Licenciamentos Ambientais

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 48

Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar

Licenciamentos Ambientais

Eng. Amb. Bruno Tonel Otsuka


Eng. Amb. Rafael Rosa
Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar

Licenciamentos Ambientais
Eng. Amb. Bruno Tonel Otsuka
Eng. Amb. Rafael Rosa
Expediente
Publicações temáticas da Agenda Parlamentar do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná - Crea-PR:
• Acessibilidade • Licitação 2 - Aquisição de Bens e Contratação de Serviços
• Arborização Urbana • Licitações e Obras Públicas
• Cercas Eletrificadas • Manejo e Conservação do Solo e da Água
• Certificação de Produtos Orgânicos • Mobilidade Urbana
• Comportamento Geotécnico das Encostas • Noções de Cadastro Territorial Multifinalitário - CTM
• Construção é Coisa Séria • Obtenção de Recursos
• Drenagem Urbana • Pisciculturas
• Eficiência Energética • Planos Diretores
• Iluminação Pública • Prevenção de Catástrofes
• Implantação de Comissão Interna de Prevenção de • Programas de Qualificação de Mão de Obra
Acidentes (Cipa) nos Municípios • Recursos Financeiros para os Municípios
• Inspeção e Manutenção Predial • Resíduos Sólidos
• Instalações Provisórias • Saneamento Ambiental
• Licenciamentos Ambientais • Sistema Viário e Trânsito Urbano
• Licitação 1 - Contratação Direta • Uso/Reuso da Água

Publicação:

Ano 2016

Diretoria: Presidente: Engenheiro Civil Joel Krüger; 1º Vice-Presidente: Engenheiro Agrônomo Nilson Cardoso; 2ª Vice-Presidente:
Engenheira Civil Célia Neto Pereira da Rosa; 1º Secretário: Engenheiro Químico William Cézar Pollonio Machado; 2º Secretário:
Engenheiro Civil Paulo Roberto Domingues; 3º Secretário: Engenheiro Mecânico Jorge Henrique Borges da Silva; 1º Diretor
Financeiro: Engenheiro Eletricista Leandro José Grassmann; 2º Diretor Financeiro: Engenheiro Agrônomo João Ataliba de Resende
Neto; Diretor Adjunto: Engenheiro Civil Altair Ferri.

Projeto gráfico e diagramação: Designer Gráfico Eduardo K. M. Miura. Edição: Assessoria de Comunicação Social do Crea-PR.

Agenda Parlamentar do Crea-PR: Gerente do Departamento de Relações Institucionais: Claudemir Marcos Prattes; Gerente
da Regional Apucarana: Engenheiro Civil Jeferson Antonio Ubiali; Gerente da Regional Curitiba: Engenheiro Civil Maurício Luiz
Bassani; Gerente da Regional Cascavel: Engenheiro Civil Geraldo Canci; Gerente da Regional Guarapuava: Engenheiro Eletricista
Thyago Giroldo Nalim; Gerente da Regional Londrina: Engenheiro Eletricista Edgar Matsuo Tsuzuki; Gerente da Regional Maringá:
Engenheiro Civil Hélio Xavier da Silva Filho; Gerente da Regional Pato Branco: Engenheiro Agrônomo Gilmar Ritter; Gerente da
Regional Ponta Grossa: Engenheiro Agrônomo Vander Della Coletta Moreno.

Disponível para download no site do Crea-PR: www.crea-pr.org.br.

*O conteúdo deste caderno técnico é de inteira responsabilidade do autor.

Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar


Licenciamentos Ambientais
Apresentação
O propósito do Crea-PR é resguardar o interesse público e a ética no exercício das profissões das
Engenharias, da Agronomia, das Geociências, das Tecnológicas e Técnicas, buscando sua valorização
através da excelência na regulamentação, organização e controle destas profissões.

Mas o Crea-PR vai muito além desta premissa. Por isso, procura contribuir, orientar e auxiliar a sociedade
em geral em temas importantes e relevantes que tenham relação com as profissões regulamentadas pelo
Conselho.

As publicações temáticas, resultado do trabalho da Agenda Parlamentar do Crea-PR, são apresentadas


em forma de Cadernos Técnicos e realizadas por profissionais ligados a Entidades de Classe e Instituições
de Ensino de todo o estado. Os materiais oferecem um olhar técnico, que pode ser utilizado como material
de apoio a órgãos da administração pública com o objetivo final de melhorar a qualidade de vida da
população.

Aproveitamos a oportunidade para colocar o Crea-PR à disposição dos gestores públicos no auxílio
e assessoramento técnico necessário para a implantação das soluções apresentadas neste Caderno
Técnico.

Boa leitura!

Eng. Civ. Joel Krüger


Presidente do Crea-PR
Gestão 2015/2017

Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar


Licenciamentos Ambientais
Sumário
Objetivo........................................................................................................................................ 9
Justificativas................................................................................................................................. 9
Embasamento legal..................................................................................................................... 11
Atividades que necessitam de Licenciamento Ambiental............................................................... 14
Categorias de Licenciamento Ambiental....................................................................................... 15
Instrumentos de apoio ao Licenciamento Ambiental..................................................................... 28
Discussão sobre a implementação aos municípios....................................................................... 33
Sistema de Gestão Ambiental - SGA............................................................................................. 34
Conclusão................................................................................................................................... 44
Referências................................................................................................................................. 44
Sobre os autores......................................................................................................................... 46

Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar


Licenciamentos Ambientais
Objetivo
O presente caderno técnico tem como objetivo fornecer aos Senhores Prefeitos Municipais
do Estado do Paraná e aos profissionais interessados informações detalhadas quanto as etapas que
envolvem o processo de licenciamento ambiental em âmbito estadual que ocorre junto ao Instituto
Ambiental do Paraná – IAP. Esse documento é uma ferramenta de apoio que visa nortear as ações para
instalação de empreendimentos futuros e a gestão dos existentes respeitando a legislação ambiental
vigente e viabilizando o desenvolvimento sustentável das cidades.

Justificativas

A elaboração deste documento teve como origem a necessidade de atualização do caderno técnico
elaborado anteriormente, pelo Crea-PR, na Gestão 2009-2011. Após uma série de reuniões da Agenda
Parlamentar, realizadas em municípios do Estado, destacou-se a necessidade de maior debate e
aprofundamento ao tema “Licenciamento Ambiental”.

O licenciamento ambiental é um dos principais instrumentos para que o país mantenha seu equilíbrio
ambiental, com base no “Princípio da Precaução” da Declaração do Rio sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento (RIO-92):

“Princípio 15. Com o fim de proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deverá ser amplamente
observado pelos Estados, de acordo com suas capacidades. Quando houver ameaça de danos graves ou
irreversíveis, a ausência de certeza científica absoluta não será utilizada como razão para o adiamento de
medidas economicamente viáveis para prevenir a degradação ambiental.”

A partir desse princípio o licenciamento ambiental tem a importante função de prevenir que danos ao
meio ambiente venham a ocorrer e, caso isso aconteça, que sejam prontamente buscadas soluções para
remediação e/ou minimização dos impactos. Assim, no licenciamento ambiental procura-se deixar de
lado o termo “não pode fazer” e mostrar o “como fazer”.

Atualmente, esse processo ainda é visto como um atraso ao desenvolvimento econômico, colocando

Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar 9


Licenciamentos Ambientais
em risco a viabilidade dos empreendimentos. Entretanto, a visão de que o licenciamento é um percalço
para a vida dos empresários e municípios é, no mínimo, retrógrada, pois o licenciamento ambiental é
justamente o rito que deve garantir que os empreendimentos tenham sustentabilidade, levando-se em
conta seus três aspectos principais: o social, o econômico e o ambiental; fazendo com que as cidades se
desenvolvam de maneira sustentável e garantindo a qualidade de vida da população.

Todo empreendedor que já necessitou de uma licença ambiental sabe que esse processo pode ser
demorado e, algumas vezes, as licenças poderão ser indeferidas. Isso pode ocorrer, por exemplo, pela
simples falta de qualidade, informação, viabilidade técnica ou observação à legislação ambiental vigente.
Nenhum licenciador do órgão ambiental deverá autorizar atividades ou empreendimentos que infrinjam
as normas ou que contenham problemas que poderão causar impactos ambientais desnecessários no
futuro.

Outrora, evitando-se generalizações, o que pode prejudicar o processo é a lentidão do próprio órgão
ambiental que, notoriamente, não possui corpo técnico suficiente. Porém, esse é um tema mais complexo
que envolve outras questões financeiras e de governança do Estado.

O desenvolvimento desse novo caderno técnico é importante devido às mudanças ocorridas nos
últimos anos na legislação ambiental e nos processos administrativos de licenciamento junto aos órgãos
ambientais, como a implementação de novos softwares de gestão.

No contexto atual, existe uma corrente favorável à descentralização desse processo àqueles
municípios que possuem condições de recepcionar tais atividades. Na realidade, talvez seja a única saída
para que o licenciamento ambiental seja mais eficiente, pois o órgão ambiental estadual está longe de ter
pessoal suficiente para atender a demanda atual.

Na teoria, a descentralização do licenciamento ambiental deve facilitar o processo. O conhecimento


que os técnicos de um órgão municipal têm em relação às peculiaridades de sua cidade é muito importante
no momento da avaliação de um empreendimento. Além disso, as distâncias percorridas para vistorias
são muito menores, o que reduz o tempo e também os valores das taxas ambientais. Por outro lado, o
técnico estará mais exposto ao contato direto com os cidadãos e às demandas políticas e econômicas
da sociedade.

10 Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar


Licenciamentos Ambientais
Como os municípios são heterogêneos, ou seja, seus procedimentos administrativos são diferenciados
e a descentralização ainda está em fase de desenvolvimento no Estado do Paraná, será abordado no
presente estudo, essencialmente, o processo de licenciamento ambiental realizado junto ao Instituto
Ambiental Paraná.

Embasamento legal

Como preconiza a Constituição Federal de 1988, a competência para legislar sobre as questões
ambientais é comum entre os entes federados, conforme o trecho abaixo:

“Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. … VI -
proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; VII - preservar as florestas,
a fauna e a flora.”

No parágrafo único do Art. 23 ficou estabelecida a possibilidade de cooperação entre a União, os


Estados, o Distrito Federal e os Municípios por meio de Leis Complementares para viabilidade de suas
ações e o equilíbrio do desenvolvimento nacional. Um exemplo desse caso é a Lei Complementar n.º
140/2011 que estabeleceu diretrizes para a cooperação entre as esferas públicas nas questões ambientais,
entre elas, a descentralização do licenciamento ambiental.

Ainda de acordo com a CF/88, em seu Art. 225, estabeleceu-se que:

“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”

Incumbe ao poder público em suas diversas esferas assegurar a aplicação e efetividade de suas
ações para garantir que a população desfrute do direito constitucional ao meio ambiente equilibrado e à
qualidade de vida.

Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar 11


Licenciamentos Ambientais
Seguindo o direito lógico positivo do sistema jurídico brasileiro e a hierarquia adotada na organização
de sua legislação, o que é estabelecido em norma hierarquicamente superior em hipótese alguma pode
ser contradita por norma inferior e assim sucessivamente.

Em âmbito infraconstitucional existem as Leis Ordinárias e Complementares nas quais se destacam a


Lei n.º 6.938/81 – Política Nacional de Meio Ambiente, Lei n.º 9.605/98 – Lei de Crimes Ambientais, Lei
n.º 9.985/00 – Sistema Nacional de Unidades de Conservação, Lei n.º 11.445/07 – Política Nacional de
Saneamento Básico e Lei n.º 12.651/12 – Código Florestal.

Já as normas infralegais podem ter caráteres diferenciados de acordo com sua instituição de origem,
rito de aprovação e matéria abordada, como os Decretos, Resoluções, Regulamentos e Portarias. De
acordo com o Art. 8º da Lei n.º 6.938/1981 compete ao CONAMA:

“Estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios para o licenciamento de atividades


efetiva ou potencialmente poluidoras, a ser concedido pelos Estados e supervisionado pelo IBAMA.”

A referida Lei ainda define que o Licenciamento Ambiental constitui-se em um dos instrumentos da
Política Nacional do Meio Ambiente e tem como finalidade promover o controle prévio à construção,
instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos
ambientais, considerados efetiva e potencialmente poluidores, bem como os capazes, sob qualquer
forma, de causar degradação ambiental.

Reforçando a Política Nacional do Meio Ambiente, a Lei n.º 9.605/98, que dispõe sobre as sanções
penais e administrativas lesivas ao meio ambiente, em seu artigo 60, estabelece a obrigatoriedade do
licenciamento ambiental das atividades degradadoras da qualidade ambiental, contendo, inclusive, as
penalidades a serem aplicadas ao infrator.

Assim, iniciou-se a descentralização do licenciamento ambiental aos Estados visando à facilitação


desse processo. A Resolução CONAMA n.º 237/97, por exemplo, definiu critérios gerais ao licenciamento
ambiental, adotando-o com a seguinte definição:

“Licenciamento ambiental: procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente

12 Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar


Licenciamentos Ambientais
licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras
de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer
forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as
normas técnicas aplicáveis ao caso.”

Em regra, a Resolução CONAMA n.º 237/97 definiu quais são os órgãos de competência para a
realização do licenciamento de acordo com a localização e o objeto do licenciamento, conforme tabela
abaixo:

Órgão competente para o licenciamento ambiental Abrangência dos impactos ambientais diretos
IBAMA Dois ou mais estados
IAP Dois ou mais municípios
MUNICÍPIOS Local

Entretanto, algumas matérias específicas fogem à regra. Como exemplo, temos as atividades
desenvolvidas no mar territorial, na plataforma continental, em terras indígenas e em unidades de
conservação de domínio da União que, via de regra, serão avaliadas pelo IBAMA independente da
abrangência dos impactos ambientais diretos.

Finalmente, a Resolução CONAMA n.º 237/97 prevê que o licenciamento ambiental deverá ocorrer
apenas em um nível de competência, ou seja, estabelecida a competência de um ente federado para
licenciar, os demais deverão abster-se de fazê-lo. A exceção à regra é no caso da competência supletiva
do IBAMA.

As normas também podem ter um caráter mais específico como a Resolução CONAMA n.º 412/09
que estabelece critérios para o licenciamento ambiental de novos empreendimentos habitacionais
considerados de Interesse Social.

Na esfera estadual as políticas nacionais são recepcionadas, tomando-as como ponto de partida
para o desenvolvimento de sua própria legislação. Evidentemente, consideram-se as características
socioeconômicas e ambientais particulares de cada Estado, por exemplo, os biomas regionais, condições
socioeconômicas da população, atividades agropecuárias e industriais predominantes, entre outros.

Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar 13


Licenciamentos Ambientais
Após a criação Lei Complementar n.º 140/11, o Estado do Paraná, por meio de seu Conselho Estadual
de Meio Ambiente (CEMA), homologou uma normativa que tratou de especificar como deve ocorrer o
processo de descentralização do licenciamento ambiental aos municípios. A Resolução CEMA n.º 088/13
definiu quais são os critérios para que um município seja considerado capacitado a exercer a atividade de
licenciamento ambiental, devendo respeitar o princípio da transparência e sob a tutela do órgão estadual.

Dessa maneira, os municípios podem exercer tal atividade de acordo com as tipologias de atividades
econômicas essencialmente de impacto local. Já aqueles empreendimentos de impacto regional ou de
interesse nacional continuam com os demais órgãos ambientais seja IAP ou IBAMA. Já os processos de
Outorga de Uso de água continuam sendo de competência do Águas do Paraná.

As principais normas do licenciamento estadual são as Resoluções CEMA n.º 065/08, n.º 070/09 e n.º
072/09 e as Resoluções SEMA n.º 051/09 e n.º 052/09.

Atividades que necessitam de Licenciamento Ambiental


Em geral, os empreendimentos e atividades que precisam de licenciamento ambiental estadual são:

• Extração e tratamento de minerais • Obras civis


• Indústria de papel e celulose • Empreendimentos imobiliários
• Indústria da madeira • Empreendimentos comerciais e de serviços
• Indústria de borracha • Empreendimentos de geração e transmissão
• Indústria de couros e peles de energia
• Indústria química • Serviços de utilidade
• Indústria metalúrgica • Transporte, terminais e depósitos
• Indústria de produtos de matéria plástica • Empreendimentos e atividades de turismo
• Indústria têxtil, de vestuário, calçados e • Atividades agropecuárias
artefatos de tecidos • Uso de recursos naturais
• Indústria de produtos alimentares e bebidas • Serviços florestais
• Indústria de fumo • Serviços de saneamento básico

14 Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar


Licenciamentos Ambientais
Categorias de Licenciamento Ambiental
1. Dispensa de Licenciamento Ambiental Estadual - DLAE

A emissão da Dispensa de Licenciamento Ambiental Estadual não é um documento obrigatório para
o empreendedor. É utilizada em situações nas quais o requerente necessita informar a terceiro sobre
a regularidade de seu licenciamento ambiental, por exemplo, quando uma obra está sendo realizada
por meio de financiamento bancário e a instituição financeira solicita documentos comprobatórios de
regularidade ambiental de seu empreendimento para que sejam autorizados os repasses financeiros.

Os documentos necessários para solicitação da DLAE são:

• Cadastro de Usuário Ambiental ou fotocópia da Carteira de Identidade (RG), e do Cadastro de Pessoa


Física (CPF) ou se pessoa jurídica Contrato Social ou Ato Constitutivo;
• Requerimento de Licenciamento Ambiental – RLA;
• Preenchimento do Cadastro do Empreendimento de acordo com as suas características;
• Comprovante de pagamento da taxa ambiental;
• No caso de empreendimento em zona rural apresentar matrícula atualizada do Registro de Imóveis
(90 dias) ou documento de justa posse rural.

A DLAE é renovável e não dispensa o empreendimento das demais exigências legais ambientais. Os
empreendimentos dispensados do licenciamento ambiental podem ser verificados na Resolução SEMA
n.º 051/09. A DLAE tem prazo de validade de até 06 anos.

É bom ressaltar que através do processo de municipalização do licenciamento ambiental, regido pela
Resolução CEMA n.º 088/2013, a maior parte das atividades listadas na Resolução SEMA n.º 051/09 será
repassada aos municípios capacitados para realização do licenciamento. Por isso, é importante verificar
se o município já cumpriu os requisitos estabelecidos naquela resolução e possui a autorização para
início das atividades, pois, neste caso, o IAP não mais emitirá a DLAE e sim o órgão ambiental municipal
por meio de sua legislação específica.

Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar 15


Licenciamentos Ambientais
2. Autorização Ambiental - AA

Conforme definição dada pela Resolução CEMA n.º 065/08, a Autorização Ambiental é o ato
administrativo que aprova a localização e autoriza a instalação, operação e/ou implementação de
atividade que possa acarretar alterações ao meio ambiente, por curto e certo espaço de tempo, de
caráter temporário ou a execução de obras que não caracterizem instalações permanentes, de acordo
com as especificações nos projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais
condicionantes determinadas pelo IAP.

De acordo com informações do IAP a Autorização Ambiental deverá ser requerida para empreendimentos
como terraplenagem e aterros acima de 100 m3, transporte e destinação final de resíduos, testes de
queima, testes de coprocessamento, testes de unidades piloto, entre outros.

Os documentos necessários para requerer a AA são:

• Cadastro de Usuário Ambiental ou fotocópia da Carteira de Identidade (RG), e do Cadastro de Pessoa


Física (CPF) ou se pessoa jurídica Contrato Social ou Ato Constitutivo;
• Requerimento de Licenciamento Ambiental – RLA;
• Cadastro de Obras Diversas – COD;
• Certidão do Município quanto ao uso e ocupação do solo declarando expressamente que o local e
o tipo de empreendimento ou atividades está em conformidade com a legislação municipal aplicável ao
uso e ocupação do solo;
• Transcrição ou matricula do cartório de registro de imóveis atualizada, no máximo 90 dias; ou prova
de justa posse, com anuência dos confrontantes, no caso do requerente não possuir documentação legal
do imóvel;
• No caso de imóvel rural. Mapa de uso atual do solo georreferenciado, assinalando os remanescentes
florestais, áreas de preservação permanente, reserva legal, reflorestamentos, hidrografia, estradas e o
local objeto da solicitação para a composição do SISLEG. Pequeno Produtor Rural apresentar o croqui;
• Anotação de Responsabilidade Técnica – ART de profissional habilitado, pela elaboração do mapa de
uso atual do solo georreferenciado, quando for o caso e/ou da elaboração e execução do projeto técnico;
• Comprovante de pagamento da taxa ambiental.

16 Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar


Licenciamentos Ambientais
As autorizações ambientais têm validade por um ano e não são renováveis. O IAP ainda poderá
solicitar complementações que achar necessárias, após a análise da documentação, conforme normas
específicas.

3. Licença Ambiental Simplificada - LAS



A Licença Ambiental Simplificada de empreendimentos definida em Resolução específica tem
como objetivo: aprovar a localização e a concepção do empreendimento, atividade ou obra, atestando
a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos
bem como autorizar sua instalação e operação de acordo com as especificações constantes dos
requerimentos, planos, programas e/ou projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambientais
e demais condicionantes determinadas pelo IAP.

Essa categoria visa atender atividades que naturalmente possuem potencial poluidor/degradador
significativo, porém devido ao seu porte, podem ser licenciadas de maneira simplificada. Por exemplo, os
abatedouros de bovinos com até 30 cabeças/mês e as indústrias de beneficiamento de madeira com até
10 funcionários.

Para obtenção da LAS deverá ser apresentado ao IAP a seguinte documentação:

• Requerimento de Licenciamento Ambiental – RLA;


• Cadastro de Empreendimentos Industriais – CEI, com croqui de localização do empreendimento,
contendo nascentes e/ou corpos hídricos num raio de 100 m, vias de acesso principais e pontos de
referência;
• Cadastro de Usuário Ambiental ou fotocópia da Carteira de Identidade (RG) e do Cadastro de Pessoa
Física (CPF) ou, se pessoa jurídica, Contrato Social ou Ato Constitutivo (com última alteração);
• Certidão do Município quanto ao uso e ocupação do solo declarando expressamente que o local e o
tipo de empreendimento ou atividade está em conformidade com a legislação municipal;
• Caso não seja possível a apresentação da Certidão do Município quando da solicitação da LAS,
deverá ser apresentado esse documento antes do início da operação da atividade ou empreendimento sob
pena de cancelamento da licença ambiental;

Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar 17


Licenciamentos Ambientais
• Matrícula ou Transcrição do Cartório de Registro de Imóveis em nome do requerente, e em caso de
imóvel locado no nome do locador junto ao contrato de locação, no máximo de 90 (noventa) dias, para
imóveis rurais exige-se a averbação da Reserva Legal junto à matrícula do imóvel, ou Documento de
propriedade ou justa posse rural ou conforme exigências constantes da Seção VI, arts. 46 a 57 da Res.
CEMA n.º 065/08;
• Dispensa de Outorga de Direito de Uso pelo Instituto das Águas do Paraná para utilização de recursos
hídricos, inclusive o lançamento de efluentes líquidos em corpos hídricos, se for o caso;
• Projeto Simplificado do Sistema de Controle de Poluição Ambiental;
• No caso de fornos de carvão, o croqui de localização dos fornos, com indicação da situação do
terreno em relação ao corpo hídrico superficial, da cobertura florestal, das ocupações do entorno com
distâncias aproximadas de residências, indústrias, escolas, outras atividades e sistema viário (estradas e
rodovias). Essa atividade não é permitida em área urbana;
• Publicação de súmula do pedido de Licença Ambiental Simplificada em jornal de circulação regional
e no Diário Oficial do Estado, conforme modelo aprovado pela Res. CONAMA n.º 006/86 (apresentar os
jornais originais);
• Comprovante de recolhimento da Taxa Ambiental.

A Licença Ambiental Simplificada terá validade máxima de seis anos e poderá ser renovada. Os
documentos necessários para sua renovação são:

• Requerimento de Licenciamento Ambiental;


• Cadastro de Empreendimentos Industriais atualizado, com croqui de localização do empreendimento,
contendo rios próximos, vias de acesso principais e pontos de referência;
• Relatório de automonitoramento de emissões atmosféricas, se for o caso, de acordo com o exigido
pela Resolução SEMA n.º 054/06, sendo que nos casos de relatórios periódicos já apresentados deverão
ser informados os números dos protocolos junto ao IAP;
• Publicação de súmula de concessão de Licença Ambiental Simplificada em jornal de circulação
regional e no Diário Oficial do Estado, conforme modelo aprovado pela Res. CONAMA n.º 006/86
(apresentar os jornais originais);
• Súmula do pedido de Renovação de Licença Ambiental Simplificada, publicada por ocasião da sua
expedição conforme Resolução CONAMA n.º 006/86;

18 Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar


Licenciamentos Ambientais
• Comprovante de recolhimento da Taxa Ambiental.

Os empreendimentos industriais que, via de regra, estão sujeitos ao licenciamento ambiental


simplificado podem ser encontrados no Art. 5º da Resolução SEMA n.º 070/09. Para demais atividades
fica a critério do órgão competente a categoria de licenciamento adotada.

4. Licença Prévia - LP

A Licença Prévia é concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento aprovando
sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e
condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação.

• Requerimento de Licenciamento Ambiental - RLA;


• Cadastro de Empreendimentos Industriais - CEI, com croqui de localização do empreendimento,
contendo rios próximos, vias de acessos principais e pontos de referências para chegar ao local;
• Cadastro de Usuário Ambiental – apresentar fotocópia da Carteira de Identidade (RG) e do Cadastro
de Pessoa Física (CPF), se pessoa física; ou Contrato Social ou Ato Constitutivo, se pessoa jurídica e
demais documentos exigidos para o cadastro;
• Certidão do Município, quanto ao uso e ocupação do solo;
• Matrícula ou Transcrição do Cartório de Registro de Imóveis em nome do requerente, e em caso de
imóvel locado no nome do locador junto com o contrato de locação, no máximo de 90 (noventa) dias,
para imóveis rurais exige-se a averbação da Reserva Legal junto à matrícula do imóvel, ou Documento de
propriedade ou justa posse rural ou conforme exigências constantes da Seção VI, art.46 a 57 da Resolução
CEMA n.º 065/08;
• Cópia da Outorga Prévia do Instituto das Águas do Paraná para utilização de recursos hídricos,
inclusive para o lançamento de efluentes líquidos em corpos hídricos, se for o caso;
• Em caso de lançamento de efluentes industriais na rede coletora de esgoto sanitário, apresentar
carta de viabilidade da concessionária dos serviços, informando a respectiva ETE;
• Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relatório de Impacto Ambiental (EPIA/RIMA), no caso
de empreendimentos, obras e atividades consideradas efetivas ou potencialmente causadoras de
significativa degradação do meio ambiente;

Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar 19


Licenciamentos Ambientais
• Publicação de súmula do pedido de Licença Prévia em jornal de circulação regional e no Diário Oficial
do Estado, conforme modelo aprovado pela Res. CONAMA n.º 006/86 (apresentar os jornais originais);
• Comprovante de recolhimento da Taxa Ambiental.

O prazo de validade da LP será de 2 (dois) anos e não é renovável. Após esse prazo, caso não tenha
sido requerida a Licença de Instalação, o requerente deverá solicitar novo processo de licenciamento
prévio. Esse procedimento é devido a eventuais alterações das condições ambientais nas quais o
empreendimento está inserido.

É importante ressaltar que a emissão da Licença Prévia não autoriza a efetiva instalação do
empreendimento, fato que poderá ocorrer posteriormente após a emissão da licença de instalação.

5. Licença de Instalação - LI

A Licença de Instalação é o documento que precede a Licença Prévia, sendo autorizada a instalação
do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas
e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambientais e demais condicionantes, das quais
constituem motivos determinantes.

Os documentos necessários para requerer a licença de instalação são:

• Requerimento de Licenciamento Ambiental - RLA;


• Cadastro de Empreendimentos Industriais - CEI, com croqui de localização do empreendimento,
contendo rios próximos, vias de acessos principais e pontos de referências para chegar ao local;
• Matrícula ou Transcrição do Cartório de Registro de Imóveis em nome do requerente, e em caso de
imóvel locado no nome do locador junto com o contrato de locação, no máximo de 90 (noventa) dias,
para imóveis rurais exige-se a averbação da Reserva Legal junto à matrícula do imóvel, ou Documento de
propriedade ou justa posse rural ou conforme exigências constantes da Seção VI, art.46 a 57 da Resolução
CEMA n.º 065/08;
• Estudo ambiental exigido na concessão da Licença Prévia, em 2 vias e datado, sendo que uma
delas, após análise e aprovação, deverá ser carimbada pelo técnico analista e devolvida ao interessado.

20 Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar


Licenciamentos Ambientais
O Estudo Ambiental para atividades industriais deverá contemplar no mínimo:

- Diagnóstico e medidas mitigadoras dos impactos ambientais decorrentes da implantação


do empreendimento, p. exemplo: obras de terraplenagem, corte de vegetação, proteção de nascentes,
obras de drenagem, entre outros, elaborado por profissionais habilitados, acompanhado de Anotação de
Responsabilidade Técnica do respectivo Conselho de classe;
- Plano de Controle de Poluição Ambiental, elaborado por profissionais habilitados e apresentado
de acordo com as diretrizes específicas do IAP.

• Em caso de lançamento de efluentes industriais na rede coletora de esgotos sanitários, apresentar


Autorização da concessionária dos serviços de água e esgotos, informando a respectiva ETE;
• Publicação de súmula da concessão de Licença Prévia em jornal de circulação regional e no Diário
Oficial do Estado, conforme especificado no corpo da mesma e modelo aprovado pela Resolução CONAMA
n.º 006/86 (apresentar os jornais originais);
• Publicação de súmula do pedido de Licença de Instalação em jornal de circulação regional e no
Diário Oficial do Estado, conforme modelo aprovado pela Resolução CONAMA n.º 006/86 (apresentar os
jornais originais);
• Comprovante de recolhimento da Taxa Ambiental.

Para requerer a Renovação da Licença de Instalação – RLI deverá ser protocolada junto ao IAP a
solicitação com no mínimo 120 (cento e vinte) dias de antecedência da data de vencimento da respectiva
Licença de Instalação de origem, que terá validade máxima de 02 (dois) anos.

Os documentos necessários para a Renovação da Licença de Instalação – RLI são:

• Requerimento de Licenciamento Ambiental - RLA;


• Cadastro de Empreendimentos Industriais - CEI, com croqui de localização do empreendimento,
contendo rios próximos, vias de acessos principais e pontos de referências para chegar ao local;
• Publicação de súmula de concessão da Licença de Instalação em jornal de circulação regional e no
Diário Oficial do Estado, conforme modelo aprovado pela Resolução CONAMA n.º 006/86 (apresentar os
jornais originais);
• Publicação de súmula do pedido de Renovação de Licença de Instalação em jornal de circulação

Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar 21


Licenciamentos Ambientais
regional e no Diário Oficial do Estado, conforme modelo aprovado pela Res. CONAMA n.º 006/86
(apresentar os jornais originais);
• Comprovante de recolhimento da Taxa Ambiental.

6. Licença de Operação - LO

De acordo com a Resolução CEMA n.º 065/08 a Licença de Operação autoriza o início da operação
da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta nas licenças
anteriores, com as medidas de controle ambientais e condicionantes determinados para a operação.

Os documentos solicitados pelo IAP para a obtenção da Licença de Operação são:

• Requerimento de Licenciamento Ambiental - RLA;


• Cadastro de Empreendimentos Industriais - CEI atualizado, detalhando ou anexando, croqui de
localização do empreendimento, contendo rios próximos, vias de acesso principais e pontos de referências
para chegar ao local;
• Outorga de Direito de Uso pelo Instituto das Águas do Paraná para utilização de recursos hídricos,
inclusive para o lançamento de efluentes líquidos em corpos hídricos, ou Dispensa de Outorga, se for o
caso;
• Publicação de súmula de concessão de Licença de Instalação em jornal de circulação regional e no
Diário Oficial do Estado, conforme modelo aprovado pela Resolução CONAMA n.º 006/86 (apresentar os
jornais originais);
• Publicação de súmula do pedido de Licença de Operação em jornal de circulação regional e no Diário
Oficial do Estado, conforme modelo aprovado pela Resolução CONAMA n.º 006/86 (apresentar os jornais
originais);
• Comprovante de recolhimento da Taxa Ambiental de acordo.

Já a Renovação da Licença de Operação – RLO será realizada por meio da apresentação dos seguintes
documentos:

• Requerimento de Licenciamento Ambiental - RLA;


• Cadastro de Empreendimentos Industriais - CEI atualizado, com croqui de localização do

22 Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar


Licenciamentos Ambientais
empreendimento, contendo rios próximos, vias de acesso principais e pontos de referências para chegar
ao local;
• De acordo com as características do empreendimento e com as legislações específicas, se
necessário, apresentar os documentos abaixo, anexados ao mesmo processo ou via on line:
- Relatório do automonitoramento de emissões atmosféricas, se necessário, de acordo com as
diretrizes específicas do IAP, conforme estabelecido na Resolução SEMA n.º 54/06;
- Declaração de Carga Poluidora para os efluentes líquidos, de acordo com as diretrizes específicas
do IAP;
- Plano de gerenciamento de resíduos sólidos, de acordo com o estabelecido na Lei Estadual n.º
12.493/99 e no Decreto Estadual n.º 6.674/02, elaborado por técnico habilitado e apresentado de acordo
com as diretrizes específicas do IAP;
- Formulário do Inventário Estadual de Resíduos Sólidos, de acordo com a Resolução CONAMA
n.º 313/02.
• Cópia da Licença de Operação;
• Súmula de concessão de Licença de Operação, publicada por ocasião da sua expedição em jornal de
circulação regional e no Diário Oficial do Estado, conforme modelo aprovado pela Resolução CONAMA n.º
006/86 (apresentar os jornais originais);
• Publicação de súmula do pedido de Renovação de Licença de Operação em jornal de circulação
regional e no Diário Oficial do Estado, conforme modelo aprovado pela Resolução CONAMA n.º 006/86
(apresentar os jornais originais);
• Comprovante de recolhimento da Taxa Ambiental.

A Renovação de Licença de Operação do empreendimento deverá ser requerida com antecedência


mínima de 120 (cento e vinte) dias da expiração do prazo de validade da respectiva Licença de Operação
original.

Para empreendimentos industriais, por exemplo, a licença terá validade em função da natureza da
atividade desenvolvida, variando entre 02 (dois) e 06 (seis) anos, como pode ser verificado em: http://
www.iap.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=463

7. Licenciamento Ambiental de Regularização


Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar 23


Licenciamentos Ambientais
Os empreendimentos já existentes e com início de funcionamento comprovadamente anterior a
1998, que estejam regularizando seu licenciamento ambiental, poderão solicitar diretamente a Licença
de Operação de Regularização – LOR ou a Licença Ambiental Simplificada de Regularização – LASR, de
acordo com o disposto no Artigo 8º, da Resolução CONAMA n.º 237/97.

Os documentos necessários para a LASR são aqueles requeridos para obtenção da Licença Ambiental
Simplificada, somados a seguinte documentação:

• Alvará de funcionamento;
• Relatório do automonitoramento de emissões atmosféricas, se necessário, de acordo com as
diretrizes específicas do IAP, conforme estabelecido na Resolução SEMA n.º 054/06;
• Declaração do interessado assumindo as condicionantes do licenciamento;
• Comprovação da inexistência de passivos ambientais;
• Cópia da carteira de identidade do representante legal que está assumindo o licenciamento;
• Apresentação de cópia original da súmula de publicação no Diário Oficial e Jornal Local do pedido
da LASR, conforme modelo aprovado pelo CONAMA n.º 006/86, num prazo de 30 (trinta) dias junto ao IAP,
após o recebimento da LAS.

Caso a natureza do empreendimento ou atividade enquadre-a ao licenciamento completo, ou seja,


seu potencial poluidor/degradador seja significativo, o órgão ambiental deverá solicitar que o requerente
obtenha a Licença de Operação de Regularização – LOR. Para isso será necessária a apresentação dos
seguintes documentos:

• Requerimento de Licenciamento Ambiental - RLA;


• Cadastro de Empreendimentos Industriais - CEI, com croqui de localização do empreendimento,
contendo rios próximos, vias de acesso principais e pontos de referências para chegar ao local;
• Projeto de Controle de Poluição Ambiental, elaborado por técnico habilitado e apresentado de acordo
com as diretrizes específicas do IAP;
• Relatório do automonitoramento de emissões atmosféricas, se necessário, de acordo com as
diretrizes específicas do IAP, conforme estabelecido na Resolução SEMA n.º 054/06;
• Matrícula ou Transcrição do Cartório de Registro de Imóveis em nome do requerente, e em caso de
imóvel locado no nome do locador junto com o contrato de locação, no máximo de 90 (noventa) dias,

24 Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar


Licenciamentos Ambientais
para imóveis rurais exige-se a averbação da Reserva Legal junto à matrícula do imóvel, ou Documento
de propriedade ou justa posse rural ou conforme exigências constantes da Seção VI, art. 46 a 57 da
Resolução CEMA n.º 065/08;
• Em caso de lançamento de efluentes industriais na rede coletora de esgotos sanitários, apresentar
Autorização da concessionária dos serviços, informando a respectiva ETE;
• Outorga de Direito de Uso pelo Instituto das Águas do Paraná para utilização de recursos hídricos,
inclusive para o lançamento de efluentes líquidos em corpos hídricos, ou Dispensa de Outorga, se for o
caso;
• Alvará de licença expedido pelo município, original ou autenticado;
• Publicação de súmula do pedido de Licença de Operação em jornal de circulação regional e no Diário
Oficial do Estado, conforme modelo aprovado pela Resolução CONAMA n.º 006/86 (apresentar os jornais
originais);
• Comprovante de recolhimento da Taxa Ambiental.

8. Autorização Florestal - AF

O licenciamento ambiental de empreendimentos, em muitos casos, depende de autorizações para
supressão vegetal. Essas, normalmente, devem ser solicitadas junto ao órgão competente e verificadas
as possibilidades antecipadamente ao projeto executivo do empreendimento para se evitar retrabalhos
em nível de projeto. Em alguns casos o órgão ambiental estabelece medidas compensatórias através de
Termo de Compromisso nos casos de incidência de impactos significativos.

A Autorização Florestal é o documento expedido pelo IAP que permite ao proprietário de um imóvel a
condição de efetuar o corte de vegetação florestal nativa, o corte árvores isoladas em ambiente florestal,
agropecuário ou urbano, o aproveitamento material lenhoso seco, entre outros serviços florestais. Em geral
a validade da Autorização Florestal varia de 1 (um) mês a 1 (um) ano em função do tipo da autorização e
tamanho da área a ser autorizada.

Esta Autorização Florestal é expedida para todo e qualquer procedimento de retirada de material
originário de qualquer tipo de vegetação, por exemplo, corte raso, corte isolado, corte de árvores nativas,
aproveitamento de material lenhoso seco, aproveitamento de material caído por ação de vendaval, entre
outras autorizações.

Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar 25


Licenciamentos Ambientais
No caso de corte raso, existem algumas exceções que se enquadram na possibilidade de supressão
de florestas nativas, como aqueles para fins de loteamento em área urbana, para pequenos produtores
rurais, para manejo de bracatingal e florestas plantadas. Em todos os casos será necessária a vistoria e
análise técnica antecedente à emissão da autorização florestal.

Já o corte isolado pode ocorrer no meio urbano ou rural tendo diferenças entre cortes isolados em
maciços florestais, em área urbana, na agricultura, etc. que deverão ser avaliados caso a caso no momento
da autorização florestal.

O corte isolado em área urbana pode ser autorizado para fins de edificações e quando colocar em
risco a vida e o patrimônio público ou privado. Para esses casos a relação de documentos necessária para
pedido junto ao órgão ambiental é a seguinte:

• Cadastro de Usuário Ambiental;


• Requerimento de Autorização Florestal – RAF;
• Transcrição ou matricula do cartório de registro de imóveis atualizada, no máximo 90 dias; ou prova
de justa posse, com anuência dos confrontantes, no caso do requerente não possuir documentação legal
do imóvel;
• Apresentação de um croqui do polígono onde se pretende instalar o empreendimento com no mínimo
4 (quatro) pontos de coordenadas geográficas (UTM);
• Comprovante de imóvel urbano – IPTU;
• Comprovante de pagamento da taxa ambiental, de acordo com as tabelas e normas estabelecidas;
• Certidão do Município, quanto ao uso e ocupação do solo e legislação municipal ambiental;
• Em todos os casos o órgão ambiental poderá solicitar complementação de documentos.

Observa-se que está dispensado de licenciamento junto ao órgão estadual o corte isolado de até 5
(cinco) exemplares de espécies nativas em área urbana sem prejuízo a possíveis autorizações em âmbito
municipal, com exceção daquelas espécies constantes na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas de
Extinção e aquelas localizadas em área de preservação permanente.

Já o corte de árvores nativas em meio a florestas não será permitido, exceto no caso específico de

26 Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar


Licenciamentos Ambientais
pequenos produtores rurais que se enquadrarem nos requisitos do órgão ambiental.

Para Pinheiros nativos adota-se, como regra, a não autorização de corte do pinheiro (Araucaria
angustifolia) com algumas exceções, por exemplo, quando houver comprovação de que os pinheiros
foram plantados (procedimentos da Portaria nº 063/2006 – IAP) ou quando houver risco eminente de
queda podendo colocar em risco a vida e o patrimônio publico ou particular.

Existem outros casos específicos de emissão de Autorização Florestal, como o aproveitamento de


material lenhoso seco, o aproveitamento de material caído por ação de vendaval, o corte de árvores
nativas plantadas com recursos próprios, entre outros.

O corte de espécies florestais exóticas, em regra, está isento de autorização ambiental, exceto
aquelas localizadas em APP, que devem seguir a Resolução SEMA n.º 028/98. Espécies como Pinus,
Eucalipto, Uva-do-Japão, Cinamomo, entre outras não necessitam de autorização tanto para o corte como
transporte.

Existem ainda outras situações específicas passíveis de corte de vegetação que podem ser informadas
pelo próprio órgão ambiental.

9. Documento de Origem Florestal - DOF



O DOF foi instituído pela Portaria MMA n.º 253/06 e constitui-se em licença obrigatória para o controle
do transporte e armazenamento de produtos e subprodutos florestais de origem nativa, inclusive o carvão
vegetal nativo, contendo as informações sobre a procedência desses produtos e subprodutos. Poderá
ser gerado pelo sistema eletrônico denominado Sistema DOF (Instrução Normativa MMA n.º 112/06)
disponibilizado pelo IBAMA.

O acesso a esse serviço poderá ser feito por pessoa física ou jurídica cadastrada e em situação
regular, verificada por meio de certificado de regularidade no Cadastro Técnico Federal.

O DOF acompanhará, obrigatoriamente, o produto ou subproduto florestal nativo, da origem ao destino


nele consignado, por meio de transporte individual: rodoviário, aéreo, ferroviário, fluvial ou marítimo.

Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar 27


Licenciamentos Ambientais
10. Quadro Resumo do Licenciamento Ambiental

Categoria de Licenciamento Prazo de validade máximo Renovável?


DLAE – Dispensa de Licenciamento Ambiental Estadual 06 anos Sim
AA – Autorização Ambiental 01 ano Não
LAS – Licença Ambiental Simplificada 06 anos Sim
LASR – Licença Ambiental Simplificada de Regularização 06 anos Sim
LP – Licença Prévia 02 anos Não
LI – Licença de Instalação 02 anos Sim
LO – Licença de Operação 02 a 06 anos Sim
LOR – Licença de Operação de Regularização 02 a 06 anos Sim
AF – Autorização Florestal 06 meses a 03 anos Sim (exceto para corte isolado)

Fonte: Resolução CEMA n.º 065/2008, Anexo IV.

Instrumentos de apoio ao Licenciamento Ambiental


1. Avaliação de Impacto Ambiental

A elaboração dos estudos de impactos ambientais consiste no desenvolvimento dos procedimentos


referentes à sistemática de avaliação de impactos ambientais. As avaliações de impactos ambientais são
estudos realizados para identificar, prever e interpretar, assim como prevenir, as consequências ou efeitos
ambientais que determinadas ações, planos, programas ou projetos podem causar à saúde, ao bem-estar
humano e ao entorno.

Estes estudos incluem alternativas à ação ou projeto e pressupõem a participação do público,


representando não um instrumento de decisão em si, mas um instrumento de conhecimento a serviço da
decisão. A avaliação de impacto ambiental deve ser uma atividade contínua, antes e posterior à tomada
de decisões, procedendo-se a sua revisão e atualização periodicamente, após o pleno funcionamento do
projeto ou atividade (MMA, 2009).

28 Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar


Licenciamentos Ambientais
Outra descrição dada pela norma é a Análise dos Impactos Ambientais do projeto e de suas
alternativas, através de identificação, previsão da magnitude e interpretação da importância dos prováveis
impactos relevantes, discriminando: os impactos positivos e negativos (benéficos e adversos), diretos e
indiretos, imediatos e a médio e longo prazos, temporários e permanentes; seu grau de reversibilidade;
suas propriedades cumulativas e sinérgicas; a distribuição dos ônus e benefícios sociais.

2. Estudo de Impacto Ambiental / Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA)

A licença ambiental para empreendimentos e atividades consideradas efetiva ou potencialmente


causadoras de significativa degradação do meio dependerá de prévio Estudo de Impacto Ambiental
e respectivo Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente (EIA/RIMA), ao qual se dará publicidade,
garantida a realização de audiências públicas, quando couber, de acordo com a regulamentação. Quando
solicitado, o EIA/RIMA deverá ser apresentado no pedido de Licença Prévia visando aprovar a concepção
e localização do empreendimento.

Caso o órgão ambiental competente verifique que a atividade ou empreendimento não é potencialmente
causador de significativa degradação do meio ambiente, definirá os estudos ambientais pertinentes ao
respectivo processo de licenciamento.

Considerando o tipo, o porte e a localização, dependerá de elaboração de EIA/RIMA, a ser submetido


à aprovação do IAP, o licenciamento ambiental de empreendimentos, atividades ou obras consideradas de
significativo impacto ambiental, tais como: autoestradas com duas ou mais faixas de rolamento; ferrovias
e hidrovias; portos marítimos e fluviais, terminais de minério, de petróleo e derivados e de produtos
químicos; aeroportos; oleodutos, alcoolduto, gasodutos e polidutos; minerodutos; linhas de transmissão
de energia elétrica, acima de 230 KV; hidrelétricas acima de 10 MW; abertura de canais para navegação,
drenagem e irrigação; retificação de cursos d’água, entre outros.

Segundo a Resolução CONAMA n. 001/86, Artigo 5º, o EIA deverá atender, entre outras normativas, às
seguintes diretrizes gerais:

“I - Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização de projeto, confrontando-as com a

Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar 29


Licenciamentos Ambientais
hipótese de não execução do projeto;
II - Identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados nas fases de implantação e
operação da atividade ;
III - Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos impactos, denominada
área de influência do projeto, considerando, em todos os casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza;
lV - Considerar os planos e programas governamentais, propostos e em implantação na área de influência
do projeto, e sua compatibilidade.”

Já o RIMA tem a função de sintetizar as conclusões do EIA, apresentando os resultados dos estudos
ambientais da área de influência do projeto; a caracterização da qualidade ambiental futura da área de
influência; recomendação quanto à alternativa mais favorável; medidas mitigadoras previstas em relação
aos impactos negativos, entre outras informações.

Esse relatório deve ser apresentado de forma objetiva, sendo que as informações devem estar
escritas em linguagem acessível, ilustradas por mapas, cartas, quadros, gráficos e demais técnicas de
comunicação visual, de modo que se possam entender claramente as vantagens e desvantagens do
projeto, bem como todas as consequências ambientais de sua implementação.

3. Audiência Pública

Os critérios para a realização de Audiência Pública foram definidos pela Resolução CONAMA nº
009/87 e tem por finalidade expor aos interessados o conteúdo do produto em análise e do seu referido
RIMA, com o objetivo de dirimir dúvidas e recolher as críticas e sugestões a respeito do projeto.

A Audiência Pública pode ser solicitada por entidade da sociedade civil organizada, Ministério Público
ou cidadãos e deverá ser organizada pelo órgão ambiental licenciador. Caso o órgão licenciador emita
a licença mesmo quando a audiência solicitada não tenha sido realizada, aquela licença concedida será
inválida.

Em função da localização geográfica dos solicitantes, e da complexidade do tema, poderá haver mais
de uma audiência pública sobre o mesmo projeto de respectivo Relatório de Impacto Ambiental. Os locais
deverão ser de fácil acesso aos interessados e a convocação realizada de maneira ampla visando atingir

30 Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar


Licenciamentos Ambientais
ao maior número possível de pessoas.

A ata da audiência pública e seus anexos servirão de base, juntamente aos estudos apresentados,
para a análise e parecer final do licenciador quanto à aprovação ou não do projeto.

4. Outros Estudos Ambientais

Além do EIA/RIMA existe uma série de estudos técnicos que podem ser solicitado pelo órgão ambiental
dependendo das especificações do empreendimento, como porte e potencial poluidor/degradador, bem
como de sua localização, por exemplo, quando há proximidade a zonas de interesse especial ou zonas
ecologicamente sensíveis.

O Plano de Controle Ambiental (PCA) é um estudo que, em primeiro momento, foi exigido pela
Resolução CONAMA n.º 009/90 para licenciamento de atividades de extração mineral. Em geral, esses
estudos são requisitos para obtenção da Licença de Instalação de diversas atividades.

O Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) é um estudo que originalmente atendia à


recuperação de áreas exploradas por seus recursos minerais. Atualmente, é utilizada para diversas outras
atividades.

A Análise de Riscos é um estudo utilizado em situações em que eventuais acidentes possam ter
consequências graves não somente ao meio ambiente, mas também, à vida das pessoas. Um bom exemplo
são os empreendimentos de oleodutos e gasodutos. Além disso, pertencem ao campo da gestão de riscos
o planejamento das situações de emergência e a manutenção de um grau de prontidão para reagir nessas
situações. Para tomar suas decisões, o gestor de riscos, seja um responsável político governamental ou
um diretor de uma instalação industrial, utiliza todas as informações disponíveis resultantes dos estudos
de impacto ambiental e de avaliações de riscos.

O Relatório Ambiental Simplificado (RAS) foi originalmente instituído pela Resolução CONAMA
n.º 412/09 e se refere aos aspectos ambientais relacionados à localização, instalação e operação de
novos empreendimentos habitacionais, incluindo as atividades de infraestrutura de saneamento básico,
viária e energia, contendo as informações relativas ao diagnóstico ambiental da região de inserção do

Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar 31


Licenciamentos Ambientais
empreendimento, sua caracterização, a identificação dos impactos ambientais e das medidas de controle,
de mitigação e de compensação.

Existem estudos específicos para a área de gestão dos resíduos sólidos como o Plano de Gerenciamento
de Resíduos Sólidos (PGRS), Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCC) e Plano de
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS). Esses estudos normalmente são solicitados
para licenciamento de indústrias, obras, atividades hospitalares, etc.

O Inventário Florestal e o Levantamento Florístico são outros estudos da área florestal muitos
solicitados, principalmente, quando há o pedido de supressão vegetal.

5. Termo de Referência

O Termo de Referência é um instrumento utilizado pelo órgão licenciador para apresentar diretrizes
aos estudos a serem apresentados pelos requerentes de licenças ambientais. Nele é definido o conteúdo
mínimo sem o qual o licenciamento não poderá ser emitido.

Portanto, o Termo de Referência é o instrumento orientador da elaboração de qualquer tipo de estudo


ambiental (EIA/RIMA, PCA, PRAD, etc.). Deve ser elaborado criteriosamente, utilizando-se de todas as
informações disponíveis sobre o empreendimento e sobre o local onde será implantado, bem como da
legislação pertinente. Tem por objetivo estabelecer diretrizes, conteúdo e abrangência do estudo exigido
do empreendedor.

6. Termo de Ajustamento de Conduta - TAC



Em caráter excepcional o IAP firmará o Termo de Ajustamento de Conduta – TAC, com base no Art.
5º, § 6º da Lei Federal n.º 7.347/1985, tendo eficácia de título executivo extrajudicial, com a finalidade de
ajustar o empreendimento ou a atividade às exigências legais, mediante cominações, como pressuposto
para o licenciamento ambiental.

O TAC deverá ser elaborado e avaliado pela equipe técnica e Procuradoria Jurídica do IAP previamente
à sua celebração. A liberação da licença somente ocorrerá após o cumprimento das obrigações, que serão

32 Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar


Licenciamentos Ambientais
validadas por um Laudo de Verificação de Cumprimento do TAC, desenvolvido por profissional habilitado.

Discussão sobre a implementação aos municípios


A Lei Complementar n.º 140/2011, em seu Capítulo II, apresenta diversos instrumentos para viabilizar
não apenas o licenciamento ambiental, mas também demais ações administrativas dos órgãos ambientais
como serviços de vistoria e fiscalização. Esses instrumentos têm como base a cooperação entre os entes
federados da União e legítimos pertencentes ao SISNAMA - Sistema Nacional de Meio Ambiente, entre
eles podemos citar os consórcios públicos, convênios e acordos de cooperação técnica.

Sabe-se que a maioria dos municípios de pequeno porte não terá condições de suportar uma equipe
adequada para o licenciamento ambiental, como ocorre no órgão estadual ou em cidades de grande
porte. Nesses municípios de menor arrecadação é possível manter um setor na área ambiental vinculado
a alguma Secretaria como Agricultura, Urbanismo, entre outros.

Para se realizar um licenciamento que abrace diversas atividades econômicas é necessário que haja
multidisciplinaridade do órgão ambiental municipal através de um corpo técnico que contenha, entre
outros profissionais, engenheiros de diversas áreas como ambiental, química, civil, agronômica e florestal.

Essa equipe deverá ser capacitada em função dos procedimentos padrões ao licenciamento, inclusive
operação do sistema de informação disponível para gestão e controle de processos administrativos. Um
sistema de informação é importante para que haja transparência nos procedimentos de licenciamento
ambiental. Através dele é possível acompanhar a movimentação dos processos, por exemplo, verificar em
qual setor o processo se encontra e para quais finalidades.

O ideal é que os municípios tenham em seu quadro próprio os profissionais habilitados para as
atividades do licenciamento e sejam vinculados ao órgão ambiental. Entretanto, a terceirização de alguns
serviços municipais é possível, desde que elas não envolvam o exercício do poder de polícia que é inerente
ao município e não pode ser delegado a terceiros. Outra possibilidade é a formação de um consórcio
público entre diversos municípios de baixa arrecadação, que somados, podem manter uma equipe técnica
maior e mais qualificada.

Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar 33


Licenciamentos Ambientais
A legislação municipal deve ser produzida para que o licenciamento possa ser realizado, pois o órgão
público deve fazer o que a Lei determina. Assim, deve-se elaborar as leis que definam o que é e como
ocorrerá o licenciamento ambiental municipal; quais serão os requisitos e estudos básicos para sua
avaliação; como serão cobradas as taxas ambientais; quais serão as atividades que necessitarão do
licenciamento; qual a validade das licenças; entre diversos outros quesitos.

Os municípios devem preparar seu arcabouço legal para a viabilidade do serviço de licenciamento
ambiental, tendo como ponto de partida a legislação federal e estadual existente e, de maneira escalonada
gerar normas que se adaptem às situações locais, definindo-se parâmetros específicos, podendo ser mais
restritivas do que aquelas.

Uma das exigências para a habilitação do município é a implantação do Conselho Municipal de Meio
Ambiente que deve ter caráter consultivo e deliberativo e contar com participação paritária, ou seja, de
pelo menos 50% de representantes da sociedade civil. Deve, ainda, possuir em seus quadros profissionais
habilitados, infraestrutura adequada e sistema de informação ambiental integrado ao órgão estadual,
conforme Resolução CEMA n.º 088/2013.

Sistema de Gestão Ambiental - SGA


Em 22 de Setembro de 2014 foi disponibilizado o Sistema de Gestão Ambiental - SGA com o
módulo requerimento industrial. Até o momento foram disponibilizados, além do industrial, os módulos
de Agropecuária (Suinocultura, Avicultura), Comércio e Serviços e Empreendimentos Imobiliários.
Desenvolvido pelo IAP, em parceria com a CELEPAR, gradativamente deverá atender todas as atividades
passíveis de licenciamento.

O SGA é uma solução informatizada que, dentre demais facilidades, permite aos usuários a requisição
de licenças pela Internet e consultas relacionadas ao processo. A ferramenta é integrada com uma base
de dados georreferenciados que serve de apoio à tomada de decisão na emissão de pareceres e laudos
técnicos, bem como na decisão administrativa, além de dar suporte aos módulos de monitoramento e
fiscalização.

34 Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar


Licenciamentos Ambientais
A descrição das funcionalidades, o passo a passo, bem como as informações necessárias para
requerer uma licença, são abordadas no Manual do Usuário: Acesse o manual em http://www.iap.pr.gov.
br/arquivos/File/SGA/ManualSGA_Rest_Req_Final_01_12_14.pdf.

Com o sistema os procedimentos não necessitam mais serem protocolados fisicamente no escritório
regional do IAP. É possível fazer a solicitação de maneira remota, digitalizando os documentos e
fazendo seus uploads. Os técnicos continuam realizando as vistorias e o acompanhamento in loco dos
empreendimentos normalmente. Porém, com o sistema, as análises de documentação tendem a ser mais
ágeis, transparentes e padronizadas.

O sistema pode ser acessado através do link SGA na página do IAP: Acesse o SGA (http://www.
sga.pr.gov.br/sga-iap/login.do?action=iniciar). Nessa página também está o tutorial supracitado que
ensina os usuários ambientais a utilizarem o sistema, além do serviço para tirar dúvidas e prestar outros
esclarecimentos.

Inicialmente o usuário deverá realizar o seu cadastro junto ao sistema através de login e senha antes
de realizar a primeira solicitação do licenciamento ou a sua renovação. Nesse cadastro é necessário
indicar o CPF ou CNPJ.

Com o usuário cadastrado e acessado o sistema é necessário realizar três (03) subetapas antes
de iniciar o licenciamento, quais sejam cadastrar usuário ambiental, imóvel e empreendimento. É

Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar 35


Licenciamentos Ambientais
interessante ressaltar que as subetapas são independentes e não se vinculam. Isso só ocorre quando é
iniciado o licenciamento.

Primeiramente é realizado o cadastro de usuário ambiental inserindo todos os dados pertinentes ao


empreendedor como CPNJ, endereço, etc.

36 Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar


Licenciamentos Ambientais
Nessa subetapa não é necessário se preocupar com a atividade, apenas como a identificação do
empreendedor. Um bom exemplo é uma empresa que atua na área de empreendimentos imobiliários, esse
cadastro é realizado apenas uma vez. Depois de realizado, basta localizá-lo no sistema através do CNPJ,
para dar início a um novo empreendimento.

Na sequência é preciso cadastrar o imóvel inserindo todos os dados pertinentes como endereço, área
e matrícula ou transcrição do imóvel.

Após a inserção desses dados, é possível localizá-lo no sistema através do nome dado ao imóvel,
matrícula e município, por exemplo.

Finalmente faz-se necessário o cadastro do empreendimento. Nessa subetapa já se pode observar as


diferentes facetas do sistema.

Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar 37


Licenciamentos Ambientais
Na identificação o usuário pode localizar o usuário ambiental através do CNPJ, aquele mesmo da
primeira subetapa, bem como, o imóvel informado na segunda subetapa.

É possível inserir a localização geográfica do imóvel através de uma plataforma integrada de banco
de dados, com comandos de fácil utilização.

Nessa subetapa é necessário informar a atividade, inserindo os dados de grupo (Agropecuária,


Comércio e Serviços, Imobiliário ou Industrial). Dependendo do que for inserido no grupo, vincula o que
poderá ser informado na atividade (filtros). Por exemplo: Grupo imobiliário contemplará as atividades de
edificações e parcelamento do solo; Grupo industrial contemplará indústria da madeira, química e demais
tipologias; e assim sucessivamente.

Não obstante, a atividade específica também permitirá enquadrar o empreendimento exatamente


como pretendido. O usuário deve ficar bem atento nessa subetapa pois as informações prestadas estarão

38 Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar


Licenciamentos Ambientais
diretamente relacionadas ao licenciamento ambiental. Tanto que alguns dos dados informados somente
poderão ser alterados mediante requerimento junto ao IAP.

Após realizadas as três subetapas, cadastro de usuário ambiental, imóvel e empreendimento, o


usuário já poderá passar para a etapa de Requerimento de Licença.

Na etapa de Requerimento de Licença deve ser localizado o usuário ambiental, imóvel e empreendimento,
ou seja, o usuário não alimenta o sistema, apenas localiza em seu banco de dados, sendo uma das etapas
mais importantes, pois o próprio sistema faz uma análise em função da tipologia do empreendimento
e restrições locacionais, enquadrando-o como Licenciamento Completo (Licença Prévia, Instalação e
Operação), Licença Ambiental Simplificada, Autorização Ambiental ou até Dispensa de Licenciamento
Ambiental Estadual – DLAE.

O sistema possui filtros que indicam qual documento/estudo é necessário para cada tipo de
empreendimento. Com o preenchimento de todos os questionários, o próprio sistema gerará o protocolo
de solicitação, registro de parecer, condicionantes padronizadas, decisão administrativa e emissão do
documento, que serão encaminhados ao e-mail do solicitante.

Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar 39


Licenciamentos Ambientais
Com o enquadramento realizado pelo sistema, o usuário deverá informar as características técnicas
do empreendimento/atividade como matérias primas, produtos, efluentes e resíduos.

Nessa etapa é importante a participação de um profissional habilitado para se ter certeza das
informações técnicas disponibilizadas. Será obrigatória a inserção dos dados de um responsável técnico
com registro no seu respectivo conselho de classe.

40 Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar


Licenciamentos Ambientais
Uma das últimas etapas é fazer o upload dos arquivos digitais solicitados pelo sistema (até 2MB), que
dependerão da atividade e fase do licenciamento.

Somente após o preenchimento de todos os campos necessários é possível gerar a taxa para
pagamento e concluir o requerimento.

Porém, o protocolo somente é gerado e o procedimento passa a tramitar no IAP para análise após a
constatação do pagamento da taxa pelo sistema.

Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar 41


Licenciamentos Ambientais
Após os procedimentos de análise, o protocolo pode ser deferido ou poderão ser solicitadas
complementações como novos estudos, projetos, correções, entre outros.

42 Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar


Licenciamentos Ambientais
Além de licenciamento o sistema também permite o requerimento de mudas utilizando a mesma
estrutura.

A solicitação fica vinculada impreterivelmente a um documento como Projetos de Recomposição,


Reposição Florestal/SERFLOR, Auto de Infração ou Termo de Compromisso. Não é possível a solicitação
sem tais vinculações.

Nessa etapa é solicitada os dados de localização da área de plantio, inclusive com geolocalização do
imóvel através de mesma plataforma integrada de banco de dados. O próprio sistema sugere as espécies
de mudas, gera o requerimento e local de retirada.

Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar 43


Licenciamentos Ambientais
Obviamente que essa tecnologia do SGA não dispensa o usuário de fornecer ao sistema informações
corretas e pertinentes a atividade, bem como fazer o upload dos documentos, planos e projetos
necessários. Para isso, é necessário conhecimento técnico e expertise de um profissional da área de
meio ambiente ou de áreas relacionadas à atividade.

Por fim, com a implantação do Sistema de Gestão Ambiental –SGA o Paraná se tornou o primeiro
Estado do Brasil a receber solicitações de licenciamentos ambientais via internet e a emitir dispensas de
licenciamentos online. Conforme informações do próprio IAP, a ferramenta já reduziu em cerca de 60% o
tempo de atendimento para deliberação de DLAE.

Conclusão
O licenciamento ambiental é uma etapa essencial ao desenvolvimento das atividades e
empreendimentos, pois através dele a minimização dos impactos ambientais é efetivada e o equilíbrio
ambiental é mantido.

Por isso, os empreendedores, seja da área pública ou privada, devem tomar as medidas cautelares
necessárias para evitar danos e riscos ambientais aplicando-se medidas mitigadoras e/ou minimizadoras
dos impactos ambientais de maneira proporcional e com base nas boas práticas da engenharia.

Os municípios de médio e grande porte devem estar preparados para o licenciamento ambiental, pois
o desenvolvimento econômico de suas cidades depende disso. Ao mesmo tempo a descentralização
auxiliará o órgão ambiental estadual a reduzir a quantidade de processos que chegam atualmente,
melhorando o desempenho de todos e fornecendo à sociedade serviços públicos com qualidade e
eficiência.

Referências
BRASIL. Congresso Nacional. Lei Complementar n.º 140/2011.

44 Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar


Licenciamentos Ambientais
BRASIL. Congresso Nacional. Leis Federais n.º 6.938/1981, 7.347/1985, 8.485/1987, 10.066/1992,
9.605/1998, 9.985/2000, 11.445/2007 e 12.651/2012.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Instrução Normativa n.º 112/2006.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Portaria n.º 253/2006.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resoluções n.º
001/1986, 006/1986, 009/1987, 009/1990, 237/1997, 273/2000 e 412/2009.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Programa Nacional de Capacitação de Gestores Ambientais.


Caderno de Licenciamento Ambiental. Brasília, 2009.

BRASIL. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. PARANÁ.
Secretaria de Estado do Meio Ambiente. Instituto Ambiental do Paraná. Resoluções Conjuntas IBAMA/
SEMA/IAP n.º 046/2007 e 005/2008.

PARANÁ. Assembleia Legislativa. Leis Estaduais n.º 10.233/1992, 11.352/1996, 12.493/1999 e


14.984/2005.

PARANÁ. Decreto Estadual n.º 4.514/2001 e 6.358/2006.

PARANÁ. Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Conselho Estadual do Meio
Ambiente. Resoluções CEMA n.º 065/2008, 070/2009, 072/2009, 088/2013.

PARANÁ. Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Resoluções SEMA n.º
031/1998, 054/2006, 051/2009 e 052/2009.

PARANÁ. Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Instituto Ambiental do Paraná.
Portarias IAP n.º 166/2008 e 059/2009.

ONU. Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. RIO-92.

Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar 45


Licenciamentos Ambientais
Sobre os autores
Bruno Tonel Otsuka é Engenheiro Ambiental pela UFPR, mestre em Construção Civil também pela
UFPR e pós-graduado em Engenharia de Planejamento pela PUC/PR. Atualmente é conselheiro da Câmara
Especializada de Engenharia Civil do Crea-PR (gestão 2016-18) e gerente técnico da APEAM – Associação
Paranaense dos Engenheiros Ambientais. Atuou por dois anos no IAP – Instituto Ambiental do Paraná
com Licenciamento Ambiental na Coordenadoria de Resíduos Sólidos/DIRAM e, desde 2010, atua como
Engenheiro Ambiental na Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Araucária/PR.

Rafael Luiz Diogo da Rosa possui graduação em Engenharia Ambiental pela Pontifícia Universidade
Católica do Paraná e especialização em Geoprocessamento pela Universidade Federal do Paraná - UFPR,
mestrando do Programa Internacional de Mestrado Profissional em Meio Ambiente Urbano e Industrial –
MAUI, também pela Universidade Federal do Paraná – UFPR, Sócio Administrador e Responsável Técnico
da MOR Gestão Ambiental e Florestal Ltda. (www.morgestaoambiental.com.br). Gerente Técnico da
Associação Paranaense dos Engenheiros Ambientais APEAM. Representante titular do Crea-PR (APEAM)
no CONMACO – Conselho Municipal de Meio Ambiente de Colombo.

46 Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar


Licenciamentos Ambientais
www.crea-pr.org.br

Você também pode gostar