve ser de aproximadamente 12.6V, e a tensão do


alternador, 14.8V. Nessas condições, ao associar os dois, o alternador com tensão
superior “alimentará” eletricamente a bateria.
7 Instrumentos de Medição e Equipamentos de Teste
73

7.4.3 Testes do alternador

Diversos testes podem ser realizados afim de identificar uma possível falha no
alternador, confira a seguir os principais:
Teste de diodos
Selecione no multímetro, a escala de teste de diodos. Para testar os diodos
positivos: posicione a ponta de prova vermelha do multímetro no terminal de
entrada da placa de diodos positivos e a ponta de prova preta no terminal deno-
minado B+, o valor obtido deve variar entre 0,4V e 0,6V.
Para testar os diodos negativos: posicione a ponta de prova preta do multí-
metro no terminal de entrada da placa de diodos negativos e a ponta de prova
vermelha diretamente na placa negativa. Se o teste for realizado corretamente
e os diodos negativos estiverem funcionando perfeitamente, o resultado obtido
deverá variar entre 0,4V e 0,6V.
Já para realizar testes nos diodos de excitação: aplique a ponta de prova preta
do multímetro no terminal D+ e a ponta de prova vermelha entre as conexões
do estator (terminais) e a placa de diodos de excitação. Da mesma forma que nos
testes anteriores, o valor encontrado deve variar entre 0,4V e 0,6V.
Teste do rotor
O teste do rotor é realizado a partir da medição da resistência da bobina inter-
na, para isso, selecione a escala de resistência do multímetro (ohms) e aplique as
pontas de prova nos anéis dos coletores do rotor do alternador, o valor obtido na
medição da resistência deverá ser próximo de 3Ω.
Outro fator que pode influenciar diretamente no funcionamento do alterna-
dor é a presença de um curto entre o rotor e a massa. Para realizar o teste, com o
multímetro em escala de resistência, aplique as pontas de prova do multímetro
entre o coletor e a massa do rotor (o ponto de massa pode ser o eixo do rotor).
Para indicar a ausência de curto entre o rotor e a massa, o multímetro deve
apresentar valores de circuito aberto, ou seja, valores de resistência infinita.
Teste do estator
Para realizar o teste do estator, ajuste o multímetro para a escala de resistência
e aplique as pontas de prova nas bobinas do estator. O valor encontrado deve
ser baixo, sendo que um multímetro convencional apresentará um resultado em
torno de 0,4Ω.
Além do teste de resistência entre as bobinas, deve ser verificada também, a
isolação delas em relação à carcaça do estator, para isso, mantenha a ponta de
prova vermelha no terminal e posicione a ponta de prova preta na carcaça do
estator, para indicar um perfeito funcionamento, o valor encontrado entre todas
as bobinas e a carcaça deve ser de circuito aberto. Valores diferentes indicam um
curto circuito no sistema.
SISTEMA DE CARGA E PARTIDA
74

Teste do regulador de tensão


Para testar o regulador de tensão é necessário que o alternador esteja ligado
ao veículo e apto para uso. O veículo deverá ser ligado, acionando com isso o
máximo possível de consumidores tais como: ventilação, faróis, rádio, desemba-
çador, entre outros. Após ligar os consumidores, realize a medição de tensão na
bateria, o valor deve variar entre 13,5V e 14,5V.
Além disso, deve-se realizar o teste de carga do alternador com o motor em
marcha lenta, para isso aplique um alicate amperímetro no cabo positivo da bate-
ria, o valor obtido no teste deve variar de 2/3 da corrente máxima do alternador.
Por exemplo: para um alternador de 60A, o valor medido com o alicate amperí-
metro deve ser de 45A.
A análise feita na grande maioria dos equipamentos que avaliam o alterna-
dor leva em conta a tensão que ele fornece, em função da rotação em que se
encontra. Um indício de que o alternador está com problemas seria a tensão fora
da faixa normal de trabalho. Por exemplo: ao medir uma tensão superior a 15V,
provavelmente haverá um problema no regulador de tensão e, com o tempo, a
bateria será danificada.

7.5 Equipamento de teste de motor de partida

O motor de partida é o componente responsável por fazer com que o motor


do automóvel entre em funcionamento. Ele necessita de uma corrente elétrica
para fazer duas funções básicas: projetar o pinhão para frente, para que ele acople
com o volante de motor, e fazer com que este gire.

7.5.1 Tipos

Os equipamentos mais utilizados para teste do motor de partida são bancadas


que simulam o funcionamento do motor quando plena carga.

7.5.2 Características

Normalmente, a maior parte do procedimento de manutenção no motor de


arranque deve ser feita utilizando multímetro e realizando uma inspeção visual.
Os aparelhos que fazem a análise do motor de partida são conectados à bate-
ria e verificam o quanto sua tensão cai durante o arranque.
7 Instrumentos de Medição e Equipamentos de Teste
75

7.5.3 Utilização

No mercado, existem alguns equipamentos que auxiliam o mecânico a fazer o


teste do motor de partida. A função desses equipamentos é basicamente forne-
cer uma corrente, a uma tensão de 12V ou 24V, suficiente para fazer com que o
motor avance e gire. Assim, por meio de equipamentos e multímetros, avalie seu
funcionamento e parâmetros conforme sua construção.

7.5.4 Testes do motor de partida

Da mesma forma que no alternador, é possível realizar diversos testes no mo-


tor de partida. Conheça-os, a seguir:
Teste do induzido
Para testar o induzido do motor de partida, selecione a escala de continuidade
no multímetro. Após selecionar a escala correta realize a medição de continui-
dade entre o anel comutador e o eixo do induzido, para isso posicione uma das
pontas de prova no anel comutador e a outra no eixo do induzido. Para indicar
que não há falhas no induzido não deve ocorrer continuidade entre o anel comu-
tador e o eixo.
Outro teste realizado no induzido é referente à presença de curto-circuito en-
tre as espiras do componente, para isso deve-se utilizar a máquina para teste de
induzido. Quando exposto ao teste, o induzido recebe uma forte carga eletro-
magnética e com uma barra metálica é verificada a presença de um possível curto
circuito. Nenhuma das espiras do induzido deve apresentar curto-circuito.
Teste da bobina de campo
Para testar a bobina de campo deve-se realizar a medição de continuidade
entre os terminais da bobina de campo e a carcaça do motor de partida. Caso
alguma das espiras da bobina de campo esteja em curto circuito com a carcaça
ocorrerá à continuidade.
Teste da chave magnética (solenoide)
Para verificar o funcionamento pleno da chave magnética do motor de par-
tida, deve-se, primeiramente, selecionar a escala de resistência do multímetro.
Após a seleção da escala adequada, deverá ser medida a resistência entre o termi-
nal 50 e a carcaça da chave magnética. O valor encontrado deve ser próximo de
1,5Ω. Além deste teste, deve-se realizar a medição de resistência entre o terminal
50 e o terminal de saída para o motor de partida. Neste teste, o valor encontrado
deve ser próximo a 0,4Ω indicando o correto funcionamento da chave magnética
do motor de partida.
SISTEMA DE CARGA E PARTIDA
76

CASOS E RELATOS

O multímetro
Certo dia, o Sr. Luís ensinou ao seu auxiliar, Pietro como utilizar um mul-
tímetro. Após receber as instruções do seu superior, e receber um mul-
tímetro para trabalhar, Pietro passou a utilizar o instrumento em suas
atividades relacionadas à reparação em sistemas eletroeletrônicos. Em
pouco tempo pode perceber que com o instrumento, o diagnóstico e a
manutenção desses sistemas, são consideravelmente facilitados, garan-
tindo maior eficiência e qualidade.

Recapitulando

Finaliza-se este capítulo sobre instrumentos de medição e equipamentos


de teste, no qual apresenta-se o funcionamento do multímetro e sua im-
portância para o eletricista. Você conheceu o densímetro e os seguintes
equipamentos de teste: de carga e descarga de bateria, de alternador e
de motor de partida. No próximo capítulo, aprenderá sobre a metrologia
aplicada ao sistema de carga e partida no serviço elétrico automotivo,
seus tipos e suas características.
7 Instrumentos de Medição e Equipamentos de Teste
77

Anotações:
Metrologia Aplicada ao
Sistema de Carga e Partida

Conheça a seguir um pouco sobre a metrologia para sistemas de carga e partida, seus instru-
mentos de medição, seus tipos, características, funcionamento e aplicação.
Saiba que a utilização desses instrumentos contribui para o bom funcionamento dos com-
ponentes do sistema de carga e partida.
Ao finalizar seus estudos neste capítulo, você estará apto a:
a) reconhecer o Sistema Internacional de Medidas;
b) realizar a conversão de unidades de medida;
c) identificar processos de limpeza e conservação dos instrumentos de medição.
SISTEMA DE CARGA E PARTIDA
80

8.1 Sistema internacional de unidades

Em 1960, o Brasil participou da 11ª Conferência Geral de Pesos e Medidas (a


CGPM), que criou o Sistema Internacional de Unidades. Em consequência desse
fato, foi criado, em 1961, o Instituto Nacional de Pesos e Medidas (INPM), hoje
Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial (INME-
TRO), ao qual cabe a responsabilidade de manter atualizado o quadro geral de
unidades e resolver as dúvidas que possam surgir em relação à sua aplicação ou
interpretação.

8.2 Conversão de unidades

Observe, a seguir, as unidades internacionais de medidas elétricas.

UNIDADE SÍMBOLO DETERMINA

Unidades Elétricas

ampere A Corrente Elétrica

cavalo-vapor cv Potência Elétrica

hertz Hz Frequência

lúmen lm Fluxo Luminoso

lux lx Iluminância

ohm Ω Resistência Elétrica

volt V Tensão Elétrica

volt-Ampere VA Potência Elétrica

volt-Ampere reativo Var Potência Elétrica

watt W Potência Elétrica


watt-hora Wh Energia Elétrica

Quadro 1 - Unidades de medidas elétricas


Fonte: do Autor (2014)
8 Metrologia Aplicada ao Sistema de Carga e Partida
81

8.3 Instrumentos de medição

Confira, a seguir, os tipos de instrumentos de medição mais utilizados para o


sistema de carga e partida:
a) Paquímetro para diâmetro interno;
b) Micrômetro para medir disco;
c) Multímetro.
Paquímetro é um instrumento de medição utilizado para diâmetro interno das
buchas do alojamento de eixos. É fabricado em aço inox, é constituído por uma
régua graduada de encosto fixo e um cursor que desliza ao longo da régua, para
que se possa executar medições de dimensões lineares internas, externas, ressal-
tos e de profundidade.

FIQUE Ao manusear um instrumento de medição, sempre tenha


cuidado para não danificá-lo. Por se tratar de instrumentos
ALERTA precisos, impactos podem prejudicar sua precisão.
bee_photobee ([20--?])

Figura 37 - Paquímetro
Fonte: Thinkstock (2015)

O micrômetro serve para medir diâmetros dos eixos do induzido e rotor alter-
nador. É fabricado em aço inox, tratado termicamente, suas pontas de medição
sofrem tratamento de dureza para minimizar desgaste, sua capacidade de medida
é geralmente escalonada em 25mm e sua resolução nos micrômetros pode ser de
0.01mm.
SISTEMA DE CARGA E PARTIDA
82

Os instrumentos de medição foram sendo modifi-


CURIOSIDADE cados conforme o avanço da tecnologia, com cres-
cente melhoria em sua precisão.

kevinmayer
Figura 38 - Micrômetro
Fonte: Thinkstock (2015)

O multímetro é um equipamento de extrema importância para um eletricista.


Como você já estudou na unidade de eletricidade básica, existem três grandezas
elétricas que estão presentes nos circuitos: tensão, resistência e corrente. Sempre
que houver eletricidade, você encontrará esses três elementos envolvidos.
Para medir tensão, que é expressa em Volts, utiliza-se um voltímetro. Para
medir corrente, expressa em amperes, utiliza-se um amperímetro. E para medir
resistência elétrica, expressa em Ohms, utiliza-se o ohmímetro. O multímetro, ou
multiteste, é um equipamento capaz de combinar essas três funções.

SAIBA Você pode conhecer melhor os instrumentos de medição no


site de um grande fabricante de instrumentos, acessando o
MAIS site www.mitutoyo.com.br.
8 Metrologia Aplicada ao Sistema de Carga e Partida
83

Volodymyr Krasyuk ([20--?])

Figura 39 - Multímetro
Fonte: Thinkstock (2015)

CASOS E RELATOS

Procedimentos de metrologia
Certo dia, Seu Luís viu seu auxiliar trocando alguns componentes do motor
de partida do sistema de carga e partida de um veículo. Perguntou se ele
tinha medido a folga das buchas do alojamento do eixo do induzido, mas
Pietro, por não conhecer esse procedimento, perguntou se não bastava o
exame visual. Seu Luís chamou seu auxiliar e imediatamente mostrou todos
os procedimentos de medição aplicados aos componentes do sistema de
carga e partida. Explicou também que, ao executar esse procedimento, po-
deria comparar os resultados coletados com os do manual do fabricante.
Sendo assim, além de fazer o processo certo, ele poderia relatar ao clien-
te, no laudo técnico, um esclarecimento melhor do serviço executado.
Agora que Pietro já realizou o serviço adequadamente, poderá entregar o
veículo do cliente, juntamente do laudo técnico, deixando-o bem informado
sobre os procedimentos realizados e cativando a fidelidade de outro cliente.
SISTEMA DE CARGA E PARTIDA
84

Recapitulando

Neste capítulo, você teve a oportunidade de conhecer os instrumentos


mais utilizados nos processos de metrologia, aplicados aos sistemas de
carga e partida, seus tipos, características e aplicações. Verificou, também,
os procedimentos de limpeza e conservação, e o quanto é importante ter
um instrumento aferido e em perfeito estado para que o processo de me-
dição seja o mais exato possível. No próximo capítulo, aprenderá sobre
atividades de apoio operacional, aplicadas ao sistema de carga e partida
no serviço elétrico automotivo, seus tipos e suas características.
Com essa unidade curricular, você viu diversos aspectos dos sistemas de
carga e partida. Desse modo, você aprendeu sobre as baterias, conhe-
cendo seus princípios e características. Em seguida, você aprendeu os
princípios de funcionamento dos alternadores, conhecendo seus com-
ponentes.
Na sequência, você aprendeu os princípios de funcionamento dos moto-
res de partida, conhecendo seus componentes e aspectos relacionados.
Você aprendeu, ainda, sobre a manutenção dos sistemas e os instrumen-
tos de medição utilizados.
Com o desenvolvimento de diversas capacidades técnicas, você está
pronto para continuar evoluindo, praticando o que aprendeu e aprimo-
rando seu conhecimento a cada dia.
8 Metrologia Aplicada ao Sistema de Carga e Partida
85

Anotações:
REFERÊNCIAS
BOSCH. Geradores para veículos automotivos. Apostila técnica. São Paulo, 1986.
______. Motores de partida. Apostila técnica. São Paulo, 1986.
______. Elétrico – Rede Bosch Automóveis. Folhas de exercícios e apontamentos, 2010.
______. Catálogo de alternadores, motores de partida e principais componentes. Disponível
em: <http://www.bosch.com.br/br/autopecas/produtos/eletrica/downloads/Catalogo-
Alternadores-Motores-Partida-Principais-Componentes-2011-2012.pdf>. Acesso em: 01 set. 2014.
______. Teste de bateria. Disponível em: <http://www.bosch.com.br/br/equiteste/produtos/
eqpeletricos/bat121.asp>. Acesso em: 01 set. 2014.
COMPONENTE do motor de partida. Disponível em: <http://odia.ig.com.br/portal/automania/
saiba-como-funciona-e-o-que-evitar-para-manter-em-ordem-o-motor-de-partida-do-
carro-1.248151>. Acesso em: 15 ago. 2014.
DELCO FREEDOM. Folheto técnico FORD. Treinamento de serviço. Sistemas eletroeletrônicos. São
Paulo, 1992.
ELETRÔNICA EMBARCADA – MÓDULO VII: Alternador e Motor de Partida – Sistema de Carga. Belo
Horizonte: SETE. 199-. 94p.
GOUVEIA, Roberto. Regulador de tensão. Três Corações, MG. Disponível em: <http://www.
rgouveia.com.br/gouveia/componentes/imagens/produtos/332311.jpg>. Acesso em: 01 set. 2014.
GUIMARÃES, Alexandre de Almeida. Diagramas elétricos automotivos. Disponível em: <http://
www.mecatronicaatual.com.br/educacao/898-diagramas-eltricos-automotivos>. Acesso em: 01 set.
2014.
JOHNSON CONTROLS. Manual de treinamento básico. Disponível em: <http://www.
manualdoautomovel.com.br/areatecnica/manuais_de_treinamento/manuais/material-de-apoio-
heliar-250809.pdf>. Acesso em: 01 set. 2014.
LABOR, SP. Densímetro digital. Disponível em: <http://www.splabor.com.br/blog/tag/densimetro-
digital/>. Acesso em: 01 set. 2014.
MECANICO, Loja do. Densímetro convencional. Disponível em: <http://www.lojadomecanico.com.
br/imagens/Densimetro_para_Teste_de_Bater_28_00156_1.JPG>. Acesso em: 01 set. 2014.
OLIVEIRA, Aparecido. Esquema do alternador. Disponível em: <https://lh3.googleusercontent.
com/-Anzwtqoa5Gw/TWv542kwGjI/AAAAAAAAA-s/ljMInTdL6V0/s1600/alternador+w+a.JPG>.
Acesso em: 01 set. 2014.
SCHERVENSKI FILHO, Sergio Augusto Quevedo. Alternador. 2014. fotografia.
______. Motor de partida. 2014. fotografia.
______. Induzido do motor de partida. 2014. fotografia.
SENAI. Apostila sistema de carga e partida básico. São Paulo, SP: SENAI/SP, 2003. 74 p.
______. Apostila sistema de carga e partida. São Paulo, SP: SENAI/SP, 2004.
______. Sistemas de carga e partida. Brasília, DF: SENAI/DN, 2012, 172p.
______. Eletricista de Automóveis II. Recife, PE: SENAI/PE., 1999. Disponível em: <http://
dc246.4shared.com/doc/dPpvDZNS/preview_html_m5b5ae8c2.png>. Acesso em: 01 set. 2014.
TOOL, Motor. Densímetro. Disponível em: <http://www.motortool.es/pt/refrigeracao-
aquecimento/296-densimetro-de-anticongelante-8400296454983.html>. Acesso em: 01 set. 2014.
MINICURRÍCULO DO AUTOR
Eugênio Luis Pazini é técnico em Automobilística pela Escola de Educação Profissional SENAI Au-
tomotivo, no estado do Rio Grande do Sul, desde 2006. Concluiu o Programa de Fundamentação
Pedagógica para Docentes no SENAI/RS, também em 2006. Atualmente, é professor de Mecânica
Diesel na escola do SENAI/SC. Desde 2004, ministra aulas sobre sistemas de suspensão, direção,
freio, transmissão de veículos pesados e motor diesel. É também certificado pela ASE (National
Institute for Automotive Service Excellence), nas modalidades de Especialista em Reparo de Motor,
Especialista em Suspensão/Direção, Especialista em Freios, Especialista em Motor Diesel, Especia-
lista em Sistema Elétrico/Eletrônico e Especialista em Freios de Veículos Pesados.
Índice

A
Alternador, 5, 7, 8, 12, 14, 16, 17, 21, 27, 31, 33, 34, 35, 36, 38, 39, 40, 41, 42, 54, 55, 56, 57, 71, 72,
73, 74, 79, 85
Amperímetro, 9, 11, 15, 54, 56, 59, 60, 80

B
Bateria, 5, 7, 8, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 30, 31, 35, 39, 40, 54, 56, 57,
58, 68, 69, 70, 71, 72, 73, 74, 85
Bornes, 5, 17, 23, 24, 26, 49, 54, 57

C
Carga, 5, 7, 8, 9, 11, 14, 15, 16, 17, 18, 21, 22, 25, 26, 27, 30, 31, 38, 40, 41, 45, 49, 50, 51, 53, 56, 58,
59, 60, 63, 69, 70, 71, 73, 74, 77, 79, 81, 82, 85, 86
Circuitos, 7, 12, 15, 21, 22, 23, 25, 27, 36, 39, 42, 51, 53, 66, 80
Combustão, 13, 35, 50
Componente, 12, 13, 14, 21, 27, 30, 31, 33, 41, 42, 45, 46, 47, 48, 50, 51, 54, 55, 56, 57, 71, 73, 85

D
Densímetro, 5, 8, 24, 57, 67, 68, 74, 85, 86
Descarga, 8, 58, 69, 71, 74
Diagrama, 5, 7, 15, 16, 17
Diodos, 5, 36, 37, 38, 39, 56

E
Eletroeletrônico, 15
Eletrólito, 5, 22, 24, 25, 26, 27, 57, 58, 68, 71
Estabilizador, 22
Estator, 36, 37, 39, 40, 54

F
Falhas, 7, 9, 56, 57

I
Inspeção, 7, 9, 55, 60, 71, 73

F
Linha 15, 38, 39
Linha 50, 38, 39, 49
M
Medição, 8, 56, 60, 63, 65, 66, 74, 77, 79, 80, 81, 82
Motor, 5, 7, 8, 9, 13, 14, 16, 17, 18, 21, 22, 27, 28, 31, 34, 35, 36, 38, 39, 40, 42, 45, 46, 47, 48, 49, 50,
51, 54, 55, 73, 74, 81, 85, 86, 87
Multímetro, 5, 8, 63, 64, 65, 73, 74, 79, 80, 81

P
Partida, 5, 7, 8, 9, 11, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 21, 22, 27, 30, 31, 35, 38, 39, 41, 42, 45, 46, 47, 48, 49,
50, 51, 53, 54, 55, 56, 58, 59, 60, 63, 69, 73, 74, 77, 79, 81, 82, 85, 86

R
Reparação, 7, 15, 49, 53, 56, 57, 60
Rotor, 14, 34, 36, 37, 38, 39, 40, 54, 79

S
Simbologia, 5, 7, 15, 18
SENAI - DEPARTAMENTO NACIONAL
UNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – UNIEP

Felipe Esteves Pinto Morgado


Gerente Executivo de Educação Profissional e Tecnológica

Waldemir Amaro
Gerente

Fabíola de Luca Coimbra Bomtempo


Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros Didáticos

SENAI - Departamento Regional de Santa Catarina

Cleberson Silva
Coordenação do Desenvolvimento dos Livros Didáticos

Eugênio Luis Pazini


Elaboração

Roberto Fernando Dusik Machado


Revisão Técnica

Mauricio Cappra Pauletti


Coordenação Educacional

Karine Marie Arasaki


Coordenação do Projeto

Morgana Machado
Design Educacional

Tânia Aparecida Neves Barth


Revisão Ortográfica e Gramatical

Diego Fernandes
Ilustrações e Tratamento de Imagens

Thinkstock
Freeimages
Banco de imagens
Sergio Augusto Quevedo Schervenski Filho
Fotografias

Edilson de Oliveira Caldas – DR/RJ


Edison Bonifácio – DR/PR
Francisco David de Lima e Silva – DR/PA
Teófilo Manoel da Silva Junior – DR/SC
Comitê Técnico de Avaliação

Felipe da Silva Machado


Diagramação

Tânia Aparecida Neves Barth


Normalização

Taciana dos Santos Rocha Zacchi


CRB – 14.1230
Ficha Catalográfica

i-Comunicação
Projeto Gráfico

Você também pode gostar