Prescrição Do Exercício Fisíco Nas Doenças Osteomusculares e Reumáticas

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PRESCRIÇÃO DO EXERCÍCIO FISÍCO NAS

DOENÇAS OSTEOMUSCULARES E REUMÁTICAS

1
Sumário
PRESCRIÇÃO DO EXERCÍCIO FÍSICO NAS ATIVIDADES OSTEOMUSCULARES
E REUMÁTICAS .................................................................. Erro! Indicador não definido.

FACUMINAS ............................................................................................................. 2

DOENÇAS OSTEOMUSCULARES .......................................................................... 3

PRINCÍPIOS DA PRECRIÇÃO DE EXERCÍCIOS FÍSICOS NAS DOENÇAS


OSTEOMUSCULARES ....................................................................................................... 9

DOENÇAS REUMÁTICAS ...................................................................................... 12

Principais Doenças Reumáticas .......................................................................... 14


PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIOS FÍSICO NAS DOENÇAS REUMÁTICAS ........... 22

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 26

1
FACUMINAS

A história do Instituto FACUMINAS, inicia com a realização do sonho de um grupo


de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e
Pós-Graduação. Com isso foi criado a FACUMINAS, como entidade oferecendo serviços
educacionais em nível superior.

A FACUMINAS tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no
desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de
promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem
patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras
normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável


e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética.
Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de
cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do
serviço oferecido.

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DOENÇAS OSTEOMUSCULARES

As Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e os Distúrbios Osteomusculares


Relacionados ao Trabalho (DORT) são as doenças que mais afetam os trabalhadores
brasileiros. A constatação é do estudo Saúde Brasil 2018, do Ministério da Saúde. Têm sido
consideradas como o mal ocupacional do século, reafirmando a tendência de uma nova
epidemia industrial. Decorrentes do uso repetido e/ou forçado de grupos musculares, bem
como de sobrecarga estática da musculatura.

As LER/Dort são responsáveis por lesões nos tendões, músculos, articulações e


nervos.

Figura:1

As LER vêm acometendo trabalhadores dos setores secundário e terciário da


produção, atingindo diferentes ramos da atividade, como o setor bancário, operários de
linha de montagem e trabalhadores da área da saúde, estendendo a todas as categorias
expostas a traumas cumulativos. Na origem desses quadros, tem-se apontado o acelerado
ritmo de inovação tecnológica e mudanças na organização do trabalho, geradores
potenciais, não somente de sobre-esforço muscular, mas também fonte de sobrecargas
mentais.

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Os distúrbios osteomusculares ocupacionais mais encontrados têm sido: as
tendinites (particularmente do ombro, cotovelo e punho), as lombalgias (dores na região
lombar) e, mais frequentemente, as mialgias (dores musculares) em diversos locais do
corpo.

Figura: 2

O estresse psicológico influencia os sintomas sim, qualquer forma de estresse


psicológico pode influenciar diretamente na percepção da dor ou de outros sintomas. A
ansiedade, a depressão e outros distúrbios psicológicos, podem também gerar ou agravar
a tensão muscular (a qual gera contração e dor no músculo). Em muitos casos, o
componente emocional pode ser o principal responsável pela perpetuação da
sintomatologia.

A boa relação médico-paciente, a satisfação com a vida, a motivação pelo trabalho


e as convicções do indivíduo, são fatores essenciais para o sucesso terapêutico.

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Figura: 3

Qualquer tipo de trabalho, quando mal executado ou quando não respeita os limites
biomecânicos dos indivíduos, pode contribuir para o surgimento de um distúrbio
osteomuscular relacionado ao trabalho.

A dor musculoesquelética é uma consequência conhecida do esforço repetitivo, do


uso excessivo, e de distúrbios musculoesqueléticos relacionados ao trabalho. Essas lesões
incluem uma variedade de distúrbios que causam a dor em ossos, articulações, músculos,
ou estruturas circunjacentes. A dor pode ser aguda ou crônica, focal ou difusa. A dor lombar
baixa é o exemplo mais comum da dor musculoesquelética crônica. Outros exemplos
incluem a tendinite e tendinose, neuropatias, mialgias e as fraturas por estresse.

Epidemiologia e economia

• A dor musculoesquelética por uso excessivo afeta 33% dos adultos e é responsável
por 29% de absenteísmo do trabalho por doença.

• A dor lombar baixa é a condição mais prevalente e mais comumente relacionada


ao trabalho na sociedade ocidental, e é o distúrbio muscular relacionado ao trabalho mais
custoso.

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Figura: 4

• Enquanto as taxas de incidência por lesão devido ao esforço excessivo por


levantamento de peso são 1,3 vezes maiores nos homens, nas mulheres as taxas mais
altas são nas seguintes condições: 3,0 vezes maior para a síndrome de túnel de carpo, 2,3
vezes maior para a tendinite, e 2,0 vezes maior para as lesões causadas por movimentos
repetitivos.

• O fardo econômico da dor musculoesquelética ocupa o segundo lugar em relação


a doença cardiovascular.

Fisiopatologia

A fisiopatologia da dor musculoesquelética não é completamente esclarecida,


porém estão implicadas nela inflamação, fibrose, degradação tissular, neurotransmissores
e distúrbios neurosensitivos.

• Inflamação: a lesão induz um aumento de citocinas pro-inflamatórias e mediadores


nos tecidos afetados e sistemicamente. Este aumento leva à sensibilização periférica de
nociceptor.

• Fibrose: a inflamação pode induzir cicatriz fibrótica (isto é, aumento de colágeno


dentro e entre as células e tecidos), que reduz o deslizamento dos tecidos durante o
movimento, levando as lesões por estiramento e mais dor.
• Degradação tissular: aumento de mediadores inflamatórios induz aumento de metalo

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proteínas de matriz (enzimas que degradam as matrizes extracelulares), diminuindo a
tolerância a carga tissular e levando a mais lesão e dor.

• Neurotransmissores: os níveis de substância P, peptídeo relacionado calcitonina, e


o N-metil -D-aspartato

(NMDA) estão elevados nos tendões, gânglio de raiz dorsal, e cornos dorsais da
medula espinhal.

• Fatores Neurosensitivos/neuroimunes: hipersensibilidade, com níveis elevados de


neurotransmissores, mediadores inflamatórios e citocinas, causa sensibilização periférica
do nociceptor ou amplificação central da dor. Hipossensibilidade ocorre com compressão
neural por fibrose.

Aspectos clínicos

• A dor pode ser aguda ou crônica, focal ou difusa, em tecidos musculoesqueléticos ou


neurais associados.

• Os sintomas clínicos incluem:

-sintomas locais de dor ou dor disseminada e persistente.

-dolorimento.

-irritação neural periférica.

-fraqueza.

-movimento limitado e rigidez

• Os sintomas aumentam progressivamente com maior lesão tissular e inflamação, com um


aumento nos sítios anatômicos afetados, isto é, pontos sensíveis aumentados.

• Os sintomas são exacerbados pelo estresse pessoal ou relacionados ao trabalho, por


exemplo, controle deficiente sobre próprio trabalho, dificuldade nos relacionamentos e
pressão de tempo.

• A velocidade da condução neural diminui num nervo periférico envolvido.

• Os sintomas têm a flutuação diurna. Inicialmente, os sintomas desaparecem com o cessar


do trabalho (isto é, entre turnos, durante os finais de semana, e férias). Se persistir a

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exposição e a lesão tissular progredir, os sintomas podem ser insuficientemente aliviados
pelo repouso, e pode desenvolver uma dor constante.

Nas últimas décadas, crianças e adolescentes têm-se tornado cada vez mais sedentários.
Concomitantemente, tem-se observado um aumento substancial na incidência de doenças
crônicas pediátricas, tais como obesidade juvenil, hipertensão arterial, diabetes mellitus tipo
II e asma. De fato, especula-se que a inatividade física esteja intimamente relacionada a
dislipidemia, resistência à insulina, baixa massa óssea, fraqueza e atrofia musculares,
ganho de adiposidade, aumento de pressão arterial, baixa qualidade de vida e autoestima
reduzida.

A relação desses quadros com o trabalho está sugerida na literatura por resultados de
inquéritos de corte transversal que apontam indícios de associações entre processos de
trabalho e sintomas musculoesqueléticos.

Embora sejam escassos os estudos epidemiológicos de base analítica, capazes de


permitir inferências causais, os levantamentos de prevalência têm mostrado taxas elevadas
de acometimentos e apontando fatores (ocupacionais e extra ocupacionais) que estariam
implicados na gênese desses quadros (Santos Filho & Barreto, 1998).

Extrapolando essa vertente médico-quantitativa de abordagem do problema, o


movimento social em torno do LER tem despontado como importante marcador de sua
dimensão. Isso pode ser observado através do envolvimento das organizações de
trabalhadores e outras associações civis, órgãos de atuação em saúde e segurança no
trabalho e também pela participação ativa da mídia na sua divulgação, o que vem
acontecendo no mundo inteiro e no Brasil, desde meados da década de 80. Esse pode ser
um esboço do cenário em que têm emergido os chamados Distúrbios osteomusculares
relacionados ao trabalho, a partir do qual propomos uma discussão em torno da
complexidade envolvida na sua gênese e na sua compreensão.

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PRINCÍPIOS DA PRECRIÇÃO DE EXERCÍCIOS FÍSICOS NAS
DOENÇAS OSTEOMUSCULARES

Figura: 5

Exercícios de aquecimento pode ser realizado deste que seja prescrição médica,
esses exercícios aumentam a temperatura dos músculos e tendões facilitando o
deslizamento das estruturas do membro, e exercícios para tirar as tensões que também
devem ser realizados durante as pausas no trabalho para que os músculos e tendões
estejam sempre relaxados.

Após a avaliação inicial, considerando um indivíduo saudável, a prescrição deve


considerar as necessidades individuais, os objetivos, preferências e tempo disponível. Na
generalidade, pretende-se a promoção da saúde através da prevenção dos fatores de risco
de doenças de causa hipocinética, melhoria da condição física e a ação pedagógica,
informando sobre os benefícios da atividade física e sobre a forma correta e segura de
realizar exercício. A prescrição deverá ser individualizada para cada sujeito, embora
existam elementos básicos comuns a todas as prescrições do exercício, como os que
seguem:

As rotinas de exercícios deverão ser organizadas com base em três princípios


biológicos:

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1) princípio da sobrecarga, progressão e individualidade;

2) princípio da especificidade;

3) princípio da reversibilidade.

Princípio da sobrecarga, progressão e individualidade

Sobrecarga: Para que possam ocorrer melhorias na condição metabólica e funcional


do indivíduo, o organismo deverá ser submetido a uma rotina de EF que venham a oferecer
esforços físicos mais intensos do que aqueles a que ele está normalmente acostumado.

Progressão: O indivíduo, ao ser exposto a determinado esforço físico, deverá


apresentar uma série de adaptações orgânicas que na sequência lhe permitirá ser
submetido a estímulos gradativamente mais intensos. Os esforços físicos podem ocorrer
de duas formas isoladas ou por meio da combinação de ambas: aumento da quantidade e
intensidade das atividades.

Individualidade: Cada organismo poderá reagir aos estímulos provocados pelos EF


de maneira bastante particular, ou seja, nem todos os indivíduos deverão apresentar
progressão na adaptação aos esforços físicos da mesma forma e ritmo (ex. sexo, hábitos
de vida, estado de saúde).

Princípio da reversibilidade:

As adaptações metabólicas e funcionais induzidas pelo EF tendem a retornar aos


estados iniciais após a paralisação dos programas prescritos. De maneira geral, os
exercícios físicos de média a longa duração e de baixa intensidade têm efeito mais
prolongado sobre o organismo, enquanto os exercícios físicos de intensidade mais elevada
e de menor duração têm efeito mais imediato.

Componentes dos exercícios físicos

Para que as rotinas de EF possam produzir as adaptações na direção desejada,


torna-se necessário estabelecer combinação entre três componentes básicos: frequência,
duração e intensidade dos esforços físicos.

Frequência: A frequência de realização dos EF refere-se ao número de vezes em


que o indivíduo se exercita por semana ou em casos esporádicos, por dia. Ao iniciar as

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rotinas de EF, o indivíduo deverá se exercitar no mínimo 3 vezes por semana, em dias não
consecutivos.

Duração: É caracterizada pelo tempo despendido na execução de um EF específico


ou de uma sessão de EF. A duração da execução de um EF específico atua sobre o
organismo sem interrupções. Já a duração de uma sessão de EF equivale ao tempo total
em que o indivíduo se envolve com uma série de esforços físicos programados, incluindo
as pausas entre os exercícios. Uma sessão de EF, independentemente de sua duração,
deverá apresentar três momentos: parte inicial, a principal e a final.

Seleção dos Exercícios e prescrição

A escolha de cada exercício deve levar em consideração as informações levantadas


nas avaliações, o nível de habilidade/experiência do participante e os objetivos do indivíduo.

Exercício de flexibilidade

Devem ser realizados exercícios para as principais unidades musculotendinosas,


podendo consistir em flexibilidade estática, dinâmica, balística ou facilitação neuromuscular
proprioceptiva; frequência de ≥2-3 dias/semana, idealmente diária; intensidade suficiente
para originar tensão/ligeiro desconforto; duração de 10-30 segundos/exercício; volume de
2-4 séries/exercício até perfazer 60 segundos/exercício.

Figura: 6

Exercício de resistência

Devem ser realizados exercícios que envolvam os principais grupos musculares


agonistas e antagonistas, exercícios multiarticulares e monoarticulares; frequência de 2-3

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dias/semana para cada grupo muscular major com intervalo de repouso ≥48h para cada
um; intensidades, número de séries e repetições variáveis dependendo do nível de
condição muscular e objetivos individuais.

Figura: 7

DOENÇAS REUMÁTICAS

Figura: 8

12
Popularmente conhecidas como reumatismo, as doenças reumáticas são
prevalentes e representam o conjunto de diferentes doenças que acometem o aparelho
locomotor, ou seja, ossos, articulações, cartilagens, músculos, tendões e ligamentos.

Além disso, algumas doenças reumáticas podem comprometer outras partes e


funções do corpo humano, como rins, coração, pulmões, olhos, intestino e até a pele.

Existe mais de uma centena de doenças reumáticas.

As mais comuns são osteoartrite, também conhecida como artrose, fibromialgia,


osteoporose, gota, tendinites e bursites, febre reumática, artrite reumatoide e outras
patologias que acometem a coluna vertebral.

Como se imagina, as doenças reumáticas não ocorrem só em idosos. Qualquer


pessoa de qualquer idade (crianças, jovens e adultos) pode ser acometida de algum tipo
de doença reumática.

Elas não dependem de cor, sexo ou idade e podem ser causadas ou agravadas por:

 Fatores Genéticos

 Traumatismos

 Obesidade

 Sedentarismo

 Estresse

 Ansiedade

 Depressão

 Alterações Climáticas

Esse grupo de doenças não é transmissível, não é contagioso e normalmente é


acompanhado de dor.

As doenças reumáticas, assim como outras enfermidades crônicas, têm tratamento.


Se a doença for descoberta no início e tratada de maneira adequada, o paciente reumático
pode levar uma vida normal e sem dores, minimizando o risco de incapacidade física.

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Principais Doenças Reumáticas

Figura: 9

Artrite Reumatoide (AR)

É uma doença crônica, inflamatória, autoimune que se caracteriza pela inflamação


das articulações e que pode conduzir à destruição do tecido articular e periarticular.

Os doentes com AR frequentemente sentem dor e dificuldade em mobilizar as


articulações, mas os sintomas podem ser muito variados. A ocorrência global de AR é 2 a
4 vezes maior em mulheres do que em homens.

O pico de incidência nas mulheres é após a menopausa, mas pessoas de todas as


idades podem desenvolver a doença, incluindo adolescentes.

A inflamação articular é desencadeada pela presença de moléculas (citocinas) que


interagem com alguns glóbulos brancos causando uma reação inflamatória local e
sistêmica.

Este processo traduz-se em edema, dor, e, por vezes, rubor e aumento da


temperatura nas articulações afetadas, gerando incapacidade para movê-las corretamente.

Fibromialgia

É uma doença que se caracteriza por dor musculoesquelética generalizada, difusa,


muitas vezes migratória e por um aumento da sensibilidade a uma variedade de estímulos
que podem causar dor e desconforto, como o esforço, stress ou ruídos.

Afeta cerca de 2-4% dos adultos, sendo mais frequente em mulheres. Acompanha-
se frequentemente de fadiga, alteração do sono, problemas de memória e concentração.

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A origem e causa da fibromialgia não são muito claras. Pensa-se que existe um
aumento da sensibilidade à dor, devido a alterações dos neurotransmissores e do
processamento da dor.

Figura: 10

Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES)

É uma doença crônica imunomediada. Nessa doença, o organismo produz uma


quantidade muito maior de anticorpos, criando desequilíbrio ao sistema imunológico e
colaborando com ataques a tecidos e órgãos.

O LES afeta tipicamente mulheres em idade reprodutiva. Essa inflamação ataca os


rins, os pulmões, a pele e o esqueleto todo.

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Figura: 11

O LES é uma doença de causa desconhecida. Contudo, estudos realizados sugerem


que a sua etiologia é multifatorial, em que fatores genéticos, hormonais, imunológicos e
ambientais estão envolvidos.

A exposição solar parece ter um papel crucial no despoletar da doença e também no


desencadear de agudizações.

A doença pode causar danos à pele, articulações, rins, pulmões, células sanguíneas,
coração e cérebro. É também uma enfermidade conhecida como o "excelente imitador" pois
os sintomas dos lúpus geralmente se assemelham aos de outras doenças.

As pessoas com lúpus podem sofrer com períodos mais críticos quando os sintomas
da doença surgem, mas também passar por intervalos estáveis, chamados de períodos de
remissão, quando os sintomas da doença estão sob controle.

Quando os lúpus estão na fase crítica, sintomas como exaustão, perda de peso,
febre e anemia costumam ocorrer. Ataques e remissões da doença podem acontecer a
qualquer momento, sem aviso prévio.

Não há cura para lúpus, mas os tratamentos podem reduzir a gravidade dos sintomas
e melhorar a qualidade de vida do paciente.

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Lúpus Eritematoso Sistêmico na infância

Figura: 12

Conheça os tipos de lúpus

• lúpus eritematosos sistêmicos é a forma mais comum de lúpus;

• lúpus eritematosos discórdico causa uma erupção cutânea que não desaparece;

• lúpus eritematosos cutânea subaguda causa feridas cutâneas nas áreas do corpo
expostas ao sol;

• O lúpus neonatal afeta os recém-nascidos;

• O lúpus induzido por drogas pode ser causado por certos medicamentos.

Causa e fatores de risco

Os pesquisadores não sabem exatamente o que causa os lúpus (ou várias outras
doenças autoimunes). Por algum motivo, o sistema imunológico ataca equivocadamente os
próprios tecidos do corpo.

A maioria dos especialistas acredita que os fatores genéticos e ambientais também


desempenham um papel no desenvolvimento da doença.

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• As pesquisas sugerem que a doença pode ser desencadeada por fatores como
infecções, drogas ou luz solar. Nesse contexto, vale lembrar — lúpus não é uma doença
contagiosa.

• Mulheres são mais suscetíveis ao risco de desenvolver lúpus. A doença atinge 10


vezes mais às mulheres do que em homens.

• A maioria das pessoas que são diagnosticadas com lúpus estão na faixa etária
entre 15 e 40 anos, mas, crianças e idosos também podem desenvolver a doença.

Complicações ocasionadas pelo lúpus

O lúpus pode causar danos a diversas partes do corpo, levando potencialmente as


seguintes complicações:

• Falência renal;

• Problemas de sangue, como anemia (baixo número de glóbulos vermelhos),


sangramento ou coagulação;

•Pressão alta;

• Vasculite (inflamação dos vasos sanguíneos);

• Problemas de memória;

• Mudanças de comportamento ou alucinações;

• Convulsões;

• Acidente vascular encefálico;

• Doença cardíaca ou ataque cardíaco;

• Condições pulmonares, como pleuresia (inflamação do revestimento da cavidade


torácica) ou pneumonia;

• Infecções;

•Câncer;

• Necrose avascular (morte de tecido ósseo devido à falta de suprimento de sangue).

Gota

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Figura: 13

É uma doença reumática inflamatória resultante da deposição de cristais de


monourato de sódio (forma de acumulação de ácido úrico) nas articulações. É mais
prevalente em homens, sendo muito rara em mulheres antes da menopausa.

Outros fatores de risco são fatores:

 Genéticos

 Dietéticos – ingestão de álcool ou alimentos ricos em purinas, como marisco, carnes


e vísceras)

 Comorbidades – incluindo síndrome metabólica, obesidade, hipertensão arterial,


diabetes, psoríase…)

 Utilização de alguns fármacos (como os diuréticos tiazídicos que interferem com a


excreção renal de ácido úrico)

Os períodos de crise caracterizam-se por sinais inflamatórios exuberantes (dor,


aumento da temperatura local, rubor e inchaço) na articulação envolvida, habitualmente nos
membros inferiores, particularmente no 1º dedo do pé, tornozelos e joelhos.

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Figura: 14

Osteoporose

É uma doença generalizada do esqueleto que se caracteriza por uma diminuição da


densidade mineral óssea (DMO) e alterações da qualidade do tecido ósseo, conduzindo a
um aumento da fragilidade óssea e consequentemente, a um risco elevado de fratura.

A diminuição da massa óssea está intimamente ligada com o aumento da idade e,


nas mulheres, com um conjunto de alterações hormonais relacionadas com a menopausa.

No entanto, existem outros fatores de risco para a osteoporose, a saber:

1. Tabagismo

2. Consumo Excessivo de Álcool

3. Baixo Índice de Massa Corporal

4. Tratamento com Corticoides

5. Doenças Inflamatórias Crônicas como Artrite Reumatoide

20
Figura: 15

Espondilite Anquilosante

As espondilartrites são um grupo de doenças inflamatórias crônicas, que têm em


comum um conjunto de características clínicas e genéticas.

A causa destas doenças permanece desconhecida.

Trata‐se de doenças que resultam de uma desregulação do sistema imunológico do


organismo, sendo que os fatores genéticos têm um papel preponderante, muito embora
múltiplos fatores ambientais possam contribuir para o desencadear da doença.

O sintoma principal das espondilartrites axiais é a dor na coluna lombar. Esta dor
surge tipicamente durante o repouso, condicionando despertares na segunda metade da
noite.

Ao acordar (ou após períodos de repouso), o paciente sente rigidez, “prisão nos
movimentos”, com duração geralmente superior a trinta minutos, referindo dificuldade, por
exemplo, em dobrar‐se para calçar os sapatos.

Com a evolução da doença o paciente pode ter dificuldade em inclinar o tronco ou


em virar o pescoço para olhar para trás, por exemplo.

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Figura: 16

PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIOS FÍSICO NAS DOENÇAS


REUMÁTICAS

O Exercício Físico (EF) é uma atividade física planejada, estruturada, orientada e


repetitiva. Tem como objetivo melhorar ou manter a condição da aptidão física e da Saúde
do indivíduo, proporcionando efeitos agudos (curto prazo) e crônicos (longo prazo).

A prescrição de exercícios deve ser antecedida de uma avaliação, a ser analisado


fatores de risco, características comportamentais, objetivos a serem alcançados, e as
preferências de escolhas dos exercícios propostos para a melhora.

Antes das atividades, segue algumas orientações:

► Na hora de definir a modalidade, dê preferência àquelas que você realmente gosta de


fazer.

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►Converse com o reumatologista e certifique-se do aval dele para começar qualquer treino.

► Após o sinal verde, procure sempre o fisioterapeuta ou o professor de educação física.

►Arrume a agenda e os compromissos para que seu dia não fique agitado demais e isso
aumente a fadiga.

► Fique de olho nos sintomas e aprenda a distinguir as dores da doença do...

► Faça um diário e anote seus avanços a cada sessão. Compartilhe os dados com o
doutor.

► Uma dieta equilibrada e boas noites de sono também cooperam para manter o quadro
sob controle.

Figura: 17

Para o tratamento adequado e efetivo é importante caracterizar o tipo de reumatismo.

O Pilates aparece como excelente alternativa, atuando como importante aliado tanto
na prevenção quanto no tratamento das dores reumáticas, além de promover o
fortalecimento e alongamento dos músculos envolvidos. Técnicas de mobilização comuns
nessa metodologia ajudam a diminuir a dor e a rigidez em articulações afetadas.

23
Figura: 18

O Pilates, como qualquer outro exercício físico (modalidades aquáticas, musculação,


aulas de exercícios resistidos, entre outros) é uma boa indicação para pacientes com
quadros reumáticos.

Porém, é necessário o equilíbrio entre a prática do mesmo e o descanso.

Quando os sintomas estiverem intensos, é necessário que você instrutor tenha a noção de
diminuir a intensidade do exercício e dar um período maior de descanso para seu paciente,
mas sempre orientá-lo a não parar de praticar.

Apesar do vasto corpo de conhecimento indicando que o exercício físico é capaz de


prevenir e tratar a maioria das doenças crônicas - ao passo que o sedentarismo é o principal
fator de risco que as predispõe -, é relativamente comum observar a recomendação de
repouso a pacientes com doenças reumatológicas como forma de evitar a atividade da
doença ou o desgaste articular.

A eficácia de tal medida tem sido questionada. De fato, há evidências de que


pacientes com artrite reumatoide engajados em programas de exercícios físicos regulares
apresentam menor frequência de dor e de rigidez articular e melhor desempenho em
atividades da vida diária quando comparados a seus pares fisicamente inativos.

Sabe-se, atualmente, que a prática de atividade física promove inúmeros benefícios


ao paciente com osteoporose, osteoartrite, lúpus eritematosos sistêmicos, esclerose
sistêmica, Miopatias idiopáticas inflamatórias, fibromialgia e artrite reumatoide.

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Dessa forma, o exercício físico tem sido considerado ferramenta valiosa no
tratamento do paciente reumático.

Os efeitos terapêuticos do treinamento físico em doenças reumatológicas pediátricas


também têm sido alvos recentes de investigação.

Em conjunto, os estudos têm revelado grande potencial terapêutico do exercício para


pacientes com artrite idiopática juvenil, lúpus eritematosos sistêmicos juvenis,
dermatomiosite juvenil, fibromialgia juvenil e outras causas de dor crônica.

Os benefícios da atividade física compensam sobremaneira os efeitos deletérios da


inatividade física e, salvo em algumas condições resumidas na Tabela 1, o paciente com
doença reumatológicas pediátrica deve realizar exercícios físicos.

Tabela 1

O paciente com lúpus eritematoso sistêmico juvenil apresenta intolerância ao


esforço, fraqueza muscular e fadiga exacerbada quando comparados a seus pares
saudáveis.

Já os pacientes com artrite reumatoide há um número significativo de evidências


sobre os benefícios do exercício físico moderado e de alta intensidade, essas evidências
apontam para a melhoria na fadiga, força muscular, capacidade aeróbica, capacidade
funcional e dor.

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Embora antigamente se acreditasse que o exercício de alta intensidade pudesse
agravar o quadro articular dos pacientes com AR, os benefícios desse tipo de exercícios
têm sido amplamente divulgados. A única, porém importante, ressalva é para os pacientes
que apresentam um dano articular de base mais grave, principalmente quando submetidos
ao treinamento de alta intensidade.

Assim como a prescrição de medicamentos deve conter dose, duração e intervalo, a


prescrição do exercício deve detalhar orientações sobre a intensidade inicial do treino e
como aumentar progressivamente a carga. Para adequada prescrição individual é
importante considerar as características do paciente, Comorbidades, uso de
medicamentos, capacidade funcional e se possível, avaliação ergométrica.

REFERÊNCIAS

26
ALENCAR, T. A. M.; MATIAS, K. F. S. Princípios fisiológicos do aquecimento e
alongamento muscular na atividade esportiva. Rev. Bras. Med. Esporte vol.16, n.3, Niterói,
May/June, 2010.

CIVINSK, C.; MONTIBELLER, A.; BRAZ, A. L. O. A importância do exercício físico


no envelhecimento. Revista da Unifebe, 2011, p. 163-175.

RIBAS, L. F. R. A. Treinamento funcional e sua importância na reabilitação. Manaus,

2016.

SANTOS FILHO, S. B. & BARRETO, S. M., 1998a. Algumas considerações


metodológicas sobre os estudos epidemiológicos das Lesões por Esforços Repetitivos
(LER). Cadernos de Saúde Pública.

27

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