Apostila 3 - Os Sistemas Mágicos

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Casa de Oxoce

Terreiro Afro-Brasileiro de Angola Raiz


Tumbajunçara
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APOSTILA III
OS SISTEMAS MÁGICOS

Rua Rodolfo Siqueira Lt 24 QD 190 – Guaxindiba – São Gonçalo - RJ 2


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Sumário
A História..........................................................................................................................3

Definições..........................................................................................................................6

PRINCÍPIOS DA UMBANDA.........................................................................................6

Umbanda Sem Mistérios...................................................................................................8

Credo Umbandista.............................................................................................................8

Apontamentos....................................................................................................................9

Seqüência de Banhos.........................................................................................................9

Quais os sintomas físicos mais comuns de mediunidade?..............................................11

Constituições...................................................................................................................11

ORIXÁS INTEGRANTES DO SETENÁRIO – SIMILITUDES...................................12

SAUDAÇÕES DOS ORIXÁS........................................................................................13

OUTROS ORIXÁS INTEGRANTES DO SISTEMA EM FUNÇÃO AUXILIAR.......13

A Corrente De Tibiriçá....................................................................................................14

Os Perigos da Mediunidade.............................................................................................17

O Gongá Ou Congá.........................................................................................................20

Exu e Pomba-Gira...........................................................................................................20

Fontes bibliográficas:......................................................................................................22

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A História

Você conhece a História da Umbanda?

Ela nasceu aqui mesmo em Niterói, mais precisamente em Neves, ou seja, São
Gonçalo, como forma de culto oficialmente, em 15 novembro de 1908.
Um rapaz, chamado Zélio de Moraes, estava doente, a mãe levou-o ao médico, o
rapaz não dormia e comia direito há três dias. Acordava assustado e tinha
“alucinações”. Os médicos não conseguiram diagnosticar a “doença”.
A mãe resolveu levá-lo a um Centro Espírita. Lá chegando, o jovem foi
convidado pelo dirigente dos trabalhos a ficar na mesa junto com os outros médiuns e
não na assistência. Estavam todos já na oração inicial, quando subitamente Zélio se
levanta e diz, está faltando uma flor aqui. Saiu e voltou com a flor, colocou-a sobre a
mesa e sentou-se. Criou-se com isto, certo tumulto, pois não estavam acostumados a
estas manifestações repentinas.
Passado um tempo, Zélio novamente levantou-se, agora incorporado e diversos
médiuns da corrente incorporaram vários Pretos e Pretas Velhas e Caboclos.
O médium Zélio incorporado, disse: Que a Paz de Oxalá esteja presente.
O dirigente, percebendo (por vidência) tratar-se de um Caboclo, convidou-o a se
retirar, dizendo que ali trabalhavam somente com espíritos de luz e solicitou que levasse
com ele todos os outros espíritos que o acompanhavam.
Ao que o Caboclo respondeu: Vimos aqui hoje, para fazer caridade em nome do
bem e de Jesus, se as nossas vestimentas e maneiras de nos apresentarmos os
incomodam, iremos, mas afirmo que amanhã mesmo voltarei a casa deste aparelho e
criarei uma nova religião que aceitará todos os espíritos que desejarem trabalhar para o
bem.
E no dia seguinte o Caboclo compareceu à casa do médium e determinou a
criação da Umbanda, as vestimentas, e rituais de trabalho. E que a Umbanda trabalharia
com todos os espíritos que desejassem fazer o bem e que não estivessem sendo aceitos
em outras religiões e que não estivessem se adaptando as orientações do Candomblé.

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E detalhe importante, todos os médiuns que estavam presentes e incorporaram


no Centro Kardecista, foram até lá para ver o que aconteceria e incorporaram
novamente. Assim foi criada a UMBANDA.

Qual a verdadeira natureza e origem da Umbanda? Às vezes se é mal


informado a respeito, e confunde-se muito Umbanda com Espiritismo. A
ignorância a respeito é generalizada.

Desde que os negros foram tirados de sua terra, na África, vieram para o Brasil
com o rancor e o ódio em seus corações, pois muitos foram enganados pelo homem
branco e feitos prisioneiros e escravos, feridos em sua dignidade, distantes da pátria e
dos que amavam. Foram transcorrendo os anos de lutas e dores, e o negro mantinha, em
seus costumes e na religião, a invocação das forças da natureza, as quais chamavam de
Orixás, espécie de deuses a quem cultuavam com todo o fervor de suas vidas.
Aprenderam com o tempo a se vingar dos seus senhores e déspotas, através de pactos
com entidades perversas e com a magia negra, que outra coisa não era, senão as
energias magnéticas empregadas de forma equivocada.
Dessa maneira, o culto inicial aos Orixás foi-se transformando em métodos de
vingança, em pactos com entidades trevosas, que assumiam o papel dessas forças da
natureza ou Orixás, disseminando o que se chamava de Candomblé, que, na época, era
um disfarce para uma série de atividades menos dignas no campo da magia.
Com o tempo, foi-se formando uma atmosfera psíquica indesejável no campo
áurico do Brasil, que havia sido destinado a ser a pátria do evangelho redivivo, onde
estava sendo transplantada a árvore abençoada do Cristianismo pelas bases eternas do
espiritismo. A psicosfera criada no ambiente espiritual da nação foi de tal maneira
violenta, que entidades ligadas aos lugares de sofrimento nas senzalas encarnavam e
desencarnavam conservando o ódio nos corações, com exceção daquelas que entendiam
o aspecto espiritual da vida. Assim, a magia negra foi-se espalhando em forma de culto
pelas terras brasileiras. Do Norte ao Sul do país, as oferendas, os despachos ou os Ebós
eram oferecidos pelos Pais de Santo, pelos mestres do Catimbó ou de outros cultos que
proliferavam a cada dia, criando uma crosta mental sobre os céus da nação. Nos planos
etéreos da vida, reuniram-se então entidades de alta hierarquia com o objetivo de

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encontrar uma solução para desfazer a egrégora negativa que se formava na psicosfera
do Brasil. A magia negra deveria ser combatida, e seus efeitos destrutivos haveriam de
ser desmanchados de maneira a transformar os próprios centros de atividades dos cultos
degradantes em lugares que irradiassem o amor e a caridade, única forma de se
modificar o panorama sombrio. Havia necessidade de que espíritos esclarecidos se
manifestassem para realizar tal cometimento. E, assim, foram se apresentando, uma a
uma, aquelas entidades iluminadas que haveriam de modificar suas formas
perispirituais, assumindo a conformação de Pretos Velhos e Caboclos, e levariam a
mensagem de caridade através da Umbanda, cujo objetivo inicial seria o de desfazer a
carga negativa que se abatia sobre os corações dos homens no Brasil. A Umbanda seria
o elo de ligação com o alto; penetraria aos poucos nos redutos de magia negra ou nos
terreiros de Candomblé, os quais ainda se mantinham enganados quanto às leis de amor
e caridade, e iria transformando, com as palavras de um Preto Velho ou as advertências
do Caboclo, os sentimentos das pessoas. E, para isso era necessário que elevados
companheiros da vida maior renunciassem a certos métodos de trabalho considerados
mais elevados e se dedicassem às atividades que a Umbanda se propunha. A esses
companheiros de elevada hierarquia espiritual juntaram-se espíritos de antigos escravos
e índios, que serviram por muito tempo nas fazendas e nos arraiais da Terra do Cruzeiro
e, em sua simplicidade e boa vontade, propuseram-se a trabalhar para mostrar ao
homem branco e civilizado as lições sagradas da Umbanda. Manifestavam-se aqui e
acolá ensinando suas rezas, mandigas e beberagens, auxiliando a curar doenças e dando
lições de amor e humildade. Na verdade, a Umbanda tem conseguido seu intento, e, aos
poucos, vão sumindo dos corações dos oprimidos o desejo de vingança, o ódio e o
rancor. Os cultos afros, em sua essência, vão se transformando, auxiliando o progresso
daqueles que sintonizam com tais expressões de religiosidade. A Umbanda está
modificando o aspecto desses cultos de origem africana e transformando-os
gradativamente, numa religião mais espiritualizada.
Na palavra de um Caboclo ou de um Preto Velho a lei de causa e efeito é
ensinada por meio de Xangô, que simboliza a Justiça; a reencarnação torna-se mais
compreensível às pessoas mais simples quando o Preto fala de sua outra vida como
escravo e da oportunidade de voltar à Terra em novo corpo, para ajudar seus filhos. A
força das matas, das ervas, é ensinada na fala de Oxoce; o amor é personificado em

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Oxum, e a força de transformação, a energia de vitalidade, é apresentada nas palavras de


Ogum.
Mas há muito ainda o que fazer, muito trabalho a realizar. Nossa explicação não
esgota o assunto, mostra apenas um aspecto da Umbanda, que guarda suas raízes em
épocas muito distantes no tempo.

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E quanto a esses Pais no Santo e Centros de Umbanda que se espalham pelo país,
será que estão conscientes disso tudo?

Não podemos esperar a mesma compreensão por parte de todos. Existe muita
ignorância no meio, e os próprios responsáveis pelos Terreiros e Tendas Umbandistas
concorrem para que o povo tenha uma idéia errada da Umbanda. Em seus fundamentos,
a Umbanda nada tem a ver com o Espiritismo, o que não é bem esclarecido nos meios
umbandistas. Começa aí a confusão. Tomou-se emprestado o nome “espírita”, como se
ele designasse todas as expressões de mediunismo, e descaracterizou-se muito a
Umbanda. Por outro lado, espíritos tem baixado ao mundo com a missão de esclarecer e
de certa forma dar um corpo doutrinário a Umbanda, escrevendo livros sérios a respeito
do assunto, os quais são ignorados por muitos adeptos. Aos poucos, a verdade irá se
espalhando, e, quem sabe, num futuro próximo haveremos de ver abolidos os sacrifícios
de animais, as oferendas e uma série de outras coisas que nada tem a ver com a
Umbanda, mas com outras expressões de cultos de origem afro, e que diferem dos
objetivos da VERDADEIRA UMBANDA.
Pais e Mães de Santo, que vivem enganando as pessoas, Ciganas e ledoras de
sorte que cobram por seus trabalhos, não tem nenhuma relação com os objetivos
elevados que os mentores da Umbanda programaram. São pessoas ignorantes das
verdades eternas e responderão a seu tempo por suas ações inescrupulosas.
A Caridade é lei universal e nós que trabalhamos nas Searas Umbandistas
devemos ter nela o guia infalível de nossas atividades. Assim como nem todos os
Centros Espíritas que dizem adotar a codificação de Allan Kardec são, na realidade,
espíritas, também muitas tendas e terreiros não representam os conceitos sagrados da
Umbanda. Acredito que Allan Kardec permanece ainda grandemente desconhecido
entre aqueles que se dizem adeptos da doutrina espírita, como também, muitos
umbandistas permanecem ignorantes das verdades e fundamentos da sua religião.
Temos que trabalhar unidos pelo bem e esperar; o tempo haverá de corrigir todos os
equívocos de nossas almas, através das experiências que vivenciarmos.

É possível o trabalho conjunto entre “espíritos espíritas” e os “espíritos


umbandistas”?

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Perfeitamente. Temos muitos dos nossos (umbandistas) trabalhando nos Centros


Kardecistas, auxiliando aqui e ali nos trabalhos de cura e desobsessão. O fato de
trabalharem em conjunto, não significa que pensem de maneira idêntica. Eles guardam a
sua opção íntima e, afinal nisso está a verdadeira fraternidade, que nos amemos uns aos
outros e respeitemos as convicções pessoais, pois, se os métodos de trabalho se
multiplicam ao infinito, o Senhor da vinha permanece sendo um só, Jesus ou Oxalá.
Partes do livro: Universidade de Umbanda de Edyr Rosa Guimarães e Almir S. M. de
Lima
Acrescento ainda que as divisões e separações de credo existem entre nós
encarnados. Os espíritos em sua magnífica evolução apresentar-se-ão humildemente na
configuração apropriada ou adequada ao seu reconhecimento por nós. Exemplo disto: o
Caboclo Cobra Coral pode apresentar-se em um Centro Espírita sem a aparência
(configuração) de índio (caboclo) mas com a configuração de um médico por exemplo,
para que seja reconhecido, entendido e aceito no meio dos encarnados espíritas. E o
contrário é verdadeiro.

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Definições

Fala-se tanto em Umbanda. Mas você sabe a definição de Umbanda? O que


Umbanda quer dizer? Vamos lá.

UMBANDA
Palavra oriunda do Sânscrito, a mais antiga língua da Terra, raiz mestra dos
demais idiomas existentes no Mundo, cujo registro do vocábulo é encontrado no
UPANISHADS, Textos Sagrados da Índia, que se pode traduzir por “Deus ao
nosso lado” ou “O lado de Deus”, ou ainda “UM” – Deus o Supremo Espírito;
“BANDA” – Povo da Terra – grupo ou facção. Religião constituída pelas
influências das raças ameríndias, negras e européias. É a manifestação do
espírito para a caridade.

UMBANDISTA - Título designativo ao médium praticante da religião Umbanda.

PRINCÍPIOS DA UMBANDA

É a crença nos espíritos, dando condição aos mesmos de evoluir, sejam de


qualquer classe ou ordem, encarnados ou desencarnados.
Encarnados – Alma. Desencarnados – Espírito, propriamente dito.
Em essência, a Umbanda fundamenta-se nos seguintes pontos básicos:

1. Na existência de DEUS, Único, Onipotente, Irrepresentável, adorado sob vários


nomes (Zambi, Obatalá, Olorum, etc).
2. Na crença de um Orixá-Maior, denominado de Oxalá.
3. Na crença nos Orixás.
4. Na crença de Guias Espirituais, mensageiros dos Orixás.
5. Na existência do Espírito, em caminho de evolução, buscando o
aperfeiçoamento.
6. Na crença da reencarnação e na Lei Cármica de Causa e Efeito.
7. Na prática da mediunidade, sob as mais variadas apresentações.

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8. Na afirmação de que as religiões constituem os diversos caminhos de evolução


espiritual que conduzem a Deus.
9. Na prática da Caridade Material e Espiritual.
10. Na necessidade do Ritual, como elemento disciplinador dos trabalhos.

Invocação e Evocação

XXX A Umbanda não invoca espíritos sem luz. Os espíritos invocados na


Umbanda, são espíritos de luz, pertencentes à hierarquia celeste, ou seja, os enviados de
Orixás, e sob a direção do nosso Mestre Jesus, espíritos de criaturas humanas
desencarnadas, já evoluídas, de todas as raças, que após adquirirem determinado grau de
luz, são designadas pelo Astral, incorporando para prestar caridade.

A Umbanda invoca espíritos sem luz?

A Umbanda não invoca espíritos sem luz. Os espíritos invocados na Umbanda,


são espíritos de luz, pertencentes à hierarquia celeste, ou seja, os enviados de Orixás, e
sob a direção do nosso Mestre Jesus, espíritos de criaturas humanas desencarnadas, já
evoluídas, de todas as raças, que após adquirirem determinado grau de luz, são
designadas pelo Astral, incorporando para prestar caridade.

Comentários:
Na Umbanda se verifica a presença de muitos espíritos diferentes, porque
mobiliza muitas forças magnéticas e astrais. Essas forças são imanentes as correntes
fluídicas que percorrem o espaço. Todos os espíritos que se encontram no campo de
ação dessas forças são trazidos por ela, inclusive, espíritos sofredores (quiumbas), para
serem doutrinados e esclarecidos da sua própria condição atual.
Na Umbanda é realmente onde se encontra a doutrina que trata do
aperfeiçoamento dos espíritos de qualquer classe ou ordem, encarnados ou
desencarnados, de suas comunicações com o mundo corpóreo e, de um modo mais
objetivo que qualquer outra, da solução dos problemas que assoberbam a humanidade.

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Quanto ao espiritismo, especialmente no que se relaciona com a Umbanda,


transcrevemos a mensagem recebida pelo Caboclo Tupi, no Centro Espírita
Caminheiros da Verdade: “A humanidade precisa da Umbanda para redimir suas faltas,
dada a sua pobreza de espírito”.
Note bem: “Pobreza de espírito”, para o Caboclo Tupi, como bem se compreende, é
“estupidez, atraso, mesquinhez, etc., e não “humildade”.

Do Livro: Universidade de Umbanda de Edyr Rosa Guimarães e Almir S. M. de Lima

Que tipo de Umbanda é praticada nesta Casa?

Só existe uma Umbanda, tendo sido criada no Brasil. A Umbanda é indivisível.


Mas não podemos desconsiderar que “criaram” várias denominações para a Umbanda...
Esotérica, Branca, Omolocô... Etc. Não vou entrar no mérito desta discussão. Nós
praticamos a UMBANDA aqui na nossa Casa e ponto final.

Comentários:
A nossa religião deve ser tratada com carinho, amor, seriedade e estudo,
sobretudo com renovação de caráter, para que a mesma possa espelhar a grandeza de
sua doutrina. “Umbanda é coisa séria, para gente séria”.

O que é a Umbanda na sua prática e como se originou?

É uma religião de doutrina espiritualista e espírita. Originou-se dos cultos Afros


e Ameríndios no Brasil, tendo a sua crença no Cristianismo, recebendo, contudo,
influências do Catolicismo, do Espiritismo (Kardecista) e do Candomblé, confirmando
assim a fusão das três raças, a branca, a negra e a ameríndia.

Comentários:
A nossa Umbanda é Divina. Divina, porque para ela só foram aproveitadas
influências boas das outras religiões (raças), jogando fora o que não era bom. Desse
lado bom, a Umbanda reuniu, herdou e recebeu:

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 Os Caboclos e Pretos-Velhos, seus legítimos representantes, auxiliados pelos


queridos “Compadres” (Exus) e pelos espíritos extraordinários da vibração infantil
de Orixá, a falange das crianças.
 A influência africana desempenhou papel relevante na formação da Umbanda, da
qual se constituiu um dos principais alicerces, dando-lhe, como contribuição
primordial os nossos Orixás.
 Assimilou o espiritismo científico Kardecista.

Do Livro: Universidade de Umbanda de Edyr Rosa Guimarães e Almir S. M. de Lima

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Umbanda Sem Mistérios


Por Iassan Ayporê Pery

Temos observado dentro de nossa prática de Umbanda, e nessa prática lá se vão


mais de 30 anos, que as pessoas que buscam a Umbanda o fazem, em sua maioria para
resolverem problemas de ordem material exigindo um resultado imediato, que quando
não encontram, creditam ao terreiro ou ao dirigente, quando não a própria Umbanda, o
motivo do seu fracasso.
Por que isto acontece? Acreditamos que a culpa disto seja dos próprios
umbandistas, que não esclarecem que a Umbanda não é para “resolver” problemas, mas
sim que é uma religião digna e nobre como qualquer outra.
Por outro lado, por lidar com elementos e uma variedade enorme de espíritos,
tem possibilidade de penetração nos mais variados estágios de evolução do astral,
conseqüentemente, havendo merecimento e empenho muitos problemas acabam tendo
realmente solução rápida. Mas isto não se aplica a todos, mas somente aos que merecem
e fazem por merecer. E quem determina isto? O Pai Maior... Zambi.
Sabemos ser muito mais fácil acreditar em fórmulas mágicas quando estamos
desesperados, com alguém gravemente doente em nossa família, desempregados, etc,
entretanto, não podemos nos deixar seduzir pelas falsas promessas de falsos
umbandistas, que chegam ao cúmulo de se auto-intitularem “Pais no Santo” ou “Mães
no Santo”.
Não meu irmão! Desconfie. Não existe mistério nisto. E o raciocínio é simples.
Por que Deus daria, a uma pessoa, que geralmente cobra por seus serviços, o poder de
curar o seu parente, ou de lhe arrumar um excelente emprego? Pare e pense. Isso tem
lógica? Isso tem a ver com Deus? Certamente não. São charlatões, pessoas desonestas,
que fingem, que vivem da desgraça alheia. E que denigrem o nome da Umbanda e dos
seus seguidores.
Qual o mistério da Umbanda? Amor e Caridade. Pura e simplesmente. A
ritualística que cada terreiro de Umbanda, serve como um leque de possibilidades para
os diversos anseios de culto de cada um, entretanto o que deve ser a preocupação de
quem busca uma Casa de Umbanda é se ela é séria, não cobra consultas, trabalhos, nem

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nada, se faz algum tipo de trabalho social, e se tem como objetivo principal a Caridade e
o Amor incondicional ao próximo.
Isto é a Umbanda! Simplesmente Umbanda!

Credo Umbandista

Creio em Deus, Onipotente e Supremo; Creio nos Orixás e nos Espíritos Divinos que
nos trouxeram para a Vida por Vontade de Deus. Creio nas Falanges Espirituais,
orientando os homens na vida terrena; Creio na reencarnação das almas e na Justiça
divina, segundo a Lei do Retorno; Creio na comunicação dos Guias Espirituais,
encaminhando-nos para a Caridade e a prática do Bem; Creio na invocação, na Prece e
na Oferenda, como atos de fé e Creio na Umbanda, como religião redentora, capaz de
nos levar pelo caminho da evolução até o nosso Pai Oxalá.

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Apontamentos

Seqüência de Banhos

Esta seqüência de banhos visa auxiliar o médium a equilibrar-se com as forças


da natureza, através da meditação, mentalização e harmonização interior.
Lembrando sempre que banhos, oferendas, velas, trabalhos, ou quaisquer outros
recursos utilizados objetivando a harmonização são inúteis se o médium não buscar isto
verdadeiramente em seu coração e tiver conduta de vida caritativa e generosa diante de
si mesmo e do próximo.
Mantenha sempre a sua vela de anjo da guarda firmada e tenha uma vida
recheada de bons pensamentos e atitudes e nenhum malefício o atingirá. Seja
umbandista dentro e fora do terreiro.
Observação importantíssima: A Seqüência de Banhos é um preceito 1, portanto
enquanto estiver fazendo não ingira bebida alcoólica e não faça sexo.
Que Oxalá o Abençoe!

Segunda-feira:
Orixá regente do dia: Oxum. Orixá de equilíbrio: Oxoce.
Erva da Oxum: Erva de Santa Maria ou Colônia (erva).
Erva de Oxoce: Arruda ou Guiné.
Terça-feira:
Orixá regente do dia: Ogum. Orixá de equilíbrio: Iemanjá.
Erva de Ogum: Espada de São Jorge.
Erva de Iemanjá: Colônia (erva) ou sal grosso.
Quarta-feira:
Orixás regentes do dia: Iansã e Xangô. Par de equilíbrio.
Erva de Iansã: Espada de Santa Bárbara.
Erva de Xangô: Para-raio ou Guiné.
Quinta-feira:

1
Preceito s.m. 1. aquilo que se recomenda praticar; regra, norma (preceito moral) 2. aquilo que se
ensina; lição, doutrina 3. determinação, ordem, prescrição 4. palavra ou sentença curta que resume um
ideal, um objetivo; lema; divisa.

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Orixá regente do dia: Oxoce. Orixá de equilíbrio: Oxum.


Idem segunda-feira.
Sexta-feira:
Orixá regente do dia: Iemanjá. Orixá de equilíbrio: Ogum.
Idem terça-feira.
Sábado:
Orixá regente do dia: Omulu. Sem par de equilíbrio.
Erva de Omulu: Cedro, cedrinho, barba de velho, canela de velho. (Nunca
misture o cedro ou cedrinho com qualquer outra erva e nem use perfume, desodorante
perfumado ou sabonete perfumado. Dê preferência para desodorantes sem perfume e
sabonetes neutros quando usar qualquer uma das ervas de Omulu).
Domingo:
Oxalá. (não precisa tomar banho de erva)

Modo de preparo:
Colocar água para ferver, quando entrar em ebulição apague o fogo e coloque as
ervas. Tampe e deixe esfriar até alcançar uma temperatura agradável para o banho, se
houver necessidade pode misturar com água do chuveiro, para esfriar mais rápido.
Acenda uma vela comum e branca para o Orixá Regente do dia e faça os seus
pedidos de harmonização e dentro da especialidade de cada Orixá.
Separe as ervas e jogue fora, embrulhadas num jornal. Não jogue as ervas no
corpo.
Tome um banho normal, com sabonete e shampoo e depois jogue do pescoço
para baixo o banho de erva.

Observação 1:
A segunda-feira é também o dia das Almas que vibram em segundo plano com
Oxum, portanto antes de acender a vela para Oxum e tomar o seu banho de ervas,
acenda uma vela para as Almas do lado de fora de casa. Caso more em apartamento,
acenda numa Igreja. Isto objetiva lhe proporcionar maior tranqüilidade enquanto não
estiver com sua banda toda firmada, pois a vibração das Almas pode gerar um estado de
angústia ou melancolia em você. Pode, por exemplo, acender a vela para as Almas indo

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para o trabalho e quando chegar a noite tomar o seu banho e acender a sua vela para
Oxum.

Observação 2: Você pode começar por qualquer dia da semana.

Observação 3: Faça esta seqüência sempre que sentir necessidade. Preferencialmente


uma vez por mês. Pode também tomar banho de erva independentemente da seqüência.
Exemplo: Hoje é dia quarta-feira, e gostaria de tomar um banho de erva, posso? É claro.
Tome o banho de Xangô e Iansã.

Quanto aos banhos e ervas de defumações utilizadas pelos umbandistas,


haverá algum fundamento científico nisso tudo?

Fundamento há, embora nem sempre as pessoas que se beneficiam desses


recursos o saibam. Tomemos como exemplo os chamados banhos de descarrego, tão
receitados por pretos velhos e caboclos. Sabe-se muito bem do poder das ervas, de seu
magnetismo próprio. Quando são utilizadas adequadamente, podem operar verdadeiros
prodígios, gerando equilíbrio e harmonia. As plantas guardam nesse estado de evolução,
muita energia, muita vitalidade, e os raios absorvidos do sol no processo de fotossíntese
formam uma aura particular em cada família do reino vegetal, o que se associam ao
próprio quimismo da planta. Quando colocadas em infusão, transmitem à água todo o
seu potencial energizante, curador, reconstituinte. É o que se passa com os florais
usados atualmente. Quando o adepto toma o banho com a mistura de ervas, todo o
magnetismo que está ali associado provoca, em alguns casos, um choque energético ou
uma reconstituição das camadas mais externas de sua aura. Na verdade, isso não tem
nenhuma relação com o misticismo; é científico. Sob a influência abençoada das ervas,
muitos benefícios têm sido alcançados por inúmeras pessoas.
Irmãos nossos de outras confissões religiosas, mesmo os espíritas, julgam que
tais providências são um absurdo e recusam qualquer receituário que venha com tais
indicações. Estão até indo contra os métodos empregados pelo mestre Allan Kardec,
pois se recusam a pesquisar, questionar, certificar-se cientificamente dos efeitos
benéficos desses recursos da natureza. A própria essência do Espiritismo é a pesquisa, a

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comprovação dos fatos. Mas recusam-se a pesquisar, a comprovar, e muitos reputam


como misticismo algumas práticas. Felizmente, na atualidade, muitos cientistas têm
levado a sua contribuição com a descoberta dos florais, que obedecem ao mesmo
princípio terapêutico dos nossos chás e banhos de ervas.
No caso das defumações empregadas na Umbanda, o princípio é o mesmo, mas
em lugar de empregar as ervas em infusão, elas são queimadas. Na queima, suas
propriedades terapêuticas são transferidas ou utilizadas de forma energeticamente pura,
ou seja, o fogo, a combustão, transforma a matéria em energia; isso é uma lei da física, e
quando determinada erva é queimada, sua parte astral ou etérea passa a concentrar, além
de seu potencial próprio, o potencial da parte física, que é transformado no momento da
combustão. Os produtos obtidos, aliados aos fluidos dos espíritos que sabem manipular
tais recursos, são de eficácia comprovada em casos de parasitismos, simbioses e larvas
astrais, que são literalmente “arrancadas” de seus hospedeiros encarnados. Isso ocorre
pela ação conjunta dos fluidos liberados na ocasião da queima das ervas, nas
defumações. Mesmo que alguns ou muitos não aceitem tais recursos, não significa que
não sejam eficazes. Basta que sejam feitas observações, com métodos científicos, e tudo
será comprovado. Neste caso, também não se trata de misticismo, mas de puro
conhecimento de certas propriedades dos elementos vegetal, mineral ou animal, a
serviço do bem aos semelhantes.

Quais os sintomas físicos mais comuns de mediunidade?

Algumas pessoas apresentam com mais ou menos intensidade alguns ou quase


todos esses sintomas. Sudorese excessiva nas mãos, mãos extremamente frias, zumbido
no ouvido, uma sensação de angústia ou tristeza inexplicada, dor de cabeça,
irritabilidade inexplicada, cansaço injustificado, dormências em determinadas partes do
corpo.
Tudo isso se deve ao acúmulo de energia, que por a pessoa não desenvolver sua
mediunidade, fica acumulada no físico. Passes e banhos, costumam dar certo alívio, mas
ele é temporário.
Devemos ter muito cuidado ao dizer a alguém que ele é médium e que tem que
trabalhar. Normalmente quando me chega este tipo de sintomatologia, não faço “drama”

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nem estardalhaço. Digo apenas que são sintomas de mediunidade. Caso a pessoa
pergunte como resolver, aí dou toda a explicação. Devemos levar em consideração
alguns fatores, e o primeiro deles é a idade da pessoa.
Lembre-se tudo explicado e esclarecido facilita a compreensão da pessoa que
normalmente acha que “aquilo” que sente é exclusivo dela. Quando percebe que ela não
é nenhum ser do outro mundo, ou que não se trata de “doença grave”, alguns se frustram
pois queriam destaque (muitos dos sintomas levam pessoas desequilibradas a um estado
quase histérico), outras pessoas se assustam e temem a responsabilidade. Então... muita
calma nessa hora.

Constituições

A UMBANDA é constituída basicamente de uma Trindade e de um Quaternário,


que gerou e gera continuamente o fluxo SETENÁRIO (ou seja, os 7 Orixás básicos de
Umbanda).

TRINDADE: em todas as religiões ou em grande número delas, se cultua a Trindade.


Exemplos: Religião católica romana: Pai, Filho e Espírito Santo.
Na Índia, em determinados setores, diz-se: Brahma, Vichnú e Siva.

Na UMBANDA diz-se: OBATALÁ, OXALÁ e IFÁ

OBATALÁ – ZAMBI - OLORUM – TUPÃ: Denominações dadas a Deus.


Não confundir OBATALÁ com OUBATALÁ, que é ídolo hermafrodita,
adorado pelos sudaneses. Obatalá também quer dizer CÉU (para os Yorubás).

OXALÁ: Segunda vibração da vida, oriunda do Grande Princípio. Símile de


Jesus.

IFÁ: Terceira pessoa da Trindade ou terceira vibração oriunda do Grande


Princípio. Também chamado o Deus da Adivinhação. Como há também quem

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evoque IFÁ como Deusa Protetora do Parto. Na região Norte da África, há mais
de uma congregação de Sacerdotes de IFÁ (os adivinhos). Como se vê, a
denominação IFÁ é muito variada.

Na UMBANDA, de um modo geral, os Caboclos, chamam Deus de TUPÃ. Os


negros de Zambi e os mais africanistas é que usam denominá-lo OBATALÁ.

Curiosidade: Quando na Índia diz-se Brahma – referem-se a Deus Criador,


Vichnú – referem-se a Deus Conservador e Siva – referem-se a Deus Transformador.

QUATERNÁRIO: são os elementos. Quatro valores básicos do princípio da vida.

Elementais: são os fluidos ou valores psíquicos integrantes dos elementos.

ELEMENTOS ELEMENTAIS
Terra Gnomos
Fogo Salamandras
Ar Silfos ou Sílfides
Água Ondinas

Texto retirado das Apostilas do C. E. Irmã Pêpa.

Em apostila futura estaremos apresentando a relação existente entre os


elementos e elementais e os Orixás da Umbanda.

******

ORIXÁS INTEGRANTES DO SETENÁRIO – SIMILITUDES

OMULU: Similitude de São Lázaro. Dia de Força: Sábado, em segundo fluxo com as
Almas, na segunda-feira. Hora forte de Descarga: Crepúsculo. Hora Forte na Conquista:
Alvorada. Cores: Preto e Branco em porções iguais. Comemorado dia 17 de dezembro.

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XANGÔ: Similitude de São Jerônimo. Dia de Força: Quarta-feira. Hora Forte: Treze
horas. Cores: Cinza, marrom ou roxo, qualquer uma acompanhada de branco.
Comemorado dia 30 de setembro.

OGUM: Similitude de São Jorge. Dia de Força: terça-feira. Hora forte: Meio-dia.
Cores: Vermelho e Branco. Comemorado dia 23 de abril.

OXOCE: Similitude de São Sebastião. Dia de Força: quinta-feira. Hora forte: Sete
horas. Cores: verde em todos os tons e branco. Comemorado dia 20 de janeiro.

IEMANJÁ: similitude de N. Senhora da Glória. Dia de força: sexta-feira. Hora forte:


seis horas. Cor: azul celeste, branco transparente, aceita-se ainda, pérola. Comemorado
dia 15 de agosto.

OXUM: Similitude de N. Senhora da Conceição. Dia de força: segunda-feira. Hora


forte: Dezoito horas. Cor: azul claro e branco. Comemorado dia 8 de dezembro.

IANSÃ: Similitude de Santa Bárbara. Dia de força: quarta-feira. Hora forte: dezesseis
horas. Cores: amarelo ouro e branco. Comemorado dia 4 de dezembro.

Obs. Os dias da semana tem origem no calendário de algumas línguas latinas, através da
similitude feita entre os Orixás e os deuses da mitologia romana.

Já é tempo de nós umbandistas nos libertamos dessas denominações de santos


romanos. Fiz apenas a apresentação para que se torne mais fácil aos novos umbandistas
as associações. Mas vamos sempre falar em Omulu e não em São Lázaro, por exemplo.

SAUDAÇÕES DOS ORIXÁS

Cada orixá de Umbanda tem sua saudação.

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Omulu – Atotô!

Xangô – Kaô Kabecile!

Oxoce – Okê Bamba O’clima! ou Okê Caboclo!

Ogum – Patacori Ogum nhê! ou Ogum nhê!

Iemanjá – Opeiaba! Odoiá! ou Odociaba!

Iansã - Eparrei! Ou Eparrei Oiá!

Oxum – Aiêiêu! ou Oraieieu! Sendo para Oxum Diapandá, as mesmas saudações


usadas para Iemanjá.

Apesar de não ser Orixá, EXU, tem sua própria saudação, Laroyê Exu ê.

Curiosidades:
Nas nações africanas são usadas saudações para Oxalá (Epa Babá ou Xeuetá Babá).
Outras saudações: Nanã - Saluba Nanã, Oxum Marê - Arropopô.

OUTROS ORIXÁS INTEGRANTES DO SISTEMA EM FUNÇÃO AUXILIAR

Oxum Marê: similitude de N. S. Aparecida. Cores: Azul marinho e branco. Vibra às


dezessete horas. Trabalho em conjunção da água do rio com a água do mar. Pode,
portanto usar as horas fortes de Oxum e Iemanjá. Comemorado no dia 12 de outubro.

Oxum Diapandá: Similitude de N. S. da Penha. Cor: verde água. Orixá da superfície do


alto-mar. Vibra em harmonia absoluta com Iemanjá. Pode-se usar as horas fortes de
Oxum e Iemanjá e também o dia.

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Ogum Rompe-Mato: Similitude de Santo Expedito. Cores: Vermelha, verde e Branca.


Trabalha em harmonia com Oxoce. Comemorado no dia 19 de abril. Pode-se usar as
horas fortes de Oxoce ou Ogum.

Ogum de Lei: Similitude de São Miguel. Muito afeito às almas. Harmônico com
Omulu, Oxum e Ogum Iara. Cruzamento vibratório com Xangô. Horas tardias. Cor de
vinho.

Ogum Beira-mar: Orixá do litoral. Harmônico com Iansã e Iemanjá. Cor: coral. Horas
fortes de Ogum.

Ogum Iara: Cruzamento vibratório com Oxum. Cores: vermelha, azul e branco. Horas
fortes de Ogum.

Ogum Matinada ou Matinata: Grande parlamentar de Exu. Opera nas madrugadas.


Aliado de Ogum Iara. Presença cada vez mais rara nos terreiros, parece estar sendo
“absorvido” pela vibração de Ogum Iara.

Ibeje: Similitude de Cosme e Damião. Cor: rosa. Hora forte: quatorze horas.
Comemorado em 27 de setembro.

Obaluaê: similitude de São Roque. Segunda vibração de Omulu, com parte de seus
valores. Desdobramento de Omulu, conhecido como Omulu novo, ou vibração jovem
de Omulu. As mesmas cores de Omulu e comemorado no dia 16 de agosto.

Iemanjá da Guia: Similitude de N. Senhora Auxiliadora. Cor azul.

Iemanjá da Coroa: Similitude de Santa Rita de Cássia. Cores azul e branco transparente.

Ogin: Similitude de Santo Antônio vibra com Ogum ou Xangô, recebendo o nome neste
caso de Xangô Abomi.

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Nanã: Similitude com N. S. Sant’Anna. Orixá soberano das águas. Fora do sistema
quanto a comando (regência de coroa) e presente quanto à grandeza específica.

A Corrente De Tibiriçá
Por Iassan Ayporê Pery

A Corrente de Tibiriçá é uma corrente de desobsessão e cura que atua no Centro


Espiritualista Caboclo Pery.
Comandada pelo Caboclo Tibiriçá agregou e agrega uma infinidade de
entidades, ligadas a todos os Orixás de Umbanda, que trabalham especificamente com
doutrina, desobsessão e cura em nível de terreiro e médio astral.
Este tipo de Corrente existe em todos os terreiros de Umbanda e no nosso
recebeu este nome.
Vinte e quatro horas antes do início da sessão, ela já se encontra preparada para a
absorção de novos trabalhos e devidamente firmada no nosso terreiro.
A orientação básica estabelecida pelo mentor de nossa Casa (Caboclo Pery) com
relação à condução deste trabalho, é a de que a doutrina seja feita sem estardalhaço, sem
humilhação dos irmãos obsessores e obsessos e que se evite, ao limite máximo, o uso de
recursos violentos (“bater”, por exemplo). Todo trabalho de doutrina deve ser baseado
em exemplos em níveis que o obsessor possa compreender.
Fundamental é que lembremos que “ser obsessor” não significa em absoluto ser
desprovido de inteligência ou ignorante, muito pelo contrário. Encontramos,
invariavelmente, espíritos da mais alta inteligência a serviço das forças trevosas,
portanto todo cuidado é pouco ao lidarmos com eles.
Geralmente para muitos é difícil (quase impossível) pronunciar o nome de Deus.
Repetir o nome de Deus (não da boca pra fora), mas realmente invocando, costuma
“incomodá-los” bastante.

Funcionamento da Corrente de Tibiriçá (aos olhos da terra)

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 O diretor dos trabalhos convida determinados médiuns para fazerem o


trabalho de atração, que deverão se sentar nas posições por ele determinadas.
 Determina dois médiuns que farão o trabalho de sustentação (cabeceiras da
mesa)
 Depois convida os médiuns de irão participar dos trabalhos de desagregação
de miasmas e vestimentas astrais.
 Estabelece os médiuns que junto com ele farão o trabalho de doutrinação dos
obsessores.
 Abertura dos trabalhos.
 Chamada dos Anjos da Guarda
 Início da leitura dos nomes e endereços das pessoas a serem socorridas pela
corrente.
O trabalho de desagregação2 é de suma importância, pois visa “desarmar e
desnudar” o obsessor de suas armas e vestes astrais, que lhes dão segurança.
Quando se vêem despidos delas, muitos se atordoam, pois forjaram ali todas as
suas forças, armas e certezas de sucesso na empreitada maléfica. Muitos se revoltam,
outros se aliviam, outros se perdem, outros se desesperam.
Importante notar é que a primeira desagregação sempre é feita com o Orixá
Omulu, que na atuação de seus enviados, tira e joga imediatamente para a terra todos os
miasmas. Em alguns casos é necessária uma segunda vibração de Omulu, devendo-se
usar outro médium nesta hora. Isto objetiva não cansar o médium e confundir o obsessor
que estará esperando o mesmo tipo de vibração e se confundirá com outro enviado,
facilitando assim o trabalho.
Nesta hora começa a doutrinação. É fundamental que o médium doutrinador
procure perceber as diferenças do que está acontecendo com o irmão obsessor, pois
muitos fingem também, como dissemos, eles não são desprovidos de inteligência e
alguns são bastante ardilosos.
Ousando categorizar os obsessores que afluem nesses trabalhos, temos:

2
Desagregar - 1. Separar(-se) em partes; decompor(-se) em suas partes constitutivas; fragmentar(-
se), dividir-(se); 2. arrancar das raízes; desarraigar (alguém de seu meio); 3. causar ou sofrer
dissolução, desorganização, deterioração; 4. PSICOP desestruturar(-se) [o psiquismo]; fragmentar(-se),
desorganizar(-se), desestabilizar(-se).

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 Sofredores. Geralmente vem chorando, se dizem perdidos, no escuro,


sentem dores diversas (tal qual tivessem ainda corpos), se dizem presos
ou invocados por alguém encarnado. Normalmente aceitam bem a
doutrinação, e quando é feita a desagregação, as dores são amenizadas.
Normalmente a segunda vibração deve ser de Oxum, visando dar ao
irmão sofredor equilíbrio emocional, e inspirar sentimentos de amor e
alívio.
Após a certificação de que o irmão esteja bem, devemos orientá-lo a
acompanhar um membro da corrente, para o tratamento e orientação
necessários ao seu caso. E nunca esquecer de dize ao final... Graças a
Deus.
 Recém-desencarnados. São uma subespécie do tipo anterior, só que estão
a menos tempo desencarnados e muitas vezes têm dificuldade de se
expressarem verbalmente. Em termos de chamada para desagregação a
ordem deve ser a mesma do anterior, mas a carga de oração deve ser
mais forte.
 Inteligências. Estes exigirão de nós mais energia, mas sem esquecer a
compreensão. Alguns se dizem mandados, que ganharam muito, que o
que temos pra eles é muito pouco, que estão satisfeitos onde estão, ou
ainda que foram chamados ou invocados pela própria pessoa que estão
obsedando.
Geralmente, a primeira desagregação deve ser seguida por outra, desta
vez com Iemanjá.
A argumentação deve ser firme e mostrar a ele, ele mesmo, ou seja, como
ele ficou sem nada quando as suas armas e vestimentas foram tiradas,
mas sem humilhação também.
Exemplo: “Veja, meu irmão, como tudo que lhe foi dado está feio,
apodrecido, sem função alguma. Tudo não passou de uma ilusão.
Iludiram você. Mas o que esta corrente tem para lhe oferecer vem do
Criador de Todas as Coisas, vem de Deus. Por isso em nome dos
mensageiros e falangeiros da Corrente desta Casa, eu sugiro que abra
os seus olhos e veja tudo que você pode ser e ganhar e para isso basta

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que se afaste das companhias que estava, diga eu aceito e siga os irmãos
desta corrente”.
Caso ele insista, invoca-se o guia ou protetor do médium que está
fazendo a atração para que converse com ele, incorporado no médium.
Dê um tempo. E se mesmo após as argumentações daquele que é o
protetor do aparelho que o obsessor está usando, não ceder é que
entregamos novamente a Corrente para que ela dê o tratamento em nível
de médio astral e conseqüentemente o encaminhamento.
Caso ele desacate e diga que permanecerá no lugar onde está, ou se
perceba que vai ficar sem controle, passa-se para o dirigente dos
trabalhos para que, sob as ordens do diretor astral tome as medidas
cabíveis.
 Inteligência Chefe. São os do exemplo anterior, mas que têm outros
obsessores inteligentes sob seu comando ou submissão. São mais difíceis
de se apresentarem e quando o fazem devem ser cuidados pelo próprio
diretor dos trabalhos.

Após a doutrinação e do obsessor haver destacado deve haver a incorporação da


entidade guia ou protetor do médium, para reequilibrá-lo e energizá-lo.
Importante também é lembrar que a espiritualidade superior sempre nos ampara
quando nossas intenções de fazer o bem ao próximo são nossa meta e objetivo, portanto
não há o que se temer, mas o que se cuidar. Os seus sentimentos ao se dirigir para um
trabalho destes são mais fundamentais do que qualquer banho de descarrego que tome.
“Orai e Vigiai”. Atitudes e pensamentos elevados, uma vida regrada e sóbria, são
fatores primordiais para nos tornarmos bons auxiliares do Alto na empreitada da luta
contra o mal. Como combater o mal se o temos dentro de nós? Urge, portanto uma
reforma íntima de valores e de vida, com a compreensão exata do seu papel na
Umbanda.
Não pense também em querer resolver tudo sozinho, busque o amparo e a
inspiração do Alto. Não tente “enfrentar” a inteligência trevosa apenas com argumentos,
mesmo que sólidos, mas invoque a proteção de seu Anjo Guardião e de seus guia e
protetor. Sintonize-se com a corrente. Não discuta, argumente. Não desafie, oriente.

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Funcionamento da Corrente de Tibiriçá em nível Astral

Como dito anteriormente, a preparação destes trabalhos se dá vinte e quatro


horas antes do início dos trabalhos na terra. É como se toda corrente já estivesse de
prontidão para o atendimento dos pedidos que serão realizados no dia seguinte.
Importante observar que após o término dos trabalhos os pedidos permanecem “em
aberto” e a corrente continuará trabalhando astralmente, ou seja, sem o concurso direto
de médium.
Quando os trabalhos se iniciam, os médiuns sentam a mesa e tudo começa a ser
preparado em nível de terra, e começa a leitura dos pedidos, os caboclos e falangeiros
da corrente, partem para os lugares mentalizados, buscam e trazem os irmãos que
deverão ser orientados pela corrente, isso acontece com a velocidade do pensamento.
Grande parte deste trabalho é feita em nível de médio astral, ou seja, sem
incorporação, pelos doutrinadores astrais do terreiro. Somente incorporarão os que mais
necessitarem ou que tiverem condições para tal.
Enquanto invocamos e doutrinamos são criados campos de energias protetores e
isoladores, portanto sem chance de que algum “fuja” e exatamente por isso é que
afirmamos que qualquer manifestação na assistência ou corpo mediúnico durante e após
a realização deste trabalho será tratada como animismo ou mistificação.
Também sabemos que se realmente ocorrer por parte da assistência alguma
manifestação verdadeira, a culpa disto é da própria pessoa que invocou e atraiu, abriu
campo para esta manifestação, ou reteve. Mas mesmo nessa hora não devemos julgar,
mas auxiliar e resolver.
A grande vantagem de informamos isto, está em mexermos com a auto-estima
da pessoa que ficará envergonhada de estar dando guarida para obsessor após um
trabalho de desobsessão bem feito.
Enfim, enquanto doutrinamos na “terra”, outros fazem o mesmo trabalho no
astral e este trabalho representa 80% da sessão.
Existem variações de métodos e nomes de terreiro para terreiro, mas a dinâmica
é sempre a mesma.
*******

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Os Perigos da Mediunidade
Por João Coutinho

Na Grécia Antiga, filósofos de diversas escolas se reuniam para debater sobre


vários temas de grande interesse a pluralidade dos mundos. Um dos mais famosos
debates é o Debate de Delfos, onde Aristóteles com seus discípulos Popicas, Joboxus e
outros membros do Liceu do templo de Apolo e filósofos de toda a Grécia, Éfeso, no
oeste, a Siracusa do atual sul da Itália se encontravam diante do oráculo.
Filósofos da escola pitágorica iam debater com aqueles da escola atomista e com
Platão e seus discípulos, para deleite de seus presentes. Todas essas vozes fluiriam da
mesma fonte, o incrível oráculo, o único capaz de entrar e sair livremente do mundo dos
espíritos através dos poderes de Tália que recriariam duzentos anos de sabedoria.
No altar qual o oráculo oficiaria a cerimônia, estátuas de deuses adornavam o
centro, coberto de frutas e flores e a belíssima Tália com seus cabelos pretos como
ébano, e a pele, de um branco quase transparente, parecia ser feita de matéria diferente
dos restos dos mortais. De seu pescoço pendia um enorme rubi que brilhava sobre
túnica branca, supostamente a chave para outro mundo.
Sentada sobre a pedra de Aegospotami (A pedra de Aegospotami, que caiu dos
céus há cerca de 113 anos (467 a.c)), Tália diante da platéia, trazia a face transformada,
e em seus olhos brilhava uma luz que não tinha nada de humano. Ela não era a mais
bela Tália, mas o sucessor de Tales, Anaximandro, que viveu cerca há de duzentos anos
(550 a.c)
Depois de debaterem sobre o que Anaximandro dizia Tália voltava a pedra, e
novamente recebia um outro filosofo da antiguidade, entre eles Anaxoras de
Clazômenas, Demócrito o grande filosofo atomista, Platão, Sócrates etc.
Hoje, através do espiritismo também temos o deleite de estarmos presentes com
entidades que com suas sabedorias, vem até nós pelos chamados médiuns para ensinar e
mostrar-nos que existe vida após a morte. Seja no chamado Kardecismo, crença baseada
na milenar doutrina hinduísta da transmigração das almas, e que se apóia em dois
pilares básicos: a concepção hinduísta do Karma e a possibilidade concreta de

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comunicação com os mortos. O Kardecismo também é conhecido como "espiritismo de


mesa branca", ou mesmo “alto espiritismo”.
Também temos o Candomblé que é uma religião mágica e ritual, o que se busca
a interferência concreta do sobrenatural “neste mundo” presente, mediante a
manipulação de forças sagradas, a invocação das potências divinas e os sacrifícios
oferecidos às diferentes divindades, os chamados orixás.
E a Umbanda, “Aquele que caminha no meio”, tem suas origens negras, porém a
Umbanda pode ser chamada de religião brasileira por excelência e pelo fato de ser uma
resultante de um encontro histórico único, que só se deu no Brasil: o encontro cultural
de diversas crenças e tradições religiosas africanas com formas populares de
catolicismo, mais o sincretismo hindu-cristão trazido pelo espiritismo kardecista de
origem européia. Entre ser uma religião ética, preocupada com a regulamentação moral
da conduta (Kardec), e ser uma religião estritamente ritual, voltada para a manipulação
mágica do mundo (Candomblé), a Umbanda escolheu o caminho do meio.
Diante destas ramificações do espiritismo (aqui eu diria espiritualismo –
Iassan), dificilmente no meio mágico, não se conhece alguém que não tenha conhecido
ou vivenciado e até continua seguindo uma destas religiões. O magnífico mundo da
mediunidade reflete o fato de que não estamos sozinhos e de que alguma forma alguém
se preocupa conosco, guiando-nos com seus mestres espirituais e ajudando no caminho
da evolução espiritual, mesmo na vida carnal como depois da morte.
Mas nem tudo é um mar de rosas, o médium deve estar bem preparado quanto
aos perigos que o espreitam ao se embrenhar no mundo dos espíritos. Infelizmente
pessoas atraídas pelo fascínio da espiritualidade acabam se tornando alvos de seres
maléficos que se aproveitam da ignorância para vampirizar ou usá-los como objeto
de seus desejos profanos.
Além disso, há o animismo mediúnico que aflora como uma doença no meio
mediúnico. Com a incorporação de si mesmo, sem ao menos se dar conta disso ou estar
em apenas na chamada barra–vento, pode-se transmitir as pessoas desconfianças que
geram intrigas e discórdias. Quando se conhece o seu estado de letargia mediúnica e
insiste nisso acaba gerando o charlatanismo intencional ou não.
Para se ter uma idéia dos perigos é necessário ter a consciência que há coisas que
são apenas compreendidas na luz e é apenas na luz que elas devem ser compreendidas,

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assim elas são totalmente incompreensíveis nas trevas, assim como há coisas nas trevas
que somente podem ser compreendidas nas trevas e são incompreensíveis na luz.
Por esse motivo na tentativa de se praticar a caridade, ao achar que esta fazendo
o bem para alguém se pode estar na verdade fazendo o mal para si próprio ou para este
alguém. É como benzer uma criança com desequilíbrio energético e por ignorância e
despreparo transmitir a ela um pouco de sua energia interior sendo alvo da prática do
vampirismo incondicional.
A diferença de um médium que conhece a magia e é preparado é que ao
enveredar no mundo dos espíritos procura-se conhecer, experimentar e descobrir
usando conhecimentos literalmente aprendidos dentro de seu ritual por um mestre
ou zelador de santo confiável. As armadilhas são intensas, ao tentar fazer o bem
para uma pessoa pode-se ganhar muitos inimigos, adquirir Karma, etc.
Mas não é por isso que o médium deve desistir de sua sina, deve-se
aprender, estudar, saber o porque das coisas, jamais deve se garantir apenas na
intuição, pois a partir do momento que está sendo guiado e ensinado não há apenas
intuição, mas também percepção. É de grande relevância saber se os espíritos que traz
consigo não são espíritos enganadores que com seu fascínio e postura de espíritos de luz
trazem a sua destruição. Desconfie sempre quando mesmo seguindo corretamente a
doutrina, sua vida não vai bem, acontece de tudo como polêmicas e intrigas.
Lembre-se ninguém aprende apenas pela dor ou pelo amor, existe uma interação
entre ambas nas suas diferentes variáveis. Por isso quem sofre ama e quem ama sofre.
Dentro deste pressuposto o médium deve desconfiar se está freqüentado o lugar e
fazendo as coisas certas, é necessário conhecer os princípios, os rituais e o porque das
coisas, se viver no mundo do eu acho, vive então na ignorância dos seus erros e
certamente será alvo de alguém ou algo que o espreita para derrubá-lo.
Os perigos não estão apenas nos espíritos enganadores, larvas e senhores do
baixo astral. Os perigos podem estar com o próprio médium. Sua ignorância é uma
delas. O fato de não poder enxergar com os olhos comuns leva-o a imaginação e a
fantasias. Desta maneira inventam e misturam conceitos, sem ao menos perceberem,
acabam achando que podem tudo, inclusive incorporar com Jesus Cristo.
A mediunidade é algo incrível, deve-se ter a consciência de sua importância,
inclusive no meio científico. Hoje colegas biólogos físicos e químicos, espíritas e não

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espíritas estudam o fenômeno mediúnico com grande interesse e alertam a comunidade


espírita dos perigos que envolvem ao usar a mediunidade como ferramenta de seu
próprio interesse e argumentam que os maiores perigos que o médium pode enfrentar
é ele mesmo e sua própria ignorância e de seu despreparo.
Ao agir de forma ínfima pode atrair consigo infinidades de coisas que o levam a
destruição do espírito e das pessoas ao seu redor. Por essa razão o médium deve ter
consigo que é preciso preocupar-se em como e o que se precisa fazer para não enveredar
no caminho de sua própria destruição.
A mediunidade é a oportunidade que temos de poder entrar em contato com
seres evoluídos em sabedoria, por isso é preciso não deturpar essa dádiva que é dada as
pessoas que servem de veículo para a comunicação com essas entidades. As
transmissões desses conhecimentos não podem ser modificadas por falsos médiuns e
nem alterados por médiuns que sem saber ou não, por despreparo ou não, alteram a
mensagem enviada por esses seres.
Vincular o uso da mediunidade as coisas de seu próprio, mistifica um dos mais
preciosos dons que a magia nos tornou possível de aprender. Ao enveredar o caminho
da mediunidade conheça seus perigos e principalmente as armadilhas preparadas para
aqueles que desprezam o verdadeiro conhecimento da magia e fazem aquilo que mais os
aprouver.

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O Gongá Ou Congá

O altar, os objetos de culto e todo o simbolismo que utilizamos, como os pontos


riscados e cantados, as chamadas curimbas, visam compor o que chamamos de bateria
magnética. É uma espécie de bateria psíquica que concentra as energias de que
precisamos para as tarefas que realizamos.
Na Umbanda lidamos com fluidos às vezes muito pesados, com magnetismo
elementar, e uma grande quantidade de pessoas que aqui vêm em busca de recursos não
conseguem ainda compreender o verdadeiro objetivo da Umbanda. Às vezes, muitos
umbandistas também não lhe compreendem os mistérios sagrados. Esse altar, o
Gongá, usando terminologia própria da Umbanda, é uma verdadeira concentração
energética. Todos concentram aí seus pensamentos, suas orações, suas criações mentais
mais sutis. Então, quando precisamos de uma cota energética maior para desenvolver
certas atividades, é só recorrermos a esse “depósito” de energias, pois o altar é também
um imenso reservatório de ectoplasma, força nervosa grandemente utilizada por nossos
trabalhadores, em vista da natureza nas nossas atividades.
Os cânticos, além de identificarem cada espírito que se manifesta, servem
igualmente como condensadores de energia, uma espécie de mantra, que são palavras
consagradas por seu alto potencial de captação energética. É a força mágica da
Umbanda.

Exu e Pomba-Gira

Quero deixar clara esta questão de uma vez por todas. Exu não faz o mal! Exu
não se “vinga”!
Exu é ENTIDADE DE LUZ (em evolução) COM PROFUNDO
CONHECIMENTO DAS LEIS MAGÍSTICAS E DE TODOS OS CAMINHOS E
TRILHAS DO ASTRAL INFERIOR.
Não tem nada a ver com as imagens vendidas nas casas de artigos religiosos,
com chifrinhos e rabos... Exu não é o Diabo.
São os guardiões, são os espíritos responsáveis pela disciplina e pela ordem no
ambiente.

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São trabalhadores que se fazem respeitar pelo caráter forte e pelas vibrações que
emitem naturalmente. Eles se encontram em tarefa de auxílio. Conhecem
profundamente certas regiões do submundo astral e são temidos pela sua rigidez e
disciplina.
Formam, por assim dizer, a nossa força de defesa, pois vocês não ignoram que
lidamos, em um número imenso de vezes, com entidades perversas, espíritos de baixa
vibração e verdadeiros marginais do mundo astral, que só reconhecem a força das
vibrações elementares, de um magnetismo vigoroso, e personalidade forte que se
impõem. Essa, a atividade dos guardiões. Sem eles, talvez, as cidades estivessem à
mercê de tropas de espíritos vândalos ou nossas atividades estivessem seriamente
comprometidas. São respeitados e trabalham à sua maneira para auxiliar quanto possam.
São temidos no submundo astral, porque se especializaram na manutenção da disciplina
por várias e várias encarnações.
Muitos do próprio culto confundem os Exus com outra classe de espíritos, que se
manifestam à revelia em terreiros descompromissados com o bem.
Na Umbanda a caridade é lei maior, e esses espíritos, com aspectos mais
bizarros, que se manifestam em médiuns são, na verdade, outra classe de entidades,
espíritos marginalizados por seu comportamento ante a vida, verdadeiros bandos de
obsessores, de vadios, que vagam sem rumo nos sub-planos astrais e que são, muitas
vezes, utilizados por outras inteligências, servindo a propósitos menos dignos. Além
disso, encontram médiuns irresponsáveis que se sintonizam com seus propósitos
inconfessáveis e passam a sugar as energias desses médiuns e de seus consulentes,
exigindo “trabalhos”, matanças de animais e outras formas de satisfazerem sua sede de
energia vital. São conhecidos como os quiumbas, nos pântanos do astral. São maltas de
espíritos delinqüentes, à semelhança daqueles homens que atualmente são considerados
na Terra como irrecuperáveis socialmente, merecendo que as hierarquias superiores
tomem a decisão de expurgá-los do ambiente terrestre, quando da transformação que
aguardamos neste milênio. Os médiuns que se sintonizam com essa classe de espíritos
desconhecem a sua verdadeira situação.
Depois, existe igualmente um misticismo exagerado em muitos terreiros que se
dizem umbandistas e se especializam em maldades de todas as espécies, vinganças e
pequenos “trabalhos”, que realizam em conluio com os quiumbas e que lhes

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comprometem as atividades e a tarefa mediúnica. São, na verdade, terreiros de


Quimbanda, e não de Umbanda. Usam o nome da Umbanda como outros médiuns
utilizam-se do nome de espíritas, sem o serem.
Os espíritos que chamamos de Exus são, na verdade, os guardiões, os atalaias do
Plano Astral, que são confundidos com aqueles dos quais falei. São bondosos,
disciplinados e confiáveis. Utilizam o rigor a que estão acostumados para impor
respeito, mas são trabalhadores do BEM.
São eles os verdadeiros Exus da Umbanda, conhecidos como guardiões, nos
subplanos astrais ou umbral. Verdadeiros defensores da ordem, da disciplina, formam a
polícia do mundo astral, os responsáveis pela manutenção da segurança, evitando que
outros espíritos descompromissados com o bem instalem a desordem, o caos, o mal.
Tem experiência nessa área e se colocam a serviço do bem, mas são incompreendidos
em sua missão e confundidos com demônios e com os quiumbas, os marginais do
mundo astral.
NÃO EXIGEM NEM ACEITAM “TRABALHOS”, DESPACHOS OU
OUTRAS COISAS RIDÍCULAS das quais médiuns irresponsáveis, dirigentes e pais de
santo ignorantes se utilizam para obter o dinheiro de muitos incautos que lhes cruzam os
caminhos. Isso é trabalho de Quimbanda, de magia negra.

NADA TEM A VER COM A UMBANDA!

Partes do Livro Tambores de Angola de Robson Pinheiro dos Santos

Comentários de Mãe Iassan

Portanto não há que se temer e nem há que se idolatrar Exu, há que se amar e
respeitar.
Buscamos, em nossa Casa, que Exu e Pomba Gira evoluam e possam assim
alcançar a possibilidade de um dia virem a trabalhar como enviados de Orixá (caboclos
ou pretos velhos).
Precisa-se acabar de uma vez por todas com as historinhas a respeito deles, do
tipo que todo “Zé Pelintra” que incorpora em nossos terreiros tenha morrido esfaqueado

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na porta de um cabaré. Francamente!!! Haja cabaré prá tanto Zé Pelintra! Precisamos


acabar com essa história de que toda Pomba Gira foi prostituta!! Elas podem ter tido
qualquer tipo de profissão, prostituta é apenas uma delas. Podem ter sido médicas,
donas de casa, professoras, etc.
Lembrem-se: Exu e Pomba Gira são posições vibracionais mais próximas a terra
e são também espíritos contemporâneos, não necessariamente foram Reis ou Rainhas /
malandros ou prostitutas.
Cada um que incorpora tem sua própria história. Podemos ter por exemplo dois
Tranca Ruas incorporados dentro de nosso terreiro e um ter sido um nobre e ou outro
um médico, ou ainda, um ter sido um homem comum (com qualquer profissão)
diferente do outro. Mas é tudo Tranca Ruas!

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Fontes bibliográficas:
Tambores de Angola de Robson Pinheiro Santos ditado pelo espírito de Ângelo Inácio.
Universidade de Umbanda de Edyr Rosa Guimarães e Almir S. M. de Lima
Apostilas do Centro Espírita Irmã Pêpa – Autor Nilo M. Pery.
Apostila 2 – CECP – Centro Espiritualista Caboclo Pery

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