Analise Sensorial Vinho

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Curso Intensivo de Conservação, Estabilização e Engarrafamento

A análise sensorial de vinhos

José Carvalheira
Laboratório de Química Enológica da DRAPC
A Prova dos Vinhos

O Objectivo - determinar o conjunto de sensações que o vinho


transmite, como forma de detectar virtudes e defeitos

A complexidade – largas centenas de compostos foram já identificados


nos vinhos. Esta complexidade de composição corresponde a uma
infindável gama de aromas e sabores naturais

Quem pode executar a prova dos vinhos?


Para se provar de forma mais rigorosa e consciente, é imprescindível o
conhecimento do produto, da composição da matéria prima e do vinho,
das metodologias de vinificação, estabilização, conservação e
envelhecimento. Isto não quer significar que apenas os enólogos
possam/devam provar, no entanto, outros melhorarão muito a sua
aptidão como provadores quanto mais conhecimento do produto
tiverem
Os órgãos dos sentidos
Os órgãos dos sentidos

O nariz/olfacto
Os órgãos dos sentidos

A boca (língua) – sabor


Substâncias de gosto ácido
Ácido tartárico Ácido málico Ácido cítrico
Ácido succínico Ácido láctico Ácido acético

Substâncias de gosto doce


Açúcares residuais – glucose , frutose, arabinose
Etanol Glicerol Poli álcoois

Substâncias de gosto salgado


Potássio Ferro Sódio
Magnésio Cálcio
Cloretos Tartaratos Sulfatos
Malatos
O copo de prova
ISO – 3591
A sua forma permite a
concentração dos aromas

Capacidade total – 250 mL

Volume recomendado de vinho –


50 mL
Características e condições do
provador
- A maioria das pessoas tem suficiente sensibilidade para que possa
exercitar-se, com sucesso, na prova de vinhos
- Excluem-se os indivíduos portadores de deficiências fisiológicas, casos
raros
- Não deve ter comido há pouco tempo (as sessões mais válidas realizam-
se entre as 11 e 13 horas)
- Não deve fumar, pelo menos imediatamente antes e durante a sessão
- Não deve usar perfumes ou desodorizantes com odor
- Um importante atributo do provador é a sua capacidade de atenção e
concentração
- Deve manter-se liberto de condicionamentos exteriores
- Os grandes provadores são aqueles que treinam e praticam
muito
Metodologia da prova
Metodologia da prova
O aspecto
Cores de Vinhos Brancos Cores de Vinhos Tintos

A Espuma
Bolha – Fina, média, grossa
Cordão de espuma – persistente / persistência
média / pouco persistente
Persistência da efervescência (espuma) – fugaz /
duradoura
Metodologia da prova
O aroma dos vinhos
Metodologia da prova
Vocabulário mais usual
Fichas de prova
Principais defeitos dos vinhos
Provocadas por má gestão do O2

Etanal / oxidação do etanol


Redução / Derivados de enxofre (ácido sulfídrico, sulfureto de dimetilo, sulfureto
de carbonilo, metanotiol, etanotiol, etc.)
Flor – desenvolvimento de um véu de leveduras (Candida mycoderma) à superfície do
vinho abandonado sem protecção anti-oxidante, transformando-se o etanol em
etanal

Provocadas por bactérias acéticas e má gestão do O2

Pico acético (Acetificação) – transformação do etanol em ácido acético


Aparecimento de acetato de etilo (esterificação do ácido acético por bactérias
acéticas), durante a FA ou a conservação/estágio na presença de oxigénio
Principais defeitos dos vinhos (cont)
Provocadas por bactérias lácticas
Pico láctico – produção de ácido acético e ácido láctico por bactérias lácticas, a
partir de pentoses e hexoses
Volta – degradação do tartárico por bactérias lácticas
Amargor – degradação do glicerol por bactérias lácticas
Gordura – produção de β-Glucanos por bactérias lácticas

Provocadas por leveduras de contaminação


Fenóis voláteis:4-etil fenol, 4-etil guaiacol,
4-vinil fenol, 4-vinil guaiacol

Provocada pela rolha / fungos


Gosto de rolha: 2,4,6 tricloroanisol 2,3,4,6 tetracloroanisol (metoxilação do
cloro por fungos) Geosmina (terroso, abolorado – presença de fungos)

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