Processo Declarativo
Processo Declarativo
Processo Declarativo
LICENCIATURA EM SOLICITADORIA
Helena Bruto da Costa
2020/2021
Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Lisboa Helena Bruto da Costa
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Processo Civil I / Processo Civil Declarativo 2020/2021
PARTE I
1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
O Processo Civil teve a sua origem em tempos remotos, numa altura em que
não existiam as divisões de ramos do direito como as conhecemos atualmente.
Em 1961 foi aprovado mais um novo Código de Processo Civil, o qual sofreu ao
longo dos anos profundas alterações introduzidas por diversos decretos-lei dos
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Contudo tal não significa que nos casos de conflito os tribunais promovam
oficiosamente a propositura da ação tendente à reparação do direito violado.
Pelo contrário, cabe ao particular promover e impulsionar a ação destinada à
obtenção da providência judiciária adequada – cf. art.º 3º, nº1 do CPC.
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Cf. Lei n.º 49/2004, de 24 de agosto – Atos próprios dos advogados e dos solicitadores
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São vários os princípios fundamentais que vão informar o Direito Processual Civil
e que estão presentes na prática dos atos processuais que compõem a vida de
uma ação judicial.
A Lei n.º 41/2013 de 26 de junho, que aprovou o atual Código de Processo Civil,
entrou em vigor no dia 1 de setembro de 2013. Esta revisão teve, desde logo,
com objetivo alterar a sistematização a que estávamos anteriormente
habituados tendo resultado que praticamente nenhuma das disposições do
anterior Código tenha correspondência numérica com as disposições agora em
vigor.
Relativamente aos princípios fundamentais verificou-se uma transferência de
grande parte das suas disposições para os preceitos iniciais do CPC bem como
atribuir conteúdo útil aos princípios da verdade material, da cooperação
funcional e ao primado da substância sobre a forma.
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São diversas as disposições que consagram os referidos princípios – cf. arts. 6º,
7º, nº 2, 411º, 412º, nº 2, 413º e 415.º do CPC.
A adoção do novo princípio da gestão processual4 reúne num único normativo o
princípio da direção do processo e o princípio da adequação formal, implicando
para o juiz a obrigação de fazer uma aplicação das regras processuais de acordo
2 São essenciais os factos de que depende o direito do autor; instrumentais os que interessam
indiretamente à solução do litígio, por servirem para demostrar a verdade dos factos essenciais. Ex: Numa
ação de indemnização decorrente de um acidente de viação o autor tem o ónus de alegar a mera culpa
(falta de cuidado por conduzir em excesso de velocidade) do outro condutor – facto essencial; o facto de
o condutor ter deixado um rastro de travagem de 80 metros constitui um facto instrumental.
O autor tem o ónus de alegar o facto essencial, mas não o correspondente facto instrumental – cf.
art.º 5 n.º 1 e 2 do CPC.
3 São os factos do conhecimento geral. Ex: é do conhecimento geral que o ex-primeiro ministro está
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Em conclusão, o princípio em análise visa garantir que cada uma das partes
tenha a faculdade de contestar e controlar a atividade processual da outra
parte, de modo a que, o tribunal só possa proferir uma decisão, depois de ambas
as partes se terem pronunciado sobre as questões de facto e de direito a decidir
- cf. art.º 3.º n.º 2 do CPC.
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Este princípio está consagrado no art. 2.º n.º 1 do CPC, onde se estabelece que
a justiça deve ser administrada em prazo razoável uma que uma decisão judicial
tardia pode equivaler à denegação de justiça e acarretar graves prejuízos para
as partes.
Assim, a justiça deve ser célere no sentido de evitar graves prejuízos às partes
e evitar que o cidadão recorra ao sistema de justiça privada para fazer valer os
seus direitos, situação que colocaria em perigo a paz social e potenciava o
aumento de conflitos na sociedade civil.
Sem prejuízo do que ficou dito e atento o princípio da ponderação, a celeridade
processual não pode ser alcançada quando conduza a uma decisão precipitada
da questão em causa e como tal injusta.
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O art.º 10.º do CPC distingue quanto ao fim prosseguido pelo autor, duas
grandes categorias de ações: as ações declarativas e as ações executivas.
Neste tipo de ação, presume-se com razoável grau de certeza, que o direito
existe da forma como está consubstanciado no título que o representa.
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Este processo destina-se, portanto, a fazer valer direitos que envolvem o poder
de exigir de outrem uma certa conduta embora existam direitos que não são
suscetíveis de se fazer valer através da ação executiva como é o caso de
incumprimento de uma sentença de divórcio.
Por Realização coerciva do direito violado – cf. art. 2º, nº 2 entende-se realizar
pela força, se necessário, a conduta destinada a reparar o direito violado
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Exemplos:
Acão constitutiva propriamente dita ou de criação: é a destinada à constituição
de uma servidão de passagem - cf. art.º 1550º C.C.
Assim, quando o dono do prédio estiver a necessitar de comunicação com a via
pública e não consiga ou não queira tentar obter o acordo com o dono do prédio
vizinho, para a realização do direito potestativo que a lei lhe confere.
Neste tipo de ações, o autor reage contra uma situação de incerteza e pretende
apenas obter uma simples declaração da existência ou inexistência de um
direito ou facto jurídico. A declaração proferida pelo tribunal tem a força
vinculativa própria das decisões judiciais.
5 Direito potestativo é o poder jurídico de, por um ato livre de vontade ou integrado por uma decisão
judicial, produzir efeitos jurídicos que inelutavelmente se impõem à contraparte - Mota Pinto. Teoria
Geral do Direito Civil, 3ª ed. –174.
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Exemplos:
Será o caso do escritor de uma obra cuja autoria lhe seja publicamente
contestada por certa editora. Neste caso, poderá o escritor requerer ao tribunal
que aprecie esta questão e declare ser ele o autor da obra em causa - ação de
simples apreciação positiva.
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A alçada do tribunal é o valor limite até ao qual o tribunal julga sem possibilidade de as partes
interporem recurso ordinário das suas decisões.
7 Lei n.º 62/2013, de 26 de agosto, cuja alteração mais recente (a 6.ª) foi efetuada pela Lei n.º 23/2018,
de 05/06).
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4. PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS
Ora, uma vez que o juiz não chega a apreciar a questão de fundo que lhe foi
submetida, a absolvição do réu da instância não obsta a que o autor proponha
outra ação com os mesmos sujeitos, pedido e causa de pedir - cf. art. 279º n.º
1 do CPC.
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Mérito da causa é sinónimo de objeto do processo, isto é, a relação material controvertida ou relação
jurídica substantiva que é discutida no processo.
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Neste caso, há uma decisão sobre relação jurídica substantiva, não sendo
possível ao autor intentar a mesma ação com os mesmos sujeitos, pedido e
causa de pedir.
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O critério geral fixado na lei para sabermos quem tem personalidade judiciária
é o da correspondência entre a personalidade jurídica (ou seja a capacidade de
gozo de direitos) e a personalidade judiciária.
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• A herança jacente, entende-se aquela que não foi aceite, nem repudiada ou
declarada vaga para o Estado, não tendo ainda um titular determinado.
• Entende-se por patrimónios autónomos o que tem dívidas próprias, ou seja,
a existência de uma massa de bens exclusivamente afetos ao pagamento de
determinadas dívidas;
• As associações sem personalidade jurídica e as comissões especiais;
• As sociedades civis;
• As sociedades comerciais, até à data do registo definitivo do contrato pelo
qual se constituem, nos termos do art. 5º do Código das Sociedades
Comerciais, têm personalidade judiciária. A atribuição de personalidade
judiciária, neste caso, tem desde logo como fim não ser possível a estas
alegarem a irregularidade da sua constituição com o intuito de se furtarem
ao cumprimento de obrigações que tenham, entretanto, assumido;
• O condomínio, relativamente às ações que se inserem no âmbito dos poderes
do administrador, e os navios são igualmente casos em que a lei atribui
personalidade judiaria embora estas entidades não tenham personalidade
jurídica.
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E, nos termos do nº2 do mesmo artigo a capacidade judiciária tem por base e
por medida a capacidade de exercícios de direitos - cf. art.º 67º do CC.
Desde logo, o Título III do Livro V do Código de Processo Civil, passou a ser
intitulado «Do acompanhamento de maiores», com diversas alterações
introduzidas aos artigos 891.º e seguintes.
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Esta convenção foi a pedra angular deste novo modelo e no qual o este regime
se funda.
Este regime caracteriza-se por ser amplamente flexível, permitindo ao juiz uma
resposta específica, individualizada e adequada à situação concreta da pessoa
protegida.
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Quanto aos menores a sua incapacidade não é total. O art.º 127º do CC prevê
situações de exceção quanto à sua incapacidade de exercício de direitos tendo
o menor, plena capacidade judiciária uma vez que a sua capacidade de
exercício de direitos não se encontra limitada.
Quanto à forma de suprir a incapacidade dos menores – cf. arts. 16º a 18º do
CPC.
Para além das incapacidades dos menores e dos maiores acompanhados, o nosso
CPC prevê ainda a representação de entidades que têm apenas uma
incapacidade de facto, porque só são incapazes em determinadas
circunstâncias e que a seguir se indicam:
• Representação de incertos e ausentes - cf. arts. 21º e 22º do CPC;
• Representação do Estado - cf. art.º 24º do CPC;
• Representação das pessoas coletivas e sociedades - cf. art.º 25º do CPC;
• Representação de entidades que carecendo de personalidade jurídica,
têm personalidade judiciária - cf. art.º 26º do CPC.
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No que se refere ao art.º 25º do CPC, importa não esquecer a limitação das
pessoas coletivas quanto à sua capacidade de exercício e que consiste no
princípio da especialidade previsto no art.º 160º do CC. Segundo este princípio
a capacidade das pessoas coletivas abrange os direitos e obrigações necessários
e convenientes à prossecução dos fins que lhe são próprios.
De acordo com o disposto no art.º 25.º n.º 1 do CPC as pessoas coletivas e as
sociedades são representadas por quem a lei, os estatutos ou o pacto social
designarem.
A falta de capacidade judiciária é suprida nos termos dos arts.º 27º e 28º do
CPC.
Sendo o incapaz autor e tendo o processo sido anulado desde o início, se o prazo
de prescrição ou caducidade tiver, entretanto terminado ou terminar nos dois
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A parte terá legitimidade como autor de uma ação judicial, se for ela quem
juridicamente pode fazer valer a sua pretensão em juízo, em face do
demandado, do réu. A parte terá legitimidade como réu se for ela a pessoa que
juridicamente pode opor-se à providência requerida, por ser ela cuja esfera
jurídica é diretamente atingida pela mesma – cf. art.º 30º do CPC.
Quando a lei não nos indica quem tem legitimidade para figurar como autor ou
réu em determinada ação consideram-se partes legítimas os sujeitos da relação
material controvertida tal como ela é configurada pelo autor – cf. art.º 30.º nº3
do CPC.
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Por isso, de acordo com o art.º 31.º do CPC, todos os cidadãos que tenham o
gozo dos seus direitos civis e políticos, bem como as associações, as fundações
e o Ministério Público, têm legitimidade para fazer valer em juízo esses
interesses.
Em muitas das ações que se intentam, são duas as partes que se defrontam
como é o caso do credor requer em juízo a condenação do devedor no
pagamento de certa quantia que lhe emprestou e que este não lhe devolveu.
Existe uma pluralidade ativa se a ação é proposta por dois ou mais autores
contra um réu. Existe uma pluralidade passiva se o autor demandar
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Nos casos em que numa ação judicial existe pluralidade de partes, a lei designa
de litisconsórcio ou coligação.
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Mas nem sempre é admissível a coligação. Desde logo, não é admissível quando
aos pedidos correspondam formas de processo diferentes ou a cumulação possa
ofender as regras da competência internacional ou em razão da matéria ou da
hierarquia - cf. art.º 37.º nº 1 do CPC.
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A cumulação obriga que forma de processo aplicável seja idêntica para todos
os pedidos cumulados, o que torna inadmissível a coligação quando a um dos
pedidos corresponda a forma de processo comum e a outro, o processo especial.
Mas, se a diferença entre as formas de processo provier unicamente do valor
dos pedidos tal não obsta à cumulação - cf. art.º 37º nº 2 do CPC.
Como fico dito, na coligação exige-se que a forma de processo seja idêntica
para todos os pedidos cumulados, à exceção da diversidade da forma quanto ao
valor dos pedidos. No entanto, esta regra geral sofre uma outra exceção
importante e prevista no nº 2 da disposição legal ora em análise, a qual faculta
ao juiz a possibilidade de autorizar a cumulação desde que:
• As formas de processo correspondentes aos pedidos, sendo embora
diversas, não sigam uma tramitação absolutamente incompatível,
• E que haja um interesse relevante na apreciação conjunta das ações
cumuladas ou quando esta apreciação conjunta seja indispensável para
a justa composição do litígio.
Nos termos do disposto no n.º 3 do art.º 37.º do CPC, uma vez autorizada a
cumulação incumbe ao juiz adaptar o processado, no uso dos poderes que lhe
confere o art.º 6.º do CPC.
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A decisão considera-se passada ou transitada em julgado, logo que não seja suscetível de recurso
ordinário, ou de reclamação nos termos dos artigos 628.º do CPC.
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Exemplos:
• Reivindicando-se uma fração autónoma de um imóvel em propriedade
horizontal, em virtude dos condóminos se terem apoderado dela por
entenderem que a mesma constitui parte comum, a ação tem de ser
proposta contra todos os condóminos – cf. art.º 33.º n.º 2 do CPC.
11 Situações de litisconsórcio necessário: cf. arts. 535º nº1, 419º nº1 e 2091º nº1 do CC.
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reaver essa quantia, verifica-se que não existe interesse em agir porque a
mesma só deveria ser liquidada meses depois.
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Não havendo interesse processual, o réu deve ser absolvido da instância devido
à verificação de uma exceção dilatória e inominada uma vez que não se
encontra expressamente regulada na lei – cf. arts.º 278.º n.º 1 al. e) e 577.º do
CPC.
Contudo o art.º 610º n.º 2 do CPC estabelece dois casos especiais em que o
interesse processual não se revela, e que não conduzem à absolvição do réu da
instância:
1.º O autor pode propor ação num momento em que a obrigação ainda não
se venceu e, por conseguinte, o réu não se encontrar em incumprimento;
2.º Pode ainda propor ação, quando a obrigação seja pura, isto é, quando
entre as partes tenha sido convencionado prazo certo para a realização
da(s) prestação(ões) e não tendo credor interpelado previamente,
extrajudicialmente ou judicialmente, o devedor para realizar a
prestação.
De qualquer forma uma vez que o autor recorre ao tribunal numa altura em que
o seu direito não foi violado fica condenado nas custas e no pagamento de
honorários do advogado do réu – cf. nº 3 do art.º 610º do CPC.
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De acordo com a regra geral contida no art.º 629º nº1, 1.ª parte do CPC, a
recorribilidade da decisão depende, relativamente ao valor, da conjugação de
dois requisitos cumulativos:
- o valor da causa ser superior à alçada do tribunal de que se recorre;
- o valor da sucumbência do recorrente ser superior a metade da alçada desse
tribunal.
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Dispõe o art.º 40º nº2 do CPC que, ainda que seja obrigatória a intervenção de
advogado, os advogados estagiários, os solicitadores e as próprias partes podem
fazer requerimentos em que não se levantem questões de direito.
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Para que este pacto seja válido, exige-se a verificação cumulativa dos requisitos
do n.º 3 do art.º 94º do CPC.
Lei nº 62/2013, de 26 de agosto, determina quais as ações que, pelo seu valor,
se inserem na competência da instância central e da instância local.
Em regra, todas as ações, qualquer que seja o seu valor, são julgadas pelos
tribunais da 1ª instância. Porém, se o valor da causa exceder a alçada da 1ª
instância (5.000 euros) em princípio, será possível a reapreciação da decisão
através de recurso ordinário, pelo tribunal da Relação, que é um tribunal
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Em resumo:
O Supremo Tribunal de Justiça conhece, em sede de recurso, das questões cujo
valor exceda a alçada do tribunal da Relação, embora este recurso seja restrito,
uma vez que o STJ, por regra, apenas conhece de questões de direito.
A Relação conhece das questões cujo valor exceda a alçada do tribunal de 1ª
instância.
O tribunal de 1ª instância conhece, em regra, de todas as questões, qualquer
que seja o seu valor e a forma de processo aplicável.
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Por fim, o nº 3 determina que se a ação tiver por objeto uma universalidade de
facto (cf. art.º 206º do CC), ou bens móveis e imóveis, ou imóveis situados em
várias circunscrições, deverá ser proposta no tribunal correspondente à
situação dos imóveis de maior valor. Mas, se o prédio que é objeto da ação
estiver situado em mais de uma circunscrição territorial, pode esta ser proposta
em qualquer das circunscrições.
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onde a ação principal foi instaurada. Com determina o art.º 73.º, nº 1 do CPC,
para a ação de honorários é competente o tribunal na qual foi prestado o
serviço, devendo aquela correr por apenso a esta. Também o nº 2 do art.º 78.º
do CPC acolhe esta ideia de apensação do procedimento cautelar ao da
respetiva ação.
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O CPC, nos seus arts.º 96.º a 108.º, sob a epígrafe "Das garantias da
competência", estabelece um conjunto de normas destinadas a sancionar esta
irregularidade processual e a garantir a verificação deste pressuposto.
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O nº2 do mesmo artigo contém uma regra especial. No caso de violação das
regras de competência em razão da matéria, que apenas respeitem a tribunais
judiciais, a incompetência só pode ser suscitada oficiosamente até ser proferido
despacho saneador ou não havendo, até ao início da audiência final.
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Esta norma legal não apresenta qualquer exceção, se se tratar de violação das
regras da competência internacional dos tribunais portugueses. Porém,
tratando-se da violação das regras da competência interna em razão da matéria
e da hierarquia, a parte a quem interessar fixar definitivamente a competência,
com valor de caso julgado material, tem de suscitar, em primeiro lugar e por
via de recurso, para a Relação, uma decisão desse tribunal que reconheça essa
incompetência.
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As decisões tomadas não assumem, pela sua própria natureza força de caso
julgado, e por isso podem ser alteradas pelo juiz que as proferiu, logo que as
circunstâncias supervenientes ou ignoradas pelo julgador justifiquem a
modificação. Há ainda a referir, que não é admissível recurso para o Supremo
Tribunal de Justiça, quando a decisão do juiz se funde em critérios de
conveniência e oportunidade conforme vem disposto no art.º 988.º nº 2 do CPC.
Entende-se por caso julgado formal aquele que tem força obrigatória dentro do
processo, obstando a que o juiz, na mesma ação, altere a decisão proferida,
mas não impedindo que, noutra ação, a mesma questão concreta seja decidida
em termos diferentes pelo mesmo tribunal, ou por outro chamado a apreciar a
causa. Exemplo: na sequência de uma exceção dilatória invocada pelo réu em
sua defesa na contestação e julgada procedente, o juiz absolveu o réu da
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6. PROCEDIMENTOS CAUTELARES
6.1. Introdução
6.2. Noção
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Estes meios de tutela do direito, estão previstos em tese geral no art.º 2º, n.º
2, 2.ª parte do CPC e especialmente regulados nos arts. º 362º e ss. do CPC.
Por regra, se não for proposta a ação, de que dependem, oportunamente, ação
que pode ser intentada depois ou antes da providência, consoante o “periculum
in mora” surja antes ou depois de proposta a ação – art.º 364.º n.º 1, caduca a
providência cautelar – art.º 373.º do CPC, sem prejuízo dos arts.º 364.º e 369 a
371.º do CPC.
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O procedimento cautelar comum está previsto nos arts. 362.º a 376.º do CPC, e
aplica-se a todos os casos em que não se aplique um procedimento
especificado, ou seja, quando ao caso concreto não se aplique nenhum dos
procedimentos cautelares especificados na lei.
Esta providência utiliza-se sempre que haja fundado receio de lesão grave ou
de difícil reparação do direito, destinando-se a evitar que a lesão se consuma
ou se venha a repetir - arts.º 362º nº1 e 368º nº1 do CPC. No entanto, se o
prejuízo que o requerido vai sofrer com a providência cautelar for
substancialmente superior àquele que o requerente pretende evitar com a
propositura do procedimento cautelar, o juiz não deve decretar a providência
-art.º. 368º nº2 e nº 3 do CPC.
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Tem lugar quando alguém tenha sido esbulhado violentamente da sua posse e
requer ao tribunal a restituição provisória da posse. Este procedimento cautelar
é muito peculiar porque aqui não se exige como pressuposto o perigo da
demora. É, contudo, exigido a violência do esbulho da posse.
O esbulho é uma noção dada a propósito dos direitos reais e consiste na privação
total ou parcial, contra a vontade do possuidor, da retenção ou fruição do
objeto possuído.
Caso o esbulho não tenha sido praticado com o uso de violência, o possuidor
esbulhado pode requerer um procedimento cautelar comum, exigindo a medida
que se mostrar adequada ao caso concreto - art.º 379.º do CPC.
Tem lugar quando uma deliberação social é tomada pela maioria dos sócios,
deliberação esta violadora do pacto social, da lei ou ofensiva dos direitos dos
sócios. Neste caso, o sócio que se sente lesado pode requerer, no prazo de dez
dias, que seja suspensa a execução daquela medida, quando essa execução lhe
cause dano - art.º 380.º nº1 do CPC.
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De acordo com o disposto no art.º 601º do CC. a garantia geral do Direito das
Obrigações é o património do devedor suscetível de penhora. E, nos termos do
art.º 619º do mesmo Código, o arresto apresenta-se como um meio de
conservação da garantia patrimonial.
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Pode ser requerida por qualquer pessoa que tenha interesse na conservação de
bens ou de documentos, quando haja justificado receio do seu extravio ou
dissipação
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Um credor, para obter a conservação dos bens do seu devedor, com a finalidade
de assegurar o pagamento do seu crédito, não poderá requerer arrolamento,
mas sim o arresto, salvo nos casos previstos no art.º 404.º nº 2 do C.P.C., ou
seja, nos casos em que haja lugar à arrecadação da herança - art.º 938.º a 940.º
do CPC.
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1ª fase: articulados
A exposição das razões de facto é fundamental, uma vez que o juiz só pode
servir-se em regra, dos factos alegados pelas partes, em obediência ao princípio
do dispositivo. Porém, o juiz não está sujeito às alegações das partes no que se
refere à indagação, interpretação e aplicação das regras de direito – art.º 5.º
nº 3 e 664º do CPC
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A instrução tem por fim a produção ou recolha dos elementos de prova sobre
os factos que, interessando à decisão da causa, não tenham sido devidamente
esclarecidas na fase anterior. Esta fase encontra-se prevista nos arts. 410.º e ss
do CPC, devendo a leitura ser acompanhada pelos artigos 341.º a 396.º do CC.
4ª fase: discussão
Este período, destina-se aos debates entre os patronos das partes, onde estes
proferem as suas alegações, indicando aquilo que na sua perspetiva pode ser a
decisão do tribunal.
5ª fase: julgamento
7.1. Articulados
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A – PETIÇÃO INICIAL
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Exemplo de introito:
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A causa de pedir é o facto jurídico concreto que emerge do direito que o autor
se propõe fazer declarar e que limita o objeto do processo. Na falta de
indicação da causa de pedir, o juiz deve considerar inepta a petição inicial -
art.º 186.º nº 2 al. a) do CPC A falta de causa de pedir origina a nulidade de
todo o processo.
A formulação do pedido, assume grande relevância, uma vez que o juiz não
pode condenar em quantidade superior ou em objeto diverso do que se pedir -
art.º 609.º nº1 do CPC. Se tal acontecer, de acordo com o disposto no art.º 615.º
nº1 al. e) do CPC, a sentença proferida é nula.
O pedido alternativo:
Exemplo: A. pede a condenação do R. a pagar-lhe certa quantia ou, em
alternativa, à escolha do R. a entregar-lhe um objeto em ouro de igual valor.
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É o que se verifica nas obrigações alternativas previstas nos arts. 543º e ss. do
CC.
Quanto ao pedido genérico, a lei faculta que seja formulado sempre que o
conteúdo da relação jurídica não é ainda suscetível de determinação no
momento em que a ação é proposta, sem indeterminado o seu quantitativo –
art.º 556.º do CPC.
Nestes termos e nos melhores de direito aplicáveis, deve a presente ação ser
julgada procedente por provada e em consequência ser o réu condenado a pagar
ao autor a quantia de 10.000 €, acrescidos de juros vencidos no valor de 180 €,
bem como dos juros vincendos, até integral pagamento.
E.D.
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As custas ficam a cargo da parte vencida, ou seja, da parte que perdeu a ação.
Esta consequência é legal e não necessita de ser peticionada, no entanto, por
tradição, há ainda mandatários que a ela fazem referência.
Indicações complementares
Se o autor pretender que se realize citação urgente, (por ex. por causa do prazo
de prescrição) deve formular pedido expresso nesse sentido, indicando os
motivos da urgência que tenha na citação do réu - art.º 561º do CPC.
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Distribuição
7.1.1. Citação
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A citação não pode ser é feita ao autor, nem pode efetuar-se duas citações na
mesma pessoa, durante o mesmo processo. Após a citação, utiliza-se a
notificação dirigida ao réu com vista a dar conhecimento de um facto – arts.º
219º, n.º 2 e 247.º e ss. do CPC.
A citação é um dos atos senão o ato mais importante na “vida” de uma ação
judicial uma vez que, a omissão de alguma das formalidades legais essenciais,
implica a sua anulação, repetição de todo o processado e, nalguns casos,
responsabilidade civil de quem pratica o ato - arts. 187.º a 191.º do CPC.
Este ato pode ser realizado em qualquer altura, inclusive durante as férias
judiciais e mesmo nos dias em que os tribunais estejam encerrados - art.º 137.º
n.º 2 do CPC.
Conforme dispõe o art.º 224º n.º 1 do CPC: "A citação e as notificações podem
efetuar-se em qualquer lugar onde seja encontrado o destinatário do ato,
designadamente quando se trate de pessoas singulares, na sua residência ou
local de trabalho".
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Considera-se pessoal a citação do executado quer seja efetuada por via postal
registada, quer seja efetuada por contacto pessoal do agente de execução ou
oficial de justiça.
A citação pessoal deve ser efetuada na própria pessoa do citando, salvo se a lei
expressamente permitir que se faça noutra pessoa, que fica encarregada de lhe
transmitir o conteúdo do ato.
5 dias :
• Quando a citação seja efetuada em pessoa diversa do réu.
• O réu seja citado fora da área da comarca sede do tribunal corre a ação
executiva.
15 dias:
• Quando o réu seja citado no território das regiões autónomas, ocorrendo a
execução no continente ou em outra ilha, ou vice-versa.
30 dias:
• Citação do réu no estrangeiro.
• Citação edital do réu.
• Citação por carta em depósito, quando o réu seja pessoa coletiva.
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Modalidades da citação
De acordo com o disposto no art.º 225.º do CPC, a citação pode ser pessoal ou
edital.
A citação pessoal efetua-se por uma das formas estabelecidas nos nºs 2 e 3 do
art.º 225.º do CPC.
A citação edital é aquela que tem lugar nos casos do art.º 225.º nº6 do CPC, e
verifica-se quando se ateste que o citando se encontra em parte incerta ou
quando sejam incertas as pessoas a citar.
Efeitos da citação
A informação ao réu de que contra ele foi proposta determinada ação judicial
gera uma série de efeitos. E quanto a estes efeitos a lei distingue entre efeitos
materiais e processuais. Ora, os efeitos materiais, são os efeitos que a citação
origina a nível de direito substantivo que está em discussão na ação judicial e
são eles os seguintes:
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Uma vez citado para a ação, o réu pode colocar-se numa situação de revelia ou
contestar a ação. A revelia traduz-se numa atitude negativa de não contestar a
ação.
A revelia absoluta verifica-se quando o réu não dá qualquer sinal de ter sido
citado e por isso não comparece em juízo, isto é, não constituiu mandatário
nem intervém de qualquer forma no processo - art.º 566.º do CPC.
O que ficou dito não significa que réu não tenha sido chamado à ação, muito
pelo contrário, o réu foi citado, nem que o tenha sido editalmente.
Neste caso, o tribunal irá verificar se a citação foi feita com as formalidades
legais e mandá-la repetir quando encontre irregularidades.
A revelia relativa verifica-se no caso de o réu ter sido citado regularmente para
a ação e não contestar a mesma dentro do prazo que dispõe para o efeito,
embora tenha intervindo de qualquer forma no processo, ou porque assinou a
certidão de citação ou porque juntou procuração a mandatário - art.º 567.º n.º
1 do CPC.
Em suma, diremos que a revelia será absoluta quando o réu não pratica
qualquer ato na ação, e será relativa quando o réu não contesta a ação embora
tenha praticado no processo qualquer outro ato processual, como seja a
constituição de mandatário.
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B – CONTESTAÇÃO
Da conjugação dos arts. 148.º nº2, 572.º e 583.º do CPC, concluímos que a
contestação deve ser articulada, ou seja, deduzida por artigos e deve
apresentar as mesmas partes que a petição inicial, isto é o introito, a narração,
a conclusão e as indicações complementares.
São 30 dias o prazo que o réu dispõe para apresentar a sua contestação, prazo
este que se conta a partir da citação - art.º 569.º nº1 do CPC. Porém, de acordo
com o nº 2 do mesmo artigo, existindo vários os réus, o prazo para a defesa de
todos, ou de cada um deles, pode ser oferecida até ao termo do prazo que
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Modalidades de contestação.
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Exemplo: se o réu reconhece que celebrou um contrato com o autor, mas que
o mesmo não tem a qualificação jurídica de compra e venda, mas sim de
empreitada ou, se o réu na sua contestação alega que, da descrição do acidente
de viação feita pelo autor resulta que este é que teve a culpa da ocorrência.
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admissão por acordo quando se trate de facto pessoal ou de que o réu deva ter
conhecimento, e vale como impugnação no caso contrário.
Exemplos: o autor alega que o réu destruiu certo objeto. Se o réu se limitar a
dizer que não sabe se tal facto é verdadeiro ou não, esta afirmação não pode
valer como impugnação porque ninguém pode desconhecer um facto que lhe é
imputado. Esta atitude o réu terá como consequência a admissão por acordo do
facto alegado pelo autor.
Mas, se o autor, lesado, na sequência de um acidente de viação, alegar ter
despendido 15.000 € em tratamentos e medicamentos, o réu pode desconhecer
tal facto porque não é um facto pessoal, o que equivale a impugnação.
Se o autor alegar que o réu conduzia o veículo que provocou o sinistro e o autor
negar esse facto, consideram-se igualmente impugnados todos os factos
referentes à responsabilidade do réu.
Também não se consideram admitidos por acordo, os factos em que não seja
admissível a confissão sobre ele, uma vez que, se a parte não o pode confessar,
também a falta de impugnação não pode ter como consequência a sua admissão
por acordo.
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- A ilegitimidade de alguma das partes - arts.º 278º nº1 al. d) e 577.º al. e) do
CPC.
A ilegitimidade, quando não devidamente sanada, conduz à absolvição do réu
da instância. De resto, a ilegitimidade é sanável quando resulta de não ter
demandado, ou não ter sido demandada, determinada pessoa, que devia tê-lo
sido juntamente com o autor ou o réu.
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Pelo que ficou dito, constata-se por vezes, que não é fácil distinguir a fronteira
entre defesa por impugnação e exceção perentória.
Exemplificando: A. e B. celebraram certo contrato nos termos do qual este se
obrigou a pagar determinado montante, até ao dia 31 de janeiro de 2020.
Estando próxima a data do vencimento, A. e B. acordam ambos em prorrogar o
prazo por mais 30 dias. No entanto, A. passados 15 dias intenta contra B. ação
judicial. B. defende-se invocando ter havido um aditamento ao contrato no
sentido de dilatar o prazo de pagamento para data que ainda não se verificou.
Numa primeira análise pode entender-se que se trata de uma defesa por
impugnação por se afirmar que os factos alegados pelo A. não podem produzir
o efeito jurídico por si pretendido. Porém, também pode considerar-se uma
defesa por exceção perentória pois são alegados factos, na contestação, que
são impeditivos do direito que o autor se arroga.
Perante o caso acima indicado diremos que estaremos perante uma exceção
quanto os factos alegados pelo réu, forem suscetíveis de integrar uma causa de
pedir autónoma e estaremos perante uma impugnação no caso inverso.
B 1 - RECONVENÇÃO
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Nos termos do disposto no art.º 299.º nº2 do CPC, depois do réu deduzir um
pedido reconvencional contra o autor na sua contestação, altera-se o valor da
causa, desde que o valor do pedido formulado pelo réu seja distinto do valor do
pedido deduzido pelo autor. Quando tal se verifique, a lei manda que se somem
os valores dos dois pedidos para efeitos de valor da causa. Nestes casos, o valor
da causa fixa-se automaticamente sem necessidade de qualquer despacho do
juiz, e é o que vier a resultar da soma do valor do pedido deduzido pelo autor
com o valor do pedido deduzido pelo réu. No entanto, tal valor não afeta os
atos praticados antes de deduzido o pedido reconvencional, produzindo apenas
efeitos no que respeita aos atos e termos posteriores à reconvenção - art.º 299.º
nº 3 do CPC.
C – RÉPLICA
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D – ARTICULADOS SUPERVENIENTES
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Após o despacho pré-saneador ou, não tendo este tido lugar, logo que tenha
terminado a fase dos articulados, o juiz designa dia para a audiência prévia.
Esta audiência decorre oralmente e em que estão presentes o juiz e as partes.
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Quanto ao despacho saneador, este pode ser ditado para ata na audiência
prévia ou, proferido por escrito, quando não haja lugar a esta audiência ou,
quando a complexidade da causa assim o exija.
7.3. A instrução
A instrução é fase de produção de prova, ou seja, os factos que ainda não foram
provados por algum dos meios admitidos por lei.
As provas devem e podem incidir sobre os factos controvertidos ou necessitados
de prova que sejam relevantes para o exame e decisão da causa - art.º 410.º do
CPC.
A não ser quando a lei estabeleça por forma contrária (como acontece em
certos procedimentos cautelares), as provas não serão admitidas nem
produzidas sem audiência contraditória da outra parte - art.º 415.º n.º 1 do CPC
e art.º 346º do CC.
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Meios de prova:
a) Prova documental - arts. 423.º e ss CPC;
b) Prova por confissão e por declarações das partes - arts. 452.º e ss CPC;
c) Prova pericial - arts. 467.º e ss do CPC;
d) Prova por Inspeção judicial - arts. 490.º ss CPC;
e) Prova testemunhal - arts. 495.º ss CPC).
7.4. Discussão
Este momento tem a ver com o debate entre os mandatários das partes.
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