Síndrome de Marfan 1
Síndrome de Marfan 1
Síndrome de Marfan 1
A Síndrome de Marfan é uma doença autossómica dominante causada por mutações É a principal causas de morbidade e mortalidade precoce na síndrome de Marfan e
no gene FBN1(está localizado no cromossomo 15 e apresenta 65 exões), que codifica incluem: o enfraquecimento da parede da aorta , que leva à dilatação da aorta
a glicoproteína fibrilina-1. ascendente, ao nível dos seios de Valsalva , o que pode resultar num aneurisma e/ou
disseção da aorta (Quando o revestimento da aorta rompe-se, devido ao seu
enfraquecimento, o sangue pode penetrar pela essa rutura e separar (dissecar) a
camada média da parede da aorta da camada externa/adventícia)
Além destes, pode ocorrer o prolapso da válvula mitral com ou sem regurgitação,
sendo que a regurgitação grave e prolongada da válvula mitral e / ou aórtica pode
predispor à disfunção ventricular esquerda e, ocasionalmente, insuficiência cardíaca e
endocardite (infeção na camada interna- endocárdio -do coração provocada
por uma bactéria ou um microorganismo proveniente de outro local do organismo tp
cavidade oral e se espalha pela corrente sanguínea).
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-Os pacientes são mais altos do que a média para a idade e a família ( crescimento -Hipermobilidade articular
anormal dos ossos longos) -Palato alto e ogival
-A aracnodactilia (dedos finos e desproporcionalmente longos) é perceptível, com -Fragilidade dos ligamentos e falta de elasticidade
frequência, pelo sinal do polegar (a falange distal do polegar vai além da borda com o -extremidades desproporcionalmente longas para o tamanho do tronco
punho fechado). (dolicostenomelia)
- crescimento excessivo das costelas que podem empurrar o esterno para dentro
(pectus excavatum) ou para fora (pectus carinatum)
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- ectopia lentis (cristalino deslocado para cima) -observada em aproximadamente Podem ocorrer doença pulmonar cística (caracteriza-se pela presença de cistos
60% das pessoas afetadas; visível através da pupila não dilatada envolvendo mais de um lobo pulmonar) e pneumotórax espontâneo recorrente (
-iridodonese (ondulação da iris por falta de apoio do cristalino) presença de ar entre as duas camadas da pleura resultando em colapso parcial ou
-Miopia total do pulmão ) espontâneo recorrente. Estas doenças podem causar dor e
- risco aumentado de descolamento de retina e catarata precoce respiração curta.
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Pode ocorrer a ectasia dural , que resulta da acumulação de líquido encefálico na história familiar (parentes de 1o grau com síndrome de Marfan)
região lombo sacral, o que leva ao alargamento do saco dural e canal lombo-sacral, Exame genético (existência de mutações FBN1 conhecidas como causadoras da
sendo um sinal comum e que ocorre mais frequentemente na espinha lombossacral. síndrome de Marfan)
Pode causar cefaleia (dor localizada na cabeça ou na região superior do pescoço), Exame com lâmpada de fenda (anormalidades do cristalino)
dores no região lombar ou deficits neurológicos (perda de movimento, sensação ou Radiografias do sistema esquelético (buscando anormalidades características de
função em um local específico do corpo, como o lado esquerdo da face, braço mãos, coluna, pelve, tórax, pés e crânio)
esquerdo ou áreas menores, como a língua ) , incontinência e falta de mobilidade das Imagens-padrão dos sistemas esquelético, cardiovascular e ocular são obtidas de
pernas. modo a revelar a existência de alguma anormalidade estrutural clinicamente
relevante e fornecer informações que contribuam para os critérios diagnósticos (p.
ex., ecocardiografia para identificar a dilatação da raiz aórtica e deteção de prolapso
da aorta).
Gostávamos ainda de realçar que nos Estados Unidos, o número de óbitos resultantes
desta doença foi reduzido com a cirurgia de reconstrução do tronco aórtico, evitando
assim a principal causa de morte, o que faz com que os pacientes diagnosticados
tenham expectativa de vida de uma pessoa normal.
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O síndrome de marfan está associado a mutações no gene fibrilina-1 (fbn1). Apresenta uma incidência de um caso por cada 5000 indivíduos.
este gene localiza-se no cromossoma 15, está organizado em 65 exões e codifica a -Exibe uma penetrância completa, o individuo com o genotipo apresenta o fenotipo
glicoproteína fibrilina. -expressividade variável intra e interfamiliar,
-pleiotropia
-não demonstra predileção por género, etnia ou distribuição geográfica
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As mutações distribuídas ao longo do gene FBN1 não apresentam uma correlação
aparente genótipo/fenótipo.
Este alto grau de variabilidade intra e interfamiliar sugere que fatores ambientais,
fatores estocásticos ou ainda a presença de genes modificadores influenciam a
expressão fenotípica da doença.
MUTAÇÃO MISSENSE
Neste tipo de mutações há uma alteração de uma das bases do DNA, de tal forma
que o tripleto de nucleótidos da qual
ela faz parte se altera, passando a codificar um aminoácido incorreto (diferente do
que seria esperado na posição
correspondente da proteína). Isto pode alterar a função da proteína em maior ou
menor grau, dependendo da
localização e da importância desse aminoácido em particular.
MUTAÇÃO NONSENSE
s há uma alteração de uma das bases do DNA, de tal forma que o tripleto de
nucleótidos da qual
ela faz parte se altera, passando a codificar um codão de terminação (sinal de fim de
cadeia aminoacídica). Ou seja, a
proteína nascente é truncada (cortada) prematuramente. Dependendo do local onde
a proteína é truncada, pode ou
não, preservar parte da função.
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Vários estudos têm procurado documentar correlações genótipo-fenótipo, sendo que
a mais forte estabelecida até ao momento relaciona-se com a SM neonatal, associada
a mutações nos exões 24-32 do gene FBN1, e que surge como a forma mais grave da
doença, manifestando-se logo após o nascimento. Estes recém-nascidos exibem
características comuns da SM como aracnodactilia e escoliose e ainda algumas
particularidades próprias deste fenótipo, como deformação das orelhas, contraturas
congénitas em flexão, enfisema pulmonar e descamação da pele. A sua sobrevida
para além dos 24 meses é muito rara, sendo a principal causa de morte a
insuficiência cardíaca congestiva associada à regurgitação mitral e tricúspide
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O Gene fibrilina1 contém a informação codificante para a respetiva proteína que, Pleiotropismo – a mesma alteração genética leva a alterações no organismo muito
após ser sintetizada, será integrada na matriz extracelular, nomeadamente nas fibras distintas umas das outras, aparentemente não relacionadas, mas quando se percebe
elásticas, uma vez que constitui um importante componente da rede de microfibrilas. qual a patologia/gene em causa, tudo faz sentido. Percebe-se que, sinais
As fibras elásticas são importantes componentes da matriz extracelular de estruturas aparentemente não relacionados, são manifestações de uma mesma alteração
ou órgãos que estão submetidos ao constante stresse mecânico, tais como pulmão, genética. Ocorrência de efeitos fenotípicos diferentes e aparentemente não
pele e grandes vasos. relacionados entre si, mas causados por um mesmo gene.
Alterações na estrutura da fibrilina-1 ou na sua quantidade (nomeadamente redução
da quantidade) encontram-se relacionados com o maior número de TGF-β (Fator de Heterogeneidade genética alélica – presença de mutações diferentes no mesmo loci,
crescimento transformante beta) ativos, promovendo a quase totalidade das originando a doença. Alelos diferentes no mesmo loci;
alterações fenotípicas encontradas.
Desta forma, mutações no gene FBN 1 provocam uma Produção reduzida e anormal
de fibrilina-1, o que leva à deficiência nas fibras elásticas, desencadeando os diversos
sintomas
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É, portanto, aconselhada a avaliação imagiológica regular da aorta, a administração
de β-bloqueantes e, em certos casos, cirurgia.
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Para a prevenção de manifestações primárias é aconselhável a utilização de Durante o período de gravidez é aconselhado o acompanhamento por um geneticista,
Betabloqueadores, que são substâncias que reduzem o ritmo cardíaco; de cardiologista e obstetra, uma vez que se verifica um aumento do risco de uma
antagonistas de Recetores da Angiotensina II (ARB), que são eficazes agentes disseção da aorta.
hipotensivos, que impedem a ação da angiotensina II, um potente vasoconstritor; e, A grávida deverá continuar a tomar beta-bloqueadores, sendo que a toma de
caso estes dois não possam ser utilizados, a utilização de anti-hipertensivos será uma inibidores ACE terá de ser interrompida.
opção, sendo que existe pouca informação sobre a sua eficácia em relação ao É também aconselhável a monitorização do tamanho da raiz aórtica a cada 2 a 3
síndrome em questão. meses.
É também aconselhado a utilização de inibidores ACE (inibidores da enzima
conversora de angiotensina), que são agentes anti-hipertensivos.
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Para indivíduos que apresentem síndrome de Marfan é aconselhável evitar atividades
que possam lesionar as articulações, desportos de contacto e exercício isométrico,
devendo, portanto, manter um exercício físico moderado.
É de evitar também substâncias como a cafeína, que estimulam o sistema
cardiovascular e agentes que causam vasoconstrição.
A cirurgia LASIK (para a correção de miopia) é desaconselhada e, pacientes em risco
de pneumotórax devem evitar respirar contra resistência, nomeadamente através de
instrumentos de sopro e ainda fazer mergulho.
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