Intemperimo Químico e Geomorlogia Cárstica

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Universidade de Brasília - UnB Geomorfologia

Departamento de Geografia GEA0038

PROCESSOS DE INTEMPERISMO
Intemperismo Químico

Professor: Doutoranda:
Dr. Vinicius Vasconcelos Dandara Caldeira
Intemperismo Geomorfologia

“É o processo geral pelo qual as rochas são destruídas


na superfície da Terra. O intemperismo produz todas
as argilas, todos os solos e as substâncias dissolvidas e
carregadas pelos rios para os oceanos” (Press et al,
2006).

“É o conjunto de processos naturais que causa a


alteração das rochas, próximas da superfície terrestre,
em produtos que estão mais equilibrado com as novas
condições fisicoquímicas” (Suguio, 2003)
Processos Intempéricos Geomorfologia

Fatores
Condicionantes
Processos Intempéricos Geomorfologia

Age mais desagregando as


rochas, alterando o tamanho
e o formato dos seus
minerais, mas sem afetar
suas composições químicas

Processos que modificam


a composição química,
pode ocorrer a influência
de organismos

biogeoquímico
Processos Intempéricos Geomorfologia

Físico Biológico Químico

Retiradas da Internet
Intemperismo Químico Geomorfologia

“Ocorre quando os minerais de uma rocha são


quimicamente alterados ou dissolvidos.’’
(Press et al, 2006).

Quando as rochas afloram na superfície os


minerais entram em desiquilíbrio e através de
reações químicas, transforando-se em outros.

Mecanismos de modificadores das


propriedades: composição química e estrutura
cristalina (Toledo et al, 2003).
Retirada de https://www.ourboox.com/books/the -geological-process/
Intemperismo Químico Geomorfologia

É provocado principalmente pela ação da água e das substâncias nela dissolvidas;

Outros reagentes: gases atmosféricos, gases do solo e ácidos orgânicos;

É o processo de Intemperismo de maior importância;

Remoção de íons solúveis e a consequente concentração de íons de baixa


solubilidade;

Os minerais primários são decompostos, originando novos minerais secundários


(argilas).

(Barral, 2022)
Intemperismo Químico Geomorfologia

Reação Principal
Mineral I + Solução de alteração → Mineral II + Solução de lixiviação

Água da Chuva

água da chuva carregada de


elementos/substâncias dissolvidas,
que se infiltra e percola a rocha em
vias de alteração.

Série de Goldich (à esq) e Série de Bowen (à direita).


Toledo et al 2003
Intemperismo Químico Geomorfologia

Reação Principal
Mineral I + Solução de alteração → Mineral II + Solução de lixiviação

Fonte: Adaptado de Railsback (2006)


Retirado de Lepsch 2011
Intemperismo Químico Geomorfologia

Moléculas de água entram na estrutura cristalina de


Hidratação um mineral, transformando-o ou modificando-o em
um novo mineral.
Ex: Anidrita (CaSO4) + 2H2O → Gipsita
(CaSO4. 2H2O)

É uma reação química na qual os elementos


Hidrólise ionizados de água (H+ e OH -), substituem de modo
equivalente, outros íons de um mineral, fazendo sua
estrutura cristalina desfazer-se e/ou modificar-se.
Intemperismo Químico Geomorfologia

Hidrólise
Intemperismo Químico Geomorfologia

Hidrólise

K Al Si3 O 8 + 7 H2 O + H+ → Al (OH)3 + 3 H4 Si O4 + K+ Intemperismo muito


Ortoclásio Gibbsita Ác. Silícico acentuado drenagem eficiente

2 K Al Si3 O 8 + 9 H2 O + 2H+ → Al2 Si2O5(OH)4 + 4 H4 Si O4 + 2 K+ Intemperismo muito acentuado


Ortoclásio Caulinita drenagem boa
Ác. Silícico

3 KAlSi3O8 + 12 H2O + 2 H+ → KAl2(AlSi3)O10(OH)2 + 6 H4SiO4 + 2 K+ Intemperismo pouco acentuado


Ortoclásio Montmorilonita e/ou drenagem deficiente
Ác. Silícico
Intemperismo Químico Geomorfologia

Ocorre quando se adiciona O a substância, perde H ou


Oxidação perde elétrons. Há elementos presentes em mais de um
estágio de oxidação (Fe, S, Mn, etc). Quando há reação
com oxigênio formando óxidos ou oxigênio e água
formando hidróxidos.

Inverso da oxidação: quando se perde O, se ganha H ou se


Redução ganha elétrons. Ocorre abaixo do nível freático. Ocorre
quando o material está saturado com água, o suprimento
de oxigênio é baixo e a demanda por oxigênio é alta.
Formas reduzidas dos elementos são mais móveis do que
as formas oxidadas, porquê elas são mais solúveis.
Intemperismo Químico Geomorfologia

Fonte; Lepsch 2011

´Depósitos brasileiros de minério. Processos de


laterização. Fonte; Lepsch 2011
Intemperismo Químico Geomorfologia

A água da chuva dissolve CO2 da atmosfera que se


Carbonatação combinam formando gás carbônico.
Ex: H2 O + CO2 ⎯→ H2CO3 ⎯→ H+ + HCO3-
Ácido Carbônico Bicarbonato
Intemperismo Químico Geomorfologia

Dissolução

Solubilização de um mineral.
Congruente: toda substância é
dissolvida; Incongruente: apenas
parte do mineral é solubilizado.
Alguns minerais estão sujeitos a
solubilização completa. Ex. calcita e
halita
CaCO 3 + H 2 O ↔ Ca2+ + HCO 3 - + H +

Teixeira et al 2007
Intemperismo Químico Geomorfologia

Dissolução

TOLEDO et al 2003
Intemperismo Químico Geomorfologia

Minerais comuns em carbonatos

Calcita - CaCO3
Dolomita - CaMg(CO3)2
Siderita - FeCO3
Magnesita - MgCO3
Ankerita Ca(Mg,Fe)CO3)2

Classificação de rochas carbonáticas realizada por Leighton e


Pendexter (1962)
Relevo Cárstico Geomorfologia

Carste: terrenos em quais rochas solúveis são


alteradas acima e abaixo do solo pela ação da
água, promovendo características distintas de
relevo e drenagem (Jennings 1971).

Carste: terreno com hidrologia distinta e


formas de relevo que surgem de uma
combinação de alta solubilidade da rocha e
porosidade secundária (fratura) bem
desenvolvida. A solubilidade considerável da Modelo do Carste (Karmann, 2000)

rocha por si só é insuficiente para produzir


carste (Ford and Williams, 2007).
Relevo Cárstico Geomorfologia

Pseudocarste

Abriga feições similares ao carste em


carbonatos, mas que foram
primordialmente desenvolvidas por
processos físicos. Nesse caso, a
dissolução, bem como a corrosão, é
subordinada a tais processos
(Travassos, 2019).

Gilli (2015) destaca o termo paracarste


(parakarst)
.

http://www.goodearthgraphics.com
Relevo Cátstico Geomorfologia

Dinâmica Fluviocárstica

O complexo sistema cárstico com a circulação da água, bem como as feições de superfície divididas
em formas de recarga, residuais, descarga e de acumulação (Adaptado de Ford e Williams, 2007, p.3). (Travassos, 2019)
Relevo Cárstico Geomorfologia

Vale Secos/ Vales Cegos

Fonte - David Drew (1985) Retirado de Nogueira et al 2022


Relevo Cárstico Geomorfologia

Vale Secos/ Vales Cegos

Nogueira et al (No Prelo)


Relevo Cárstico Geomorfologia

Vale Secos

Nogueira et al (No Prelo)


Relevo Cárstico Geomorfologia

Sumidouro

Nogueira et al (No Prelo)


Relevo Cárstico Geomorfologia

Ressurgência

Nogueira et al (No Prelo)


Relevo Cárstico Geomorfologia

Lapiás (Karren)
Feições de diversos tamanhos (nano a meso formas ). Depende de condições específicas para sua
formação (por exemplo, o clima, a litologia, o volume e a agressividade da água);
Mínimo de 50% de exposição da rocha para que a consideremos como um campo de lapiás;
Possível identificar tais feições de dissolução em outras rochas, como arenitos e granitos.

Aspecto geral de um campo de lapiás na região de Aspecto geral de um campo de lapiás nos Alpes Apulianos,
Itacarambi, norte do Estado de Minas Gerais Itália (Foto: L.E.P. Travassos). (Travassos, 2019)
(Foto: L.E.P. Travassos). (Travassos, 2019)
Relevo Cárstico Geomorfologia

Lapiás de Caneulura (Solution flutes - Rillenkarren)


Estrutura retilínea, paralela em faces rochosas de alto ângulo. Pequena extensão (até 30 cm);
Inicio no topo do afloramento e extinção em direção a base;
A descarga e a velocidade devem permanecer baixas o suficiente para que o fluxo mantenha a
fixação à face e permaneça como um filme, em vez de se concentrar em um canal (Springer, 2005).

(Springer 2005)
Detalhe de rillenkarren ou lapiás em caneluras em um afloramento
carbonático em Monjolos,
Minas Gerais (Foto: L.E.P. Travassos). (Travassos, 2019)
Relevo Cárstico Geomorfologia

Kamenitza (solution pans ou marmitas de dissolução)


Consiste em recipientes de solução, geralmente de fundo chato, de alguns centímetros quadrados a vários
metros quadrados, que são produzidos pela ação solucional de água parada que se acumula após a chuva;
Suas bordas, frequentemente de planta elíptica ou circular, são salientes e podem ter pequenos canais de
saída(Venet and Zhedanov, 2003);
Formas similares podem aparecer em rochas não carbonáticas como granitos e basaltos (Cucchi, 2009).

A) Kamenitza na região de Itacarambi, Minas Gerais. Em B, kamenitza em Kamenitza simples e compostas na


afloramento próximo à Slivia,Itália. Seu diâmetro é de 15 cm superfície de granito, High Tatry Mts.
(Foto: L.E.P. Travassos). (Travassos, 2019) Foto: P. Bella. (Gaal and Bella, 2008)
Relevo Cárstico Geomorfologia

Lapiás em sulcos (Rinnenkarren - solution runnels)


São formas que consistem em canais lineares ou sulcos, que apresentam aumento de largura e
profundidade em direção à base do maciço;
Formam normalmente à jusante das kamenitzas, como resultado desse escoamento superficial
concentrado, tendo sua largura aumentada para jusante (Travasso, 2019).

Aspecto geral de um rinnenkarren (1) em uma


superfície carbonática (Foto: M. Veress; modifcado Rinnenkarren na face íngreme de calcário nos Pirenéus.
de Veress, 2010, p.141. (Travassos, 2019) (Ford and Williams, 2007)
Relevo Cárstico Geomorfologia

Lapiás verticais (Wandkarren, wall-runnels)


Feições formadas preponderantemente pela ação da água. São as ranhuras identificáveis em
fácies verticais em um afloramento;
São mais profundas que os lapiás em sulcos e podem ser separadas por superfícies não
significativamente corroídas, bem como por ranhuras mais estreitas (Travassos, 2019).

Paredão carbonático no norte de Minas Gerais. Pode ser Feições do tipo Schichtfugenkarren próximo à gruta da
interrompido por lapiás horizontais ou Schichtfugenkarren Lapinha,, Lagoa Santa, Minas Gerais. Distância da abertura
(Foto L.E.P.Travassos).(Travassos, 2019) dos karren é de aproximadamente 35 cm.(Travassos, 2019)
Relevo Cárstico Geomorfologia

Lapiás meandriformes (Mäanderkarren, meandering-runnels )

Ocorrem devido à dissolução da rocha em


superfícies com baixa declividade e que
possuem a forma de meandros similares
àqueles identificados em canais fluviais
(Travassos, 2019);
Associado a ambiente de águas lentas (Ford and
Williams, 2007).

Exemplo de lapiás meandriformes.(Travassos, 2019)


Relevo Cárstico Geomorfologia

Lapiás em degraus (Trittkarren, heelprint karren)


Sua gênese pode ser explicada pelo movimento da água sobre pequenas irregularidades da
superfície;
A água flui sobre a superfície plana, mas encontra uma escarpa ou irregularidade e o fluxo laminar,
antes relativamente lento, torna-se rápido e turbulento, dando início ao recuo da pequena escarpa
(Travassos, 2019).

Modelo conceitual da evolução de um trittkarren. Adaptado Superfície carbonática coberta por trittkarren ou lapiás em
de Sweeting (1972) e Sauro (2008).(Travassos, 2019) degraus (Foto: M. Veress).(Travassos, 2019)
Relevo Cátstico Geomorfologia

Dinâmica Fluviocárstica

O complexo sistema cárstico com a circulação da água, bem como as feições de superfície divididas
em formas de recarga, residuais, descarga e de acumulação (Adaptado de Ford e Williams, 2007, p.3). (TRAVASSOS, 2019)
Relevo Cárstico Geomorfologia

Dolinas (sinkhole)

São as expressões superficiais (e quase


superficiais) do processo interno de drenagem e
erosão em terrenos cársticos, geralmente
caracterizados por depressões na superfície
terrestre;
Os processos formativos incluem a dissolução
de camadas de rocha, o transporte descendente
do excesso de sedimentos e/ou o colapso do
leito rochoso;
Em alguns estágios no desenvolvimento de
dolinas, uma depressão de superfície pode não
Dolina de Colapso,Florida, EUA. Foto cortesia de Barry F.
estar presente (Beck, 2012); Beck. (Springer, 2005)
Relevo Cárstico Geomorfologia

Dolinas (sinkhole) - Classificação

Waltham e Fookes (2005)


Relevo Cárstico Geomorfologia

Dolinas (sinkhole) - Classificação

Origem principal está na dissolução Dolina de dissolução normal,


superficial da rocha. A distribuição das completamente preenchida por
dolinas em uma área está intimamente sedimentos. Não existem evidências de
relacionada à estrutura geológica. dissolução na superfície.

Waltham e Fookes (2005)


Relevo Cárstico Geomorfologia

Dolinas (sinkhole) - Classificação

Dolina de dissolução preenchida por sedimentos, que compõem Dolinas de dissolução no cárstico de Waitomo, Ilha do Norte,
o epicarste visível em um perfil em Pivka, Eslovênia (Foto: L.E.P. Nova Zelândia. (Fotografia de I. Gams.) (Ford and Williams,
Travassos). (Travassos, 2019) 2007)
Relevo Cárstico Geomorfologia

Dolinas (sinkhole) - Classificação

Formadas essencialmente pelo rápido colapso da rocha ou solo. Às vezes, este tipo de forma
pode ter uma profundidade significativa e estabelecer ligação com o carste profundo.

Waltham e Fookes (2005) Desenvolvimento de dolina de colapso por remoção de


suporte flutuante. (Ford and Williams,2007)
Relevo Cárstico Geomorfologia

Dolinas (sinkhole) - Classificação

Dolina de abatimento de solo no município de Unaí, Minas


Gerais (Foto: Mauro Gomes, CECAV -MG).(Travassos, 2019)

Grande dolina de colapso na China. Reproduzido de Chen, W.,


Zhu D. e Zhu X. (2003). (Ford and Williams, 2007).
Relevo Cárstico Geomorfologia

Dolinas (sinkhole) - Classificação

https://midiamax.uol.com.br/

Buraco das Araras. A- Fotografia aérea em escala 1:60.000 e mapa do


contorno, com atitudes de acamamento e fraturas no arenito (modificado
de Lino et al. 1984), B e C -Vista aérea (Fotografias cedidas por Rooswelt R.
Sampaio), D- Perfil esquemático (modificado de Lino et al. 1984). ( Sallun
Filho & Karmann 2007)

Perfil na área da Fazenda Santa Maria


(perfil). (Sallun Filho & Karmann 2007)
Relevo Cárstico Geomorfologia

Dolinas (sinkhole) - Classificação

O principal processo pelo qual o sedimento se move é conhecido como sufusão e envolve
a peneiração e lavagem gradual dos finos por uma combinação de processos físicos e
químicos. A consequência topográfica desta atividade depende se o material é coesivo ou
não coesivo.

Waltham e Fookes (2005)


Relevo Cárstico Geomorfologia

Dolinas (sinkhole) - Classificação

Dolina de subsidência em área residencial no município de Exemplo de dolina de sufusão em uma planície eslovena (Foto:
Matozinhos, Minas Gerais. No detalhe é possível identifcar o L.E.P. Travassos). (Travassos, 2019)
conduto por onde o material de cobertura teria sido drenado
(Foto: L.E.P. Travassos). (Travassos, 2019)
Relevo Cárstico Geomorfologia

Dolinas (sinkhole) - Classificação

Tipologia morfológica de dolinas apresentada por Kholer (1995), adaptada de Nicod (1972)
e classificação morfológica de Angel et al. (2004) em planta. Retirado de Ferreira, 2020.
Relevo Cárstico Geomorfologia

Área de estudo (Ferreira, 2020)

Localização das possíveis dolinas


identificadas no levantamento e a APA
Nascentes do Rio Vermelho (sem o limite da
Bacia do rio Corrente). (Ferreira, 2020)

Densidade de dolinas versus densidade de cavernas. Grupos de


possíveis dolinas identificados pelas siglas G -1, G-2 e G-3.
(Ferreira, 2020)
Relevo Cárstico Geomorfologia

Em 2015, vivia em áreas cársticas 1,18 bilhão de


pessoas, o que corresponde a 16,5% da população
mundial;
Estimativa de 2019, é de 1,3 bilhão de pessoas;
Vulnerabilidade de terrenos cársticos.

Cajamar-SP (1986). Fonte: www.diariocajamarense.com.


Relevo Cárstico Geomorfologia

Uvala

Depressão fechada, normalmente menor que um polje e maior que uma dolina. Geralmente são formas
alongadas e irregulares, que podem atingir extensões de escala quilométrica localizadas acima do nível
de base do carste regional. Sua origem e desenvolvimento são fortemente condicionados por fatores
estruturais e elas podem ser inundadas, ou não, apresentando um lago temporário (Travassos, 2019).

Modelo mais conhecido de gênese das uvalas Uvala na região do vetor norte da região metropolitana de Belo
(Fonte: White, 1988).Retirado de Travassos, 2015 Horizonte, Minas Gerais. Indicados pelas setas, vários pontos de
recarga e/ou descarga na superfície irregular da feição (Foto:
L.E.P. Travassos).(Travassos, 2019)
Relevo Cárstico Geomorfologia

Poljes

As maiores depressões fechadas observadas nos


terrenos cársticos;
Não são feições cársticas puras, pois são
poligenéticas (e.g.processos tectônicos e cársticos;
processos fluviais e cársticos etc.);
A principal peculiaridade ambiental desse tipo de
forma é a comum ausência de um lago permanente
dentro da bacia; um lago efêmero sem saídas
superficiais pode se formar e desaparecer durante o
ciclo sazonal em relação ao regime de precipitação.
Vista panorâmica do Polje de Cerknica com parte de seu lago
temporário visto a partir da montanha Slivinica, Eslovênia
,(Foto: L.E.P. Travassos .(Travassos, 2019)
Relevo Cátstico Geomorfologia

Dinâmica Fluviocárstica

O complexo sistema cárstico com a circulação da água, bem como as feições de superfície divididas
em formas de recarga, residuais, descarga e de acumulação (Adaptado de Ford e Williams, 2007, p.3). (TRAVASSOS, 2019)
Relevo Cárstico Geomorfologia

Forma residual - Tufa


Depósitos calcários de água fresca, onde o CO2 é
proveniente do solo e da atmosfera;

Depósitos de grãos que se acumulam em filamentos de


algas, plantas e raízes nas nascentes, ao longo das margens
dos rios, bordas do lago, nas entradas das cavernas, etc;
Fonte: Internet

Produto de precipitações de carbonato de cálcio sob


diferentes condições climáticas;

Tipicamente contém restos de microfitas e macrofitas,


invertebrados e bactérias;

Alta porosidade.

Mambaí- GO. Arquivo Pessoal


Relevo Cárstico Geomorfologia

Forma residual - Tufa


Relevo Cárstico Geomorfologia

Modelo do Carste (KARMANN, 2000)


Relevo Cárstico Geomorfologia

Caverna

https://www.unioeste.br// https://istoe.com.br/

C a r a j á s - PA
Caverna de sal Malham- Israel

Alguns tipos de cavernas encontradas no mundo (Fonte:


Adaptado de White e Culver, 2012, p.105).(Travassos, 2019)

https://www.transportal.com.br/ https://www.campoformosonoticias.com/
Caverna Aroe Jari -MT
Toca da Boa Vista - BA
Relevo Cárstico Geomorfologia

Espeleotemas

Aspecto geral de um salão subterrâneo e seus vários tipos


Estágio de crescimento dos espeleotemas.
de espeleotemas (Foto: L.E.P. Travassos). (Travassos, 2019)
Fonte: repositorio.ufpe.br
Relevo Cárstico Geomorfologia

Espeleotemas

Esquema da formação inicial de um canudo de refresco até


a formação de uma coluna ( Fonte:Adaptado de Gilli, 2015)
Travassos,2019..

Fonte: Modificado de White (2012).


(Travassos, 2019)
Relevo Cárstico Geomorfologia

Espeleotemas

Face da amostra de estalagmite (A) Vista geral da estalagmite; (B) Fotos de sedimentos depositados em estalagmites após uma
depois de polida e amostrada Radiografia de raios-X (C) localização das inundação (Foto cortesia de M. Luetscher). Camadas de inundação
para geocronologia e isotopia. seções delgadas; (D) amostragem (Denniston and Luetscher, 2017)
(Novello, 2016) química; e (E) local de amostragem para
datação U–Th.). (Bertaux et al 2002)
Relevo Cárstico Geomorfologia

Expectativa

Realidade

Aspecto geral de um afloramento com


Matas Secas no período chuvoso e
período seco (Foto: B.D.Rodrigues).
(Travassos, 2019)
Relevo Cátstico Geomorfologia

Expectativa

Mambaí, Goiás.
Arquivo Pessoal
Relevo Cátstico Geomorfologia

Realidade

Parque Estadual Turístico Alto Ribeira (PETAR), São Paulo. Arquivo Pessoal
Universidade de Brasília - UnB
Instituto de Geociências – IG
Programa de Pós-Graduação em Geociências Aplicadas

ESTUDO DA EVOLUÇÃO DA PAISAGEM CÁRSTICA A PARTIR DE


SEDIMENTOS CLÁSTICOS CAVERNÍCOLAS NA ÁREA DE PROTEÇÃO
AMBIENTAL NASCENTES DO RIO VERMELHO -MAMBAÍ/GO

Dandara Caldeira

Orientador:
Prof. Dr. Rogério Uagoda
Introdução

Cavernas funcionam como “armadilhas” naturais para sedimentos clásticos e químicos, gerando depósitos
secundários que contém registros paleoambientais;

Sedimentos clásticos são compostos por fragmentos erodidos das rochas preexistentes, que são transportados
e depositados nas cavernas por correntes de água, perda de massa, vento, ação de ondas e gelo (Gillieson,
1996; Springer, 2005);

Mecanismo de entrada depende de fatores externos como o clima, geomorfologia e tectônica, representando
dessa forma o cenário do ambiente circundante;

Utilizados para determinar ambientes deposicionais, gêneses dos sedimentos, deposição por longos períodos,
relação dos sedimentos para o desenvolvimento de cavernas ou paisagens e investigações paleontológicas
(Springer, 2005);
Introdução
Processo de deposição análogo ao superficial porém mais dinâmica e complexa;

Modelo ilustrativo da dinâmica fluviocárstica demostrando diversas formas de conexão do sistema fluvial superficial e
cárstico. Fonte: Taylor, Charles J., (2008)
Introdução

A- Correlação entre as deposições superficiais (terraços fluviais) e B – Esquema evolutivo dos depósitos sedimentares da Caverna
subterrâneas (cavernas) (Harmand et al., 2017). Budimirica com as idades encontradas e a correlação com a mudança
no Vale Kamenica
(Temovski et al., 2016)
Introdução

Por que estudar sedimentos


clásticos em caverna?

PRO T EÇÃO NAT URAL INT ERVALO T EMPO RAL DIVERSI D A D E DE REG IST RO S
Preservação de sequências No geral, os sedimentos ficam Podem ser utilizados para
sedimentares enquanto os resguardados dos eventos compreensão do paleoambiente
depósitos superficiais geomorfológicos destrutivos local e regional, processos
equivalentes foram removidos permitindo assim o acúmulo na hidrológicos, paleoclimáticos e
(Auler et al., 2009) ordem de milhões de anos com entendimento da evolução do
mínimas alterações (Gillieson, relevo (White, 2007; Kadlec et al.,
1996; Ford and Williams, 2007; 2008; Bógalo et al., 2021;
Ballesteros et al., 2019; Krajcarz et Karkanas et al., 2021)
al., 2020)
Introdução

Brasil: > 20 mil cavidades mapeadas;

Goiás: 5º maior em quantidade;

Cenário promissor nas últimas décadas;

Diversas metodologias abordadas

Trabalhos com sedimentos clásticos em cavernas no Brasil e espacialização sobre cada


bioma: 1. (Auler et al., 2002). 2. (Auler et al., 2009). 3. (Hubbe et al., 2011). 4. (Haddad-
Martim et al., 2017). 5. (Laureano et al., 2016). 6. (Jaqueto et al., 2016). 7. (Novello et al.,
2019). 8. (Freitas et al., 2020). 9. ( Utida et al., 2020). 10. (Caldeira et al., 2021)
Área de Estudo Geomorfologia

176.324,33 hectares

>150 cavernas mapeadas

Contato entre Formação Lagoa do


Jacaré e Depósitos colúvio-eluvionares

Dois tipos de cavernas

Localização da área de estudo no Cráton São Francisco. B - Geologia a área com


destaque para as cavernas com sedimentos clásticos já identificadas em trabalho
anterior (Círculos vermelhos), (Caldeira, 2020) .
Área de Estudo Geomorfologia

Localização da área de estudo no Cráton São Francisco. B - Geologia a área com


destaque para as cavernas com sedimentos clásticos já identificadas em trabalho
anterior (Círculos vermelhos), (Caldeira, 2020) .
Área de Estudo

C- Dinâmica geomorfológica (GASPAR; CAMPOS, 2007) adaptado por UAGODA et al. (2019)
Objetivo Mambaí/GO

Compreender a dinâmica da evolução da


paisagem a partir dos registros de
sedimentos clásticos preservados no
interior das cavernas na APANRV,
correlacionando o processo de deposição
sedimentar com a dinâmica
paleoambiental e paleohidrológica
cárstica.

Mambaí/GO
Metodologia

Distribuição dos trabalhos com sedimentos clásticos em


cavernas no mundo entre 2011 -2021. A – Visão Geral. B-
Detalhe dos trabalhos na Europa. C -Detalhe dos trabalhos
na China. Para mais detalhes sobre os trabalhos
levantados consultar o Material Suplementar
Metodologia
Universidade de Brasília - UnB
2022 Instituto de Geociências – IG
Programa de Pós-Graduação em Geociências Aplicadas

ESTUDO DE SEDIMENTOS CLÁSTICOS EM CAVERNA


ENQUANTO REGISTROS PALEOAMBIENTAIS:
Gruna Tarimba /GO

Dandara Caldeira

Orientador:
Prof. Dr. Rogério Uagoda
Objetivo

Compreender a dinâmica da deposição


sedimentar no interior da Gruna Tarimba
a partir de registros em sedimentos
clásticos, correlacionando os diferentes
níveis deposicionais com as diferenças de
áreas fontes e de energia de transporte

Mambaí/GO
Gruna Tarimba Mambaí/GO

Mambaí/GO
Perfil 1 Mambaí/GO

A B C
Perfil 2 Mambaí/GO

A B

C
Perfil 3 Mambaí/GO

B
Metodologia

Granulometria

Índice de
Circularidade
Carbono 14

Análises
Análise de
LOE Fácies

Raio X ICP/OES
Metodologia
Resultados - Facies

A B C

D E F

Dccm
Resultados

Mambaí/GO
Resultados
Resultados
Discussão

01. 02. 03.


Características do sedimentos Dados Entrada de sedimentos para o
são compatíveis com solos geoquímicos/mineralógicos interior das cavernas estaria
mapeados na região indicam ao menos três fontes condicionada a chuvas
( 1 autóctone e 2 alóctones) esporádicas em condição de
clima mais seco uma vez que a
ausência de vegetação densa
diminuiria a retenção dos
sedimentos (AULER et al.,
2009)
Discussão
Discussão
Considerações Finais Mambaí/GO

Processos geomorfológicos atuantes no recuo do relevo tornam disponível os


sedimentos dos Grupos Urucuia e Bambuí que são transportados e
depositados no interior da caverna

Nos últimos 200 mil anos a arquitetura deposicional bem como as


características dos sedimentos permitiram correlação com a energia do fluxo
hidráulico capaz de resultar nas feições que atualmente são encontradas na
caverna

Proxies utilizados demonstraram bons resultados no entanto apontam


necessidade de mais amostragem e/ou utilização de novas metodologias

20

Mambaí/GO
Mambaí/GO
Obrigada
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