Centro Paula Sou za ng Andr Eidi Toyota Martin Luther Ki N 01

SELEO E ANLISE HUMANISMO 1) Conde do Vimioso Vilancete "Meu bem, sem vos ver, se vivo um dia, viver nam queria. Calando e sofrendo meu mal sem medida, mil mortes na vida sinto, nam vos vendo. E pois que, vivendo, moiro todavia, viver nam queria" ANLISE Podemos perceber que a poesia trata o sentimento de amor, desejo, exager adamente, de tal modo que se o apreciador estivesse vivo sem estar ao lado da pe ssoa cobiada, preferiria estar morto, onde v-la seria a nica razo de viver. uma poesia palaciana, caracterizada em descrever os costumes da corte, s em preocupar-se com verossimilhana e enfocada apenas em registrar a presena da nob reza na poca. Relaciona-se com a escola literria atravs do modo de transio de que retratada em seus poemas, o H umanismo surge aps o Trovadorismo, ou seja, ainda estamos na transio, o que transpa rece algumas caractersticas da antiga escola literria, como a forma expressiva de apreciar um amor, mas com maior sofisticao formal e expressiva, pois os poemas j no eram mais cantados e sim declamados, logo a exigncia de interpretao mais profunda e lrica era maior, sendo muitas vezes "ocultada" d as classes sociais menos nobres, j que no conheciam o linguajar mais lapidado. Como havia dito, o Humanismo surge como uma transio do Trovadorismo para o Classicismo. importante ressaltar que nesta fase o sistema feudal transforma-se em marcantilista, o teocentrismo perde fora, dando espao ao antropocentrismo, e surge uma nova classe social que transforma as relaes sociais: a burguesia mercantilista, responsvel pelo desenvolv imento do comrcio, que contribui com a desvalorizao dos ttulos de nobreza e o contrrio para as coisas materiais. Feito por: Andr Eidi Toyota, N 01 2) Joo Roiz de Castelo Branco Cantiga "Cantiga sua partindo-se Senhora, partem tam tristes

meus olhos por vs, meu bem, que nunca tam tristes vistes outros nenhuns por ningum. Tam tristes, tam sadosos, tam doentes da partida, tam cansados, tam chorosos, da morte mais desejosos cem mil vezes que da vida. Partem tam tristes os tristes, tam fora d'esperar bem, que nunca tam tristes vistes outros nenhuns por nigum." ANLISE Novamente estamos referindo-nos ao eulrico que sofre com a partida de sua amada, descreve detalhes de seu sofrimento, diz que foi a nica a despertar tanta emoo, e sua partida o faz preferir a morte cem mil vezes mais que da vida. A escola literria trazia em sua filosofia e caracterstica, o antropocentri smo, a valorizao dos sentimentos humanos. Neste caso a poesia palaciana e descreve os costumes da corte, levando em considerao as escolhas das palavras, rimas propositais, pois era onde o ritmo esta ria, j que neste perodo no se utilizava mais o canto para transmitir poemas, como n o Trovadorismo. Ocorreu na crise do feudalismo, do surgimento da burguesia, da perda dos valores monrquicos e ganho dos valores materiais, da mudana do teocentrismo para o antropocentrismo, do exodo rural. O sugimento da burguesia trouxe uma desvalorizao da monarquia como absoluta, traze ndo a falncia dos feudos, onde muitos escravos se mudaram para as cidades, enriqu ecendo um novo sistema polticoeconmico, estimulando as grandes navegaes que hoje pode ser considerada um marc o para o incio das relaes internacionais, e alterando o conceito de Deus como centr o de tudo, para o Homem no centro de tudo. Feito por: Andr Eidi Toyota, N 01 3) S de Miranda Esparsa "Cerra a serpente os ouvidos voz do encantador; eu nam, e agora com dor quero perder meus sentidos. Os que mais sabem do mar fogem d'ouvir as sereas; eu no me soube guardar: fui-vos ouvir nomear, fiz minh'alma e vida alheas." ANLISE O texto mostra o eulrico no contido pelos seus desejos, acabou sendo seduz ido e manipulado por alguma paixo, usa metforas para descrever a seduo como nos cont os de sereias. um poema esparsa palaciano, eram escritos na poca do Humanismo, como pass atempo, sem algum sentido em especfico, apenas estavam preocupados em transcrever sentimentos, sejam eles verdadeiros ou no. Textos palacianos ocorreram no Humanismo, onde a burguesia tomava conta do cenrio europeu, os poemas vindos dos monarcas poderiam ser satricos criticando

o clero,religiosos, didcticos, histrico-picos e dramticos. Feito por: Andr Eidi Toyota, N 01 4) Ferno Lopes

"Filho de Afonso IV, D. Pedro I reinou entre 1357 e 1367. Aos vinte anos , casou-se com Dna. Constana, filha do infante Joo Manuel, regente de Castela. Ent re as damas de companinha de Dna. Constana estava Ins de Castro, filha do fidalgo galego Pedro Fernandes de Cas tro, do qual D. Pedro logo se apaixonou, mas seu pai, que ento reinava, interps-se com o falecimento da esposa em 1345, os enamorados passaram a entreter livremente os seus amores, todavia, o re i se deixava convencer por seus conselheiros a permitir o assassinato de Ins, que se consumou a 7 de Janeiro de 1355. Enfurecido de dor e indignao D. Pedro, quando j erguido ao trono, conseguindo apri sionar os matadores de Ins, ordenou que morresem com tal sadismo que ele acabou m erecendo os eptetos de "O cruel" e "O justiceiro". Torturado por sua ausncia, passava noites saindo s rua s para danar e confraternizar com o povo."

ANLISE O resumo apresentado sobre as "Crnicas Del. Rei D. Pedro I" define os aco ntecimentos histricos que ocorreram ao longo de seu reinado, apresentado por um c ronista-mor, Ferno Lopes descreve o medo e a insegurana do Rei Afonso IV, supondo que se deixasse o filho (Rei D. P edro I) casar-se com uma bastarda espanhola, estaria entregando suas terras nas mos da Espanha, sendo assim, mandou que assacinasse Ins de Castro (esposa de D. Pedro I), quando D. Pedro estava a vi agem. Ao chegar, sentiu-se trado e profundamente irado, aprisionou e matou os ass assinos de Ins, recebendo o ttulo de "O justiceiro" ou " O cruel". Passava as noites solitrias em festas com o povo, b uscando consolo e companinha. No Humanismo, deu-se a introduo da prosa literria com os cronistas; podemos relacionar a crnica apresentada com a escola literria, de acordo com a forma em p rosa, os relatos histricos, a formao de crnicas e a organizao e combinao das palavras, que so marcos para o in transio. O perodo "humanista" se deu a partir da formao das prosas, logo as crnicas so o prprio contexto histrico, poltico, social e econmico, pois os reis dominavam todo s os setores, e quando os relatos se referem a tal, estamos, tambm, descrevendo todo o contexto a qual a escola literria faz parte. Feito por: Andr Eidi Toyota, N 01 5) Gil Vicente Auto da Barca do Inferno - Sapateiro e Diabo. "Vem um Sapateiro com seu avental e carregado de formas, e chega ao bate l infernal, e diz: Sapateiro - Hou da barca! Diabo - Quem vem i? Santo sapateiro honrado, como vens to carregado?... Sapateiro - Mandaram-me vir assim... E para onde a viagem? Diabo - Para o lago dos danados. Sapateiro - Os que morrem confessados onde tm sua passagem?

Diabo - Nom cures de mais linguagem! Esta a tua baca, esta! Sapateiro - Renegaria eu da festa e da puta da barcagem! Como poder isso ser, confessado e comungado?!... Diabo - Tu morreste excomungado: Nom o queseste dizer. Esperavas de viver, calaste dous mil enganos... Tu roubaste bem trint'anos o povo com teu mester. Embarca, era m para ti, que h j muito que t'espero! Sapateiro - Pois digo-te que nom quero! Diabo - Que te ps, hs de ir, si, si! Sapateiro - Quantas missas eu ouvi, nom me ho elas de prestar? Diabo - Ouvir missa, ento roubar, caminho per'aqui. Sapateiro - E as ofertas que daro? E as horas dos finados? Diabo - E os dinheiros mal levados, que foi da satisfao? Sapateiro - Ah! Nom praza cordovo, nem puta da badana, se esta boa traquitana em que se v Jan Anto! Ora juro a Deus que graa! (...) ANLISE A stira de Gil Vicente, envolve no caso, um sapateiro que cometeu pecados , e ao chegar no "rumo aps a morte", diz que no merece ir para o inferno, pois ass istia s missas e se confessava de seus atos. Mas a crtica do autor revela que de extrema futilidade confessar-se e assistir s missas, quando no se tem o real valor do arrependimento de cometer alg um pecado. A obra "Vicentina" mostra de forma satirinizada, a mudana do teocentrismo para o antropocentrismo, perodo de transio do Humanismo; apresenta como tema a rel igio, caracterizando a obra como rstica ou medieval, e transpondo o tema com stiras e crticas costumeiras sobre o pensamento medieval ftil, deixando claro que o pensamento lgico e racional volt ado para o homem, o correto. Ocorre no momento da crise feudalista, onde as pessoas mudam do campo pa ra as cidades, surge a classe burguesa, alterando o sistema econmico da poca, e co nsequentemente alavanca o avano cultural local, que j exaltado atravs das obras de Gil Vicente, estruturando uma base da filosofia moderna. Feito por: Andr Eidi Toyota, N 01