Procura, Oferta e Estruturas de Mercado

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Economia / Economics

Ciclo 1
2022-2023
Procura, Oferta e Preço
Procura (D – Demand)
- A quantidade procurada é a quantidade desejada. Assim: a quantidade procurada
vem diferente da quantidade efectivamente adquirida.
- Determinantes da Procura:
a) Preço do produto;
b) Preço doutros produtos;
c) Rendimento dos consumidores, a riqueza e a distribuição dos mesmos;
d) Diversos factores sociológicos;
e) As preferências dos consumidores.
- 𝑄𝑄𝑛𝑛𝑑𝑑 = 𝐷𝐷(𝑝𝑝𝑛𝑛 , 𝑝𝑝1 , 𝑝𝑝2 , … , 𝑝𝑝𝑛𝑛−1 , 𝑌𝑌, 𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸. )
- Curva da Procura (D) – ceteris paribus, quando o preço aumenta (diminui), a
quantidade procurada diminui (aumenta).
Procura, Oferta e Preço
Curva da Procura Individual (𝑄𝑄 𝑑𝑑 = 𝑎𝑎 − 𝑏𝑏𝑏𝑏, 𝑎𝑎 > 0, 𝑏𝑏 > 0):
Procura, Oferta e Preço
Procura, Oferta e Preço
Exemplo para a soma horizontal de curvas da procura:
𝑄𝑄1 = 12 − 3𝑃𝑃
e
𝑄𝑄2 = 6 − 2𝑃𝑃
Solução:
𝑄𝑄 = 0 𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞 𝑃𝑃 > 4
𝑄𝑄 = 12 − 3𝑃𝑃 𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞 3 < 𝑃𝑃 < 4
𝑄𝑄 = 18 − 5𝑃𝑃 𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞 0 < 𝑃𝑃 < 3
Procura, Oferta e Preço
Movimentos ao longo da curva da Procura (D) vs. Deslocações da curva da Procura (D)

Quando apenas fazemos variar o preço do produto em causa, assistimos a


movimentos ao longo da curva da Procura. Quando fazemos variar os outros factores
que influenciam a quantidade procurada, temos deslocações da curva da Procura.
Procura, Oferta e Preço
Uma diminuição do rendimento, faz com que a Procura se desloque de D para D’. Ao
invés, um aumento do rendimento faz com que a Procura se desloque de D para D’’.

Bens substitutos – bens que não têm exactamente as mesmas características, mas
satisfazem a mesma necessidade (ex.º margarina e manteiga).
Bens complementares – bens que se associam para satisfazer uma dada necessidade
(ex.º café e pacote de açúcar).

Assim, se o preço dum bem substituto aumenta (diminui), a Procura desloca-se de D


para D’’ (D’).

E, se o preço dum bem complementar aumenta (diminui), a Procura desloca-se de D


para D’ (D’’).
Procura, Oferta e Preço
Oferta (S – Supply)
- Agente económico: produtor;
- Objectivo: maximizar o lucro;
- Determinantes:
a) Preço do produto;
b) Preços dos factores produtivos;
c) Os objectivos das organizações (em vez do lucro, a organização pode
querer aumentar a sua quota de mercado);
d) A tecnologia.

- 𝑄𝑄𝑛𝑛𝑠𝑠 = 𝑆𝑆(𝑝𝑝𝑛𝑛 , 𝑤𝑤, 𝑟𝑟, 𝐴𝐴, 𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸. )


Procura, Oferta e Preço
Hipótese:
Ceteris paribus, a quantidade produzida e oferecida está positivamente
correlacionada com o preço do produto:
Se o preço do produto aumenta (diminui), a quantidade oferecida aumenta (diminui).

Isto porque os custos aumentam quando a quantidade produzida aumenta. Deste


modo, o produtor só está disposto a vender mais, se o preço aumentar.

A este racional está subjacente a Lei dos Rendimentos Decrescentes (Custos Marginais
Crescentes), cuja explicação virá mais à frente.
Procura, Oferta e Preço
Curva da Oferta (𝑄𝑄 𝑠𝑠 = 𝑐𝑐 + 𝑑𝑑𝑑𝑑, 𝑐𝑐 < 0, 𝑑𝑑 > 0):
Procura, Oferta e Preço
Movimentos ao longo da curva da Oferta (S) vs. Deslocações da curva da Oferta (S)

Quando apenas fazemos variar o preço do produto em causa, assistimos a movimentos ao


longo da curva da Oferta. Quando fazemos variar os outros factores que influenciam a
quantidade oferecida, temos deslocações da curva da Oferta.
Procura, Oferta e Preço
Interacção entre a D e a S
Mercado: meio através do qual compradores e vendedores negoceiam a troca de um
produto ou grupo relacionado de produtos.
Hipótese: Em mercados perfeitamente competitivos, ninguém tem o poder de
influenciar significativamente o preço.
Procura, Oferta e Preço
Do gráfico anterior, verificam-se três situações:
• EXS>0 (EXD<0) – Excesso de Oferta. Os produtores não conseguem escoar toda a
quantidade que pretendem produzir, o que gera uma variação de
existências/stocks positiva. Assim, dá-se um fenómeno de concorrência entre os
produtores para escoar a produção, o que levará a uma diminuição do preço, até à
situação de equilíbrio;
• EXS<0 (EXD>0) – Excesso de Procura. Os consumidores não conseguem adquirir
toda a quantidade que pretendem, o que gera um fenómeno de concorrência
entre os consumidores, o que levará a um aumento do preço, até à situação de
equilíbrio;
• Em equilíbrio [EXD/EXS=0], àquele preço, a quantidade que os compradores
pretendem adquirir é igual à quantidade que os produtores almejam produzir, logo
o preço mantém-se inalterado.
Procura, Oferta e Preço
Hipóteses Implicações
1. D com declive negativo 1. O equilíbrio é único
2. S com declive positivo 2. Só no preço de equilíbrio
é que o preço de mercado
se mantém constante
3. Quando há EXD>0 (<0), 3. Se a D e/ou a S se
o P aumenta (diminui) deslocam, o 𝑃𝑃 𝑒𝑒 e a
𝑄𝑄 𝑒𝑒 variarão.
Procura, Oferta e Preço
Leis da Oferta e da Procura
Procura, Oferta e Preço
• Situação 1: Deslocação de S para S’: o preço de equilíbrio aumenta e a
quantidade de equilíbrio diminui. [+P –Q]

• Situação 2: Deslocação de S para S’’: o preço de equilíbrio diminui e a


quantidade de equilíbrio aumenta. [-P +Q]

• Situação 3: Deslocação de D para D’: o preço de equilíbrio diminui e a


quantidade de equilíbrio diminui. [-P –Q]

• Situação 4: Deslocação de D para D’’: o preço de equilíbrio aumenta e a


quantidade de equilíbrio aumenta. [+P +Q]
Procura, Oferta e Preço
• Situação 5: Deslocação de S para S’ e deslocação de D para D’: o preço de
equilíbrio pode aumentar ou diminuir (consoante a magnitude das
deslocações da S e da D) e a quantidade de equilíbrio diminui. [?P –Q]

• Situação 6: Deslocação de S para S’ e Deslocação de D para D’’: o preço de


equilíbrio aumenta e a quantidade de equilíbrio pode aumentar ou
diminuir (consoante a magnitude das deslocações da S e da D). [+P ?Q]

• Situação 7: Deslocação de S para S’’ e deslocação de D para D’: o preço de


equilíbrio diminui e a quantidade de equilíbrio pode aumentar ou diminuir
(consoante a magnitude das deslocações da S e da D). [-P ?Q]

• Situação 8: Deslocação de S para S’’ e Deslocação de D para D’’: o preço de


equilíbrio pode aumentar ou diminuir (consoante a magnitude das
deslocações da S e da D) e a quantidade de equilíbrio aumenta. [?P +Q]
Procura, Oferta e Preço
Ponto de Equilíbrio num mercado
𝑄𝑄 𝑑𝑑 = 𝑎𝑎 − 𝑏𝑏𝑏𝑏, 𝑎𝑎 > 0, 𝑏𝑏 > 0 – Equação de Comportamento
𝑄𝑄 𝑠𝑠 = 𝑐𝑐 + 𝑑𝑑𝑑𝑑, 𝑐𝑐 < 0, 𝑑𝑑 > 0 – Equação de Comportamento
𝑄𝑄 𝑑𝑑 = 𝑄𝑄 𝑠𝑠 – Equação de Equilíbrio

𝑎𝑎 − 𝑐𝑐
𝑎𝑎 − 𝑏𝑏𝑏𝑏 = 𝑐𝑐 + 𝑑𝑑𝑑𝑑 ⇔ 𝑃𝑃 𝑒𝑒 = .
𝑏𝑏 + 𝑑𝑑
𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆 𝑜𝑜 𝑃𝑃 𝑒𝑒 𝑒𝑒𝑒𝑒 𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞 𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐, 𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡
𝑎𝑎𝑎𝑎 + 𝑏𝑏𝑏𝑏
𝑄𝑄 𝑒𝑒 = .
𝑏𝑏 + 𝑑𝑑
Procura, Oferta e Preço
Exercício
𝑄𝑄 𝑑𝑑 = 100 − 2𝑃𝑃
𝑄𝑄 𝑠𝑠 = 20 + 3𝑃𝑃
𝑄𝑄 𝑑𝑑 = 𝑄𝑄 𝑠𝑠

100 − 2𝑃𝑃 = 20 + 3𝑃𝑃 ⇔ 𝑃𝑃 𝑒𝑒 = 16.


𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆 𝑜𝑜 𝑃𝑃 𝑒𝑒 𝑒𝑒𝑒𝑒 𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞 𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐, 𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡
𝑄𝑄 𝑒𝑒 = 68.
Procura, Oferta e Preço
Em capítulos ulteriores, será desde já fundamental perceber os seguintes conceitos:

1. EXCEDENTE DO CONSUMIDOR – consiste na diferença entre aquilo que o


consumidor estaria disposto a pagar (que é o valor total que advém de consumir o
produto) e aquilo que efectivamente paga (que é a Despesa Total – DT);

2. EXCEDENTE DOS PRODUTOR – consiste na diferença entre o preço que o


produtores estaria disposto a vender e o preço a que de facto vende.
Procura, Oferta e Preço
𝑄𝑄𝑄𝑄−0 ∗(𝑎𝑎−𝑃𝑃𝑃𝑃) 40∗4
Excedente do Consumidor ⇔ 𝐴𝐴 = 2
= 2
= 80
𝑄𝑄𝑄𝑄−0 ∗(𝑃𝑃𝑃𝑃−𝑏𝑏) 40∗4
Excedente do Produtor ⇔ 𝐵𝐵 = = = 80
2 2
Bem-estar social = Excedente do Consumidor + Excedente do Produtor = 160
Elasticidade

1. Elasticidade

Definição de Elasticidade – é a rácio entre a variação percentual da variável


dependente e a variação percentual da variável independente.

Então, sabendo que Y é a variável dependente e X a variável independente, a fórmula


da Elasticidade virá:
∆%𝑌𝑌 ∆𝑌𝑌� ∆𝑌𝑌 𝑋𝑋 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑋𝑋
𝜀𝜀 𝑋𝑋 = = ∆𝑋𝑋�
𝑌𝑌
= × ou × .
∆%𝑋𝑋 𝑋𝑋 ∆𝑋𝑋 𝑌𝑌 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑌𝑌
A grande vantagem deste indicador é que elimina comparações entre grandezas que
“misturam alhos com bugalhos”.
Elasticidade

2. Elasticidade Preço da Procura


∆𝑄𝑄 𝑑𝑑�
∆%𝑄𝑄 𝑑𝑑 𝑄𝑄 𝑑𝑑 ∆𝑄𝑄 𝑑𝑑 𝑃𝑃 𝑑𝑑𝑄𝑄 𝑑𝑑 𝑃𝑃
𝜀𝜀𝐷𝐷 = = = × ou × 𝑑𝑑
∆%𝑃𝑃 ∆𝑃𝑃� ∆𝑃𝑃 𝑄𝑄 𝑑𝑑 𝑑𝑑𝑃𝑃 𝑄𝑄
𝑃𝑃
Elasticidade

Nota: Pela lei da Procura, a 𝜀𝜀𝐷𝐷 < 0, mas convencionou-se a utilização de valores
absolutos para tornar as comparações entre curvas da Procura com diferentes
elasticidades mais imediatas.

Três casos extremos podem acontecer:

P |ɛ|=0 |ɛ|→∞ |ɛ|=1


16 P 12 P 18,00
14 16,00
10
12 14,00
8 12,00
10
10,00
8 6
8,00
6 6,00
4
4 4,00
2
2 2,00
0 0 0,00
0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 0 2 4 6 8 10 12 14 0 2 4 6 8 10 12
Qd Qd Qd
Elasticidade

𝑑𝑑𝑄𝑄𝑑𝑑 𝑃𝑃 𝑃𝑃
1º Procura Perfeitamente Inelástica – 𝜀𝜀𝐷𝐷 = | × | = |0 × � | = 0
𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑄𝑄𝑑𝑑 𝑄𝑄
∆𝑄𝑄𝑑𝑑 𝑃𝑃 ∆𝑄𝑄𝑑𝑑 𝑃𝑃�
2º Procura Infinitamente Elástica – 𝜀𝜀𝐷𝐷 = × =| × |→∞
∆𝑃𝑃 𝑄𝑄𝑑𝑑 0 𝑄𝑄
𝑑𝑑𝑄𝑄𝑑𝑑 𝑃𝑃
3º Procura Unitária – Hipérbole rectangular: 𝑄𝑄 𝑑𝑑 = 𝑐𝑐⁄ , 𝑐𝑐
𝑃𝑃 > 0, 𝜀𝜀𝐷𝐷 = × =
𝑑𝑑𝑃𝑃 𝑄𝑄𝑑𝑑
−𝑐𝑐 𝑃𝑃
× 𝑐𝑐 = −1 = 1
𝑃𝑃2 ⁄𝑃𝑃

4º Procura Inelástica – 0 < 𝜀𝜀𝐷𝐷 < 1


5º Procura Elástica – 1 < 𝜀𝜀𝐷𝐷 < ∞
Elasticidade

Para funções lineares a 𝜀𝜀𝐷𝐷 varia ao longo da curva da procura.

a) 𝜀𝜀𝐷𝐷 = | − 10 × 𝑃𝑃⁄0 | → ∞
𝑃𝑃
b) 𝜀𝜀 = 1: −10 × = −1 ⇔ 𝑃𝑃 = 10 − 𝑃𝑃 ⇔ 𝑃𝑃 = 5. 𝑄𝑄𝑑𝑑 = 100 − 10 × 5 = 50
100−10𝑃𝑃
6
c) Quando 𝑃𝑃 = 6, 𝜀𝜀𝐷𝐷 = −10 × = 1,5 > 1
40
4
d) Quando 𝑃𝑃 = 4, 𝜀𝜀𝐷𝐷 = −10 × = 2⁄3 < 1
60
e) 𝜀𝜀𝐷𝐷 = −10 × 0⁄100 = 0
Elasticidade

Despesa Total (DT) = Receita Total (RT) = 𝑃𝑃 × 𝑄𝑄


• Procura Inelástica – 0 < |𝜀𝜀𝐷𝐷 | < 1
Se 𝑃𝑃 ↑⟹ 𝑄𝑄 ↓ menos que proporcionalmente ⇒ 𝐷𝐷𝐷𝐷 ⁄𝑅𝑅𝑅𝑅 ↑
Se 𝑃𝑃 ↓⟹ 𝑄𝑄 ↑ menos que proporcionalmente ⇒ 𝐷𝐷𝐷𝐷 ⁄𝑅𝑅𝑅𝑅 ↓

• Procura Unitária – |𝜀𝜀𝐷𝐷 | = 1


Se 𝑃𝑃 ↑⟹ 𝑄𝑄 ↓ na mesma proporção ⇒ 𝐷𝐷𝐷𝐷/𝑅𝑅𝑅𝑅
Se 𝑃𝑃 ↓⟹ 𝑄𝑄 ↑ na mesma proporção ⇒ 𝐷𝐷𝐷𝐷/𝑅𝑅𝑅𝑅

• Procura Elástica – 1 < |𝜀𝜀𝐷𝐷 | < ∞


Se 𝑃𝑃 ↑⟹ 𝑄𝑄 ↓ mais que proporcionalmente ⇒ 𝐷𝐷𝐷𝐷 ⁄𝑅𝑅𝑅𝑅 ↓
Se 𝑃𝑃 ↓⟹ 𝑄𝑄 ↑ mais que proporcionalmente ⇒ 𝐷𝐷𝐷𝐷 ⁄𝑅𝑅𝑅𝑅 ↑
Elasticidade

Em síntese: A despesa total do consumidor aumenta na parte inelástica da curva da


procura, atingindo um máximo quando a |𝜀𝜀𝐷𝐷 | = 1, passando a diminuir na parte
elástica da curva da procura.
Elasticidade

Através duma simples análise gráfica, consegue inferir-se que quanto menos inclinada
for uma curva da procura, mais elástica ela será:
∆𝑄𝑄 ∆𝑄𝑄
∆𝑃𝑃 ′ ∆𝑃𝑃 ∆𝑄𝑄 ∆𝑄𝑄 �𝑄𝑄0 �𝑄𝑄
0
| |>| | ⇔ | ′| < | |⇔| ′ |<| | ⇔ |𝜀𝜀𝐷𝐷′ | < |𝜀𝜀𝐷𝐷 |
∆𝑄𝑄 ∆𝑄𝑄 ∆𝑃𝑃 ∆𝑃𝑃 ∆𝑃𝑃 �𝑃𝑃 ∆𝑃𝑃�𝑃𝑃
0 0
Elasticidade

Elasticidade – Ponto – Num ponto da função – Variações Contínuas

𝑑𝑑𝑑𝑑�
𝜀𝜀𝐵𝐵 = 𝑌𝑌 = 𝑑𝑑𝑑𝑑 × 𝑋𝑋 = 𝑒𝑒 𝑋𝑋 × 𝑋𝑋𝐵𝐵 = 5, 𝑋𝑋 = 5
𝐵𝐵
𝑑𝑑𝑑𝑑� 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑌𝑌 𝑒𝑒 𝑋𝑋
𝑋𝑋
𝑒𝑒 𝑢𝑢 ′ = 𝑢𝑢′ 𝑒𝑒 𝑢𝑢
Elasticidade

3. Elasticidade Rendimento 𝜼𝜼𝒀𝒀


Mede o impacto de uma variação percentual do rendimento sobre a variação
percentual da quantidade procurada.
∆%𝑄𝑄 𝑑𝑑
𝜂𝜂𝑌𝑌 =
∆%𝑌𝑌
𝜂𝜂𝑌𝑌 > 1 – D rendimento elástica
𝜂𝜂𝑌𝑌 < 1 – D rendimento inelástica
𝜂𝜂𝑌𝑌 = 1 – D com elasticidade rendimento unitária
Os bens podem classificar-se em 2 classes distintas:
1.ª Classe
Se 𝜂𝜂𝑌𝑌 > 0 – Bens normais (Se ↑ 𝑌𝑌 ⇒↑ 𝑄𝑄𝑑𝑑 𝑒𝑒 ↓ 𝑌𝑌 ⇒↓ 𝑄𝑄𝑑𝑑 )
Se 𝜂𝜂𝑌𝑌 < 0 – Bens inferiores (Se ↑ 𝑌𝑌 ⇒↓ 𝑄𝑄 𝑑𝑑 𝑒𝑒 ↓ 𝑌𝑌 ⇒↑ 𝑄𝑄 𝑑𝑑 ). Exemplo: transportes
públicos.
Elasticidade

3. Elasticidade Rendimento 𝜼𝜼𝒀𝒀 - Cont.


Mede o impacto de uma variação percentual do rendimento sobre a variação
percentual da quantidade procurada.
∆%𝑄𝑄 𝑑𝑑
𝜂𝜂𝑌𝑌 =
∆%𝑌𝑌

Caso Particular: Paradoxo dos Bens de Giffen


a) Bem inferior (Se ↑ 𝑌𝑌 ⇒↓ 𝑄𝑄𝑑𝑑 𝑒𝑒 ↓ 𝑌𝑌 ⇒↑ 𝑄𝑄𝑑𝑑 ).
b) Não há bens substitutos muito similares.
c) Tem de representar uma parte substancial do rendimento do consumidor.

Logo, quando o preço aumenta, a quantidade procurada aumenta também. Sendo um


bem essencial, como iremos ver adiante, o efeito rendimento domina o efeito
substituição.
Elasticidade

2.ª Classe
Se 0 < 𝜂𝜂𝑌𝑌 < 1 – Bens de Primeira Necessidade. Bens pouco sensíveis ao rendimento.
Exemplo: arroz.
Se 𝜂𝜂𝑌𝑌 > 1 – Bens Supérfluos ou de Luxo. Procura muito sensível ao rendimento.
Exemplo: viagens de lazer ao estrangeiro.

4. Elasticidade Cruzada 𝜼𝜼𝑿𝑿𝒀𝒀


Mede o impacto de uma variação percentual do preço de um bem (Y) sobre a variação
percentual da quantidade procurada do outro bem (X).
∆%𝑄𝑄𝑋𝑋𝑑𝑑
𝜂𝜂𝑋𝑋𝑌𝑌 =
∆%𝑃𝑃𝑌𝑌
𝜂𝜂𝑋𝑋𝑌𝑌 > 0 – Bens Substitutos/Sucedâneos/Rivais
𝜂𝜂𝑋𝑋𝑌𝑌 = 0 – Bens Independentes/Não Correlacionados
𝜂𝜂𝑋𝑋𝑌𝑌 < 0 – Bens Complementares
Elasticidade

5. Elasticidade da Oferta
∆%𝑄𝑄 𝑠𝑠 𝑑𝑑𝑄𝑄 𝑠𝑠 𝑃𝑃
𝜀𝜀𝑆𝑆 = = ×
∆%𝑃𝑃 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑄𝑄 𝑠𝑠
A oferta de um bem, conforme o valor da 𝜀𝜀𝑆𝑆 , pode ser classificada como:
𝑑𝑑𝑄𝑄𝑠𝑠 𝑃𝑃 𝑃𝑃
1º Oferta Perfeitamente Inelástica – 𝜀𝜀𝑆𝑆 = × =0× =0
𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑄𝑄𝑠𝑠 𝑄𝑄�
∆𝑄𝑄𝑠𝑠 𝑃𝑃 ∆𝑄𝑄𝑠𝑠 𝑃𝑃�
2º Oferta Infinitamente Elástica – 𝜀𝜀𝑆𝑆 = × 𝑠𝑠 = × →∞
∆𝑃𝑃 𝑄𝑄 0 𝑄𝑄𝑠𝑠
𝑑𝑑𝑄𝑄𝑠𝑠 𝑃𝑃 𝑃𝑃
3º Oferta Unitária: 𝑄𝑄 𝑠𝑠 = 𝑐𝑐 × 𝑃𝑃, 𝑐𝑐 > 0, 𝜀𝜀𝑆𝑆 = × = 𝑐𝑐 × =1
𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑄𝑄𝑠𝑠 𝑐𝑐𝑐𝑐

4º Oferta Inelástica – 0 < 𝜀𝜀𝑆𝑆 < 1


5º Oferta Elástica – 1 < 𝜀𝜀𝑆𝑆 < ∞
Procura e Oferta em Interacção

INTERVENÇÃO GOVERNAMENTAL NOS MERCADOS

Controlo de Preços: o Estado pode controlar os preços. Se o preço fixado for diferente
do preço de equilíbrio, então a quantidade transaccionada é determinada pelo mínimo
entre a quantidade procurada e a quantidade oferecida: min 𝑄𝑄 𝑑𝑑 , 𝑄𝑄 𝑠𝑠 .
Procura e Oferta em Interacção

• Para P2, 𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 𝑄𝑄2𝑑𝑑 , 𝑄𝑄2𝑠𝑠 = 𝑄𝑄2𝑑𝑑 .


• Para P1, 𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 𝑄𝑄1𝑑𝑑 , 𝑄𝑄1𝑠𝑠 = 𝑄𝑄1𝑠𝑠 .
Procura e Oferta em Interacção

Legislação de Preço Máximo


• Se 𝑝𝑝𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 > 𝑝𝑝𝑒𝑒 ⇒ não há qualquer impedimento para se atingir o 𝑝𝑝𝑒𝑒 .
• Se 𝑝𝑝𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 < 𝑝𝑝𝑒𝑒 ⇒ 𝑝𝑝𝑒𝑒 é inatingível.
Procura e Oferta em Interacção

EXC inicial = A+B+C


EXP inicial = D+E+F
Após a introdução do preço máximo:
EXC final = A+B+D
EXP final = F
Perda de Bem-Estar Social = C+E
Procura e Oferta em Interacção

Um efeito muito indesejável da introdução de legislação do preço máximo é a criação


de um “mercado negro”. Nesta situação, o bem é vendido a 8 u.m. e a quantidade
disponibilizada é de apenas 20 aos consumidores. Os traficantes teriam assim um
lucro correspondente a (8-4)*20=80.
Procura e Oferta em Interacção

Legislação de Preço Mínimo

O preço mínimo é fixado acima do preço de equilíbrio, o que significa que os


produtores têm de colocar o bem no mercado sempre a um preço acima do limite
fixado (preço mínimo) e nunca inferior ao mesmo. Neste caso, como já vimos, teremos
um EXS>0.

• Se 𝑝𝑝𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 > 𝑝𝑝𝑒𝑒 ⇒ 𝑝𝑝𝑒𝑒 é inatingível.


• Se 𝑝𝑝𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 < 𝑝𝑝𝑒𝑒 ⇒ não há qualquer impedimento para se atingir o 𝑝𝑝𝑒𝑒 .
Procura e Oferta em Interacção

EXC inicial = A+B+C


EXP inicial = D+E

Após a introdução do preço mínimo:


EXC final = A
EXP final = B+D
Perda de Bem-Estar Social = C+E
Procura e Oferta em Interacção

Mercado de Arrendamento
Em Portugal a Lei n.º 2030, de 22 de Junho de 1948, fez com que as rendas, em Lisboa
e no Porto, tivessem ficado congeladas.

Para todos os efeitos, havendo inflação, o congelamento das rendas traduz-se na


fixação duma renda máxima, abaixo da renda de equilíbrio (preço de equilíbrio). Ora,
tal tem consequências:
• Escassez progressiva de imóveis para arrendamento: EXD>0;
• A quantidade transaccionada será menor do que seria se o mercado funcionasse
livremente;
• Acabam por surgir, ilegalmente, sublocações dos imóveis que já se encontravam
arrendados;
• Os senhorios são incentivados a esquemas menos lícitos para despejar os
arrendatários;
• Os senhorios não têm qualquer incentivo para preservar os imóveis, o que dá
origem a uma paisagem urbana cada vez mais degradada;
Procura e Oferta em Interacção

• Com o passar dos anos, a oferta torna-se mais elástica (menos inclinada), o que
leva ainda a uma maior escassez de imóveis para arrendar.
Teoria do Consumidor
Neste capítulo iremos estudar com maior
detalhe o comportamento dos consumidores.

Com efeito, importa perceber como é que os


consumidores efectuam as suas escolhas no que
ao consumo diz respeito.

Assim, iremos começar por definir breves, mas


importantes, conceitos.
Teoria do Consumidor
O conceito de Utilidade é fundamental para compreender o
comportamento dos consumidores.

• Utilidade Total (UTOTAL): é o nível de satisfação que o consumo de


uma determinada quantidade de um bem proporciona.

• Utilidade Marginal (Umg): é o acréscimo de utilidade (satisfação)


que o consumo de uma unidade adicional de um bem proporciona
∆𝑈𝑈 𝑑𝑑𝑑𝑑
– 𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈 = 𝑜𝑜𝑜𝑜 𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈 = .
∆𝑄𝑄(=1) 𝑑𝑑𝑑𝑑

A Umg é decrescente: sucessivos acréscimos unitários do consumo de


um qualquer bem geram sucessivos acréscimos decrescentes de
utilidade (satisfação).
Teoria do Consumidor
Mensuração da Utilidade

Exemplo:

• UTOTAL equivale à quantidade de unidades monetárias


necessárias para adquirir uma determinada quantidade
de um bem.

• Umg equivale à quantidade de unidades monetárias


necessárias para adquirir uma unidade adicional de um
bem.
Teoria do Consumidor
Exemplo:
𝑈𝑈 = 50 � 𝑄𝑄 − 1�2 � 𝑄𝑄 2 ; 𝑈𝑈𝑚𝑚𝑚𝑚 = 50 − 𝑄𝑄

UTOTAL Umg
1400 60

1200 50

Utilidade Marginal (Umg)


Utilidade Total (UTOTAL)

1000
40
800
30
600
20
400

200 10

0 0
0 10 20 30 40 50 60 0 10 20 30 40 50 60
Quantidade consumida do bem (Q) Quantidade consumida do bem (Q)
Teoria do Consumidor
Assim:
Equilíbrio para um bem 𝑥𝑥
• 𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈𝑥𝑥 = 𝑝𝑝𝑥𝑥 .

Equilíbrio para 𝒏𝒏 bens


𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈1 𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈2 𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈3 𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈𝑛𝑛
• = = =⋯= – REGRA DE OURO
𝑝𝑝1 𝑝𝑝2 𝑝𝑝3 𝑝𝑝𝑛𝑛
(Golden Rule) do Consumidor.
Teoria do Consumidor
Vamos imaginar que assim não era:
𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈𝑥𝑥 𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈𝑦𝑦
𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈𝑥𝑥 = 𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈𝑦𝑦 𝑒𝑒 𝑝𝑝𝑥𝑥 < 𝑝𝑝𝑦𝑦 . Tal faria com que > 𝑝𝑝 . Se tal se
𝑝𝑝𝑥𝑥
𝑦𝑦
verificasse, ainda que por absurdo, o acréscimo da utilidade obtida
(Umg) por cada unidade monetária da última unidade consumida de x
seria superior ao acréscimo da utilidade obtida (Umg) por cada
unidade monetária da última unidade consumida de y.

Deste modo, o consumidor consumiria mais de x e menos de y. Mas


como a Umg é decrescente à medida que se consome mais de um bem
(x, no nosso caso), a 𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈𝑥𝑥 diminuiria e a 𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈𝑦𝑦 aumentaria, até que
chegaríamos à igualdade:
𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈𝑥𝑥 𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈𝑦𝑦
𝑝𝑝𝑥𝑥
= 𝑝𝑝𝑦𝑦
.

Deste modo, o acréscimo da utilidade obtida (Umg) por cada unidade


monetária da última unidade consumida de x é igual ao acréscimo da
utilidade obtida (Umg) por cada unidade monetária da última
unidade consumida de y.
Teoria do Consumidor
Curva de Indiferença
• Hipótese de não saciedade local – Dentro
dum determinado intervalo, os agentes
económicos preferem mais de um bem a
menos desse bem.
Em conformidade com a hipótese avançada,
podemos assim definir Curva de Indiferença
como:
• Lugar geométrico das combinações infinitas
do consumo de 2 bens que dão origem ao
mesmo grau (ou nível) de satisfação.
Teoria do Consumidor
Exemplo:
Teoria do Consumidor
Em função do gráfico, pode retirar-se um
conceito importante: Taxa Marginal de
Substituição (TMS):
𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈𝑥𝑥1 𝜕𝜕𝜕𝜕� 𝑑𝑑𝑑𝑑2
𝜕𝜕𝜕𝜕1
• 𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇 = = − 𝜕𝜕𝜕𝜕� =
𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈𝑥𝑥2 𝜕𝜕𝜕𝜕2 𝑑𝑑𝑑𝑑1
Ora, a TMS não é mais do que o declive, em
valor absoluto, da tangente num ponto qualquer
da curva de indiferença.
Teoria do Consumidor
Exemplo:
� 𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑
𝑈𝑈 �
𝑈𝑈
� = 𝑥𝑥𝑥 × 𝑥𝑥𝑥; 𝑥𝑥𝑥 =
𝑈𝑈 ; = − 2 < 0. 𝐴𝐴 𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇 é 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓: 𝑑𝑑𝑑𝑑 = 0
𝑥𝑥𝑥 𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑥𝑥𝑥
𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑 𝜕𝜕𝜕𝜕�
= 𝜕𝜕𝜕𝜕�𝜕𝜕𝜕𝜕𝜕 𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑 + 𝜕𝜕𝜕𝜕�𝜕𝜕𝜕𝜕𝜕 𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑 ⇔ = − 𝜕𝜕𝜕𝜕𝜕 = − 𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈𝑥𝑥𝑥
𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑 𝜕𝜕𝜕𝜕� 𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈𝑥𝑥𝑥
𝜕𝜕𝜕𝜕𝜕

À medida que aumentamos o consumo de x1 e sacrificamos o


consumo de x2, a Umg de x1 vai diminuindo e a Umg de x2 vai
aumentando, o que faz com que a TMS venha cada vez menor, i.e. a
tangente à curva de indiferença vem cada vez menos inclinada.

Por outro lado, a quantidade do bem x2 que o consumidor está


disposto a sacrificar para obter mais uma unidade adicional do bem x1
vem, igualmente, sucessivamente menor.
Teoria do Consumidor
Mapa de Curvas de Indiferença:
Teoria do Consumidor
As escolhas disponíveis para o consumidor – Restrição Orçamental
Restrição Orçamental (r.o.):
𝑚𝑚 𝑝𝑝𝑋𝑋𝑋
𝑚𝑚 𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟 𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑 = 𝑝𝑝𝑋𝑋𝑋 𝑋𝑋1 + 𝑝𝑝𝑋𝑋𝑋 𝑋𝑋2 ⟺ 𝑋𝑋2 = − 𝑋𝑋 .
𝑝𝑝𝑋𝑋𝑋 𝑝𝑝𝑋𝑋𝑋 1
𝑚𝑚
Trata-se, portanto, da equação duma recta, com ordenada na origem e
𝑝𝑝𝑋𝑋𝑋
𝑝𝑝𝑋𝑋𝑋
declive − .
𝑝𝑝𝑋𝑋𝑋
Teoria do Consumidor
O Equilíbrio do Consumidor

Partamos da seguinte hipótese:

O consumidor pretende maximizar a sua satisfação


total. Ora, face ao que acabámos de expor, tal
significa que o consumidor estará no seu óptimo
quando a sua restrição orçamental for tangente à
curva de indiferença que se situa o mais distante
possível da origem dos eixos.
Teoria do Consumidor
Teoria do Consumidor
Já vimos que
𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈𝑥𝑥𝑥
a) Na curva de indiferença: 𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇 = = ;
𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈𝑥𝑥𝑥

𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑝𝑝𝑋𝑋𝑋
b) Na restrição orçamental: = .
𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑝𝑝𝑋𝑋𝑋

𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈𝑥𝑥𝑥 𝑝𝑝𝑋𝑋𝑋 𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈𝑥𝑥𝑥 𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈𝑥𝑥𝑥


Igualando, temos = ⟺ = ,
𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈𝑈𝑥𝑥𝑥 𝑝𝑝𝑋𝑋𝑋 𝑝𝑝𝑋𝑋𝑋 𝑝𝑝𝑋𝑋𝑋
i.e. a Regra de Ouro do Consumidor.
Teoria do Consumidor
A. Deslocações Paralelas do Rendimento
Monetário
Teoria do Consumidor
Assim, a Curva de Rendimento-Consumo
representa as diferentes combinações de dois
bens que serão adquiridas por um consumidor,
em equilíbrio, quando se faz variar o nível de
rendimento monetário, mantendo os preços dos
bens constantes.
Teoria do Consumidor
Tal dá origem à Curva de Engel, que relaciona
variações do rendimento com variações da
quantidade consumida/procurada de um bem
(𝑋𝑋1 ou X2), mantendo os preços constantes.
Teoria do Consumidor
No gráfico seguinte apresentamos a Curva de
Engel para o bem X1.
Teoria do Consumidor
B. Variações do declive da r.o.
Hipótese: o preço de X1 diminui por duas vezes.
Teoria do Consumidor
Teoria do Consumidor
Podemos assim relacionar variações do preço do bem X1
com a quantidade que o indivíduo deseja adquirir aos
diferentes preços, levando igualmente em consideração o
preço do outro bem, X2, que permaneceu inalterado.

Ora, fizemos unicamente variar o preço de X1 e


verificámos o que sucedeu à quantidade procurada de X1.
Donde se conclui que podemos facilmente deduzir a
curva da procura. O que veremos no gráfico que se segue.

Nota: Atente-se que, no gráfico anterior, a quantidade que o indivíduo deseja adquirir
de X2 aumentou também.
Teoria do Consumidor
Teoria do Consumidor
Importa agora analisar o que, em filigrana, se passa quando o preço de X1
diminui.

É perceptível que, pelo facto do preço ter diminuído, o rendimento real do


consumidor aumentou. Por consequência, com o aumento do rendimento, a
quantidade procurada de X2 aumentará também (isto para a maioria dos
bens) – EFEITO RENDIMENTO.

Por outro lado, se o preço de X1 diminuiu e o de X2 se manteve, então X1 fica


agora relativamente mais barato do que X2. Por consequência, o consumidor
substitui, pelo menos parcialmente, o consumo de X2 pelo de X1 – EFEITO
SUBSTITUIÇÃO.

A questão que fica por esclarecer é se o EFEITO RENDIMENTO mais do que


compensa o EFEITO SUBSTITUIÇÃO, no que à quantidade procurada de X2 diz
respeito. No exemplo anterior, verificámos que sim, através da inclinação da
Curva Preço-Consumo.
Teoria do Consumidor
Iremos analisar, primeiro graficamente, a decomposição, segundo Hicks, do
EFEITO RENDIMENTO e do EFEITO SUBSTITUIÇÃO.
Teoria do Consumidor
Exemplo de decomposição do efeito de substituição e do efeito de rendimento à Slutsky.
𝑚𝑚
Suponha a seguinte curva da procura: 𝑥𝑥1 = 𝑥𝑥1 𝑝𝑝1 , 𝑚𝑚 = 10 + , em que 𝑚𝑚 = 120 𝑒𝑒 𝑝𝑝1 = 3.
10𝑝𝑝1
Determine o efeito total, o efeito substituição e o efeito rendimento, quando o preço do bem 1
diminui numa unidade monetária, i.e. 𝑝𝑝1′ = 2.
120 120
Efeito Total: 𝑥𝑥1 = 𝑥𝑥1 𝑝𝑝1 = 3, 𝑚𝑚 = 10 + = 14; 𝑥𝑥1′ = 𝑥𝑥1 𝑝𝑝1′ = 2, 𝑚𝑚 = 10 + = 16.
10×3 10×2

Logo, o efeito total vem: Δ𝑥𝑥1𝑇𝑇 = 16 − 14 = 2.

Sabemos que antes da redução do preço do bem 1, a r.o. vinha: 𝑝𝑝1


̅ ⋅ 𝑥𝑥1
̅ = 3 × 14 + 𝑝𝑝2
̅ ⋅ 𝑥𝑥2
̅
= 120 ⇔ 𝑝𝑝2
̅ ⋅ 𝑥𝑥2
̅ = 78.

Ora, a questão que se coloca é qual o rendimento teórico que permitiria ao consumidor
manter a despesa no bem 2 e a quantidade consumida do bem 1 ao novo preço deste:
𝑝𝑝1′ 𝑥𝑥1
̅ + 𝑝𝑝2 ̅ = 𝑚𝑚′ ⟺ 2 ⋅ 14 + 78 = 𝑚𝑚′ ⟺ 𝑚𝑚′ = 106.
̅ ⋅ 𝑥𝑥2
Teoria do Consumidor
A procura compensada vem agora igual a:

106
𝑥𝑥1𝑆𝑆 = 𝑥𝑥1 𝑝𝑝1′ ′
= 2, 𝑚𝑚 = 106 = 10 + = 15,3.
10 × 2

Assim:

Δ𝑥𝑥1𝑆𝑆 = 15,3 − 14 = 1,3


𝜂𝜂
Δ𝑥𝑥1 = 16 − 15,3 = 0,7
Teoria do Consumidor
Generalizando:
𝑆𝑆 ′
Δ𝑥𝑥1 = 𝑥𝑥1 𝑝𝑝1 , 𝑝𝑝2 , 𝑚𝑚′ − 𝑥𝑥1 𝑝𝑝1 , 𝑝𝑝2 , 𝑚𝑚
𝜂𝜂
Δ𝑥𝑥1 = 𝑥𝑥1 𝑝𝑝1′ , 𝑝𝑝2 , 𝑚𝑚 − 𝑥𝑥1 𝑝𝑝1′ , 𝑝𝑝2 , 𝑚𝑚′
Δ𝑥𝑥1𝑇𝑇 = 𝑥𝑥1 𝑝𝑝1′ , 𝑝𝑝2 , 𝑚𝑚 − 𝑥𝑥1 𝑝𝑝1 , 𝑝𝑝2 , 𝑚𝑚
Teoria do Consumidor
Podemos assim concluir, fazendo a decomposição segundo Slutsky
graficamente:
Teoria do Consumidor
Bens de Giffen
Empresa, Produção e Custo
Iniciaremos agora o estudo da teoria intermédia da S (oferta/supply).

Seguiremos os fundamentos da Teoria Neoclássica.

Em particular iremos assumir que o objectivo de qualquer firma é


maximizar o lucro.

Com esta assumpção, estamos a ignorar determinadas características


da organizações que conflituam com tal desiderato. Desde logo,
estamos a suprimir da nossa análise que os objectivos individuais dos
colaboradores podem não estar alinhados com o objectivo da firma.

Não se deve ignorar, por exemplo, a Teoria da Agência, i.e. a relação


entre o Agente e o Principal.
Empresa, Produção e Custo
Produção, Custos e Lucros

Em primeiro lugar, recordemos quais os três factores de produção que


elencámos (excluindo o progresso tecnológico / produtividade total
dos factores):

1. Terra;
2. Capital;
3. Trabalho.

Assim, a Teoria Neoclássica estabelece uma função de produção em


que “entram” os inputs (factores de produção) e “sai” o output
(produto).
Empresa, Produção e Custo
Outro aspecto a levar em consideração é a avaliação de custos
no seio da empresa.
Para tal, ser-nos-á útil recorrer à definição de custo de
oportunidade neste contexto:

O custo de utilizar algo para um determinado fim é o benefício


por não ter usado esse recurso, qualquer que o mesmo seja,
no seu melhor emprego alternativo.

Exemplo:
K = 500.000 €
Qual o custo de oportunidade desse investimento?
Empresa, Produção e Custo

Calcula-se da seguinte forma básica (a preços constantes):


Taxa de juro obtida pela aquisição de Obrigações do
Tesouro (OT), por exemplo 8% (taxa de juro de um activo
financeiro sem risco) – Taxa de Retorno Puro do Capital.
+
Prémio de Risco (PR) exigido se o capital fosse empregue
noutra empresa (noutro fim), por exemplo 6%.
= 14%
Em conclusão, a taxa de rendibilidade do capital investido
(Custo de Oportunidade do Capital – COC) teria de ser
igual ou superior a 14%, 𝑖𝑖𝑘𝑘 ≥ 14%.
Empresa, Produção e Custo
Vejamos agora uma aplicação prática:
• I = 500.000 € (Investimento em maquinaria).
• Depreciação pelo desgaste derivado da utilização das máquinas = 50.000 €/ano, o
que implica uma vida útil de 10 anos. De referir que a depreciação das máquinas
corresponde a um gasto do período [conta 64 do SNC – Gastos de Depreciação e
Amortização].
• Valor Residual das Máquinas (VR) = 0 €.
• Valor de Arrendamento das Máquinas = 0 €.
• Outros Gastos = 125.000 €/ano.
• Vendas previsionais = 175.000 €/ano.
• Lucro Estimado (𝜋𝜋estimado )=175.000-(125.000+50.000)=0.
• Vendas anuais efectivas = 145.000 €.
• 𝜋𝜋efectivo = -30.000 €.

Vale ou não a pena continuar a produzir e a vender, partindo do pressuposto que


nada se alterará?
Empresa, Produção e Custo
O valor da depreciação das máquinas é um custo afundado
(sunk cost), uma vez que, dados os pressupostos, adquiridas,
não é possível alterar a decisão. Disto resulta que se torna
irrelevante para a tomada de decisão, uma vez que o seu
Custo de Oportunidade = 0 €.

Vejamos assim qual o 𝜋𝜋𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝 = 145.000 − 125.000 =


20.000 e também o 𝜋𝜋np = 0.

∴Se a decisão for produzir, o payback period simples será de


𝐼𝐼
�𝜋𝜋𝑝𝑝 = 500.000⁄20.000 = 25 anos, enquanto se a decisão for
não produzir não haverá qualquer recuperação do
Investimento realizado.
Empresa, Produção e Custo

Definição de Lucros
Definição contabilística (exclui o custo de oportunidade do
capital). Exemplo:
GASTOS RENDIMENTOS
GV VENDAS 1 000 000,00 €
FSE 200 000,00 €
CMVMC 300 000,00 €
OCV 100 000,00 €
(1) 600 000,00 €

GF
RENDA 50 000,00 €
SALÁRIOS 60 000,00 €
JUROS 90 000,00 €
DEPRECIAÇÕES 50 000,00 €
(2) 250 000,00 €

(3) GT 850 000,00 € (4) RENDIMENTOS TOTAIS 1 000 000,00 €

RAI 150 000,00 €


Empresa, Produção e Custo
Se supusermos que o Custo de Oportunidade do Capital (COC) é 14% e que o valor do
Investimento em capital foi de 1.000.000 €, então o investidor pretende ter um influxo
financeiro de, pelo menos, 140.000 €.

Simplificando, estamos assim em condições de calcular o lucro puro ou económico:


𝜋𝜋𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒 = 𝜋𝜋𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 − 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 = 150.000 € − 140.000 € = 10.000 €.

A Relação entre Lucros e Afectação de Recursos:

𝜋𝜋𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒 = RT − GT − 𝐾𝐾𝑠𝑠 ∗ 𝐼𝐼

Assim, se
𝜋𝜋𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒 >0⟹𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉 𝑎𝑎 𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝 𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖
� 𝜋𝜋𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒 =0⟹𝑂𝑂 𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖 𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒 𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖 𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒 𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖 𝑜𝑜𝑜𝑜 𝑛𝑛𝑛𝑛𝑛 .
𝜋𝜋𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒 <0⟹𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉 𝑎𝑎 𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝 𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑜𝑜𝑜𝑜 𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟 𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟

Como já vimos, a teoria neoclássica estipula max 𝜋𝜋 = 𝜋𝜋: 𝜋𝜋 = 𝑅𝑅𝑅𝑅 − 𝐺𝐺𝐺𝐺 − 𝐾𝐾𝑠𝑠 ∗ 𝐼𝐼 ;
𝜋𝜋 = 𝑓𝑓 𝑅𝑅𝑅𝑅, 𝐺𝐺𝐺𝐺, 𝐾𝐾𝑠𝑠 , 𝐼𝐼
Empresa, Produção e Custo

Assumindo, como já anteriormente o fizemos, que o objectivo da


empresa é maximizar o lucro, coloca-se a questão:

Qual é a quantidade produzida que atinge esse desiderato?

Por outro lado, tal implica saber responder à seguinte:


Como é que gastos e produto se relacionam com o output gerado
pela firma?

Por uma questão de simplificação, iremos assumir dois factores de


produção: Capital (K) e Trabalho (L). Assim, podemos conceber uma
função de produção como 𝑄𝑄 = 𝐹𝐹 𝐾𝐾, 𝐿𝐿 .
Empresa, Produção e Custo
Por outro lado, iremos supor dois horizontes
temporais de análise:

• CURTO PRAZO
� 𝐿𝐿 , em que o capital está fixo e o trabalho
𝑄𝑄 = 𝐹𝐹 𝐾𝐾,
é o único que pode variar.

• LONGO PRAZO
𝑄𝑄 = 𝐹𝐹 𝐾𝐾, 𝐿𝐿 , em que capital e trabalho podem
variar.
Empresa, Produção e Custo
CURTO PRAZO
� 𝐿𝐿 , 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 𝐾𝐾
• 𝑄𝑄 = 𝐹𝐹 𝐾𝐾, � 𝑢𝑢𝑢𝑢𝑢𝑢 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐.
• PT – Produto Total (PT≡ 𝑄𝑄);
• PMe – Produto Médio: 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 = 𝑃𝑃𝑃𝑃⁄𝐿𝐿;
• PMg – Produto Marginal: 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 = 𝐹𝐹𝐿𝐿′ = 𝑑𝑑𝑑𝑑�𝑑𝑑𝑑𝑑.

Assume-se, neste horizonte temporal, que se verifica a


Lei dos Rendimentos Decrescentes:

Sucessivos acréscimos idênticos de um factor variável (L)


aplicados a um dado factor de produção fixo geram, a
partir de dado momento de tempo, decréscimos no
𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷 e 𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷.
Empresa, Produção e Custo
Numa primeira fase, verificam-se, por norma,
rendimentos crescentes: basta supor um campo
fértil para produção de cereais sem qualquer
trabalhador e cuja produção é obviamente nula.
Quando se acrescenta 1 trabalhador, a produção
sofre uma variação infinita:
𝑄𝑄1 −𝑄𝑄0
→ ∞, 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 𝑄𝑄1 > 0 𝑒𝑒 𝑄𝑄0 = 0.
𝑄𝑄0
Empresa, Produção e Custo
Graficamente, para 𝑃𝑃𝑃𝑃 ≡ 𝑄𝑄 = −0,5𝐿𝐿3 + 15𝐿𝐿2 :
Empresa, Produção e Custo

Genericamente:

No ponto de inflexão (no qual a derivada de segunda ordem troca de sinal) o PMg é máximo.
Quando o PMg vem nulo (condição de primeira ordem), o produto total é máximo. E, finalmente,
o PMe é máximo quando vem intercetado pelo PMg.
Empresa, Produção e Custo
� 𝐿𝐿 .
• 𝑄𝑄 = 𝐹𝐹 𝐾𝐾,

Assim, o 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 = 𝐹𝐹 𝐾𝐾,𝐿𝐿 �𝐿𝐿 e o 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 = 𝐹𝐹𝐿𝐿′ = 𝑑𝑑𝑑𝑑�𝑑𝑑𝑑𝑑 . Quando
calculamos a condição de primeira ordem para o produto
médio, obtemos:
𝐹𝐹𝐿𝐿′ 𝐿𝐿−𝐹𝐹 𝐾𝐾,𝐿𝐿
� �
𝐹𝐹 𝐾𝐾,𝐿𝐿
𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑⁄
𝑑𝑑𝑑𝑑 = 𝐿𝐿2
=0⟺ 𝐹𝐹𝐿𝐿′ = .
𝐿𝐿

Por último, é de notar que:


• Designa-se por ótimo técnico o ponto em que o 𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷 é
máximo – quando ocorre a máxima eficiência na utilização
do factor variável (L);
• Designa-se por máximo técnico o ponto em que o produto
total vem máximo, i.e. quando o 𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷𝑷 = 𝟎𝟎 – quando
ocorre a máxima eficácia na utilização do factor fixo (K).
Empresa, Produção e Custo
Podemos, grosso modo, afirmar que a Lei dos Rendimentos
Decrescentes passa por três etapas:
• 1ª Etapa – Da origem dos eixos até ao ponto de inflexão,
em que a função de produção é convexa e o 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 é
crescente (existem, portanto, rendimentos crescentes);
• 2ª Etapa – Do ponto de inflexão até ao máximo técnico, em
que a função de produção é côncava e o 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 é positivo
mas decrescente (existem, portanto, rendimentos
decrescentes);
• 3ª Etapa – A partir do máximo técnico, em que o volume de
produção começa a diminuir, em função do incremento do
factor trabalho.
Empresa, Produção e Custo
ANÁLISE DOS CUSTOS
No curto prazo, existe um conjunto de Custos que varia com a
produção – Custos Variáveis – e um conjunto de Custos que é
invariante com a produção – Custos Fixos. É preciso ter em
atenção que existe um outro conjunto de Custos semifixos (ou
semivariáveis), mas que não será objecto da nossa análise.
Assim, podemos afirmar que os Custos totais são o resultado
da soma dos Custos variáveis com os Custos fixos:

C𝑇𝑇 = 𝐶𝐶𝑉𝑉𝑉𝑉 + 𝐶𝐶𝐹𝐹𝐹𝐹.

Será perfeitamente razoável supor que os Custos totais são


uma função da quantidade produzida – 𝐶𝐶𝑇𝑇 = 𝒞𝒞(𝑄𝑄)
Empresa, Produção e Custo
Destes conceitos, podemos obter outros, tais como:
𝐶𝐶𝑇𝑇
• Custo Total Médio – C𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇 =
𝑄𝑄
𝐶𝐶𝑉𝑉
• Custo Variável Médio – C𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉 =
𝑄𝑄
𝐶𝐶𝐹𝐹
• Custo Fixo Médio – C𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹 =
𝑄𝑄
𝑑𝑑𝐶𝐶𝑇𝑇
• Custo Marginal –
𝑑𝑑𝑑𝑑
[Obviamente que 𝐶𝐶𝑀𝑀𝑀𝑀 = 𝐶𝐶𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉 + 𝐶𝐶𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹]
Empresa, Produção e Custo
É fácil verificar que o gasto médio é óptimo quando vem
igual ao gasto marginal:
𝒞𝒞(𝑄𝑄)
𝐶𝐶𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇 = , 𝑄𝑄 > 0.
𝑄𝑄
𝒞𝒞(𝑄𝑄)
𝑑𝑑 𝒞𝒞 ′ 𝑄𝑄 𝑄𝑄−𝒞𝒞 𝑄𝑄 1
𝑄𝑄 ′
=0⟺ =0⟺ �𝒞𝒞 𝑄𝑄 −
𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑄𝑄2 𝑄𝑄
Empresa, Produção e Custo
Graficamente:
Empresa, Produção e Custo
Por fim, convém introduzir o conceito de capacidade:
Capacidade ou Mínimo Exploração:
𝒞𝒞(𝑄𝑄)
É o nível de produção que corresponde ao mínimo de curto prazo, 𝑄𝑄 ∗ .
𝑄𝑄
Assim, podemos dizer que quando 𝑄𝑄 > ∗
𝑄𝑄 , a empresa está a produzir acima
da capacidade e quando 𝑄𝑄 < 𝑄𝑄∗ , a empresa está a produzir abaixo da
capacidade.

Se supusermos que se poderia escolher a priori uma dada quantidade de K,


então para cada uma teríamos uma curva de custo médio diferente. Assim,
podemos construir uma família de curvas de custo médio de curto prazo.

Pode constatar-se uma relação directa entre produção e Custos no curto


prazo.
Empresa, Produção e Custo
Efectivamente, dado que só existe um factor de produção variável (L), verifica-se uma relação
entre a produtividade média e o gasto variável, o que se pode ver nos seguintes gráficos:

140
PMe e PMg
200 120

100
100
0
0 5 10 15 20 25 30 L 35 80
-100

$
CMg
60
-200
CVMe
-300 40

-400 20

-500 0
0 2 4 6 8 10 12
PMe PMg Q

Obtemos assim uma relação entre mínimo de exploração e óptimo técnico:


𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺 𝐿𝐿×𝑤𝑤 1 1 1
𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺 = = = 𝑄𝑄 × 𝑤𝑤 = 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 × 𝑤𝑤 ⟺ 𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺 = 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 × 𝑤𝑤. Quando o 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 é máximo, o
𝑄𝑄 𝑄𝑄 �𝐿𝐿
𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺 vem mínimo. Ora, ao ótimo técnico corresponde o mínimo de exploração e vice-versa.
𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑑𝑑(𝐿𝐿×𝑤𝑤) 𝑑𝑑𝐿𝐿 1 1 1
𝒞𝒞 ′ (𝑄𝑄 ) = 𝑑𝑑𝑑𝑑
=
𝑑𝑑𝑑𝑑
=
𝑑𝑑𝑑𝑑
× 𝑤𝑤 = 𝑑𝑑 𝑄𝑄 × 𝑤𝑤 =
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃
× 𝑤𝑤 ⟺ 𝒞𝒞 ′ (𝑄𝑄 ) = 𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃 × 𝑤𝑤. Quando o
𝑑𝑑𝑑𝑑
produto marginal vem máximo, o custo marginal é mínimo e vice-versa.
Empresa, Produção e Custo
LONGO PRAZO

Agora para este horizonte temporal, todos os


factores de produção são variáveis. A empresa tem
de escolher a técnica mais eficiente do ponto de
vista económico e tecnológico:
• Escolherá aquela que gera um dado nível de
produto ao mais baixo custo possível.
• O problema da maximização do lucro é o
problema dual do da minimização do custo.
Empresa, Produção e Custo
A empresa emprega dois factores de produção, K e L, cujas
remunerações são r e w e, adicionalmente, fixa um
determinado nível de produção que alcança utilizando esses

factores, 𝑄𝑄.

Podemos então introduzir o conceito de Isoquanta:

Lugar geométrico das combinações infinitas de K e L que


obtêm o mesmo nível de produção.

Nota: Assumimos também que K e L são factores substitutos


imperfeitos.
Empresa, Produção e Custo
Graficamente:
Empresa, Produção e Custo
Se assumirmos que a nossa função de produção vem sob a seguinte
forma genérica: 𝑄𝑄� = 𝐹𝐹(𝐾𝐾, 𝐿𝐿):

𝜕𝜕𝜕𝜕 𝜕𝜕𝜕𝜕 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝐹𝐹𝐿𝐿′


𝑑𝑑 𝑄𝑄� = 0 = 𝜕𝜕𝜕𝜕
𝑑𝑑𝑑𝑑
⟺ + 𝑑𝑑𝑑𝑑
=
𝜕𝜕𝜕𝜕 𝑑𝑑𝑑𝑑
− 𝐹𝐹′ , i.e. a rácio entre as
𝐾𝐾
produtividades marginais dos factores.

Desta expressão, obtemos um conceito importante – Taxa Marginal de


Substituição Técnica:
𝑑𝑑𝑑𝑑 𝐹𝐹𝐿𝐿′
𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇𝐿𝐿𝐾𝐾 = = − ′ .
𝑑𝑑𝑑𝑑 𝐹𝐹𝐾𝐾

Ela mede o número de unidades de capital que o produtor está


disponível a abdicar, de modo a empregar uma unidade adicional do
factor trabalho, mantendo o mesmo nível de produção.
Empresa, Produção e Custo
Graficamente:
Empresa, Produção e Custo
É notório que ao prescindirmos de uma unidade
de K, de modo a mantermos o nível de output
� precisamos de acréscimos cada
constante, 𝑄𝑄,
vez maiores de do factor L, isso faz com que a
TMST seja decrescente.
Empresa, Produção e Custo
� então
Se o objectivo da empresa é produzir 𝑄𝑄,
trata-se de minimizar o custo para produzir essa
quantidade.
Ora, o custo de produção é-nos dado pela
função isocusto:

𝐶𝐶 𝑤𝑤
𝐶𝐶 = 𝑤𝑤𝑤𝑤 + 𝑟𝑟𝑟𝑟 ⟺ 𝐾𝐾 = − 𝐿𝐿.
𝑟𝑟 𝑟𝑟
Empresa, Produção e Custo
Graficamente:
Empresa, Produção e Custo
Repare-se que com 𝐶𝐶0 é impossível produzir 𝑄𝑄, �
dado que não há qualquer ponto de intersecção
com a Isoquanta. Com 𝐶𝐶2 é ineficiente, uma vez
que existirá uma isocusto a sudoeste mais
económica. De facto, a isocusto mais eficiente é
aquela que é tangente à isoquanta, i.e. 𝐶𝐶1 . Logo,
é com 𝐶𝐶1 que se está no óptimo do produtor,
ponto Ο do gráfico.
Empresa, Produção e Custo
Por outro lado, assumindo que o preço do output é
constante, podemos maximizar o lucro, para uma

dada quantidade 𝑄𝑄:

� − 𝑟𝑟𝑟𝑟 − 𝑤𝑤𝑤𝑤 = 𝐹𝐹 𝐾𝐾, 𝐿𝐿 𝑝𝑝 − 𝑟𝑟𝑟𝑟 − 𝑤𝑤𝑤𝑤


𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀 𝜋𝜋 = 𝑄𝑄𝑝𝑝

𝜕𝜕𝜕𝜕
= 0 ⟺ 𝐹𝐹𝐿𝐿′ � 𝑝𝑝 − 𝑤𝑤 = 0 ⟺ 𝑤𝑤 = 𝐹𝐹𝐿𝐿′ � 𝑝𝑝 [1]
𝜕𝜕𝜕𝜕

𝜕𝜕𝜕𝜕
= 0 ⟺ 𝐹𝐹𝐾𝐾′ � 𝑝𝑝 − 𝑟𝑟 = 0 ⟺ 𝑟𝑟 = 𝐹𝐹𝐾𝐾′ � 𝑝𝑝 [2]
𝜕𝜕𝜕𝜕
Empresa, Produção e Custo
Das equações [1] e [2]:

𝑑𝑑𝑑𝑑 𝐹𝐹𝐿𝐿′ 𝑤𝑤
𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇 = = = .
𝑑𝑑𝑑𝑑 𝐹𝐹𝐾𝐾′ 𝑟𝑟

Das duas equações, 𝑤𝑤 = 𝐹𝐹𝐿𝐿′ � 𝑝𝑝 e 𝑟𝑟 = 𝐹𝐹𝐾𝐾′ � 𝑝𝑝,


compreende-se que os factores de produção são
remunerados de acordo com as suas
produtividades marginais.
Empresa, Produção e Custo
𝐹𝐹𝐿𝐿′ 𝐹𝐹𝐾𝐾′
Supondo agora que < ,
tal implica que uma
𝑤𝑤 𝑟𝑟
unidade monetária extra despendida em K
produziria mais do que uma unidade monetária
extra gasta em L. Então, a firma poderia reduzir
custos, investindo mais em K e menos em L.

Se o fizesse, a produtividade marginal do K


diminuiria e a do L aumentaria, até sermos
reconduzidos
′ ′
à situação de equilíbrio de longo
𝐹𝐹𝐿𝐿 𝐹𝐹𝐾𝐾
prazo: = .
𝑤𝑤 𝑟𝑟
Empresa, Produção e Custo
Observe que se 𝑤𝑤 ↑, por factores exógenas,
𝐹𝐹𝐿𝐿′ 𝐹𝐹𝐾𝐾′
voltamos à situação de desequilíbrio: < .
𝑤𝑤 𝑟𝑟

O empresário substituirá trabalho por capital,


uma vez que o preço relativo do factor L subiu,
sendo que a intensidade capitalística
aumentará.
Empresa, Produção e Custo
Tal leva-nos ao Princípio da Substituição:

Os métodos de produção variam se os preços


relativos dos factores variam. Utilizar-se-á
relativamente mais do factor que ficou
relativamente mais barato e relativamente
menos do factor que ficou relativamente mais
caro.
Empresa, Produção e Custo
CURVAS DE CUSTO NO LONGO PRAZO

Definição: A curva de 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 de longo prazo é a


fronteira entre níveis de custo que são
atingíveis, com tecnologia dada e conhecida e
preços dos factores dados, e níveis de custos
que são impossíveis de atingir.
Empresa, Produção e Custo
Empresa, Produção e Custo
Repare-se que cada curva de CMe de curto prazo é
tangente à curva de CMe de longo prazo (designada
também por curva envelope) no nível de output
para o qual a quantidade do factor fixo (K) é óptima
e fica acima dela para todos os outros níveis de
produção.

Ao nível de output Q corresponde o CMe de longo


prazo mínimo. Por tal suceder, designa-se Q por
Escala Mínima Eficiente.
Empresa, Produção e Custo
De 0 a Q, o CMe de longo prazo diminui, quando tal
sucede, diz-se que estamos na presença de Economias de
Escala – tecnologias que permitem que no longo prazo,
com uma expansão de Q, o custo médio diminua.
Assim, nesse intervalo, temos Rendimentos Crescentes
de longo prazo.
As razões são variadas:
• - Relações geométricas (volume vs. área);
• - Custos afundados num produto (I&D);
• - Tecnologia de produção em larga escala.
Empresa, Produção e Custo
Voltando ao gráfico anterior, quando o output é
superior a Q, passamos a ter um custo médio
crescente, i.e. Deseconomias de Escala ou
Rendimentos Decrescentes de longo prazo.

Se num determinado intervalo de Q, o custo


médio de longo prazo se mantivesse constante,
estar-se-ia na presença de Rendimentos
Constantes de longo prazo.
CONCORRÊNCIA PERFEITA

Hipóteses:
• Produto Homogéneo: para um dado produto, não há
qualquer variação nas suas características, i.e. o
consumidor não o diferencia de um qualquer
congénere – diferenciação nula;
• Informação Perfeita: para um dado mercado, todos os
consumidores e produtores têm perfeito conhecimento
do preço, utilidade, qualidade e métodos de produção;
• A Escala Mínima Eficiente (EME – quantidade
associada ao custo médio de longo prazo mínimo) é
reduzida face ao output total da indústria;
CONCORRÊNCIA PERFEITA
• A empresa é price-taker e, por isso mesmo,
não consegue influenciar o preço;

• Há liberdade de entrada e saída do mercado:


a) Não existem barreiras à entrada;
b) Não há obstáculos legais ao encerramento;
c) Existe perfeita mobilidade dos factores de
produção.
CONCORRÊNCIA PERFEITA
Mercado - Concorrência Pura e Perfeita
25
𝑏𝑏 Procura Individual
20 20

𝑏𝑏 𝑒𝑒 𝜀𝜀𝐷𝐷 → ∞
15 𝐸𝐸 = (25; 15) 15
𝐷𝐷 para a empresa
P

10 10

5 5

0 0
-20 -15 -10 -5 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100 105 110 0 5 10 15 20 25 30 35
𝑄𝑄𝑝𝑝
Q

S D

Ora, a elasticidade preço-procura para a empresa tende para infinito, pela simples razão que a
empresa não possui poder de mercado suficiente para alterar o preço: como já vimos, ela é
price-taker.
CONCORRÊNCIA PERFEITA
Neste tipo de estrutura de mercado, a receita média é
fixa para a firma, bem como a receita marginal, uma vez
que a quantidade produzida individualmente não afecta o
preço de mercado:
• 𝑅𝑅𝑅𝑅 = 𝑃𝑃� � 𝑄𝑄 ⟹ 𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅 = 𝑅𝑅𝑅𝑅⁄𝑄𝑄 = 𝑃𝑃.�
𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑
• 𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅 = �
= 𝑃𝑃.
𝑑𝑑𝑑𝑑
∴ 𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅 = 𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅 = 𝑃𝑃�

Como já vimos no capítulo anterior, temos que analisar


este tipo de mercado tanto no curto, como no longo
prazo.
CONCORRÊNCIA PERFEITA
EQUILÍBRIO DE CURTO PRAZO
• A empresa não deve produzir se ∀𝑄𝑄, 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 > 𝑃𝑃 – limiar de encerramento.
Vejamos:
𝜋𝜋 = 𝑅𝑅𝑅𝑅 − (𝐶𝐶𝑉𝑉 + 𝐶𝐶𝐹𝐹)
A empresa produz se existe um nível de output para o qual o lucro de
produzir é igual ou maior do que o de não produzir:
𝜋𝜋𝑝𝑝 = 𝑃𝑃� � 𝑄𝑄 − 𝐶𝐶𝑉𝑉 − 𝐶𝐶𝐹𝐹 ≥ 𝜋𝜋𝑛𝑛𝑛𝑛 = −𝐶𝐶𝐹𝐹 ⟺ 𝑃𝑃� ≥ 𝐶𝐶𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉

• Se 𝜋𝜋𝑝𝑝 ≥ 𝜋𝜋𝑛𝑛𝑛𝑛 , então 𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅 = 𝐶𝐶𝑀𝑀𝑀𝑀. Racional: se uma qualquer unidade


produzida adicionalmente aumenta mais a receita do que os Custos, então
produzir e vender essa unidade aumenta os lucros, i.e. 𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅 > 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶.
Assim, a empresa irá continuar a produzir até que essa desigualdade se
converta numa igualdade.
CONCORRÊNCIA PERFEITA
Para um 𝑄𝑄 ∗, no qual a 𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅 = 𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺𝐺, maximiza-se o lucro, ao invés de o minimizar, quando a 𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅 > 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶, para um 𝑄𝑄 <
𝑄𝑄 ∗ − 𝜀𝜀, sendo 𝜀𝜀 uma quantidade tão pequena quanto se deseje e 𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅 < 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶, para um 𝑄𝑄 > 𝑄𝑄 ∗ + 𝜀𝜀.
Veja-se o seguinte caso, por redução ao absurdo:

Se 𝑄𝑄 ∗∗ maximizasse o lucro (observe-se que 𝑄𝑄 < 𝑄𝑄 ∗∗ − 𝜀𝜀 ⟹ 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 > 𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅) então não
seria possível aumentar o lucro, incrementando 𝑄𝑄. Contudo, como é evidente, para 𝑄𝑄 >
𝑄𝑄 ∗∗ + 𝜀𝜀, 𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅 > 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶, logo sempre seria possível maximizar o lucro, então 𝑄𝑄 ∗∗ não
maximiza o lucro.
Enquanto para 𝑄𝑄 ∗ , se se aumentar a produção, 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 > 𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅, o lucro diminui e se se
diminuir a produção, o lucro também diminui, posto que como 𝑄𝑄 < 𝑄𝑄 ∗ − 𝜀𝜀, 𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅 >
𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶, então valeria ainda a pena aumentar 𝑄𝑄.
CONCORRÊNCIA PERFEITA
A QUANTIDADE ÓPTIMA
Sabendo que:
• max 𝜋𝜋 ⟹ 𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅 = 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶
𝑒𝑒

• 𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅 = 𝑃𝑃,

� desde que 𝑃𝑃� > 𝐶𝐶𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉𝑉.


Então 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 = 𝑃𝑃,
CONCORRÊNCIA PERFEITA

RENDIBILIDADE DE CURTO PRAZO DA EMPRESA

No curto prazo, é admissível que qualquer das situações representadas pelos gráficos
infra possa ocorrer, i.e. lucros negativos, nulos ou positivos (𝜋𝜋 ⋚ 0).
250 250 250

𝝅 < 𝟎𝟎 𝝅 = 𝟎𝟎 𝝅 > 𝟎𝟎
200 200 200

150 150 150

100 100 100

50 50 50

0 0 0
0 2 4 6 8 10 12 14 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

CMg CVMe CMe RMg CMg CVMe CMe RMg CMg CVMe CMe RMg
CONCORRÊNCIA PERFEITA
EQUILÍBRIO DE LONGO PRAZO
A transição do curto para o longo prazo, depende da
situação de partida da indústria. Assim, existem três
cenários possíveis:
• 𝜋𝜋 > 0 ⟹ Entrada de novas firmas, expansão da curva
da oferta, diminuição do preço (ceteris paribus), até
𝜋𝜋 = 0;
• 𝜋𝜋 = 0 ⟹ Ceteris paribus, não há entrada nem saída de
firmas;
• 𝜋𝜋 < 0 ⟹ Saída de firmas do mercado, contracção da
curva da oferta, aumento do preço (ceteris paribus),
até 𝜋𝜋 = 0.
CONCORRÊNCIA PERFEITA
Se 𝜋𝜋 > 0:
CONCORRÊNCIA PERFEITA
Se 𝜋𝜋 < 0:
CONCORRÊNCIA PERFEITA
A partir de uma análise “mais fina” do equilíbrio
de longo prazo numa indústria competitiva,
chega-se à seguinte conclusão:

Uma empresa price-taker está em equilíbrio de


longo prazo só quando está a produzir no
mínimo(s) da curva de CMe de longo prazo.
CONCORRÊNCIA PERFEITA
Graficamente:

A 𝑄𝑄 ∗ chama-se, como já vimos, Escala Mínima Eficiente.


CONCORRÊNCIA PERFEITA
Outro aspecto importante a considerar é a resposta
de longo prazo a uma variação na procura (𝐷𝐷). Em
estática comparada, e não levando em conta
movimentos da oferta (𝑆𝑆) , acontece
esquematicamente o seguinte:

Expansão da 𝐷𝐷, aumento do preço, aumenta a


quantidade oferecida até que o custo marginal volte
a igualar o novo preço, aumentam os lucros, entram
novas firmas, expansão da oferta.
CONCORRÊNCIA PERFEITA
Graficamente, num primeiro momento:

Ficou por analisar a magnitude da variação da oferta, o que adiante faremos.


CONCORRÊNCIA PERFEITA
Na situação contrária, contracção da 𝐷𝐷, ter-se-ia
CONCORRÊNCIA PERFEITA
• H.1. – O preço diminui, mas ainda assim 𝑃𝑃1 >
𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 ⟹ as empresas permanecem enquanto o
equipamento durar, depois saem porque não
substituem o capital físico usado. Assim, assiste-
se a uma contracção da oferta de mercado, 𝑆𝑆, e
voltamos ao equilíbrio, lucros nulos ou 𝑃𝑃 = 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶.
• H.2. – O preço diminui, só que 𝑃𝑃1 < 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 ⟹
falência/encerramento imediato de, pelo menos,
algumas empresas. Temos igualmente contracção
da oferta de mercado, 𝑆𝑆, e voltamos ao equilíbrio,
lucros nulos ou 𝑃𝑃 = 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶.
CONCORRÊNCIA PERFEITA
NOTAS SOBRE ASPECTOS DINÂMICOS
• A entrada de capital numa indústria rentável
ocorre ao ritmo de construção de novas
unidades de produção e instalação de novo
equipamento;
• A saída de capital de uma indústria não
rentável ocorrerá rapidamente quando o 𝑃𝑃 <
𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 e à taxa de depreciação do
equipamento e unidade de produção quando
o 𝑃𝑃 > 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶.
CONCORRÊNCIA PERFEITA
A outra face da moeda é a oferta de longo prazo,
𝑆𝑆𝐿𝐿𝐿𝐿 , numa indústria.
A curva da oferta de longo prazo é o resultado
das posições de equilíbrio de longo prazo,
depois de todas as mudanças induzidas pela
procura terem ocorrido.

𝑺𝑺𝑳𝑳𝑳𝑳 NUMA INDÚSTRIA


Três situações podem ocorrer.
CONCORRÊNCIA PERFEITA
1.

Tal exige que os preços dos inputs (K e L) da indústria não variem quando o nível de produção
da indústria se expande ou contrai.
2.
CONCORRÊNCIA PERFEITA

Tal implica que quando a produção se expande, o aumento inerente da procura de K e L gera
um aumento dos seus preços, o que faz com que a curva de custo médio de longo prazo se
desloque para cima.
CONCORRÊNCIA PERFEITA
3.
CONCORRÊNCIA PERFEITA
Não há economias de escala internas, i.e. a
possibilidade de maior automatização ou
especialização do factor trabalho, uma vez que o
equilíbrio de longo prazo de cada empresa tem de
estar no mínimo da curva de 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐿𝐿𝐿𝐿 .

Mas se as indústrias dos inputs (K e L) tiverem


economias de escala internas, então com o
aumento da produção é possível que os seus preços
diminuam, fazendo com que a curva de 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐿𝐿𝐿𝐿 se
desloque para baixo.
CONCORRÊNCIA PERFEITA
É A CONCORRÊNCIA PERFEITA COMPATÍVEL COM O
EQUILÍBRIO DE LONGO PRAZO?
• A resposta a esta questão é relevante para a
determinação da estrutura de mercado de uma
determinada indústria.
• No âmbito da microeconomia, mas sobretudo no de
uma análise estratégica do futuro de uma organização,
saber se a estrutura de custos médios no longo prazo
condicionará a sua sobrevivência ou em que medida,
perante a evolução previsível, ela se deverá posicionar
face à concorrência (fusões/aquisições, crescimento
orgânico, alienação a terceiros, etc.) é essencial.
CONCORRÊNCIA PERFEITA

Iremos, deste modo, discutir alguns aspectos sobre este tema:

1. Se 𝑄𝑄𝑖𝑖∗ (empresa i), correspondente à EME, for uma fracção diminuta da quantidade
produzida pela indústria, então esta conterá um número elevado de empresas e
permanecerá competitiva;
2. Se 𝑄𝑄𝑖𝑖∗ (EME) corresponder a uma percentagem elevada da quantidade produzida pela
indústria, então só existirá um pequeno número de empresas, possuindo cada uma
delas um poder de mercado significativo. Nestas circunstâncias, a concorrência perfeita
é inatingível;
3. Se 𝑄𝑄𝑖𝑖∗ (EME) corresponder à quantidade produzida pela indústria, então só poderá
existir uma só empresa, que dominará o mercado – Monopólio Natural.
CONCORRÊNCIA PERFEITA
Conclusão:

Uma condição necessária para um equilíbrio de


longo prazo perfeitamente competitivo é que
quaisquer que sejam as Economias de Escala à
disposição da empresa, elas devem ser totalmente
exploradas a um nível de output tal, que
relativamente ao output total da indústria, o
primeiro represente apenas uma fracção reduzida
do último.
CONCORRÊNCIA PERFEITA
Na sequência da análise, resta perguntar:

SERÁ A DIMENSÃO DA EMPRESA


DETERMINÁVEL?

R: Só se a curva de custo médio de longo prazo


tiver a forma de U, existirá uma dimensão
óptima para a mesma, numa indústria
competitiva.
CONCORRÊNCIA PERFEITA
Vejamos o seguinte caso:
CONCORRÊNCIA PERFEITA
Para a unidade de produção, ela será sempre em
forma de U, dado que a partir de um determinado
momento, os custos unitários aumentarão:

• Dificuldades em planear a produção;

• Dificuldades em controlar e monitorizar o


comportamento de uma vasta operação
integrada.
CONCORRÊNCIA PERFEITA
Mas quanto à empresa?

Porque, em abstrato, ela pode replicar fábricas e


geri-las de modo independente, não há
aparentemente qualquer razão que obste a que
uma qualquer firma, tendo preços dos factores de
produção constantes, tenha uma curva de custo
médio de longo prazo horizontal, a partir do custo
médio mínimo de longo prazo, isto, pelo menos,
para múltiplos inteiros do produto gerado pela
unidade de produção de dimensão óptima.
CONCORRÊNCIA PERFEITA
Ora, com 𝑃𝑃 = 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐿𝐿𝐿𝐿 constante, pode ocorrer uma de duas situações:

a) O nível de produção de equilíbrio pode ser gerado por um número elevado de firmas,
cada uma produzindo uma fracção reduzida do output da indústria;
b) Um número limitado de empresas produz uma quantidade elevada.
CONCORRÊNCIA PERFEITA
FORMALIZAÇÃO

i) A Oferta da empresa no curto prazo

𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑦𝑦 𝜋𝜋 = 𝑝𝑝𝑝𝑝 − 𝐶𝐶(𝑤𝑤, 𝑦𝑦), em que:

𝑝𝑝 – preço unitário do produto;

𝑦𝑦 – quantidade produzida;

𝐶𝐶(𝑤𝑤, 𝑦𝑦) – função custo total

O vector (𝑝𝑝, 𝑤𝑤) é exógeno.

Condição de Primeira Ordem:


𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑑𝑑𝑑𝑑(𝑤𝑤, 𝑦𝑦)
= 0 ⟺ 𝑝𝑝 − = 0 ⟺ 𝑝𝑝 = 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶(𝑦𝑦)
𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑑𝑑𝑑𝑑
Condição de Segunda Ordem:
𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑(𝑦𝑦)
> 0,
𝑑𝑑𝑑𝑑
Isto é custos marginais crescentes.
CONCORRÊNCIA PERFEITA
Em síntese:

• A quantidade a produzir é determinada pelos custos


marginais. Se forem crescentes, temos então a habitual
oferta da empresa em mercados concorrenciais, i.e.
crescente com o preço.

• O facto de 𝑝𝑝 = 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶(𝑦𝑦) não implica que a empresa


tenha 𝜋𝜋 > 0. No curto prazo, temos 𝑝𝑝 = 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶(𝑦𝑦), mas
𝑝𝑝 ≥ 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 ou 𝐶𝐶𝐶𝐶(𝑦𝑦)/𝑦𝑦 . Caso contrário, a empresa
preferiria encerrar, pois nem sequer cobriria os custos
variáveis inerentes à laboração.
CONCORRÊNCIA PERFEITA
A curva da oferta da indústria, 𝑆𝑆, é dada pelo
somatório horizontal das curvas da oferta de
𝑛𝑛
cada empresa: 𝑆𝑆 𝑝𝑝 = 𝑖𝑖=1 𝑦𝑦𝑖𝑖 (𝑝𝑝), em que 𝑦𝑦𝑖𝑖 (𝑝𝑝)

é a curva de oferta da empresa 𝑖𝑖 e 𝑛𝑛 é o número
de empresas a actuar no mercado.
CONCORRÊNCIA PERFEITA
i) Equilíbrio da indústria no Longo Prazo

Tendo presente as curvas de custo médio e de custo marginal de longo prazo, é fácil verificar
que o mercado competitivo gera uma afectação de recursos em que, simultaneamente:
∗ 𝐶𝐶 (𝑦𝑦 ∗ )
𝑝𝑝 = 𝑦𝑦 ∗
, pela hipótese de livre entrada e saída de empresas

E
𝑑𝑑𝑑𝑑 (𝑦𝑦 ∗ )
𝑝𝑝∗ = , pela hipótese de maximização do lucro.
𝑑𝑑𝑦𝑦

∗ ∗) ∗ 𝐶𝐶 (𝑦𝑦 ∗ )
Assim, o equilíbrio de longo prazo será caracterizado por um vector (𝑝𝑝 , 𝑦𝑦 : 𝑝𝑝 = 𝑦𝑦 ∗
=
𝑑𝑑𝑑𝑑 (𝑦𝑦 ∗ )
𝑑𝑑𝑦𝑦
.
CONCORRÊNCIA PERFEITA
Graficamente:

Como a curva do custo marginal de longo prazo intercepta a curva de custo médio de longo
prazo no seu mínimo, neste horizonte temporal as empresas utilizam a escala mais eficiente 𝑄𝑄 ∗ ,
por definição a quantidade correspondente ao mínimo global da função de custo médio de longo
prazo.
CONCORRÊNCIA PERFEITA
Atente-se que se no longo prazo as empresas
estiverem a obter lucros positivos, então a
escala utilizada não coincidirá com a escala mais
eficiente 𝑄𝑄 ∗ , o que significa que haverá excesso
de capacidade.
MONOPÓLIO
• Equilíbrio de monopólio

Em monopólio puro, a procura de mercado é a


procura do monopolista. Se admitirmos que o
monopolista pretende maximizar o lucro, a regra de
decisão pode ser estabelecida a partir do seguinte
problema:

𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑦𝑦 𝜋𝜋 = 𝑝𝑝(𝑦𝑦) � 𝑦𝑦 − 𝐶𝐶(𝑦𝑦) , onde 𝑝𝑝 = 𝑝𝑝(𝑦𝑦) é a


expressão da procura inversa.
MONOPÓLIO
Condição de Primeira Ordem:

𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑑𝑑𝑑𝑑 (𝑦𝑦 ) 1


𝑑𝑑𝑑𝑑
= 0 ⟺ 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑦𝑦 + 𝑝𝑝(𝑦𝑦) − 𝑑𝑑𝑑𝑑
= 0 ⟺ 𝑝𝑝 �𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑝𝑝 + 1� = 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 ⟺

𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑦𝑦

1 1 𝒑𝒑−𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪 𝟏𝟏
𝑝𝑝 �𝜀𝜀 + 1� = 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 ⟺ 𝑝𝑝 − 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 = −𝑝𝑝 ⟺
𝜀𝜀 𝒑𝒑
= − 𝜺𝜺 , 𝜀𝜀𝐷𝐷 < 0. Esta última expressão,
𝐷𝐷 𝐷𝐷 𝑫𝑫
conhecida como margem preço-custo (MPC), dá-nos a relação entre a margem praticada pelo
monopolista e a elasticidade preço da procura, 𝜀𝜀𝐷𝐷 .

Atente-se que quanto maior (em valor absoluto) for a elasticidade, menor será a MPC, e que, no
limite, quando a procura for infinitamente elástica, a margem tenderá para zero (𝑝𝑝 = 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶).

Em rigor, o monopolista opera sempre na zona elástica da procura:


𝑝𝑝−𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶
𝑝𝑝
=1−
𝑝𝑝
. Logo, se 0 < < 1, |𝜀𝜀𝐷𝐷 | > 1.
𝑝𝑝
MONOPÓLIO
Graficamente
MONOPÓLIO
Exemplo:
Seja 𝑝𝑝 = 1 − 𝑦𝑦 𝑒𝑒 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 = 𝑐𝑐, 0 < 𝑐𝑐 < 1.

Em equilíbrio de monopólio, a receita marginal é igual ao custo marginal, logo 1 −


2𝑦𝑦 = 𝑐𝑐.

𝑑𝑑𝑑𝑑(𝑦𝑦) 𝑑𝑑[𝑦𝑦 1−𝑦𝑦 ]


𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅 = = = 1 − 2𝑦𝑦, donde se retira que:
𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑑𝑑𝑑𝑑

1 − 𝑐𝑐
𝑦𝑦𝑚𝑚 =
2
1+𝑐𝑐
Substituindo na procura inversa, vem 𝑝𝑝𝑚𝑚 = > 𝑐𝑐, 𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞𝑞 0 < 𝑐𝑐 < 1.
2

Concluindo: O monopolista produz pouco e a um preço demasiado elevado


(superior ao custo marginal).

Qual o efeito no preço de equilíbrio de uma variação no custo marginal?


𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑑𝑑𝑑𝑑 1 1
= � = −1 � − = .
𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑑𝑑𝑑𝑑 2 2
MONOPÓLIO
• Ineficiência de monopólio

Porque, em equilíbrio de lucro máximo, 𝑝𝑝𝑚𝑚 > 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶, o monopólio conduz a perdas
de bem-estar.

Comparemos então o monopólio puro (decorrente da condição de lucro máximo)


com a situação em que monopolista praticasse 𝑝𝑝 = 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶.

Para o efeito, vamos utilizar as noções de excedente (líquido) do consumidor e do


produtor como medida de bem-estar.

O excedente líquido do consumidor (que não é mais do que a diferença entre o


valor máximo que o consumidor estaria disposto a pagar e o valor que ele paga,
para consumir uma dada quantidade do bem) é dado pela área compreendida
entre a curva da procura e o preço praticado; o excedente líquido do produtor é-
nos dado pela área que se encontra entre o preço e a curva de custos marginais.

Claramente, o monopólio puro implica um excedente total menor, logo é


ineficiente: a perda líquida de bem-estar é dada pela diferença entre o excedente
total nas duas situações.
MONOPÓLIO
Vejamos mais concretamente:

Concorrência perfeita
𝑝𝑝 = 𝑎𝑎 − 𝑏𝑏𝑏𝑏 – procura de mercado;
𝐶𝐶 𝑞𝑞 = 𝑐𝑐 � 𝑞𝑞, 𝑐𝑐 > 0 – curva de custos da firma;
𝐶𝐶 ′ 𝑞𝑞 = 𝑐𝑐 – custo marginal (constante) da firma.

𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑞𝑞 𝜋𝜋 = 𝑝𝑝̅ � 𝑞𝑞 − 𝑐𝑐 � 𝑞𝑞
MONOPÓLIO
• Condição de Primeira Ordem:

𝑑𝑑𝑑𝑑
= 0 ⟺ 𝑝𝑝̅ = 𝑐𝑐, i.e. preço igual a custo marginal.
𝑑𝑑𝑑𝑑

Substituindo o preço na procura de mercado, obtemos:


∗ 𝑎𝑎−𝑐𝑐
𝑄𝑄 = .
𝑏𝑏

Doravante, com o objectivo de simplificar a análise,


𝒂𝒂−𝒄𝒄
operamos uma substituição de variável: 𝑺𝑺 = .
𝒃𝒃
MONOPÓLIO
Monopólio
𝑝𝑝 = 𝑎𝑎 − 𝑏𝑏𝑏𝑏 – procura de mercado;
𝐶𝐶 𝑄𝑄 = 𝑐𝑐 � 𝑄𝑄, 𝑐𝑐 > 0 – curva de custos do
monopolista;
𝐶𝐶 ′ 𝑄𝑄 = 𝑐𝑐 – custo marginal (constante) do
monopolista.

𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑄𝑄 𝜋𝜋 = 𝑝𝑝(𝑄𝑄) � 𝑄𝑄 − 𝑐𝑐 � 𝑄𝑄
MONOPÓLIO
Condição de Primeira Ordem:
𝑑𝑑𝑑𝑑
= 0 ⟺ 𝑎𝑎 − 2𝑏𝑏𝑏𝑏 = 𝑐𝑐, i.e. receita marginal igual a custo
𝑑𝑑𝑑𝑑
marginal.

𝑎𝑎−𝑐𝑐 𝑆𝑆
Continuando, 𝑎𝑎 − 2𝑏𝑏𝑏𝑏 = 𝑐𝑐 ⟺ 𝑄𝑄 = ⟺ 𝑄𝑄 =
2𝑏𝑏 2

Substituindo a quantidade óptima na expressão da procura de


mercado, obtemos o preço óptimo:
𝑎𝑎 + 𝑐𝑐
𝑝𝑝 =
2
Visto que 𝑎𝑎 > 𝑐𝑐, 𝑝𝑝𝑚𝑚 > 𝑝𝑝𝑐𝑐𝑐𝑐 e 𝑄𝑄𝑚𝑚 < 𝑄𝑄𝑐𝑐𝑐𝑐 .
MONOPÓLIO
Graficamente
MONOPÓLIO
Deste modo:
• Excedente do Consumidor (Concorrência Perfeita):
𝑆𝑆(𝑎𝑎 − 𝑐𝑐)
2
• Excedente do Consumidor (Monopólio):
𝑆𝑆 𝑎𝑎 + 𝑐𝑐 1 𝑆𝑆(𝑎𝑎 − 𝑐𝑐)
� 𝑎𝑎 − � =
2 2 2 8
• O Excedente do Consumidor reduz-se para um quarto
face ao de concorrência perfeita;
• Receita total das empresas (Concorrência Perfeita):
𝑆𝑆 � 𝑐𝑐
• Receita total do monopolista:
𝑆𝑆 𝑎𝑎 + 𝑐𝑐 𝑆𝑆 � (𝑎𝑎 + 𝑐𝑐)
� =
2 2 4
MONOPÓLIO
Conclusões:
• Existe uma perda a nível do excedente do consumidor:
𝑆𝑆(𝑎𝑎−𝑐𝑐) 𝑆𝑆 𝑎𝑎−𝑐𝑐 3
− = − 𝑆𝑆(𝑎𝑎 − 𝑐𝑐);
8 2 8

• Existe um ganho quanto ao excedente do produtor, que era


nulo em concorrência perfeita e agora vem igual ao lucro de
𝑆𝑆(𝑎𝑎−𝑐𝑐)
monopólio: 𝜋𝜋𝑚𝑚 = ;
4

• A perda corresponde à diferença entre o bem-estar na


situação de monopólio e o bem-estar na situação de
concorrência perfeita:
𝑆𝑆(𝑎𝑎−𝑐𝑐) 𝑆𝑆(𝑎𝑎−𝑐𝑐) 𝑆𝑆 𝑎𝑎−𝑐𝑐 1
+ − = − 𝑆𝑆(𝑎𝑎 − 𝑐𝑐).
4 8 2 8
• O resultado corresponde pois a uma ineficiência dada pela
área do triângulo representado no gráfico anterior:
𝑆𝑆 𝑎𝑎+𝑐𝑐 1 1
𝑆𝑆 − � − 𝑐𝑐 � = 𝑆𝑆(𝑎𝑎 − 𝑐𝑐).
2 2 2 8
MONOPÓLIO

DISCRIMINAÇÃO DE PREÇOS

Definição de Discriminação de Preços:


Consiste na prática de preços diferentes, para o mesmo
bem, em mercados (ou para segmentos de mercado)
distintos.

3 Graus ou Níveis de Discriminação de Preços:


Nota: A análise centrar-se-á na do 3º grau.
• 1º GRAU
Também designada por discriminação perfeita de preços.
MONOPÓLIO
Ocorre quando o monopolista vende cada unidade de produto a um preço diferente, cobrando o preço
máximo que o consumidor está disposto a pagar para consumir essa unidade.

Graficamente:
MONOPÓLIO

• Ora, tal implica que o monopolista se apropria


do excedente líquido do consumidor.

• Convém referir que se trata de um Óptimo de


Pareto, i.e. não é possível melhorar a situação
de um dos agentes económicos sem piorar a
do outro.
MONOPÓLIO

• 2º GRAU
Ocorre quando o monopolista vende ou pratica
preços diferentes para diferentes quantidades
vendidas. Assim, o preço não difere entre
indivíduos, mas apenas entre diferentes
quantidades vendidas.
MONOPÓLIO

• 3º GRAU
Ocorre quando um monopolista vende o produto a
preços diferentes a grupos (ou segmentos de
mercado) diferentes, mas pratica um preço
uniforme para indivíduos do mesmo grupo.

Exemplo: preços das viagens de comboio consoante


o estrato etário praticados pela CP (Comboios de
Portugal).
MONOPÓLIO

Se um monopolista conseguir diferenciar as


procuras de 2 grupos característicos, teremos:
Condições de Primeira Ordem

𝑑𝑑𝑑𝑑
=0
𝑑𝑑𝑦𝑦1 𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅1 𝑦𝑦1 = 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶(𝑦𝑦1 + 𝑦𝑦2 )
⟺�
𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅2 𝑦𝑦2 = 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶(𝑦𝑦1 + 𝑦𝑦2 )
=0
𝑑𝑑𝑦𝑦2
MONOPÓLIO

Monopólio Natural

Já constatámos que, com uma estrutura de mercado de


monopólio, 𝑝𝑝 > 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶, e que tal conduz a perdas líquidas de
bem-estar.

Vejamos agora uma situação em que, por motivos


relacionados com a estrutura de custos, uma afectação ao
𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 pode levantar problemas de difícil solução.

A situação típica de monopólio natural caracteriza-se pela


existência de custos marginais decrescentes (e logo de custos
médios também decrescentes) na zona relevante da procura.
MONOPÓLIO

A existência de custos marginais decrescentes leva à


concentração, uma vez que as empresas tendem a
aumentar a escala de produção para reduzirem os custos
unitários.

Admitamos que:
A produção se encontra se encontra concentrada numa
única empresa (ou porque essa empresa conseguiu
excluir os rivais ou porque um decisor social/regulador,
conhecendo a estrutura de custos da indústria,
concessiona a produção a um único operador).
MONOPÓLIO

SOLUÇÕES:

Solução de monopólio puro – (𝑦𝑦𝑚𝑚 , 𝑝𝑝𝑚𝑚 ). Neste


caso, 𝑝𝑝 = 𝑝𝑝𝑚𝑚 > 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶(𝑦𝑦𝑚𝑚 ). Ora, tal implica que
a quantidade de mercado será relativamente
reduzida. Temos, pois, um equilíbrio de
monopólio concessionado sem restrições;
MONOPÓLIO

Solução Eficiente (𝑝𝑝 = 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶): (𝑦𝑦𝑐𝑐 , 𝑝𝑝𝑐𝑐 ). Verificar-se-


á uma situação de 𝜋𝜋 < 0. Deste modo, terá de ser
atribuído um subsídio para cobrir o prejuízo. O
subsídio decorrerá apenas do objectivo de
produção máxima, 𝑦𝑦𝑐𝑐 .

QUESTÃO: Quem determina o subsídio?


A empresa não tem qualquer incentivo a revelar a
sua verdadeira estrutura de custos, logo o cálculo
de indemnizações compensatórias será sempre
motivo de contestação;
MONOPÓLIO

Solução de Ramsey (𝑝𝑝 = 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶): uma forma de


evitar a concessão de subsídios consiste em
deixar fixar um preço igual ao custo unitário
(𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶), (𝑦𝑦𝑅𝑅 , 𝑝𝑝𝑅𝑅 ).

De qualquer modo, não se consegue obviar o


problema da empresa obter um preço excessivo
(superior ao de 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 ), uma vez que só ela
conhece a estrutura dos seus custos.
MONOPÓLIO

Intervenção directa
O operador público substitui-se ao operador privado.

QUESTÃO: Quem supervisiona a actividade do operador


público?

Subsistem problemas associados à assimetria de


informação e logo a possibilidade de gastos supérfluos ou
aquisição de factores de produção não determinada pelos
seus preços relativos.
MONOPÓLIO
TEORIAS DE OLIGOPÓLIO

As principais características de um OLIGOPÓLIO


são:

• Número reduzido de empresas;


• A diferenciação do produto pode ou não
existir;
• Há barreiras à entrada.
TEORIAS DE OLIGOPÓLIO

Há múltiplos exemplos de indústrias em que a


estrutura de mercado é a de um OLIGOPÓLIO:
• Automóveis;
• Aço;
• Alumínio;
• Petroquímicas;
• Equipamento eléctrico;
• Computadores;
• Telemóveis.
TEORIAS DE OLIGOPÓLIO

As barreiras à entrada são:

a) Naturais
• Economias de Escala;
• Patentes;
• Tecnologia;
• Reputação e reconhecimento da marca.
TEORIAS DE OLIGOPÓLIO

b) Acção Estratégica:

• Praticar preços de tal forma abaixo dos da


concorrência, ou até eventualmente abaixo do
custo médio da empresa (dumping), com o
objectivo de eliminar as rivais;
• Controlar um factor de produção essencial.

Assim, os desafios dos gestores passam por


conceber acções estratégicas e ter em consideração
o comportamento dos rivais.
TEORIAS DE OLIGOPÓLIO

O equilíbrio num mercado oligopolístico é


diferente do que os que já analisámos no âmbito
da concorrência perfeita e do monopólio (e
como iremos ver também no da concorrência
monopolística), uma vez que os produtores têm,
num mercado oligopolístico, de considerar a
resposta das empresas rivais quando decidem
fixar preço e quantidade produzida, enquanto
nos outros não.
TEORIAS DE OLIGOPÓLIO

Então como se define o equilíbrio no MERCADO


OLIGOPOLÍSTICO?

Por duas condições que têm de se verificar:

1ª – As empresas têm de tomar as melhores decisões


face à informação que têm disponível, não tendo
incentivos (ver depois Equilíbrio de Nash – EN) para
alterar então o seu preço ou quantidade produzida;

2ª – Todas as empresas assumem que as concorrentes


estão a incorporar nas suas acções as decisões das suas
rivais.
TEORIAS DE OLIGOPÓLIO

Como iremos ver com maior detalhe e rigor já


adiante, é determinante a noção de EQUILÍBRIO
de NASH – cada empresa está a tomar a melhor
decisão em face do que as suas concorrentes
estão a fazer.
TEORIAS DE OLIGOPÓLIO

JOGOS NÃO COOPERATIVOS

A explicação de como é difícil cooperar pode ser feita a partir


da TEORIA DE JOGOS.

Assim, a teoria básica de Jogos analisa os jogos sob a Forma


Normal (através de uma matriz) e pelo Equilíbrio de Nash.

Cada jogador escolhe, em simultâneo, uma estratégia e a


combinação delas determina o resultado de cada jogador (um
só período de tempo (estático) e simultaneidade, por oposição
a jogos dinâmicos e sequenciais (por exemplo, o xadrez – “ora
jogas tu, ora jogo eu)”).
TEORIAS DE OLIGOPÓLIO

DILEMA DO PRISIONEIRO
• Dois suspeitos são detidos e acusados de um crime;
• A polícia não tem provas suficientes para os condenar,
a não ser que um confesse;
• A polícia isola-os e explica-lhes as consequências que
se seguirão às acções que prosseguirem: se nenhum
confessar, ambos irão ser condenados por um crime
menor (por exemplo, durante a fuga destruíram
propriedade pública) e sentenciados a um mês de
cadeia; se ambos confessarem, ficam seis meses
presos; e, finalmente, se um confessar e o outro não,
então o arrependido é libertado de imediato e o outro
fica nove meses na prisão: seis pelo crime em causa e
três por obstrução à justiça;
TEORIAS DE OLIGOPÓLIO
• Cada prisioneiro tem duas estratégias: a da Múmia (Não Confessar –
NC) e a do Papagaio (Confessar – C).
• Sistematização do jogo sob a forma normal:

Prisioneiro 2

NC C

NC -1 ;-1 -9 ; 0
Prisioneiro 1

C 0 ; -9 -6 ;-6
TEORIAS DE OLIGOPÓLIO

É preciso sublinhar vincadamente que existe uma diferença conceptual entre


resultados e payoffs numa interacção estratégica.

Resultado é o que o interveniente obtém duma jogada específica do jogo.

Payoff é o valor (ou utilidade) que ele deriva do resultado obtido.

Se for ver o filme “Os condenados de Shawshank”, aperceber-se-á do que


supra afirmámos. Nesse filme, há prisioneiros que quando são libertados
anseiam por voltar para a prisão (há até um que se suicida por não se adaptar
ao mundo exterior), enquanto outros nada mais desejam do que respirar o ar
da liberdade. Temos, pois, o mesmo resultado, a liberdade, mas payoffs
diametralmente opostos associados a esta, consoante as preferências (função
utilidade) de cada um.
TEORIAS DE OLIGOPÓLIO

Solução:
• Para qualquer dos Prisioneiros, a estratégia Múmia é sempre
dominada pela da do Papagaio. Logo, o resultado do jogo é (-6;-6).
Os jogadores racionais nunca jogam estratégias estritamente
dominadas;
• O Prisioneiro 1 supõe que o Prisioneiro 2 joga NC. Ora, se o
prisioneiro 2 joga NC, a melhor estratégia do Prisioneiro 1 será C. O
Prisioneiro 1 supõe que o Prisioneiro 2 joga C. Ora, se o prisioneiro
2 joga C, a melhor estratégia do Prisioneiro 1 continuará a ser C.
Mutatis mutandis, o mesmo se aplicaria ao Prisioneiro 2. Assim, o
resultado do jogo é que ambos confessam e são condenados a 6
meses de prisão;
• Repare-se que o resultado desta interacção estratégica não é
Pareto eficiente. Ambos ficariam bem melhor se tivessem decidido
não confessar.
TEORIAS DE OLIGOPÓLIO

E o que é uma Estratégia Estritamente


Dominada (EED)?

A estratégia 𝑠𝑠𝑖𝑖′ do jogador i é estritamente


dominada pela estratégia 𝑠𝑠𝑖𝑖 ∗ do jogador i se

∀𝒔𝒔′𝒊𝒊 ≠ 𝒔𝒔𝒊𝒊 ∗ , ∀𝒔𝒔−𝒊𝒊 , 𝒖𝒖𝒊𝒊 𝒔𝒔𝒊𝒊 ∗ , 𝒔𝒔−𝒊𝒊 > 𝒖𝒖𝒊𝒊 𝒔𝒔′𝒊𝒊 , 𝒔𝒔−𝒊𝒊
TEORIAS DE OLIGOPÓLIO

Um jogo do tipo Dilema do Prisioneiro envolve dois


jogadores e cada um deles enfrenta uma escolha entre
“cooperar” (C) ou “desertar”/”não cooperar” (D). Se
ambos os jogadores cooperarem, obtêm resultados
razoavelmente bons; se ambos desertarem, obtêm
resultados insatisfatórios. Se um jogador coopera e o
outro não, então este último têm um excelente resultado,
enquanto o primeiro obtém um péssimo resultado:

𝑢𝑢1 𝐷𝐷, 𝐶𝐶 > 𝑢𝑢1 𝐶𝐶, 𝐶𝐶 > 𝑢𝑢1 𝐷𝐷, 𝐷𝐷 > 𝑢𝑢1 𝐶𝐶, 𝐷𝐷
𝑒𝑒
𝑢𝑢2 𝐷𝐷, 𝐶𝐶 > 𝑢𝑢2 𝐶𝐶, 𝐶𝐶 > 𝑢𝑢2 𝐷𝐷, 𝐷𝐷 > 𝑢𝑢2 𝐶𝐶, 𝐷𝐷
TEORIAS DE OLIGOPÓLIO

EQUILÍBRIO DE NASH
O conceito-solução de Equilíbrio de Nash produz previsões muito mais
precisas em classes mais alargadas de jogos.

Suponha-se que pela teoria de jogos se chega a uma previsão única


acerca da estratégia que cada jogador adoptará. Para que previsão se
revele correcta, é necessário que cada jogador escolha a estratégia
prevista pela teoria. Consequentemente, a estratégia previsível para
cada jogador tem de ser a melhor resposta às estratégias previsíveis
dos outros jogadores.

Esta asserção diz-se estrategicamente estável porque nenhum jogador


deseja afastar-se da estratégia prevista. Esta previsão designa-se por
Equilíbrio de Nash.
TEORIAS DE OLIGOPÓLIO

Uma forma prática de encontrar o Equilíbrio de


Nash (EN) é verificar se uma combinação
possível de estratégias satisfaz a condição que
consta da definição de EN. Num jogo com 2
jogadores, esta abordagem começa do seguinte
modo: para cada jogador, e para cada uma das
estratégias exequíveis à disposição dele,
determinar a melhor resposta do outro jogador.
TEORIAS DE OLIGOPÓLIO

Esquerda Meio Direita

Alta 0;4 4;0 5;3

1 Média 4;0 0;4 5;3

Baixa 3;5 3;5 6;6


TEORIAS DE OLIGOPÓLIO

Agora, temos evidenciadas, tendo-as sublinhado, as


melhores respostas de cada jogador para cada uma das
estratégias à disposição do outro.

Basta verificar qual (ou quais) o par de estratégias que


satisfaz a condição de EN, i.e. se à melhor resposta de um
jogador também corresponde a melhor resposta do
outro. Tal é fácil de identificar neste caso, pois basta
verificar se ambos os payoffs estão sublinhados numa
célula da matriz. Assim, (Baixa, Direita) é o único par de
estratégias que satisfaz a condição de EN.
TEORIAS DE OLIGOPÓLIO

De um modo simplificado, o Teorema de Nash


diz-nos que toda a interacção estratégica finita*
tem, pelo menos, um Equilíbrio de Nash.

* Um jogo diz-se finito se o nº de jogadores é finito e o n.º de estratégias


puras que cada jogador tem é igualmente finito.
TEORIAS DE OLIGOPÓLIO

TEORIAS DE OLIGOPÓLIO
Duopólio à Cournot
• Jogadores: 2 empresas que competem no mesmo
mercado;
• Estratégias: quantidades que elas produzem de
produtos homogéneos - 𝑞𝑞1 e 𝑞𝑞2 ;
• Custo de produção: 𝐶𝐶 𝑞𝑞𝑖𝑖 = 𝑐𝑐 � 𝑞𝑞𝑖𝑖 , com 𝑖𝑖 = 1,2,
tal implica custos marginais constantes, i.e.
𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑞𝑞𝑖𝑖
= 𝑐𝑐;
𝑑𝑑𝑞𝑞𝑖𝑖
• Procura inversa: 𝑝𝑝 = 𝑎𝑎 − 𝑏𝑏 𝑞𝑞1 + 𝑞𝑞2 , 𝑎𝑎, 𝑏𝑏 > 0
TEORIAS DE OLIGOPÓLIO

Graficamente, a procura inversa vem:


TEORIAS DE OLIGOPÓLIO

• Payoffs: as empresas pretendem maximizar o lucro


(teoria neoclássica):

𝑢𝑢1 𝑞𝑞1 , 𝑞𝑞2 = 𝑝𝑝 � 𝑞𝑞1 − 𝑐𝑐 � 𝑞𝑞1 ⟺ 𝑎𝑎 − 𝑏𝑏𝑞𝑞1 − 𝑏𝑏𝑞𝑞2 � 𝑞𝑞1 − 𝑐𝑐 � 𝑞𝑞1 .


TEORIAS DE OLIGOPÓLIO

• Condição de Primeira Ordem


𝜕𝜕𝑢𝑢1 𝑎𝑎−𝑐𝑐
𝜕𝜕𝑞𝑞1
= 0: 𝑎𝑎 − 2𝑏𝑏𝑞𝑞1 − 𝑏𝑏𝑞𝑞2 − 𝑐𝑐 = 0 ⟺ 𝑞𝑞�1 = 2𝑏𝑏

𝑞𝑞2 𝑎𝑎−𝑐𝑐 𝑆𝑆 𝑞𝑞2
(fazendo 𝑏𝑏 = 𝑆𝑆) ⟺ 𝑞𝑞�1 = − = 𝐵𝐵𝐵𝐵1 (𝑞𝑞2 ) /Função
2 2 2
reacção da Empresa 1.

• Condição de Segunda Ordem


𝜕𝜕2 𝑢𝑢1
𝜕𝜕𝑞𝑞12
= −2𝑏𝑏 < 0 . Está assegurada a existência de um
máximo.
TEORIAS DE OLIGOPÓLIO

𝑢𝑢2 𝑞𝑞1 , 𝑞𝑞2 = 𝑝𝑝 � 𝑞𝑞2 − 𝑐𝑐 � 𝑞𝑞2 ⟺ 𝑎𝑎 − 𝑏𝑏𝑞𝑞1 − 𝑏𝑏𝑞𝑞2 � 𝑞𝑞2 − 𝑐𝑐 � 𝑞𝑞2

• Condição de Primeira Ordem


𝜕𝜕𝑢𝑢2 𝑎𝑎−𝑐𝑐
= 0: 𝑎𝑎 − 2𝑏𝑏𝑞𝑞2 − 𝑏𝑏𝑞𝑞1 − 𝑐𝑐 = 0 ⟺ 𝑞𝑞�2 = −
𝜕𝜕𝑞𝑞 2𝑏𝑏
𝑞𝑞1 2 𝑎𝑎−𝑐𝑐 𝑆𝑆 𝑞𝑞1
2
fazendo = 𝑆𝑆 ⟺ 𝑞𝑞�2 = 2 − = 𝐵𝐵𝐵𝐵2 (𝑞𝑞1 ) /Função
𝑏𝑏 2
reacção da Empresa 2.

• Condição de Segunda Ordem


𝜕𝜕2 𝑢𝑢2
𝜕𝜕𝑞𝑞22
= −2𝑏𝑏 < 0. Está assegurada a existência de um máximo.
TEORIAS DE OLIGOPÓLIO

Podemos agora resolver o sistema:


𝑆𝑆 𝑞𝑞2
𝑞𝑞�1 = − [1]
2 2
𝑆𝑆 𝑞𝑞1
𝑞𝑞�2 = − [2]
2 2

𝑆𝑆 𝑆𝑆 2
Solução: 𝑞𝑞�1 = e 𝑞𝑞�2 = , 𝑄𝑄𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 = 𝑞𝑞�1 + 𝑞𝑞�2 = 𝑆𝑆.
3 3 3

Substituindo Q na função Procura inversa: 𝑝𝑝𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 =


2 𝑎𝑎+2𝑐𝑐
𝑎𝑎 − 𝑏𝑏 𝑆𝑆 = .
3 3
TEORIAS DE OLIGOPÓLIO

Interessa ver o seguinte:


𝑆𝑆
• 𝐵𝐵𝐵𝐵1 𝑞𝑞2 = 0 =
2
E
𝑆𝑆
• 𝐵𝐵𝐵𝐵2 𝑞𝑞1 = 0 =
2

𝑆𝑆
Ora, corresponde à quantidade de Monopólio (uma só
2
empresa):

𝑝𝑝 = 𝑎𝑎 − 𝑏𝑏𝑏𝑏, 𝑎𝑎, 𝑏𝑏 > 0


𝑢𝑢Monopolista 𝑞𝑞 = 𝑝𝑝 � 𝑞𝑞 − 𝑐𝑐 � 𝑞𝑞 ⟺ (𝑎𝑎 − 𝑏𝑏𝑏𝑏) � 𝑞𝑞 − 𝑐𝑐 � 𝑞𝑞
TEORIAS DE OLIGOPÓLIO

• Condição de Primeira Ordem


𝑑𝑑𝑢𝑢𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀 𝑎𝑎 − 𝑐𝑐 𝑎𝑎 − 𝑐𝑐
= 0: 𝑎𝑎 − 𝑏𝑏𝑏𝑏 − 𝑏𝑏𝑏𝑏 − 𝑐𝑐 = 0 ⟺ 𝑞𝑞� = fazendo = 𝑆𝑆 ⟺ 𝑞𝑞�
𝑑𝑑𝑑𝑑 2𝑏𝑏 𝑏𝑏
𝑆𝑆
=
2
• Condição de Segunda Ordem
𝑑𝑑 2 𝑢𝑢𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀
= −2𝑏𝑏 < 0. Está assegurada a existência de um máximo.
𝑑𝑑𝑑𝑑
𝑆𝑆 𝑎𝑎+𝑐𝑐
Substituindo 𝑞𝑞 na função Procura inversa: 𝑝𝑝𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀ó𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙 = 𝑎𝑎 − 𝑏𝑏 = .
2 2
TEORIAS DE OLIGOPÓLIO

Numa estrutura de mercado de concorrência


perfeita (CP), o preço para a empresa individual é
dado, visto que esta é price-taker, i.e. não consegue
alterar o preço de mercado.
𝑢𝑢𝐶𝐶𝐶𝐶 𝑞𝑞 = 𝑝𝑝̅ � 𝑞𝑞 − 𝑐𝑐 � 𝑞𝑞 ⟺ (𝑝𝑝̅ − 𝑐𝑐) � 𝑞𝑞

• Condição de Primeira Ordem


𝑑𝑑𝑢𝑢𝐶𝐶𝐶𝐶
= 0: 𝑝𝑝̅ − 𝑐𝑐 = 0 ⟺ 𝑝𝑝̅ = 𝑐𝑐
𝑑𝑑𝑑𝑑
Substituindo 𝑝𝑝̅ na função Procura inversa: 𝑞𝑞 = 𝑆𝑆.
TEORIAS DE OLIGOPÓLIO

• Suponhamos que a empresa 1 acredita que a empresa 2


produz 𝑞𝑞2 .
• A curva da procura inversa que a empresa 1 enfrentará será
então: 𝑝𝑝 = (𝑎𝑎 − 𝑏𝑏𝑞𝑞2 ) − 𝑏𝑏𝑞𝑞1 .
• A empresa 1 obtém assim a sua procura residual, 𝑞𝑞1 𝑝𝑝 =
𝑄𝑄 𝑝𝑝 − 𝑞𝑞2 .
• Veja-se que o declive, face ao da procura inversa original, é
igual, alterando-se apenas a ordenada e a abcissa na origem:
𝑎𝑎 − 𝑏𝑏𝑞𝑞2 e (𝑎𝑎 − 𝑏𝑏𝑞𝑞2 ) /𝑏𝑏, o que se traduz numa deslocação
paralela para a esquerda.

• Para maximizar o lucro da empresa 1, iguala-se 𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅 = 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶.


𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑
Ora, 𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅 ≡ 𝑑𝑑𝑞𝑞1
= 𝑎𝑎 − 𝑏𝑏𝑞𝑞2 − 2𝑏𝑏𝑞𝑞1 = 𝑐𝑐 .
[Nota: A Receita Marginal tem a mesma ordenada na origem e
o dobro da inclinação face às da procura inversa residual da
empresa 1, como adiante veremos].
TEORIAS DE OLIGOPÓLIO

• Se 𝑞𝑞2 = 0, então a empresa 1 comporta-se


𝑎𝑎−𝑐𝑐 𝑆𝑆
como uma monopolista: 𝑞𝑞1 = = ,
2𝑏𝑏 2
quantidade de monopólio.

• Mas, se 𝑞𝑞2 = 𝑆𝑆, 𝑞𝑞1 = 0, i.e. se a empresa 2


produzir a quantidade de concorrência
perfeita, a empresa 1 optará por nada
produzir.
TEORIAS DE OLIGOPÓLIO
Conjugando, a partir de um exemplo numérico, as três estruturas de mercado, temos:

P=5-,05*(q1+q2) q c p RmgM d1(q2=20) RmgCq1 Cournot (empresa 1), Monopólio e Concorrência Perfeita
c=2 0 2 5 5 4 4 p
6
qc1=qc2=20; qc=qc1+qc2=40 10 2 4,5 4 3,5 3
qm=30 20 2 4 3 3 2
qcp=60 30 2 3,5 2 2,5 1 5
40 2 3 1 2 0
50 2 2,5 0 1,5
4
60 2 2 1
70 2 1,5 0,5
80 2 1 0 3
90 2 0,5
100 2 0
2

0
q
0 20 40 60 80 100 120

c p RmgM d1(q2=20) RmgCq1


TEORIAS DE OLIGOPÓLIO

Concorrência Perfeita Cournot Monopólio


Preço 2 3 3,5
Quantidade transacionada 60 40 30

Genericamente:

Concorrência Perfeita Cournot Monopólio


Quantidade 𝑆𝑆 2 𝑆𝑆
𝑆𝑆
3 2
Preço 𝑝𝑝𝐶𝐶𝐶𝐶 = 𝑐𝑐 𝑎𝑎 + 2𝑐𝑐 𝑎𝑎 + 𝑐𝑐
𝐶𝐶
𝑝𝑝 = 𝑝𝑝𝑀𝑀 =
3 2
TEORIAS DE OLIGOPÓLIO
Voltando ao modelo de Cournot, podemos fazer a representação gráfica das funções-reacção:
𝑆𝑆 𝑞𝑞 2
• 𝑞𝑞�1 = − [1]
2 2
𝑆𝑆 𝑞𝑞 1
• 𝑞𝑞�2 = − [2]
2 2
TEORIAS DE OLIGOPÓLIO

Trata-se assim de um jogo estrategicamente


substituto: “quanto mais uma empresa produzir,
menos a outra produzirá”.
TEORIAS DE OLIGOPÓLIO

Análise da situação de conluio (maximização dos lucros


conjuntos), com igual estrutura de custos (𝑐𝑐1 = 𝑐𝑐2 = 𝑐𝑐).
Nesta situação, as empresas agem como se de uma só se
tratassem e, deste modo, o resultado é o de monopólio,
produzindo cada uma metade da quantidade (𝑞𝑞1 = 𝑞𝑞2 ) e
usufruindo de metade dos lucros.

Já vimos, contudo, no gráfico anterior que esse equilíbrio


não é sustentável, quando estamos na presença de um
jogo estático com estas características.
TEORIAS DE OLIGOPÓLIO

Por norma, neste cenário:

• Há trapaça, o que faz com que retornemos ao


EN;
• Mesmo que o acordo não seja incumprido, a
existência de lucros de monopólio induzirá
entrantes no mercado.
CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA

Este capítulo analisa a estrutura de mercado que


se designa por Concorrência Monopolística.

Anteriormente analisámos três tipos de


estruturas de mercado.
CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA

- Concorrência Perfeita
• Atomicidade de compradores;
• Atomicidade de vendedores;
• Todos os vendedores vendem exactamente o mesmo produto.

- Monopólio
• Atomicidade de compradores;
• Um só vendedor, o monopolista.

- Oligopólio
• Número reduzido de empresas;
• A diferenciação do produto pode ou não existir;
• Há barreiras à entrada.
CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA

A concorrência imperfeita refere-se aos


mercados relativamente aos quais existe algum
grau de concorrência entre os vendedores, grau
esse que se encontra compreendido entre o da
concorrência perfeita e o de monopólio.

Existem dois tipos de concorrência imperfeita:


• Oligopólio (já analisado);
• Concorrência Monopolística.
CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA

- Concorrência Monopolística
• Muitas empresas. Tantas que cada uma ignora as reacções possíveis
das suas competidoras quando toma as suas decisões quanto ao
preço e quantidade;

• Diferenciação do produto: produtos semelhantes, mas não


idênticos/ homogéneos. A procura é negativamente inclinada, mas
muito elástica porque existem substitutos;

• Há liberdade de entrada e de saída da indústria;

• Há simetria: cada nova empresa que entra no mercado capta


clientes em igual percentagem a todas as outras.
CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA
Sistematizando os quatro tipos de estruturas de mercado, podemos apresentar o seguinte esquema:
Número de Empresas?
Muitas empresas

Tipos de Produtos?
Uma empresa Produtos
Produtos Homogéneos
Poucas empresas
Diferenciados

Concorrência Concorrência
Monopólio Oligopólio
Monopolística Perfeita
CP - Comboios de Portugal Automóveis Romances Quisoques
CTT - Correios Aço Vestuário Milho
Água canalizada Petroquímicas Restauração Trigo
CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA

A hipótese de muitos vendedores, no contexto da


Concorrência Monopolística, implica que
• Existam muitas empresas a competir pelo mesmo
grupo de consumidores.
a. Exemplos de produtos são os livros, filmes, vestuário,
restaurantes, mobiliário, etc.
b. Esta característica é comum à concorrência perfeita.

• Donde se conclui que as decisões tomadas por uma


empresa não afectam as outras de um modo
significativo.
CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA

A hipótese de diferenciação do produto implica que


• Cada empresa produz um produto que é, pelo
menos, ligeiramente diferente dos das suas rivais.
Consequentemente,

• Ao invés de serem price takers, cada empresa


enfrenta uma curva da procura negativamente
inclinada.
a. Esta característica é comum ao monopólio.
CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA

A liberdade de entrada e saída do mercado implica


que
• As empresas podem entrar e sair do mercado sem
qualquer dificuldade. Como resultado,

• O número de firmas no mercado vai-se


ajustando, até que o lucro económico seja nulo.
a. Esta é outra característica é comum à
concorrência perfeita.
CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA

No Curto Prazo, podem ocorrer duas situações


de desequilíbrio:
• Lucro económico positivo
e
• Lucro económico negativo.

Qualquer delas leva a que no longo prazo os


lucros sejam nulos.
CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA
Vejamos graficamente então a primeira situação (𝜋𝜋 > 0)
CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA

• Estes lucros não são sustentáveis.


• Os lucros económicos de curto prazo
encorajam novas empresas a entrar no
mercado.
• Tal reduz a curva da procura de cada empresa
já existente (incumbente), de modo a que a
curva da procura se desloca para a esquerda,
com a concomitante redução dos lucros.
CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA
CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA

Apesar da redução dos lucros, estes ainda assim


não serão mantidos no longo prazo, uma vez
que a existência dos mesmos continua a atrair
novas empresas, o que mais uma vez leva a uma
redução da procura das incumbentes, i.e. a uma
deslocação para a esquerda, e os lucros
diminuem outra vez…
CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA

Até que no Longo Prazo, figura supra, as empresas têm lucros económicos nulos e está numa situação de
equilíbrio.
CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA
A segunda situação (𝜋𝜋 < 0), agora pela saída de incumbentes do mercado, faz com que a procura aumente
sucessivamente, i.e. se desloque para a direita, diminuindo as perdas da empresas, até estas se tornarem
nulas.
CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA
CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA
CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA

Já vimos quando estudámos a concorrência


perfeita que os lucros económicos, no longo
prazo, não podem ser positivos nem negativos.
Logo, só podem ser nulos. No entanto, observe-
se que 𝒑𝒑 = 𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪 > 𝑹𝑹𝑹𝑹𝑹𝑹 = 𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪 , no longo
prazo.
CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA
Vejamos:
• Todas as empresas maximizam os seus lucros.
- Vimos nos capítulos anteriores que isso implica que 𝑹𝑹𝑹𝑹𝑹𝑹 = 𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪;
- Então, 𝑹𝑹𝑹𝑹𝑹𝑹 = 𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪 é verdade tanto para a concorrência monopolística
como para a perfeita.

• A concorrência monopolística é semelhante ao monopólio no que concerne ao


facto de ambas terem uma procura negativamente inclinada.
- Quando estudámos o monopólio vimos que uma curva da procura
negativamente inclinada implica que
𝒑𝒑 > 𝑹𝑹𝑹𝑹𝑹𝑹

• A concorrência monopolística, tal como a concorrência perfeita, assume como


hipótese que há liberdade de entrada e saída do mercado.
- No capítulo da concorrência perfeita vimos que tal implica que
𝒑𝒑 = 𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪
CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA

Então, simplesmente combinando as


características da concorrência monopolística
comuns às da concorrência perfeita com a
comum à do monopólio, chega-se à conclusão
de que 𝒑𝒑 = 𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪 > 𝑹𝑹𝑹𝑹𝑹𝑹 = 𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪.
CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA

Quando comparamos a concorrência monopolística


com a perfeita, observamos duas diferenças
significativas:

• Excesso de capacidade
e
• 𝒑𝒑 > 𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪.
CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA

Sistematizando estas diferenças numa tabela, temos:


Concorrência Perfeita Concorrência Monopolística
Excesso de Não: a quantidade de equilíbrio vem igual à Sim: a quantidade de equilíbrio vem inferior à
Capacidade Escala Mínima Eficiente Escala Mínima Eficiente
Markup do preço Não: 𝑝𝑝 = 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 Sim: 𝑝𝑝 > 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶
CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA
Podemos compará-las graficamente:
Equilíbrio de Longo Prazo - Lucros Nulos Equilíbrio de longo prazo num mercado concorrencial
9

8
𝑝𝑝 = 𝐶𝐶𝑇𝑇𝑒𝑒 > 𝑅𝑅𝑇𝑇𝑈𝑈 = 𝐶𝐶𝑇𝑇𝑈𝑈 𝐶𝐶𝑇𝑇𝑈𝑈
Markup
7

$ por unidade
5

4
P

𝜋𝜋 = 0; 𝑝𝑝 = 𝐶𝐶𝑇𝑇𝑒𝑒 3
𝐷𝐷𝑝𝑝
𝐶𝐶𝑇𝑇𝑒𝑒 2
𝑝𝑝 = 𝐶𝐶𝑇𝑇𝑒𝑒 = 𝑅𝑅𝑇𝑇𝑈𝑈 = 𝐶𝐶𝑇𝑇𝑈𝑈
𝑅𝑅𝑇𝑇𝑈𝑈
1

0
0 0,5
𝑄𝑄 ∗1 1,5 2 2,5
𝐷𝐷 Q

𝑄𝑄 ∗ Q EME CMe CMg


Excesso de Capacidade

No gráfico à direita, o equilíbrio de longo prazo, em concorrência monopolística, evidencia tanto excesso
de capacidade como um Markup do preço que faz com este seja superior ao custo marginal. Na
concorrência perfeita, não existe nenhuma destas facetas.

A razão base destas diferenças reside no declive da curva da procura, que faz com que a procura na
concorrência monopolística seja negativamente inclinada, sendo horizontal em concorrência perfeita.
CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA

Concorrência Monopolística e o Bem-Estar da


Sociedade

Resulta claro, então, que a concorrência


monopolística não tem todas as propriedades
desejáveis da concorrência perfeita.
CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA

Atente-se no seguinte gráfico:


CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA

Veja-se que no output óptimo 𝑝𝑝 = 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 < 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶. Assim, o


óptimo só pode ser obtido pela acção estatal/entidade
reguladora com a atribuição de subsídios.

Como no longo prazo os lucros são nulos, fixar um preço


próximo do custo marginal levaria a perdas, que só
poderiam ser aceites pelas empresas se o Estado as
subsidiasse.

O markup do preço acima do custo marginal, tanto no


monopólio como na concorrência monopolística, leva a
que ocorra uma perda de eficiência (“deadweight loss”).
CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA

Contudo, a carga administrativa de regular o preço


de todas as empresas presentes no mercado de
concorrência monopolística e que produzem, ainda
por cima, produtos diferenciados, seria esmagadora
e extremamente onerosa para o erário público.

A concorrência monopolística é também ineficiente


do ponto de vista social porque o número de
empresas presentes no mercado não é o desejável.
De facto, podem existir a mais ou a menos.
CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA
As externalidades presentes nesta estrutura de mercado são,
essencialmente, duas:

• Externalidade associada à variedade de produtos – isto porque os


consumidores obtêm algum excedente do consumidor pela introdução
de novos produtos, posto que a entrada de uma nova empresa no
mercado induz uma externalidade positiva sobre os consumidores;

• Externalidade associada à captação de quotas de mercado das


incumbentes – isto porque estas últimas perdem clientes e lucros com a
entrada de uma nova competidora, i.e. a entrante impõe uma
externalidade negativa sobre as incumbentes.

O que está em causa é se o ganho marginal dos consumidores (induzido


pelo aumento do número de produtos diferenciados) é superior, igual ou
inferior à perda de ter de produzir cada produto a um custo mais elevado.
CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA

Concorrência Monopolística e Publicidade

• Quando as empresas vendem produtos diferenciados, cada


uma tem um incentivo a promover o produto que oferece,
com vista a atrair mais consumidores.

• Em concorrência perfeita, tal incentivo não existe, uma vez


que os produtos são homogéneos.

• No monopólio, existe algum incentivo à promoção do


produto, mas relativamente incipiente, uma vez que o
monopolista não tem rivais.
CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA

• As empresas que vendem produtos altamente


diferenciados – como perfumes, bebidas, cereais –
tipicamente gastam entre 10 e 20 por cento das suas
receitas em publicidade/marketing.

• Ao invés, empresas que vendem produtos industriais –


como maquinaria pesada específica, comunicações via
satélite, etc. – tipicamente gastam uma fracção
reduzida em publicidade/marketing.

• Por último, empresas que vendem produtos não


diferenciados – petróleo, etc. – não gastam
praticamente nada em publicidade/marketing.
CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA
Síntese das Estruturas de Mercado
Estrutura de Mercado
Concorrência Perfeita Concorrência Monopolística Oligopólio Monopólio
Muitas empresas, sem Poucas empresas, com
interdependência quanto às interdependência quanto às
Número de vendedores Muitas empreas Uma só empresa
decisões de preço e decisões de preço e
quantidade quantidade
Número de compradores Muitos compradores Muitos compradores Inespecífico Inespecífico
Barreiras à Entrada Nenhuma Muito reduzidas Elevadas Completas
Dificuldades à entrada
(devido frequentemente à
Entrada e saída do mercado Sim Sim Entrada bloqueada
existência de economias de
escala)
Diferenciado, mas com
substitutos semelhantes, o Os produtos podem ou não Um único bem homogéneo
Grau de diferenciação do produto Homogéneo
que implica curvas da procura ser diferenciados sem substitutos semelhantes
elásticas
Lucros de Curto Prazo? Possíveis Possíveis Possíveis Possíveis
Disponíveis se a entrada
estiver bloqueada e o cartel
Lucros de Longo Prazo? Não Não se mantiver coeso (cenário Disponíveis
pouco provável, como já
analisado)
Price taker: a empresa
escolhe a quantidade, mas
Price taker ou price searcher? Price searcher Price searcher Price searcher
toma o preço que resulta do
mercado
Muito elástica, mas não
perfeitamente, uma vez que Inelástica, de forma a ser um Inelástica, de forma a ser um
Configuração da curva da procura Perfeitamente elástica
não existem substitutos oligopólio eficaz monopólio eficaz
perfeitos
HHI
𝑵𝑵

𝑰𝑰𝑯𝑯𝑯𝑯 = � 𝑸𝑸𝑸𝑸𝒊𝒊 𝟐𝟐

𝒊𝒊=𝟏𝟏

IHH – Índice de Hirschman-Herfindahl


N empresas
QM – Quota de mercado
1. Um IHH abaixo de 0,01 indica uma indústria altamente competitiva.
2. Quando 0,01 ≤ 𝐼𝐼𝐼𝐼𝐼𝐼 < 0,15, indica uma indústria pouco concentrada.
3. Quando 0,15 ≤ 𝐼𝐼𝐼𝐼𝐼𝐼 ≤ 0,25, indica uma indústria moderadamente
concentrada.
4. Quando 𝐼𝐼𝐼𝐼𝐼𝐼 > 0,25, indica uma indústria muito concentrada.

Notas:
1. Não reflecte barreiras à entrada reduzidas;
2. Não define o mercado em termos geográficos (i.e. por regiões);
3. Pode não definir o mercado apropriadamente (i.e. por segmentos de
produtos / serviços. Tal acontece, por exemplo, na indústria financeira).
HHI

𝑵𝑵
𝟐𝟐
𝑰𝑰𝑯𝑯𝑯𝑯 = � 𝑸𝑸𝑸𝑸𝒊𝒊
𝒊𝒊=𝟏𝟏

Notas
1. Não reflecte barreiras à entrada reduzidas;
2. Não define o mercado em termos geográficos
(i.e. por regiões);
3. Pode não definir o mercado apropriadamente
(i.e. por segmentos de produtos / serviços. Tal
acontece, por exemplo, na indústria financeira).

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