Do Sistema Nervoso A Mediunidade - Ary Lex (Matriz Alexandre)
Do Sistema Nervoso A Mediunidade - Ary Lex (Matriz Alexandre)
Do Sistema Nervoso A Mediunidade - Ary Lex (Matriz Alexandre)
ARY ALEX
O SISTEMA NERVOSO
GLÂNDULAS ENDÓCRINAS
PERISPÍRITO – O TRANSE
ANIMISMO – AS MISTIFICAÇÕES
MEDIUNIDADE
OS FLUIDOS – OS PASSES
AS OPERAÇÕES ESPIRITUAIS
PREFÁCIO
O movimento espírita muito deve ao dr. Ary Lex, que há mais de 40 anos
vem realizando um trabalho ingente de preservação da pureza doutrinária.
Trabalhador de primeira hora, figura austera, dedicada e de grande
inteligência, fez um trabalho, como ele próprio afirma, de arrancar os tocos da
gleba para que outros expositores pudessem arrotear e plantar as sementes do
ensino dos Espíritos e do Evangelho de Jesus. Ele próprio, embora possuidor
do dom da oratória fácil, preferiu ficar com a árdua tarefa, muitas vezes
antipática do crítico, do policiador que fala apontando erros doutrinários e
abrindo os olhos do entendimento aos espíritas ainda presos às práticas
exteriores, dogmas e fantasias.
Deste difícil trabalho, dr. Ary Lex editou o seu primeiro livro espírita
"Pureza Doutrinária", que sem sombra de dúvida é uma obra necessária e de
imprescindível estudo e reflexão. Obra editada pela Edições FEESP, da
Federação Espírita do Estado de São Paulo, é livro de estudo obrigatório na sua
Área de Ensino, no curso de Expositores e recomendada para todos os Centros
Espíritas.
SISTEMA NERVOSO
Falamos em atos automáticos. Dissemos que muitos dos atos não exigem
que deles tomemos conhecimento, no momento, e que estão fora do domínio da
consciência. Referiremos, ao estudar os fenômenos anímicos e mediúnicos, os
fatos ditos supranormais, subconscientes. Diremos que muitos impulsos,
muitas ideias provêm do subconsciente. Muita coisa dele brota, durante os
sonhos, e muita coisa chega a influenciar nossa conduta. Que relação terão com
as capacidades do Espírito e do Perispírito?
1 - HIPÓFISE
2 - TIRÓIDE
3 - PARATIRÓIDE
4 - TIMO
5 - SUPRARRENAIS
Pelo seu nome, muitos poderiam pensar que têm funções semelhantes ou
complementares às dos rins, mas isso não acontece; apenas estão próximas a
eles. Vista em corte, a suprarrenal apresenta duas regiões: uma externa, ou
camada cortical, e outra interna ou camada medular. Esta secreta um hormônio
importante: é a adrenalina, que é lançada no sangue durante as emoções,
provocando taquicardia (pulso rápido), tremores, aumento da pressão arterial,
aumento da secreção sudorípara.
6 - OVÁRIOS
A mulher tem dois ovários, que ficam situados na pequena bacia, aos
lados do útero e das trompas. Neles encontramos os folículos ovarianos, onde
se formam os óvulos, que são os gametas femininos. Cada mês, ou melhor, cada
28 dias, um óvulo amadurece; o folículo se rompe, o óvulo sai do ovário e cai na
trompa, sendo levado até o útero. Caso nesse trajeto ele seja fecundado por um
espermatozoide (gameta masculino, produzido no testículo), transforma-se no
ovo. A multiplicação do ovo, dividindo-se sucessivamente, vai dar origem ao
embrião humano, que se fixa na mucosa do útero. Essa mucosa, durante cerca
de 15 dias, preparou-se para receber o seu hóspede importante, havendo nela
profundas modificações - aumento enorme do calibre das veias, aumente,
maior espessura da mucosa uterina. Caso o óvulo não seja fecundado, antes de
chegar ao útero, ele é eliminado e, todo o preparo da mucosa uterina para
receber o embrião, tornou-se inútil.
7 - TESTÍCULOS
Mas todo ato sexual tem um componente psicológico, mental, que é, por
assim dizer, seu início, culminando nas expressões orgânicas do ato.
Poderemos ter uma visão mais ampla e mais nobre, aprendendo o que
André Luiz nos ensina em "Sexo e Destino" e no capítulo "Sexo e Corpo
Espiritual", de seu livro "Evolução em Dois Mundos". "A sede real do sexo não
se acha no veículo físico, mas sim na entidade espiritual, em sua estrutura
complexa. E o instinto sexual, por isso mesmo, traduzindo amor em expansão
no tempo, vem das profundezas, para nós ainda inabordáveis, da vida, quando
agrupamentos de mônadas celestes se uniram, magneticamente, umas às
outras, para a obra multimilenária da evolução."
O sexo é, portanto, mental em seus impulsos e manifestações,
transcendendo quaisquer impositivos da forma em que se exprime, não
obstante reconhecermos que a maioria das consciências encarnadas
permanecem seguramente ajustadas à sinergia mente-corpo, em marcha para
a mais vasta complexidade de conhecimento e de emoção.
8 - EPÍFISE OU PINEAL
9 - VISÃO GLOBAL
É até aí que a Ciência caminha, uma vez que ela não cogita da existência
no corpo físico de um princípio espiritual.
Na Parte Segunda, Capítulo VI, página 160, de "O Livro dos Espíritos",
Kardec ainda esclarece: "O Perispírito é o liame que une o Espírito à matéria do
corpo; é tomado do meio ambiente, do fluido universal; contém, ao mesmo
tempo, eletricidade, fluido magnético, e, até certo ponto, a própria matéria
inerte. Poderíamos dizer que é a quintessência da matéria. É o princípio da vida
orgânica, mas não o da vida intelectual, porque está pertence ao Espírito."
Pode-se aceitar tal ideia como uma concepção ainda hipotética, que
deverá ser comprovada cientificamente, no futuro. Precisamos ter cautela
suficiente para não acompanharmos, por exemplo, aqueles que, em voos ainda
mais ousados, referem a existência de mundos paralelos ao nosso, dos quais os
nossos sentidos grosseiros não tomam conhecimento. Paralelos, no sentido de
entrosados, "embricados" com o nosso, interpretando-o.
2 - FUNÇÕES DO PERISPÍRITO
1 - Organizador biológico;
2 - Sede da memória;
Podemos dizer que a matéria que forma nosso corpo está periodicamente
se renovando. Mas nós continuamos a ser nós mesmos. Há uma continuidade
do ser, dentro de um conjunto, cujas partes mudam constantemente. Algo,
nesse conjunto, resta estável, permitindo a permanência da individualidade
integral. Esse algo que mantém a continuidade é o Perispírito. Os tecidos,
quando se renovam, o fazem dentro desse esboço fluídico ou modelo
organizador biológico.
Nasceu com duas curiosas marcas: uma cicatriz com aspectos de lesão
"périuro-contusa", no tórax, e outra, com características de ferimento
dilacerante, ao nível do rim esquerdo. Recorda-se de haver vivido em Vichy, na
França, e de ter sido assassinada, aos 15 anos, com um tiro no peito, desferido
por soldado armado de fuzil. (Espírito, Perispírito e Alma - Editora
Pensamento.) Outro caso interessantíssimo é o de Simone e Angelina, publicado
como monografia, em 1979. Simone, filha de pais brasileiros, nascida em São
Paulo, em 1963, com dois anos de idade, contava episódios ocorridos na
Segunda Guerra Mundial e pronunciava palavras em italiano, sem as ter
aprendido. Contava que se chamava Angelina e residia no Capitólio, em Roma.
Quem pensa, ama, deseja, resolve é o Espírito. Essas funções mais nobres
não são do Perispírito. Ele é, apenas, uma biblioteca, um arquivo, do qual o
Espírito se serve para buscar dados.
5 - PERISPÍRITO E AUTOMATISMO
Outro fato em favor da memória ter por sede o Perispírito acontece nas
amnésias. Chamamos de amnésia a perda da memória, total ou parcial,
referente a números, pessoas, imagens, episódios acontecidos com a própria
pessoa. Pode a amnésia ser provocada por doenças ou por acidentes. Faz parte
até da cultura popular dizer que alguém ficou desmemoriado por ter tomado
uma pancada na cabeça. Amnésias passageiras ocorrem, após ataques
epiléticos. Conta-se o caso de um cirurgião que, lançado do cavalo que montava,
não se feriu, mas passou a apresentar amnésia para os fatos da família. Sharpey
cita o caso de certa moça, que permaneceu em longa sonolência. Quando voltou
a si, tinha se esquecido de tudo. Precisou reaprender todas as noções, desde as
primeiras letras. Em outros casos, após alguma doença ou acidente, a memória
vai voltando aos poucos. O que jamais pode ocorrer é uma nova pancada na
cabeça fazer voltar a memória, como se encontra em certos romances
fantasistas.
6 - REGRESSÃO DA MEMÓRIA
8 - CROMOTERAPIA
Quem veicula tais noções não se dá ao luxo de trazer qualquer prova. Vai
inventando coisas, e as pessoas crédulas vão aceitando.
9 - PERISPÍRITO E DESENCARNAÇÃO
10 - DESPRENDIMENTO DO PERISPÍRITO
Alberto Lyra lembra que é muito difícil ter prova concreta de que se trata
de uma projeção astral ou experiência extracorpórea. Outras hipóteses
poderiam explicá-la: a) Fabulação; b) Fenômeno puramente mental,
alucinatório; c) Combinação de telepatia e clarividência, com falsa sensação de
auto projeção; d) Projeção do pensamento.
"O juiz J ..., de Cantão, 'Obras Póstumas' págs. 48 e 50, mandou um dia seu
empregado a uma povoação vizinha. Passado algum tempo, ele o viu voltar,
tomar um livro da estante e folheá-lo. Perguntou-lhe, bruscamente, por que
ainda não houvera partido. A essas palavras, o empregado desaparece, o livro
cai e o juiz coloca-o numa mesa, aberto como tinha caído. Voltando o
empregado, à noite, o juiz perguntou-lhe se lhe acontecera alguma coisa na
viagem e se não houvera voltado do meio do caminho. - Não, responde o
empregado. Fiz a viagem em companhia de um amigo. Ao atravessarmos a
floresta, tivemos uma discussão sobre uma planta que achamos. Disse-lhe que,
se eu estivesse em casa, mostrar-lhe-ia a página do botânico, Lineu, que
provaria minhas razões. - Era justamente aquele livro que se achava sobre a
mesa, sendo a página em que estava aberto precisamente a indicada."
É óbvio que essas doenças não são aceitas pela medicina oficial, pois não
admite que Espíritos de pessoas mortas venham influenciar a conduta e a saúde
dos vivos.
(Maurício de Medeiros).
Tudo isso que expusemos nos mostra que há no ser encarnado algo muito
profundo, muito poderoso, que faz surgir no corpo físico as consequências do
que se passa no psiquismo. São impulsos, dizem os psicólogos, que foram
gerados no inconsciente humano. São impressões gravadas no Perispírito,
diríamos nós, as quais formam o substrato da vida emocional.
André Luiz diz: "Assim como o corpo físico pode ingerir alimentos
venenosos que lhe intoxicam os tecidos, também o organismo perispiritual
pode absorver elementos de degradação que lhe corroem os centros de força,
com reflexos sobre as células materiais. Se a mente da criatura encarnada ainda
não atingiu a disciplina das emoções, se alimenta paixões que a desarmonizam
com a realidade, pode, a qualquer momento, intoxicar-se com as emissões
mentais daqueles com quem convive e que se encontrem no mesmo estado de
desequilíbrio." ("Nos Domínios da Mediunidade" - Cap. 4° - André Luiz.)
Além das doenças causadas pelas falhas de conduta do Ser, nesta vida, há
aquelas que remontam ao passado. Devemos buscar em outras vidas as causas
das perturbações atuais. Emmanuel, em vários de seus livros, principalmente
"Pensamento e Vida", "Fonte Viva" e "Luz Acima", nos ensina que a enfermidade
deriva das violações que praticamos no passado, quando escolhemos o caminho
do mal de forma voluntária. Por isso, agora o Espírito vai receber as
consequências do mal praticado, como sofrimento físico ou espiritual. Assim, se
propicia o reajuste desse Espírito com débitos anteriores.
"É lícito procurar a medicina terrena, que pode aliviar muito e curar onde
for permitido; a Misericórdia Divina a pôs ao nosso alcance, embora com certas
limitações sociais e econômicas.
1 - FASES DO TRANSE
Este tipo de transe também ocorre nos delírios febris, nos estados de
coma, nas lesões traumáticas do cérebro. Bloqueado o contato com o meio
ambiente, o transe vai permitir o aflorar do subconsciente e a pessoa age sem
intervenção da vontade.
Viu-a subir nos ângulos do forro, com o filhinho nos braços. Desceu,
depois, com surpreendente agilidade. Esse fato foi por ele presenciado várias
noites. Interrogada sobre seus passeios perigosos, sorriu, não querendo
acreditar; quando insistiram, confessou ela que tivera sonhos desagradáveis,
nos quais se via perseguida por soldados que lhe queriam tirar o filho.
3 - TRANSE PROVOCADO
2 - Suas pálpebras estão pesadas cansadas ... seus olhos fechados ...
completamente fechados pesados ... pálpebras coladas ... presas ... pesadas ...
pesadas como chumbo ... pesadas. Agora ... seus ouvidos já estão fechados ...
completamente fechados ... a qualquer ruído ... a qualquer barulho ... impossível
ouvir qualquer som ... apenas a minha voz ... exclusivamente a minha voz ...
durma tranquila e profundamente ... tranquila e profundamente durma.
Entretanto, bem sabia Kardec que existem muitos fatos que se dão em
circunstâncias especiais, onde não há intervenção dos Espíritos dos chamados
"mortos". Por exemplo, o sonambulismo, a cujo respeito os Espíritos assim nos
ensinam: "O sonambulismo é um estado de independência da alma, mais
completo que o do sonho, e então as faculdades adquirem maior
desenvolvimento. É o momento em que o Espírito pode deixar,
temporariamente, o corpo, que se acha entregue ao repouso indispensável à
matéria." (O Livro dos Espíritos - Livro 2" - Cap. VIII - pergunta 425).
Poderia a muitos parecer que esta distinção que fazemos fosse coisa de
filigranas doutrinárias. Mas não é assim. Na prática mediúnica diuturna nos
Centros e Associações Espíritas é de fundamental importância sabermos se
estamos em presença de um Espírito desencarnado ou se as explanações são
frutos de capacidades do próprio encarnado. Não confundir ainda animismo,
que é autêntico e quase sempre independe da vontade do sensitivo, com fraude.
O animismo pode ser benéfico, pois, como diz Bozzano, "o animismo prova o
Espiritismo". No caso da fraude, há participação consciente do falso médium,
que assume a individualidade de mortos, para enganar os assistentes e, às
vezes, até tirar proveitos.
1 - MISTIFICAÇÕES E FRAUDES
Este assunto é focalizado, com muitos exemplos e detalhes, no "O Livro
dos Médiuns", Caps. XXIV, XXVI e XXVIII, nos quais são estudadas,
minuciosamente, as mistificações. Entretanto, não são definidas, com clareza e
precisão, as diferenças entre mistificação e fraude. Por isso, a maioria dos
Espíritas considera esses dois termos praticamente como sinônimos. Vamos,
pois, procurar, inicialmente, dar os conceitos. Na mistificação há uma
comunicação mediúnica real, mas o Espírito se apresenta como se fosse outro,
mais famoso ou mais conhecido. Procura enganar os assistentes quanto à sua
identidade ou quanto à posição espiritual. Na fraude não há Espírito se
comunicando, e o médium, consciente ou inconscientemente, forja a
comunicação.
- Poderíeis também perguntar por que Deus permite aos homens mentir e
blasfemar. Os Espíritos, como os homens, têm seu livre-arbítrio para o bem e para
o mal, mas nem uns nem outros escaparão à justiça de Deus.
Cada coisa deve vir a seu tempo, quando as ideias gerais estarão maduras
para a receber e compreender.
Item 29 - Não vos deixeis, pois, arrastar pela curiosidade ou pela ambição,
por um caminho que não corresponda ao objetivo do Espiritismo, e resulte, para
vós, nas mais ridículas mistificações.
Vimos que, nos estados de transe, surgem manifestações que podem ter
duas causas diferentes: aquelas que provêm de um Espírito desencarnado e
outras que nada mais são do que afloramento do subconsciente do médium.
Estas constituem o animismo, equivalente àquilo que os parapsicólogos
aceitam com a designação de fenômenos paranormais ou fenômenos PSIC.
Henri Bon lembra o Cardeal Lepicier, quando este diz que "as
comunicações obtidas pelos médiuns nas sessões Espíritas não são
absolutamente milagres. Essas comunicações são devidas à intervenção dos
anjos decaídos, que atuam somente com permissão de Deus e não por ordem
dele. Se é característica de um Espírito sábio empregar a maior prudência antes
de admitir, em determinado caso, a realidade dos fatos discutidos, seria - por
outra parte - dar prova da maior frivolidade, rechaçar 'a priori' a verdade
objetiva desses fenômenos."
Vemos, pelas palavras do Cardeal Lepicier, que ele julga frivolidade negar
a verdade dos fenômenos mediúnicos. Embora não aceite nossa explicação
Espírita, ele não nega os fatos. O padre Quevedo, que, há anos, vem atacando,
violentamente, os Espíritas, negando, totalmente, as comunicações, deveria ser
mais cauteloso nas suas invectivas e seguir as recomendações do Cardeal
Lepicier.
B - MEDIUNIDADE OU SUBCONSCIENTE?
Os materialistas não param aí; vão mais além. Se o médium não conhecer,
suficientemente, os dados biográficos da pessoa famosa (Joana D'Arc, Napoleão,
Washington, Getúlio Vargas) não tem importância. Por meio de uma telepatia
monstruosamente poderosa (mas jamais provada), o médium vai colher os
dados de que necessita na mente dos presentes que tenham cultura e conheçam
a biografia do personagem. Não só os colhe, mas também os seleciona, no meio
de milhões de impressões gravadas na memória dessa pessoa, aqueles dados
de que necessita para poder personificar o indivíduo comunicante. Já é
fantasiar em excesso!
Toda apreensão direta de objetos externos, a qual não tem origem nos
sentidos, constitui clarividência."
Quando o Chico ainda não era tão conhecido, levaram, certa vez, o grande
crítico literário Agripino Grieco a uma reunião, em que encontraria o médium.
Agripino era católico, mas de mente aberta e se encontrava em férias literárias,
em Belo Horizonte. O jornalista Almerindo Martins de Castro escreveu um
opúsculo Agripino Grieco e as Mensagens do Além", em que relata o que
ocorreu. Chegando ao recinto, onde entraria em contato com os anfitriões do
repasto espiritual, o convidado recebeu as primeiras profundas impressões do
ambiente, inteiramente novo à sua retentiva, habituada às deslumbrantes
pompas do culto católico.
A - CONCEITOS DE FLUIDOS
Veja-se por exemplo: "Fluido para breque", em vez de "óleo para breque".
(Idem - item 10) "Conforme o Espírito seja mais ou menos purificado, seu
Perispírito se formará das partes mais puras ou das mais grosseiras do fluido
próprio do mundo no qual ele se encarna. Produz o efeito de um reativo químico
que atrai a ele as moléculas assimiláveis, segunda a sua natureza, ou seja,
substâncias facilmente combináveis com o reativo.
C - TIPOS DE FLUIDOS
Mesmo a nossa matéria densa não é tão compacta como parece, pois, é
atravessada pelos fluidos espirituais e pelos Espíritos, aos quais ela não opõe
maior obstáculo do que os corpos transparentes em relação à luz. A própria
matéria sólida apresenta grandes vazios: os espaços intermoleculares, Inter
atômicos e intra-atômicos.
Quem sabe se, ainda no estado em que é perceptível aos nossos sentidos,
não será a matéria capaz de adquirir uma espécie de eterização que lhe confira
propriedades particulares? Quando Kardec faz essa pergunta, mal sabe ele que
se está antecipando em um século aos conhecimentos atuais da radioatividade.
Hoje é conhecimento elementar sobre os corpos radioativos que eles emitem
radiações e vão perdendo substância até desaparecerem.
Este assunto deverá ser muito bem analisado, quando nos defrontarmos,
em nossa prática mediúnica, com as comunicações dos índios e "pretos velhos".
O Espírito evoluído, espiritualmente, poderá apresentar-se ao médium vidente
com o aspecto de um negro, referente a duas ou três encarnações passadas,
desde que deseje impressioná-lo, bem como aos componentes da sessão.
Para tal, deve contar com a anuência e o auxílio dos mentores espirituais,
que negarão seu apoio, quando se tratar de mera curiosidade ou de fanatismo.
De qualquer forma, o que não se pode é erigir tabus e adorações em torno das
comunicações dos pretos velhos.
André Luiz diz que todas as agregações celulares emitem radiações, que
se articulam através de sinergias funcionais. Todos os seres vivos, dos
rudimentares aos complexos, se revestem de um "halo energético", que lhes
corresponde a natureza.
"A ação magnética pode produzir-se por diversas maneiras: 1ª) Pelo
próprio fluido do magnetizador - é o magnetismo propriamente dito, ou
magnetismo humano, cuja ação é subordinada à potência e, sobretudo, à
qualidade do fluido.
2ª) Pelo fluido dos Espíritos que atuam diretamente e sem intermediário
sobre um encarnado; seja para curar ou acalmar um sofrimento; seja para
provocar o sono sonambúlico espontâneo; seja para exercer sobre o indivíduo
uma influência física ou moral qualquer. É o magnetismo espiritual.
3ª) Pelo fluido que os Espíritos derramam sobre o magnetizador,
servindo este de condutor. É o magnetismo misto, semi espiritual, ou, se assim
o quisermos, humano-espiritual. O fluido espiritual, combinado com o fluido
humano, dá a este último as qualidades que lhe faltam."
Os órgãos estão impregnados de fluido vital. É ele que permite aos órgãos
do corpo humano funcionarem normalmente, mas é necessário que as células e
os tecidos que os formam tenham condições biológicas e fisiológicas de
funcionamento. Quando uma doença grave destrói a integridade do corpo
físico, estando os elementos essenciais para o funcionamento dos órgãos
destruídos ou profundamente alterados, o fluido vital não tem mais condições
de ação, e o indivíduo morre. Segundo a concepção Espírita, a pessoa morre,
não porque o fluido vital abandonou os tecidos, e as células, a seguir, morreram,
mas morre, porque as lesões celulares foram tão profundas que o fluido vital
não poderia mais agir.
A única função dos poros é excretar o suor, que contém água, sal e ureia,
numa função complementar à dos rins. Só excretam; não absorvem nada.
O fluido vital pode ser transmitido de uma pessoa a outra, e é isso que
acontece nos passes. Quando a pessoa morre, o Espírito, com seu Perispírito, se
liberta e vai para outras regiões do espaço. A matéria inerte vai para o solo,
onde sofre transformações, reintegrando-se em novos corpos, a princípio vital
retorna à massa fluídica do Universo.
Começamos este item lembrando que não devemos confundir fluido vital
com Perispírito. Agora, podemos entender a razão, o perispírito é um fluido
mais sutil, intimamente ligado ao Espírito, acompanhando-o durante os
processos de desdobramento, e vai com ele, após a morte do corpo físico, o
fluido vital, pelo contrário, é um elemento que apenas vivifica a matéria, mas
não tem individualidade, nem independência. É absorvido do fluido universal,
em parcelas e momentos variáveis, e a ele volta após ter exercido seu papel.
E o Espírito, será uma outra forma de matéria ainda mais sutil? Como
nossa mente só consegue raciocinar em termos físicos, não podemos conceber
o que seja, na sua intimidade, o Espírito.
criação, o Espírito deve ser alguma coisa." ("O Livro dos Espíritos" - Livro
Segundo - Cap. 1° - item 82.)
CAP. VIII – TRATAMENTO ESPIRITUAL
O TRATAMENTO ESPIRITUAL
Numerosas outras técnicas de exame foram surgindo e seu uso pelo meio
médico passou até a ser exagerado. Haja vista a tomografia, que revela detalhes
despercebidos ao Raio X tradicional, grande conquista técnica, que é exame
caríssimo e tem sido utilizado, às vezes, desnecessariamente. Entretanto,
salientamos que o diagnóstico se alicerça sempre em dados concretos, em
critérios científicos.
C - O PASSE
CONCEITOS DE PASSE
("A Gênese" - Cap. XIV - item 31.) MODO DE AÇÃO - Os passes variam
extremamente em sua atuação, dependendo de quem os aplica e de quem os
recebe etc.
TIPOS DE PASSES
A ação magnética, segundo Kardec ("A Gênese"), pode ser de três tipos:
Magnética pura, espiritual e mista. Na primeira, o passista fornece os fluidos
magnéticos de seu próprio organismo.
Para ser passista, não é necessário ter mediunidade ostensiva. Léon Denis
diz: "Como o Cristo e os apóstolos, como os santos, os profetas e os magos, todos
nós podemos impor as mãos e curar, se temos amor aos nossos semelhantes e
o desejo ardente de os aliviar." ("No Invisível" - Cap. XV.) "Na mediunidade
curativa, suprime a enfermidade, quanto possível, com o amparo da medicina
criteriosa, mas unge-te de amor para socorrer o doente. Como no caso da
receita formulada por médico abnegado e culto, em teu favor, a lição do
Evangelho consola e esclarece, encoraja e honra aqueles que a recebem, mas, se
não for usada, não adianta." ("Na Seara dos Médiuns" - Emmanuel - Cap. 67.)
CONDIÇÕES DE QUEM RECEBE - Antes de mais nada, é preciso que a pessoa que
vai receber o passe tenha uma noção, embora superficial, do que é o passe, para
ficar em boas condições de receptividade. Já encontramos pessoas, saindo, após
recebê-lo, dizendo que a "média" médium estava "abençoando a gente."
TÉCNICAS DO PASSE
Existem numerosas técnicas de passe, cada uma com seus defensores;
entretanto, não nos devemos entusiasmar apenas por uma delas, julgando
todas as outras erradas. Divaldo Pereira Franco, em seu "Diálogo com
Dirigentes e Trabalhadores Espíritas", diz:
"Algumas técnicas são muito válidas, desde que não sejam condições sine
qua non, para que não troquemos os valores espirituais pelas preocupações das
fórmulas e para que não venhamos a criar um ritual, no qual o sentimento ceda
lugar à aparência. É muito que tenhamos a preocupação da nossa saúde moral,
a fim de transmitirmos o que possuímos de melhor."
Nos trabalhos mediúnicos, para obter uma força magnética maior dos
presentes, será certo fazer uma cadeia em que todos dão-se as mãos? Essa
pergunta foi feita por Kardec aos Espíritos que elaboraram a Codificação. Eles
responderam: "A cadeia é um meio material, que não estabelece entre vós a
união, se esta não existir nos pensamentos; mais conveniente do que isso é
unirem-se todos num pensamento comum, chamando, cada um, de seu lado, os
bons Espíritos." ("O Livro dos Médiuns" - Cap. XXV item 282). Deve haver,
portanto, uma união pelo pensamento, sem sentimentos grosseiros ou
materiais, todos vibrando emoções espiritualizadas, num ambiente de
cordialidade.
Os que propugnam pela formação das correntes por união das mãos estão
influenciados pelos magnetizadores do passado, os quais admitiam que o fluxo
magnético das pessoas fosse reforçado pelo contato das mãos. Mas o que
importa, de fato, como ensina a Codificação, é uma sintonia espiritual, podendo
se falar mesmo em uma corrente de pensamento.
Não há lugar, na prática Espírita, para aquele passista que diz, cheio de
orgulho: "Todos os que atendi foram curados, porque tenho muito poder
fluídico". Este médium está desperdiçando seu tempo, por causa do orgulho,
que é porta aberta para as obsessões. Devemos fugir do fanatismo tão comum,
que leva os militantes a endeusarem os médiuns, tratando-os como semideuses,
ou pessoas que têm o privilégio exclusivo de serem assistidas,
permanentemente, por Bezerra de Menezes e outros luminares da
Espiritualidade. O fanatismo leva a confundir a fraude com a cura verdadeira.
Nas doenças cíclicas, como a úlcera péptica, o portador, mesmo sem ter
tomado medicamento algum, entra em fase de acalmia, que pode durar dias ou
até muitos meses. Isto explica o sucesso de muitas mezinhas, remédios caseiros,
que foram ingeridos num momento em que a úlcera ia entrar em fase
assintomática; só pode ser considerado efetivo se for excluído o efeito da
sugestão.
Tudo isso não pode ser esquecido por quem se aventura ao tratamento
espiritual das desordens orgânicas ou funcionais.
Alguns médiuns que executam operações dizem que não fazem incisões,
porque operam o Perispírito do doente. Abre-se então, um vasto campo de
discussões.
... Nem mesmo Arigó, o único médium que conheci a realizar autênticas
intervenções, nem ele se preocupava em acompanhar os operados, por falta de
formação científica. Não era elaborado prontuário, nem uma simples ficha. Se
houve supurações, ninguém sabe; se houve recidivas dos pterígios ou tumores,
idem.
"Ah! ele se saiu muito bem e, no dia seguinte, a mulher disse que estava
ótima."
Isso não tem valor em conceituação médica, que exige provas objetivadas.
Todavia, a imprensa noticia, em termos sensacionalistas, e as curas miraculosas
são difundidas por toda a parte. Ai de quem, principalmente se for médico ou
Espírita, ousar lançar alguma dúvida!
C - CASO ARIGÓ
Herculano Pires, drs. Alberto Lyra, Belline Burza, Luiz Monteiro de Barros
e eu, representando a Associação Paulista de Medicina, por pertencer à
Comissão de Defesa de Classe.
Arigó não fazia autopromoção e era até rude para com as pessoas que o
procuravam. Mãos rudes de trabalhador, dedos grossos, escolaridade apenas
de curso primário. O que fazia tinha maior valor do que teria se ele fosse
cirurgião, pois um médico pode fingir-se mediunizado e atuar dentro de seus
conhecimentos e habilidades profissionais.