Universidade Estadual Paulista "Julio de Mesquita Filho": Instituto de Geociências E Ciências Exatas
Universidade Estadual Paulista "Julio de Mesquita Filho": Instituto de Geociências E Ciências Exatas
Universidade Estadual Paulista "Julio de Mesquita Filho": Instituto de Geociências E Ciências Exatas
Trabalho de Formatura
2015
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
Instituto de Geociências e Ciências Exatas
Rio Claro - SP
551.302 Silveira, Yasmim Garcia da
S587a Análise multicriterial ponderada no estudo de suscetibilidade erosiva
no entorno de dutos : estudo de caso: Duto Orbel, Rio de Janeiro / Yasmim
Garcia da Silveira. - Rio Claro, 2015
55 f. : il., figs., gráfs., tabs., quadros, mapas + mapa
Comissão Examinadora
________________________________ ________________________________
i
ABSTRACT
Pipelines are closed conduits for transport or transfer of oil and its derivatives and
natural gas. The long lines of pipelines integrate the areas of extraction, processing, refining
and consumption of these products. It crosses several municipalities with distinct physical and
socioeconomic characteristics. Therefore, monitoring of pipelines has great importance for the
prevention of accidents in your surroundings and establishing contingency plans. Remote
sensing is an important tool for supervision of pipelines, as it identifies the consequences left
by natural phenomena and enables analyze large territorial dimensions at regular periods of
time. This work aims to produce a susceptibility map the occurrence of erosion along the
Orbel pipeline, located in the state of Rio de Janeiro, covering the municipalities of Nova
Iguaçu, Duque de Caxias and Belford Roxo. GeoEye sensor system images were used with
spatial resolution of 0.5 m, from November/2009, January/2010 and March/2010, that are
months of summer rains. The work involved the characterization of the study area and
existing erosive features such as grooves, ravines, gullies, overgrazing and undermining the
river bank, through theoretical grounding; application of visual interpretation techniques in
the extraction of features; elaboration of thematic maps concerning the conditions of features
and, finally, the development of erosive susceptibility map. From the relationship between the
extracted erosive features and lithological units, relief systems, soil classes, use and
occupancy, types of vegetation, slope and the susceptibility map, presented in 1:70,000 scale,
it was possible to conclude that slope is the main determinant of the process, allied
secondarily to relief system, lithology, use and occupancy, soil and vegetation.
ii
Lista de Figuras
iii
Lista de Tabelas
iv
Lista de Quadros
v
Lista de Siglas e Abreviaturas
vi
Sumário
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................................1
2. OBJETIVO...........................................................................................................................6
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.....................................................................................24
4.1 Erosão..................................................................................................................................24
4.1.1 Fatores Naturais da Erosão..............................................................................................25
4.1.2 Tipos de Erosão...............................................................................................................26
4.1.3 Áreas de Superpastejo......................................................................................................28
4.2 Geoprocessamento..............................................................................................................29
4.2.1 Sensoriamento Remoto....................................................................................................31
4.2.2 Sistema de Informação Geográfica (SIG).......................................................................32
4.3 Suscetibilidade a erosão linear por meio da Análise Multicriterial Ponderada..................33
5. MATERIAIS E MÉTODOS..............................................................................................35
5.1 Materiais..............................................................................................................................35
5.2 Métodos..............................................................................................................................36
5.2.1 Revisão bibliográfica.......................................................................................................37
5.2.2 Aquisição e organização dos dados................................................................................39
vii
5.2.3 Processamento das imagens.............................................................................................38
5.2.4 Extração das informações nas imagens............................................................................38
5.2.5 Cruzamento das informações por meio da Análise Multicriterial Ponderada.................39
5.2.6 Análise dos resultados e conclusão.................................................................................40
6. RESULTADOS E DISCUSSÕES......................................................................................41
6.1 Análise da extração de feições erosivas lineares e superpastejo.........................................41
6.2 Influência do Superpastejo.................................................................................................42
6.3 Relação entre as feições erosivas e seus condicionantes....................................................42
6.3.1 Litologia...........................................................................................................................42
6.3.2 Sistemas de Relevo..........................................................................................................43
6.3.3 Classes Pedológicas.........................................................................................................44
6.3.4 Uso e Ocupação...............................................................................................................45
6.3.5 Tipo de Vegetação...........................................................................................................46
6.3.6 Declividade......................................................................................................................47
6.3.7 Mapa de Suscetibilidade a Feições Erosivas Lineares.....................................................47
7. CONCLUSÕES...................................................................................................................49
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................50
APÊNDICES
Apêndice I – Mapa de unidades litológicas e feições erosivas lineares e de superpastejo
Apêndice II – Mapa de sistemas de relevo e feições erosivas lineares e de superpastejo
Apêndice III – Mapa de unidades pedológicas e feições erosivas lineares e de superpastejo
Apêndice IV – Mapa de uso e ocupação e feições erosivas lineares e de superpastejo
Apêndice V – Mapa de tipos de vegetação natural e feições erosivas lineares e de
superpastejo
Apêndice VI – Mapa de declividade e feições erosivas lineares e de superpastejo
Apêndice VII – Mapa de Suscetibilidade a Feições Erosivas Lineares
viii
1
1. INTRODUÇÃO
O petróleo é a principal fonte de energia não renovável do mundo. É formado por uma
complexa combinação de hidrocarbonetos alifáticos, alicíclicos e aromáticos. A partir de um
processo de destilação fracionada, é possível extrair dele produtos como gasolina, óleo diesel,
querosene, nafta petroquímica, lubrificantes, solventes, entre outros. O transporte desses
materiais, desde a plataforma de extração até as refinarias, e posteriormente aos centros
consumidores, é realizado por meio de ferrovias, rodovias e, principalmente, por malhas
dutoviárias.
Os dutos, segundo a portaria nº 125 da ANP de 2002, definem-se de modo geral como
condutos fechados destinados ao transporte ou transferência de petróleo e seus derivados ou
gás natural. Os sistemas dutoviários contribuem para o transporte do petróleo e seus
derivados, gás natural, produtos químicos e álcool, acelerando o escoamento dessas produções
em países com grandes dimensões continentais como o Brasil.
As extensas faixas de dutos integram as áreas de extração, beneficiamento, refinaria e
consumo desses produtos, atravessando diversos municípios e Estados com características
distintas quanto aos aspectos físicos e socioeconômicos (TERZIAN, 2005). Deste modo, é
indispensável o monitoramento das atividades antrópicas e dos processos naturais no entorno
dos dutos, averiguando constantemente o funcionamento do sistema dutoviário, a fim de
proteger a integridade dos dutos e do ambiente no qual se inserem.
O monitoramento dos riscos ao duto relacionados a atividades antrópicas engloba o
uso e ocupação do solo, pois o homem possui grande capacidade de transformação do meio
em que vive. A interferência humana na evolução natural tem acelerado os diversos
fenômenos naturais, causando um desequilíbrio nas condições naturais, de forma que a taxa
de erosão supera a taxa de recuperação do sistema.
Em relação às atividades relacionadas ao meio ambiente, o controle de feições
erosivas como sulcos, ravinas, voçorocas e solapamento de margem de rio é bastante
complexo. Exige estudos multidisciplinares, como sobre geologia, geomorfologia, pedologia,
vegetação e clima de toda a região atravessada pelo duto. A análise desses aspectos vai
indicar a propensão natural do meio à ocorrência de feições erosivas.
Procedimentos estratégicos de controle e intervenção em caso de acidentes também
devem considerar aspectos técnicos, como controle de vazão, pressão, temperatura, densidade
do produto transportado, e aspectos físicos do duto, como corrosão.
2
recorrência". O termo „risco‟ erroneamente costuma ser utilizado para indicar suscetibilidade,
porém, o risco de ocorrência de um determinado fenômeno está relacionado a sua
possibilidade temporal (ZÊZERE et al. 2004).
Os dutos recebem diferentes designações, sendo classificados de acordo com o
material que transportam. Dessa forma, podem ser oleodutos (petróleo, gasolina, óleo diesel,
etc), gasodutos (gás natural), minerodutos (sal-gema, minério de ferro, etc), aquadutos (água,
esgoto, etc) ou ainda polidutos, quando transportam mais de um tipo de material. Podem ser
de transporte ou de transferência. Os dutos de transporte levam produtos a grandes distâncias,
enquando os dutos de transferência levam os produtos a pequenas distâncias, geralmente
dentro de uma mesma planta de refinaria ou indústria.
Segundo sua forma de construção, os dutos podem ser terrestres, aéreos ou
submarinos. Os terrestres podem ser subterrâneos, enterrados no solo e protegidos das
intempéries ou vandalismo; ou aparentes, comuns na chegada ou saída das estações de
bombeio, carregamento e descarregamento. Os dutos aéreos estão acima do solo e são
recursos utilizados quando é necessário atravessar grandes vales, terrenos acidentados, entre
outros. Nos dutos submarinos, a tubulação está emersa no fundo do mar, sendo utilizados
principalmente para transporte de petróleo de plataformas de extração offshore até o
continente.
As faixas dutoviárias são obras lineares e superficiais, envolvendo apenas o horizonte
de solo. Podem percorrer grandes distâncias, tornando-se um artifício oportuno para um país
de grande extensão territorial como o Brasil (Nogueira-Junior & Marques, 1998). No entanto,
por atravessarem amplas distâncias e cruzarem contextos morfológicos e geológicos distintos,
podem ser submetidos a diferentes tipos de processos do meio físico e antrópico.
As atividades dutoviárias no Brasil iniciaram na década de 40, com a criação da
Petrobras, que deteve o monopólio da exploração de petróleo no país até 1997 e contribuiu
para a construção da maior parte da malha dutoviária do país (FOGLIATTI et al. 2004).
Em 2013, o Brasil contava com 601 dutos destinados à movimentação de petróleo e
seus derivados, gás natural e outros produtos, perfazendo 19,7 mil km. Destes, 150 dutos
(14,3 mil km) eram destinados ao transporte, enquanto 451 (5,4 mil km) à transferência. Os
oleodutos somavam 110 dutos, com 11,7 mil km de extensão. 422 dutos, totalizando 5,9 mil
km, movimentavam derivados de petróleo, e outros 32, com quase 2 mil km, movimentavam
petróleo. A movimentação dos demais produtos, como etanol e solventes, era feita por 37
dutos, num total de 76 km (ANP, 2014).
4
Por sua vez, a AII considera os riscos potenciais em relação ao duto, sendo utilizada para
estudos do meio físico e biótico. Uma terceira área, chamada Área de Influência Variável
(AIV), considera características peculiares de distribuição espacial para o meio antrópico,
englobando a área total de todos os municípios interceptados pela AII (FERREIRA, 2009).
De acordo com Ferreira (2009), os oleodutos ORBEL I e ORBEL II registram apenas
um acidente cada envolvendo vazamentos. Em 1984 ocorreu o vazamento de nafta no
ORBEL I, no município de Miguel Pereira – RJ. Já em 2005, petróleo vazou no oleoduto
ORBEL II, no município de Santos Dumont – MG. Um incidente sem vazamento ocorreu em
2009, no município de Duque de Caxias, quando um matacão caiu sobre o duto ORBEL II,
danificando a tubulação e necessitando de paralisação para reparos.
6
2. OBJETIVO
3.2 Geologia
Rochas metamórficas com idade de 500 milhões até cerca de 2 bilhões de anos
compõem as litologias dominantes no Estado do Rio de Janeiro. São representadas por
ortognaisses, paragnaisses e metassedimentos (e.g. mármore).
Ocorrem, ainda, rochas alcalinas de 70 a 40 milhões de anos, rochas graníticas de
cerca de 500 milhões de anos e rochas e diques básicos ligados à abertura do Oceano
Atlântico (MANSUR et al. 2005).
Sedimentos Quaternários, compostos por turfas, lamas, areias, cascalhos e
conglomerados, são encontrados em vales de rios, próximo a lagoas e ao litoral. Processos
fluviais e marinhos depositaram os Sedimentos Terciários, formando as bacias de Campos,
Resende e Itaboraí.
3.4 Pedologia
3.5 Vegetação
De acordo com IBGE (2004), a área de estudo está situada no Bioma Mata Atlântica,
no domíno de Floresta Ombrofólia Densa. Os índices pluviométricos são os mais elevados da
região litorânea, com precipitação bem distribuída durante o ano todo.
Na área de estudo, foram observados cinco tipos distintos de vegetação, sendo quatro
subdivisões de florestas da Mata Atlântica e campos de várzea, descritos a seguir no Quadro
4. A Figura 5 exibe o Mapa de Tipos de Vegetação Natural da área.
Devido a utilização do solo para outros fins, como agricultura, pecuária e crescimento
urbano, o desmatamento modificou a vegetação do Estado do Rio de Janeiro.
Figura 5: Mapa de Tipos de Vegetação Natural da área. Fonte: adaptado de CPRM (2000).
19
Figura 6: Mapa de Uso e Ocupação. Fonte: adaptado por Ferreira (2009) de CPRM (2000).
20
3.7 Declividade
3.8 Clima
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
4.1 Erosão
Os tipos de erosão são definidos de acordo com o seus agentes modeladores e nos
processos de desgaste dos solos. Podem ser: eólica, marinha, glacial, biológica ou hídrica
(fluvial e pluvial). O foco deste trabalho é o monitoramento de erosões hídricas, que ocorrem
em três etapas: desagregação das partículas, transporte pelo escoamento superficial e
deposição do material formando depósitos de assoreamento.
A primeira fase da erosão hídrica, a desagregação das partículas (Figura 9), consiste
no impacto das gotas de chuva com o solo desprotegido, desintegrando as partículas. A
capacidade das gotas de chuva de desprender as partículas depende da energia cinética que
elas atingem no movimento de queda e das propriedades do solo. Quanto maior a energia
cinética e menor a agregação entre as partículas de solo, maior será o desprendimento. A
partícula desagregada pode manter-se livre na superfície do solo e ser transportada pelo fluxo
de escoamento superficial ou descer através dos poros do solo, podendo colmatar e gerar
crostas. Essa desintegração costuma ser mais intensa no início da precipitação, tendendo a se
amenizar quando uma lâmina de água se forma sobre o solo (JETTEN et al. 2003).
A fase seguinte corresponde ao transporte pelo escoamento superficial. As partículas
que foram desprendidas do solo pelo impacto das gotas de chuva são carreadas até grandes
distâncias da sua fonte de origem. Se a energia do fluxo gravitacional for suficiente para
quebrar os agregados naturais do solo, o fluxo superficial também pode causar erosão. Esse
aspecto dualista do escoamento superficial, de desagregação e transporte, depende de diversos
fatores relacionados às características do escoamento, ao tamanho das partículas do solo, à
declividade do terreno, às condições da cobertura vegetal, entre outros (JETTEN et al 2003).
A deposição ou assentamento é a etapa final do processo de erosão hídrica. Ocorre
quando o fluxo de escoamento perde sua velocidade de transporte ou encontra algum
obstáculo físico.
27
Figura 9: Desagregação do solo pelo impacto da gota de chuva. Fonte: Weill & Pires Neto
(2007).
Quadro 6: Tipos de erosão hídrica linear. Fonte: adaptado de Almeida Fiho & Ridente Jr.
(2001) e Santoro (2009).
Tipo Descrição
Formam incisões na superfície, em geral, inferiores a 0,5m
e suas bordas possuem pequenas aberturas na superfície do
Sulcos terreno. Pode ser originada de precipitações intensas ou
suceder a erosão laminar. São perpendiculares às curvas de
nível. Ocorrem associados a trilhas de gado e em solos
expostos.
28
4.2 Geoprocessamento
geográfica, que seriam inviáveis de serem tratadas utilizando métodos analógicos e/ou
tradicionais (MARCELINO, 2008).
O avanço de tecnologias de geoprocessamento trazem melhorias significativas em
vários aspectos relacionados à questão espacial, como no desenvolvimento de pesquisas,
ações de planejamento e processos de gestão de risco.
Dentre as principais ferramentas computacionais que representam o
geoprocessamento, pode-se citar:
Sensoriamento Remoto;
Sistema de Informação Geográfica (SIG) e
Sistema de Posicionamento Global (GPS).
Marcelino (2008) descreve diferentes aplicações das geotecnologias na gestão de
riscos, apresentadas no Quadro 7:
5. MATERIAIS E MÉTODOS
5.1 Materiais
5.2 Métodos
A técnica escolhida para extração foi a análise visual, que consiste na interpretação
visual e identificação das feições erosivas por meio de critérios como forma, tamanho,
ausência de vegetação marcada pelo solo exposto e orientação e direção da enconsta (feições
lineares orientam-se no sentido de caimento da vertente, enquanto superpastejo segue
acompanha curva de nível).
A diferença entre sulcos e ravinas baseou-se nos seguintes critérios: a largura da feição
e a presença de sombra para o caso da ravina, mostrando sua maior profundidade.
A extração das informações é manual, realizada diretamente sobre as imagens digitais
consideradas e depende principalmente da experiência do fotointérprete. As escalas utilizadas
no processo variaram de 1:2.000 a 1:10.000, possibilitando o detalhamento das feições.
Utilizou-se o software ArcGis 10.2.2 (ESRI, 2014) para a extração manual das feições
erosivas lineares e de superpastejo.
As informações foram cruzadas utilizando o software ArcGis 10.2.2 (ESRI, 2014), por
meio de análise multicriterial ponderada, para a determinação de unidades do terreno que
foram classificadas quanto a sua suscetibilidade ao desenvolvimento de erosões lineares.
Para a confecção do Mapa de Suscetibilidade a Feições Erosivas Lineares foram
analisados os condicionantes físicos naturais e antrópicos do processo, atribuindo-se pesos
para cada um deles, sendo: unidades litológicas, sistemas de relevo, classes pedológicas, uso e
ocupação, tipos de vegetação e declividade; e também para as classes de cada mapa.
Os pesos utilizados estão dispostos na Tabela 5.4 e foram ajustados, utilizando, para
sua calibração, os processos erosivos mapeados. Realizou-se a contagem de cada uma das
feições erosivas dentro de cada uma das classes dos diferentes condicionantes. Para as classes
com maior quantidade de feições, foi atribuído um peso maior. E para aquelas com menor
quantidade de feições, foi atribuído um peso menor.
A ferramenta utilizada para a geração do mapa de suscetibilidade, em software Arc
Gis 10.2.2, foi Weighted Overlay e os dados utilizados foram os da Tabela 4. A classificação
quanto à suscetibilidade foi dividida em quatro classes: Baixa, Média, Alta e Muito Alta. A
validação do mapa foi feita a partir da sobreposição das feições erosivas hídricas lineares
extraídas nas imagens de sensor GeoEye e da análise da quantidade de feições em cada uma
dessas classes de suscetibilidade.
40
6. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Figura 12: Feições erosivas extraídas no ArcGis 10.2.2. i) solapamento de margem rio; (ii) feição de
solapamento extraída (polígonos azuis); (iii) sulco, ravinas e superpastejo; (iv) feições de sulco (traço
amarelo), ravinas (traços vermelhos) e superpastejo (polígono verde claro) extraídas.
42
6.3.1 Litologia
100
90
80
70 Tinguá
60
50 Unidade Serra dos Órgãos
40
30 Depósitos Flúvio
20 Lagunares
10
Unidade Santo Aleixo
0
100
90
80
70
60
50
40
30 Sulcos
20 Ravina
10 Solapamento
0 Superpastejo
Foi possível constatar que a maior parte das feições erosivas extraídas encontra-se na
classe de Colinas Isoladas, que apresenta, ainda, a única ocorrência de voçoroca.
Secundariamente, essas feições concentram-se na classe Planícies Aluviais, porém
apresentando baixa quantidade de superpastejo.
44
100
90
80
70
60
50 Sulcos
40
30 Ravinas
20
Solapamento
10
0 Superpastejo
CX - GJh - LVA - 14 LVA - 4 RY - SX - Área
Cambissolo Gleissolo Latossolo Latossolo Neossolo Planossolo urbana
Hápico Tiomórfico vermelho Vermelho flúvico hálico
Húmico amarelo amarelo
álico distrópico
A partir do gráfico (Figura 6.4) e do mapa (Anexo III) apresentados, pode-se constatar
que a maior parte das feições erosivas lineares, assim como as de superpastejo, está
concentradas nas unidades LVA – 4 Latossolo vermelho amarelo distrópico e RY – Neossolo
flúvico. A principal diferença entre essas duas classes, no que se refere à porcentagem de
feições, reside no fato da classe LVA – 4 possuir maior concentração de feições de
superpastejo, enquanto a classe RY concentra mais feições de solapamento de margem de rio.
A classe LVA – 4 também possui a única ocorrência de voçoroca.
Secundariamente, as feições concentram-se na classe LVA – 14 Latossolo vermelho
amarelo álico. As menores concentrações encontram-se nas classes SX – Planossolo hálico e
Área Urbana, sendo que não há a ocorrência de todas as feições nessas duas classes.
45
100
90
80
70
60
50
40
30
20 Sulcos
10 Ravinas
0 Solapamento
Superpastejo
Foi possível observar que tanto as feições erosivas de superpastejo quanto as feições
erosivas lineares se concentram na classe de Pastagens e, subordinadamente, mata.
Secundariamente, essas feições estão concentradas nas classes de Pastagens e Agricultura,
prevalecendo solapamento de margem de rio e Pastagens e pequenos fragmentos de mata,
prevalecendo superpastejo. Essa classe apresenta a única ocorrência de voçoroca.
Em seguida, as feições concentram-se na classe Mata Atlântica Preservada, com baixa
porcentagem de solapamento de margem de rio. A classe Área Urbana possui baixa e
homogênea concentração de feições erosivas lineares, enquanto a classe de Pastagens e área
46
urbana possui escassas ocorrências apenas de sulcos e superpastejo. A classe Pastagens não
apresentou nenhuma das feições erosivas.
100
90
80
70
60
50
40
30
20 Sulcos
10 Ravinas
0
Solapamento
Superpastejo
Figura 17: Gráfico relacionando os tipos de vegetação com as porcentagens das feições.
6.3.6 Declividade
100
90
80
70
60 0 - 15°
50 15 - 30°
40 30 - 45°
30 > 45°
20
10
0
Sulcos Ravinas Solapamento Superpastejo
Figura 18: Gráfico relacionando classes de declividade com as porcentagens das feições.
Com a utilização dos mapas temáticos exibidos anteriormente, Mapa Litológico, Mapa
de Sistemas de Relevo, Mapa de Classes Pedológicas, Mapa de Uso e Ocupação, Mapa de
Tipos de Vegetação Natural e Mapa de Declividade, e empregando-se a técnica de análise
48
100
90
80
70
60
Sulcos
50
Ravinas
40
Solapamento
30
20
10
0
Muito baixa Baixa Média Alta
7. CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CORSEUIL, C. W.; CAMPOS, S. Análise de adequação do uso das terras por meio de
técnicas de geoprocessamento e análise de multicritérios. In: Simpósio Brasileiro de
Sensoriamento Remoto, 13. (SBSR). 2007, Florianópolis.Anais... São José dos Campos:
INPE, 2007. p. 2471-2478. CD-ROM, On-line. ISBN 978-85-17-00031-7.
EASTMAN, J. R. 2003. Idrisi Kilimanjaro: guide to GIS and image processing. Worcester:
Clark University, 328p. Manual Version 14.00.
FENDRICH, R.; OBLADEN, N.L.; AISSE, M.M. & GARCIAS, C.M. Drenagem e Controle
da Erosão Urbana. Curitiba: Champagnat, 4. Ed., 486 p, 1997.
FERREIRA, M. V. Análise das pressões do uso e ocupação da terra sobre o trecho da faixa
de dutos Rio – Belo Horizonte. 2009. 184f. Dissertação de Mestrado em Geociências e Meio
Ambiente, Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista, Rio
Claro.
FLORENZANO, T.G. Imagens de satélite para estudos ambientais. São Paulo: Oficina de
Textos. 2002.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidades. IGBE 2010. Disponível em:
<http://cidades.ibge.gov.br/xtras/home.php?lang=>. Acesso em: 02.Set.2015.
IPT, Instituto de Pesquisas Tecnológicas. Manual de ocupação de encostas, São Paulo: USP,
1991.
JETTEN, V.; GOVERS, G.; HESSEL, R. Erosion models: quality and spatial predictions.
Hydrological Processes, Chichester, v. 17, n. 5, p. 887-900, Apr. 2003.
JICA. Japan International Cooperation Agency. The study of recuperation of the Guanabara
Bay ecosystem. Supporting Report, Tokyo, Kokusai Kogyo Co., Ltd, Vol. 1-4. 1994.
ROY, B. Multicriteria methodology for decision aiding. Dordrecht. Kluwer Academic. 1996.
RSI - RESEARCH SYSTEMS INC. The Environment for Visualizing Images - ENVI.
Boulder, CO, USA, 2009.
SALOMÃO, F.X.T. & IWASA, O.Y. Erosão e a ocupação rural e urbana. In: BITAR, O.Y.
(Coord.). Curso de geologia aplicada ao meio ambiente. São Paulo: Associação Brasileira de
Geologia de Engenharia (ABGE) e Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), 1995. cap. 3.2,
p.31-57.
SCHOTT, J.R. Remote sensing: the image chain approach. Nova Iorque: Oxford University
Press, 394 p. 1997.
ZÊZERE, J. L.; RODRIGUES, M. L.; REIS, E.; GARCIA, R.; OLIVEIRA, S.; VIEIRA,G.;
FERREIRA, A. B. Spatial and temporal data management for the probabilistic landslide
hazard assessment considering landslide typology. In: LACERDA, W. A.; EHRLICH, M.;
FONTOURA, S. A. B.; SAYÃO, A. S. F. (Ed). Landslides: evaluation & stabilization.
Londres: Taylor & Francis Group, 2004. p. 117-123.
664000
,000000
668000
,000000
672000
,000000
676000
,000000
APÊNDICE VII - MAPA DE
SUSCETIBILIDADE A
FEIÇÕES EROSIVAS
LINEARES
,000000
,000000
Legenda:
7500000
7500000
Duto Orbel
Sulcos
Ravinas
Voçoroca
Solapamento de margem de rio
Classes de Suscetibilidade:
,000000
,000000
7495000
7495000
Muito baixa
Baixa
Média
Alta
,000000
,000000
7490000
7490000
Escala 1:70.000
0 0,40,8 1,6 2,4 3,2 Datum: WGS 1984
Km Projeção: UTM / 23S
Unidade: metros
,000000 ,000000 ,000000 ,000000
664000 668000 672000 676000 Fonte: adaptado de CPRM (2000)