0% acharam este documento útil (0 voto)
38 visualizações12 páginas

UD03 - Máquinas Elétricas

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1/ 12

Unidade Didática 03

Máquinas Elétricas

Curso de Eletricidade Básica Online

2016
Introdução à eletricidade

Página II de 12
Curso online de eletricidade básica

ÍNDICE

1 MÁQUINAS ELÉTRICAS ...................................................................................................1

1.1 PRINCÍPIOS BÁSICOS ........................................................................................................1


1.2 TIPOS DE MÁQUINAS .......................................................................................................1
1.2.1 GAIOLA DE ESQUILO ............................................................................................................... 3
1.2.1.1 Rotor............................................................................................................................... 4
1.2.1.2 Estator ............................................................................................................................ 5
1.2.1.3 Material Isolante ............................................................................................................ 5
1.2.1.4 Potência Elétrica............................................................................................................. 6
1.3 VELOCIDADE SÍNCRONA (NS) ..............................................................................................6
1.4 ESCORREGAMENTO (S) .....................................................................................................7

2 SIMBOLOGIA..................................................................................................................8

3 REFERÊNCIAS .................................................................................................................8

III
Lucas S. Santana
Instrutor em sistemas fotovoltaicos

1 Máquinas Elétricas
1.1 Princípios Básicos

Máquinas elétricas são dispositivos eletromagnéticos móveis que fazem a


conversão entre energia mecânica e energia elétrica. Possuem os mesmos princípios
construtivos e de funcionamento de um transformador, ou seja, contam com espiras,
enrolamentos, núcleo, carcaça, meio refrigerante e fluxo eletromagnético. Os motores e
geradores são exemplos de máquinas elétricas que contam com essas características.
Sendo que, suas principais diferenças de atuação, são:

ENERGIA MECÂNICA GERADOR ENERGIA ELÉTRICA

ENERGIA ELÉTRICA MOTOR ENERGIA MECÂNICA

Figura 95 – Conversão de energia em máquinas elétricas. Fonte: Lucas S. Santana

O gerador é a máquina elétrica que faz a conversão da energia mecânica


(movimento de uma turbina em uma usina hidrelétrica, por exemplo) presente na parte
móvel da máquina, em energia elétrica, na parte estática.

Por sua vez, o motor é a máquina que faz a conversão da energia elétrica
(conexão com a rede de distribuição em 127V, por exemplo) presente na parte imóvel
da máquina, em energia mecânica, na forma de movimento, na parte móvel.

1.2 Tipos de Máquinas

Existem dois tipos de máquinas elétricas: operadas em corrente contínua e/ou


corrente alternada.

As máquinas de corrente contínua possuem custos mais elevados, pois são


utilizadas em situações específicas onde são necessários grandes e precisos ajustes de
velocidade de rotação. Além disso, para operar em redes elétricas alternadas, a
máquina precisa possuir, internamente, um conversor para corrente contínua. As esteiras
industriais são exemplos de equipamentos tracionados por máquinas CC.

As máquinas de corrente alternada são mais empregadas, tanto no meio


residencial/comercial quanto no meio industrial. Por possuírem construção mais
simples, seu custo é relativamente baixo, em relação às máquinas CC. Inicialmente, o

Página 1 de 12
Introdução à eletricidade

maior empecilho ao uso dessas máquinas eram a baixa qualidade e precisão no controle
da velocidade de rotação. Atualmente, existem os dispositivos chamados de inversores
de frequência, que fazem o controle satisfatório dessa velocidade, diminuindo
drasticamente esse problema e tornando o uso comum desse tipo de máquina em quase
todas as aplicações.

Estima-se que existam mais de 15 modelos construtivos de máquinas elétricas:

 Máquinas CC:
 Excitação série;
 Excitação independente;
 Excitação coumpound;
 Imã permanente;

 Máquinas CA:
 Split-phase;
 Capacitor de partida;
 Capacitor permanente;
 Polos sombreados;
 Capacitores de dois valores;
 Síncrono de rotor bobinado;
 Relutância;
 Histerese;
 De gaiola;
 De anéis;
 Ímã permanente;
 Polos salientes;
 Polos lisos.

Dentre elas, o modelo mais difundido e utilizado em máquinas elétricas CA é o de


gaiola de esquilo, que será utilizado também, em nossos estudos sobre máquinas.

Com o avanço da tecnologia na confecção dos componentes utilizados na


máquina, como por exemplo, os condutores esmaltados em cobre e alumínio, dos papéis
preparados quimicamente para serem isolantes elétricos, o uso de chapas magnéticas e a
substituição de algumas partes estruturais feitas em ligas metálicas por materiais
plásticos, resultaram em redução drástica da relação peso x potência elétrica das
máquinas. Outro fator relevante à máquina é a subsequente redução de seu volume x
potência, como ilustrado no gráfico a seguir.

Página 2 de 12
Lucas S. Santana
Instrutor em sistemas fotovoltaicos

Figura 96 - Evolução da máquina elétrica. Fonte: Weg.

Veja que, por volta de 1891, uma máquina elétrica possuía 88kg para cada kW de
potência. Ou seja, uma máquina de 2 kW de potência pesava cerca de 176kg, ao passo
que, no ano 2000, uma máquina de mesma potência pesava aproximadamente 9kg.
Redução de 94%.

Informação:
Os ventiladores residenciais de teto, chão e pedestal, são exemplos de
produtos que utilizam motores em corrente alternada do tipo gaiola de
esquilo.

1.2.1 Gaiola de Esquilo

Figura 97 - Motor CA monofásico explodido. Fonte: Google Imagens.

Página 3 de 12
Introdução à eletricidade

1.2.1.1 Rotor
O rotor é a parte móvel de qualquer máquina elétrica. É composto pelo eixo
principal, onde se fixam os dispositivos girantes exigidos dentro de um sistema (hélices,
correias, cremalheiras, por exemplo) e junto ao eixo está a parte ferromagnética,
responsável pelo fluxo magnético.

Nos casos dos motores, pela injeção de tensão e corrente elétrica alternada no
estator da máquina, gera-se um campo magnético capaz de excitar o rotor, gerando o
movimento.

Já para os geradores, por conta do movimento do rotor provocado por alguma


fonte externa (hidroelétrica, por exemplo), o fluxo magnético é capaz de gerar corrente
elétrica nos enrolamentos do estator. Por consequência, tem-se também, diferença de
potencial nos terminais do gerador. A partir daí então, o gerador faz o processo disposto
no diagrama da figura 95.

Construtivamente, o rotor em gaiola de esquilo é formado por um conjunto de


barras condutoras paralelas, interligadas física e eletricamente a dois anéis também
condutores, formando um tipo de coroa circular curto-circuitando todas as barras, como
mostrado na figura 98, abaixo:

Anel

Barras do Rotor
Figura 98 - Rotor gaiola de esquilo. Fonte: Lucas S. Santana.

Entre os anéis condutores, são colocadas chapas circulares de material magnético,


preenchendo todo o espaço da gaiola, a fim de proporcionar um maior fluxo magnético
no rotor. Essa característica construtiva garante grande robustez ao conjunto móvel. A
figura 97 mostra um rotor tipo gaiola de esquilo preenchido por chapas ferromagnéticas.

A grande maioria dos fabricantes de máquinas elétricas do tipo gaiola de esquilo


faz o uso das ligas de alumínio ou ligas de latão, ao invés do cobre, na confecção das
barras e dos anéis condutores, visando reduzir os custos de produção desse componente.

Página 4 de 12
Lucas S. Santana
Instrutor em sistemas fotovoltaicos

1.2.1.2 Estator
O estator compreende a parte estática e estrutural da máquina, de construção
robusta em ferro fundido, aço ou alumínio injetado, resistente à corrosão e normalmente
com aletas. É responsável também, por grande parte da refrigeração da máquina, pois as
aletas aumentam a superfície de contato com o ambiente externo, proporcionando maior
troca de calor com o ar. Além disso, toda máquina agrega um ventilador em uma das
extremidades do rotor. Assim, quando em giro, o ventilador promove o resfriamento
interno do equipamento.

Aletas do Estator

Figura 99 - Motor de indução Gaiola de Esquilo. Fonte: Weg.


< http://www.weg.net/files/photos-products/WQuattro-B3D-G.jpg>

Uma de suas principais características é que o estator de uma máquina de indução


em gaiola de esquilo é a única parte energizada através da rede de alimentação. Pois, o
estator, através do fluxo magnético gerado induz o movimento de rotação do rotor.

1.2.1.3 Material Isolante


Outro colaborador importante presente tanto no rotor quanto do estator, são os
materiais isolantes nos enrolamentos condutores. Sua principal função é limitar ou
mitigar o fluxo das correntes elétricas em regiões impróprias. Além disso, no processo
de construção da máquina elétrica, os isolantes dão suporte mecânico e protegem os
condutores de desgastes provocados pelo meio ambiente. São exemplos de isolantes,
esmalte de isolação do fio, verniz de impregnação, isolação do cabo de ligação e
isolação de solda.

Informação:

Nas máquinas elétricas não se utilizam óleos refrigerantes.

Página 5 de 12
Introdução à eletricidade

1.2.1.4 Potência Elétrica


A unidade de potência de uma máquina elétrica pode ser dada em HP (Horse-
Power), cv (cavalo-valor) ou kW (Quilowatt). O quadro abaixo, dispõe de uma
conversão muito útil no meio elétrico. No Brasil, a unidade mais utilizada é a cv.

De Multiplique por Para


cv 0,736 kW
HP 0,746 kW
kW 1,34 cv
kW 1,36 HP
Quadro 1 – Unidades de potência para máquinas elétricas. Fonte: Lucas S. Santana.

E, na figura 100 é exposta a placa identificadora de um motor elétrico monofásico.

Potência
em kW
Frequência
Potência
em cv

Rendimento

Figura 100 – Placa identificadora motor gaiola de esquilo. Fonte: Google Imagens (adaptado).

1.3 Velocidade Síncrona (ns)

A velocidade síncrona do motor é definida pela velocidade de rotação do campo


eletromagnético girante.

Figura 101 - Polos de uma máquina CA. Fonte: Lucas S. Santana.

Página 6 de 12
Lucas S. Santana
Instrutor em sistemas fotovoltaicos

Essa velocidade depende da frequência e do número de polos da máquina, que são


os enrolamentos formados pelos fios condutores, responsáveis por “imitar” a função de
um imã permanente alternadamente (polo “norte” e polo “sul”) ao longo da máquina.

Assim, a velocidade síncrona é:

(21)
Com,

ns – velocidade síncrona, em rpm;

f – frequência, em Hertz (Hz);

p – quantidade de polos.

As máquinas elétricas já possuem velocidades conhecidas e tabeladas. No Brasil, como


a frequência adotada é de 60 Hz, temos as seguintes velocidades síncronas:

Máquina Velocidade Síncrona


(polos) (rpm)
2 3.600
4 1.800
6 1.200
8 900
Quadro 2 - Velocidade síncrona de uma máquina CA. Fonte: Lucas S. Santana.

1.4 Escorregamento (s)

A velocidade real de uma máquina é um pouco abaixo da velocidade síncrona,


pois o rotor está sempre tentando acompanhar através de movimento, o sentido do
campo eletromagnético girante gerado pelo estator. Assim, para essa diferença de
velocidade entre o rotor e o campo girante, dá-se o nome de escorregamento. Pode-se
calcular o escorregamento através de uma equação de porcentagem:

(22)

Por fim, a velocidade real do rotor também pode ser calculada através da equação
(22.1) a seguir:

(22.1)

Página 7 de 12
Introdução à eletricidade

Onde,

s – escorregamento, em porcentagem;

ns – velocidade síncrona, em rpm;

nr – velocidade do rotor, em rpm;

f – frequência, em Hertz (Hz);

p – quantidade de polos.

2 Simbologia
Para questões de diagramas elétricos onde são necessários o uso de
transformadores, suas representações segundo a IEC 60617 - Graphical symbols for
diagram, são:
Tabela 9 – Simbologia de transformadores em circuitos elétricos

Nomenclatura Símbolo Nomenclatura Símbolo Nomenclatura Símbolo


Gerador de
Motor de Motor de Indução
Indução Indução Trifásico de
Monofásico Trifásico Imã
Permanente

3 Referências

[1] GUSSOW, Milton. Eletricidade Básica. 2ed. Ed. São Paulo: Pearson Makron
Books, 1997.

[2] HALLIDAY, David; RESNICK, R. Fundamentos de Física, volume 3:


Eletromagnetismo. 8ed. Rio de Janeiro: LTC, 2009.

[3] FITZGERALD, A. E; KINGSLEY, C. Jr; UMANS, S. D. Máquinas Elétricas:


Com Introdução à Eletrônica de Potência. 6ed. Bookman.

Página 8 de 12

Você também pode gostar