Ebook Completo Final
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Zoneamento de Processos Morfodinâmicos para o Estado de Pernambuco: Banco de dados georreferenciado das áreas de ocorrência de erosão e deslizamentos de
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VOL I
Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte.
Patrocinadores
UFPE; PPGEO; PPGArq; GEQUA; FACEPE; INAPAS; MAP-UFPE; LMRI-DEN/UFPE; CAPES; CNPq
Organizadores
Fabrizio de Luiz Rosito Listo, Demétrio Mützenberg e Bruno de Azevedo Cavalcanti Tavares
Projeto Gráfico
Editoração eletrônica
Capa
Vários colaboradores
ISBN: 978-85-922143-0-2
COMISSÃO ORGANIZADORA
Demétrio Mutzenberg
Vice-Coordenador do Evento
Departamento de Arqueologia da UFPE
Daniela Cisneiros
Comissão Científica do Evento
Departamento de Arqueologia da UFPE
ANÁLISE DO SISTEMA FLUVIAL FRENTE AO USO E OCUPAÇÃO DA TERRA NA BACIA DO RIO TEJIPIÓ
– REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE 89
Carla Suelania da Silva, Carlos de Oliveira Bispo, Sérgio Bernardes da Silva e Osvaldo Girão
Os frutos dos trabalhos de pesquisa reunidos neste e-book representam um espelho das práticas
acadêmico-científicas contemporâneas dos profissionais do Nordeste brasileiro nas áreas
supracitadas. Como em um panóptico ora debruçado sobre a observação dos esforços de
investigação de profissionais, acadêmicos e diversos grupos de estudo, compila-se neste volume
esforços de pesquisa que transitam entre as abordagens já tradicionais, como as voltadas ao
estabelecimento de inventários fisiográficos, àquelas ainda em vias de difusão e preocupadas
com a aferição de processos ou testagem de novas narrativas teóricas sobre a paisagem; como
o conceito de conectividade para a compreensão das morfologias de estocagem e transmissão
de sedimentos em modelados de agradação.
Destacam-se dentre as contribuições um resgate sui generis de pontos de vista analíticos sobre
a dinâmica dos sistemas físicos de superfície que, ao aparentemente contraporem tempo e
dinâmica, clima e tectônica, bacia hidrográfica e paisagem, de fato nos oferecem uma gama de
opções de escolha dentre o estado-da-arte dos métodos e técnicas atualmente disponíveis para
o tratamento e apresentação da informação geoespacial.
Assim, embora sem pretender esgotar o cotejamento das linhas de trabalho correntes na região
com aquelas já consolidadas sobretudo pela literatura formativa, livros texto e manuais, esse
volume nos serve antes de mais nada como apontamento para a compreensão dos rumos que
vêm sendo perseguidos pela pesquisa e eventuais lacunas que ainda se fazem presentes, e cuja
confrontação, por parte daqueles que se engajam na pesquisa na interface entre as ciências ditas
da terra e as humanidades, seja premente para os avanços futuros. Ainda em uma era na qual o
status quo da pesquisa científica reflete uma profissão de fé sobre os paradigmas vigentes e em
desuso, a possibilidade de se debruçar sobre a ciência que se pratica em uma região em um dado
recorte de tempo constitui um exercício válido para o avanço do conhecimento e sua continuada
aferição. Boa leitura.
partes os municípios de Serra Talhada, aos maciços residuais, que são distribuídos
Calumbi e Flores (Almeida, Souza & nesta unidade de paisagem com aspecto de
Corrêa, 2016). A bacia do Riacho Grande cristas alongadas (plútons Terra Nova, Suíte
está inserida entre o contexto das seguintes Intrusiva Tipo Itaporanga, Recanto/Riacho
unidades de paisagem: Depressão do Forno, Suíte Intrusiva Prata), seguindo
Interplanáltica do Pajeú e Horst de os controles estruturais da Zona de
Mirandiba (Figura 1). Cisalhamento Afogados da Ingazeira de
direção NE-SW e falhamentos com sentido
A Depressão Interplanáltica do Pajeú, que E-W (Sampaio, 2005).
se desenvolve como uma depressão
alongada para nordeste está confinada entre Nesta unidade desenvolvem-se atividades
os Maciços Remobilizados do Domínio da agropecuárias, sobretudo aquelas voltadas à
Zona Transversal e a Encosta Ocidental do subsistência, com a distribuição de
Planalto da Borborema (Corrêa et al., pequenos sítios, que aproveitam as áreas de
2010). Neste compartimento de aspecto plaino aluvial para o cultivo de lavouras de
aplainado instalou-se a bacia do Rio Pajeú, ciclo curto. Diante da semiaridez na região,
ao qual se encontra inserida a bacia do o desenvolvimento dessas atividades é
Riacho Grande, como um de seus propiciado pela instalação de pequenas
tributários. O aspecto aplainado dá destaque barragens e perfuração de poços rasos.
elevadas da bacia. Este tipo de vegetação margens dos rios encontram-se voltadas às
ocupa a maior porção da área total da bacia, atividades agropecuárias, com exposição do
enquanto a vegetação do tipo arbórea solo, sobretudo ao longo do canal principal
representa a menor área, essencialmente e seus tributários, devido ao aproveitamento
representada pelas espécies frutíferas nos da água armazenada em subsuperfície em
pequenos assentamentos rurais e ou como leito arenoso, o que resulta na
ornamentação nas vilas e distritos. A remobilização dos sedimentos encosta-
vegetação herbácea corresponde às áreas canal e no entulhamento das confluências.
em regeneração ou em períodos de pousio. Por tratar-se de uma bacia fluvial
Estas áreas também são muito utilizadas exclusivamente rural, as atividades
para pastagem. agropecuárias são responsáveis pela
dinâmica econômica na área, portanto as
A cobertura vegetal mantém um áreas de solo exposto devem-se ao
significativo papel na estabilização do solo desenvolvimento de atividades como o
frente aos processos erosivos, conservando preparo do solo às lavouras de ciclo curto e
as encostas e margens dos canais fluviais. criação de animais de médio a pequeno
Contudo, na bacia do Riacho Grande, as porte.
scales. Earth Surf. Process. Landforms, 40, 177- breves considerações a partir de um estudo de
188. caso – setor subúmido do Planalto Sedimentar do
Araripe/CE/Brasil. Rio de Janeiro: Ensaios de
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Flexibilização de Manuais de Mapeamento:
ANÁLISE MULTITEMPORAL DO USO E COBERTURA DO SOLO
DA ZONA COSTEIRA DE EXTREMOZ - RN, BRASIL (2006-2016)
Ivaniza Sales Batista, Hudson Domingos Teixeira, Zuleide Maria Carvalho Lima,
Joyce Clara Vieira Ferreira e Antônia Vilaneide Lopes Costa de Oliveira
Figura 2: Mapa da evolução do uso e cobertura do solo na zona costeira de Extremoz, entre 2006 e 2016. Fonte:
Mapeamento do ano de 2006 por Batista (2014).
32
Tabela 1: Classes de mapeamento da cobertura e uso do solo na área de estudo, entre os anos de 2006 e 2016.
Fonte: mapeamento do ano de 2006 por Batista (2014).
Vale também destacar, que a expansão das A construção de edificações nesses espaços
áreas urbanizadas na área de estudo ocorre, implica na modificação estética da
espacialmente, sob os campos de dunas paisagem, interfere no processo de
móveis e em planícies de deflação, ou seja, transporte dos sedimentos modificando o
em Áreas de Preservação Permanente balanço sedimentar, além de diminuir e
(APP), conforme estabelecido pela descaracterizar os sedimentos dos campos
Resolução Conama 303, tendo em vista sua dunares; ocasiona a contaminação do lençol
função ambiental de manter o equilíbrio e a freático devido ao fluxo de águas servidas,
estabilidade da paisagem local, além de contribui para o assoreamento de corpos
assegurar o fluxo gênico da fauna e flora, hídricos, na devastação da vegetação e na
visando o bem-estar das populações conformação de problemas sociais
humanas. Desse modo, o avanço urbano decorrentes do soterramento de
nessas áreas acaba contribuindo para a sua equipamentos urbanos no processo de
descaracterização e deturpação (Figura 3). migração dunar (Figura 4).
mecanismos legais de restrição de uso e Bertalanffy, L.V. (1977) Teoria geral dos sistemas.
ocupação do solo na área de estudo, essa Petrópolis, Vozes LTDA.
espacialidade tem apresentado, na última Bertrand, G. (1972) Paisagem e geografia física
década, um considerável aumento global. Esboço metodológico. Caderno de
populacional. Esse crescimento extrapola a Ciências da Terra. São Paulo, 13.
natureza dos valores quantitativos e
corroboram em mudanças qualitativas nos Bloom, A.L; Petri, S.; Ellert, R. (1988) A orla da
Terra. In: Bloom, A. L; Petri, S.; Ellert, R.
ecossistemas locais.
Superfície da terra. São Paulo: E. Blucher.
Dentre os impactos constatados sócio- Brasil. Ministério das Minas e Energia. Projeto
espaciais observados na área de estudo, Radambrasil. Folhas SB. 24/25 Jaguararibe /
sobressai-se a descaracterização dos Natal; geologia, geomorfologia, pedologia,
campos dunares, a acentuação dos vegetação e uso potencial da terra. Rio de
Janeiro, 1981. 744 p. il., 7 mapas (levantamento
processos erosivos, a degradação dos solos,
de Recursos Naturais, 23).
o assoreamento de canais fluviais, somados
a segregação social e problemas de Brasil. Ministério do Meio Ambiente. Resolução
soterramento de equipamentos urbanos no Conama Nº 303, Dispõe sobre Área de
processo de migração dunar. Preservação Permanente. Data:20/03/2002.
Portanto, torna-se válido o aumento e/ou Brasil. Ministério do Meio Ambiente. Resolução
Conama Nº 404/2008 - "Estabelece critérios e
intensificação da fiscalização e diretrizes para o licenciamento ambiental de
acompanhamento técnico-administrativo na aterro sanitário de pequeno porte de resíduos
zona costeira de Extremoz, tendo em vista sólidos urbanos." - Data da legislação:
sua dinâmica peculiar e sua incontestável 11/11/2008 - Publicação DOU nº 220, de
relevância na manutenção dos recursos 12/11/2008, pág. 93.
naturais disponíveis e da qualidade de vida Carvalho, M.E.S. Fontes, A.L. (2006)
população local. Neste contexto, destacam- Caracterização geomorfológica da zona costeira
se os estudos geossistêmicos no tocante ao do estado de Sergipe. In: Simpósio Nacional de
entendimento das dinâmicas das zonas Geomorfologia / Regional
costeiras para subsidiar o planejamento e ConferenceOnGeomorphology. Vi, Goiânia.
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meio ambiente: uma nova face do litoral dos
36
AS DEFICIÊNCIAS NA ABORDAGEM GEOMORFOLÓGICA NOS
ESTUDOS DE IMPACTO AMBIENTAL NO ESTADO DA PARAÍBA
E A BUSCA POR METODOLOGIAS APLICADAS AOS
EMPREENDIMENTOS DE MINERAÇÃO
Quadro 2: Modelo de matriz de critérios adotada para análise da abordagem geomorfológica do material de
pesquisa.
Figura 1: Distribuição geográfica dos empreendimentos que elaboraram EIA para serem licenciados no estado da
Paraíba entre os anos de 2005 e 2014.
determinada área. Constatou-se que 50% afetados pela ação humana. Nesse contexto,
dos EIAs apresentaram mapas o diagnóstico ambiental não é somente uma
geomorfológicos que descrevem os das etapas iniciais de um EIA: ele é,
processos geomorfológicos da área. Para sobretudo, o primeiro elo de uma cadeia de
Ross e Fierz (2009:80), a cartografia procedimentos técnicos indissociáveis e
geomorfológica está entre as técnicas de interdependentes, que culminam com um
pesquisa mais utilizadas na área da prognóstico ambiental consistente e
geomorfologia, sendo aplicada para conclusivo.
"mapear o que é observável e não o que se
deduz da análise geomorfológica”. Para Como bem reforça Akiossi (2010),a
Sánchez (2008:230), os “mapas são avaliação de impacto ambiental deve estar
essenciais para a representação da maioria subsidiada por uma caracterização do
das informações produzidas ou compiladas empreendimento com dados consistentes e
pelos estudos de base”. Em primeiro plano, por um diagnóstico ambiental com
os mapas devem representar os diferentes informações igualmente consistentes, de
tamanhos das formas de relevo, dentro da modo que a equipe multidisciplinar
escala compatível. Foi possível verificar responsável pela elaboração do EIA,
que em alguns EIAs os mapas estão sem a disponha de informações suficientes para
devida interpretação e visualização dos elaborar as hipóteses de impactos.Logo, o
processos geomorfológicos, como no caso diagnóstico ambiental é referência no
do EIA do “Aproveitamento das Vertentes”, cumprimento das próximas atividades
cujo mapa geomorfológico apresenta uma técnicas do EIA (“análise dos impactos“;
escala satisfatória, porém pela falta de “definição das medidas mitigadoras”;
nitidez da legenda, torna-se “elaboração dos programas de
incompreensível a leitura do mapa. acompanhamento e monitoramento”).
Portanto, a cartografia constitui um dos
melhores caminhos para subsidiar uma Uso dos conhecimentos geomorfológicos
análise geomorfológica. Um mapa para a avaliação dos impactos ambientais
geomorfológico, com uma boa resolução
cartográfica, é um instrumento de leitura Segundo Guerra e Marçal (2006:70), a
universal (Kohler, 2001). correta utilização dos conhecimentos
geomorfológicos implica na diminuição da
Ainda na fase do diagnóstico, é importante possibilidade de ocorrência de danos
que se aborde a geomorfologia da área do ambientais (a exemplo dos movimentos de
empreendimento considerando a massa, erosão dos solos, erosão costeira,
sazonalidade climática para o planejamento assoreamento, enchentes, etc.), após a
das atividades de campo, já que os execução de grandes obras de engenharia,
levantamentos de dados primários em especial quando o EIA leva em conta
realizados em períodos mais secos podem esses riscos ambientais. Ab’Saber (2006)
ocultar a magnitude e a frequência de alguns cita que a avaliação de impactos consiste em
processos, como a erosão e os movimentos um processo complexo, que deve considerar
de massa, minimizando a dinâmica todos os sistemas impactáveis que se
geomórfica da área analisada. A sobrepõem e se entrecruzam. Dessa forma,
importância do Diagnóstico Ambiental no buscou-se verificar como foi considerado o
EIA é tanta, que o Ministério Público conhecimento geomorfológico na avaliação
Federal, em sua publicação “Deficiências dos impactos ambientais e na elaboração
em estudos de impacto ambiental: síntese de das medidas mitigadoras, bem como na
uma experiência” (2004), afirma que o EIA concepção dos programas de
deve ser capaz de descrever e interpretar os monitoramento ambiental. Vale salientar
recursos e processos que poderão ser que existe uma série de métodos de
44
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48
DETERMINAÇÃO DE PARÂMETROS HIDROLÓGICOS,
MORFOMÉTRICOS E PROBLEMAS AMBIENTAIS EM SETOR
URBANO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO MUNDAÚ –
MUNICÍPIO DE RIO LARGO (AL)
Figura 3 – No ponto A percebe-se o lixo acumulado às margens do rio, no ponto B a cana-de-açúcar, plantada a
poucos metros da margem do rio, e no ponto C a presença da barragem.
Para construir o perfil transversal do curso No setor (B) foi visto que as encostas da
d'água, mediu-se com uma trena a largura margem do rio são ocupadas para a
do rio no segundo setor de análise. plantação de cana-de-açúcar – monocultura
Dividindo a largura do rio por onze, que preenche boa parte da paisagem do
obtiveram-se dez pontos de igual município e é uma das principais atividades
comprimento e nestes pontos mediu-se à econômicas do estado de Alagoas (Andrade
profundidade com o auxílio de uma fita et al., 2007), e também foi flagrada a
métrica. Essas medidas foram realizadas extração ilegal de areia. Esse problema não
sobre uma das mais importantes pontes do se restringe a Rio Largo. Em Santana do
município, chamada de “Ponte do Mundaú, (Ferreira et al., 2012) observaram
Riachão”. Com os dados colhidos, a mesma situação e destacam que
construiu-se o perfil transversal do rio que geralmente as pessoas desconhecem os
relaciona profundidade e largura. Por fim, impactos ambientais provenientes de suas
calculou-se a profundidade média do rio no práticas e que é necessário conscientizá-las.
setor das medições hidrológicas para Aqui também foi visto lixões e mais
determinar a vazão. Para calcular este despejamento de esgoto não tratado no
parâmetro, utilizou-se a seguinte expressão: canal.
V= Pm x L onde V significa vazão, Pm
profundidade média e L largura do rio. O setor (C) era menos urbanizado,
entretanto possuía problemas ambientais de
igual magnitude se comparado a outros
RESULTADOS E DISCUSSÕES
setores analisados nesta pesquisa. Em
Lourenço de Albuquerque, zona rural do
Problemas ambientais município de Rio Largo, o primeiro fato que
chamou a atenção foi às pocilgas que
Em todos os setores de drenagem lançam seus rejeitos no rio. Aqui,
analisados, foi constatado o processo de encontrou-se uma quantidade reduzida de
degradação avançado do meio ambiente resíduos sólidos e percebeu-se que o rio de
(Figura 3). No primeiro setor analisado (A), águas turvas fica mais sereno em
no centro da cidade, foram observados decorrência de uma barragem. As barragens
pequenos lixões, desmatamento das alteram o equilíbrio longitudinal dos rios
encostas, descarte incorreto de lixo (Coelho, 2008), em áreas de barragens, as
eletrônico e lançamento de esgoto águas são lênticas (semi-paradas). Em
doméstico diretamente no rio. Este quadro nenhum dos setores observados encontrou-
se repetiu em todos os pontos analisados, se a presença de mata ciliar. Essa
entretanto, com algumas peculiaridades. constatação sucinta o debate do
53
assoreamento do leito do rio denunciado por desta forma, mais suscetíveis à erosão
(Ferreira et al., 2012). (Christofoletti, 1980).
Tabela 1: Velocidade do rio Mundaú (Rio Largo – Alagoas) obtidas através do método dos flutuadores, em trechos
selecionados de 10 m cada
1
Estudos empíricos, como apontado por (Cunha e Guerra, 1996), demonstram que a velocidade média do rio é
0,85 vezes maior que a velocidade média da superfície.
54
2
Para a largura utilizou-se a escala horizontal de 0,5 cm equivalentes a 5 m e na escala vertical 1 cm equivalente
a 1 m.
55
na área da bacia e dos elementos sociais, Maceió. Brasília, Agência Nacional de Águas
econômicos e culturais, trazendo benefícios (ANA).
para os moradores da bacia e também para Ferreira, E.P. et al. (2012) Desafios para a gestão da
o uso racional dos recursos hídricos e a bacia hidrográfica do rio mundaú – diagnóstico
preservação e conservação do meio ambiental de trechos da bacia localizada no
ambiente. Esta pesquisa buscou contribuir, Estado de Alagoas. Enciclopédia Biosfera.
colhendo dados em campo, para a Goiânia, 8, 14, 1123-1134.
compreensão dos problemas ambientais que
Guerra, A.J.T.; Cunha, S.B. (1996) Geomorfologia:
cercam a BHM e sua dinâmica enquanto exercícios, técnicas e aplicações. Rio de Janeiro,
sistema fluvial. Bertrand Brasil.
continuity. Soon after the gigantic plate encontra-se relacionado a um clima úmido,
tectonics episode that broke apart the two levando em conta a incisão vertical da
continental blocks, erosive processes
continued during the last phases of partial
drenagem. Assim, a desagregação mecânica
subsidence that happened in sectors of the seria a grande responsável pelo recuo
old Paleo-Mesozoic basins, or that paralelo das vertentes, e seus detritos, a
overflowed into late subsiding areas, on partir da base em evolução, se estenderiam
the dorsum of the old formations (Parecis, em direção aos níveis de base, produzindo
Araripe and Areado, western Bahia and
northwestern Minas Gerais).
entulhamento e consequente elevação do
nível de base local. Esse entulhamento se
Com esta citação o autor salienta a daria por atividades ou processos
necessidade de atrelar os processos de torrenciais, originando as formas
formação das superfícies de cimeira, conhecidas como bajadas e proporcionando
maciços e faixas, aos comportamentos o mascaramento de toda irregularidade
tectônicos erguidos por processos topográfica, caracterizando a morfologia
epirogenéticos, constituindo documentos de dos pediplanos.
amplos processos de aplainamento
ocorrendo aproximadamente na Contrariando esta visão clássica
sedimentação cretácea no extra-Brasil apresentada anteriormente, de acordo com
Amazônico. Corrêa (2003), diversos autores como Büdel
(1982), Twidale (1982) e Thomas (1994)
Os relevos do tipo residuais encontrados na refutam fortemente as generalizações
região semiárida são considerados como previstas pelos defensores das superfícies
relevos testemunhos, resultantes da erosão de aplainamento e recuo paralelo das
diferencial. São explicados na literatura sob escarpas; pedimentação, como os principais
a luz de Lester King e sua Teoria da motores da evolução das paisagens tropicais
Pediplanação, a qual se apoia semiáridas. Para Vitte (2005:105), autores
principalmente em critérios como a como Passarge (1895) e Bornhardt (1900)
atividade erosiva de ambientes áridos e também contribuíram para o
semiáridos. Considerando o critério posto e desenvolvimento da geomorfologia tropical
sua área de abrangência, justifica-se então o na medida em que noticiaram a existência
fato da larga aceitação em regiões de extensos etchplains e inselbergs nos
intertropicais, enfatizando o Brasil e a escudos tropicais. Tal descoberta fez com
África. Na visão de Ross (2008), apesar da que todas as atenções se voltassem para o
influência davisiana, a Teoria proposta por contexto regional, no caso, as associações
King se diferencia desta, pelo fato do relevo entre os Inselbergs e as extensas superfícies
não apresentar um comportamento cíclico, planas.
onde a atuação dos efeitos tectônicos
acontece sim, mas de forma intermitente, A Teoria da Etchplanação foi
colocando superfícies de erosão ou de desenvolvida inicialmente por Wayland
pediplanação elaboradas ao longo do tempo (1933). Essa teoria prega que existe uma
em diferentes níveis. integração dialética entre a alteração
geoquímica das rochas e a erosão
Para Casseti (2005), devemos considerar superficial, Büdel, (1982) apud Corrêa
que, a teoria da pediplanação foi (2003). Vitte (2005:107), afirma que:
originalmente relacionada a um clima Os processos de lixiviação e lessivagem
úmido, porém partindo do princípio que promovem a disjunção nas ligações
foram produzidas nas regiões temperadas, ferro-argila instabilizando os horizontes
supõe-se que a horizontalização topográfica superficiais e preparando-os para o
esteja vinculada a um clima seco, assim processo erosivo nas encostas. A
como o desenvolvimento vertical do relevo migração das argilas, oxihidróxidos de
60
Figura 2: Mapa altimétrico dos Planaltos Residuais do estado do Rio Grande do Norte.
Figura 3: Unidades Geomorfológicas dos Planaltos Residuais do Estado do Rio Grande do Norte.
unidades geoambientais para o Rio Grande do Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
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PATRIMÔNIO GEOMORFOLÓGICO DA ÁREA DO PROJETO
GEOPARQUE CARIRI PARAIBANO
Figura 1: Relação entre os conceitos de ambiente, conjuntos ambientais e patrimônio natural abiótico
(geopatrimônio).
Lajedo do Bravo AS
Pedra da Formiga
Paleontologia/
Fósseis da Lagoa do Planetário
megafauna
Arqueológico Pinturas e gravuras rupestres
Figura 3: (a)Boulders no Lajedo de Pai Mateus; (b)Furna do Tapuia/Pedra da Formiga no Lajedo do Bravo;
(c)Lagoa da Cunhã; (d)boulder com pinturas rupestres no Lajedo Manoel de Sousa; (e)Sacas de Lã; (f)pinturas
rupestres na Muralha do Meio do Mundo.
75
Figura 4: (a)Marmitas gigantes no Cânion Rio da Serra; (b)Pedra da Coxinha no Lajedo do Marinho; (c)Pedra da
Pata;(d)Pedra da Arara.
Almeja-se que os resultados da presente Lages, G.A.; Marinho, M.S.; Nascimento, M.A.L.;
pesquisa venham a contribuir na inserção do Medeiros, V.C.; Dantas, E.L.; Fialho, D. (2013)
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para as comunidades inseridas na área do Geológicos e Paleontológicos do Brasil.
Disponível em
projeto e para os visitantes que por ali <http://sigep.cprm.gov.br/sitio068/sitio068.pdf>
transitem, bem como seja possível utilizá-lo
para o desenvolvimento socioeconômico da Lima, G.M.P.; Farias, F.F. de; Barbosa, J.S.F.;
região integrando-o a roteiros geoturísticos, Gomes, L.C.C. (2009) Inselberge: Ilhas
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78
ANÁLISE DA VULNERABILIDADE A PROCESSOS EROSIVOS DA
BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BEBERIBE
Figura 1: Localização da bacia hidrográfica do rio Beberibe na Região Metropolitana do Recife-PE, Fonte: Os
autores (2015)
Figura 2: Modelo representativo do cruzamento das informações ambientais da bacia hidrográfica do rio
Beberibe – Recife-PE, para a produção do mapa de vulnerabilidade a processos erosivos.1. Mapeamento da
Geologia, 2. Mapeamento da declividade, 3. Mapeamento da Pedologia, 4. Índice de Vegetação e 5. Distribuição
da precipitação para verificação de sua intensidade.
Tabela 1: Valores de vulnerabilidade a erosão da estrutura geológica na bacia hidrográfica do rio Beberibe –
Recife-PE. Fonte: Os autores (2015)
esse respeito Oliveira et al., (2011), atributo clima, sendo verificada uma média
considera que o fato de haver uma cobertura da precipitação anual de 1651,3 mm,
vegetal, com alta biomassa, minimiza o estando o período mais chuvoso
contato direto das gotas de chuvas com o compreendido nos meses de: abril, maio,
solo, diminuindo dessa forma, o junho, julho e agosto. Sendo a intensidade
escoamento superficial. Portanto, o que se pluviométrica de 330,26 (mm/mês). O que
observa no contexto do alto Beberibe é que atribui à área estudada uma vulnerabilidade
a presença de uma vegetação mais densa de (2,2) sendo atributo considerado
(19,75%), em consonância com outras intermediário. A partir da aplicação de uma
variáveis ambientais, acaba por mitigar os média aritmética nos valores de
eventos morfogenéticos. vulnerabilidade dos mapeamentos citados
anteriormente se obteve o mapa da
Devido as suas características de vegetação, vulnerabilidade natural à erosão da bacia
essa área possui vulnerabilidade (1,0) o que hidrográfica do rio Beberibe – Recife-PE
se caracteriza por espaços estáveis. Nas (Figura 3).
regiões do médio e baixo Beberibe, onde a
mancha urbana e a presença de solo exposto A partir dos dados ora elencados, foi
(35,15%) se destacaram (Tabela 4), é possível aferir que cerca de 43,08% da área
necessário um estudo mais detalhado, pois, estudada, possui características da classe
essas áreas apresentam uma alta densidade medianamente vulnerável, já 26,05% da
populacional, baixo índice de vegetação e bacia está inserida na classificação de
declividade acentuada, sobretudo no médio moderadamente vulnerável e cerca de 5,4%
curso do Beberibe. Nessas áreas os valores encontra-se dentro da categoria
de vulnerabilidade oscilaram de 1,5 a 3,0. morfodinâmica vulnerável.
Tabela 4: Valores do índice de vegetação da bacia É possível verificar também, que cerca de
hidrográfica do rio Beberibe – Recife-PE 24,42% da bacia do rio Beberibe encontra-
se dentro da categoria moderadamente
Vulnerabilidade do atributo Cobertura
Vegetal
estável e apenas 1,05% apresentam feições
Classe (%) Área Valor de
estáveis. Dessa forma, é oportuno destacar
(%) Vulnerabilidade que tais características residem do fato
Água, nuvens 17 0 dessas áreas possuírem uma vegetação mais
e sombras densa, como também, a ocupação humana é
Área urbana e 37,15 3 bastante rarefeita (Tabela 5).
solo exposto
Vegetação 10,75 2,0 Assim, os processos pedogenéticos têm um
rala
Vegetação 15,35 1,5
maior predomínio no alto curso, que vai da
esparsa nascente até a BR 101 norte, na medida em
Vegetação 19,75 1 que, com uma cobertura vegetal mais densa,
densa a energia cinética da chuva diminui
consideravelmente, dificultando a
ocorrência de processos erosivos (Silva,
Destaca-se que as áreas que apresentam uma maior 2011; Guerra e Botelho, 2007; Vitte e
vulnerabilidade (3,0), pois apresentam, a conciliação
de uma vegetação menos densa, com áreas de
Mello, 2007). Já no que diz respeito ao
declividade mais íngreme e ocupada de maneira médio e baixo curso do rio Beberibe, ou
inapropriada pela população de baixa renda, torna seja, da BR 101 até sua foz, por
essa região propícia a eventos morfogenéticos com apresentarem predominantemente áreas
riscos eminentes aos habitantes dessa localidade. vulneráveis (5,4%) a medianamente
Finalmente, foi avaliada a intensidade vulnerável (43,8%), foi possível verificar
pluviométrica da bacia hidrográfica, no maior vulnerabilidade a processos
sentido de indicar vulnerabilidade do morfogenéticos.
86
moradores da bacia do rio Beberibe estão Embrapa. (2013) Sistema brasileiro de classificação
submetidos. Uma vez que em suas de solos. 3. ed. – Brasília, Embrapa.
condições naturais a área da bacia do rio Gomes, H.A. e Santos, E.J. (org.). (2001) Geologia
Beberibe, sobretudo, o médio curso do rio, e Recursos Minerais do Estado de Pernambuco.
possui uma susceptibilidade natural a Recife: CPRM.
processos morfogenéticos.
Guerra, A.J.T. (2007) O início do processo erosivo.
Por fim, percebe-se que o estudo em tela, In: Guerra, A.J.T., Silva, A.S. e Botelho, R.G.M.
(orgs.). Erosão e Conservação dos Solos:
está imbuído de uma relevância ímpar para Conceitos, Temas e Aplicações. 3. Ed. Rio de
sociedade, uma vez que, eventos Janeiro, Bertrand Brasil.
morfogenéticos têm gerado perdas
significativas à comunidade mais carente, IBGE. (2007) Manual técnico de Pedologia. 2. ed.
moradora das áreas de morro da Região Rio de Janeiro, IBGE.
Metropolitana do Recife. Salientamos ainda
Lesch, I.F. (2010) Formação e conservação dos
que esse trabalho não pretende, encerrar a solos. 2. ed. São Paulo, Oficina de Textos.
discussão da temática, mas, pretende lançar
as bases para análises mais aprofundadas e Menezes, J.B. et al. (2007) Índice de vulnerabilidade
que visem garantir um maior conhecimento à erosão para uma bacia na mesorregião do São
acerca dessa questão, buscando evitar Francisco pernambucano, a partir das relações
entre morfogênese e pedogênese. Revista
desastre e perdas econômicas. Brasileira de Geomorfologia, 8, 2, 45-56.
Pesquisa e Desenvolvimento - UEP Recife; Vitte, A.C. e Mello, J.P.de. (2007) Considerações
Governo do Estado de Pernambuco (Secretaria sobre a erodibilidade dos solos e a erosividade
de Produção Rural e Reforma Agrária). das chuvas e suas consequências na morfogênese
(Embrapa Solos. Documentos; no. 35). ZAPE das vertentes: um balanço bibliográfico.
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Urbanismo e Meio Ambiente. Recife.
ANÁLISE DO SISTEMA FLUVIAL FRENTE AO USO E OCUPAÇÃO
DA TERRA NA BACIA DO RIO TEJIPIÓ – REGIÃO
METROPOLITANA DO RECIFE
dinâmicos complexos (sistemas caóticos) interagem entre si. Importante salientar que
está o processo de retroalimentação o fluxo e os sedimentos são elementos
(feedback), em que pequenas mudanças relevantes no canal fluvial, como também
podem ocasionar efeitos dramáticos, pois ao próprio sistema, por que são fatores
podem ser amplificadas pela responsáveis pelos processos fluviais
realimentação” (Aumond, et al., (Christofoletti, 1981).
2012:1101).
Os sedimentos são originados do processo
Na Geografia, especificamente na erosivo das margens e fundo do canal,
Geografia Física, a teoria do sistema é porém a maior parte desse material é
trabalhada a partir da idéia de sistemas resultado da dinâmica das vertentes, ou seja,
dinâmicos. Na Geomorfologia foi através advinda do domínio interfluvial. Segundo
de Chorley (1962) que a teoria geral dos Schum (1977) todas as áreas da bacia
sistemas foi entendida devidamente, podem ser caracterizadas como fonte de
contudo alguns estudos anteriores já sedimentos, onde esses sedimentos são
demonstravam um caráter sistêmico como, carreados até o seu nível de base, os canais
por exemplo, Teoria do Ciclo Geográfico de fluviais. O processo do transporte é
Willian Morris Davis, e os trabalhos de realizado a partir dos fatores
Strahler (1950) que já anunciava a hidrogeomorfológicos como a precipitação,
necessidade da geomorfologia estudar os a topografia e a cobertura vegetal;
processos e as formas dentro de um sistema interagindo no ambiente. Já o processo de
dinâmico. deposição pode estar relacionado
principalmente ao sopé das encostas e as
Sob a visão sistêmica é interessante planícies costeiras, uma vez que:
delimitar um recorte espacial para realizar a
análise, no sentido de entender o sistema A associação desses elementos da rede
fluvial, como também para delimitar o fluvial com a altimetria e os controles
estruturais da bacia hidrográfica, que
ambiente da pesquisa. Partindo desse originam importantes níveis de base
pressuposto, o estudo aqui realizado, regionais e locais, permite o
delimitou a bacia hidrográfica do rio desenvolvimento de um perfil
Tejipió, isto porque, segundo Guerra e longitudinal específico, dinâmico e em
Mendonça (2007) as bacias hidrográficas constante busca de equilíbrio, balanço
entre descargas líquidas, erosão,
são sistemas abertos, onde a entrada de transporte e deposição de sedimentos
energia (inputs) acontece através da (Cunha, 2012: 222).
precipitação e a saída de energia (outputs)
através do escoamento e dos sedimentos. A A noção de equilíbrio é um ponto relevante
Teoria Geral dos Sistemas no estudo de na discussão do sistema fluvial, os
bacias hidrográficas contribui na elementos interagem equilibradamente,
possibilidade de integrar e conectar os porém a expressiva atuação antropogênicas,
elementos do meio ambiente, uma vez que pode causar desequilíbrios nesse sistema.
uma bacia representa um todo Uma vez que as atividades humanas
interconectado (Santos, 2004). impetradas a um trecho de um rio podem
alterar formas e escalas de intensidade da
Para compreender o sistema fluvial é dinâmica desse equilíbrio, sendo exemplos
necessário conhecer os processos de tais alterações obras de engenharia,
formadores, os elementos presentes e as como as construções de
principais formas derivadas dessa dinâmica, reservatórios/barragens e
Segundo Souza (2013) o sistema fluvial tem canalizações/retificações (Cunha, 2012).
seu significado a partir da zona fonte de
sedimentos, da rede de transporte e dos As ações antrópicas são forças que quando
sítios de deposição, esses elementos exercidas sobre ambientes de rios e canais
91
O incorreto uso da terra na bacia é um dos A bacia do rio Tejipió é a terceira mais
principais fatores responsáveis pela importante da capital pernambucana, junto
intensificação dos processos erosivos, com a Bacia do rio Capibaribe e Beberibe
podendo assim, está liberando energia formam o complexo estuarino do Recife,
necessária para causar mudanças no sistema além de realizar o abastecimento das
fluvial: Regiões Político-Administrativas 5 e 6 da
capital, compreendendo bairros como:
Algumas das grandes causas de pressões Coqueiral, Jardim São Paulo e Boa viagem.
e impactos nos ambientes fluviais
decorrem da intensificação de processos
erosivos em uma bacia hidrográfica. MATERIAL E MÉTODO
Erosão laminar e a erosão de fluxo
concentrado (sulcos, ravinas e voçorocas) Para compreender de forma holística o
podem ser intensificadas pelo manejo
inadequado do solo. Além disso, outras
processo da dinâmica fluvial da bacia do rio
atividades como mineração a céu aberto, Tejipió, utilizou-se como aporte teórico-
urbanização, construção de estradas, metodológico a abordagem sistêmica. Nas
dentre outras, são fontes de sedimentos etapas procedimentais desta pesquisa,
que podem ser facilmente carreados foram feitas a revisão de literatura sobre a
durante as chuvas para os corpos d’água
(Raposo, et al. 2009:2)
temática abordada, elaboração dos
mapeamentos (mapa de uso e ocupação,
Na elaboração de um estudo da dinâmica mapa de localização e mapeamento
fluvial não é possível deixar de considerar a comparativo da ocupação antrópica) e
atuação antrópica nesse processo, isto por trabalho de campo. No trabalho de campo,
que os rios espelham as condições naturais realizado no dia 16 de novembro de 2016,
como também as atividades antropogênicas buscou-se fazer uma análise visual e
que são desenvolvidas na bacia registro fotográfico de três áreas visitadas
hidrográfica, de forma direta ou indireta os da bacia, sendo elas: o bairro de Tejipió,
canais fluviais experimentam mudanças comunidade do Caçote no bairro de Areias
desses dois elementos, trazendo assim e o bairro da Imbiribeira, localizadas na
alterações e/ou impacto no comportamento cidade do Recife. Em campo buscaram-se
desses ambientes (Cunha, 2012). observar os aspectos geomorfológicos
fluviais, processos de sedimentação, assim
ÁREA DE ESTUDO como as ações antrópicas.
A bacia do rio Tejipió localizada no estado Para a confecção dos mapas utilizou-se o
de Pernambuco, pertence ao grupo de software ArcGis 10.3 e Spring 5; os dados
pequenos rios litorâneos do estado (Figura para a confecção do mapa de localização foi
1), é formado pelo rio principal o Tejipió, e proveniente da base de dados do
seus afluentes o Jiquiá e Jordão além de Zoneamento Agroecológico de
outros canais de menor expressividade. A Pernambuco/Embrapa e Imagens SRTM –
nascente do rio Tejipió é localizada na
92
16
98
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CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DA BACIA
HIDROGRÁFICA DO RIO TRAÍRAS COM O APOIO DE SIG
Com os MDE’s foi elaborado um mosaico fator de forma são menos sujeitas a
no QGIS, posteriormente este mosaico foi enchentes que outras de mesmo tamanho,
transferido para o Global Mapper onde contudo com fator de forma maior. Para se
realizou-se um processamento para obter o fator de forma utilizou-se a Equação
obtenção do arquivo vetorial da Bacia 2.
Hidrográfica do Rio Traíras e de uma rede
de drenagem mais detalhada. Kf = A / L² (2)
RESULTADOS E DISCUSSÕES
De acordo com a classificação de Silva e Tabela 3 – Índices morfométricos da bacia
Mello (2008), o valor de 1,95 encontrado hidrográfica do Rio Traíras.
para coeficiente de compacidade denuncia Área 239,46 Km²
uma bacia hidrográfica de forma alongada e
Perímetro 108,28 Km
não sujeita a grandes enchentes. Os valores
deste coeficiente entram em concordância Comprimento total dos 496,26 Km
com o fator de forma quanto à canais
susceptibilidade a enchentes. Comprimento do rio 33,93 Km
principal
Foi constatado o domínio das classes de
declividade plana e suavemente ondulada Coeficiente de 1,95
na maior parte da bacia, havendo assim a compacidade
tendência de baixaintensidade de Comprimento da bacia 22,24 Km
escoamento superficial. As maiores classes
de declividade encontradas estão associadas Fator de forma 1,94
às bordas do domo do Itabaiana, chegando Densidade de drenagem 2,07 Km/Km²
a atingir na Serra de Itabaiana uma
Indice de sinuosidade 29,5%
declividade de classe escarpada.
Coeficiente de manutenção 483,09 m²
Os índices morfométricos obtidos são
demonstrados na Tabela 3.
106
Na área de estudo constituem como uma Constituem uma unidade que bordeja as
unidade de grande importância, destacando- áreas mais elevadas. Apresenta-se na forma
se em meio as superfícies aplainadas da das superfícies rebaixadas com altitudes
Depressão Sertaneja. Apresentam elevados abaixo de 300 m e declividades abaixo de
declives, baixa porosidade primária (0 a 5º. A porosidade primária é baixa, entre 0 e
15%), sistema hidrogeológico do tipo 15%, e o sistema hidrogeológico é do tipo
fissural. fissural.
Figura 4: Formas de relevo presentes no município de Serrinha dos Pintos. Fonte: Jiliardo Queiroz (2016)
115
Araújo, M.G.S.; Brito Neves, B.B.; Archanjo, C.J. Mabesoone, J.M.; Campos e silva, A.; Beurlen, K.
(2001) Idades do magmatismo básico Meso- (1972) Estratigrafia e Origem do Grupo Barreiras
Cenozóico da Província Borborema oriental, em Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte.
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116
DETECCIÓN DE MINERALES CON USO DE IMÁGENES LANDSAT
8 EN LA REGIÓN DE VALPARAÍSO, PROVINCIA DE LOS ANDES,
COMUNA DE SAN ESTEBAN, LUGAR CAMPOS AHUMADA ALTO
– CHILE
Nathaly Grau Perez, Keyla Manuela Alencar da Silva Alves e Juan Toledo
Ibarra
Agregando estos parámetros a la fórmula Para estimar los minerales que abundan en
(1) la fórmula queda: la zona de estudio se utilizó como apoyo la
librería mineralógica de 160 elementos el
Dπ(Lsen,k −La,k )/τk,0 software ENVI 5.1 que contiene
ρ ∗k = E0,k Cosθi τk,i +Ed,k aproximadamente 300 espectros medidos
(1) entre los rangos de longitudes de onda de
0.4 a 2.5 micrómetros en 826 bandas
Cálculo de reflectividades y radiancia (Cnice, 2015).
Figura 3: Firmas espectrales de los elementos significativos del área de estudiar.Fuente: Captura pantalla
software ENVI 5.1
121
Figura 4:6 Los gráficos del 1 al 36 representan los resultados de firmas espectrales de los minerales alunita,
pirita, turmalina – dravita. Fuente: ENVI 5.1 (cont.)
122
Figura 4:7 Los gráficos del 1 al 36 representan los resultados de firmas espectrales de los minerales alunita,
pirita, turmalina – dravita. Fuente: ENVI 5.1. (cont.)
123
Figura 4:8 Los gráficos del 1 al 36 representan los resultados de firmas espectrales de los minerales alunita,
pirita, turmalina – dravita. Fuente: ENVI 5.1.
124
13 6% 5% 11%
14 10% 9% 11%
15 14% 10% 11%
16 8% 10% 12%
17 5% 5% 10%
18 13% 15% 12%
27 5% 6% 11%
28 2% 5% 10%
29 2% 5% 10%
Con estos datos obtenidos solo usando la dicha área y ver que costos generaría
imagen satelital Landsat-8 aumenta la realizar este tipo de análisis.
probabilidad en un 40% la existencia de
minerales para así explorar más en A través de este largo estudio se pudo ver
profundidad el predio minero. que un análisis mineralógico conlleva el
trabajo en conjunto de muchos
Optando a métodos complementarios como profesionales del área para que sea factible,
el ir a terreno a ver las características de ya que no todas las decisiones pasan por el
cómo se presentan estos elementos y extraer geomensor sino que por geólogos,
muestras más superficiales del suelo para ingenieros en minas, geofísicos, etc.
luego estudiar la opción de realizar sondaje. También se concluyó que el realizar este
tipo de análisis en primera instancia con
CONCLUSIÓN imágenes satelitales como apoyo, es un
complemento para tomar la decisión de dar
Al inicio del presente trabajo, se planteó el siguiente paso de exploración más
como principal objetivo estimar la profunda, actualmente este tipo de método
existencia de ciertos minerales realizando se está usando cada vez más porque es un
un análisis mineralógico con una imagen impulsor para minimizar costos en terreno,
satelital Landsat-8 en un predio minero ya que desde un software se tiene el control
ubicado en la región de Valparaíso, del área de estudio por más grande que sea
provincia de Los Andes, comuna de San acotando los puntos de exploración.
Esteban, lugar Campos Ahumada Alto, para
evaluar la posibilidad de hacer sondaje en
127
passados e recentes, geralmente são as A região é um dos bairros com maior índice
mesmas que poderão deflagrar novos de exclusão social do município de acordo
eventos (Bauzys, 2012). com o Mapa de Exclusão/Inclusão
Socioambiental do Recife (Fundaj, 2007).
Os escorregamentos nas áreas de morros se Caracterizando-se como um bairro de classe
configuram como um dos maiores média a baixa, a região segue a tendência de
problemas encontrados na cidade do Recife várias outras áreas da cidade, onde as
(PE), em função de ocupações irregulares, populações de renda mais baixa se
com moradias precárias sem estruturas ou localizam nos locais com maiores riscos de
planejamento técnico para a construção. O ocupação.
município do Recife é composto, em
relação a sua área territorial, de Conforme Alheiros et al (2003), do ponto de
aproximadamente 65% de áreas de morros vista geológico, a área é formada por
(Alheiros et al, 2003). De acordo com o sedimentos terciários da Formação
Plano Municipal de Redução de Risco Barreiras, cujos sedimentos são
(PMRR, 2006), existiam cerca de 470.000 característicos de deposição fluvial.
habitantes em áreas de morros, sendo que Apresentam camadas mais arenosas na base
deste total, 10.374 ocupavam moradias em e arenosas e argilosas intercaladas nos
locais de risco alto ou muito alto com 140 topos, resultantes de depósitos por
pontos de risco a escorregamentos enxurradas (leques aluviais). A constituição
distribuídos pelo município (PMRR, 2006). de areias típica dessa formação apresenta
um elevado teor de feldspatos, sujeitos aos
Dentre os vários pontos de risco do processos de argilização em função de
município, o bairro de Nova Descoberta climas quentes e úmidos, o que favorece a
caracteriza-se por apresentar encostas com ocorrência de escorregamentos e de
declividades íngremes que apresentam uma processos erosivos (Alheiros et al, 2003). A
intensa ocupação antrópica. A Defesa Civil região está inserida na unidade
do Recife vem registrando vários eventos de geomorfológica dos tabuleiros costeiros, no
escorregamentos na região, onde realiza qual a dissecação desse relevo em direção à
monitoramentos constantes das áreas de costa permitiu a formação de morros
maiores riscos. Dessa forma, o objetivo sinuosos e de colinas arredondadas com
deste trabalho consiste em relacionar o encostas de declividade variável (Alheiros,
inventário de escorregamentos do bairro de 1998).
Nova Descoberta, elaborado com base em
dados da Defesa Civil, com parâmetros O clima da área configura-se por ser quente
topográficos (declividade), obtidos por e úmido, com precipitação média anual que
meio do uso de Sistemas de Informações ultrapassa 2000mm.Os meses de maio,
Geográficas (SIG). junho e julho apresentam os índices de
precipitação mais elevados, nos quais
ÁREA DE ESTUDO ocorrem os maiores números de ocorrências
O bairro de Nova Descoberta localiza-se na de escorregamentos (Instituto Nacional de
zona norte do município do Recife (PE) Meteorologia, 2016).
perfazendo uma área total de 1,8 km2 com
Com relação à cobertura vegetal,
uma população de 34.212 habitantes
apresentava, originalmente, vegetação de
(Prefeitura do Recife, 2010) com altitudes
Mata Atlântica, desmatada em inúmeros
que variam entre 13 m a 91 m (Figura 1).
pontos, sendo substituída por vários trechos
de solo exposto e de vegetação secundária
de pequeno porte (Figura 2).
131
Figura 1: Localização da área de estudo (bairro de Nova Descoberta, zona norte do Recife).
Figura 2: Encosta de alta declividade em área de solo exposto com risco de escorregamentos
132
MATERIAIS E MÉTODOS
HISTÓRICOS DE
ESCORREGAMENTOS E MEDIDAS
PREVENTIVAS Inventários de escorregamentos
Figura 3: Ações estruturais pouco conservadas para a proteção de encostas (lonas desgastadas).
134
Figura 5: Encostas densamente ocupadas no bairro de Nova Descoberta das quais foram registradas ocorrências
de escorregamentos.
135
Alheiros, M.M.; Souza, M.Â.A.; Bitoun, J.; Parise, M. (2001) Landslide mapping techniques and
Medeiros, S.M.G.M.; Júnior, W.M.A. (2003) their use in the assessment of the landslide
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Dessa forma, o objetivo deste trabalho começou a ser utilizado a partir de 1990 e
se consolidou nos últimos anos dessa
constitui-se em identificar e analisar quais década, sendo aplicado, principalmente,
feições costeiras de modo geral podem ser nos estudos de Geoconservação, voltados
consideradas atrativos geoturísticos com à preservação do patrimônio natural, tais
fins para a Geoconservação. como: geoparques, monumentos
geológicos, paisagens naturais, entre
outros (Covello, 2011:38).
MATERIAIS E MÉTODOS
Para alguns autores como Santos (2012), a
Para realização da pesquisa o procedimento geodiversidade se limita apenas ao conjunto
metodológico empregado foi a Pesquisa de rochas, minerais e fósseis, já para outros
Bibliográfica, a qual segundo Gil (1996) se como Gray (2004) e Brilha (2005), este
constitui na atividade de leitura e análise de conceito é mais abrangente, integrando as
material já elaborado, principalmente livros comunidades abióticas e bióticas, onde a
e artigos científicos, com o intuito de geodiversidade atua em equilíbrio constante
agregar a contribuição de diversos autores com a biodiversidade. Sharples (2002:60)
sobre determinado tema ou objeto. Neste define a geodiversidade como: “a
trabalho o estudo bibliográfico foi realizado diversidade de características, assembleias,
através de artigos, dissertações e teses. sistemas e processos geológicos (substrato),
geomorfológicos (formas da paisagem) e do
RESULTADOS E DISCUSSÕES solo”. A definição proposta no ano de 2002
pela Sociedade Real para Conservação da
Apresenta-se discussão acerca das Naturezado Reino Unido destaca que: a
temáticas referentes à Geodiversidade, geodiversidade consiste na variedade de
Geoconservação e Geoturismo, bem como ambientes geológicos, fenômenos e
apresentar as principais feições costeiras processos ativos que dão origem a
que se constituem em atrativos paisagens, rochas, minerais, fósseis, solos e
geoturísticos. outros depósitos superficiais que são o
suporte para a vida na Terra (Brilha, 2005).
Geoturismo: Geodiversidade e
Apesar da estreita relação entre os conceitos
Geoconservação
de biodiversidade e geodiversidade, quando
O Geoturismo é um segmento da atividade se trata do nível de divulgação dessas
turística que tem o patrimônio geológico temáticas entre a sociedade como um todo,
como seu principal atrativo e busca sua existe um grande empecilho que os separa
proteção por meio da conservação de seus (Santos, 2012). Segundo Nascimento,
recursos e da sensibilização do turista, Ruchkys e Mantesso-Neto (2008), o termo
utilizando para isto, a interpretação deste geodiversidade, ao contrário de
patrimônio tornando-se acessível ao um biodiversidade, ainda é pouco conhecido e,
conhecimento antes só discutido na consequentemente, pouco divulgado e
academia, além de promover sua valorizado entre as pessoas.
divulgação e o desenvolvimento das
Gray (2004) foi um dos primeiros autores a
ciências da Terra. Neste sentido, antes de
classificar os valores atribuídos a
discutir Geoturismo pressupõe trazer a
139
Guerra (2012:100) afirma que delta “é Para visualização das feições costeiras a
um depósito aluvial que se forma na foz se constituírem como potenciais
de certos rios, avançando com um leque geoturísticos a Figura 1.
na direção do mar. Essa deposição exige Portanto, observa-se o potencial
certas condições como: ausência de geológico e geomorfológico existente nas
correntes marinhas, fundo raso, zonas costeiras, podem vir a se
abundância de detritos, etc.” A constituírem como potenciais atrativos
denominação “delta” vem da forma da foz do Geoturismo, como aplicabilidade para
do rio Nilo (Egito) que lembra a quarta a Geoconservação.
letra do alfabeto grego (Guerra, 2012).
Figura 1 – Principais feições costeiras a se constituírem como atrativos geoturísticos: A – Falésias Sete Irmãs, na
Inglaterra; B – Campo de Dunas, em Natal – Rio Grande do Norte; C – Praia da Rocha, em Algarve – Portugal;
D – Promontório Rochoso, em Parnaíba – Piauí; E – Recife de Arenito, em Natal – Rio Grande do Norte; F –
Recife de Arenito de Praia, em Cajueiro da Praia – Piauí; G –Eolianitos, em Algarve – Portugal; H – Planície
Fluvial, em Cajueiro da Praia – Piauí; I – Planície Flúvio-Marinha, em Imbituba – Santa Catarina; J – Estuário,
em Pernambuco; K – Delta, em Parnaíba – Piauí. Fonte: Pires, 2009; Silva, 2014 e 2015; Silva 2013.
143
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ANÁLISE FISIOGRÁFICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO
RIACHO DO PONTAL-PE
O relevo que consta na região, se caracteriza Para iniciar a análise foi preciso corrigir
como Depressão sertaneja, por apresentar pequenas imperfeições inerentes das
uma superfície de pediplanação bastante imagens de radar SRTM, para isso foi
monótono, com pequenas variações utilizada a função Fill. Com ela espaços
altimétricas, ou seja, uma área extensa com vazios ou incompletos foram preenchidos.
relevos planos a suavemente ondulados. É válido ressaltar que é de extrema
(Filho, 2004). importância que as imagens devem estar o
mais apurado possível para tal análise,
A região apresenta um clima semiárido podendo, assim, extrair informações o mais
quente (BSwh’), com precipitação anual próximo da realidade possível.
entorno de 557,7 mm, mais concentrada
entre os meses de dezembro e março. Prosseguindo, com as imagens corrigidas,
Entretanto a região apresenta um déficit foram gerados novos Rasters com o
hídrico devido a acentuada objetivo de determinar os fluxos
evapotranspiração, 2.090 mm/ano, presente hidrológicos. Inicialmente, a partir do Fill,
na área de estudo. Devido ao clima presente, utilizamos o Flow Direction, que nada mais
a vegetação se apresenta, em sua maioria, na faz do que gerar uma grade digital onde
forma de caatinga arbustiva-arbórea, com a cada célula indica a direção do fluxo
presença de solos do tipo Latossolo d’água. Posteriormente foi obtido a direção
Amarelo, Argilossolos Vermelho-Amarelo, e os locais onde o fluxo se acumula (Flow
Planossolos, Cambissolos, Neossolos Accumulation), considerando, apenas, o
Areias Quartzosas e Neossolos Litólicos na escoamento superficial, através do a grade
bacia do Riacho do Pontal (Silva, 2014). digital gerada anteriormente. Para delimitar,
na bacia, o que será analisado foi preciso
MATERIAIS E MÉTODOS atribuir um limiar igual a 5000, através da
ferramenta Con, com o objetivo de delimitar
Para a realização do trabalho foram usadas sub-bacias de maior área de drenagem. É
quatro imagens SRTM, a SC-24-V-A, a SC- importante notar que o limiar atribuído
24-V-B, a SC-24-V-C e a SC-24-V-D, com limitará a quantidade de sub-bacias, assim
como área da bacia o faz.
resolução de 30m, obtidos do banco de
dados da EMBRAPA, que contemplam o Após a delimitações da rede de drenagem
território da bacia do pontal. no Raster anterior com a ferramenta Con,
foi necessário criar um Shapefile com as
Também foi utilizado o Software ArcGIS
linhas de drenagem, atribuindo valores
10.2, juntamente com alguns dados de
únicos às células para determinar o que é ou
delimitação de municípios, no formato de
não fluxo de drenagem, para isso foi
arquivos Shapefiles disponíveis no IBGE.
utilizado a função Stream To Feature.
Para a o levantamento de informações
Em seguida foi feito um procedimento
através dos Rasters (imagens SRTM), foi
(Stream Link) que consiga distinguir
necessário agrupá-las em um único Raster
intersecções entre os rios, atribuindo
por meio da ferramenta Mosaic to New
valores únicos para os encontros. Agora era
Raster para que o software fosse capaz de
possível o software perceber a existência de
analisar sem qualquer falha ou discordância
rios distintos, ao contrário da função
de resultados. Em seguida, foi utilizada, a
anterior onde os rios eram um único objeto.
operação Extract by Mask com o objetivo de
retirar áreas externas à bacia a partir do A ferramenta Stream Order, foi utilizada a
Raster resultante supracitado. Assim, o fim de atribuir as hierarquias, segundo
software seria capaz de analisar apenas a Strahler, de toda a bacia, se valendo dos
área da bacia do Pontal. Rasters gerados pelo Fill e pelo Flow
148
INDICE RESULTADOS
Perímetro da bacia (P) 467.17 Km
Área da bacia (A). 6023.12 Km
Comprimento do rio principal (L) 196.20 Km
Índice de Circularidade (Ic) 0.346
Declividade média da bacia (Dm) 2.490x10−07 m
Densidade de drenagem (Dd) 0.1765 Km/Km2
Sinuosidade do Rio (Is) 50.34%
Coeficiente de compacidade (Kc) 1.685
149
de Sensoriamento Remoto – SBSR. São José dos Strahler, A.N. (1957) Quantitative Analysis Of
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COMPARTIMENTAÇÃO GEOMORFOLÓGICA-ESTRUTURAL DE
CAMPINA GRANDE- PB: UMA RELAÇÃO ENTRE FEIÇÕES DO
MODELADO E PADRÕES DE DRENAGEM ATRAVÉS DA
FOTOINTERPRETAÇÃO
Figura 1: Mapa Hipsométrico e Níveis topográficos da cidade-pesquisa: Organizado por COSTA, 2016; Base de
dados: AESA, 2016; CPRM, 2016.
Ai
Ai
Ai
Figura 8: Mapa dos elementos Geológicos-Geomorfológicos Estruturais do município. Produzido por Jonatas
Costa, 2016.
Figura 9: Mapa de drenagem de Campina Grande. Fonte: elaborado por Jonatas Costa,2016.
Figura 3: Distribuição espacial das anomalias morfométricas nas bacias riacho do Pontal e GI8.
A partir deste ponto, o índice de Hack passa algumas convexidades ao longo do trajeto
de 3,9 para 5,9 e quando se leva em (Figura 6). Esmiuçando o perfil
consideração a litologia sob esta drenagem, longitudinal, nota-se que mesmo a
percebe-se que neste setor há uma mudança drenagem apresentando anomalias por toda
brusca de uma litologia metamórfica para sua extensão, somente a partir da isoípsa de
uma litologia intrusiva, o que explicaria 460 m que os valores aumentam
esse aumento no índice de Hack devido à significativamente, coincidente com a
uma maior resistência litológica frente ao convexidade no perfil e na paisagem
poder erosivo da drenagem. No trecho final marcada pelo primeiro knickpoint
da drenagem, por volta de 440 m o índice de observado no perfil longitudinal do riacho
Hack demonstra a ocorrência de uma do Pontal e do riacho Poço da Prensa.
anomalia de 1º ordem no valor de 16,4 que
não pode ser explicado por diferenças A interpretação de que a partir deste
litológicas, como no trecho à montante. Este patamar há uma ruptura no relevo atrelado
valor anômalo no trecho final do riacho ao estruturamento regional, se dá pelo fato
Poço da Prença pode ser explicado, tal qual, que assim como os perfis anteriores, neste
como demonstrado no perfilo longitudinal setor não há mudanças litológicas que
do riacho do Pontal, como o primeiro justifiquem tais anomalias, nem tampouco a
knickpoint de caráter local em direção à ideia de que há uma carga sedimentar que
Depressão Sertaneja, sendo a diferença de crie o desnivelamento. Ainda analisando o
um canal para o outro a magnitude desta perfil longitudinal deste dreno, percebe-se
quebra, que no riacho Poço da Prença se que a partir da cota de 420 m o canal passa
apresenta bastante brusca. a demonstrar uma tendência ao
desequilíbrio, em relação à linha de melhor
O terceiro canal da bacia riacho do Pontal ajuste, corroborado pelo aumento do índice
que possui índices de Hack representativos, de Hack e culminando numa anomalia de 1°
ou seja, setores anômalos de 1º ordem é o ordem cujo valor é de 11,7 na isoípsa de 400
riacho São Bento, um afluente da margem m. Este patamar pode ser considerado um
esquerda do riacho do pontal com pouco segundo knickpoint de caráter estrutural,
mais de 66 km de extensão. Em comparação responsável pela criação de espaços de
aos dois outros canais analisados, este acomodação para a sedimentação
apresenta perfil longitudinal semelhante ao colúvio/aluvial, conforme proposto por Lira
do riacho do Pontal, apresentando uma (2014).
concavidade relativamente acentuada e com
172
ponto, na cota de 360 m, a drenagem do que os antigos terraços do rio São Francisco
riacho Bebedouro apresenta uma anomalia foram abandonados e, consequentemente,
de 1° ordem com o valor de 71,95, o mais estes pequenos rios passaram a ter que
elevado para as duas bacias analisadas. escavar os antigos sedimentos fluviais até
confluir com o dreno principal. Estas
Os perfis longitudinais destas drenagens pequenas drenagens, no entanto, não
demonstram o evidente desequilíbrio destes tiveram nem tempo nem condições
canais, corroborados pelos valores obtidos suficientes para atingir o equilíbrio,
pelo índice de Hack bastante elevados. Tais ratificando a hipótese aventada por Lira
dados validam as interpretações de que as (2014) que as condições morfoclimáticas
mudanças no nível de base no rio São atuais para a área são fruto de uma
Francisco, por conta de mudanças modificação recente.
climáticas, foram responsáveis pelo
desequilíbrio destas drenagens. Tal
desequilíbrio se deu a partir do momento
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de drenagem e rupturas de relevo. Geociências,
33, (4), 616-628.
176
ANÁLISE DOS ÍNDICES RDE NA BACIA DO RIO MAMANGUAPE,
PARAÍBA
Rhandysson Barbosa Gonçalves, Drielly Naamma Fonsêca eAntônio Carlos
de Barros Corrêa
extensão total do canal desde a nascente até Desta forma, a partir da análise do perfil
o ponto final para onde o índice está sendo longitudinal de um rio e da aplicação de
calculado. parâmetros morfométricos, a exemplo do
IH, pode-se apresentar um esboço das
Da mesma forma é possível calcular o IH de características de uma drenagem, no que diz
um canal fluvial em toda a sua extensão. respeito às feições estruturais e tectônicas
Para isto considera-se a diferença desenvolvidas.
altimétrica entre a cota superior e a inferior
do canal, ou seja, o ΔH da cabeceira até a RESULTADOS E DISCUSSÕES
foz (em metros) e o logaritmo natural da
extensão total do curso de água, sendo a Análise dos índices RDE
fórmula: SLtotal=ΔH/lnL
A bacia do rio Mamanguape, inserida na
Seeber&Gornitz (1983) consideraram como Zona da Mata e Agreste paraibano,
anômalos os índices de SLtrecho que, compreende total ou parcialmente 46
quando divididos pelo índice de SLtotal, municípios, apresentando sua nascente
resultaram em valores acima de 2 (dois). entre os municípios de Montada e Areial, e
Estas anomalias se subdividem em foz entre os municípios de Rio Tinto e
anomalias de segunda ordem, cujos valores Marcação. O padrão de drenagem
estão entre 2 (dois) e 10 (dez) e as anomalias predominante é o dendrítico, sendo os
de primeira ordem que possuem valores canais em sua maioria retilíneos,
iguais ou superiores a 10 (dez). As controlados pela estrutura a partir da
anomalias de primeira ordem são adaptação dos drenos às linhas de falhas e
encontradas em trechos onde a declividade fraturas. A bacia possui uma quantidade
é bastante elevada, ou seja, setores em que significativa de canais de primeira ordem
o rio não teve tempo ou competência para que confluem diretamente com os canais
suavizar o perfil, enquanto que as anomalias principais, configurando uma rede de baixa
de segunda ordem são encontradas em hierarquia. Na Tabela 1 é possível observar
trechos com declividade pouco acima da os dados totais do índice RDE para toda a
curva normal para o padrão da drenagem. bacia.
Do mesmo modo dos perfis analisados Comparando com a linha de melhor ajuste,
anteriormente, a partir da cota de 300 m, o perfil longitudinal do rio Araçaji-Mirim
ocorre uma série de knickpoints que apresenta a convexidade mais acentuada
coincidem com anomalias de primeira abaixo dos 350 m de altitude, tendo uma
ordem, mas somente a partir da cota de 200 leve diminuição somente abaixo dos 200 m,
m ocorre uma quebra mais acentuada e as demonstrando o desajuste erosivo da
anomalias de primeira ordem de maior drenagem. É neste setor que se encontram
relevância (110,6; 122), já no final do os maiores valores para o índice de Hack
médio curso do rio Araçaji, demonstrando nesta drenagem, sobretudo a partir dos 220
que neste setor da bacia a ruptura da escarpa m que apresenta um valor de 128,9,
do Planalto da Borborema ocorre numa indicando que a ruptura da escarpa do
altitude inferior, indicando que o recuo da Planalto da Borborema neste setor se dá
escarpa não se deu de forma igual para toda numa altitude menos elevada.
a bacia do rio Mamanguape.
A última drenagem da bacia do rio
O rio Araçaji-Mirim, principal afluente do Mamanguape que possui suas nascentes
rio Araçaji, possui metade da extensão deste diretamente ligadas ao Planalto da Borborema
(cerca de 51 km), banhando seis municípios é o rio do Padre, que tem seu curso escoando
do agreste paraibano e com suas nascentes por cinco municípios também do Agreste
no município de Casserenge e foz no paraibano com cabeceiras no município de
município de Pilões, onde conflui com o rio Solânea e foz entre os municípios de Araçagi
Araçaji. O perfil longitudinal do rio e Guarabira, onde desagua no rio Araçaji.
Araçaji-Mirim não apresenta concavidade Possui uma extensão de pouco mais de 50 km
suave e contínua para ser considerado em com trechos anômalos e encaixados,
denotando um controle estrutural da
“equilíbrio” apresentando configuração
drenagem.
semelhante à do rio Araçaji.
O perfil longitudinal do rio do Padre não
Em seus primeiros trechos apresenta possui uma concavidade esperada de uma
anomalias de segunda ordem bastante sutis drenagem que esteja em equilíbrio,
(não superior a 4,0) estando relacionadas a apresentando inúmeros knickpoints em todos
áreas de contato tanto entre litologias os trechos, como pode ser observado na
distintas quanto a zonas de cisalhamentos, o Figura 6. O primeiro trecho da drenagem que
que confere uma curva abaixo da linha de possui a mesma direção do basculamento das
tendência (Figura 5). A partir da cota de morfoestruturas de NW-SE, se inicia abaixo
400 m, o rio muda de direção passando a dos 600 m até cerca de 300 m, apresenta o
correr na direção NW-SE, e assim como no maior número de quebras de patamares e o
rio Araçaji, corrobora a ideia do maior desajuste de todo o perfil longitudinal,
basculamento das morfoestruturas nesta apesar dos knickpoints serem mais suaves do
mesma direção. Neste setor, as anomalias que os do trecho à montante. As anomalias de
de primeira ordem são responsáveis por primeira ordem não ultrapassam o valor de
uma pequena quebra de patamar – que pode 19,1 no índice de Hack, estando todos os
ser observada no gráfico – e que setores anômalos associados às zonas de
corresponde às zonas de fraquezas geradas fraturas e zonas de cisalhamento.
185
Os maiores valores encontrados para o índice Traição, numa extensão total de cerca de 21
de Hack (70,9 e 57,2) correspondem às km.
quebras de patamares mais bruscas que se
iniciam abaixo dos 300 m de altitude, Analisando o perfil longitudinal do rio Tinto
podendo ser considerada a área de ruptura da observa-se que o mesmo apresenta uma
escarpa do Planalto da Borborema. A concavidade semelhante à da linha de melhor
drenagem no trecho passa por inflexões ajuste (Figura 7). A drenagem está assentada
também abruptas, ora alternando a direção de sobre os sedimentos da Formação Barreiras,
NW-SE para SW-NE, quando se torna bem como sedimentos associados ao
condicionada aos trend regional da ZC Patos. retrabalhamento dos mesmos, e apresenta
Desde ponto em diante, a drenagem apresenta anomalias de segunda ordem em toda sua
uma configuração de “equilíbrio” extensão atreladas a falhas que controlam o
semelhantes ao do setor do Gráben do rio curso do rio. Esses setores anômalos bem
Mamanguape, o que pode justificar a como as falhas legitimam a ideia das
semelhança morfológica entre os dois setores. movimentações tectônicas recentes pós
deposição dos sedimentos da Formação
Além das drenagens que tem seus cursos Barreiras a partir do estabelecimento do
d’água associados ao Planalto da Borborema, Gráben do Mamanguape.
a bacia do rio Mamanguape apresenta
drenagens com extensões mais modestas O perfil longitudinal do rio Estiva, quando
dentro do contexto da Bacia Paraíba, e comparado ao perfil do rio Tinto, revela uma
consequentemente, apresentando concavidade mais próxima ainda à linha de
comportamentos distintos das analisadas melhor ajuste (Figura 8), demonstrando a
anteriormente. ocorrência de erosão mais efetiva devido às
características friáveis dos sedimentos da
As duas últimas drenagens com extensão Formação Barreiras e seus derivados. Possui
superior a 10 km possuem suas nascentes no anomalias de segunda ordem em toda sua
município de Rio Tinto nas áreas dos extensão, mais uma vez associadas a falhas
tabuleiros dissecados, estando o rio Tinto que controlam a drenagem ratificando a
confluindo com o rio Mamanguape na sede do proposição de ocorrência de movimentações
município numa extensão total de pouco mais tectônicas recentes. Supõe-se que o perfil de
de 13 km, ao passo que o rio Estiva conflui drenagem se apresente mais próximo ao perfil
com o mesmo no município de Baía da de equilíbrio devido à erodibilidade do
material subjacente.
186
Bacia do rio Muni. Geociências, UNESP, 25, (1), Ruellan, F. (1956) Les caracteres
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Federal de Pernambuco, Recife, in low latitude. Chinchester, John Wiley & Sons.
(Morais Neto; Alkmin, 2001; Lima, 2008; Do ponto de vista geológico, o maciço de
Morais Neto et al, 2008; 2009). Isso se dá João do Vale está inserido na Província
em virtude da existência em seu topo de um Borborema na sua porção setentrional
capeamento sedimentar do (acima do lineamento Patos), dentro dos
Paleógeno/Neógeno em cotas que superam limites do Domínio Rio Piranhas-Seridó
os 700 m, o que desafia alguns dos (Angelim; Nesi; Medeiros, 2006). O mesmo
principais pressupostos dos modelos trata-se de um maciço cristalino estrutural
clássicos de evolução baseados em capeado por uma cobertura sedimentar.
variáveis morfoclimáticas.
O embasamento cristalino que constitui as
vertentes na área é neoproterozoico, sendo
ÁREA DE ESTUDO
formado a norte e a leste por rochas
A área alvo deste estudo, onde se tem a graníticas, granodioríticas e dioríticas da
ocorrência do Maciço de João do Vale, suíte intrusiva Itaporanga. A oeste e a sul
apresenta cerca de 230 km², localizando-se predominam biotita-gnaisses, xistos,
no limite centro-leste entre os estados da quartzitos, lentes calcissilicáticas e de
Paraíba e do Rio Grande do Norte, Nordeste mármore da Formação Jucurutu, Grupo
setentrional brasileiro (Figura 1). A mesma Seridó. Na extremidade sudoeste do
abarca parte dos municípios de Belém do maciço, tem-se uma considerável extensão
Brejo do Cruz/PB, Augusto Severo/RN, onde aflora a suíte intrusiva Dona Inês,
Jucurutu/RN e Triunfo Potiguar/RN. constituída por monzongranitos,
sienogranitos e leucogranitos.
Figura 3: Paisagens geomorfológicas no maciço de João do Vale (RN-PB). A - Vista do platô sedimentar; B -
Encostas demonstrando alto grau de dissecação.
192
Uma nova ruptura de patamar ocorre na cota anômalos são de 2° ordem (Tabela 3). Após
de 150 m, marcando o trecho em que o canal esse ponto, o curso do rio que antes era de
deixa de drenar a encosta do maciço e passa NE-SW passa a ser quase E-W, onde se tem
a correr em áreas de pedimentos da a partir da cota de 375 m a ocorrência de
depressão sertaneja. O mesmo segue no anomalias novamente de 2° ordem.
alinhamento preferencial NW-SE até
desembocar diretamente no rio Piranhas-
Açu
Riacho 3
Pelo que se pôde inferir pelas informações sedimentar da FSM para o ígneo da suíte
obtidas com os canais analisados até agora intrusiva Itaporanga.
é que na maioria dos casos onde se tem
pontos de inflexão nos canais este é Riacho 4
precedido por uma quebra de patamar. Esta
quebra geralmente não é muito Ao contrário dos demais canais analisados
proeminente, predominando anomalias de anteriormente, o riacho 4 situa-se na
2° ordem. encosta ocidental do maciço de João do
Vale. A sua nascente se localiza sobre o
As cotas situadas nas isoípsas 575-550 m platô sedimentar, em altitudes de cerca de
parecem marcar nos riachos localizados na 700 m, sendo sua foz no riacho 6. Os canais
encosta oriental do maciço de João do Vale, fluviais desta área do maciço também
cujas nascentes estão sobre o capeamento integram a bacia hidrográfica do rio
arenítico, uma perceptível quebra de Piranhas-Açu. O seu perfil longitudinal
patamar. Esta quebra, geralmente não tão mostra a existência de quebras de patamares
acentuada, é caracterizada pela sutis que fazem o canal ficaracima da
predominância de anomalias de 2° ordem, o tendência normal em um trecho logo após a
que indica que o canal perde o seu equilíbrio sua nascente (Figura 9), situando-se
por passar a correr sobre um trecho levemente abaixo logo em seguida.
relativamente íngreme. Isso pode estar
relacionado à mudança do litotipo
Figura 2: Mapa geológico do município de Água Branca. Fonte: Adaptado pelo autor. Melo (2014).
204
Figura 3: Mapa de Solos do município de Água Branca.Fonte: Adaptado pelo autor. Melo (2014).
Por ser um software que ainda possui uma Após o recorte da área a ser utilizada, foi
baixa aplicabilidade dentro da linha de utilizado diversas funções do MicroDEM
pesquisa em questão, buscou-se tutoriais e como diagrama de Roseta, que para sua
páginas da internet que mostrassem confecção ser realizada atribuem-se cores
informações sobre os principais recursos e para identificação da elevação do ambiente,
funcionalidades do MicroDEM, para que sendo aplicada a ferramenta para
fosse possívelrealizar uma triagem das identificação de possíveis lineamentos
principais funções e as que melhor se (linhas de cristas, vales alinhados e linhas
adéquam aos objetivos propostos de escarpas).Para uma melhor análise, foi
anteriormente. obtido também um bloco diagrama que nos
forneceu em 3D a área selecionada. Além
Na realização deste trabalho foram disso, o software permitiu a análise do
utilizadas as cartas SC-24-X-A, SC-24-X-C histograma de elevação, os direcionamentos
E A SC-24-X-D com articulação preferenciais da encosta, além dos perfis
compatível com a escala 1:250.000 (IBGE) topográficos.
205
Para construção das imagens após serem De acordo com a interpretação realizada do
georreferenciadas no MicroDEM, utilizou- diagrama gerado pelo MicroDEM, o maciço
se a técnica de geoprocessamento no de Água Branca possui um total de 7
software Arcgis 10.2 disponibilizado pelo lineamentos, estando concentrados, em sua
Grupo de Estudos do Quaternário do maioria, no quadrante que corresponde à
Nordeste do Brasil/Laboratório de direção Nordeste (Figura 5).
Geomorfologia do Quaternário (Gequa) da
Universidade Federal de Pernambuco, com O bloco diagrama possui uma
a finalidade de se obter o produto final. Com aplicabilidade interessante no contexto
esta ferramenta, conseguimos concluir o geomorfológico, pois possibilita uma
layout de nossas imagens. melhor compreensão do contraste de
altitude do terreno. Contudo, não foi
possível confeccionar o modelo em 3D,
RESULTADOS E DISCUSSÕES
devido à baixa resolução da carta do Estado
Por meio da manipulação das imagens no de Alagoas oferecida pela Embrapa (Figura
MicroDEM foram obtidos resultados que 6).
corroboram com a análise detalhada do
O bloco diagrama é utilizado para uma
maciço de Água Branca, que contribuem de
melhor visibilidade morfológica do relevo
maneira significativa com o processo
além possuir uma considerável importância
reconhecimento da área necessário no
para a individualização das diferentes
período pré-campo.
superfícies geomorfológicas do ambiente.
Através da interpretação da Figura 3, é
Já o direcionamento das encostas é
possível constatar que o maciço está situado
essencial para que se tenha uma ideia do
a uma altitude entre 400 e 700 m,
movimento neotectônico do relevo em
evidenciando sua condição climática de
questão. A partir da compreensão da
brejo de altitude (Figura 4).
posição geográfica dessas encostas é
Após a delimitação da área, foi possível compreender a forma de deposição
confeccionado o Diagrama de Roseta, que dos sedimentos, além das recentes bacias
tem como função principal delimitar que continuam recebendo materiais (Figura
medidas e direções de estruturas frágeis, 7 e 8).
como os lineamentos.
Figura 5: Diagrama de Roseta da direção e da quantidade de lineamentos presentes no maciço de Água Branca.
A partir de uma visão transversal, é possível que demarca os limites entre as diversas
identificar as variações de altitude que o unidades do relevo de uma maneira bem
relevo possui, sejam elas bruscas ou suaves, mais detalhada (Figura 11).
209
Oliveira, G.P., Diniz, M.T.M. (2015) O software Rodrigues, M. (1988) Geoprocessamento. Encontro
MicroDEM como recurso didático para o ensino Nacional de Engenheiros Cartógrafos, 5., ,
de Geomorfologia. Regne, 1. (2). Presidente Prudente. Anais do Encontro
Nacional de Engenheiros Cartógrafos,
Parahyba, R.B.V.; Leite, A.P.; Oliveira N.; Manoel Presidente Prudente, Gráfica da Unesp, 144–60.
B.; Oliveira, A.K.C. (2002) Solos do Município
EXTRAÇÃO DE LINEAMENTOS DE RELEVO PARA
INTERPRETAÇÃO MORFOESTRUTURAL DA BACIA DO RIO
PARAÍBA DO MEIO
Priscilla Emmanoelle Claudino da Silva, João Paulo da Hora Nascimento,
Paulo de Tarso Barbosa Leite, Kadja Monaysa Mendonça de Paula e
Kleython de Araújo Monteiro
Bacia do Rio Mundaú, e a Oeste com as Sul e entre os meridianos 35º45’ e 36º45’ de
Bacias dos Rios Traipú e Coruripe. longitude Oeste de Greenwich. Em 171,98
km de sua extensão, o Rio Paraíba do Meio
Possui uma área de aproximadamente apresenta regime fluvial intermitente e
3.117km² e perímetro de 478 km. Situa-se perene, e o sistema hidrográfico apresenta
entre os paralelos 08º44 e 09º39’ de latitude padrão de drenagem do tipo dendrítico.
Figura 2: Mapa dos lineamentos extraídos do rio Paraíba do Meio: (a) para azimute 45°; (b) para azimute 90°; (c)
para azimute 315°; (d) para azimute 360°.
215
Figura 3: Diagrama de rosetas: (a) para azimute45°; (b) para azimute 90°; (c) para azimute 315°; (d) para
azimute360°
Em suma, nota-se que, a distribuição dos direção NE, acompanhando assim, o trend
lineamentos apresenta-se de maneira regional em que a bacia está inserida
heterogênea, e que embora no azimute 45º a auxiliando, desta forma, na caracterização
direção preferencial encontrada seja NW, morfoestrutural da referida bacia.
no geral, tanto o comprimento como a
frequência para a bacia em estudo apresenta REFERÊNCIAS
direção NE e E-W como preferencial,
indicando que o controle estrutural regional Corrêa, A.C. B; Fonsêca, D.N. (2010) Lineamentos
determina o trend das formas de relevo da de drenagem e de relevo como subsídio para a
bacia, isso ocorre em consonância com a caracterização morfoestrutural e reativações
neotectônicas da área da bacia do Rio Preto,
estrutura dominante da região, a zona de Serra do Espinhaço Meridional – MG. Revista de
cisalhamento Pernambuco, que segundo Geografia. Recife: UFPE – DCG/NAPA, v.
Magnavita (1992 apud Monteiro, 2015) “se especial VIII Sinageo, 1.
caracteriza por ter direção preferencial E-W
com ligeiros desvios nas porções ocidental Etchebehere, M.L.C.; Saad, A.R.; Fulfaro, V.J.
(2007) Análise de bacia aplicada à prospecção de
e oriental. Sua gênese está atrelada ao ciclo água subterrânea no planalto acidental paulista,
Brasiliano (700-500 Ma) tendo sido SP. Geociências, São Paulo: Unesp, 26, (3), 229-
reativadas durante a ruptura do Pangea 247.
(Brasil-África). Reativações que, conforme
Sousa et al (2012) “criaram zonas Maia, R.P; Bezerra, F.H.R. (2012) Geomorfologia e
neotectônica da Bacia Hidrográfica do Rio
miloníticas de direção E-W e também nas
Apodi-Mossoró Ne/Brasil. Revista Mercartor,
suas ramificações de direção NE”. 11, 209-228.
paisagem que possam estar associadas a 5), que tem como unidade principal
neotectônica. Sendo assim é possível delimitar medidas e direções dos
reafirmar a competência deste software lineamentos. É possível identificar que boa
como ferramenta indispensável para o parte desses lineamentos estão organizada
estudo da paisagem geomorfológica. na posição noroeste sudoeste, que tendem a
seguir um padrão de menor escala dentro do
Realizada a delimitação da área foi possível relevo.
identificar que o município possui uma
variação altimétrica entre 400 e 800 m. Realizou-se também a construção de um
Bloco Diagrama que possibilita uma melhor
Com a utilização do Software é possível compreensão do contraste de altitude do
calcular a quantidade de lineamentos que terreno (Figura 6).
fazem parte das feições do relevo. Os
lineamentos são elevações recorrentes de O bloco diagrama é utilizado para uma
falhas no terreno, visto que estes melhor visibilidade morfológica do relevo,
representam importantes elementos para além de possuir uma considerável
interpretar o contexto tectônico de uma importância para a individualização das
determinada área (Figura 4). diferentes superfícies geomorfológicas do
ambiente.
Realizado o mapeamento dos lineamentos,
foi produzido o Diagrama de Roseta (Figura
Figura 5: Diagrama de Roseta da direção que nos fornece a quantidade de lineamentos no recorte.
3 4
Sítios identificados por ocasião dos estudos arqueológicos É o termo empregado para descrever depressão produzida
levados a cabo junto à implantação do sistema de pelo vento em uma duna ou complexo dunar (Claudino-Sales,
esgotamento sanitário da Vila de Jericoacoara, a cargo da 2005)
Companhia de Água e Esgoto do Ceará – CAGECE (Viana;
Souza; Soares, 2007b)
230
Com relação aos campos de dunas, cabe- presença humana na área, em especial a
nos enfatizar que os mesmos se configuração paisagística à época em
configuram como uma peculiaridade do que se deram essas instalações, seja em
litoral brasileiro; no entanto, na região caráter temporário ou permanente. O
que abriga parte das zonas costeiras do cotejamento dos dados propiciará ainda
estado do Ceará (extremo noroeste), na o estabelecimento de cronologias
qual se inclui a praia de Jericoacoara; o relativas e a percepção das escolhas com
Estado do Piauí (Delta do Parnaíba); e relação aos locais originários de
Maranhão, em área correspondente aos ocupação (pisos). Sabe-se que na costa
lençóis, tem-se uma maior erosão e uma cearense os grupos humanos se
maior disponibilidade de areias. instalaram no topo da formação
Barreiras e dos eolianitos5, sobre dunas
Na presente pesquisa, a correlação dos consolidadas e em antigos terraços
dados arqueológicos com as informações fluviais ou marinhos. No mais, um outro
acerca do processo de formação e aspecto de grande interesse, são as
mobilização de dunas na planície interferências que esses depósitos
costeira de Jericoacoara fornece
subsídios para o entendimento da
Figura 6: Perfil estratigráfico no sítio Jericoacoara I – camada inferior de ocupação (enegrecida) e dunas
que se sobrepuseram ao sítio (sedimentos mais claros).
Meireles, A.J.A.; Dantas, E.W.C. e Silva, Viana, V.; Soares, K.A. e Souza, L.D. (2007a) Os
E.V.da. (2011) Planície costeira de antigos habitantes da Praia de Jericoacoara -
Jericoacoara: nas trilhas da Ceará: arqueologia, história e ambiente. Clio
sustentabilidade. Fortaleza: Edições UFC. Arqueológica, Recife, 1, (21), 177-202.
Morais, J.O. et al. (2006) Erosão e Progradação Viana, V.; Soares, K.A. e Souza, L.D. (2007b)
do Litoral Brasileiro. Ministério do Meio Estudos Integrados do Patrimônio Cultural na
Ambiente (MMA). 1 ed. Rio de Janeiro, ed. área de intervenção do sistema de
Rio de Janeiro, 1, 134-154. esgotamento sanitário da praia de
Jericoacoara, Município de Jijoca-CE:
Soares, K.A. (2011) Caracterização do(s) Programa de Resgate do Patrimônio
grupo(s) ceramista(s) da enseada de Arqueológico, Levantamento do Patrimônio
Jericoacoara, extremo litoral noroeste do Cultural Imaterial e Programa de Educação
estado do Ceará: subsídios tecnológicos, Patrimonial. Fortaleza. Relatório.
cronoestratigráficos e etno-históricos.
GEOFÍSICA APLICADA À ARQUEOLOGIA HISTÓRICA: UM
BREVE ESTUDO DE CASO NO ENGENHO INHAMÃ, IGARASSU,
PERNAMBUCO, BRASIL
Carlos Magnavita, Luiz Severino da Silva Jr, Demétrio Mutzenberg, Bruno
Tavares e Cláudia Oliveira
e 2012, quando as ruínas do engenho foram geofísica, foi possível delimitar uma área de
escavadas, servindo ainda para o ensino e funções e pacotes sedimentares ainda não
capacitação de alunos do curso de estudados, os quais foram apenas
arqueologia da UFPE (Figuras 2 a 4). sepultados pela terraplanagem. Este achado
permitirá, desta forma, a continuidade dos
Somando-se à abertura do loteamento e de estudos na área, desde que a construção dos
um campo de futebol, além do corte de imóveis residenciais seja embargada pela
estradas, o contexto da paisagem do antigo autoridade competente, o Instituto do
engenho vai perdendo os aspectos visuais Patrimônio Histórico e Artísitico Nacional -
da área da fábrica e das moradias do antigo IPHAN.
Engenho Inhamã. Porém, através da
Figura 2: Vista das áreas previamente pesquisadas no sítio arqueológico Engenho Inhamã (2008). Fonte:
Adaptado de Oliveira e Lara (2012).
245
Figura 3: Terraplanagem na área do sítio arqueológico para criação de loteamento habitacional em 2016. Fonte
das imagens: Google Earth.
246
Figura 4: Vista norte do loteamento criado sobre a área do sítio arqueológico Engenho Inhamã (nov/2016).
que marcam a paisagem dos setores da mata vegetação do sítio está bastante antropizada,
norte pernambucana, as porções mais não se encontrando mata nativa e sim uma
elevadas (69 m) apresentam espessos vegetação secundária esparsa, juntamente
mantos de alteração, isso em decorrência com o cultivo, identificando-se bananeiras,
das condições climáticas que permitem a coqueiros, mamoeiros, jenipapeiros
alteração dos minerais pelo intemperismo cajazeiras e uma vegetação rasteira rarefeita
químico. Os rios que dissecam a paisagem que cobre a superfície do solo. No entorno,
na área respondem pelos modelados com a vegetação predominante é de palmáceas e
presença de material de idade Quaternário árvores de médio porte e nas margens do rio
(Holoceno Superior), os sedimentos verifica-se uma vegetação rasa (Oliveira e
aluviais dispostos longitudinalmente ao Lara, 2012).
longo dos canais entulham e colmatam as
várzeas, as planícies dos pequenos rios são O ENGENHO INHAMÃ
os modelados mais rebaixados na área (12
m). Em termos hidrográficos, o sítio está Verifica-se na História que, após receber as
inserido na microbacia do rio Inhamã, este sessenta léguas de terra de sua capitania,
atua como um sistema fluvial dentro da Duarte Coelho desembarca em 1535 no rio
Bacia do rio Beberibe. A dinâmica fluvial Igarassu, em terras de grupos Tupi e passa a
na área é marcada por uma sequência de rios distribuir as terras arrebatadas dos índios,
de curta extensão que tem em suas através de sesmarias para a construção de
cabeceiras os setores tabulares e colinosos e engenhos e fazendas, em geral como
dissecam os principais compartimentos ao recompensas àqueles que houvessem
longo de toda a planície costeira e os prestado determinados serviços à Coroa
tabuleiros da zona da mata. Lusa. Assim a Sesmaria Jaguaribe, foi
concedida no ano de 1540, ao feitor e
Em termos de clima, as condições tropicais almoxarife da casa real na capitania de
úmidas apresentam uma média de Pernambuco, Vasco Fernandes Lucena
precipitação na área de 1500 mm anuais. Os (Costa, 1983).
sistemas atmosféricos atuam intensamente
no período do outono-inverno com o avanço Conforme José Antônio Gonçalves de
da ZCIT (Zona de Convergência Mello e Cleonir Xavier, no ano de 1548,
Intertropical), VCAN (vórtices ciclônicos começou a ser erguido na Sesmaria
de altos níveis) e os DOLs (Distúrbios Jaguaribe, o Engenho Aiamá (Inhamã) e,
ondulatórios de leste). Este último é o em 1550, ele figura como um dos cinco
responsável pelas chuvas torrenciais que primeiros engenhos que estavam em pleno
acometem a região metropolitana e zona da funcionamento na capitania, citado na Carta
mata pernambucana nesse período. de Duarte Coelho a El-Rei (Figura 5). Além
deste, Pernambuco possuía o engenho de
Com relação à cobertura da terra, os solos Duarte Coelho fundado até o ano de 1542;
presentes na área estão associadas às classes o Engenho Velho, fundado por Jerônimo de
de argissolos e latossolos nas vertentes e Albuquerque; o Engenho de Igarassu, de
gleissolos nos setores rebaixados, nas Afonso Gonçalves; o Engenho Camaragibe,
várzeas. Os argissolos e latossolos que foi construído por um grupo associado
apesentam alto teor de argila e uma vez a Diogo Fernandes (Mello e Albuquerque,
retirada a cobertura vegetal que os protege 1997).
torna-se susceptível à erosão linear. A
248
Figura 5: Indicação do rio Inhamã (Aiamá) no mapa do século XVII de Visscher, Claes Jansz (1586-1652).
Cartographe. Perfecte caerte der gelegentheyt van Olinda de Pharnambuco, Maurits-Stadt ende t'Reiffo / door
Claes Ianss Visscher. 1648.
6
Relatório sobre o estado das capitanias conquistadas no Brasil, XIX na câmara de Amsterdam, em 4 de abril de 1640 (Apud
apresentado pelo senhor Adriaen Van Der Dussen ao conselho dos Mello, 1981:156).
249
MÉTODOS E PRINCÍPIOS
GEOFÍSICOS: UM SUCINTO
SUMÁRIO
Figura 10: Topografia da área prospectada com sobreposição da imagem geofisica do Sítio Arqueológico
Engenho Inhamã
253
central onde uma grande anomalia (ca. 5x3 sua atribuição como uma edificação. O
m) está flanqueada por dois alinhamentos segundo grupo de anomalias magnéticas
praticamente paralelos de pequenas que podem estar ligadas ao Engenho
anomalias. Diferentemente da anomalia encontra-se na parte oeste do espaço. Ela é
discutida acima, é presentemente difícil de composta por seis diferentes anomalias que
esclarecer o que este grupo de anomalias juntas formam um arco ou semicírculo com
representa. A este respeito, embora seja um diâmetro de aproximadamente 20 m.
possível que este grupo seja os restos de Como no caso do grupo central, é difícil
uma construção do século XVI-XVII, ele dizer no momento o que cada uma dessas
também pode ser sucata ainda enterrada no anomalias/estruturas representam. Na
local. Por um lado, a regularidade dos verdade e devido às suas amplitudes
alinhamentos de pequenas anomalias ao magnéticas (variando de aproximadamente
redor da maior parece apontar para a ±10nT até ±140nT), elas podem tanto ser
presença de uma construção. Por outro, arqueológicas (bases de fornos de cal?)
todavia, a anomalia central tem uma quanto sucata. Pelo menos o seu arranjo
amplitude magnética significativamente parece refletir uma decisão consciente de
alta (ca. ±380nT), o que deixa dúvidas na posicioná-las naquele espaço.
Figura 11: Magnetograma do pseudo-gradiente vertical da área central do Engenho Inhamã após terraplanagem.
Intervalo de amostragem: 0,25x0,50 m. Medições foram filtradas pela mediana e interpoladas
255
Figura 12: Interpretação do magnetograma do Engenho Inhamã mostrando a localização de possíveis vestígios
arqueológicos in situ.
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RECONSTITUIÇÃO PALEOAMBIENTAL RECENTE (HOLOCENO)
DA LAGOA URI DE CIMA (SALGUEIRO, PE): UMA
CONTRIBUIÇÃO DA PALEONTOLOGIA
Figura 1: Mapa hipsométrico da Lagoa Uri de Cima (Salgueiro, PE), com indicação dos setores escavados.
259
Figura 2: Níveis reconhecidos na estratigrafia da Lagoa Uri de Cima (Mutzenberg et al., 2013).
Figura 3: Restos do cágado (Mesoclemmys sp.) PISF-18-959. Plastrão à esquerda, carapaça à direita, ambos em
vista dorsal. Escala = 100 mm.
261
é constituído por, pelo menos, 81 restos animal seria mais aleatória. O mais
diferentes, cada um identificado por um importante para estabelecer a existência de
dígito distinto (então considerados um regime hídrico perene na área, mais do
espécimes distintos). O animal PISF-18- que a quantidade é simplesmente a presença
952 possui, pelo menos, 58 restos. Não de taxa aquáticos. Nenhum dos restos, de
obstante, preferimos apresentar os restos quelônio ou de jacaré, apresenta marcas de
como elementos únicos e não como abrasão. Então podemos considerá-los
indivíduos, porque, por conta da extrema autóctones ou provenientes dos arredores
fragmentação, a atribuição dos ossos a um próximos da lagoa.
Figura 4: Restos de jacaré (Caiman sp.) coletados da Lagoa Uri de Cima. Acima, dente (PISF-18-5786), abaixo
fragmento de mandíbula direita (PISF-18-5321-190). Escala = 20 mm.
Figura 5: Distribuição dos restos de cágado nos setores escavados por camadas. Abreviações: AC, TL, TN, TO,
TS, TSE = Área Central e, respectivamente, Trincheira Leste, Norte, Oeste, Sul, e Sudeste.
263
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