104 Er Rose Book

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104erros que
um casal
não pode
c meter
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JOSUÉ
GONÇALVES
104 erros que

um casal
não pode
c meter
Editora: Mensagem Para Todos
Coordenação Editorial: Douglas Gonçalves
Capa: Maquinaria Estúdio
Editoração: Estúdio Zebra Serviços Editoriais
Revisão: Celeste Campos
Preparação: Salomão Santos, Magno Paganelli e Joubert Raphaelian
Impressão e Acabamento: Rettec Gráfica
Copyright (c) 2014

Josué Gonçalves
Todos os direitos reservados a Josué Gonçalves
Rua Placídio Covaleiro, 341
Jd. São Lourenço
Bragança Paulista / SP
Cep 12908-510
Falar com o autor: [email protected]
(11) 4033 6636
Proibida a reprodução total ou parcial por qualquer meio

sem a autorização por escrito do autor.

Josué Gonçalves (2014)
família / casamento / compromisso / comunicação / perdão / sexualidade / contracepção
104 erros que um casal não pode cometer / Josué Gonçalves
Editora Mensagem Para Todos, 2014

Sumário
Prefácio 11
PARTE I
ERROS NA BASE
I. Tempo e Prioridades 17
001. Ele não tem uma lista de prioridades. (Esposa) 17
002. Ele dá pouco tempo e diz que o importante
é a qualidade. (Esposa) 22
003. Não basta me dar presentes. Eu quero você! (Esposa) 26
004. Ela(e) é tudo, menos amiga(o). (Marido/Esposa) 28
005. Quando chega do trabalho, ele trata melhor o
cachorrinho do que eu! (Esposa) 32
006. Ele nunca vai ao supermercado, à feira nem ao shopping
center comigo. Só ando sozinha. (Esposa) 34
007. Ela não sai do shopping center. (Marido) 36
008. Ela(e) não sai da frente da TV. (Marido/Esposa) 37
009. Ele é viciado em internet e já tivemos sérias
brigas por causa disso. (Esposa) 41
010. Ele sempre diz que ninguém tem nada
a ver com a sua vida. (Esposa) 43
011. Meu marido ‘morreu’ (Esposa) 45
012. Ele gasta muito com o carro
e nada comigo. (Esposa) 48
II. Filhos 50
013. Quero adotar um filho e ela(e) não quer. (Marido/Esposa) 50
014. Sempre que brigamos, ela(e) joga os
filhos contra mim. (Marido/Esposa) 51
015. Depois que as crianças nasceram,
ela não me dá mais atenção! (Marido) 53
III. Finanças 55
016. Nosso desequilíbrio financeiro tem provocado
constantes conflitos. (Marido/Esposa) 55
104 Erros que um Casal Não Pode Cometer 5

017. Ela não é mais a mesma depois
que eu quebrei financeiramente. (Marido) 58
018. Ela quer trabalhar fora sem necessidade. (Marido) 60
Quando a mulher não gosta de ser dona de casa. 60
019. Ele não aceita meu crescimento profissional. (Esposa) 62
020. Ele não para em serviço nenhum. (Esposa) 65
IV Comunicação 75
021. Por que não nos comunicamos
na vida a dois? (Marido/Esposa) 75
022. Ela sempre diz: “É bom tomar cuidado senão
eu falo mesmo!”. (Marido) 82
023. Ela(e) sempre diz que o(a) culpado(a) sou eu! (Marido/Esposa) 84
024. Ela(e) só sabe me criticar, nunca faz um elogio. (Esposa/Marido) 85
025. Ele vive me dizendo que sou bonita, mas burra. (Esposa) 88
026. Quando há um conflito, ele(a) fica uma semana
sem conversar. (Marido / Esposa) 90
027. Ela(e) só fala dos meus erros antigos. (Marido/Esposa) 92
028. Ela vive reclamando de doenças, mas o médico
diz que ela não tem nada. (Marido) 94
parte 2
Erros e Conflitos
I. Parentes 97
029. Não vivo bem com meu cônjuge. Será que é
porque moramos com os meus pais? (Marido/Esposa) 97
030. Ela(e) odeia a minha família. (Marido/Esposa) 101
031. Ele vive à sombra dos meus pais. (Esposa) 103
032. Ela ouve mais a mãe do que a mim. (Marido) 104
033. Ela nunca recebe bem meus convidados. (Marido) 106
106
II. Igreja versus família 109
034. Meu marido pastoreia o coração de todas as ovelhas
menos o da “ovelha” mais próxima, que sou eu. (Esposa) 109
035. Ele é bom para todo mundo,
menos para mim. (Esposa) 111
036. Ele é uma coisa na igreja, outra na rua
e outra ainda em casa. (Esposa) 113
037. Meu marido é pastor, e estamos vivendo uma crise conjugal quase
insuportável. Não sei se devo procurar ajuda externa. (Esposa) 114

III. Mudar o outro 116
038. Ela(e) vive tentando me mudar a todo custo. (Marido/Esposa) 116
039. Estou sendo sufocado por ela. (Marido) 118
040. Ele não lê um livro, só assiste a jogos de futebol. (Esposa) 120
041. O que devo fazer para que meu marido
seja mais espiritual? (Esposa) 122
042. Estou ungindo a cueca do meu marido. Talvez assim
ele seja tocado pelo Espírito de Deus. (Esposa) 125
IV. Queixas 127

043. Ela é um fracasso na cozinha (Marido) 129
044. Ele nunca toma decisão nenhuma.
Eu tenho que resolver tudo. (Esposa) 131
045. Ele não se arruma. (Esposa) 133
046. Ela só pensa em estética. Não sai
do salão de beleza. (Marido) 135
047. Ela está gorda e não sei se eu
devo lhe dizer. (Marido) 136
048. Ela nunca me fez uma surpresa. (Marido) 139
049. Ela é “doente” por limpeza; não tenho liberdade
dentro da nossa casa. (Marido) 141
V. Conflitos e perdão 144

050. Brigamos muito em casa. (Marido/Esposa) 144
051. Ela(e) tem um ciúme doentio de mim! (Marido/ Esposa) 146
052. Ele está frio, indiferente...
será que não me ama mais? (Esposa) 150
Socorro! Meu cônjuge está com
“mau humor crônico”. (Marido/ Esposa) 152
054. Não aguento mais o mau humor pré-menstrual
da minha esposa. (Marido) 157
055. Eu tenho dificuldade em perdoar e
ela(e) nunca me pede perdão quando erra. (Marido/ Esposa) 160
056. Ele pede perdão todo dia,
mas erra toda hora. (Esposa) 162
VI. Situações difíceis 165

057. O meu relacionamento conjugal é “uma droga”. Tenho quase certeza
de que se trata de uma maldição hereditária. (Marido/ Esposa) 165

058. Casei com a pessoa errada. (Marido/Esposa) 168
059. Casamento abalado é, necessariamente,
casamento infeliz? (Esposa / Marido) 170
060. Ela(e) vive falando em separação
por qualquer motivo. (Marido/Esposa) 172
061. Não amo mais o meu marido e não tenho
desejo de amá-lo outra vez. (Esposa) 181
062. Eu adulterei no passado e estou em dúvida
se conto ou não para o meu cônjuge. (Esposa/Marido) 184
063. Depois de seis meses de casados, descobri que
ela já tinha um filho. (Marido/Esposa) 186
064. Eu me envolvi emocionalmente com outra pessoa,
e ela(e) nem sabe disto. Devo lhe contar para
que ela(e) me ajude? (Marido/Esposa) 189
065. Pensei que seriam só flores e alegrias... (Esposa) 191
066. Tenho muitos complexos. (Esposa) 193

VII. Diferenças 196
067. Por que ela(e) não pode fazer tudo
o que eu faço? (Marido/Esposa) 196
068. Por que as mulheres se dão mais no
casamento do que os homens? (Esposa) 198
069. Ela me diz sempre que submissão é autoescravizar-se
ou ser “empregada doméstica de luxo” do marido. (Marido) 200
070. Preciso de toque, carinho, sem sexo. (Esposa) 204
Parte 3
Erros na sexualidade
I. Sexualidade – fatos básicos 211
071. Qual a diferença entre sexo e sexualidade? (Marido / Esposa) 211
072. Como é a anatomia dos órgãos
sexuais masculinos? (Esposa) 213
073. Como é a anatomia dos órgãos
sexuais femininos? (Marido) 215
074. Não conseguimos ainda uma definição do que realmente
é a prática sexual normal. (Marido/Esposa) 217
075. Nunca compreendi muito bem o que é orgasmo. (Esposa) 219
076. Ela só tem orgasmo clitoridiano.
Há diferença entre este e o vaginal? (Marido) 223
077. Até que idade o casal pode
praticar o ato sexual? 224

II. É lícito? 228
078. Ele quer me levar ao motel. (Esposa) 228
079. Ele quer que eu pratique sexo anal. (Esposa) 230
080. Ele me confessou que é viciado em pornografia. (Esposa) 232
081. Eu tenho sonhos eróticos com outras mulheres.
Devo contar à minha esposa para que ela me ajude? (Marido) 241
082. No momento do ato sexual com meu marido,
pensei em um outro homem.
Tenho dúvidas se isto é pecado ou não. (Esposa) 243
083. Eu tenho seios pequenos e gostaria de colocar silicone,
pensando no meu marido. (Esposa) 245
III. Comportamento 247

084. Ela nunca me procura para o ato sexual,
sempre espera por mim. (Marido) 247
085. Ela é dez na cozinha e zero na cama. (Marido) 249
086. Ele quer ter relação todos os dias e, se for possível,
de manhã, à tarde e à noite. (Esposa) 254
087. Ele me magoa o dia inteiro; depois, à noite, quer ter
relação sexual comigo. Ele só pensa nele, e nunca
se preocupa com a minha satisfação sexual. (Esposa) 256
088. Ela só tem relação sexual comigo
se eu pagar para ela. (Marido) 261
089. Depois do ato sexual ele se afasta.
Não aceito este comportamento. (Esposa) 262
090. Ele fica indiferente e me despreza quando
estou menstruada. (Esposa) 264
IV. Disfunções 266

091. Ela tem problema de dispareunia. (Marido) 266
092. Nós nem bem começamos o ato sexual e ele já termina. (Esposa) 268
093. Ele é impotente e eu tenho necessidades sexuais
como qualquer pessoa normal.
Sou evangélica e não sei o que fazer. (Esposa) 277
094. Viagra seria a solução? 280
095. Minha esposa não tem desejo
nem prazer sexual. (Marido) 282

V. Doenças 284
096. Ela quer que eu faça teste de HIV por causa
do meu passado. (Marido) 284
097. Tudo indica que ele está com problema na próstata,
mas ele não quer ir ao médico. (Esposa) 285
098. Não sei quase nada sobre câncer do colo
do útero e câncer de mama. (Esposa) 289
VI. Concepção e gravidez 291

099. Queremos um filho, mas não sabemos
como acontece a fecundação. (Marido/Esposa) 291
100. Não sabemos nada sobre gravidez,
e minha esposa está grávida. (Marido) 294
101. É verdade que a mulher só engravida
se tiver orgasmo? (Marido/Esposa) 296
102. Minha mulher está grávida de seis meses
e não quer mais ter relação sexual porque diz
que vamos machucar o nenê. (Marido) 299
103. Faz três meses que o nenê nasceu e ela
continua dizendo que temos que esperar um
pouco mais para termos relação sexual. (Marido) 301
104. Ele quer muitos filhos, mas não temos
condições de criá-los. (Esposa) 303
Conclusão 313
Bônus 315
Entrevista com o pastor Josué Gonçalves 315
Teste para Marido e para Esposa 337

Respostas e avaliações do teste 346
Bibliografia 353
10

Prefácio
Prefácio
No princípio, Deus criou o casamento. Na realidade, o casamento não
foi a primeira obra da criação divina. No entanto, como a união de
Adão e Eva foi o primeiro relacionamento humano da História,
obviamente Deus o considerou extremamente importante e, a bem
da verdade, qualificou como a célula básica da sociedade.
Infelizmente, porém, vivemos no mundo de hoje a “mil por hora”,
sempre em velocidade vertiginosa. Compromissos, obrigações, me-
tas, desempenho, pressões, correria. Maridos e esposas disponibili-
zam em média doze minutos por semana para a tentativa de construir
uma comunicação profunda e significativa sobre suas vidas e relacio-
namento. Convenhamos que é um período de tempo muito curto
para um casal que quer desenvolver um padrão de comunicação de
qualidade. Talvez este seja um dos motivos por que caminhamos no
Brasil para 40% de casamentos desfeitos, sem falar nos milhares de
casais que vivem amasiados, morando juntos para ver se dá certo e só
depois resolver se assumirão ou não o relacionamento.
É curioso notar que apesar do excepcional nível de
desenvolvimento alcançado pelo ser humano, continuamos a
enfrentar as mesmas dificuldades, tentações, sofrimentos e lutas
com que há milhares de anos outros já se defrontaram.
A família tem sofrido um enorme impacto negativo provocado
pela confusão moral e pelo caos social. A sociedade deixou de ser
uma grande amiga da família para tornar-se uma adversária contu-
maz. Traiçoeira e rapidamente, as linhas que definiam o certo e o
errado embaraçaram-se. Os valores familiares perderam-se sob o
cobertor da conveniência pessoal e passaram a ser escolhidos favo-

recendo, de preferência, a opção “faça o que for melhor para você”.
Os valores tradicionais da sociedade, que encorajavam e reforçavam
o casamento e a família, estão desaparecendo como água que escor-
re pelo ralo.
Nestes dias de superficialidade, encontrar autenticidade é coi-
sa rara. Em dias de relacionamentos rasos como os atuais, os ca-
samentos são descartados por motivos banais e os compromissos
duradouros são cada vez mais escassos. Nesta época de tanto co-
nhecimento, somos desprovidos de sabedoria. Nestes dias de tantos
conceitos e ideias mentirosas sobre o sexo, o romance conjugal está
desaparecendo. Há fartura de frustrações mútuas entre grande parte
dos casais, muitas vezes engajados em uma inexplicável competição
conjugal. O cultivo de uma amizade harmoniosa no lar parece ser
somente um sonho. Em nossos dias, honestidade e compreensão
– tão essenciais para a saúde de um casamento – estão totalmente
ausentes em muitos relacionamentos.
E foi exatamente por sentir-se sensibilizado diante da súplica
deste cenário de perplexidade, questionamentos, dúvidas e decep-
ções que meu amigo, Pastor Josué Gonçalves, escreveu 104 Erros
que um casal não pode cometer. Fomos muito edificados ao ler este li-
vro porque ele oferece, com muita propriedade, respostas bíblicas
e bem práticas para tantas perguntas que povoam na atualidade a
mente dos casais.
104 Erros que um casal não pode cometer esclarece questões e tira
dúvidas, tais como:
“Ela é dez na cozinha e zero na cama”,
“Quando a língua é um instrumento que fere”,
“Quando há conflito, ele(a) fica uma semana sem conversar
comigo”,
12 Prefácio

“Ele quer me levar para o motel”,
Prefácio
“Ele(a) é viciado(a) em internet e isto já causou muitas brigas”.
Muito obrigado, Pastor Josué, por ter permitido que Deus o
usasse para transmitir princípios preciosos da Palavra de Deus a
respeito do casamento e da família de uma maneira tão clara, sim-
ples, franca e honesta.
Que Deus seja louvado!

Jaime Kemp

Parte 1
Erros na
Base

I. Tempo e Prioridades
erros na Base
ele não tem uma lista de prioridades. (esposa)
Erro 001
Inverter as prioridades
Portanto, ponham em primeiro lugar na sua vida o Reino de Deus e aquilo
que Deus quer, e ele lhes dará todas essas coisas.1
Aprendendo a assumir compromissos

e estabelecer prioridades
Perguntei para os casais em uma reunião: “Em uma lista de prio-
ridades, quem deve vir em primeiro lugar?”. Alguns responderam a
igreja; outros, a família; outros ainda, a esposa. Quando o marido
fica mais tempo na igreja, com o jornal, com os amigos ou na fá-
brica fazendo horas extras, significa que, sem se aperceber, está se
“divorciando” da esposa e colocando outros interesses no lugar que
pertence a ela. Existe uma ordem correta a ser seguida.
Primeiro: Deus
Buscar a Deus e priorizá-lo é encaixar-se no seu propósito mais es-
sencial. Todos nós fomos criados para o Criador. O ser humano existe
para Deus, e não o oposto. Existe uma marca dentro de casa pessoa,
1 Mateus 6.33 NTLH

uma necessidade impressa de relacionar-se com Deus. A verdadeira
plenitude, a satisfação e saciedade só existem na alma daquele que
encontrou-se com o Criador, relaciona-se com ele e tem as perguntas
essenciais respondidas: quem sou, de onde vim, para onde vou.
Se Deus é amor e você foi criado imagem e semelhança dele,
então você foi criado para amar, que é, como você sabe, servir, dar,
conviver e agir em prol do outro. Quando a vida é voltada para o
outro, o homem encontra sentido e realização, o que posso chamar
de felicidade. O seu semelhante – seu cônjuge, filho, sócio ou amigo
– poderá falhar em algum momento com você e decepcioná-lo. No
entanto, se você fizer do seu alvo primeiro amar a Deus, nunca fi-
cará decepcionado, pois Ele é perfeito e não o desapontará. Jamais.
Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o
teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento.
Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, seme-
lhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.2
As seguintes perguntas são inevitáveis: “Como amo um Ser invisí-

vel?” ou “Como amo um Espírito?”. Embora Deus seja espírito, ele é
real. Mais real até do que você e eu, já que Ele permanece de geração em
geração e não depende de outro ser para existir. Sendo real, podemos
nos relacionar com ele por meio da oração, da leitura devocional da
Bíblia e da participação em uma comunidade de fé, uma igreja.3
Segundo: a esposa
Como já vimos no versículo acima, a sequência do mandamento
que visa nosso bem é amar a Deus com toda a sua energia e con-
centração e, em seguida, amar o próximo, com a mesma porção
2 Mateus 22.37-39
3 Este assunto é extremamente fascinante e extenso. Adquira livros que falem do assunto e veja
como Jesus nos instrui em Mateus 6.
18 Parte 1 - Erros na Base

de amor que dedicamos a nós mesmos. Repare que as Escrituras
erros na Base
já pressupõem um amor próprio inerente e suficiente a cada um e,
com este, você deve cuidar da sua saúde mental, física e espiritual
para poder servir ao Senhor com mais dedicação e por mais tempo.
João afirma que quando você ama seu irmão a quem pode ver,
está amando o Deus invisível, que habita nele. Amar o próximo,
portanto, é uma consequência natural e inevitável de quem ama a
Deus. Pensemos juntos por um momento: “Quem é a pessoa mais
próxima para alguém que já se casou?”. Se você respondeu o cônju-
ge, o marido, a esposa, respondeu corretamente.
Sua prioridade número dois na vida é amar o seu cônjuge. Na lista
de prioridades, sua esposa ou seu marido está acima dos filhos, da
mãe, do pai, da tia, do trabalho ou mesmo do trabalho na igreja. No
casamento, os dois tornam-se uma só carne.4 Quem ama a esposa
ama a si mesmo.5 Quem se dá bem com a esposa tem as orações libe-
radas.6 Quem ama a esposa, cuida bem de uma filha querida de Deus.
Quem tem uma casa organizada e bem suprida pode servir na igreja.7
Terceiro: os filhos
Estes, pois, são os mandamentos... que eu te ordeno [para ob-
servares], tu, e teu filho, e o filho de teu filho, todos os dias da
tua vida... 8
Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu
as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e
andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te.9
4 Gênesis 1.28
5 Efésios 5.28, 29
6 1Pedro 3.7
7 1Timóteo 3.5
8 Deuteronômio 6.1, 2 (seleção e ênfase acrescentadas)
9 Deuteronômio 6.6, 7 (ênfase acrescentada)

E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na
disciplina e na admoestação do Senhor.10
Ao observar as ordens dadas pelo Senhor para que Moisés as

ensinasse aos israelitas, podemos entender a responsabilidade e o
dever dos pais de cuidar dos filhos e criá-los nos caminhos da fé. O
princípio é confirmado por Paulo no Novo Testamento. Deus con-
fiou os filhos aos pais. Ele selecionou a dedo quem teria o privilégio
de criar aquelas crianças.
Os pais são insubstituíveis.11 Ninguém fará o trabalho dos pais
em casa. Se o pai perder o emprego, será trágico, mas ele poderá
conseguir outro e seu lugar será rapidamente preenchido por outra
pessoa. Se uma mãe não puder servir na igreja com tanta dedicação,
outra irmã virá para substituí-la, talvez até melhor. No entanto, se
os pais estiverem ausentes na casa, ninguém tomará o lugar deles de
modo satisfatório. Os filhos ficarão órfãos de pais vivos.
Não estou dizendo que você não deva ser dedicado no seu tra-
balho ou que não deva servir na igreja com afinco. Não. Estou es-
tabelecendo uma ordem para que você saiba o que deve vir “pri-
meiro”. Os filhos são mais importantes do que seu prestígio, suas
realizações e seus sonhos pessoais. Os filhos ficarão em casa por
um tempo determinado, mas depois eles se casarão e constituirão
as próprias famílias. O tempo para investir nos filhos é pequeno e
não deve ser desperdiçado.
10 Efésios 6.4b

11 Não os pais biológicos necessariamente, mas aqueles que assumiram o sagrado encargo de
criar filhos para Deus. Podem ser os pais adotivos, os avós que criam os netos ou qualquer outra
configuração de paternidade bíblica.

Quarto: o trabalho
erros na Base
Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus
o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou e lhes
disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai
sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo
animal que rasteja pela terra.12
Trabalho é bênção e foi estabelecido antes da Queda. Ao aben-

çoar o primeiro casal, o Senhor Criador deu-lhes afazeres, tarefas e
responsabilidades. Multiplicar-se é tarefa extremamente agradável;
sujeitar a terra e dominá-la é tarefa que pode ser feita de modo res-
ponsável e proveitoso. Somente depois do advento do pecado é que
o trabalho tornou-se imperativo para subsistência e acompanhado
de fadiga.
Quando você trabalha com excelência, leva o Reino de Deus
para as pessoas do seu convívio. Pode ganhar vidas para Cristo,
pode pregar sem palavras ao realizar um trabalho repleto de dedica-
ção e com a ética do céu.
O pai de família, portanto, precisa trabalhar para realizar-se ple-
namente e para prover com abundância no lar. Observando-se as
prioridades acima, o trabalho é fonte de benção e realização.
Quinto: a igreja
A igreja tem que ser edificada a partir da edificação da família. O
trabalho na igreja é fundamental para o estabelecimento dos alicer-
ces do caráter nos filhos. Servir na comunidade de fé, a igreja local
da qual você faz parte, está incluído na expansão do Reino de Deus
e deve ser realizado em família. Procure integrar seus filhos e espo-
sa no seu trabalho. Dê preferência a programas que incluam toda
12 Gênesis 1.28, 29 (ênfase acrescentada)

a família e sirva de exemplo aos pequenos de como é importante
congregar e celebrar o Reino de Deus com a igreja.
Quando há uma lista de prioridades sabiamente estabelecida,
gasta-se tempo e energia em direções certas para produzir aquilo
que é essencial para nutrir a vida conjugal. O que é mais importante
para você? Quando Jesus disse: “...buscai, pois, em primeiro lugar o
reino de Deus”,13 ele deixou claro que nossa vida deve ser orientada
por prioridades. Se há falta de compromisso com elas, a construção
nunca é feita sobre uma base sólida. Por isso, coloque em primeiro
lugar o que realmente é mais importante, à luz do bom senso e dos
critérios estabelecidos pela Palavra do Senhor.
Ele dá pouco tempo e diz que

o importante é a qualidade. (Esposa)
Erro 002
Achar que a qualidade dispensa a quantidade
Tudo tem o seu tempo determinado,
e há tempo para todo propósito debaixo do céu.14
Uma história que tem tudo a ver com maridos e esposas

Certo pai, ao chegar em casa depois de um dia de trabalho, ligou
a TV no Jornal da Noite. O filho aproximou-se e perguntou:
13 Mateus 6.33

14 Eclesiastes 3.1

- Pai, quanto você ganha por hora?
erros na Base
O pai respondeu:
- Vá brincar menino porque estou assistindo ao jornal.
Alguns minutos depois, o garoto voltou e tornou a perguntar:
- Pai, quanto você ganha por hora?
Novamente ele respondeu:
- Vá brincar, você não percebe que estou assistindo ao jornal.
Pela terceira vez, o filho insistiu em perguntar. Desta vez, porém,
o pai irado e gritando muito, disse:
- Saia daqui, vá dormir. Não me perturbe. Se você não deitar
agora, eu vou lhe dar uma surra.
Logo depois do Jornal da Noite, começou a novela Fim do Mundo.
O homem caiu em si, lembrou-se do menino e resolveu conversar
com ele. Foi ao quarto, mas o menino já está dormindo. Ele o acor-
dou e disse:
Filho, vamos conversar.
O menino, ainda com os olhos meio fechados, perguntou:
Pai quanto você ganha por hora?
Quinze reais.
Então pode me emprestar dois?
Sim.
O pai tirou do bolso o dinheiro e deu ao filho. O menino
enfiou a mão na gaveta, tirou treze reais. O pai, sem entender,
perguntou:
Por que você pediu dois reais?

Para juntar com treze que eu tenho e pagar uma hora para você
ficar comigo.
Quando o investimento não é o suficiente
Se você me perguntasse qual é a maior brecha hoje no relacio-
namento conjugal e familiar, eu diria que é a “falta de tempo” para
aquilo que é realmente importante. Você sabe o que significa “en-
tropia”? Na física, entropia significa qualquer coisa que, quando
abandonada, desintegra-se até, finalmente, alcançar sua forma mais
elementar. O Dicionário Aurélio define entropia como “a constante
degradação de um sistema ou sociedade”.
Richad L. Evans disse:

Todas as coisas necessitam de atenção e cuidado, e casamento não
é exceção. O casamento não deve ser tratado com indiferença ou
maltrato, nem é algo que simplesmente cuida de si mesmo. Nada que
seja negligenciado permanece como foi ou é, ou deixará de se dete-
riorar. Todas as coisas precisam de atenção, cuidado e preocupação,
especialmente o mais sensível de todos os relacionamentos da vida.
O tempo que investimos no casamento revela a importância que

damos a ele. Suponhamos que você vá a um restaurante cinco es-
trelas. Lá chegando, ao olhar o cardápio, você pede o melhor e mais
caro prato da casa. Depois de algum tempo, o garçom traz o prato,
mas a porção é bem pequena. Você, então, reclama e diz:
- Só isso?
- Meu senhor, o que importa não é a quantidade, mas sim
a qualidade.
- Mas esta porção não dá nem para fazer cócegas no estômago,
pois eu estou com muita fome... – você retruca nervoso.

Você percebeu que não basta só qualidade? Tem que haver
erros na Base
quantidade também. Assim é o tempo que investimos no casa-
mento, no cônjuge e na família. Não basta ter qualidade, é preci-
so uma quantidade suficiente para suprir as necessidades de cada
membro envolvido.
Nunca se esqueça disso: se você gasta pouco tempo com o seu
casamento, significa que ele não é tão importante aos seus olhos
como você diz e, assim, ele sofrerá o processo de deterioração –
uma entropia. Muitas esposas reclamam que o marido tem tempo
para os amigos, o futebol, a TV, a internet, o jornal e os parentes,
mas não tem tempo de qualidade para elas. Uma das causas dos
casamentos vazios e sem graça é a falta de investimento de tempo
de qualidade.
Perguntas para refletir

Quanto tempo por dia você fica na intimidade com Deus?
Quanto tempo por dia você gasta com sua esposa, dando-lhe
atenção especial?
Quanto tempo por dia você gasta com seus filhos, dando-lhes
atenção?
Qual é o dia da semana inteiramente dedicado para a família?
Você sempre para e responde às perguntas da esposa e dos filhos?
O marido que não prioriza o seu casamento, logo experimentará
uma relação com o sabor de “funeral conjugal”. Dedicação é uma
palavra chave no casamento bem-sucedido.
O tempo que você investe tem sido suficiente?

Não basta me dar presentes.
Eu quero você! (Esposa)
Erro 003
Achar que presentes substituem presença
Marido, ame a sua esposa, assim como Cristo
amou a Igreja e deu a sua vida por ela.15
Quando o mais importante é a presença da pessoa amada

O homem quase sempre expressa amor dando presentes. Para a
mulher, amar é estar com o marido em um relacionamento de qua-
lidade. Aqui está um dos pontos de tensão entre marido e esposa.
Os maridos precisam compreender que não é difícil dar presentes; o
difícil é “dar-se”. Isto porque dar a si mesmo é uma atitude que exige
sacrifício pessoal. O amor ágape, com o qual Cristo amou e ama a
Igreja é, acima de tudo, um amor disposto ao sacrifício, à entrega. A
maior expressão de amor que o mundo já conheceu está no sacrifício
de Jesus na cruz. É impossível amar com profundidade sem sacrifício,
sem dar a si mesmo. Uma das razões pelas quais muitos maridos têm
dificuldade na prática do amor ágape é que ele exige entrega, exige
abrir mão, sacrificar o ego. Dar presentes é muito bom, melhor ainda
é dar-se completamente para a pessoa amada.
Dar-se é proporcionar a atenção em todas as horas, preocupando-
se com o bem-estar e com as suas necessidades, com o carinho por
meio de um olhar, uma gentileza, uma participação, por menor que
seja, nas tarefas domésticas. Uma palavra de elogio, um toque de mão,
15 Efésios 5.25 NTLH

uma declaração de dependência e carinho significativo são as atitudes
erros na Base
que você, marido, pode propiciar à sua esposa e companheira, àquela
que está ao seu lado aguardando ansiosamente a sua presença em casa.
A mulher é emocionalmente carente de afeição e atenção. Para
o homem, este seria um sinal de fraqueza, pois a necessidade de se
firmar no hostil campo de trabalho faz com que ele seja objetivo e
determinado em suas decisões, almejando o sucesso profissional.
O homem é baseado na razão. Esse modelo de tratamento não é
bem entendido no ambiente doméstico, devido à própria estrutura
feminina, voltada para as emoções. O homem procura ser sempre
racional, e quando essa racionalidade se traduz em poucas palavras,
a esposa tem geralmente a tendência de considerar que ela é o pro-
blema e que o amor está se esvaindo. O homem não consegue inter-
pretar as necessidades da esposa e procura compensar essa atenção
compactada com os presentes que ele pensa serem propícios para
demonstrar o seu bem querer. Com certeza, toda mulher gosta mui-
to de receber presentes, mas só o presente não suprirá a carência de
atenção, de ser ouvida e de um toque significativo de carinho.
Ele diz que me dá tudo, mas eu não tenho o que é mais impor-
tante: “ELE”.
Como resolver essa situação? Primeiramente, é preciso que am-
bos entendam que são emocionalmente diferentes. Um bom jantar
feito pela esposa ou uma camisa bem passada são para ele sinal de
afeição. É claro que o contato físico é primordial, mas depois de
enfrentar um duro dia de trabalho, satisfazer à sua necessidade de
relaxar no ambiente seguro do lar pode ser importante para recar-
regar as suas baterias. Um presente para ela também pode ser reco-
nhecido como sinal de afeto, desde que a atenção que ela requer seja
suprida por um tempo de dedicação com qualidade. Imaginemos o

relacionamento como uma balança: ela precisa estar equilibrada en-
tre o amor e o bem-estar para ninguém ficar na incômoda posição
de pés fora do chão. O afeto temperado com a atenção completa a
estabilidade que ambos almejam. Quando o relacionamento não vai
bem, está na hora de ver qual parte da balança está “no ar”. E agir,
sempre com amor.
A maior prova do amor de Cristo para com a Igreja está no fato
de dar a si mesmo, como sacrifício por ela.
Ela(e) é tudo, menos amiga(o).

(Marido/Esposa)
Erro 004
Deixar que a rotina roube a amizade
Um olhar amigo alegra o coração.16
O amigo ama sempre e na desgraça ele se torna um irmão.17
Quando o mais precioso é deixado de lado

O casamento é, acima de tudo, um “compromisso de amizade”.
Infelizmente, muitos estão em um relacionamento que é um ar-
ranjo, onde a vagina e o pênis têm apego, mas as pessoas estão au-
sentes. Marido e esposa estão em lugares diversos e juntam os seus
corpos em alguns momentos, de vez em quando.
16 Provérbios 15.30a NTLH

17 Provérbios 17.17 NTLH

erros na Base
O melhor amigo da esposa deve ser o marido e vice-versa. Não
basta serem parceiro de cama – é preciso serem amigos. Não basta
morarem na mesma casa e comerem na mesma mesa – é preciso
serem amigos. Não basta frequentarem a mesma igreja – é preciso
serem amigos. “Amigo” é alguém que se achega quando todos os
demais afastam-se.
Gosto do que disse Ralph Waldo Emerson: “A única forma de
ter um amigo é ser um amigo”.
No livro de Provérbios temos algumas sábias instruções para
melhorar a amizade.
Em todo tempo ama o amigo, e na angústia se faz o irmão.18
Os cônjuges devem estar atentos para unir-se ainda mais nos mo-
mentos de crise que, inevitavelmente, virão. Quando uma crise vier,
não aja como Adão que acusou a esposa; pelo contrário, procure
deixar claro seu amor, sua intenção de melhorar como marido, sua
certeza de um casamento duradouro. Quando o casal passa pelas
tempestades praticando o amor e os princípios de Jesus, o resultado
é um crescimento extraordinário na intimidade conjugal. Lembre-se
de valorizar a dor do outro e unir-se a ele. Mesmo que você não te-
nha poder para remover a dor, seja um agente de consolo e alo facial
do maridoal. Elas acompanham a expressos e carreiras promissoras
para cuidar da fammentos devem ser profundos e para haívio.
O homem que tem muitos amigos sai perdendo; mas há amigo

mais chegado do que um irmão.19
18 Provérbios 17.17

Há maridos que dão mais atenção aos “amigos” do que à espo-
sa. Há mulheres que consideram seus parentes e colegas com mais
honra do que seu marido. Os relacionamentos devem ser profun-
dos e, para haver intimidade, é necessário investimento de tempo.
Como você só tem 24 horas por dia, não conseguirá ter muitos ami-
gos íntimos; mas não há ninguém melhor do que seu cônjuge para
você ter como seu melhor amigo. Não saia perdendo, mas invista
pesado no seu cônjuge e que ele seja mais chegado que um irmão.
Como o óleo e o perfume alegram o coração, assim, o amigo

encontra doçura no conselho cordial.20
Homem e mulher precisam de conselhos, mas é preciso estarem

atentos às diferenças. Normalmente, quando a esposa tem um pro-
blema, sua primeira necessidade é compartilhar as emoções e saber
que o outro “entende” o que ela está sentindo. Durante o processo
de ouvir, o marido não deve interromper a não ser com perguntas
inteligentes. Ao término da exposição da questão, o marido deve
abraçar a esposa e só deve aconselhar se ela pedir conselho.
Já com os homens acontece justamente o contrário. Eles não com-
partilham em busca de ter suas emoções “entendidas”, mas em busca de
soluções. Portanto, esposa, quando seu marido compartilhar, escute com
atenção e veja se você pode ajudá-lo com um conselho sábio e cordial.
Como o ferro com o ferro se afia, assim, o homem, ao seu amigo.21
Marido e mulher são instrumentos de Deus para formação do

caráter um do outro. O casamento deve produzir pessoas mais pa-
recidas com Jesus.
20 Provérbios 27.9


Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria
erros na Base
vida em favor dos seus amigos.22
As mulheres são muito boas nisto. Elas se dão pelos seus maridos.
Muitas deixam seus empregos e carreiras promissoras para cuidar da fa-
mília de modo integral. Elas acompanham a expressão facial do marido
em busca de informações para poder servi-lo. Assim também os maridos
precisam dar seu tempo de modo concentrado e dedicado, e devem estar
dispostos a fazer quaisquer ajustes necessários em favor da amiga-esposa.
Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando.23
Você consegue imaginar um amigo que descobre que o outro de-

testa determinado tipo de música e procura ouvir justamente o tipo
odiado em alto volume? Isto não seria amizade, pelo contrário, seria
um tipo cruel de convivência. Jesus estabelece a relação entre fazer
o que agrada ao outro e o amor. Procure lembrar-se daquilo que o
outro não gosta e evite, mas faça sempre aquilo que seu cônjuge já
lhe disse que aprecia. Isto é amizade de qualidade.
Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o
seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto
ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer.24
Amigos compartilham suas revelações. Amigos edificam-se
mutuamente. Cônjuges que se amam são transparentes e contam
“tudo” o que aprenderam e viveram.
Um amigo sabe ouvir com atenção, sabe estender a mão de ma-
neira solidária, sabe dar valor ao sentimento do outro, sabe ser gra-
to, sabe dar e receber com humildade, sabe respeitar as característi-
cas do outro. Você tem sido um cônjuge-amigo?
23 João 15.14
24 João 15.15

Quando chega do trabalho, ele trata melhor
o cachorrinho do que eu! (Esposa)
Erro 005
Não prestar atenção aos “sinais”
Quem ama não é grosseiro nem egoísta;
não fica irritado, nem guarda mágoas.25
Quando um cisco aponta uma trave no olho

Você já notou como a Bíblia nos ensina grandes lições por meio
dos animais?26 Aprendemos com as formigas a ser previdentes e
trabalhadores; com os pardais, a acolher os filhotes; com as serpen-
tes, a sermos prudentes; com as pombas aprendemos a ser simples;
com o boi, a ser fortes; com a águia, a recobrar as forças. Os animais
de estimação também nos ensinam muito.
Imagine comigo esta cena: são seis horas da tarde, a campai-
nha toca e o cachorrinho logo percebe que seu dono chegou. Ele
fica impaciente no portão, late e não vê a hora do dono aparecer
para pular em cima dele. Quando abre o portão, o cachorro pula,
salta, faz barulho, festeja até que o dono o afague e gaste um
tempo “falando” com ele. A esposa de longe fica observando
a atenção e o carinho que o marido dispensa ao cachorro e diz
para si mesma: “Ele dá mais carinho e atenção para o cachorro
do que para mim”.
25 1Coríntios 13.5 NTLH

26 Confira Provérbios 6.6; Salmo 84.3; Provérbios 7.22; Provérbios 30.19; Mateus 10.16

Eu gostaria de fazer uma pergunta a todas estas esposas: Vocês
erros na Base
fazem festa quando o marido chega, pulam no pescoço dele e se
desdobram para que ele saiba que é bem-vindo?
Será que o cachorro não é bem tratado porque ele sabe receber o
dono quando chega em casa, o que nem sempre acontece com a esposa?
Se muitas esposas esperassem o marido como

o cachorrinho de estimação o faz, com certeza
seriam tratadas de forma diferente.
Muitos maridos só encontram a esposa mal-humorada e de cara
fechada. Há ainda aquelas que esperam o esposo chegar para des-
carregar sobre ele todos os problemas que aconteceram durante o
dia com os filhos, os vizinhos e o emprego, e falam sem parar, espe-
rando que ele dê solução para tudo. Sem contar aquelas que nunca
se arrumam para esperá-lo.
Você sabia que os homens são atraídos pelo que veem? Imagine
um trabalhador, que passou o dia cercado por várias mulheres bem
arrumadas, penteadas e maquiadas, mas chega em casa e encontra a
esposa vestida com a camiseta furada de um político, uma calça de
moleton desbotada, cabelo desgrenhado e cheia de mau humor?
Marlene Guerrato afirma que o expediente de trabalho da dona
de casa termina às cinco horas da tarde, quando ela deve tomar
um bom banho, arrumar-se e fazer alguma atividade agradável para
esperar o maridão. Vale a dica. E você, esposa, como espera o seu
marido chegar do trabalho? Como você o recebe?

Ele nunca vai ao supermercado,
à feira nem ao shopping center comigo.
Só ando sozinha. (Esposa)
Erro 006
Só fazer aquilo de que gosta
Quando o marido não valoriza o que é

importante para a esposa
Casamento é acima de tudo companheirismo. A pessoa casa para
dar e receber companhia. Sabemos que para o homem é compli-
cado acompanhar a mulher nas compras. As mulheres, em geral,
gostam de parar em todas as lojas, ver todas as novidades, conferir
todo os preços e, muitas vezes, não compram nada daquilo. Isso é
muito próprio delas. No entanto, assim como a esposa sacrifica-se
muitas vezes para fazer aquilo de que o marido gosta, ele deve es-
forçar-se para acompanhá-la de vez em quando em suas compras.
Com certeza, o homem que faz isso está investindo na qualidade de
seu relacionamento e ganhando pontos com a esposa.
Entender isso é valorizar a esposa e, principalmente, suportar essa
peregrinação por lojas, bancas e barracas é investir no bem-estar do
relacionamento conjugal. É demonstrar que entende a maneira de ser
da esposa e a apoia não por obrigação, mas por amor e atenção.
Muitos podem achar essa tarefa enfadonha e isenta de objeti-
vidade. Se a encararmos não como um trabalho, mas como uma
atividade essencial ao bem-estar da esposa, tudo ficará certamente
mais fácil. Para ganhar mais alguns pontos com ela, aproveite esses

momentos juntos e compartilhe seus desafios diários. Explique a ela
erros na Base
seus projetos e objetivos, suas dificuldades e soluções, seus anseios
e preocupações. Conte como venceu alguns desafios, como amar-
gou algumas derrotas, como enfrentou cobras e leões. Abrindo seu
coração e permitindo que ela conheça seus anseios, ela perceberá
que você também vive emoções e tem um coração ansioso pela
participação dela.
Você, esposa, tem uma missão muito especial que é a de tornar
uma fonte de alegria e prazer qualquer atividade que seu marido
faça ao seu lado, fortalecendo assim os laços do companheirismo
e tornando o relacionamento progressivamente saudável e provei-
toso. Convide-o para ir às compras, procure saber a sua opinião,
entre em uma loja de artigos masculinos ou presentes e aponte
para algumas necessidades dele, dê uma pausa para um café, veja
e comente os anúncios dos filmes – e convide-o para assistirem
juntos se ele gostar. Enquanto andam, converse sobre os assun-
tos de que ele gosta, comente os acontecimentos engraçados que
lhe contaram e procure distraí-lo; não deixe que ele pareça ser
somente o seu guarda-costas, mudo. Não esqueça, porém, que o
sucesso do bem-estar pode passar, às vezes, pelo estreito caminho
da ausência do companheiro em alguns momentos e, nessas oca-
siões, peça a graça do Senhor para poder aceitar em amor seu
cônjuge do jeito que ele é.

Ela não sai do shopping center. (Marido)
Erro 007
Cair na armadilha do consumismo
...a serem sensatas, honestas, boas donas de casa, bondosas, sujeitas ao
marido, para que a palavra de Deus não seja difamada.27
Quando o desperdício é a causa do desequilíbrio financeiro

Querendo ou não, temos diante de nós o desafio de enfrentar as
“pressões do consumismo”. Consumismo, por definição, significa
“o ato de comprar muitas coisas que, em sua maioria, não são ne-
cessárias”.28 Há uma diferença básica entre consumo e consumismo.
No consumo, o ato de comprar está diretamente relacionado
à necessidade ou à sobrevivência. Já quando se trata de consu-
mismo, essa relação está rompida, ou seja, a pessoa não precisa
daquilo que está adquirindo. O consumismo está vinculado ao
gasto em produtos sem utilidade imediata, supérfluos. Esse há-
bito vem sendo discutido por muitos autores em suas origens e
dimensões. Alguns estudiosos apontam a importância da publici-
dade na construção da obsessão pelo ato de comprar. Outros au-
tores destacam a vinculação histórica da possibilidade de compra
à vida boa, riqueza, saúde. Isso quer dizer que, ao longo dos anos,
pessoas que tinham maior poder de compra eram consideradas
melhores que pessoas com menor poder de compra.29
O mundo sempre procura nos convencer de que estamos fora da

moda. O sistema publicitário pressiona as pessoas para que sejam consu-
27 Tito 2.5

28 Extraído do Site Brasil Escola. Encontrado em 26/11/2013 no endereço eletrônico:
http://www.brasilescola.com/psicologia/consumismo.htm
29 Idem.

mistas e muitos, para acompanhar o padrão imposto pelos que manipu-
erros na Base
lam a mídia, estão endividados. Estas pessoas sempre gastam mais do que
podem e, por esta razão, tornam-se escravas do consumismo, caindo em
uma roda viva, perdendo a comunhão com o cônjuge e os filhos.
Lançaram atualmente o Crediário Tentação. Podemos dar uma de-
finição muito boa para esse tipo de crediário: comprar aquilo de que
você não precisa, com o dinheiro que você não tem, para agradar as
pessoas das quais você não gosta.
O consumismo traz vendavais e perturbações para a família.
Muitos que não levaram isto a sério estão perdendo o sono por
causa do desequilíbrio financeiro. Voltarei a este assunto, com mais
pormenores, no Erro 016.
ela(e) não sai da frente da TV. (Marido/esposa)
Erro 008
Deixar que o excesso de entretenimento
pessoal destrua o casamento
Quando a televisão torna-se a única escola

“Quem Tviu? Quem TV?” Esse foi o trabalho de Leandro Iná-
cio Leite, classificado em primeiro lugar. Vale à pena conhecer algu-
mas partes do texto.
Nós deixamos a televisão ser o “deus” que ela é hoje. Nós tor-
namos esta espetacular invenção dada por Deus em um substi-

tuto do próprio Deus. E como nós, homens, somos prodigiosos
em arrumar substitutos! É nossa vida pequena, nossa mesmice,
que colocou a TV no pedestal em que ela se encontra hoje. É
nossa pobreza, nossa fragilidade, nossa ignorância, e nossa falta
de Solo Firme, que nos levaram a soltar nossos filhos à mercê
das “babás eletrônicas”, das apresentadoras de televisão, com
os seus rostinhos angelicais e sua visível superficialidade.
Não sou contra apresentadoras nem contra os repórteres, jor-
nalistas, desenhistas, ou qualquer outra pessoa que ganha a vida
trabalhando na televisão. São profissionais como quaisquer
outros. Sou contra a minha imbecilidade patética, que acredita
que as frases ditas por atores em telenovelas são verdades ab-
solutas; que acredita que Bombril tem mil e uma utilidades; que
acredita que a felicidade é medida pela quantidade de dinheiro
e prestígio que alguém possui; enfim, que acredita, sem jamais
contestar, em todas as máximas expostas na telinha.
Não há magia no mundo da TV. Aliás, não é o mágico que
consegue fazer coisas impossíveis, são os nossos olhos que não
conseguem acompanhar o que ele faz. Nossos próprios olhos
nos enganam. Nossos próprios pés nos levam rumo ao precipí-
cio (...) Será que esquecemos que tudo que se passa na TV só é
transmitido porque nós assistimos? (...) Afinal, o grande dilema
não é quanto a TV nos influencia, mas o quão longe de Deus
nós estamos.
A violência na TV está causando danos sérios e perma-

nentes. Foi o que disse Donald C. Stamps, meu professor de sote-
riologia30 no seminário, ao apontar para o poder destrutivo da TV
em uma apostila que escreveu. O professor de fisiologia da Univer-
sidade de Illinois, Leonard Eron, diz: “Quanto mais violentos os
programas vistos na infância, tanto mais agressivos tornam-se os
jovens adultos. Descobrimos que seu comportamento está cheio de
atos antissociais, de roubo, de vandalismo e de assalto com armas”.
30 Soteriologia é a doutrina da salvação.

Muitos desenhos animados dos programas infantis são
erros na Base
decididamente prejudiciais. Um professor da Universidade
de Yale diz: “Lutas e pontapés são muito mais frequentes entre
os que assistem, com maior frequência, aos desenhos animados.
Os programas da manhã dos sábados são os programas mais
violentos da TV. Eles contêm pelo menos 25 cenas de violência
por hora”.
Muitos programas têm o poder de destruir a inibição. O
fisiologista britânico Willian A Belson diz: “Os jovens assistentes de
violência pesada têm 47% mais de probabilidade de cometer atos
como: esfaquear colegas durante brigas na escola, queimar os ou-
tros com ponta de cigarro acesa, cortar pneus de carros, roubar e
tentar estupro”. Para surpresa de Belson, o hábito de assistir certos
programas de TV parece demolir toda repressão construída pela
família, pela igreja e pela escola.
A grande quantidade de tempo gasta pelos jovens na frente
da TV aumenta o mau comportamento e causa deficiência no
seu desempenho acadêmico. A TV atrapalha o desenvolvimento
das habilidades das crianças.
Os maridos que assistem diariamente a muitos programas
de violência envolvem-se 35% mais em incidentes de agressi-
vidade e de mau comportamento do que os que não assistem
a este tipo de programas. Tenho um amigo que, referindo-se aos
efeitos maléficos das novelas, diz: “O nome já explica tudo: é NÓ
+VÉLA”. Realmente, as novelas têm um poder de prender, seduzir
e escravizar. São tão bem elaboradas e trabalhadas que chegam a
determinar a moda, o vocabulário, a bebida, o comportamento do
marido e da esposa, das crianças e dos jovens. Nenhum outro meio
de comunicação exerce maior influência na vida das pessoas do que
a televisão e suas programações.

O excesso de TV pode ser uma das causas da distância que existe
entre os membros da família. Quando se gasta mais tempo com a TV
do que com a família, filhos e cônjuges, significa que houve uma inversão
de valores, e isto é altamente destrutivo. É preciso resgatar os valores
perdidos dentro de casa. Quando a esposa aprende pouco com a Bíblia e
muito com as novelas, o relacionamento tem a tendência de deteriorar-se
a cada dia. A Bíblia deve ser o manual orientador de toda a nossa vida.
Vale a pena assistir a tanta TV? Confira aquilo que a maioria

dos programas de TV estão ensinando.
» Ensinam o humanismo secular, que afirma que o mais impor-
tante vem do homem e não de Deus.
» Ensinam que atores sem Deus, que muitas vezes zombam do
Criador, são modelos apropriados a serem seguidos.
» Ensinam que a visão bíblica do casamento e do divórcio é ultra-
passada e deve ser rejeitada.
» Ensinam que a homossexualidade não é pecado e é aceita por
pessoas racionais, inteligentes e tolerantes.
» Ensinam que o aborto deve ser aceito, pois não há nada de mais
em matar crianças que ainda não nasceram, que são realmente
animais não nascidos.
» Ensinam que a pornografia é um entretenimento agradável e aceitável.
» Ensinam que o prazer deve ser encontrado nas relações sexuais
ilícitas. O fim justifica os meios.
» Ensinam que fidelidade à esposa não é um requisito importante
para o casamento. A fidelidade é considerada uma repressão à
liberdade pessoal do homem.
» Ensinam que as pessoas devem rir dos padrões tradicionais de moralidade.

» Ensinam que Deus não existe e, se existe, não é o único Deus.
erros na Base
» Ensinam que o consumo de bebidas alcóolicas é uma maneira
prazerosa de viver, socialmente aceita.
» Ensinam que ser virgem até o casamento é motivo de vergonha
e de embaraço.
» Ensinam que a garota, para ser atraente, deve se vestir sem mo-
déstia e com sensualidade.
» Estimulam as crianças a não terem respeito por ninguém, especial-
mente pelos pais, pastores, professores e autoridades públicas.
» Ensinam que, na verdade, não existe certo ou errado, não há aquilo que
se chama pecado. Houve até uma novela cujo nome era “Vale Tudo”.
» Ensinam que a mensagem do evangelho – que Jesus morreu em uma
cruz por você e por mim – é irrelevante nesta era em que vivemos.
ele é viciado em internet e já tivemos

sérias brigas por causa disso. (esposa)
Erro 009
Perder o controle no uso do computador
Quando o virtual compromete o real

Quando o uso da internet começa a ser prejudicial?
» Primeiro – quando a pessoa vicia-se e perde a noção do tempo
que gasta conectada à rede.

»» Segundo – quando a pessoa usa a internet como um meio de
fugir da crise conjugal.
»» Terceiro - quando a pessoa faz deste meio um acesso a toda
sorte de textos, imagens e vídeos pornográficos.
»» Quarto – quando o cônjuge começa a flertar com pessoas do
sexo oposto nas salas de bate papo, fazendo joguinhos perigosos.
Ao mesmo tempo que a internet é um meio de comunicação
de grande valor, é bom lembrar que ela é uma arma perigosíssima
quando usada para o mal.
Se você é daqueles que vive conectado e não suporta ficar off-line,
cuidado: é possível que engrosse as estatísticas dos viciados em in-
ternet. O problema afeta mais de 50 milhões de pessoas no mundo,
segundo dados da Universidade La Salle, nos Estados Unidos, e 4,3
milhões no Brasil, números que só tendem a crescer pela maior fa-
cilidade de acesso à web e pelo desenvolvimento tecnológico. Con-
siderada por médicos e especialistas uma dependência tão crônica
quanto a de substâncias como álcool e cocaína, o transtorno já é
reconhecido pela Associação Americana de Psicólogos como Inter-
net Addiction Disorder [Transtorno do Vício de Internet]. Para a cien-
tista Kimberly Young, da Universidade São Boaventura, nos Esta-
dos Unidos, e diretora do Centro de Recuperação de Dependentes
de Internet, os sintomas são semelhantes aos de muitos outros ví-
cios: o indivíduo muda sua rotina, negligencia as relações familiares
e sociais e perde prazos no trabalho porque sua vida passa a ser
controlada pelo computador e afins.31
Podemos fazer uso deste meio de comunicação tão eficiente para
melhorar a qualidade de vida em muitas áreas. Hoje, no mundo in-
teiro, todas as famílias que possuem um computador estão conec-
31 Extraído do site http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2013/05/17/

vicio-na-internet-nao-para-de-crescer-faca-o-teste-e-veja-se-corre-riscos.htm

tadas à internet. Com certeza, os que souberem usar este poderoso
erros na Base
meio de comunicação estarão sempre à frente e melhor informados.
Pessoalmente, agrada-me muito a facilidade com que me comu-
nico com minha família e com o nosso escritório, e também com
o banco, durante as minhas viagens internacionais. É necessário,
porém, ter autocontrole e procurar fazer tudo para a glória de Deus.
ele sempre diz que ninguém tem nada

a ver com a sua vida. (esposa)
Erro 010
Ser casado, mas ter vida de solteiro
É por isso que o homem deixa o seu pai e a sua mãe para se
unir com a sua mulher, e os dois se tornam uma só pessoa.32
Quando não há prestação de contas

Disse Walter J. Chantry: “O compromisso de tomar uma mulher
como esposa leva o homem a compartilhar toda a sua vida com
ela”. Você concorda que casamento é uma sociedade na qual os
dois administram um empreendimento? Tenho certeza de que sua
resposta foi sim. Partindo deste princípio, nenhum dos dois é livre
para fazer o que quer sem prestar contas. O casamento, por defini-
ção, não é uma união livre, mas um compromisso.
Para que uma sociedade seja bem sucedida, há um fator domi-
32 Gênesis 2.24 (ênfase acrescentada)

nante, decisivo: o trabalho em equipe. Ambos os sócios fazem o
melhor possível, não para atingir vitória individual, mas para con-
quistar vitória conjunta. Quando duas pessoas decidem viver juntas,
cada uma delas deve modificar-se internamente e reorganizar-se.
Esta é a condição para poderem orientar suas forças de modo a
alcançar seus objetivos da melhor forma possível e de maneira eco-
nomicamente viável. Uma das virtudes do amor é o comprometi-
mento com a pessoa amada. Onde ele está presente, há prestação de
contas sem imposição, mas por amor e respeito ao “sócio da vida”.
O casamento muda muitas coisas. Os parceiros comprometem-se
em uma história comum, na qual um é realmente afetado pelo com-
portamento do outro. O comportamento e bem-estar de A não po-
dem mais desenvolver-se independentemente de B. As decisões im-
portantes, que determinam o futuro, devem ser tomadas pelos dois.
» A escolha do local de moradia, o número de filhos.
» O modo de viver – por exemplo, em que medida o dinheiro, a
carreira e a busca de prestígio são importantes? Ou é preferível
uma vida modesta, serena e sossegada? É melhor morar na ci-
dade ou no campo?
» A educação dos filhos – eles devem ser encorajados e levados a
estudar, ou é melhor que se arranjem por conta própria?
Há também decisões a serem tomadas sobre o círculo de amiza-
de a frequentar, a vida social, o relacionamento com as famílias de
origem. O casamento, então, não diz respeito apenas aos vínculos
interpessoais entre duas pessoas, mas também a todo o ecossistema
com o qual essas pessoas passam a interagir.
À luz destas verdades, questões como liberdade, opções individuais
e independência ficam limitadas no relacionamento conjugal. Do
momento do casamento em diante, os parceiros têm de tomar muitas

decisões juntos. Talvez esta seja uma das razões por que conflitos e
erros na Base
críticas acontecem com muita intensidade entre os dois.
Quando o casal convive com esta consciência, o que se tem é uma
relação harmoniosa. Quem não se sente maduro para “perder a liber-
dade” a fim de ganhá-la juntamente com o outro, não deve assumir
o casamento. Você, como marido, compartilha tudo o que faz com
a esposa? Pede sugestão a ela? Procura ouvi-la? Você presta contas a
ela e aos filhos? Que nota ela e os filhos dão a você como “sócio”?
Meu marido ‘morreu’ (esposa)
Erro 011
Perder a conexão relacional com a esposa
...porque este meu filho estava morto e viveu de novo;
estava perdido e foi achado. E começaram a festejar. 33
Minha mãe ficou viúva aos quarenta e oito anos de idade. Meu
pai era pastor. A caminho de uma escola de líderes evangélicos, seu
carro chocou-se de frente com outro e ele teve morte instantânea.
Depois de algum tempo de viuvez, ouvi minha mãe dizer algo que
tem tudo a ver com esta questão. Ela disse: “A pior viuvez não é a
minha porque meu marido está sepultado, porém deixou lembran-
ças tão agradáveis como ‘marido’ que não sinto necessidade de ca-
sar-me novamente. Pior são aquelas viúvas com o marido vivo den-
tro de casa”. Não basta estar presente, é fundamental estar “vivo”.
33 Lucas 15.24

Não se esqueça de que o amor é o ar que mantém a vida conjugal,
que dá sentido à vida. Sem ele, nada faz sentido. 34 O que caracteriza
um “morto” é a indiferença, a frieza, a morbidez, a incapacidade
de agir e reagir. Mortos não abraçam, não beijam, não estendem as
mãos, não sentem, não choram, não riem. Você está vivo ou morreu
como marido, apesar de dormir na mesma cama e comer na mesma
mesa de sua esposa? Aquele que já sentiu o verdadeiro amor faz
qualquer coisa para mantê-lo vivo e atuante. Sabendo o seu valor,
não há como não perseguir esse sentimento que faz a vida pulsar
mais forte, dinâmica e com a verdadeira felicidade que só o amor
pode proporcionar.
Quando a mulher é como uma viúva com

o marido vivo dentro de casa
Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo
propósito debaixo do céu.35
Não podemos pegar nossas preocupações, frustrações, pressões e

outros “ões” mais e levá-los para nosso ambiente doméstico. Nosso lar
é um refúgio para onde nos dirigimos a fim de obter a calma e a tran-
quilidade em um ambiente de paz e de recuperação de nossas energias e
emoções. Levar para casa as preocupações de um dia de trabalho pode-
rá não ajudar muito na solução dos problemas, mas poderá contaminar
o ambiente pela falta da participação e envolvimento com os membros
da família que podem estar ansiando pela sua atenção e carinho.
Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas den-
tro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu
auxílio e Deus meu.36
34 1Coríntios 13
35 Eclesiastes 3.1
36 Salmos 42.11; 43.5

Outros fatores também pode corromper o desenvolvimento normal
erros na Base
do relacionamento familiar. Se forem do âmbito financeiro, a esposa pode
colaborar no intuito de gerir com eficiência os recursos, economizando e
aplicando com sabedoria os valores disponíveis, cortando excessos e su-
pérfluos. Se forem situações de relacionamento não resolvidas no âmbito
pessoal entre o casal, encarem-nas como uma excelente oportunidade
para esclarecer as dúvidas e estejam sempre dispostos a exercer o ato no-
bre do perdão, afastando mágoas e sepultando rancores e aflições.
A esposa deve se perguntar:

“Quando meu marido compartilha alguma luta comigo, como
eu reajo? Eu dou atenção, ou espero ele parar de falar e começo a
falar de mim?”;
“Eu considero a opinião dele como sábia, ou desprezo e sigo
outro caminho?”;
“Será que, de alguma maneira, tornei o ambiente familiar desa-
gradável para o meu marido?”;
“Eu procuro sempre algo bom em meu marido e o elogio, ou
costumo apenas criticar?”;
“Com que tom de voz costumo conversar com meu marido?”;
“Como recebo o meu marido quando ele chega em casa?”.
Outras situações podem ocasionar a ausência participativa do côn-
juge. Nesse caso, no momento certo, da forma adequada, com paci-
ência e muito amor, ponha-se à disposição dele para ajudar na busca
da solução. Se isso não for possível, a forma infalível é a oração e o
tratamento amoroso, independentemente de como ele a trate.
Dica: veja o que diz o tópico Como conversar com meu cônjuge sobre
questões delicadas, logo após o Erro 042.

Ele gasta muito com o carro
e nada comigo. (Esposa)
Erro 012
Perder de vista o que realmente importa.
Quando um objeto torna-se um ídolo

Um dos erros que frequentemente ocorrem nos novos casais, e
que sem o devido cuidado pode ser alimentado por longo tempo,
é o casamento com “separação de contas”. Ambos se casam, mo-
ram na mesma casa, comem na mesma mesa, assistem à televisão
no mesmo sofá, dormem na mesma cama, mas... cada um tem a
sua conta corrente. É um erro, e um erro que pode gerar conflitos
e dissipar a realização da missão mais completa que o casamento
pode cumprir.
Casais precisam ter projetos conjuntos. Boa parcela do que é fei-
to por eles deve ser compartilhado, especialmente a conta corrente
e, em decorrência disso, as demais coisas essenciais para o bom anda-
mento “da casa”: o planejamento familiar, o planejamento orçamentário,
o plano de economia para despesas, o plano de economia para aquisição
de bens como carro novo, casa nova e viagens, entre outros.
Quando não há uma lista de prioridades planejada e feita conjun-
tamente, fazem-se extravagâncias em direções erradas. A pergunta
que cabe aqui é: “O que é mais importante?” Se para o marido
a esposa é mais importante, então ele deverá investir nela muito
mais do que investe em qualquer outra pessoa ou coisa. É necessá-
rio manter-se sempre vigilante sobre as prioridades de um casal e

de uma família porque a familiaridade com determinadas situações
erros na Base
pode nos fazer esquecer daquilo que realmente é importante. Por
exemplo, ele pode passar o sábado em redor do carro, consertando,
fazendo manutenção ou gastando com equipamentos para deixá-lo
atraente. Trocar a esposa pelo carro demonstra um grau de egoísmo
disfarçado e de materialismo explícito, que é quando coisas valem
mais do que pessoas. Quem não está disposto a abrir mão de deter-
minados “gostos”, não está pronto para se casar. A desculpa padrão
é que sempre é “só isso” ou “só aquilo”, mas a esposa, por conta
disso, também “fica só” o tempo todo.
Investir no bem-estar social da esposa faz parte da construção de
um relacionamento conjugal no qual prevalece a graça como fator
determinante da felicidade do casal, e não os bens e os prazeres
de um em detrimento do outro. A graça pode dar prazer a ambos,
enquanto que o egoísmo faz isso por um só, e ainda faz tempora-
riamente, pois não é para a vida toda. E mais: o egoísmo provoca a
ira do cônjuge, que se vê trocado por um objeto, além de gerar um
sentimento de aversão a esse objeto. A esposa de um marido que
gasta mais tempo e recursos com o carro do que com ela costuma
“detestar” o carro do marido. Ela gostava do carro do namorado
quando era solteira, mas isso passou.
Dê atenção àquilo que é realmente importante e valioso, àquilo
que durará a vida toda e não sairá da moda: o cônjuge. Onde a graça
de Deus reina, aí não há egocentrismo nem egoísmo. A preocupa-
ção mútua promove a grande alegria no casamento e demonstra
onde está o nosso coração e quais são os nossos valores reais.

II. Filhos
Quero adotar um filho e ela(e) não quer.

(Marido/Esposa)
Erro 013
Começar um projeto grande sem
acordo com o cônjuge
Quando o sonho de um não é o sonho do outro

Muitos casais, por uma série de fatores, não podem gerar filhos.
Depois de se sujeitarem a todo tipo de exame, são informados de que
não é possível uma gravidez. A decisão de adotar um filho quase sem-
pre é tomada depois de muita conversa e amadurecimento da ideia.
Tenho três filhos, dois biológicos e um do coração. Quando ado-
tamos o Pedro Henrique, com vinte e quatro horas de nascido, enten-
demos que estávamos repetindo o gesto de Deus para conosco. Deus
só tem um filho legítimo, Jesus; todos os outros foram adotados, in-
clusive você. Adotar um filho é uma atitude altruísta que produz sen-
timentos de prazer e satisfação muito profundos, inexplicáveis. Hoje,
nosso filho está tão integrado na nossa família, que nos esquecemos
de que ele é adotivo. Este é um projeto que todos quantos podem
deveriam abraçar. “Porque não recebestes o espírito de escravidão,
para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção

de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai”.37 “Para remir os que estavam
erros na Base
debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos”.38
conselhos que podem ajudar

» A criança adotada deve ser amada da mesma forma que a legítima.
» A adoção é uma atitude divina assumida pelo casal.
» Adotar um filho para salvar um casamento em crise é uma ati-
tude perigosa. Um filho não pode ser visto como solução, mas
deve ser esperado com alegria.
» Ao adotar um filho, no tempo certo e de forma inteligente,
conte a ele que ele é o “filho do coração”. Quando os pais es-
condem a verdade, e o filho toma conhecimento dos fatos por
outros meios, quase sempre ele se sente traído e revolta-se.
Sempre que brigamos, ela(e) joga os filhos

contra mim. (Marido/esposa)
Erro 014
Usar os filhos como armas contra o cônjuge
Quando os filhos são manipulados dentro de um conflito conjugal

No momento da crise, não obrigue seus filhos a tomarem uma
37 Romanos 8.15 (ênfase acrescentada)

38 Gálatas 4.5 (ênfase acrescentada)

posição. Muitos pais fazem isso, mesmo quando não estão pensan-
do em separação. No entanto, é comum que a crise determine uma
separação emocional e psicológica, e os pais querem conquistar os
filhos cada um para o seu lado. Quando os pais criam mecanismos
de sedução desigual com relação aos filhos, amarguram o coração
deles e geram imensa insegurança.
A família é um projeto de Deus; nós não somos fruto do aca-
so nem estamos soltos no tempo sem um alvo estabelecido para a
nossa vida. Quando Deus permitiu que fôssemos gerados, a Palavra
diz: “Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu
livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e de-
terminado, quando nem um deles havia ainda”.39
Nossos filhos também têm um maravilhoso projeto de Deus, esta-
belecido para cada um deles. Deus os confiou a nós para que os for-
mássemos em temor e amor a Ele. Eles são a parte mais frágil e carente
de uma família. Cuidar dos filhos é poder proporcionar a atenção e a
segurança necessária para que eles cresçam em estabilidade emocional
e segurança. Nossos filhos são formados conforme o nosso modelo. A
nossa postura pode gerar filhos saudáveis ou filhos instáveis.
Os problemas de relacionamento do casal afetam o bem estar dos
filhos. É importante, portanto, que o casal resolva suas diferenças e
divergências distante do olhar dos filhos para que estes não participem
dessas instabilidades conjugais. Eles não podem e não devem ser en-
volvidos nem usados como instrumentos de pressão e barganha para
se conseguir um frágil e momentâneo consenso relacional. O problema
do casal é unicamente do casal e a participação dos filhos pode gerar
consequências e traumas que podem deixar marcas profundas. Os pais
devem proporcionar um ambiente seguro para os filhos; o casal nunca
deve discordar na frente deles para que eles não sejam afetados.
39 Salmo 139.16

Não se esqueçam de que um dia teremos que dar conta à Deus
erros na Base
de como cuidamos dessas sementes tão preciosas que Ele nos con-
fiou – nossos filhos. O conselho é: se você ama seus filhos, ajude-os
a amar o pai e a mãe, mesmo que você veja o seu cônjuge como
culpado pela situação de crise. Esta atitude só tem a contribuir para
a saúde emocional dos filhos.
Depois que as crianças nasceram,

ela não me dá mais atenção! (Marido)
Erro 015
Deixar que o nascimento dos filhos
estrague a estabilidade emocional do casal
Eis que os filhos são herança do Senhor, e o fruto
do ventre o seu galardão.40
Quando a chegada dos pequenos provoca tensão e conflitos

Procriação é um dos propósitos de Deus para o casamento. O
Dr. Allan Petersen escreveu: “O casamento é permanente; a pater-
nidade é temporária. O casamento é a parte central; a paternidade, a
secundária. O casamento é o eixo e os filhos são os raios das rodas
[...] O cônjuge vem em primeiro lugar, antes dos filhos, do emprego
e da carreira profissional”.
40 Salmo127.3

A maioria dos casais aguarda com ansiedade a chegada do primei-
ro filho. O que muitos não sabem, porém, é que para cada filho que
chega ao lar, é necessário que haja uma reestruturação emocional e
física. É normal a mãe experimentar tensão física e emocional logo
após o nascimento de um filho e, por causa disso, alterar o humor
de todos na casa.
Outro fator importante a ser considerado é a relação sonho/rea-
lidade. Os pais, ao sonharem com a chegada do bebê, acreditam que
este “anjinho” vai dormir durante a noite toda, não terá dores de
ouvido e de barriga nem cólicas. O que acontece é que quase sempre
a realidade é bem ao contrário. Às vezes, o bebê chega com proble-
mas, não permitindo aos pais o descanso merecido. O gasto com leite
especial e remédios é significativo e altera o orçamento familiar. É
sabido que os bebês nascem com disposições diferentes: uns “fáceis
de lidar” e outros “difíceis de tratar”. Como nunca se sabe como será
o próximo filho que chegará, o casal deve preparar-se.
Além do temperamento do bebê, há o temperamento dos pais.
Um casal bem ajustado e equilibrado oferece segurança ao bebê
porque quando um é vencido pelo cansaço, e se desestrutura emo-
cionalmente, o outro assume o comando e ajuda. Nessa troca de
responsabilidades, o bebê desenvolve-se com equilíbrio.
Dicas importantes para a mamãe e o papai

» Atenção exagerada ao bebê pode gerar ciúmes no marido, es-
pecialmente com o primeiro filho, uma vez que o marido estava
acostumado a ser o centro das atenções.
» Alguns casais, não estando bem, podem se refugiar na criança e
centralizar nela toda a atenção e o amor.

» Na fase em que o filho ainda é pequeno, é interessante que haja
erros na Base
um repartir de tarefas.
» A chegada dos filhos na família, quer seja por adoção ou gravi-
dez, deve ser vista sempre como herança do Senhor. Filhos são
presente de Deus.
» Os pais não são donos dos filhos, apenas facilitadores do seu
desenvolvimento.
III. Finanças
Nosso desequilíbrio financeiro tem

provocado constantes conflitos.
(Marido/esposa)
Erro 016
Ferir a família por não saber usar o dinheiro
Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão?
E o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? Ouvi-me
atentamente, e comei o que é bom, e a vossa alma se deleite com a gordura.41
Quando os recursos são mal investidos e todos sofrem na família

Segundo uma pesquisa feita por um jornal nos Estados Unidos,
setenta por cento das nossas preocupações concentram-se no di-
41 Isaías 55.2

nheiro. Elsie Stapleton, especialista em economia doméstica, disse:
“Muitas vezes o problema não está em não ter dinheiro suficiente,
mas em não saber gastar o dinheiro que se tem”.
Na lista das causas dos conflitos no casamento, o desequilíbrio financei-
ro encontra-se como um dos principais problemas. Os fatores de ordem
econômica podem desestabilizar um bom relacionamento conjugal. Nun-
ca se esqueça desta verdade: o segredo do sucesso financeiro não está em
ganhar muito dinheiro, mas sim em “como administrar” o que se ganha.
Existem pessoas que ganham razoavelmente bem, mas não constroem
nada; outras ganham bem menos e conseguem formar um bom patrimô-
nio. A causa primária do desequilíbrio financeiro é a falta de uma boa eco-
nomia doméstica. É preciso administrar o dinheiro com sabedoria.
Dezoito regras que podem ajudar

1) Crie o hábito de anotar.
2) Para fazermos um orçamento, os especialistas em economia do-
méstica recomendam que comecemos por um registro exato de todo
dinheiro que gastamos durante um mês – ou se possível, durante três
meses. Isso serve para que se tenha uma visão ampla de como gasta-
mos o dinheiro. Você sabe para onde o seu dinheiro está indo?
3) Faça um orçamento realmente sob medida, que se ajuste às suas
necessidades. A ideia de um orçamento não é tirar a alegria da vida, mas
dar-nos uma sensação de segurança que, em muitos casos, liberta-nos
das preocupações e mantém nossas despesas dentro da renda familiar.
4) Aprenda a empregar bem o seu dinheiro.
5) Se o dinheiro que você tem foi ganho com sacrifício pessoal,
ele não deve gasto sem critério. De certa forma, dinheiro é vida. A
pessoa deixa na empresa e no trabalho uma parte de sua vida, que
se transforma em dinheiro no final do mês.

6) Não aumente, com a sua renda, as suas dores de cabeça.
erros na Base
7) Não gaste mais do que ganha.
8) Antes de comprar pergunte: o que, quando, onde e como comprar?
9) Questione se realmente precisa daquilo que está comprando.
10) Não viva de aparência.
11) Faça investimento hoje, pensando em bem-estar e segurança
para o futuro.
12) Não gaste o dinheiro antes de ganhá-lo.
13) Não faça extravagância em nenhuma direção.
14) Saiba onde quer chegar; tenha objetivos e saiba estabelecer metas.
15) Não desperdice.
16) Seja generoso com os pobres.
17) Seja dizimista.
18) Tenha compromisso com prioridades.
Quem administra bem o dinheiro que ganha faz milagres

O desequilíbrio financeiro pode ser tão grande que a mulher se
veja tentada a pegar dinheiro do marido sem que ele saiba. Quando
isto acontece, podem existir duas razões básicas.
» Primeira: ele é exageradamente seguro, “mão fechada”.
» Segunda: ela adquiriu um mau hábito, muitas vezes quando
ainda criança.
Em se tratando de mau hábito ou vício, é necessário que haja uma
correção no caráter. Não sendo uma atitude correta e honesta, certa-
mente será causa de grandes conflitos quando o marido descobrir.

Se ela o faz porque o marido nunca atende às suas necessidades
financeiras, ao mesmo tempo que é uma atitude justificável, não é
bom que seja assim. Se a esposa é sócia conjugal e os dois são “um”,
o que se ganha e o que se gasta deve ser feito com transparência e
equilíbrio. Todo exagero é prejudicial, podendo ser demonstração
de “avareza”.
Ela não é mais a mesma depois

que eu quebrei financeiramente. (Marido)
Erro 017
Fundamentar o casamento em ilusões
Quando as provações trazem à tona o alicerce do caráter

É nos momentos das grandes provas que se conhece a base do
caráter das pessoas. Há um ditado chinês que diz: “A adversidade é
um espelho que reflete o verdadeiro eu”. O substrato do caráter de
José apareceu quando ele passou por uma das mais difíceis provas
que um jovem poderia passar. 42 A mulher de Potifar, seu patrão, o
tentou convidando-o a se deitar com ela: “E aconteceu depois des-
tas coisas que a mulher do seu senhor pôs os seus olhos em José, e
disse: Deita-te comigo”.43
42 José do Egito, cuja história está registrada na Bíblia Sagrada, no livro de Gênesis
dos capítulos 37 ao 50.
43 Gênesis 39.7

A resposta de José mostrou a profundidade do seu caráter:
erros na Base
Porém ele recusou, e disse à mulher do seu senhor: Eis que o
meu senhor não sabe do que há em casa comigo, e entregou
em minha mão tudo o que tem; Ninguém há maior do que eu
nesta casa, e nenhuma coisa me vedou, senão a ti, porquanto tu
és sua mulher; como pois faria eu tamanha maldade, e pecaria
contra Deus?44
Quem não conhece a história de Jó?45 Quando ele mais precisou

da esposa, ela lhe ofereceu a receita do suicídio: “E Jó tomou um
caco para se raspar com ele; e estava assentado no meio da cinza.
Então sua mulher lhe disse: Ainda reténs a tua sinceridade? Amal-
diçoa a Deus, e morre”.46
Fica a impressão de que a mulher de Jó era semelhante a muitas
que, enquanto o marido dá tudo, elas se dão bem com eles, mas quan-
do o marido passa por uma prova, permitida pelo Senhor, elas reve-
lam que não são o que pareciam. Com razão escreveu Salomão: “E eu
achei uma coisa mais amarga do que a morte, a mulher cujo coração
são redes e laços, e cujas mãos são ataduras; quem for bom diante de
Deus escapará dela, mas o pecador virá a ser preso por ela”.47
Não é difícil achar uma mulher; difícil é encontrar uma esposa.
“Aquele que encontra uma esposa, acha o bem, e alcança a benevo-
lência do Senhor.”48 Para todas as esposas fica a mensagem do livro de
Provérbios 31.10-13: “Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor
muito excede o de finas joias. O coração do seu marido confia nela,
e não haverá falta de ganho. Ela lhe faz bem e não mal, todos os dias
da sua vida. Busca lã e linho e de bom grado trabalha com as mãos”.
44 Gênesis 9 ,39.8
45 A história deste homem está registrada na Bíblia, em um livro que traz o seu nome: Jó.
46 Jó 2.8, 9
47 Provérbios 7.6

Ela quer trabalhar fora
sem necessidade. (Marido)
Erro 018
Acreditar em tudo o que sistema
do mundo diz
Quando a mulher não gosta de ser dona de casa.
Em seu livro Para todo sempre, Catherine Marshall conta que seu
marido, já falecido, era propenso a colocar as mulheres em um pe-
destal. Em seguida, ela cita parte de um dos sermões dele:
As moças de hoje afirmam que precisam trabalhar para ajudar
nas despesas de casa, pois a renda do marido é insuficiente. Em
certos casos, isso é verdade mesmo, mas essa situação sempre
deve ser encarada como um mal necessário e nunca como regra
geral, como um recurso normal que a mulher deve usar.
Se uma mulher, de qualificações médias, devotar todo o seu
tempo ao lar, ao marido e aos filhos, se procurar compreender
o trabalho do marido, refrear o egoísmo dele, ao mesmo tempo
que o incentiva em seu senso de valor pessoal, se procurar su-
focar sua vaidade masculina, não deixando de apoiar todos os
seus sonhos e esperanças, se ela procurar estabelecer um círcu-
lo de amizades verdadeiras para a família, se criar em seu lar um
ambiente acolhedor, se incentivar nos seus o amor pela música,
se escolher móveis de bom gosto e quiser ter um jardim, se ela
se dispuser a fazer tudo isso, estará envolvida com uma tarefa
cuja realização ocupará toda a sua vida.

Uma tarefa como esta consumirá cada parcela de energia, cada
erros na Base
talento e toda a paciência que Deus lhe deu, exigindo também o
sacrifício máximo de que seu amor é capaz. Essa tarefa irá pedir
dela tudo o que possui e ainda mais. A mulher terá encontrado,
então, o ideal para o qual foi criada. Ela descobrirá que está
cumprindo o plano de Deus e colaborando com o Governador
Supremo do Universo.
Quando Deus criou a família, ele colocou o homem como sacer-

dote e provedor do lar. Deus instituiu a mulher como coluna desse
lar para dar amparo, proteção, atenção e cuidado. Como coluna, o
seu papel é edificar a sua casa em amor e dentro do propósito para
o qual Deus a criou.
Deus confiou na mulher para que esta cuidasse de filhos que
pertencem a Ele. Quando a mulher tem este entendimento, ele se
reflete poderosamente em todas as suas atitudes, fazendo a perfeita
vontade de Deus sem peso nem constrangimento. Antes, exercendo
com amor e prazer a sua função na família, fortalecendo a coluna
em que se apoia o bem-estar, o prazer, a alegria e a perfeita paz.
O papel da mulher como adjutora, com atitudes regadas pela de-
dicação e amor, fortalece os laços familiares debaixo dos princípios
que Deus estabeleceu para que o lar seja ricamente abençoado.

Ele não aceita meu
crescimento profissional. (Esposa)
Erro 019
Competir e não cooperar com o cônjuge
Cada marido deve amar a sua esposa como
ama a si mesmo, e cada esposa deve respeitar o seu marido.49
Quando a inveja denuncia um coração débil

Todos nós nascemos para vencer. Se muitos não vencem a culpa
não é de ninguém, a não ser dele mesmo. Veja a fórmula do sucesso:
sucesso = talento + preparo + oportunidade.
Dentro do casamento não pode haver competição, mas sim
respeito mútuo. O dilema é se a mulher deve ou não trabalhar
fora. Uma das mais belas e completas descrições bíblicas do que
é ser esposa encontra-se em Provérbios 31.10-31. A esposa des-
crita neste texto é uma pessoa capaz, que tem aspirações ele-
vadas, está pronta a trabalhar, é amável, sábia, de confiança e
alegre. É alguém que não só cuida do lar, mas vai além. Tal mu-
lher tem consciência do seu valor pessoal. Usa a sua inteligência,
capacidade física e caráter temente a Deus para o bem do ma-
rido. Não sou contra o crescimento profissional das mulheres.
Deve-se, porém, preservar os princípios de Deus para a família e
para cada um dos seus membros. Quando há maturidade e amor,
consequentemente haverá respeito mútuo, mesmo quando a es-
posa está à frente profissionalmente.

Crescer em todas as áreas deve ser a luta cotidiana daqueles que
erros na Base
querem fazer a diferença em um mundo onde muitos se confor-
mam com a mediocridade. Disse Jerônimo: “Feliz é a pessoa que
avança diariamente e não considera o que fez ontem, mas, sim, que
progresso pode obter hoje”.
Como coluna do lar, se ela dispuser de tempo para exercer suas
atividades profissionais sem prejudicar a integridade do relaciona-
mento familiar e ainda propiciando todo o apoio, atenção e dedica-
ção necessárias à família, a mulher poderá também atingir sucesso
na sua formação e na concretização de sua prática profissional.
É inerente à mulher ansiar em ser mãe, provar que é capaz de
gerar um novo ser, e realizar-se na contemplação do resultado de
sua gestação. A intimidade da amamentação, da troca de fraldas, a
atenção a um ser tão frágil e carente, transmitem à mulher uma sen-
sação de capacitação por conseguir algo tão maravilhoso que é dar
vida a uma nova criatura e dela cuidar. Da mesma forma, a mulher
anseia em ser reconhecida, não só como mãe, mas também como
uma pessoa capaz de executar outras tarefas, de estar com outras
pessoas, falar de outras coisas que não sejam “cri-cri” (crianças e
criadas), de dar vazão à sua inteligência e enfrentar novos desafios.
A mulher tem sido reconhecida como mais assídua, fiel, envolvida
e persistente do que o homem em várias atividades profissionais.
A administração do lar, somada à sua posição de mãe, esposa,
amante e companheira, pode competir com as necessidades de sua
atividade profissional. Saber dosar a sua atenção nas duas áreas, sem
prejudicar a nenhuma delas, não é tarefa das mais fáceis nem é para
qualquer mulher. Ela precisa avaliar continuamente o que é urgente,
prioritário, imperativo e decisivo, para tomar as devidas providên-
cias em tempo hábil.

A atividade profissional também pode requerer a sua permanên-
cia em serviços urgentes e, ocasional ou eventualmente, em cursos
e seminários de atualização ou de especialização, provocando a sua
ausência do lar. Contornar essa situação sem causar traumas e pre-
juízos pode ser uma tarefa hercúlea para a já tão requisitada mãe,
esposa e profissional.
Faça a si mesma as seguintes perguntas:
» “Quando recebo, considero meu salário como exclusivamente
meu ou eu o disponibilizo para uso comum?”;
» “É comum eu me encontrar fazendo piadas quanto ao meu
salário ser maior do que o dele?”;
» “Alguma vez já joguei na cara dele que tenho os mesmos direi-
tos que ele, já que ganho meu próprio dinheiro?”;
» “Já critiquei a falta de ambição de meu marido em relação à sua
carreira profissional?”.
Estes elementos podem despertar o ciúme do marido imaturo.
Se acontecem situações assim, ou se você percebe que o despreza
no seu coração por ele não conseguir ganhar tanto, mude a maneira
de pensar. Deixe que as virtudes dele chamem mais atenção. Colo-
que todos os recursos em um mesmo “saco” e deixe que ele aprecie
a benção que é ter uma esposa tão talentosa.
Estimule a carreira profissional de seu marido e nunca concorra
com ele. Quando o marido não reconhece o seu esforço e ignora
a sua necessidade de crescimento profissional, podendo achar que
o resultado financeiro não compensa a falta de dedicação exclusiva
ao lar e a ele, então é hora do diálogo calmo, sincero e honesto.
Compartilhe suas necessidades como mulher e transmita-lhe seu
objetivo de suprir todas as áreas, contando com a preciosa ajuda
dele. Abra seu coração, deixe claro que não almeja o seu próprio

benefício, mas que ao se sentir reconhecida também no ambiente
erros na Base
profissional, o seu bem-estar estará completo e poderá dar mais de
si aos entes carentes que estão ao seu lado, com amor e paz.
ele não para em serviço nenhum. (esposa)
Erro 020
Não desenvolver um caráter trabalhador
O lavrador que trabalha deve ser o primeiro a participar dos frutos.50
Quando Jesus convocou Pedro e André51, estes estavam ocupa-

dos nas suas atividades diárias de pesca. A observação que Mateus
fez sobre a profissão deles mostrou não se tratar de pessoas erudi-
tas, estudadas, nem de homens preocupados demasiadamente com
religiosidade. Eles eram homens envolvidos com sua vocação pro-
fissional e aplicados a ela. Eram homens ocupados e dispostos para
o trabalho, que trabalhavam a noite inteira – pois a pesca é realizada
nesse período – e não ficavam ociosos quando era o tempo de ga-
nhar o pão. Os novos discípulos de Jesus demonstraram ser pessoas
capazes de aceitar responsabilidades, antes mesmo de serem chama-
dos para o serviço na obra de Deus.
Pois comerás do trabalho das tuas mãos; feliz será, e te irá bem.52
50 2Timóteo 2.6
51 Mateus 4:18-22
52 Salmo 128.2

Vejamos algumas verdades sobre o trabalho e a negligência. Um
dos problemas existentes na igreja que se reunia na cidade de Tessa-
lônica era a ociosidade, e uma espécie de ociosidade que foi fruto da
má compreensão das promessas da volta de Jesus em breve. Paulo
havia ensinado em suas cartas, e o próprio Jesus havia prometido,
que o retorno do Senhor para buscar a sua igreja aconteceria de
modo sigiloso e repentino. Seria um evento que muitos pregadores
de hoje chamam de “secreto”. Algumas porções das cartas de Paulo
chamavam a atenção para a iminência da volta de Cristo, ou seja, ela
pode acontecer a qualquer momento e sem aviso da aproximação
“daquele dia e hora”.
Qual foi a reação dos tessalonicenses? Sair do emprego, aban-
donar seu trabalho e as atividades profissionais, imaginando que
seria perda de tempo esforçar-se e cansar-se visto que a qualquer
momento o Senhor viria buscá-los.
Mas isso causou problemas na sociedade mais próxima, ou seja,
no grupo de crentes, pois aqueles que não trabalhavam precisavam
comer do mesmo modo. E a alternativa encontrada foi recorrer
à mesa dos que trabalhavam regularmente. Paulo, sem rodeios,
chamou isso de comportamento desordenado: “Mandamos-vos,
porém, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que vos
aparteis de todo irmão que andar desordenadamente e não segundo
a tradição que de nós recebeu, porque vós mesmos sabeis como
convém imitar-nos”.53
O apóstolo citou o próprio exemplo, chamando a atenção para
o fato de que nem mesmo ele, que vivia para pregar o evangelho,
abusou dos irmãos “comendo de graça”: “pois que não nos houve-
mos desordenadamente entre vós nem, de graça, comemos o pão
de homem algum, mas com trabalho e fadiga, trabalhando noite e
53 1Tessalonicenses 3.6,7a

dia, para não sermos pesados a nenhum de vós”.54 O seu veredito
erros na Base
foi direto ao ponto: “Porque, quando ainda estávamos convosco,
vos mandamos isto: que, se alguém não quiser trabalhar, não coma
também. Porquanto ouvimos que alguns entre vós andam desor-
denadamente, não trabalhando, antes, fazendo coisas vãs. A esses
tais, porém, mandamos e exortamos, por nosso Senhor Jesus Cristo,
que, trabalhando com sossego, comam o seu próprio pão”.55
“Se alguém não quiser trabalhar, não coma também”. A neces-
sidade de trabalho só deve poupar crianças, pois estas precisam
estudar e desfrutar a sua infância. O grande educador Teodoro
Parker dizia que o imperativo está gravado no corpo do homem, no
músculo vigoroso do braço e no delicado mecanismo da mão. Eu
poderia acrescentar que tal imperativo foi gravado no corpo do ho-
mem pelo próprio Deus, quando Moisés registra que “toda planta
do campo ainda não estava na terra, e toda erva do campo ainda não
brotava; porque ainda o Senhor Deus não tinha feito chover sobre
a terra, e não havia homem para lavrar a terra”,56 de onde entende-
mos que após criar o homem, Deus determinou que este deveria
trabalhar na agricultura para o seu sustento.
O homem nasceu para o trabalho, dizia Jó. Eximir-se do dever
de trabalhar é fugir de uma atividade que o engrandece e o molda
conforme o plano de Deus para todo ser humano, além de ser uma
atividade que proporciona satisfação duradoura. São de Charles
Wagner, o autor da bela obra Valor, as seguintes palavras: “Esquece-
ram-se de que só há vida onde se encontram dificuldades a vencer,
e de que o pão aproveitável é somente aquele que se adquire com
esforço próprio...”.
54 1Tessalonisenses 3.7b,8
55 1Tessalonisenses 3.9-11
56 Gênesis 2.5

O homem vale a proporção do esforço que se impõe:
quem nada faz, nada vale.
O tédio é a penalidade que pagam aqueles que não trabalham. Uns
o fazem por irresponsabilidade e outros por estarem à sombra de for-
tunas herdadas ou por ocuparem um cargo público por “apadrinha-
mento”, onde não trabalham nem produzem coisa alguma, mas ame-
alham bons salários. É um mal que não aparece, pois isso lhes rouba
a própria vida. Estes “profissionais do ócio” acabam por desenvolver
um estilo de vida descolado da realidade e envolvem-se em extrava-
gâncias da mesa ou dos salões de festas e jogos. Mas que ninguém
se engane: a consciência desses não lhes dá sossego e o seu sono
não é tranquilo. A Bíblia diz no Salmo 3.5 que “eu me deito, durmo
e acordo, pois o Senhor me sustenta” e, no Salmo 4.8, “em paz me
deito e durmo, porque só tu, SENHOR, fazes com que eu viva em
segurança”. Logo, aquele que não anda nos caminhos do Senhor, não
tem um sono tranquilo. Os sedativos não proporcionam sono repara-
dor, privilégio intransferível dos que conhecem o esforço e a fadiga.
Aqueles que não trabalham nunca experimentam a satisfação de ver
o fruto do trabalho de suas mãos ou obra intelectual. Privando-se do
trabalho, privam-se das experiências mais gratas da existência.
Quando perguntaram ao naturalista Georges-Louis Leclerc, con-
de de Buffon, como conquistara a glória, ele respondeu:
Passando quarenta anos de minha vida inclinado sobre a minha
mesa de escrever. Ninguém é lembrado pela posteridade a não
ser aquele que tenha modificado a face da Terra ou o curso da
História pelo trabalho incansável e orientado por um elevado ideal.
A explicação mais razoável que já encontrei para o fator “êxito”

estava na ironia inconsciente de um cartaz que anunciava o horário
de trabalho em uma loja da Quinta Avenida, em Nova Iorque. No
cartaz, lia-se:

Nesta loja ninguém trabalha mais de 40 horas por semana, ex-
erros na Base
ceto os diretores e gerentes.
Esse é o ponto. Ninguém chega muito longe trabalhando apenas

quarenta horas por semana. Aliás, a maioria das pessoas que conhe-
ço que tiveram êxito e sucesso passam a vida a tentar trabalhar 40
horas por dia, pois não como fazer algo diferente, que vá e que nos
leve além, fazendo o regular: é preciso empenha-se no excepcional.
Aos estudantes e intelectuais que se queixam do baixo rendimen-
to de seus esforços, Ramon y Cajal57 deixou aquela preciosidade que
são as Regras e Conselhos sobre a Investigação Científica, onde lemos o se-
guinte conselho dado por quem levou uma vida dedicada à pesquisa
científica e às letras:
O segredo está no método do trabalho: em aproveitar para o
labor todo o tempo útil; em não entregar-se ao descanso diário
sem haver consagrado pelo menos duas ou três horas a algum
tipo de tarefa; em estancar prudentemente esta dispersão inte-
lectual e esse malbaratar de tempo exigidos pelo trato social.
Em sustar, enfim, o máximo possível, à palestra engenhosa do
café ou da tertúlia, desperdiçadora de forças nervosas (quando
não causadora de desgostos) e que nos distancia com vaidades
pueris e preocupações fúteis, da tarefa principal.58
Baptista da Costa partilha com Antônio Parreiras a glória de se-

rem dos dois mais fiéis pintores de paisagens brasileiras e como
diretor, honrou a Escola Nacional de Belas Artes. Ele não foi protegido
da sorte e do talento inato. Alcançou renome e glória no domínio da
pintura graças à sua coragem e capacidade de trabalho como atesta
a seguinte declaração que equivale à profissão de fé de alguém que
lutou por um ideal, sem esmorecer:
57 Santiago Ramón y Cajal foi um médico e histologista espanhol. Considerado o “pai da neuro-
ciência moderna”, recebeu o Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1906.
58 Cajal, S. R. (1979). Regras e Conselhos sobre a Investigação Científica. São Paulo: T. A. Queiroz

Devo minha carreira artística a um ato de independente rebeldia:
fugindo à noitinha da casa de meus parentes na roça, quando órfão
de pai e mãe; dormindo em plena mata; apresentando-me depois de
diversas fases de minha vida, entre oito e doze anos, ao diretor do
Asilo dos Meninos Desvalidos, em pessoa, pedindo a minha admissão
nessa casa, onde me eduquei; matriculando-me na Academia de Belas
Artes, por ordem do Barão de Mamoré, quando Ministro do Im-
pério; encaminhando-me na vida sem conselhos de ninguém, mas
com coragem e altivez; trazido para o desempenho do cargo, para
suprir todas as lacunas que pudessem existir, a minha capacidade
de trabalho, o meu bom-senso, que nunca me abandonou, o amor
à minha profissão, e, sobretudo, à ideia fixa de fazer alguma coisa
pela arte do nosso Brasil.59
À mesma tradição que soube valorizar o patriotismo pertenceu
Irineu Evangelista de Souza. Ele começou sua vida profissional
como um simples caixeiro da empresa Carruthers e chegou a ser
o maior homem de empresa do Império, tendo recebido o título
de Barão de Mauá, pelo qual é mais conhecido. Também devemos
nos lembrar de Vital Brasil, Mineiro da Campanha, que pagou do
próprio bolso seus estudos como tipógrafo e condutor de bondes e
mais tarde, como médico no Instituto Butantã, desenvolveu o soro
antiofídico, que salvaria milhares de vidas.
Séculos de escravidão foram indevidamente associados a uma
imagem de que o trabalho braçal é indigno. “Trabalho é para es-
cravo” é o chavão ainda hoje ouvido com muita frequência. O fu-
turo, porém, é dos povos dinâmicos, afeitos ao trabalho. Cabe à
juventude brasileira empenhar-se nas atividades mais exigidas em
cada época. Nem sempre o trabalho envolvido em glamour é o que
59 RUBENS, Carlos. Vida e glória de Baptista da Costa. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de
Belas Artes, 1947, pp. 133,134.

durará mais tempo e trará maiores rendas. A ilusão das aparências
erros na Base
passa, mas os “espertos” tem olhos aguçados para enxergar novas
oportunidades aonde todos vêm problemas.
Não há motivo para alguém menosprezar qualquer esforço se
este é sincero e honesto. “Se o trabalho não me honra, hei de honrar
o trabalho”. Com estas palavras, Epaminondas, o futuro herói de
Leuctras e Mantinéia, respondeu a seus amigos políticos que o tinham
elegido para chefe da limpeza pública em Atenas. Com este espírito
“inovador”, Epaminondas converteu uma tarefa antes desprezível
em verdadeira obra de engenharia sanitária e moldou a maneira de
encarar desafios rejeitados por muitos.
Um organismo vivo tem vários órgãos, todos essenciais, mas eles
não desempenham a mesma função. Os pulmões, o estômago e o
coração têm suas funções específicas, como também os olhos, o
cérebro e as mãos. Da contribuição de cada órgão depende o bem
-estar de todo o corpo. O mesmo princípio é visto no organismo
social. A paralisia voluntária de um membro provoca prejuízo para
a sociedade. Não pense, portanto, que seu trabalho é insignificante
diante do que outras pessoas fazem. Muitas máquinas já pararam
por causa da quebra de uma engrenagem pequena, porém, vital.
Uma orquestra sinfônica ensaiava sob a regência do hábil maestro.
Primeiros e segundos violinos, baixos e contrabaixos, cornetas e clari-
netas, flautas e trombones faziam vibrar o espaço com sua harmonia.
Subitamente o maestro parou e jogando a batuta ao ar, exclamou:
“Onde está o pícolo?”. O pícolo estava mudo. O picoloísta pensou que
seu débil instrumento em nada influiria sobre o efeito da orquestra.
Puro engano. Aos ouvidos treinados do maestro, a ausência do som
do pícolo, embora pequeno, traía a harmonia do conjunto.
A sensação de insignificância pode entorpecer o nosso trabalho.
Não deixe que isso aconteça. Como a oferta da viúva, embora sem

grandes méritos aos olhos humanos, todo trabalho é de grande va-
lor aos olhos de Deus. Segundo a parábola que Jesus contou, não
seremos julgados pelo número de talentos que recebermos, mas
pela fidelidade na utilização deles. O menor talento, dedicado de
maneira correta ao serviço de Deus e da humanidade, produz retor-
nos maiores do que um talento invejado por seu valor, mas enterra-
do pelo indolente egoísta.
Uma das tragédias mais indesculpáveis é a do talento que se per-
de pela falta de uso. É a tragédia do talento que não é usado pela
falta de esforço e de vontade com as coisas do Senhor. O escritor
Archer Wallace conta que Paganini, o grande violinista, deixou o seu
instrumento na sua cidade natal, Gênova, sob a condição de que
nunca fosse tocado. Essa restrição foi infeliz, pois uma das pecu-
liaridades da madeira é que, enquanto usada e manipulada, gasta-se
muito pouco. Quando abandonada, porém, começa a apodrecer. O
violino de som aveludado, retirado do uso, deteriorou-se e pode ser
visto hoje em uma linda caixa de vidro, inútil, servindo apenas de
relíquia. Que ilustração útil do que ocorre quando os talentos não
são empregados! Por meio do uso, os dons são aperfeiçoados e tor-
nam-se fonte de bênção para a sociedade. Enterrados pelo egoísmo
ou pela inércia, tornam-se um prejuízo para o seu possuidor.
Nenhum trabalho é enfadonho se feito com objetivos e propó-
sitos claros. Na falta de tais objetivos, tudo é cansativo e desestimu-
lante. É conhecida a alegoria dos três operários que preparavam as
pedras que enfeitariam uma famosa catedral.
Certo visitante perguntou ao primeiro operário:
- Que fazes aqui amigo?
- Ganho o meu pão de cada dia.
E na sua voz havia um quê de impertinência.

O visitante perguntou a um segundo operário:
erros na Base
- Qual é o seu trabalho, amigo?
- Minha tarefa é lavrar pedras e nada mais, respondeu ele, levan-
tando os olhos inexpressivos.
O terceiro operário cantarolava satisfeito enquanto vibrava o bu-
ril, que rápido desbastava um bloco de granito. Interrogado sobre
seu trabalho, respondeu animado:
- Estou trabalhando numa grande catedral.
E um brilho de contentamento iluminou seu rosto inteligente.
- Eis aqui um homem feliz, que trabalha com um objetivo. O
futuro lhe sorri, promissor. E anote, comentou o visitante, o futuro
não está em emprego nenhum, mas no homem.
Sim, há um futuro para todo aquele que alia o trabalho sério a uma
visão esclarecida. Ao tornear uma válvula, o mecânico que compreen-
de que ela poderá ser usada no motor de um transatlântico certamen-
te fará o seu trabalho com a devida responsabilidade. Mais que isso,
trabalhará com maior entusiasmo porque pode imaginar o alcance
daquilo que faz. Nas paredes de uma fábrica de aviões, costumava-se
ler: “Lembre-se de que um descuido seu poderá custar a vida de um
bravo homem”. O lembrete elevava a moral dos operários da fábrica,
fazendo-os conscientes da importância de suas tarefas.
Walter Pitkin, professor da Universidade da Colúmbia e autor do
livro A Vida Começa aos Quarenta, apelidou seu velho professor de
grego de Inimigo dos Bons. Deu-lhe este apelido pouco amigável por-
que seu professor amava os melhores. Era “inimigo” dos alunos que
se contentavam com coisas feitas pela metade; “inimigo” dos que se
satisfaziam com trabalhos medíocres, que não representavam o máxi-
mo de sua capacidade. Ao contrário, o professor era amigo daqueles
que amavam a perfeição e lutavam para superar a si mesmos.

Walter Pitkin disse: “Ver em ação um homem que é implacável
inimigo dos bons porque só ama aos melhores é ver o mundo sob
uma luz surpreendente e nova. Há algo que se acende em nós quan-
do chegamos a entender que é possível detestar conhecimento às
meias, habilidade às meias, ideais que, desprovidos de entusiasmo,
são ideais às meias”.
Precisamos romper com a falsa noção de que não podemos ser
perfeitos em nada. O ideal posto diante dos homens pelo maior
educador de todos os tempos, Jesus Cristo, é a perfeição: “Sede vós
perfeitos como é perfeito o vosso Pai que está nos Céus”.60
Quem quer que trabalhe está servindo ao Senhor. O trabalho,
como ordenança de Deus, faz parte da nossa vocação espiritual.
Deus deu a cada um os dons que nos fazem médicos, advogados,
administradores, entregadores, balconistas, enfim, todas as pro-
fissões são dádivas de Deus para o nosso sustento e para a ma-
nutenção da ordem social. Assim, devemos ver o trabalho como
oportunidade e bênção dos céus para cada um. Aqueles que não
querem trabalhar tendo saúde para isso, além de rejeitarem uma
missão dada por Deus, são um peso para os que trabalham e
glorificam ao Senhor.
60 Mateus 5.48

IV Comunicação
erros na Base
Por que não nos comunicamos
na vida a dois? (Marido/esposa)
Erro 021
Acomodar-se com um
nível baixo de comunicação
Não digam palavras que fazem mal aos outros, mas usem apenas palavras
boas, que ajudam aos outros a crescer na fé e a conseguir o que necessitam,
para que as coisas que vocês dizem façam bem aos que as ouvem.61
Não existe casamento quando não

existe comunicação construtiva
O homem é o único ser na natureza capaz de raciocinar, o que o
torna competente para elaborar um pensamento que, por sua vez,
transforma-se em palavra dirigida a um interlocutor. É assim que
se estabelece o diálogo, a comunicação verbal, que é um privilégio
humano. Ao mesmo tempo que é privilégio, o diálogo é uma das ne-
cessidades do homem para sua plena realização. Posso afirmar que a
comunicação é “condição de sobrevivência” na convivência conjugal.
Você sabia que o pior fracasso da comunicação costuma aconte-
cer justamente com as pessoas que mais amamos? Escrevendo para
um jornal, uma senhora contou o seguinte:

Meu marido é gente boa, ele só tem um probleminha no pro-
cesso de comunicação – “ele não fala”. Ou melhor, ele só fala
quando está acontecendo uma briga entre nós. Depois de de-
zessete anos de casamento, tivemos uma discussão por causa
das dívidas. No meio da briga, ele olhou para mim e disse: “De-
pois tem outra, viu? Será que você não sabe que eu não gosto
de peixe, e você só faz peixe para eu comer?”.
Interessante, tanto tempo juntos, e ela ainda não sabia que ele
não gostava de peixe. A comunicação humana depende de palavras,
gestos e ações.
Qual é o sinal que revela quando o processo de comunicação não
vai bem? As palavras não correspondem a gestos e ações. Nunca es-
queça que a comunicação amorosa exige humildade e generosidade.
Não pode haver incoerência entre aquilo que você fala e aquilo que
expressa por meio de gestos e ações.
O diálogo conjugal desenvolve-se em dois níveis, igualmente im-
portantes e absolutamente indispensáveis à sobrevivência do amor:
o diálogo interpessoal e o diálogo sexual.
O diálogo interpessoal
O diálogo interpessoal supõe necessariamente uma aproximação
de todo o ser: a aproximação física, natural, mas também a apro-
ximação psicológica, emocional e até intelectual. A aproximação
permite um inventário por meio do qual se consegue descobrir a
verdadeira face do outro e identificar os caminhos de sua inteligên-
cia e de seu coração.
Muitas vezes não há desenvolvimento no diálogo interpessoal
por causa de alguns obstáculos.

1) A natureza humana é muito complexa. Cada um de nós traz
erros na Base
dentro de si estranhos mistérios que nem sempre são decifráveis.
É interessante que, quanto menos nós nos compreendemos, mais
precisamos ser compreendidos.
2) O segundo obstáculo é de natureza puramente psicológica e
deriva do desenvolvimento ou omissão das características que com-
põem o quadro que denominamos “o masculino” e “o feminino”.
O diálogo interpessoal desenvolve-se a partir de um esforço que o
casal imprime na busca da harmonia de duas estruturas psicológicas
tão diferentes.
3) O terceiro obstáculo situa-se no campo da pura racionaliza-
ção: desejando evitar o diálogo, ainda que vital e indispensável, ma-
rido e mulher procuram fugir dele. Cada um ou ambos buscam evi-
tar as possibilidades de encontrar-se, não apenas um com o outro,
mas principalmente consigo mesmo, pois é isso que o momento do
diálogo exige e proporciona.
4) O quarto obstáculo tem a ver com heranças familiares e edu-
cacionais. Aqui, tanto como em muitos outros terrenos quase todos
relacionados à educação, o exemplo é fundamental na formação de
valores.
Só haverá sucesso no diálogo interpessoal se o casal permitir
que alguns princípios sejam mantidos como reguladores de todo o
processo.
» Humildade – dispor-se a reconhecer deficiências.
» Paciência – identificar e romper com os obstáculos.
» Constância - vontade de quem deseja insistir para acertar, não
por teimosia, mas por comprometimento, com o projeto esta-
belecido – um projeto que tem agora a característica vital de ser
um projeto a dois.

»» Simpatia – julgar e avaliar o comportamento do cônjuge, ven-
do nele o objeto do próprio amor e o penhor da sua felicidade.
»» Oportunidade – criar oportunidade como demonstração da
importância e do desejo do diálogo não apenas como mero
cumprimento de obrigação ou dever.
»» Renovação – renovar é a regra de ouro para que o diálogo não
caia na rotina. Hora, dia, local e traje são elementos que talvez
até devam variar em uma renovação que busca o enriquecimen-
to do diálogo interpessoal.
O diálogo sexual
O outro nível em que se desenvolve o diálogo conjugal é o diá-
logo sexual, tão indispensável e fundamental quanto o interpessoal.
Ele é indispensável porque amamos com a alma e também com o
corpo, o que envolve a sexualidade com suas riquezas e ambiguida-
des. Ele é fundamental porque não se trata de um aspecto marginal
da comunhão conjugal, mas da exigência de harmonia autêntica.
A parte mais difícil no processo do diálogo (comunicação) é
“ouvir”. Uma das maiores reclamações das esposas é: “Meu marido
não sabe me ouvir”.
Você é um bom ouvinte?

Se Deus nos deu dois ouvidos e uma boca, é para ouvirmos mais
e falarmos menos. Não basta apenas escutar; precisamos aprender
a escutar com atenção para “ouvir”. Qualquer pessoa sente-se im-
portante e valorizada quando nos dedicamos a escutá-la com toda
a atenção. Isto é “ouvir”. Saber conversar, ou “versar juntos”, é
buscar a harmonia entre o falar e o ouvir. Para ser um bom ouvinte

é preciso, antes de mais nada, ter a certeza de estar captando cor-
erros na Base
retamente o significado do que a outra pessoa está dizendo. Na co-
municação, o processo de enviar e receber mensagens nem sempre
é simples: as distorções acontecem com frequência, dando origem
aos mal-entendidos que complicam a vida do casal.
No caminho percorrido pela mensagem, várias distorções po-
dem ocorrer. Você sabia que cerca de quarenta mil impulsos por
segundo atingem nossos órgãos dos sentidos e, obviamente, só
conseguimos perceber e prestar atenção a uma pequena parcela do
total? Segundo Sahtré, Olson e Whitney, no livro Let’s talk [Vamos
conversar], escutamos metade do que é dito, prestamos atenção na
metade desta metade e nos recordamos da metade de tudo isso.
A maioria das pessoas tem a tendência de ouvir o que quer escu-
tar e olhar o que quer ver: a percepção é altamente seletiva e a inter-
pretação das mensagens costuma ser bastante personalizada. Isso
faz com que a mensagem da pessoa seja, com frequência, recebida
de maneira diferente da intenção com que foi enviada. Ouvir com
“total atenção” significa dizer ao cônjuge claramente como você
interpretou a mensagem que ele lhe enviou.
o ouvinte doentio tem algumas características singulares.

1. Não estimula a honestidade e transparência.
2. Nega o valor do sentimento, tornando-se defensivo e agressi-
vo. Com isto, bloqueia a comunicação.
3. Tem o hábito de oferecer solução pronta. A mulher reclama
dizendo: “Trabalhei muito hoje, estou tão cansada!”. Ele responde:
“A cama está ali; por que você ainda não foi se deitar?”.
4. Sempre propõe a mudança da outra pessoa.

5. Não merece confiança, pois divulga informações que lhe fo-
ram contadas em particular.
A escuta atenta demonstra aceitação e faz a conversa
fluir mais facilmente.

Conselhos de Provérbios que podem ajudar.
» O sábio sempre ouve antes de responder. “O que responde an-
tes de ouvir comete estultícia que é para vergonha sua.”62
» Nunca seja apressado no falar, mas sempre fale de tal forma
que seja possível compreender o que você está dizendo.63
» Não faça uso do silêncio; isto pode frustrar seu cônjuge. Ex-
plique sempre o porquê de não querer falar naquele momento.
» É possível discordar sem brigar. Evite responder com raiva. Es-
force-se para usar respostas brandas.64
» Evite a implicância.65
» Não culpe nem critique outra pessoa. Ao invés disso, restaure,
anime, edifique. Se alguém o atacar, não reaja da mesma forma.66
Procure compreender a opinião da outra pessoa. Deixe espaço
para as diferenças. Preocupe-se com os interesses do seu cônjuge.
Se a comunicação é a busca da “harmonia entre o ouvir e o fa-
lar”, então não basta ser apenas um bom ouvinte, mas é preciso
ser equilibrado e sábio no falar. A Bíblia diz, em Provérbios 18.31,
que quando falamos podemos desenvolver no lar uma psicologia de
vida ou de morte e, ainda em Provérbios 21.23, diz que podemos

63 Tiago 1.19
64 Provérbios 14.29; 15.1; 25.15; 19.11
65 Provérbios 10.19; 17.9; 20.9
66 Romanos 12.17

provocar angústia na alma se não cuidarmos em guardar a nossa
erros na Base
boca e a nossa língua. Há um poder enorme naquilo que falamos.
Para o casal desenvolver um tipo de comunicação que seja constru-
tiva e edificante, é necessário atentar para quatro pontos básicos: o
conteúdo, a forma, o tempo e o lugar.
1) O conteúdo – O conteúdo tem que ser verdadeiro e edifi-
cante. Nem sempre aquilo que é verdadeiro também é edificante.
O casal deve falar somente aquilo que edifica, constrói e contribui
para o bem comum do lar. Se a conclusão final for prejudicar mais
do que abençoar, é melhor que não fale. O apóstolo Paulo escreveu:
“...(fale) apenas a que for útil para edificar os outros, conforme a
necessidade, para que conceda graça aos que a ouvem”.67
2) A forma – Nunca esqueça: nossa maneira de falar e o tom que
usamos podem mudar o sentido do que pretendemos dizer. Não
basta falar o certo, é necessário falar da maneira certa. O insucesso de
muitos na comunicação está em não saber como falar.
3) O tempo – “Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim
é a palavra dita a seu tempo.”68 Falar o certo no tempo certo é um
dos segredos de uma comunicação edificante.
4) O lugar – Existem situações nas quais o casal só deve falar
quando tiver certeza de que o lugar é próprio e adequado. Muitas
vezes, o bom senso diz que o melhor lugar seria longe de casa, das
crianças, da família.
Renunciar à comunicação verbal ou utilizá-la de maneira insufi-
ciente é desprezar as incríveis possibilidades que Deus permitiu ao
ser humano dentro do relacionamento conjugal. Somando-se a ela
o gesto, que nasce do cerne da pessoa, transbordando sua alma, a
comunicação verbal é uma das maiores bênçãos da vida a dois. O
67 Efésios 4.29 com acréscimo do autor.


importante é o encontro, a oportunidade de colocar-nos junto do
outro, sentindo, juntando a palavra à ação e trocando elaboração e
reflexões produtivas e edificantes. O fruto do encontro é saboroso, e
vai para além do prazer individual: é a alegria que se alastra e contagia.
Ela sempre diz: “É bom tomar cuidado

senão eu falo mesmo!”. (Marido)
Erro 022
Não controlar a língua
O que você diz pode salvar ou destruir uma vida;
portanto, use bem as suas palavras e você será recompensado.69
Quando a língua é um instrumento que fere

A qualidade da vida conjugal é também determinada por aquilo que
falamos um para o outro. Certa vez, li em um livro de provérbios chi-
neses esta frase: “Pense antes de falar, mas não fale tudo que pensar”.
De certa forma, sua vida conjugal é fruto daquilo que sai da sua
boca. A mulher virtuosa abre sua boca com sabedoria. Uma pala-
vra pode destruir um relacionamento que seria cheio de alegrias e
prazeres. No livro “A língua: domando esta fera”, de minha autoria,
faço uma abordagem ampla sobre o uso disciplinado da língua. Que
bom seria se todas as mulheres deixassem que Deus fizesse de suas
bocas “um manancial de vida”!

As palavras são sementes que lançamos na vida das pessoas. A lei
erros na Base
da semeadura é infalível: o que semearmos, haveremos de colher. Que
tipo de semente (palavras) você vem semeando no seu casamento?
Para refletir
“Somos aquilo que falamos e ouvimos,
somos frutos das nossas palavras.”
“A qualidade da vida em família depende daquilo
que é falado no lar.”
“O destino da nossa alma é determinado pelas nossas palavras.”
“O estado da minha alma depende
daquilo que sai da minha boca.”
“A autenticidade da minha religião manifesta-se
por aquilo que eu falo”.
“O que sai da minha boca pode gerar uma
psicologia de morte ou de vida”.
Frases que matam

“Não vai dar pra nada.”
“Ô, seu burro, não sei pra que nasceu.”
“Eu me arrependo de ter casado com você.”
As palavras podem contaminar como um vírus. O que sai da

minha boca revela o que está no meu coração. O que sai da minha
boca pode ser bênção ou maldição.70
70 Cf. 1Pedro 3.10, Mateus 12.36,37; Provérbios 13.13; Tiago 1.26; Provérbios 18.21; Mateus
12.14; Tiago 3.10.

Ela(e) sempre diz que o(a) culpado(a)
sou eu! (Marido/Esposa)
Erro 023
Não assumir sua parcela de culpa
Pois eu conheço bem os meus erros, e o meu pecado está sempre diante de
mim. Contra ti eu pequei, somente contra ti, e fiz o que detestas.
Tu tens razão quando me julgas e estás certo quando me condenas.71
Quando o cônjuge costuma transferir a

culpa para outras pessoas
Deus perguntou para Adão: “Quem te fez saber que estavas
nu?”. Adão respondeu transferindo a culpa: “A mulher que me des-
tes por esposa”. Ele culpou Deus e a esposa.72 O homem aprendeu
com Adão a não assumir a responsabilidade pelos seus erros.
Este é o problema de muitos casais: transferir responsabilidades.
É mais fácil dizer: “É ela(e)”; “É a mãe dela(e)”; “É a igreja”; “É o
diabo”. Como o diabo gosta que a culpa seja transferida para ele!
Enquanto transfere a culpa para o diabo, a pessoa nunca assume
que tem necessidade de arrependimento. Quando o homem não
reconhece seus pecados, Deus não pode alcançá-lo com a graça. Se
marido e esposa não assumem seus erros, Deus não pode operar a
cura e a transformação.
Bem-aventurados os humildes porque estes alcançam o toque
curador da graça de Deus. Quando você diz “Eu errei, eu sou o
problema, eu falei o que não devia e fiz o que não podia”, o poder
71 Salmo 51.3, 4 NTLH
72 Gênesis 12 ,3.11

transformador do Senhor alcança a sua vida e o milagre acontece.
erros na Base
Bem-aventurados são aqueles que sempre assumem seus erros, pois
estes são sempre trabalhados pelo Senhor.
“Quem esconde os seus pecados não prospera, mas quem os
confessa e os abandona encontra misericórdia”.73 Você sempre as-
sume sua culpa? As palavras mais difíceis de serem ditas são: “Eu
estava errado”. Só agem assim as pessoas que não se conformam
com uma vida de mediocridade e vivem em busca da excelência.
ela(e) só sabe me criticar, nunca faz

um elogio. (esposa/Marido)
Erro 024
Só conseguir enxergar os defeitos do outro
Ele diz: “Muitas mulheres são boas esposas, mas você é a melhor de todas”74.
Descobrindo o poder do elogio

Nossa motivação depende daquilo que ouvimos. Certo marido, antes
de sair para trabalhar, foi tomar o café que estava na garrafa térmica. Ao
colocar na xícara e dar o primeiro gole, logo percebeu que o café não
havia sido adoçado. Mais do que depressa, pegou um papel e caneta e dei-
xou sua crítica registrada em um bilhete: “O café estava amargo”. Quan-
do a mulher levantou, logo deparou-se com o bilhete. Então respondeu
no mesmo papel: “O açúcar está na lata. Adoce-o, seu preguiçoso”.

Segundo a teoria da aprendizagem e condutas, a maneira com que
as pessoas o tratam depende, em grande parte, da sua própria condu-
ta com relação a elas – colhe-se aquilo que se planta. As ações elo-
giadas têm a tendência de repetir-se com maior frequência, ao passo
que as ações ignoradas têm a tendência de desaparecer. O elogio é
a maneira mais comum de expressar admiração. As pessoas com o
olhar crítico hiperdesenvolvido têm o olhar de apreciação atrofiado.
É preciso disposição diária para estimular a expansão do olhar de
apreciação para outros e para si próprio. Se você está disposto(a) a
ser menos negativo(a) com o cônjuge, comece a pensar que é quase
sempre possível transformar críticas destrutivas em elogios cons-
trutivos. Procure ver o aspecto positivo ou reconhecer um pequeno
progresso na pessoa que, embora possa não ter conseguido um ex-
celente desempenho, pelo menos fez algumas tentativas.
Um elogio pode restaurar o ânimo e motivar o cônjuge a fazer
sempre o melhor em prol do casamento. Você tem o hábito de elogiar
seu cônjuge? Se você começar a elogiá-lo(a) com mais frequência, pre-
pare-se: é provável que você também comece a receber mais elogios.
O velho ditado já dizia: “Atraem-se mais moscas com uma gota
de mel do que com um tonel de vinagre”. Todos nós crescemos
com a preocupação de atingir nossos objetivos primários de reco-
nhecimento, atenção e capacidade de sobreviver com dignidade.
Quando somos maltratados, identificamos intimamente a intenção
de nos declararem ineptos, inoportunos ou incapazes. Sentimo-nos
desvalorizados, rebaixados, e ninguém gosta disso.
Muitas vezes agimos com as pessoas ignorando-as e desvalori-
zando-as, sem atentarmos para o quanto podemos ser injustos. To-
das as pessoas possuem algo que as faz sobressair entre as demais.
Um indivíduo pode não ser nenhuma obra prima de gentileza, mas
em compensação pode carregar com facilidade uma carga que você

não consegue, mesmo com grande esforço. Outro pode não conse-
erros na Base
guir ser sensível a uma boa música, mas é ele quem na hora certa,
no trabalho, consegue apertar aquele botão de comando que toma
a decisão salvadora. Se formos procurar defeitos nos outros, nós os
acharemos em profusão. Mas, o que dizer de nossos próprios de-
feitos? Podemos até reconhecer que temos alguns defeitos notáveis,
outros nem tanto e, finalmente, outros que ninguém nota.
Vejamos o que diz a Palavra: “Por que vês tu o argueiro no olho
de teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio?”.75
Como somos hipócritas em achar que somente os outros têm gran-
des defeitos. Se alguém se dispuser a relacionar os nossos defeitos,
poderemos ficar surpresos ao saber que aquilo que acreditávamos
ser uma característica de nossa personalidade é visto, na realidade,
como um sério problema. Enfim, isto tudo quer dizer: todos têm
defeitos como também, todos têm qualidades. Se ficarmos obser-
vando e notando os defeitos dos outros, e nos aborrecendo com
eles, acabaremos afastando-nos de todos.
A grande sabedoria está em enaltecer e elogiar as qualidades
das pessoas, e ignorar os seus defeitos. Se o seu cônjuge torna
públicos os seus defeitos, nada responda nesse sentido e enalteça
sempre as virtudes dele. Medite sobre aquilo que seu cônjuge disse
e veja se há uma forma de evitar que aquela sua característica o
agrida. Peça ajuda ao Senhor e continue no seu objetivo de impor
um novo modelo de relacionamento – um modelo que reconhece
as características boas dos outros e faz com que isso seja uma prá-
tica constante, tornando públicos esses valores por meio do elogio
humilde, profundo e sincero.
75 Lucas 6.41

Ele vive me dizendo que sou bonita,
mas burra. (Esposa)
Erro 025
Usar a língua para ferir
Quem ama não é grosseiro nem egoísta.76
Quando o respeito acaba

Uma esposa ouvia isto todos os dias: “Você é bonita, mas burra”.
Um dia, ela se irritou com o marido e disse: “Sabe por que Deus me fez
bonita? Para você me escolher. Sabe por que ele me fez burra? Para eu o
escolher”. Se existem valores para serem recuperados dentro de muitos
relacionamentos, um deles é o respeito. Muitos casamentos perdem o
encanto depois que marido e esposa passam a se desrespeitar.
Nunca diga para seu cônjuge aquilo que você não gostaria que
lhe fosse dito. Uma das maneiras de policiar-se quanto ao que fala
é colocar-se no lugar do ouvinte. Se todos os casais fizessem este
exercício, com certeza teríamos menos casamentos em crise.
Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao
próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama. Porque
ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela
cuida, como também Cristo o faz com a igreja.77
O diálogo é uma arma poderosa para acertar as diferenças

e superar as divergências. A sabedoria está em não deixar acu-
mular as situações negativas e fingir que nada aconteceu. Não
76 1Coríntios 13.15 NTLH

77 Efésios 5.28, 29

devemos falar durante os momentos de raiva e rancor, no auge
erros na Base
da emoção. Muitas vezes, falamos até o que não queremos, sim-
plesmente para revidar o ataque e ferir o cônjuge. Essas con-
versas desastrosas são como águas revoltas que trazem mágo-
as, ressentimentos, desgostos, angústias e dissoluções. Acabam
avolumando-se, tragando tudo e vazando no mar do desenten-
dimento que desagua na separação.
Aguarde o momento ideal, quando os ânimos exaltados forem
mera lembrança. O lugar da conversa também é importante – dis-
tante de onde haja recordações não gratificantes. Relembre os bons
momentos vividos, quando os sonhos eram cuidadosamente elabo-
rados. E finalmente abra seu coração no sentido de pedir ajuda e
orientação para fazer o melhor e portar-se de forma que seu cônju-
ge considere ideal para um relacionamento bom e durável. A esco-
lha pode ser sua: ser feliz, sendo humilde para pedir ajuda mesmo
que creia estar certo(a), ou ganhar a discussão? O caminho do pedi-
do de perdão, independentemente da razão, também faz milagres e
pode restaurar o relacionamento, a paz, a alegria e o bem-estar tão
almejado no ambiente familiar.

Quando há um conflito, ele(a) fica uma
semana sem conversar. (Marido / Esposa)
Erro 026
Não saber como resolver conflitos
Quando estiverem irados, não pequem alimentando o seu próprio rancor. Não
deixem que o sol se ponha com vocês ainda irados – resolvam isso logo; porque
quando vocês estão irados, oferecem um fortíssimo ponto de apoio ao diabo.78
Quando uma brecha se abre para o Adversário

construir suas estruturas no casamento
Um casal testemunhou um fato: os dois tiveram uma briga na
qual se ofenderam com palavras, e resolveram não conversar mais
um com o outro. Na hora de dormir, dormiam um de costas para o
outro. Passaram-se dois dias. No terceiro dia, eles resolveram fazer
uma tentativa de aproximação para pedir perdão e acabar com aquela
situação desagradável. Quando estavam deitados, um disse para o
outro: “Você me perdoa? Eu não deveria ter agredido você como
fiz”. Quando os dois estavam se perdoando, levantou-se do meio de-
les um demônio em forma de homem, com uma aparência horrível.
Olhou para eles, deu uma gargalhada e foi para fora, pela janela, de-
saparecendo. Os dois caíram de joelhos e começaram a orar, com o
propósito de nunca mais brincar com esse tipo de comportamento.
Quando o ódio e o rancor são alimentados, quem mais tira pro-
veito disso é o diabo. Não foi por acaso que Paulo escreveu: “Não
deis lugar ao diabo”.79 O caminho da vitória é o perdão e a reconci-
78 Efésios 4.26, 27 NTLH

79 Efésios 4.27

liação. Fica aqui um alerta para todos os casais: não deixem o diabo
erros na Base
ocupar o lugar de Jesus no seu casamento.
A família é um projeto de Deus. A nossa existência só foi possí-
vel porque um dia um casal resolveu constituir uma família e assim
perpetuar a espécie, gerando filhos para Deus. Isto vem contra o
desejo de Satanás e ele faz de tudo para que este projeto seja um
fracasso. Quando nos damos conta de quão grande e precioso é o
nosso matrimônio aos olhos de Deus, podemos passar pelos acon-
tecimentos bons ou maus, conseguindo força e principalmente gra-
ça para vencer todas as dificuldades.
Imagine-se na presença de um poderoso rei e que este lhe con-
fie e entregue um filho seu muito amado para que você cuide dele.
O que você faria? Certamente você o cercaria de toda a atenção,
propiciando-lhe o melhor e tudo aquilo de que ele necessitasse.
Não seria assim? Pois saiba que essa pessoa que está ao seu lado, e
com a qual Deus abençoou a sua união em uma cerimônia solene,
nada mais é do que um filho do Rei Eterno. Um dia você deverá
dar conta ao Rei de tudo quanto você fez. Pense, portanto, antes
de falar e agir.
Marido e esposa são dois seres dotados de raciocínio e enten-
dimento, que necessitam conhecer a Palavra que é o Manual do
Usuário que Deus nos legou. Só assim podem exercer o enten-
dimento, o bem e o amor em preparação para a vida vindoura,
eterna e definitiva. Caso contrário, é como termos uma viagem
maravilhosa a ser feita, mas ficarmos sem sair do lugar por não
querermos colocar o combustível necessário para atingir o ob-
jetivo. Esse combustível é a renúncia, a dedicação, a atenção e o
amor. Amor, sempre amor, a qualquer hora e em qualquer situa-
ção, é a chave do sucesso eterno.

Ela(e) só fala dos meus erros antigos.
(Marido/Esposa)
Erro 027
Ficar apontando os erros do passado
Não vos lembreis das coisas passadas, nem considereis as antigas.80
Quando se é escravo do passado

Certo homem levou seu sobrinho para pescar. Chegando na bei-
ra do lago, ambos dispuseram suas varas e cada um escolheu um
lugar apropriado. O jovem teve a sua linha presa sob a água, o que
os pescadores chamam de enrosco. Durante muito tempo, o meni-
no lutou para soltar a linha e a questão foi resolvida quando o tio
chegou mais perto e disse: “Meu querido, corte a linha e perca o
anzol, pois é melhor perder um pequeno anzol do que perder toda
a pescaria nesta tarefa”.
O mesmo vale para você também, meu irmão: corte a linha e volte
a pescar novamente. Não vale a pena ficar perdendo tempo com um
enrosco do passado. Não fique mais pensando e remoendo aquele
fato ou aquele período. Perdoe e decida não falar mais do assunto.
É terapêutico o que Paulo escreveu para a igreja de Corinto:
“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas ve-
lhas já passaram; eis que tudo se fez novo”.81 Você não é obrigado a ser
escravo do passado, independentemente de como tenha sido seu
passado. Um exemplo de alguém que foi liberto do seu passado é
80 Isaías 43.18

81 2Coríntios 5.17 (ênfase adicionada)

José. O nome que ele deu ao seu filho primogênito foi Manassés,
erros na Base
que significa “Deus me fez esquecer”.82 O segredo da vitória de
José sobre o seu passado estava na sua capacidade de perdoar. É
impossível alguém libertar-se do passado sem o poder do perdão.
Em Cristo, experimentamos a glória do perdão de Deus, perdoa-
mos e liberamos perdão para os outros. “Eis que faço uma coisa
nova, agora sairá à luz; porventura não a percebeis? Eis que porei
um caminho no deserto, e rios no ermo”.83
Se nos detivermos em pensar sobre a vida, encontraremos, com
certeza, bons e maus momentos. Se analisarmos esses momentos,
chegaremos à conclusão de que poderíamos ter evitado isto ou
aquilo, deveríamos ter agido de outra forma, não precisávamos
ter tomado aquelas decisões, poderíamos ter feito melhor, devía-
mos ter abandonado aquela situação, provocado aquela mudança,
falado de outra forma, tomado outro caminho e por aí vai. Nossa
personalidade e nossas emoções são calcadas nas experiências pe-
las quais passamos, boas ou más. Mas estas já aconteceram, elas
acontecem para todos, e não há nada que alguém possa fazer para
mudar o passado. O passado é apenas passado e deve e continuar
sempre no... passado!
Nossas experiências devem servir para conhecimento e orientação
da forma que devemos agir, sentir e pensar. Muito pode nos cons-
tranger a tomada de determinadas atitudes em fases de nossa vida,
mas elas serviram para nos mostrar as consequências que dali advie-
ram. Se nos arrependermos, Deus é fiel e justo para nos perdoar.
Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor
de mim e dos teus pecados não me lembro.84
82 Gênesis 41.51
83 Isaías 43.19
84 Isaias 43.25

Se Deus não se lembra mais de nossos pecados, porque já nos per-
doou, nós devemos fazer a mesma coisa. Se seu cônjuge insiste em lem-
brá-los, talvez seja porque estes ainda o afetem de alguma forma. Se for
por este motivo, peça-lhe perdão para encerrar esse assunto. Se for por
outro motivo qualquer, o diálogo tem que acontecer para sarar as pos-
síveis feridas que possam estar querendo permanecer abertas. Diálogo,
postura cristã, perdão e oração são as ferramentas para derrubar essa
muralha e transformar o relacionamento em um ambiente de paz e amor.
Ela vive reclamando de doenças, mas o

médico diz que ela não tem nada. (Marido)
Erro 028
Procurar manipular o marido
fazendo-se de vítima
Estas são as esposas que reclamam muito de doenças que não

existem, ou são doentes psicossomáticas, e fazem da doença uma
arma para chamar a atenção do marido ou ainda usam-na como
uma desculpa para não fazer o que o marido deseja.
Doenças psicossomáticas são problemas na psique, que se mani-
festam no corpo em forma de úlcera, asma brônquica, hipertensão
arterial, enxaqueca, artrite reumatoide e várias outras. Neste caso,
quando a alma é curada, muitas vezes o corpo também fica sarado.

usando doenças como arma
erros na Base
Sempre que o casal usa motivos não verdadeiros para manipular,
competir, explorar ou chamar a atenção, está demonstrando imatu-
ridade e falta de inteligência emocional. Na relação conjugal, deve
prevalecer o equilíbrio emocional e a sinceridade deve marcar todo
o comportamento a dois. Só assim é possível cresce em unidade e
comunhão conjugal.
compreendendo as linguagens
Na física, toda ação gera uma reação. No relacionamento huma-
no, porém, uma falta de ação também pode provocar uma reação.
Quando nos vemos como assistentes de alguns acontecimentos e
nada consigamos captar, por mais que nos esforcemos para enten-
der o que está realmente acontecendo, há uma maneira que pode
nos auxiliar a montar o panorama do problema: colocarmo-nos no
lugar da outra pessoa. “O que será que ela está tentando me dizer
com essa postura, com esses acontecimentos?”
Muitas pessoas têm dificuldade para se expressar, para tornar co-
nhecidas as suas necessidades, vontades e carências da forma mais
usual, que é o diálogo verbal. Isso pode se dar pelo receio de serem
rejeitadas, mal interpretadas ou ignoradas. A fuga para essa situa-
ção é a tentativa de chamar a atenção, apelando para uma pretensa
anomalia física. Mas o que ela pode estar realmente querendo dizer?
O homem é regido pela ação e a mulher pela emoção. Seres tão
diferentes necessitam de muito diálogo e atenção durante todo o
decorrer da vida para aperfeiçoarem suas formas de convivência. A
mulher necessita sentir-se amada e isto se traduz não só em decla-
rações verbais, mas também em outros acontecimentos e fatos. Um
elogio por ela ter feito o jantar, por ter cuidado de suas coisas, por

estar arrumada e perfumada, por ter cortado ou pintado o cabelo,
por ter lavado o carro, ou cuidado de outros tantos detalhes, são
palavras de afirmação que podem denotar o seu grau de atenção e
valorização de suas atitudes, que não passaram despercebidas.
Outra necessidade da esposa pode ser a de receber tempo de de-
dicação exclusiva, tempo de qualidade quando a atenção do marido
está voltada unicamente para ela, ou receber uma prova material dos
sentimentos do marido, traduzida por meio de presentes. Muitas
pessoas consideram os presentes como forma de afeição e carinho,
mas eles podem ser também uma boa forma de investimento no
bem-estar do casal. Uma simples flor pode trazer à tona um mara-
vilhoso sentimento que luta para ser notado.
Fazer aquilo que a pessoa gosta demonstra também que ela é
observada e agraciada com o que lhe traz bons sentimentos ou
emoções, traduz a vontade de agradar e reconhece que o cônjuge
preocupa-se com ela. E, finalmente, o toque físico que diz: “Gosto
de sentir você, de acariciar, de sentir o seu calor e seu perfume. É
tão bom dedicar um tempo assim só para você. Você é muito im-
portante para mim”. Isto é uma pequena parte do que um toque
significativo pode demonstrar.
Todas essas formas de demonstrar um vínculo emocional foram
praticadas desde a época das cavernas e aperfeiçoadas durante os
milênios. O que não mudou é que nós somos pessoas carentes que
necessitam de atenção, provas de afeto e bem querer.

I. Parentes
erros na Base
Não vivo bem com meu cônjuge.
Será que é porque moramos com
os meus pais? (Marido/esposa)
Erro 029
Não ter coragem de desligar-se
geograficamente dos pais
Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une
à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne85.
Quando morar com os pais não é interessante

Qual é o ideal divino para o casamento senão os dois tornarem-
se uma só carne? Para crescer em direção a este propósito, é neces-
sária a independência geográfica dos pais. É imprescindível “dei-
xar”, sem “abandonar”. Principalmente nos primeiros anos de vida
a dois, é de fundamental importância que o casal tenha a sua priva-
cidade, seu lar, sua casa, seu canto. Isso é positivo para a evolução e
maturidade dos dois. Marido e esposa evoluem no relacionamento
quando deixam pai e mãe geograficamente. Sempre aconselho os
recém-casados a escolherem um lugar um pouco distante da casa
dos pais no início do casamento, pois este espaço é necessário para
seu crescimento. Para “unir-se”, é preciso “deixar” pai e mãe.

Os pais têm papel preponderante na formação do caráter dos fi-
lhos e a convivência pais/filhos é regada durante os anos de formação
pela dependência, experiência, carinho, repreensão, educação e conhe-
cimento. Há uma interdependência afetiva motivada pela simbiose da
concepção e geração. O pequeno ser aprende que os pais são a solução
de seus problemas, devem estar sempre ao alcance das suas mãos e lhe
dão o conforto de que ele necessita. Além disso, serão sempre seus pais
e são sangue do seu sangue. Há um vínculo muito forte nessa ligação,
independentemente da forma com que se relacionam.
Quando acontece o matrimônio, há uma nova forma de relacio-
namento. Os filhos já não são dependentes dos pais e constituem
uma nova família. A situação de ter sempre os pais para providen-
ciar tudo aquilo de que precisam acaba por ocasião do casamento
quando começa uma nova vida com novas experiências, grandes
desafios e muitas adequações. Cada cônjuge tem agora um ser estra-
nho e desconhecido que vive ao seu lado, que tem cheiro diferente,
costumes diferentes, não é sangue de seu sangue, nem sempre está
ao alcance de suas mãos bem como não faz tudo o que o outro
precisa ou gosta. É tudo novo, tudo diferente. São grandes experiências,
principalmente no relacionamento com aquele ser que no namoro parecia
ser tão bom e delicado. Esta fase tem que ser vivida somente a dois,
longe do modelo anterior pai-filho, pois todas essas novidades têm
que ser vividas e sentidas a fim de moldar uma nova forma de rela-
cionamento – a de um casal que está constituindo um novo lar.
A convivência afetiva com os pais é saudável e tem que ser manti-
da, mas a coexistência durante os primeiros anos de casamento deve
ser evitada para que o novo modelo de independência do casal surja e
se fortaleça, lançando e fortificando os vínculos que irão determinar
a existência e saúde do relacionamento dessa nova família. Quem casa
quer casa, diz o ditado tão sábio. Pode até ser cômodo morar próximo
aos pais, mas não é recomendado e a própria Bíblia nos ensina isto.

Parte 2
Erros e
Conflitos

ela(e) odeia a minha família. (Marido/esposa)
Erro 030
Achar que é possível amar o cônjuge
erros e conflitos
sem amar a família dele também
...tornando-se os dois uma só carne...
De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. 86
Quando há conflitos entre parentes

É comum ouvir as pessoas dizerem: “Não gosto da minha sogra
nem da família do meu marido (da minha esposa)”. É falta de bom
senso dizer que ama o cônjuge, mas que não gosta daqueles que o
geraram. À luz do texto de Gênesis 2.24, se você e seu cônjuge for-
mam “uma só carne”, os pais dela ou dele são também seus pais e
vice-versa. Honrar sogro e sogra é honrar os próprios pais. Muitos
casais não experimentam bênçãos maiores do Senhor porque ainda
não praticam este princípio bíblico tão básico para a saúde do rela-
cionamento. Como você trata a família do seu cônjuge? Eu descobri
que quanto melhor eu trato a família da minha esposa, mais eu a
faço feliz, e a felicidade dela é a minha realização conjugal.
Muitos que têm irmãos sabem o que é conviver com eles. São do
mesmo sangue, foram gerados pelos mesmos pais e mesmo assim
têm personalidades e características diferentes, que muitas vezes
tornam o relacionamento complicado e até agressivo. O que dizer
então de sogro-sogra e cunhado-cunhada? Muitos irmãos têm ciú-
mes de suas irmãs e quando estas aparecem com um cara barbado
86 Mateus 19.5b, 6a

a tiracolo, o relacionamento pode não ser inicialmente dos mais
fáceis. Como conviver com esses cunhados-cunhadas e com os pais
de seu cônjuge? Afinal, se você não existisse, eles ainda poderiam
ter esse seu cônjuge sob o mesmo teto. Você está constituindo uma
nova família, e para isso teve que desfalcar a sua e a de seu cônjuge.
O começo de uma nova família inclui situações contraditórias
como a de “desvestir um santo para vestir outro”, conforme diz o
ditado. Outro lado, entretanto, assegura-nos pela Palavra de Deus
que somos uma só carne com nosso cônjuge. Assim sendo, seus
pais são agora meus pais e não “os pais do meu cônjuge”, e seus
irmãos são agora meus irmãos e não “os irmãos do meu cônjuge”.
Problemas? Você nunca teve problemas com seus pais? Nem com
seus irmãos? Pois é, agora você tem mais pais e mais irmãos. Se
você usar sua capacidade de relações-públicas e entender que Deus
está confiando em você para aumentar sua família, aja com amor e
compreensão para recebê-los com carinho, pois foi o próprio Deus
quem os deu a você. Você pode ter demorado para aprender a con-
viver com seus irmãos e, se ainda não conseguiu, esta é uma boa
hora para mais uma tentativa. Agora, porém, você já é maduro – afi-
nal, está constituindo uma nova família – e a convivência saudável
com a nova família é primordial e um passo largo para a felicidade
do seu cônjuge e, por consequência, da sua também.
102 Parte 2 - Erros e Conflitos

ele vive à sombra dos meus pais. (esposa)
Erro 031
Acomodar-se com a ajuda financeira dos pais
erros e conflitos
Quando os pais passam a ser o fMi
(Fundo Monetário Internacional) do casal
Sempre que os pais pagam todas as despesas, eles se sentem meio
donos do casamento dos filhos. Isto é inevitável. O “deixar” pai e
mãe, citado em Gênesis 2.24, também tem implicações financeiras.
Quando um rapaz decide casar-se, é porque entende que está maduro
o suficiente para assumir seu compromisso com responsabilidade, in-
cluindo a parte financeira do projeto. Não sou contra o pai que ajuda
os filhos quando necessário, mas não sou a favor dos pais que fazem
tudo para os filhos. Melhor do que dar o peixe para os filhos, é ensiná
-los a pescar no rio da vida. Os filhos que são criados recebendo tudo
com muita facilidade, têm a tendência de ser no amanhã pessoas sem
responsabilidade nem disposição para o trabalho.
Quando uma pessoa necessita de algo importante da outra, ela
nem sempre age com naturalidade para com esta, antes procura ser
gentil e cordata em todos os assuntos e situações para obter aquilo
de que precisa. Aí pode estar o começo de permissões, concessões
e intromissões indevidas na vida do casal, achando-se o doador no
direito de interferir nas situações que lhe são mais propícias ou inte-
ressantes. Afinal, é ele quem está bancando as despesas.
Se a situação for temporária ou esporádica, com o propósito de
“apagar” algum sufoco financeiro inesperado, a atitude dos sogros

pode ser uma benção, desde que reembolsados no menor tempo pos-
sível. Quando a ajuda tem a tendência de ser ad eternum, sem fim previ-
sível, pode ser algo cômodo, mas é terrivelmente insalubre tanto para
o relacionamento do casal, quanto para a autoestima do marido-prove-
dor, que não provê. Neste caso, o caminho é a adequação do casal à sua
realidade, com o corte radical de gastos e a obtenção, por ambos, de um
trabalho temporário de qualquer natureza, que lhes permita obter o re-
conhecimento de serem pessoas responsáveis e capazes de suprir suas
necessidades financeiras. Serão reconhecidos também como pessoas
morais, pois depender de outros, podendo exercer alguma atividade e
não a exercendo, é imoral e pode afastar as bênçãos do Senhor.
Ela ouve mais a mãe do que a mim. (Marido)
Erro 032
Considerar os pais mais
importantes que o cônjuge
Quando a sogra atrapalha

A sogra é uma bênção, mas quando ela começa a interferir sem
que seja procurada, torna-se um grande problema. Os pais devem
esperar que o casal os procure e, mesmo assim, devem ser pruden-
tes para não agir além dos limites do bom senso. O casal deve ter
maturidade para discernir quando deve procurar, ou não, conselho
dos pais. É sempre bom lembrar que a experiência dos pais pode
auxiliar na orientação dos filhos que estão começando a vida con-

jugal. Tudo, porém, deve ser feito respeitando os direitos e deveres
de cada um.
Lembro-me de que quando eu era pequeno e brincava com algum
de meus irmãos, se houvesse algum desentendimento e alguém acabasse
chorando, mamãe não queria saber quem havia sido o culpado – os dois
erros e conflitos
acabavam apanhando. E se chorassem, mais apanhariam. Hoje, isto não
é legalmente correto segundo a justiça, mas é salutar segundo os precei-
tos bíblicos. O que importa, porém, é o que aprendi de mamãe: viva bem
com seus irmãos, saiba conviver, não arrume encrencas e resolva tudo da
melhor forma. E é com esse exemplo que devemos viver nossa vida em
família. Nosso cônjuge foi abençoado por Deus para que construamos
uma família segundo o nosso “manual do usuário”, que é a santa Palavra,
e é com ele que vamos passar o resto de nossos dias neste mundo. Nada
melhor, portanto, que o maior interessado no sucesso desse empreendi-
mento, que é nosso cônjuge, seja quem participe dos problemas e solu-
ções das questões. Ninguém de fora pode entender com profundidade as
características e situações do relacionamento do casal, por mais bem in-
tencionado que seja. Lembro-me de dois ditados que mamãe dizia: “Rou-
pa suja se lava em casa” e “Entre marido e mulher, não metas a colher”.
São propriedades da sabedoria popular, por décadas de experiências, mas
têm um grande fundo de verdade.
Entretanto, se a situação for maior do que a capacidade do casal
resolvê-la, o aconselhável é recorrer a uma pessoa neutra, capaz e
sábia – um(a) pastor(a) de confiança é o ideal – para que os pro-
blemas do casal não sejam conhecidos, ou pior, divulgados pelas
famílias. Neste caso, eles correm o risco de ser incompreendidos ou
mal interpretados, e também mal aconselhados, podendo até piorar
o panorama e causar graves consequências.
Marido, a solução passa primeiramente pelo diálogo. Você, como
cabeça do casal e sacerdote da casa, procure entender o que se passa

com sua esposa e ponha-se à disposição dela, em amor e atenção, para
compreender as suas emoções e necessidades e auxiliá-la nessa tarefa
de construir uma família temente a Deus. Assim fazendo, com carinho,
entendendo e colaborando, ela certamente sempre o procurará e o pre-
ferirá para abrir o seu coração e colocá-lo ali dentro, onde é o seu lugar.
Ela nunca recebe bem

meus convidados. (Marido)
Erro 033
Não gostar dos amigos do cônjuge
Não negligencieis a hospitalidade, pois alguns,
praticando-a, sem o saber acolheram anjos.87
...compartilhai as necessidades dos santos; praticai a hospitalidade... 88
...seja recomendada pelo testemunho de boas obras, tenha criado filhos,
exercitado hospitalidade, lavado os pés aos santos, socorrido a atribulados,
se viveu na prática zelosa de toda boa obra.89
...antes, hospitaleiro, amigo do bem,
sóbrio, justo, piedoso, que tenha domínio de si... 90
Quando a mulher não é hospitaleira

Receber as pessoas em casa é amá-las. A esposa tem um laço
muito forte com a casa. Quando ela recebe pessoas em sua casa, é
87 Hebreus 13.2

88 Romanos 12.13
89 1Timóteo 5.10
90 Tito 1.8

como se recebesse no seu próprio coração. Para a mulher, é muito
difícil abrir a casa se o seu coração não estiver aberto, mesmo por-
que ser recebido por uma pessoa de cara feia é terrível. O segredo,
portanto, é gostar dos amigos do marido.
Gostar é como amar, é uma decisão. Decida gostar, admirar e
erros e conflitos
querer bem aqueles que fazem o seu marido feliz. Não se isole no
momento da visita, participe, aproveite e, automaticamente, você
agirá melhor.
Muitas vezes, as pessoas que visitam a sua casa são enviadas
pelo próprio Deus e, não raramente, deixam uma benção atrás de si
quando partem. Não é que você deva ser interesseira, mas lembre-
se de que Sara, esposa de Abraão, recebeu um filho quando recebeu
bem os visitantes de seu marido.91
Já ouvi falar de pessoas que tiveram sua vida edificada pelos visi-
tantes que eram acolhidos por seus pais. As crianças são abençoadas
pelo convívio com jovens comprometidos com Deus e que preci-
sam, vez por outra, de um lugar para passar a noite ou alguns dias.
Seja sábia, mulher, e receba bem os amigos do seu marido, pois
você será mais feliz, seu marido ficará satisfeito, aguardando o mo-
mento de retribuir, e seus filhos serão edificados.
Nos primórdios da civilização, o homem encontrava nas caver-
nas o seu local de refúgio e segurança contra as intempéries, os
predadores e as agressões do clima, tempo, animais e pessoas. Suas
armas primitivas, como também seus alimentos, estavam ali guarda-
dos e à sua disposição. Através do tempo, o homem adaptou a sua
necessidade a vários outros tipos de abrigo e proteção, mas aquela
sensação de estar seguro na sua caverna não mudou muito. Hoje
vemos pessoas que se sentem ameaçadas quando estranhos entram
91 Gênesis 17

em seu lar. Predomina nessas pessoas o sentimento de agressão, de
estarem invadindo seu território, de estarem ameaçando sua vida e
usando algo que elas conquistaram com grande sacrifício e querem
preservar para si somente. Estas pessoas têm ciúmes de suas posses,
e talvez do próprio cônjuge.
Outras pessoas têm um cuidado excessivo com seus bens e
sofrem quando veem uma criança colocar os pés no seu sofá pre-
ferido ou quando alguém deixa cair uma colherinha de café no
seu tapete florido. Ou então elas não querem gastar seu tempo
servindo as pessoas ou limpando e arrumando a bagunça deixada.
Essas pessoas estão mais bem dispostas para com as coisas do
que as pessoas, pois consideram que as “coisas” são submissas e
não necessitam de tanta atenção, ao passo que as pessoas gastam,
sujam e dão muito trabalho.
Como mudar ou como conviver com isso? É necessário iden-
tificar os motivos ou causas dessa rejeição: podem ser complexos,
traumas, ciúmes ou outras causas mais profundas. O diálogo cor-
reto, calmo e na hora apropriada, pode trazer à tona as revelações
capazes de redundar na mudança de atitudes e na volta ao convívio
social, tão benéfico e necessário no mundo cristão.

II. Igreja versus família
Meu marido pastoreia o coração de todas as

ovelhas menos o da “ovelha” mais próxima,
erros e conflitos
que sou eu. (esposa)
Erro 034
Dar mais importância ao trabalho na
igreja do que ao cuidado com a família.
Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua
família, negou a fé, e é pior do que o infiel.92
Que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com
toda a modéstia. Porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa,
terá cuidado da igreja de Deus?93
Quando se dá tudo para a igreja e nada para a esposa

“Meu marido ministra e assiste aos carentes, mas ainda não percebeu
que eu sou a mais carente dentre todos da congregação. Ele consegue dar
atenção para todas as esposas que o procuram, mas não consegue fazer o
mesmo comigo, que sou sua esposa” – e este é o drama de algumas esposas
de pastores, que não estão bem no casamento. No entanto, para preservar a
imagem de “super-homem” do marido-pastor, elas sofrem sozinhas. Não é
raro ouvir confissões de esposas de líderes que dizem: “Não sou feliz como
esposa. Meu grande erro é estar casada com um pastor”.
92 1Timóteo 5.8
93 1Timóteo 3.4, 5

Nancy Gonçalves Dusilek escreveu em seu livro Mulher sem nome
um capítulo interessante – Ovelhas sem pastor. Um dos sentimentos
que sem dúvida incomoda a maioria das esposas de líderes é a soli-
dão. A distância do marido, sempre ocupado e preocupado em dar
às suas ovelhas um atendimento personalizado, os problemas natu-
rais de qualquer família com a educação e a disciplina dos filhos, as
discórdias entre os líderes da igreja, e ainda outras atividades, aca-
bam dificultando ou até impedindo que a esposa compartilhe suas
falas do coração com o marido pastor.
A causa dos conflitos emocionais na vida conjugal do líder qua-
se sempre é a mesma: falta de compromisso com prioridades. O
princípio bíblico diz: “Que aproveita ao homem ganhar o mundo
inteiro e perder a sua alma?”.94 Você poderia aplicá-lo à sua família?
Pense nisto: nenhum sucesso justifica o fracasso de uma família.
Continuo a afirmar que é necessário parar para afiar a serra. Quan-
do o homem cai no ativismo destrutivo, ele acaba por não produzir
aquilo que é essencial: qualidade de vida conjugal e de família.
Durante uma palestra ministrada em Niterói, em 1990, o pastor
Arthur Alberto da Morta Gonçalves disse algo que todos os líderes
deveriam manter vivo na mente:
Não há púlpito mais poderoso do que o testemunho que o pas-
tor e sua esposa dão por meio do seu casamento. Ele é chamado
para o pastorado e os dois são chamados para dar testemunho por
meio do casamento. É um desafio manter um relacionamento con-
jugal saudável, principalmente para o pastor e sua esposa.
Gosto tanto desta frase que vou repeti-la: “Nenhum sucesso jus-
tifica o fracasso da família”.
94 Marcos 8.36a

ele é bom para todo mundo,
menos para mim. (esposa)
Erro 035
erros e conflitos
Tratar a esposa com crueldade
Marido, ame a sua esposa e não seja grosseiro com ela.95
Quando o marido não investe dentro, mas fora do lar.

Sempre digo aos maridos: “Trate sua esposa melhor do que você
trata seus amigos e parentes”. Ela é a mãe de seus filhos e a mulher
da sua vida.
Gostarias que a tua esposa te obedeça, como a igreja obedece
a Cristo? Então age para com ela como Cristo age para com a
igreja, ainda que tenhas que dar a tua vida por ela; não te negues,
mesmo que tenhas que sofrer até mesmo isso. E ainda assim não
te terás equiparado com tudo aquilo que Cristo fez. Pois estarás
agindo assim depois de havê-la conquistado, mas Cristo se sa-
crificou pela igreja quando esta lhe fugia e o odiava; e quando
ela se dispôs, ele a trouxe a seus pés, não mediante ameaças ou
insultos, ou devido ao terror de qualquer coisa, e, sim, mediante
sua grande solicitude por ela. Assim também te conduz para com
a tua esposa... Aquela que é a tua sócia na vida, que é a mãe de
teus filhos, que é a fonte de toda a tua satisfação, não deves amar-
rar pelo terror ou pelas ameaças, e, sim, pelo amor e gentileza...
– Crisóstomo, em um dos mais nobres discursos que já foram
escritos sobre o ideal cristão do matrimônio.
O homem é capaz, às vezes, de praticar o exercício da maldade,

da tortura e da crueldade de forma explícita ou dissimulada, com
95 Colossenses 3.19

chantagens emocionais, privação da liberdade, desrespeito, ansieda-
de e mal-estar e, ocasionalmente, ele nem se dá conta do mal que
causa não só à esposa como a toda a família.
O simples silêncio pode ser uma agressão violenta. Ela ocor-
re quando espera-se uma resposta ou uma opinião, e esta espera
é ignorada por meio de um silêncio sepulcral. Outras formas de
agressão emocional podem ser a geração de sentimentos de pre-
ocupação, de remorso ou culpa, de sentimentos de inferioridade e
dependência, ou o comportamento de oposição e aversão.
Tanto o homem quanto a mulher necessitam de atenção, carinho,
afeto, compreensão, companheirismo, intimidade e de um relacio-
namento de amor. Quando uma destas características vem a faltar,
e não é compensada por nenhuma outra, a tendência – do mundo,
não do casal cristão – pode ser de procurá-la em outro lugar.
Para identificar a raiz do problema, é necessário o casal examinar
a área em que o conflito está acontecendo e procurar localizar onde
esses fatos começaram a acontecer. Isto feito, vale a pena amadure-
cerem a questão e dialogarem com o objetivo de achar formas para
que as agressões verbais e os maus-tratos cessem. Oração e diálogo
oportuno, com conteúdo bíblico e motivacional, podem fazer toda
a diferença na correção de rumo. A ajuda pastoral ou psicológica
pode completar a fórmula.

ele é uma coisa na igreja, outra na rua
e outra ainda em casa. (esposa)
Erro 036
erros e conflitos
Ser um religioso hipócrita
Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio
ou quente! Assim, porque és morno e nem esquente nem frio, estou a ponto
de vomitar-te da minha boca...96
Quando o marido é um “camaleão”

A hipocrisia religiosa é uma das causas que provoca a ira dos filhos
e da esposa. Um marido que ocupava um cargo junto à liderança da
igreja subiu ao púlpito para dar uma mensagem. O tema era Família.
Em certo momento, ele disse: “Maridos, amai vossas mulheres, como
Cristo amou a Igreja”, e completou olhando para a esposa, “não é mes-
mo querida?”. O seu filho, ainda pequeno, subiu na escada do púlpito
de surpresa e disse: “Mamãe, se o papai fosse assim lá em casa!...”.
O que um filho tem a dizer do relacionamento dos seus pais?
Nunca podemos nos esquecer de que o primeiro curso pré-nupcial
que os filhos fazem é a observação da vida conjugal dos próprios pais.
A base cristã consiste na pessoa ser temente a Deus e ter integrida-
de. O dicionário define “integridade” como a qualidade de uma pessoa
íntegra, honesta e incorruptível. Veja o que a Palavra diz em Tito 2.7, 8:
“Em tudo te dá por exemplo de boas obras; na doutrina mostra integri-
dade, sobriedade, linguagem sã e irrepreensível, para que o adversário
se confunda, não tendo nenhum mal que dizer de nós”.
96 Apocalipse 3.15, 16

É impossível enganar a todos o tempo inteiro, pois luz e trevas
não se misturam. O caráter de cada pessoa é determinado pelas suas
experiências e escolhas. Quando as suas atitudes não são coerentes
em todas as áreas de sua vida, a hipocrisia atua e os princípios
bíblicos deixam de ser a diretriz para serem mera fachada social.
Entretanto, nosso Deus é maravilhoso e não nos deixou sozi-
nhos nessa batalha espiritual. Ele nos legou armas poderosas para
combater os ataques do maligno e obter a vitória sob a sua mara-
vilhosa luz. A Palavra garante-nos: “...neste mundo tereis aflições,
mas tende bom ânimo, pois Eu venci o mundo”.97
Evitando o tom maternal ou de professora, para que ele não se
feche, converse com o seu marido sobre o que a Palavra diz, orem
e meditem juntos. Se necessário, procurem o apoio de um pastor.
Meu marido é pastor, e estamos vivendo uma

crise conjugal quase insuportável. Não sei se
devo procurar ajuda externa. (Esposa)
Erro 037
Acreditar que o líder deve viver sozinho
Quando a vontade de proteger o cônjuge obriga a pessoa a
viver como um ator, “representando sempre”.
Você já ouviu a frase: “Ninguém vence sozinho”? A igreja é um

corpo onde cada membro existe para amparar e auxiliar o outro. Seja
97 1João 16.33

quem for, se o casal não estiver conseguindo vencer uma crise, a me-
lhor coisa a fazer é buscar ajuda externa. Ao buscar ajuda, não batam
em qualquer porta nem abram o seu coração para qualquer pessoa.
Deus ainda tem seus agentes para dar-nos apoio e orientações sá-
bias. Grandes líderes fracassaram no casamento porque não tiveram
a coragem de buscar ajuda externa. Veja o que diz Cantares 2.15:
erros e conflitos
“Apanhai-me as raposas, as raposinhas, que devastam os vinhedos,
porque as nossas vinhas estão em flor”. Muitas vezes, as raposinhas
são tantas na vinha, que só a dois não dá para acabar com elas.
A família é um projeto maravilhoso de Deus, que tem por finali-
dade gerar filhos para ele. A evangelização é impossível se a existên-
cia da família for comprometida pela dedicação exclusiva
ao ministério. Levar as boas novas a todo o mundo é preceito
bíblico, como também cuidar das ovelhas perdidas. No entanto, a
vida familiar de um pastor é a sua base de sustentação e o modelo a
ser copiado. Não há como dedicar-se somente a um dos lados, pois
o outro fracassará. A dedicação deve ser comedida, controlada e
exercida com o intuito de atender primeiramente à família e depois
ao rebanho. Desestruturar a família não é projeto de Deus, ainda
que seja para ir atrás do rebanho.
Fiel é esta palavra: Se alguém aspira ao episcopado, excelente
obra deseja. É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, ma-
rido de uma só mulher, temperante, sóbrio, ordeiro, hospitaleiro,
apto para ensinar; não dado ao vinho, não espancador, mas mode-
rado, inimigo de contendas, não ganancioso; que governe bem a
sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com todo o respeito
(pois, se alguém não sabe governar a sua própria casa, como cuidará
da igreja de Deus?); não neófito, para que não se ensoberbeça e ve-
nha a cair na condenação do Diabo.98
98 2Timóteo 3.1-6

Se a questão é o trabalho excessivo que está corroendo o alicerce
da estrutura familiar, e vemos que o rebanho é grande o suficiente
para necessitar do tempo integral do pastor, pode estar na hora de
mais pastores cuidarem desse rebanho antes que os lobos dispersem
as ovelhas. Entretanto, se a questão diz respeito apenas ao relaciona-
mento do casal e já estiverem findando as possibilidades de reconci-
liação, ambos devem procurar ajuda externa, cristã, sábia e compe-
tente para a retomada do projeto que um dia Deus confiou ao casal.
III. Mudar o outro

Ela(e) vive tentando me mudar a todo
custo. (Marido/Esposa)
Erro 038
Tentar mudar o outro com manipulações
e reclamações
Assim também você, esposa, deve obedecer ao seu marido a fim de que,
se ele não crê na mensagem de Deus, seja levado a crer pelo modo de
você agir. Não será preciso dizer nada.99
Quando o cônjuge quer fazer o papel de Deus

Certa vez, uma, esposa contou-me que estava fazendo de tudo
para que seu marido se tornasse evangélico. Como só orar e tes-
99 1Pedro 3.1 NTLH (ênfase acrescentada)

temunhar por meio da sua própria vida não estava bastando, ela
esperava o marido chegar e ligava músicas evangélicas em alto e
bom som. Quando ele saída da frente da TV para ir ao banheiro,
ela trocava de canal e deixava em algum canal com um pregador
evangélico. Ela orava em alto e bom som por ele, dando indiretas e,
não raras vezes, repreendia um demônio enquanto seu marido fala-
erros e conflitos
va, como se ele fosse o próprio. Depois que ela compartilhou isto
comigo, eu pude entender porque aquele homem odiava a igreja, os
crentes e o pastor.
Não é por força ou por violência100 que as mudanças necessárias
acontecerão. Quando alguém procura fazer aquilo que cabe a Deus
realizar, o resultado final é sempre desastroso. Nas bodas de Caná da
Galileia, quando Jesus operou seu primeiro milagre, aprendemos que
a parte humana do milagre é “encher talhas de água” e a parte divina é
“transformar água em vinho”. A compreensão desta ordem das coisas
pode contribuir para mudar a maneira de pensar de muitas pessoas.
Para as esposas. Falando em termos gerais, quando uma mu-
lher oferece conselhos não solicitados ou procura “ajudar” o ma-
rido, ela não faz a menor ideia do quanto pode parecer crítica e
desamorosa para com ele. Mesmo que sua intenção seja amável,
suas sugestões o ofendem e magoam. A reação dele pode ser forte,
especialmente se ele sentiu-se criticado quando criança ou se viu o
pai ser criticado pela sua mãe. Uma mulher que vive aconselhando
seu marido, continuamente, precisa saber que, na maioria das vezes,
ele não ouve aquele conselho. A mensagem que ele acaba ouvindo
é “incompetente, incompetente, incompetente”. Muitas vezes, não
dizer nada é mais produtivo.
Para os maridos. Os homens precisam lembrar de que as mu-
lheres conversam sobre problemas para se aproximarem e não ne-
100 Zacarias 4.6b

cessariamente em busca de soluções. Muitas vezes, uma mulher quer
apenas compartilhar seus sentimentos sobre seu dia. Seu marido,
pensando em ajudar, interrompe e lhe oferece um fluxo contínuo
de soluções para os seus problemas. Ele não faz a menor ideia do
porquê ela não está satisfeita.
Não esqueça: você enche as talhas de água, fazendo a sua parte,
e Deus transforma a água em vinho. Faça de tudo para que o seu
cônjuge seja feliz e Deus usará isto para transformá-lo.
Estou sendo sufocado por ela. (Marido)
Erro 039
Apertar muito o abraço
...a serem moderadas, castas, boas donas de casa, sujeitas a seus maridos, a
fim de que a palavra de Deus não seja blasfemada.101
Quando se vive um tipo de unidade doentia

Um casal não se separa somente porque os cônjuges não se que-
rem mais, mas também porque eles se querem demais. Uma entrega
muito grande é ameaça à integridade dos valores individuais.
A questão é: qual é o grau de liberdade e independência neces-
sário para que a relação continue viva e abrigue possibilidades de
desenvolvimento pessoal?
101 Tito 2.5 (ênfase acrescentada)

Um casamento no qual não há espaço para a individualidade está
fadado a tornar-se insuportável. Quando a Bíblia diz que os dois
tornam-se um, não significa que homem e mulher perdem sua in-
dividualidade. Muitas coisas o marido faria melhor sozinho, sem
precisar sacrificar a esposa e vice-versa.
erros e conflitos
É uma tortura para a maioria dos homens fazer compras com a esposa. E
até carinho ou sexo demais podem sufocar. É preciso encontrar o
ponto de equilíbrio. Marido e mulher que trabalham juntos talvez
seja uma razão pela qual há casais que apresentam logo algum tipo
de crise no casamento. É bom sentir saudade do cônjuge!
As necessidades, bem como as preferências e a liberdade de cada
um dos cônjuges, devem ser conhecidas e respeitadas por ambos
para que o relacionamento seja uma entrega completa e aberta. Um
caminho seguro necessita ser estabelecido para que ambos enten-
dam os pontos conflitantes e as decepções do casamento, e convir-
jam para o estabelecimento de normas em busca do entendimento,
alicerçados pelo respeito e a intimidade conjugal.
Esse caminho passa pelo conhecimento dos princípios bíblicos
para família102 e por um estabelecimento de limites, que são ins-
trumentos para manter a individualidade, a liberdade e, ao mesmo
tempo, a integridade emocional do casal. O casamento é mantido
pelo interesse, por necessidade e por valores que fortalecem a união,
que são capazes de superar as mágoas, o egoísmo e a falta de matu-
ridade, e propiciam coisas melhores do que somente o que cada um
poderia conseguir sozinho.
Com amor e autocontrole, com diálogo e vontade de superar as
diferenças, é possível estabelecer os limites no relacionamento, as
linhas que demarcam até onde cada um pode avançar no território
102 Amor a Deus, ao próximo, comunicação, administração financeira, papéis no lar, sexualidade
saída são alguns temas que podem ser analisados biblicamente e que formam um corpo de princí-
pios que estrutura a família.

do outro sem precisar de autorização. Eles tratam de todas as áreas,
notadamente dos sentimentos, comportamentos e atitudes. Assim,
ninguém precisará sentir-se sufocado, pressionado, deprimido por
situações que o incomodam e aborrecem. Conhecer é conviver;
conviver com prazer é usufruir; usufruir com amor é estabelecer os
alicerces que sustentam o matrimonio até nos piores vendavais da
nossa existência.
Ele não lê um livro, só assiste a jogos

de futebol. (Esposa)
Erro 040
Acomodar-se intelectualmente
Quando o marido não quer crescer em conhecimento

Gosto da seguinte afirmação: “Quem não lê porque não quer é
pouco diferente de quem não lê porque não sabe”. Existem verda-
des que quando assimiladas nos libertam: “Quem não lê, não sabe, e
quem não sabe, torna-se escravo da sua própria ignorância”. Quan-
do o casal é capaz de fazer uma boa leitura a dois, está exercitando
um dos pontos do processo da renovação conjugal. O homem tam-
bém é resultado do que lê.
A leitura estimula o raciocínio, a compreensão e a imaginação.
Na leitura, podemos participar de um mundo diferente, com novas
emoções, situações e lembranças. Passamos a conhecer a história
da humanidade, seus desafios e suas conquistas. A leitura expande

a nossa capacidade de comunicação, mantém-nos cientes de outras
culturas. Com a ajuda da leitura passamos a lidar melhor com as di-
ferenças e a ter opinião mais consistente sobre assuntos gerais. Ela
aumenta o nosso vocabulário e desenvolve o nosso senso crítico,
além de nos preparar melhor para o trabalho e o estudo.
erros e conflitos
No mundo atual, onde a tecnologia avança a passos largos, é
fundamental a nossa participação no conhecimento do que nos ro-
deia. Ela nos abre novos horizontes e novas oportunidades. A co-
municação é ampla, total e irrestrita. O conhecimento só depende
de nós. Se seu marido não atenta para esses detalhes, pode ser que o
seu trabalho, os desafios, o chefe, os problemas financeiros, ou até
o trânsito, estejam estressando-o. Ao chegar ao seu local seguro de
refúgio, que deve ser seu lar, as “baterias” podem estar já esgotadas.
O primeiro passo é conhecer os problemas de seu marido como
forma de poder propiciar-lhe novas maneiras de atualização, cresci-
mento e adequação de suas atividades.
De todas as leituras, a melhor é aquela que vocês podem fazer
juntos, diariamente, discutindo, entendendo e meditando sobre o
livro mais impresso em todos os tempos em todo o mundo: a nossa
preciosa palavra de vida, força e poder, o nosso manual do usuário
– a Bíblia Sagrada. Acompanhada pela oração, ela transforma nossa
vida, nossos hábitos, maneiras e costumes. Ela nos aperfeiçoa e pre-
para para assumirmos nosso lugar na glória eterna.
Pode ser que seu marido não tenha lido a resposta acima e você
continue sem saber como proceder. Você sabe que um não muda o
outro, só o Senhor tem este poder: “Como ribeiros de águas assim
é o coração do rei na mão do SENHOR, que o inclina a todo o seu
querer”.103 Mesmo assim, as Escrituras têm uma estratégia em 1Pe-
dro 3.1: “Semelhantemente, vós, mulheres, sede sujeitas aos vossos

próprios maridos; para que também, se alguns não obedecem à pa-
lavra, pelo porte de suas mulheres sejam ganhos sem palavra”.
A estratégia é admirar o marido, valorizar o que ele já faz de
bom, elogiar sempre. Respeite-o, pois os maridos não gostam de
mulheres do tipo “sabe-tudo”. Seja sábia e influencie, mas sem dar
sermão, aulas ou ordens. A recomendação é falar menos e orar mais,
sempre dando exemplo. Talvez comprar algum livro de aventura,
com bastante ilustrações, seja o primeiro passo, ou apresentar-lhe
revistas. De qualquer modo, confie em Deus e admire os outros
aspectos em que seu marido é capaz, até que ele se anime a ler mais.
O que devo fazer para que meu marido

seja mais espiritual? (Esposa)
Erro 041
Querer levar uma carga que não é sua
Quando o marido não demonstra o menor

interesse por questões espirituais
Quando o marido não lê a Bíblia, não ora e vai muito pouco à
igreja, o que mais incomoda a esposa é o fato de que ele está dando
um péssimo exemplo para os filhos.
Algumas esposas acreditam que é obrigação delas controlar as
atitudes do marido.104 Quem é responsável pela espiritualidade do
104 Confira 1Pedro 3.1

marido? Ele mesmo. Muitas vezes, porém, a esposa assume esta
responsabilidade. Arroga para si a tarefa de fazer com que o marido
vá à igreja, leia a Bíblia e dê bom exemplo para os filhos. Não é sem
razão que muitas estão cansadas.
Quando a esposa age assim, o que ela quer é que o marido assuma
erros e conflitos
práticas espirituais a fim de resolver e suprir as necessidades dela mes-
ma. Como o marido não corresponde às suas expectativas, ela, erro-
neamente, chama para si a responsabilidade de atender às necessida-
des dele. Uma relação dessa natureza possui características distintas.
Controlar - Muitas vezes, há uma intenção inconsciente de con-
trolar o marido. Guardar rancor, uma das razões por que alguns não
perdoam, permite ter sempre uma posição superior com relação
ao ofensor. Este tem uma dívida perene, que não consegue saldar.
Existem pessoas que agem de maneira a compensar o erro cometi-
do. Em certo sentido – e isso é diabólico – o rancor torna-se uma
arma muito eficaz para controlar o comportamento do ofensor.
Reagir negativamente – Quem vive um relacionamento desse
tipo não sabe como é bom reagir correta e positivamente diante dos
atos de outrem, e como isso nos liberta. E a maneira positiva de
reagir tem base no que é verdadeiro, benéfico e acertado.
Humilhar - Sentir vergonha comunica-nos uma dolorosa sensação
de que não temos valor como pessoa. Muitos utilizam-se do recurso de
humilhar os outros para assumir uma posição de superioridade. Quan-
do alguém nos transmite a mensagem de que somos maus, ou temos
alguma falha, está querendo nos dizer que ele vale mais ou é mais po-
deroso que nós e, por isso, acha-se no direito de julgar-nos. É perigoso
quando queremos parecer mais espirituais aos olhos dos outros.
Ser dirigido pelo ego - Significa colocar-se acima das outras pesso-
as, no comando da situação. Como o egocentrismo pode se manifestar,
revelando pensamentos que definem a verdadeira motivação da pessoa!

» Quero que meus filhos estejam sempre bem arrumados por
causa do que os outros vão pensar de mim.
» Meu cônjuge tem de ir à igreja, senão o que vão pensar de mim?
» Preciso que você satisfaça minhas necessidades para que eu me
sinta importante.
» Se você quer fazer algo que eu não quero, você dá a entender
que eu não sou importante para você.
» Dando mais atenção a outra pessoa do que a mim, você está
dizendo que há alguma falha em mim.
Não é errado que a esposa deseje que o marido seja mais espi-
ritual. É preciso, porém, cuidar para que ela não assuma uma res-
ponsabilidade que é dele. Talvez seja por isso que o apóstolo Pedro
escreveu: “Semelhantemente vós mulheres, sede sujeitas aos vossos
próprios maridos; para que também, se alguns não obedecem à pa-
lavra, pelo porte de suas mulheres sejam ganhos sem palavra”.105
105 1Pedro 3.1

estou ungindo a cueca do meu marido.
Talvez assim ele seja tocado pelo espírito
de Deus. (esposa)
Erro 042
erros e conflitos
Perder-se no misticismo evangélico
Quando o absurdo é feito em nome de uma fé irracional

O misticismo é a ideia de que o conhecimento de Deus é con-
seguido por meio da intuição ou da experiência pessoal e subjetiva.
Ela contradiz os ensinamentos bíblicos e a revelação divina.
As experiências místicas são eventos que estão totalmente no in-
terior da pessoa. Elas não contêm aspectos essenciais que subsistam
no mundo físico, não são um evento emotivo, nem cognitivo. Suas
qualidades predominantes têm mais a ver com a intensidade emo-
cional do que com os fatos avaliados e entendidos racionalmente.
A necessidade de obter resultados práticos imediatos leva a pessoa
a inventar maneiras ortodoxas, sem realmente avaliar suas consequ-
ências. São meras emoções sem fundo racional, sem nenhum conte-
údo que possa vir a efetivar as transformações objetivadas.
Dessa característica emocional advém a sua natureza autoau-
tenticadora. O místico raramente questiona a virtude ou o valor de
sua experiência; ele raramente questiona a verdade de sua prática
mística. Reconhecer sua alegação de que as experiências místicas
são formas de conhecer a verdade é essencial para a compreensão
de muitos movimentos religiosos que vemos hoje. Quanto maior
o desconhecimento bíblico, maior o misticismo na igreja: “Ora, o

homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus,
porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se
discernem espiritualmente”.106
Como os nossos entes queridos podem ser alcançados pelas pro-
messas que o Senhor tem para nós? Pela sabedoria. A verdadeira sabe-
doria é recebida pelo cristão espiritual por meio da fé. Para fortalecer
a nossa fé, há fatos e testemunhos que demonstram o cumprimento
das promessas de Deus, restaurando, provendo ou curando. Estas
provas mostram-nos como Deus é poderoso e fiel no cumprimento
de sua Palavra, de suas promessas e de seu zelo pelo homem.
Temos também a Palavra que nos afirma que “a fé é pelo ouvir a
Palavra de Deus”107. Tal como nosso corpo precisa de alimento para
viver, nosso espírito precisa ser nutrido com a Palavra de Deus para
que alimentemos a nossa fé. A fé crescerá na proporção do conheci-
mento da Palavra, pois só podemos exercer a fé naquilo que conhe-
cemos. E conhecendo, saberemos das promessas e poderemos ter
a ousadia da fé, pois se Deus nos prometeu algo, então é só tomar
posse porque sua Palavra não volta atrás: “E esta é a confiança que
temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua
vontade, ele nos ouve”.108
Esposa, sua posição de varoa valorosa é a que tem que prevale-
cer. De nada adianta apelar para o misticismo, pois Deus não pode
atendê-la se você preferir agir assim. Pela sua postura cristã, pelo
seu exemplo, pela sua obediência, mansidão, respeito, atenção e ora-
ção, você conseguirá influenciar seu marido e torná-lo um varão
valoroso, temente a Deus, que se desviará do mal e trará para você
e a sua família a verdadeira alegria e a felicidade que somente a vida
cristã pode proporcionar.
106 1Coríntios 2.14

107 Romanos 10.17
108 1João 5.14

IV. Queixas
como conversar com meu cônjuge sobre questões delicadas
erros e conflitos
Esta parte do livro trata de desejos e insatisfações dos cônjuges
em diversos aspectos da vida do casal. Em todas as respostas, abor-
darei a essência do problema e aqui darei dicas de como o cônjuge
aborrecido deve tratar da questão.
Antes de falar, sonde o seu coração e responda a si mesmo, com
auxílio do Espírito Santo.
1. Preciso perdoar? – Estou de algum modo chateado e preciso
perdoar meu cônjuge? Se você for resolver o assunto com mágoa, a
conversa não terminará bem, pois em algum momento você expres-
sará esta mágoa de modo equivocado.
2. Será que causei isto? – Influenciei, direta ou indiretamen-
te, o comportamento que não aprecio em meu cônjuge? Posso
mudar esta influência? Alguns homens queixam-se de que as es-
posas pararam de se cuidar depois de vários anos de casamento,
mas foram eles que esmagaram a vaidade da esposa com críticas
e brincadeiras de mau gosto, até a mulher perder a esperança e
o gosto de se cuidar e ser melhor. Há também as esposas que
se queixam da acomodação do marido, mas que atropelam a li-
derança, não esperam a ação dele e criticam o modo com que o
marido apresenta solução e direção. Será que não preciso, então,
mudar meu comportamento e pedir perdão pelas minhas ações?
Caso você peça perdão, não cite a sua insatisfação, espere para
fazê-lo em uma conversa futura.
3. Procuro o bem dela(e)? Não pense somente em você; procure
deixar o outro abençoado depois da sua conversa. A intensão do

seu coração deve ser em primeiro lugar o aperfeiçoamento do outro
e não o seu bem-estar.
4.Onde devo falar? – Escolha bem o lugar para a conversa. Há

lugares onde não convêm ter essa conversa. Procure um lugar livre
de distrações e com privacidade.
5.Quando devo conversar? – Não adianta querer tratar de as-

suntos sérios enquanto o outro está ocupado, cansado do trabalho,
distraído assistindo a um jogo de futebol ou terminando de prepa-
rar o almoço para as crianças. Escolha o momento certo.
6.Como conversar? – A comunicação não acontece somente

pelo que se fala. O tom de voz, as expressões faciais e corporais
também falam. É fundamental vigiar estes aspectos para não ser
mal interpretado.
7.O que devo falar? – Procure tratar o problema e não atacar

a pessoa. Evite frases do tipo “você sempre faz isto” ou “você
nunca me ouve”. Não dê palpites quanto ao que levou seu côn-
juge a agir desta ou daquela maneira, simplesmente fale do fato.
Se a mulher disser “Você sempre esquece o dia do aniversário da
mamãe. Você faz isto só para me magoar!”, ela será injusta quando
ao “sempre” e julgará a intensão do coração do marido. Somente
Deus conhece a intenção. Sempre diga assim: “Quando você faz
isto, eu me sinto desprezada”.

ela é um fracasso na cozinha (Marido)
Erro 043
Não se aperfeiçoar na culinária
erros e conflitos
A mulher sábia constrói o seu lar, mas a que não tem juízo
o destrói com as próprias mãos.109
Quando a mulher não é criativa e

o marido é exigente demais
Você já ouviu dizer que “o melhor caminho para atingir o cora-
ção de um homem, muitas vezes, é pelo estômago”? Bem-aventu-
rado é o marido cuja esposa é criativa na cozinha e não come o pão
da preguiça. Não é fácil comer todos os dias arroz, feijão e ovo frito.
Ouvi falar de um missionário que comeu tanto ovo no campo mis-
sionário, longe da sua terra, que passava mal ao ver galinha depois
de voltar para o Brasil. Isso parece brincadeira, mas muitos maridos
estão nessa situação: já comeram tanto ovo que não suportam nem
ver galinha. Você serve comidas atrativas e variadas para seu marido
e filhos?
Muitas mulheres não foram treinadas pelas mães para serem boas
donas de casa,110 já que nossa sociedade atual não valoriza tanto este
tipo de conhecimento. O que acontece é que as moças casam-se
despreparadas para o serviço do lar. Outra situação comum é os
dois trabalharem fora e o marido achar que a mulher tem obrigação
de cuidar da casa e da comida sozinha. Isto parece injusto.

110 Tito 2.5

Conheci um casal querido que, logo que se casaram, a esposa
“não sabia nem ferver água”. Isso pode até ter um pequeno fundo
de verdade, mas eles enfrentaram juntos esse desafio, apesar dela
não gostar de “pilotar o fogão” até hoje. Entretanto, o companhei-
rismo fez toda a diferença, pois eles foram descobrindo, dia a dia,
como fazer e, principalmente, como não fazer as coisas. O que po-
deria ser uma tarefa cansativa acabou tornando-se uma diversão co-
roada, de vez em quando, com alguns sucessos culinários.
Que diferença fez a prática a quatro mãos! O segredo foi a parti-
cipação. Ela trouxe o interesse, a procura, a experiência, o laborató-
rio e a conquista. Hoje o marido ainda participa de suas atividades
culinárias, sempre que pode, mas ela assumiu seu papel e mudou a
sua forma de ver aquela tarefa, que não é mais um trabalho, mas
sim uma função de sua competência, feita para sua família. Ela é a
administradora de um lar onde todos têm suas funções e procuram
exercê-las com presteza, dedicação e amor. Amor e participação po-
dem mudar tudo.
Veja o testemunho que este marido me deu, há pouco tempo:
Tive um bom exemplo disso noutro dia quando ela “apare-
ceu” com um prato muito requintado, uma experiência que
deu muito certo. Quando ela me contou como era a recei-
ta original, e como ela colocou ali a sua criatividade, fiquei
lembrando de nossos primeiros tempos de casados. Se não
tivéssemos nos disposto a aprender e a nos dedicar com amor
a mais essa tarefa, não teríamos essa grata surpresa de poder
superar as expectativas e suprir com alegria e êxito as nossas
necessidades básicas.
Marido, participe das dificuldades de sua esposa, seja nessa
quanto em qualquer outra área. Note que não é pela exigência
que se consegue o êxito, mas sim com participação, compre-
ensão e companheirismo. Algumas esposas são exímias e de-
dicadas mães, mas um fracasso no fogão. Procurar superar as

deficiências faz parte de nossos desafios enquanto vivermos. É
importante conhecer seus predicados e usá-los adequadamente.
O limão sozinho não faz sucesso, mas ele faz toda a diferença
com água, açúcar e gelo. Assim também pode ser na vida do
casal, com sabedoria, dedicação e amor. E açúcar!
erros e conflitos
ele nunca toma decisão nenhuma.
eu tenho que resolver tudo. (esposa)
Erro 044
Deixar a mulher fazer o trabalho do homem
...porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo
é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo.111
Quando a mulher tem que fazer o papel de líder

e atropela a liderança do marido
Existe uma ordem natural e divina de autoridade. Deus Pai é o cabeça
de Cristo; Cristo é o cabeça do homem, e o homem é o cabeça da mu-
lher. Paulo apelou, portanto, para a ordem natural e divina das coisas. O
marido deve ser o líder, exercendo seu papel com humildade e autoridade
servil. Todos em casa devem participar dando opiniões e ideias, mas a
palavra final deve ser do líder. Quando a inversão destes princípios acon-
tece, a família não vive a qualidade de vida programada por Deus.
Há dois aspectos aqui que precisam ser observados. A mulher, às
vezes, cai na armadilha da urgência e não espera o marido tomar a
111 Efésios 5.23

frente, ou ainda é exigente demais e critica o jeito e o ritmo do mari-
do. Se o homem demora a executar alguma tarefa, ou não a executa
como a esposa gostaria, ela reclama e passa por cima, assumindo a
responsabilidade. Este comportamento gera no coração da esposa
um desprezo pelo marido e no coração dele, uma sensação de ina-
dequação. A tendência é a mulher viver sobrecarregada e queixan-
do-se, enquanto o marido fica relaxado e sente-se desrespeitado.
Experimente ler o livro Limites de Townsend e Cloud. O autor dá
boas dicas e princípios preciosos para ensinar a esposa a “ajudar”
seu marido a assumir a liderança.
Inversão de valores
Imagine você entrar na sala de cirurgia e encontrar o médico varrendo a
sala e o faxineiro aplicando anestesia no paciente. Esta comparação radical
é para mostrar que a inversão de funções, ou o acúmulo destas, não permite
exercer com qualidade as funções estabelecidas por Deus para o lar cristão.
A esposa já tem uma vasta lista de atividades a serem cumpridas a fim de
manter o lar em perfeita harmonia, operacional e emocional, além de ser
boa esposa e eterna amante. A esposa tem que ser a apoiadora, a au-
xiliadora e a coluna que ajuda a sustentar e manter o lar como ambiente
de refúgio, reposição de energias, lugar de paz e amor verdadeiro.
Deixar para a esposa a tomada de decisões pode denotar uma
total falta de interesse pelo assunto ou, pior, demonstrar que o ma-
rido não se preocupa com o resultado que ocasionará nem com o
trabalho que sobrecarregará a esposa. Esta não deve ir assumindo
as funções que seriam de competência exclusiva do marido, a não
ser em casos excepcionais de doenças ou viagens. O marido deve
ter consciência da importância de assumir suas funções e de todas
as obrigações de que a sua esposa está encarregada. O diálogo cor-
dial, no momento certo, com o tom de voz correto, com palavras

cordiais e mansas, além de uma demonstração de dependência e
confiança por parte da esposa nas providências do marido, podem
preencher essa lacuna de liderança que insiste em se fazer presente.
Esposa, por meio da intimidade do relacionamento, demonstre
ao seu marido que as decisões que ele toma são recebidas por você
erros e conflitos
com segurança e paz, pois ele é plenamente hábil para tomar essas
decisões que estão sob a responsabilidade e competência dele. Faça
com que ele sinta que você necessita dessa segurança que somente
ele pode lhe propiciar e que, por sua vez, você assume a sua parte na
administração do lar e dá a ele essa mesma paz e segurança. É uma
troca e ao mesmo tempo uma prova de união e esforço conjunto
para mover a engrenagem que traz o bem-estar e a união da família.
ele não se arruma. (esposa)
Erro 045
Ficar relaxado com a
higiene pessoal e aparência
Quando o homem é desleixado

Você já ouviu dizer que a maneira de se vestir do homem revela
o tipo de esposa que ele tem? O que dizer de um homem que usa
camisa sem botão, calça sem passar, sapato sem engraxar, barba por
fazer, unhas sujas e assim por diante? Aconselhando uma esposa e
seu marido, perguntei-lhe por que ela se negava a praticar o ato se-
xual com o marido. Ela respondeu: “Ele não toma banho!”.

O desleixo no vestir-se e no asseio pode ser uma das causas de
crise na relação conjugal. Não são só as mulheres que devem se
preocupar com sua beleza estética. Os homens também devem se
cuidar para que as esposas os apreciem. Felizes são os maridos que
se entregam aos cuidados da esposa para andarem conforme elas
gostam. A mulher de um marido que se arruma não é tentada a
procurar em outro aquilo que ela pode ver em seu esposo.
O relacionamento conjugal é uma via de duas mãos, na qual
o fluxo de informações deve fluir em ambas as direções. Se há
algo não resolvido entre as partes, essa questão deve ser colocada
em pauta e discutida pelos envolvidos. A esposa pode gostar de
um corte de cabelo bem curto, enquanto o marido a prefere com
cabelos longos; ela pode gostar de usar maquiagem, enquanto ele
gosta de perfume suave, e por aí surgem tantos detalhes para os
quais as partes só podem chegar a um acordo por meio do diálogo
e da convivência. Há detalhes negociáveis e alguns inegociáveis.
Um destes é o asseio pessoal que, se não for assíduo, pode gerar
aversão, repulsa, indignação e até acabar com o romance e tam-
bém com o casamento.
Esposa, antes que o matrimônio entre em colapso, essa ques-
tão tem que ser esclarecida. Se houver algum problema biológico,
alguma questão hormonal ou algo semelhante, um profissional
da área de saúde deve ser consultado para diagnosticar e indicar o
tratamento. Se for por outro motivo, caso de desleixo ou falta de
percepção do fato, a conversa é a direção. Entretanto, a sabedoria e
a discrição devem traçar a estratégia para contornar esse fato antes
que o amor esmaeça.

ela só pensa em estética. Não sai
do salão de beleza. (Marido)
Erro 046
erros e conflitos
Exagerar no cuidado com a beleza
Quando se idolatra o próprio corpo

A aparência é muito importante, mas todo excesso é prejudicial e
destrutivo. A mulher precisa gostar do espelho. No entanto, quando
o cuidado com a aparência extrapola os limites do bom senso, ele
começa a ser um pecado de egolatria. A preocupação exagerada
com a beleza estética quase sempre é evidência de algum complexo
de inferioridade. A moderação no vestir-se é fundamental para não
cair no ridículo: “Que do mesmo modo as mulheres se ataviem em
traje honesto, com pudor e modéstia, não com tranças, ou com ouro, ou
pérolas, ou vestidos preciosos...”.112
A mulher é vaidosa por natureza: ela gosta de se vestir bem, de
“estar na moda”, de se pentear, maquiar e perfumar, e de colocar
joias e adereços. Isso tudo é bom e deve ser assim, enquanto não
houver exageros. Quando a mulher ama o próprio corpo acima de
outros valores, isso passa a ser uma idolatria. Essa busca exagerada
pela aparência, pela beleza, pode ocupar o lugar de outras coisas
importantes, que podem estar clamando por atenção. Tudo que é
demais, não é bom.
E qual será a motivação para essa busca? Pode ser a baixa auto-
estima, uma fuga da realidade, grandes dificuldades, uma infância
112 1Timóteo 2.9 (ênfase acrescentada)

pobre e difícil, abusos, e tantas outras coisas. Identificar e tratar
esses motivos pode fazer toda a diferença na obtenção de um novo
alicerce emocional, firmado na busca de reais valores espirituais que
supram essa necessidade de ostentação e afirmação como protesto
por injurias, afrontas ou perdas sofridas.
Marido, a solução dessa questão pode estar na concentração de es-
forços na área espiritual, que pode trazer novas experiências de reali-
zação, alegria, contentamento e paz que somente o Senhor com a sua
fidelidade e misericórdia pode propiciar, sepultando mágoas, rancores,
decepções e tantos outros traumas. Os novos valores podem atenuar
essa procura excessiva pela estética e trazer uma nova busca, que é a de
propiciar à família a atenção, o amor e a paz de que toda família carece.
Ela está gorda e não sei se eu

devo lhe dizer. (Marido)
Erro 047
Relaxar com a aparência
Mulheres de Jerusalém, eu sou morena, porém sou bela. Sou morena escura
como as barracas do deserto, como as cortinas do palácio de Salomão.113
Quando a mulher não se incomoda com o espelho

“Meu marido gosta de mim assim, ele nunca reclamou.” Você já
ouviu alguma esposa lhe dizer isto? A mulher virtuosa de Provér-
113 Cantares 1.5 (ênfase acrescentada)

bios 31 tem vocação para negócios imobiliários, para trabalhar com
lavoura, para viajar buscando o bem da família, é costureira, vende-
dora e ainda mais. Esta mulher não apenas tem beleza de caráter,
mas também é alguém que se preocupa com a aparência: “...seu ves-
tido é de seda e de púrpura”.114 Uma mulher que não se preocupa
com a própria aparência, revela conformismo.
erros e conflitos
Toda atitude conformista é tão destrutiva quanto a atitude de
rebeldia. O conformismo é uma forma de fugir à situação, de não
lutar pelos seus interesses e melhorias, não achar nem procurar
motivos que façam a luta valer a pena, é desanimar e abandonar o
campo. Isso tudo é tão nocivo quanto a rebeldia, que é uma ação
de levante contra as autoridades e a ordem em lugar de obedecer a
padrões. O conformismo, nesse caso, pode ser também uma forma
de rebeldia contra si mesma.
Preocupar-se com a aparência é demonstrar amor por si mes-
ma, pelo marido e pelo casamento. Se Deus fez os homens com
sensibilidade visual, a ponto de serem atraídos por aquilo veem nas
mulheres, estas deveriam estar sempre atentas a esta característica
masculina. Faz parte da natureza da mulher uma “dose de vaidade”.
A Bíblia condena os excessos e os exageros, mas não o equilíbrio.
Nos encontros de casais sempre digo às mulheres: “Não deixe seu
marido procurar em outras aquilo que ele pode ver em você”. A mu-
lher sábia cuida de si mesma porque ela sabe que isso contribui para
a manutenção do casamento e a admiração do marido. Desprezar
a importância da estética feminina é não querer usufruir das possi-
bilidades de prazer e satisfação que Deus programou para o casal.
Se você, marido, não sabe como dizer que você gostaria que ela
se cuidasse melhor, vá dar uma lida nas instruções que estão logo
após o Erro 042.

Espelho amigo
A felicidade do casal é composta por muitos itens. Quando
alguns destes não atingem a expectativa, a tendência é ocasionar
problemas no relacionamento. Um item que pode ser importante
na vida de um casal é a aparência física. E neste item a magreza
excessiva ou a obesidade são características que podem influenciar
no bem estar, na satisfação sexual e no interesse pelo sexo oposto.
Não sendo proveniente de problemas de saúde, que devem passar
por diagnóstico, tratamento e acompanhamento médico, a tecno-
logia atual pode colaborar em muito para a solução dessa questão.
Como, porém, falar dessa questão com o cônjuge?
Como toda e qualquer situação que esteja causando qualquer
forma de constrangimento no relacionamento do casal, esta tam-
bém tem que ser exposta e discutida. Afinal, vocês são uma única
carne e qualquer atitude que for tomada deverá ser para a saúde
emocional e física do casal, e para o interesse e continuidade do
relacionamento, a paz e a felicidade da família.
Há muitas formas de abordar uma questão. A forma direta e
objetiva parece não ser a melhor nesta área. É aconselhável valo-
rizar primeiramente os aspectos bons do relacionamento e depois
aqueles que necessitam de algum acerto e melhora, mas sempre
com delicadeza, atenção e amor. O objetivo de fazer as pazes com
o espelho pode ser alcançado e finalmente comemorado com um
saboroso jantar – à luz de velas, é claro.

ela nunca me fez uma surpresa. (Marido)
Erro 048
Abandonar os pequenos mimos
erros e conflitos
Quando a mulher não se preocupa com as pequenas coisas
Muitos casamentos perdem a graça e se tornam insossos porque
as pessoas deixam de cultivar aqueles mimos que são essenciais.
Algumas surpresas podem ser mais elaboradas, exigindo um inves-
timento de tempo razoável; outras, porém, podem ser preparadas
com pouco tempo e pouco dinheiro.
Durante uma das minhas viagens, quando cheguei ao apartamento
onde ficaria hospedado durante alguns dias, ao abrir a minha mala
para pegar um sapato, fui surpreendido com um bilhete da minha
esposa que dizia: “Jô, faça o trabalho de Deus sempre com alegria,
eu estou com você neste projeto. Te amo muito”. Quando fui vestir
o paletó, encontrei outro bilhete no bolso. Foram vários os que en-
contrei. Dentre as muitas surpresas que ela costuma fazer, essa foi
uma das que me marcou e a prova disso é que eu a estou registrando
neste livro. A criatividade é fundamental para fazer surpresas ao
cônjuge para que o casamento não caia na mesmice e no tédio.
Atenção gera reação

Quando chamamos cordialmente uma pessoa pelo nome, de-
monstramos atenção e consideração. Para algumas pessoas, isto é a
mesma coisa que ganhar um pequeno presente. Da mesma forma,
quando nos lembramos da data de aniversário, avisamos que nos

importamos com ela. E no dia a dia do casamento, como fazer para
externar o nosso agradecimento por contarmos com a presença de
nosso cônjuge todos os dias?
Não é necessária muita coisa. Um “Bom dia, meu amor” já trans-
mite o desejo de que o dia de seu cônjuge seja coroado de êxito em
todas as áreas. Um telefonema ou uma mensagem dizendo “Não
esqueça: eu te amo!” pode dar um novo fôlego para sobrepujar as
dificuldades diárias que têm a tendência de se tornar repetitivas. E
o que dizer de um maço de flores entregue no trabalho do mari-
do “Com amor eterno...” ou para a esposa em casa, pois “Já estou
morrendo de saudades de sua presença ao meu lado...” – e tudo isso
em dia comum, sem aniversários nem datas especiais? Isso pode
ser traduzido emocionalmente como “Eu me importo com você” e
“Você completa a minha vida”. É muito importante para alimentar
a segurança do cônjuge e da família, além de aparar arestas e alimen-
tar o bem estar, a felicidade e a paz familiar.
Marido, dê um exemplo que possa servir de modelo a ser copia-
do. Se você a surpreender com mimos, com o tempo ela também
poderá lhe proporcionar boas surpresas. Creia nisso e exerça o dom
do amor, da atenção e do reconhecimento.

ela é “doente” por limpeza; não tenho
liberdade dentro da nossa casa. (Marido)
Erro 049
erros e conflitos
Exagerar na limpeza
E disse-lhes: O sábado foi feito por causa do homem,
e não o homem por causa do sábado.115
Quando o excesso escraviza

As pessoas são mais importantes do que as coisas. A limpeza da
casa existe para que a família sinta-se bem naquele ambiente acon-
chegante. É bem verdade que existe prazer em apreciar um lugar
limpo, mas sem perder de vista que a casa inteira só existe para
servir a sua família, e não o contrário.
Quando há excesso em qualquer área da vida, acaba a liberdade
e passamos a ser como prisioneiros. É difícil viver dentro de um lar
onde não se tem a liberdade necessária para viver com alegria a vida
em família. A limpeza é importante; com exagero, porém, ela já é
doentia. Para tudo existe um ponto de equilíbrio e moderação.
Definir até que ponto a limpeza é excessiva é uma tarefa delicada e
não deve ser feita superficialmente. Há o caso de maridos e filhos que
não valorizam o trabalho da mulher,116 mas há o caso dela ficar tão
concentrada na limpeza que passa a apresentar um quadro doentio.
115 Marcos 2.27

116 No final do livro, nas perguntas bônus, o Pr. Josué respondeu a uma esposa cujo marido não
valorizava seu trabalho.

Sabemos que o cuidado com a limpeza da casa é um dever e
uma necessidade para a saúde e o bem-estar da família. O cuidado
diário do ambiente doméstico, as roupas limpas e bem passadas, os
alimentos bem cuidados e servidos à mesa com asseio, são atenções
que a dona de casa, independentemente dos outros afazeres, precisa
manter, objetivando a limpeza e a higiene.
Quando se constatam o excesso e a repetição, com a tentativa
de limpar o que já está evidentemente limpo, tentando retirar
uma sujeira que somente ela enxerga, é o caso de tratar esse sin-
toma, pois uma patologia instalou-se como obsessão. Às vezes,
essa compulsão pela limpeza pode ser camuflada inicialmente
pelo elogio quando as pessoas encontram uma casa extrema-
mente asseada; no decorrer do tempo, porém, estas pessoas pas-
sam a perceber que há algo errado nesse fato. Algumas esposas
chegam a se dar conta de que isso não é normal pelo grande em-
prego de tempo e decorrente desgaste, tanto emocional quanto
físico, e saem à procura de ajuda.
Quando isso não acontece, o tempo passa e a família cresce
e toma o seu rumo, o resultado pode ser que essa doença pre-
judique a vida da família, não deixando seus membros senti-
rem-se à vontade no próprio lar, além de prejudicar também a
sua vida social. Uma pessoa preocupada excessivamente com
a limpeza acaba afastando as outras e isolando-se em seu pró-
prio mundo.
Maridos, tais esposas podem estar precisando de ajuda. O que
elas estão querendo dizer com essa obstinação, com esse investi-
mento e pelo aniquilamento de tudo que represente algo não abso-
lutamente limpo? Traumas? Frustrações? Fuga da realidade? Uma
pretensa cegueira, não querendo enxergar a realidade? Uma incapa-
cidade de avaliação de resultados? Não reconhecem sua capacidade

de servir? Enxergam o mundo como um lugar imundo e, devido
sua incapacidade de “limpar” o mundo, compensam isto com uma
atividade obsessiva no ambiente ao seu alcance, “o seu mundo”?
Quer seja emocional ou espiritual, o problema precisa ser cuida-
do. Em ambos os casos, o marido deve ser um fator preponderante
erros e conflitos
na solução da questão. Para auxiliar a esposa que está comprovada-
mente preocupada de forma excessiva com a limpeza, devemos aju-
dá-la a localizar o que está em seu coração. Jesus diz que dele pro-
cedem os pecados.117 Com muita tranquilidade, em hora, momento
e local apropriado, pergunte a ela o que ela sente quando tudo não
está limpo. Dependendo da resposta, você será capaz de localizar a
origem daquele comportamento.
Vamos listar algumas possíveis causas.
Preocupação com o que os outros pensam a respeito dela a partir
da observação da limpeza da sua casa.
Quem teme o homem cai em armadilhas, mas quem confia no Se-
nhor está seguro.118
Amor às coisas mais do que às pessoas.

Porque o amor do dinheiro119 é a raiz de toda espécie de males;
e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si
mesmos com muitas dores.120
3) Tentativa de compensar com a limpeza algum desconforto interno.

Pode ser que a mulher esteja muito confusa e desorganizada interna-
117 Mateus 15.19, 20

118 Provérbios 29.25 NVI
119 Por dinheiro, entenda-se também posses, coisas, objetos e tudo aquilo que o braço humano
pode comprar ou produzir.
120 1Timóteo 6.10

mente, com áreas da vida embaralhadas umas com as outras – problemas
com filhos, marido, negócios, parentes, finanças, saúde. Este conjunto de
áreas com problemas sem solução causa um desconforto e pode ser que
ela procure organizar o exterior na tentativa de dizer para si mesma que
ela é capaz e que, em breve, organizará também o interior.
Outra possibilidade é a falta de confessar um pecado e de ter certeza
do perdão de Deus121. Quem limpa excessivamente o exterior, pode
estar se sentindo sujo ou suja. Às vezes, a questão é liberar o perdão.122
V. Conflitos e perdão
Brigamos muito em casa. (Marido/Esposa)
Erro 050
Acostumar-se à grosseria
Se vocês ficarem com raiva, não deixem
que isso os faça pecar e não fiquem o dia inteiro com raiva.123
Brigas em casa e bom humor fora de casa

Conflitos entre marido e esposa são inevitáveis. Um casamento
sem “brigas” é tão perigoso quanto brigas excessivas. Não é normal
quando o casal não consegue passar um dia sem atritos. Existem
121 1João 1.9

122 Colossenses 3.13
123 Efésios 4.26

casais que brigam uma vez por mês, outros uma vez por semana,
outros uma vez por dia, e outros todos os dias, o dia todo. Brigam
no café da manhã, no almoço, na merenda, no jantar, no último chá
da noite e até dormindo, pois são sonâmbulos. Isso parece irônico,
mas é uma realidade.
erros e conflitos
O fim dos conflitos pode estar na descoberta das causas e na
busca de soluções efetivas. Quase sempre, as agressões verbais ou
físicas revelam que há ciúmes, falta de humildade para reconhecer
o erro, estresse, ressentimentos, desejo de vingar-se, crise espiritu-
al, desajuste sexual, cansaço mental, acúmulo de insatisfação, sen-
timentos negativos do passado, sentimento de culpa não resolvido,
incompreensão, imaturidade, falta de perdão e assim por diante.
O primeiro passo para interromper o processo é querer. Muitos

precisam, mas não querem. Deus espera que dentro de você haja um de-
sejo profundo por mudança efetiva. Alguém já disse: “Querer é poder”.
O segundo passo é identificar em você a causa do conflito.

Qual é o ponto nevrálgico que, sempre que é tocado, aciona todo o
mecanismo do atrito? Após identificar este ponto sensível, você já
sabe qual é a área que precisa ser tratada. Nunca esqueça: o lar pre-
cisa ser um “lugar de cura”. Marido e esposa precisam ser “agentes
de cura”. É imprescindível que haja humildade para deixar-se tratar
pelo cônjuge. Nenhum outro lugar é mais terapêutico do que o lar.
O terceiro passo é exercitar o perdão. Não existe um casa-

mento que resista às pressões normais por muito tempo quando
não existe o espírito do perdão. Para Jesus, o perdão é uma questão
de sobrevivência.

O quarto passo é deixar que Cristo seja o Senhor do casa-
mento e da vida. Ninguém melhor do que Jesus para mostrar o
caminho do sucesso. Ele não quer ser apenas médico e advogado,
mas quer ser o Senhor do casal. Tê-lo como Senhor é estar ampara-
do dentro de uma casa construída sobre uma rocha inabalável.
Ela(e) tem um ciúme doentio de mim!

(Marido/ Esposa)
Erro 051
Desconfiar do outro
Quem ama é paciente e bondoso.
Quem ama não é ciumento, nem orgulhoso, nem vaidoso.124
Quando a desconfiança se disfarça de cuidado

Entre as muitas causas de conflito na vida dos casais, está
o ciúme doentio, patológico. O ciúme está diretamente ligado
ao sentimento de posse e medo da perda do cônjuge. Ciúme
e tristeza são sentimentos normais, inerentes ao ser humano.
Existe um ditado popular sobre isso: “Quem ama tem ciúme”.
Em parte é verdade, pois não é nada gostoso dividir a pessoa
amada com alguém outro.
Existe o ciúme normal, ou zelo, e o ciúme patológico. Este sim,
é fruto do complexo de inferioridade, da falta de autoconfiança, da
124 1Coríntios 13.4 (ênfase acrescentada)

desconfiança do cônjuge. Estes sentimentos têm como uma de suas
causas a imaturidade conjugal. Sendo assim, é necessário que o casal
amadureça na busca da confiança mútua. É importante aprender a
confiar no outro e, assim, libertar-se dos complexos e das descon-
fianças. Toda pessoa que tem ciúme doentio precisa de cura interior.
erros e conflitos
Por que não vale a pena cultivar este sentimento doentio?
Primeiro - O ciúme escraviza o casal.
Segundo – Ele pode gerar ressentimentos que, certamente, pro-
vocarão reações inesperadas.
Terceiro – Ele faz da mente da pessoa uma usina de imagina-
ções negativas e irreais.
Quarto - Ninguém consegue viver por muito tempo com uma
pessoa doente de ciúme.
À medida que o casal cresce em amor, o sentimento de insegurança
e medo da perda é substituído pela confiança mútua. Veja que “o
perfeito amor expulsa o medo”125 e “o amor não arde em ciúmes”.126
Quando um cônjuge começa a sofrer com o ciúme do outro,
pode chegar a pensar que esse comportamento faz parte do jeito de
ser da pessoa, ou chateia-se com as cobranças e com o controle a
que é submetido. Não faz ideia, porém, de que essas atitudes podem
ser sintomas de um pecado que precisa ser tratado.
Basicamente, o ciúme é o receio de perder alguém a quem se
ama para uma terceira pessoa, o medo de ser largada e abandona-
da, de ter seus sentimentos feridos. O ciúme normal é transitório
e é baseado em fatos, sendo seu primordial desejo preservar o
relacionamento. Algumas pessoas podem encará-lo como prova
de amor, como prova de preocupação e zelo ou de valorização
125 1João 4.18b NVI


do cônjuge. Outras consideram-no como prova de insegurança
e baixa autoestima.
No ciúme doentio, pecaminoso, há o receio inconsciente da
ameaça de uma pessoa rival, e há uma obsessão com o controle
exclusivo e total sobre os sentimentos, relacionamentos e compor-
tamentos do outro. Ele é caracterizado pelo exagero, sem causas
aparentes, deixando a pessoa ciumenta absolutamente insegura e
transformando-a em um controlador compulsivo, que cerceia os
movimentos e a liberdade do cônjuge. A pessoa ciumenta passa a
inviabilizar qualquer atividade que o cônjuge deseje fazer sem que
ela também esteja presente. Ela quer controlar e-mails, correspon-
dências, telefonemas, recados, horários, contatos com outras pes-
soas, amigos, roupas íntimas, perfumes e tudo o que se refere ao
cônjuge e possa evidenciar algum risco de ameaça, perda ou uso do
seu cônjuge. A tendência é de que a vida do casal transforme-se em
um verdadeiro inferno, principalmente quando são dadas satisfa-
ções às interpelações. A pessoa ciumenta assume essas satisfações
como obrigações que o cônjuge sempre deverá fornecer. O clima
de tensão está formado e as brigas podem ser frequentes, assim que
qualquer motivo reacender as chamas do processo de ciúme.
De onde pode vir toda essa insegurança? O cônjuge talvez tenha
origem em uma família de características de cuidado, zelo e contro-
le excessivos, crescendo nesse ambiente e assimilando esse modelo
como o essencialmente correto. A pessoa ciumenta também pode
se sentir inferior ao cônjuge em beleza, atributos físicos, inteligência,
sabedoria, conhecimentos, estudos, profissão, finanças e outras áreas,
supervalorizando o outro e/ou inferiorizando-se sobremaneira.
Toda esta disfunção foi herdada do nosso querido casal de an-
tepassados, Adão e Eva, de onde deriva-se nossa natureza pecami-
nosa. Medo, insegurança e ansiedade são a outra face da moeda da

incredulidade. Faz-se necessária a renovação da mente, descrita por
Paulo em Romanos 12, por meio de textos específicos que tratam
da questão da fé e da confiança em Deus e em seu cuidado.
Confessar o pecado da incredulidade,127 chorar na presença de
Deus128 e clamar por sabedoria129 são rotinas imprescindíveis para
erros e conflitos
quem precisa vencer uma falha resistente em sua personalidade.
Quando a pessoa aprende a descansar em Deus e a depositar
nele as suas inseguranças e receios, por meio da súplica e da
oração, uma paz muito agradável invade seu coração,130 possi-
bilitando um novo olhar sobre o cônjuge. Desta vez, não mais
como a fonte da sua felicidade, mas como alguém que precisa ser
amado e cuidado.
Enquanto isso não ocorre, como conviver com o ciúme doentio
do cônjuge? A primeira tarefa é estabelecer limites para não parti-
cipar dessa dinâmica imposta pelo cônjuge. Os atos honestos de
falar com amigos e fazer suas atividades normais não devem ser
bloqueados nem dificultados. Ceder para evitar as discussões, o que
poderia parecer a solução mais indolor, pode redundar em piores
resultados. O ciumento deve ter o apoio do cônjuge, sempre no
sentido de superar e não de conviver com a situação.
É preciso reaprender a relacionar-se sem traumas nem angústias
para experimentar o prazer de um relacionamento saudável, no qual
ambos podem compartilhar momentos de tranquilidade sem ter
que abrir mão de sua individualidade e liberdade de relacionar-se
com as pessoas e com o mundo. É preciso lembrar ainda que o casal
representa a Deus e que viver buscando agradá-lo é a fórmula mais
completa para uma vida plena de significado e alegria.
127 1João 1.9 afirma que quem confessa não somente é perdoado, mas também purificado.
128 Tiago 4.9-10 aponta-nos o caminho para a mudança.
129 Tiago 1.5 e o livro de Provérbios mostram-nos como a busca da sabedoria pode mudar o
nosso comportamento errado, tornando-o agradável a Deus.
130 Filipenses 4.6-7

Ele está frio, indiferente...
será que não me ama mais? (Esposa)
Erro 052
Achar que todas as
suas suposições são a verdade
Como funciona o ciclo de intimidade masculino

Muitas esposas entram em crise ao perceber que o marido está
se recolhendo e, de certa forma, afastando-se um pouco. Algumas
se perguntam: “Onde será que eu errei?” ou “Será que ele está se
cansando de mim?”.
John Gray, em seu livro Homens são de Marte e mulheres são de Vênus,
diz que “os homens são como elástico”. Como isso funciona?
Os homens instintivamente sentem esse impulso de se afasta-
rem. Não é uma decisão ou uma escolha. Simplesmente acon-
tece. Não é culpa dele nem dela. É um ciclo natural. As mu-
lheres interpretam mal o afastamento de um homem, porque
uma mulher geralmente se afasta por razões diferentes. Ela se
retrai quando não confia nele para entender seus sentimentos,
quando foi machucada e tem medo de ser machucada de novo,
ou quando ele fez alguma coisa errada e lhe desapontou. Certa-
mente um homem pode se afastar pelos mesmos motivos, mas
ele se afastará, mesmo que ela não tenha feito nada de errado. Ele pode
amá-la e confiar nela e, de repente, começar a se afastar. Como
um elástico esticado, ele vai se distanciar e então voltar por si
só. Um homem se afasta para atender sua necessidade de in-
dependência e de autonomia. (ênfase acrescentada pelo autor)

Quando a mulher compreende como funciona o “ciclo de inti-
midade masculino”, a ansiedade e a preocupação com relação a si
mesma e ao amor mútuo logo desaparecem. É bom compreender
que existe um limite em relação ao tempo e ao afastamento. Quando
o afastamento do homem extrapola os limites do bom senso, é bom
a esposa procurá-lo para saber o que está acontecendo na verdade.
erros e conflitos
Na poesia do livro de Cantares de Salomão percebe-se essa au-
sência temporária seguida de reunião feliz. Veja o que o texto diz:
“Eu dormia, mas o meu coração velava; eis a voz do meu amado,
que está batendo: Abre-me, minha irmã, querida minha, imaculada,
porque a minha cabeça está cheia de orvalho, os meus cabelos das
gotas da noite”.131
É interessante como o homem alterna automaticamente suas
necessidades de intimidade e de autonomia. Talvez seja esta uma
das razões por que algumas mulheres interpretam mal as reações
dos homens.
131 Cantares de Salomão 5.2

Socorro! Meu cônjuge está com
“mau humor crônico”. (Marido/ Esposa)
Erro 053
Ser mal-humorado
Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira,
e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia.132
Quando o bom humor é esmagado pela grosseria

Nunca permita que o jogo da vida transforme-se em uma bata-
lha campal. É preciso ter uma boa dose de humor para lidar com as
pressões do casamento.
Existem dois tipos de pessoas no mundo: as “nutridoras” e as
“tóxicas”. As pessoas tóxicas contaminam o ambiente com ansieda-
de, tristeza, descontentamento, ódio, sentimento de vingança e mau
humor. Um cientista, fazendo uma pesquisa sobre a sensibilidade
das plantas, descobriu que um ambiente tóxico faz mal para as plan-
tas. Algumas plantas são tão sensíveis que nunca se dariam bem em
um presídio ou manicômio, por exemplo. Se um ambiente tóxico
faz mal até para as plantas, imaginem para os filhos e cônjuges!
Você já teve a experiência de estar bem, mas passar a se sentir
para baixo, chateado e mal-humorado logo após conversar com cer-
tas pessoas? Estas são as pessoas “tóxicas”. Quando alguém carrega
dentro de si raízes de amargura, essa pessoa não apenas se auto-
destrói, como também contamina as pessoas ao seu redor.133 Veja
como isto acontece.
132 Efésios 4.31

133 Confira Hebreus 12.15

O diretor de uma empresa passava por uma crise conjugal, o que
provocava alguns conflitos. Os dois formavam um “casal tóxico”.
No domingo, por um motivo banal, brigaram mais uma vez e hou-
ve agressões físicas. Ele não dormiu na mesma cama que ela. Pela
manhã, saiu para trabalhar com raiva, ressentido e mal-humorado.
erros e conflitos
Passou com o carro pela portaria e não cumprimentou o por-
teiro. Assim que entrou em sua sala, mandou a secretária chamar o
gerente. Quando o gerente entrou na sala, ele começou a falar alto e
cobrar, em termos de produção, até aquilo que o homem não devia.
Ofendeu o rapaz, “intoxicando-o”. Depois da reunião, o gerente
saiu da sala com os nervos à flor da pele e chamou o encarregado.
Quando o encarregado entrou na sala, transferiu toda a toxina re-
cebida para o seu subordinado, cobrou além dos limites do bom
senso, ofendeu o funcionário e o mandou produzir mais.
Ao sair da sala, o encarregado chamou o operador de máquina
e transferiu toda a toxina que recebeu para o seu subordinado. Gri-
tou, ofendeu e fez cobranças absurdas. O operador saiu e, em vez
de produzir 100 peças, terminou o dia com 70 peças. Foi para casa
e, no caminho, ofendeu o cobrador do ônibus. Ao chegar em casa, a
esposa o recebeu com um bolo de chocolate e disse: “Fiz para você;
é o que você mais gosta”. Ele olhou para o bolo e com uma expres-
são facial de reprovação disse: “Já ganho pouco e o que sobra você
fica gastando com bolo doce? Não quero bolo coisa nenhuma”.
A mulher intoxicada pelo marido, jogou o bolo no lixo. Veio o
filho e pediu: “Mãe, me dá um pedaço de bolo?”. Ela lhe deu uma
bronca sem razão e o mandou para fora. O menino saiu chorando,
intoxicado. No caminho, encontrou o cachorro, que queria brincar.
Nervoso, ele chutou o cachorro, que saiu correndo. Lá na frente, o
cachorro intoxicado encontrou o gato e, sem razão, o provocou e
o mordeu.

O gato saiu ferido e, intoxicado, encontrou um rato que estava
passando e, então, partiu para cima dele. O rato escapou, mas per-
deu um pedaço do rabo. Quando chegou em casa, a ratinha veio
brincar com ele. Ele a empurrou e disse: “Sai pra lá, você não per-
cebeu o que fizeram no meu rabo?”. Uma confusão foi armada na
casa do rato...
Você percebeu como foi longe o efeito negativo de uma pessoa
que é tóxica? Para o diabo, quanto mais pessoas tóxicas e intoxicadas,
melhor. Deus, porém, pode e quer curar estas pessoas para que elas
sejam nutridoras, abençoadoras.
Provérbios 15.13 diz que a primeira coisa que acontece quando
Deus cura-nos e nos dá saúde na alma é uma mudança na expressão
facial: “O coração alegre aformoseia o rosto”. Outro verso de Pro-
vérbios 15 diz que quando estamos bem emocionalmente, influen-
ciamos as pessoas onde quer que cheguemos, nutrindo-as com ale-
gria: “...a alegria do coração é banquete contínuo”.134 Ao ser curada
espiritualmente, uma pessoa sara de muitas enfermidades do corpo,
as chamadas doenças psicossomáticas. É por isso que a Palavra de
Deus diz: “O coração alegre é bom remédio”.135
Uma boa dose de senso de humor é fundamental para lidarmos
com as pressões do casamento. Quando os cônjuges tornam-se sé-
rios demais, o casamento passa a não ter vida, calor e alegria. Nunca
se esqueça da importância de descontrair-se, divertir-se e desfrutar
um do outro. Salomão disse com razão: “Há um tempo certo para
cada coisa: tempo para nascer, tempo para morrer, tempo para cho-
rar, tempo para rir”.136 Um conhecido adágio francês diz: “O dia
mais perdido de todos é aquele no qual ninguém riu”. Não permita
que o jogo da vida torne-se uma batalha campal. Quando isto acon-

136 Eclesiastes 3.1-2

tece, a relação torna-se uma disputa na qual só há perdedores. Não
há prazer, apenas medição de forças. A brincadeira no relaciona-
mento jamais pode virar guerra.
o que faz o senso de humor?
erros e conflitos
Ele ajuda a colocar as coisas em perspectiva. Impede-nos de fazer
tempestade em copo d’água. Permite aos cônjuges o direito de serem
menos que perfeitos. A capacidade de rir tira muito da pressão do
relacionamento conjugal. O senso de humor é um lubrificante social.
Alguns ditados interessantes:
“Ria e o mundo rirá com você”;
“O riso compartilhado cria um laço de amizade”;
“O riso é a menor distância entre duas pessoas”.
Ria sempre com, e nunca de alguém. Ria com a esposa e nunca
da esposa. Ria com a sogra e não da sogra. O riso é uma forma im-
portante para manter a saúde de sua vida.137
Jesus e o senso de humor

Elton Truebood mostra como Cristo se utilizava de sátiras, iro-
nia e paradoxos para ajudar a esclarecer ideias profundas. Considere
o humor em algumas passagens que convidam à reflexão.
Coar um mosquito e engolir um camelo138
Um que camelo passa pelo fundo de uma agulha139
Cegos que guiam cegos140
137 Confira Provérbios 17.22

138 Mateus 23.24
139 Mateus 19.24; Marcos 10.25 e Lucas 18.25
140 Lucas 6.39

Mortos que sepultam mortos141
Uvas de espinheiros142
Argueiro e trave no olho143
O senso de humor de Cristo era sempre usado para esclarecer e
aumentar a compreensão; jamais para ferir. Pode ser tomado, por-
tanto, como modelo insuperável para os cônjuges.
Os efeitos de uma boa risada: um remédio infalível

Nosso corpo vive intensas modificações apenas com uma boa risada.
Os pulmões, por exemplo, podem multiplicar quatro vezes sua capacida-
de receptora de oxigênio. Isto, por sua vez, produz mais adrenalina com
consequente benefício para os asmáticos devido à sua função bronco-di-
latadora. Também os órgãos do sistema digestivo são beneficiados. Fíga-
do, pâncreas, intestino e os músculos que os envolvem produzem maior
quantidade de sucos, melhorando consideravelmente a digestão.
O coração, ao bater mais rápido, acelera a circulação do sangue, di-
minuindo a pressão arterial e facilitando a eliminação de toxinas. O cé-
rebro também colhe os efeitos de uma boa risada quando o hipotálamo,
ao liberar mais endorfinas, produz processos analgésicos. Neurologistas,
como Lee Berk, afirmam que rir é de grande ajuda na produção de uma
resposta imunológica mais favorável no combate ao estresse. Enfim, uma
boa risada funciona melhor do que uma bateria de remédios.
Em Neemias 8.10 está escrito: “A alegria do Senhor é a nossa
força”. Todos nós precisamos do “elixir do humor” para sobrevi-
ver. O casamento não pode ser colocado em uma camisa de força,
projetada para nos impedir de gozar a vida mutuamente.
141 Mateus 8.22

142 Mateus 7.16 e Lucas 6.44
143 Mateus 7.4 e Lucas 6.41

Não aguento mais o mau humor pré-
menstrual da minha esposa. (Marido)
Erro 054
erros e conflitos
Não se controlar quando
os hormônios atacam
Quando há flutuações emocionais:

a TPM - Tensão Pré-menstrual
Durante o ciclo menstrual, é comum ocorrer flutuações emocio-
nais, principalmente durante os quatro ou cinco dias que antecedem
a menstruação. Isto acontece por causa das mudanças nos níveis de
estrogênio e progesterona. É quase certo que metade das mulheres
que menstruam regularmente tenham dores de cabeça, dores nas
costas, cólicas, tensão, irritabilidade ou depressão. No entanto, ape-
nas 10% das mulheres sofre problemas a ponto de terem suas ativi-
dades normais interrompidas devido às mudanças pré-menstruais.
Alguns médicos encontraram uma forma simples de explicar o
efeito que os hormônios têm sobre a mulher nessa época do mês.
Eles equiparam estrogênio (E) à “energia”, e progesterona (P) à
“paz”. Simplificando, as mulheres são mais extrovertidas e ativas na
primeira parte do ciclo menstrual, quando os níveis de estrogênio
estão altos. Gradualmente, na segunda metade do ciclo, elas se tor-
nam mais passivas e, às vezes, deprimidas, pois nessa época o nível
de progesterona eleva-se. Quase sempre a progesterona acalma o
nervosismo e a irritação que costumam atacar as mulheres antes da
menstruação, quando os níveis de estrogênio estão altos.

O tratamento para os problemas menstruais deve ser o recomen-
dado pelo médico, e na maioria das vezes é relativamente simples.
Como conviver com as flutuações emocionais a fim de evi-
tar situações de descontrole no relacionamento, na família e no
ambiente profissional, e procurar levar uma vida normal? Inicial-
mente, o mais importante é saber o que está acontecendo com
o seu corpo em cada época do mês. Ninguém pode exercer seu
papel com um bom desempenho profissional, social ou familiar
se não conhecer suas características. Para a mulher, isso significa
basicamente falar em hormônios, que podem mudar, e significati-
vamente, o seu humor.
Se a mulher sabe que a mudança dos hormônios provocará
alterações significativas no seu humor, a primeira tarefa é anotar
no calendário o dia em que começar a ficar mais irritada. Nessa
fase, ela deve evitar quaisquer discórdias com o cônjuge, filhos,
parentes, chefes e subordinados, sendo isto primordial para não
detonar o estopim das discussões, pois a tendência é querer “la-
var a roupa suja” e não deixar nada para trás, sem pudores nem
reservas. Engolir em seco tornará mais fluída a convivência e
resultará em menos trabalho para consertar os estragos quando
a fase passar.
Discutir assuntos sérios, decisões importantes, definições extra-
ordinárias nesse período é algo temeroso, e é conveniente que se
aguarde a tensão passar. Se a esposa estiver nessa fase e começar a
dar sinais de irritabilidade e pouca paciência, o marido deve levar os
filhos para passear, afastando a possibilidade de agressões verbais
mútuas sem sentido. A TPM pode passar, mas o que foi dito ou
feito poderá dar trabalho para desfazer os danos causados.
Se estiver diante de uma situação difícil, é fundamental que a mu-
lher refreie-se e aprenda a controlar-se, procurando adiar a solução

para o período pós-menstrual, quando seu comportamento certa-
mente será diferente. No ambiente profissional, é preferível solicitar
um tempo ao chefe para analisar melhor o assunto do que falar um
desatino e perder o emprego.
Os exercícios físicos ajudam bastante porque reduzem a tensão
erros e conflitos
e podem melhorar a autoestima. Fazer ginástica, ler um bom livro,
dar um passeio ou arrumar um armário, podem fazer a mulher sen-
tir-se melhor.
Marido, se a convivência com a esposa nesses dias é uma tarefa
complexa, é uma boa oportunidade de exercer a mansidão e o do-
mínio próprio a fim de evitar confrontações e desentendimentos.
Entenda que o problema na realidade não é com você, pois é uma
questão hormonal, que faz parte da realidade feminina, não sendo
exclusividade de sua esposa. E agora que você entende a situação,
não dê motivos para que as discórdias surjam e trate-a com muito
mais amor e carinho.
Evite pequenas discórdias – se será arroz ou macarrão, por exem-
plo, tanto faz. Não dê qualquer oportunidade de desgaste. Aprovei-
te a fase para ler um bom livro144 e, se apesar de seus esforços a
confusão aparecer, faça de conta que as palavras que você ouviu
tiveram um erro de tradução e que, na verdade, são uma declaração
de amor e de dependência de você. Tenha ânimo, pois é só um pe-
ríodo por mês. Lembre-se de seus votos: “na saúde e na doença, no
bom humor e na TPM”.
144 O Triunfo da Família de Josué Gonçalves é uma sugestão

Eu tenho dificuldade em perdoar e
ela(e) nunca me pede perdão quando erra.
(Marido/ Esposa)
Erro 055
Não perdoar
Porque se vocês perdoarem aos outros quando eles ofenderem a vocês, o Pai
de vocês, que está no céu, também perdoará vocês. Mas, se não perdoarem
aos outros, o Pai de vocês também não perdoará as ofensas de vocês.145
Quando prevalece a dureza de coração

Já ouvi algumas esposas dizerem: “Ele me agrediu fisicamente
e eu não consigo perdoá-lo”. Às vezes, é o marido é quem diz: “O
que ela me disse é imperdoável”. Não existe casamento que sobre-
viva às pressões sem o exercício constante do perdão. Perdoar não
é uma opção, é uma questão de “sobrevivência”. Só a força do per-
dão é capaz de reconstruir o que muitas vezes destruímos. Perdoar
é manifestar a graça que a nós foi dada por Deus. Só perdoa quem
vive consciente de que foi perdoado graciosamente.
É impossível conviver sem perdão.

Quando o casal não conhece o caminho do perdão, começa
a juntar-se um acúmulo de ressentimento, ódio, sentimento de
vingança. As pessoas tornam-se amargas, cínicas, mal-humora-
das e insatisfeitas. E tudo isso pode gerar doença física, pois o
145 Mateus 6.14, 15

corpo é o espelho da alma. São as doenças “psicossomáticas”.146
Quando o perdão não prevalece, Jesus é posto para o lado de
fora, outro ocupa o seu lugar e o resultado final é a “morte”
conjugal. Perdoar é a graça de cancelar as dívidas do outro, res-
taurando a comunhão.147
erros e conflitos
o perdão e a cruz de cristo
A cruz de Cristo é onde o mundo, a carne e o diabo foram ven-
cidos e continuam a ser vencidos.148 Ela é a base de nossa salvação,
como também de nossa santificação e nossa cura. Além da vida
eterna, e da vitória na batalha espiritual, recebemos três dons ines-
timáveis por meio da cruz de Cristo: o perdão, a substituição divina
do nosso caráter pelo dEle e uma nova identidade.149
O primeiro benefício da cruz para a pessoa ferida é o perdão,
cuja raiz encontra-se na própria cruz. Para entender o que é o per-
dão temos que entender a cruz. Fora dela, Deus não pode nos per-
doar. O sangue de Jesus, a cruz de Cristo, é a base do perdão. A cruz
custou a Deus tudo o que Ele é e tudo o que Ele tem – o perdão
não é barato.
A saúde emocional e conjugal está condicionada à capacidade
e à predisposição para perdoar e pedir perdão. Quando paramos
para meditar na cruz, podemos entender melhor a profundidade
do perdão. Jesus intercedeu na cruz: “Pai, perdoa-lhes, pois não
sabem o que estão fazendo”.150 Toda pessoa ferida, não importa
quão profundo tenha sido seu trauma, pode ter uma nova espe-
rança ao saber que Jesus sofreu tanto quanto ela, além de sofrer
146 Salmo 103.3

147 Confira Mateus 10.8
148 Colossenses 2.13, 15
149 Confira 1Coríntios 1.17; 2.2
150 Lucas 23.24

com ela e por ela, e superou este sofrimento para tornar-se nossa
fonte de cura.151
Quem não perdoa destrói a si mesmo; nunca restaura o que foi
quebrado, nunca alcança cura integral, não tem o perdão de Deus
e coloca-se debaixo do juízo.152 Quando não há espírito de perdão,
qualquer motivo leva à separação;153 destrói-se a unidade do casal;154
prevalece a dureza do coração.155
O caminho do perdão é o caminho dos heróis da graça e da qua-
lidade de vida do casal e da família.
Ele pede perdão todo dia,

mas erra toda hora. (Esposa)
Erro 056
Pedir perdão da boca para fora
Há várias hábitos que a sociedade digital e acelerada de nossos
dias desenvolveu. Um deles é falar ou repetir as coisas mecanica-
mente. Estamos tão acostumados a repetir tarefas que nem nota-
mos quando fazemos algumas coisas “inconscientemente”.
As pesquisas em neurociência comportamental indicam
que somos dirigidos pelo inconsciente. E isso se dá à base de
95% contra 5% de tempo que passamos conscientes! Assim,
151 1Pedro 2.21-25

152 Confira Mateus 6.15; 18.21-35

agimos aparentemente “ligados”, quando na verdade estamos
em stand by.
No mundo espiritual, no Reino de Deus, não há como burlar a
segurança do Espírito Santo. Homens e mulheres que falam coisas
da boca para fora não têm álibi a seu favor. Pode parecer que pedir
erros e conflitos
perdão a toda hora sem a intenção de mudar seja sinal de imaturi-
dade, e em certo sentido pode ser. Mas na maioria dos casos, trata-
se de falta de arrependimento do pecado cometido. Recentemente,
soube de um caso em que o marido envolveu-se com drogas e a es-
posa tentava ajudá-lo a ser libertado. Sempre que a esposa dizia que
iria deixá-lo, ele dizia que estava arrependido. A família procurou
um pastor que há trinta anos trabalha na recuperação de dependen-
tes químicos e apresentou o caso. Um cunhado do marido pergun-
tou se deveria ser amoroso ou não com ele, e o pastor respondeu:
“Sim, confronte-o com a verdade, porque ele não ama a esposa. Ele
ama as drogas mais do que a própria esposa, e está repetidamente
demonstrando isso”.
Pessoas podem falar coisas da boca para fora porque ajustam
suas mentes para que pareça verdade. A psicologia tem vários estu-
dos e nomes de distúrbios para a mentira: Síndrome de Pinóquio,
dissimulação, falsidade ideológica, mitomania, Síndromes de Mun-
chausen e de Ganser entre outras.
Em ambos os casos é preciso reconhecer o problema, seja ima-
turidade ou mentira por falta de arrependimento. Se o caso for de
imaturidade, é preciso voltar-se para Deus em busca de crescimen-
to. A maturidade espiritual do cristão é um processo, e precisa ser
desenvolvida: “Assim, meus amados, como sempre obedecestes,
não somente na minha presença, porém muito mais agora na minha
ausência, realizai a vossa salvação com temor e tremor”.156 O verbo
156 Filipenses 2.12

“realizai” aqui tem o sentido de desenvolver.157 À medida que cres-
cemos no temor e no tremor de Deus, vemos que é preciso tomar
atitudes que “acompanhem” as palavras de nossas declarações, e
não somente falar da boca para fora.
O outro caso é mais delicado. É quando a pessoa não está arre-
pendida dos seus atos e usa encenações para apaziguar a situação
em sua casa e casamento. Há pessoas que se sentem confortáveis
com a vida dupla, com a mentira, com a falsidade e o adultério. Nes-
ses casos é preciso arrependimento e conversão. Quando o cônju-
ge pede perdão, deve firmar um propósito de não cometer mais o
mesmo erro. Caso contrário, ficará sempre a impressão de que se
está brincando com o sentimento do outro, o que não é saudável
para ninguém. Marido e mulher devem sempre levar muito a sério
o sentimento um do outro, pois as emoções podem adoecer e o seu
agravamento leva a quadros de depressão, destruição da autoima-
gem, quando não a condições mais críticas.
Veja no Índice deste livro outras respostas que podem eluci-
dar melhor o que pode ser feito caso os falsos pedidos de perdão
estejam associados a outros desvios de comportamento. Mante-
nha, porém, a esperança, a confiança de que para o Senhor não há
quadros irreversíveis.
157 Em algumas versões já foi traduzido assim.

VI. Situações difíceis
o meu relacionamento conjugal é “uma

droga”. Tenho quase certeza de que se trata de
erros e conflitos
uma maldição hereditária. (Marido/ esposa)
Erro 057
Pensar que seu casamento é uma
maldição hereditária
Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do
Onipotente descansará. [...] Nenhum mal te sucederá, nem praga (maldição)
alguma chegará à tua tenda.158
Quando um engano torna-se desculpa para o fracasso

Após concluir uma palestra em uma cidade do Rio Grande do
Sul, uma jovem senhora aproximou-se de mim e disse: “Pastor,
meus avós se separaram, meus pais se divorciaram e estou casada há
alguns meses. Será que o meu casamento terá o mesmo fim? Estarei
debaixo de uma maldição hereditária?”.
Esta é a dúvida de centenas de casais. Eu lhe disse: “Se você é
uma nova criatura em Cristo, cumpre-se na sua vida o Salmo 91.1,
2, 10 – ‘Aquele que habita (mora) no esconderijo do Altíssimo, des-
cansa à sombra do Onipotente, diz ao Senhor: Meu refúgio e meu
baluarte, Deus meu, em quem confio. Pois ele te livrará do laço do
158 Salmo 91.1, 10 (ênfase acrescentada)

passarinheiro. Nenhum mal te sucederá; praga [maldição] nenhuma
chegará à sua tenda’ (ênfase acrescentada)”.
Muitos cristãos precisam crer nesta verdade, a fim de libertarem-
se do medo das maldições hereditárias e buscarem ações efetivas
para resolver seus conflitos familiares.
Muitas vezes é extremamente confortável atribuir o fracasso de
um relacionamento a alguma ação externa, sobre a qual a pessoa
não tem nenhum poder. Culpar o invisível não ajuda a sanar os con-
flitos da relação. Se a esposa ou o cônjuge imitam o comportamen-
to dos seus antepassados, podemos chamar de “comportamento
aprendido” e o desafio é localizar essas repetições e tratá-las com a
cruz de Cristo.
Uma indicação clara de que não haverá maldição hereditária no
seu casamento, ou em qualquer casamento que esteja ajustado a
isso, é que ele começou no altar diante do Senhor. Quase cem por
cento dos casamentos de cristãos, cuja cerimônia é feita por um
pastor e os noivos pedem a bênção do Senhor, são de pessoas con-
vertidas ao Evangelho. E quando acontece a conversão, cumpre-se
o que Paulo escreveu aos Gálatas: “Cristo nos resgatou da maldição
da lei, tornando-se maldição em nosso favor, pois está escrito: Mal-
dito todo aquele que for pendurado em um madeiro”.159
A conversão por si mesma rompe todo e qualquer ciclo de mal-
dição que tenha existido anteriormente na vida de uma pessoa. Pois
o que é a maldição senão a ausência da bênção? E essa ausência de
bênção existe porque a pessoa está na desobediência e carece de
conversão. O livro do Deuteronômio estabelece as bases da bênção
e da maldição no Antigo Testamento, e no capítulo 30 lemos que a
situação de maldição é desfeita quando ocorre a conversão.
159 Gálatas 3.13

Quando te acontecerem todas essas coisas, a bênção ou a mal-
dição [...] e te converteres ao SENHOR, teu Deus, e obedeceres à sua voz
conforme tudo o que hoje te ordeno, tu e teus filhos, de todo o teu
coração e com toda a tua alma o SENHOR, teu Deus, te fará voltar
do teu cativeiro.160
erros e conflitos
Quando a pessoa está distante do Senhor, ela não desfruta da
sua poderosa proteção, ou seja, ela “não habita o esconderi-
jo do Altíssimo”. Dessa maneira, as maldições existentes, an-
teriormente cultivadas e desenvolvidas na sua família, podem
livremente atingi-la. Mas quando o ciclo é quebrado, quando
essa sequência hereditária de vidas afastadas do Senhor é rom-
pida, não restam mais motivos nem quaisquer vínculos que
possam prender a pessoa ao seu passado – ela é atraída para
debaixo da proteção do Altíssimo e passa a habitar o seu es-
conderijo e a desfrutar da proteção todo-poderosa de Deus.
Consequentemente, o seu casamento não está sujeito à ação
de qualquer maldição, mas desfruta da bênção e da graça do
Senhor. Veja que maravilha é esse aspecto da obra do Senhor
em nossas vidas.
Peçam perdão por pecados que tenham cometido, localizem e

estudem os textos bíblicos que tratam da questão do perdão, bus-
quem ajuda de um casal de cristãos mais experientes e mudem.
160 Deuteronômio 30.1-3 (ênfase acrescentada)

Casei com a pessoa errada. (Marido/Esposa)
Erro 058
Achar que o problema é o outro
Casamento não é achar a pessoa certa,

mas sim ser a pessoa certa.
A aproximação de duas pessoas para o casamento pode envolver
uma ilusão perigosa. Cada um desenvolve um verdadeiro trabalho
de “fantasia” em relação ao outro, atribuindo-lhe qualidades e carac-
terísticas que ele não tem e ignorando defeitos e marcas negativas
que todos temos. Stendhal dizia que o romance é como o espelho,
oferece-nos as imagens da realidade. Esta aparece mais ou menos
deformada, de acordo com as características do espelho.
É por esta razão que o momento da escolha é um momento
crítico da formação do ser-conjugal. A partir dali, o dia a dia estará
imerso na realidade e não na fantasia. A felicidade terá de ser recon-
quistada a cada momento. A compreensão desta realidade é de fun-
damental importância para que a pessoa possa olhar para o cônjuge
e para si mesmo de forma correta.
Quando o cônjuge deixa de “buscar a pessoa certa” e se preocu-
pa em “ser a pessoa certa”, aí então começa a perceber que é pos-
sível ser feliz no casamento. Isso porque a felicidade não mais de-
penderá das circunstâncias exteriores, dos fatores externos, alheios
a si. Imagine que perigo é confiar a própria felicidade às mãos de
outra pessoa, seja ela quem for! Ou seja, você não pode entrar no
casamento esperando que a outra pessoa faça você feliz; você deve

casar-se sabendo que seus problemas, crises e traumas não podem
ser resolvidos com o casamento. O casamento não é terapia. É um
exercício muito importante, portanto, mudar a nossa própria manei-
ra de ver a questão, tomando como incentivo o modelo de Cristo.
O Senhor procurou sua noiva, a Igreja, porque Ele tinha a solução
para ela, que é a salvação. Só Cristo pode dar a sua vida pela Igreja.
erros e conflitos
Você está disposto a dar a sua vida por outra pessoa?
Uma passagem bíblica vem à minha memória. Estou pensando
em Filipenses 2.5-11, que começa com o conselho de Paulo para
que tenhamos o mesmo sentimento que houve também em Cristo.
E qual foi esse sentimento? Ele não considerou a si mesmo nem a
sua vontade e conforto superiores à nossa condição decaída. Nós
todos estávamos mortos em nossos pecados e delitos, mas Jesus
saiu da sua “zona de conforto”, esvaziando-se da glória que tinha
junto ao Pai, e humilhou-se a si mesmo em nosso favor. Assim, ele
pôde nos redimir e, em seguida, o Pai o restaurou à antiga posição,
dando-lhe um nome acima de todos os nomes.
Transferir para o outro a responsabilidade pelos problemas no
casamento pode provocar mais ira, pois também temos os nossos
defeitos e precisamos encará-los. Quando não fazemos isso, a ima-
gem que passa é de uma falsa superioridade, um “ar de santidade”
que pode distanciar ainda mais as pessoas – e isso vale para a nossa
vida social também, não só no casamento.
Se Paulo diz que devemos cultivar o mesmo sentimento de Cris-
to, penso que também as consequências positivas e abençoadoras
desse esforço farão parte dos resultados. Tome, portanto, a iniciati-
va de ser você a pessoa certa.

Casamento abalado é, necessariamente,
casamento infeliz? (Esposa / Marido)
Erro 059
Achar que qualquer tensão
é o fim da relação
Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica,
assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha.161
Quando a proximidade com o conflito

rouba a visão da solução
O casamento é a união de dois seres imperfeitos, vindos de dife-
rentes contextos, famílias e culturas. O atrito é inevitável, mas se o
casamento for de pessoas nascidas de novo, elas terão uma terceira
Pessoa para mediar e reforçar a relação. Sempre haverá saída para
as discordâncias e é preciso ser flexível por cima com uma base
inabalável por baixo.
Toda estrutura que é rígida e inflexível tende a quebrar com o
primeiro abalo. Toda construção de pontes ou prédios tem uma
certa flexibilidade para não quebrar com o primeiro movimento
ou abalo. Por mais maduro que seja o casal, todos estão sujeitos
a momentos de grandes pressões e tensões na relação, e estejam
certos de que as pressões e tensões irão surgir ao longo da sua
jornada no casamento. Não se iludam pensando que passarão por
toda a vida incólumes.
161 Mateus 7.24

As razões são as mais diversas, mas é exatamente nesses mo-
mentos que se pode testar sobre qual base o casal está edificando a
casa. “Rocha” ou “areia”?162 É preciso ter flexibilidade nas coisas
que não levam ao pecado – cor da parede, marca do carro, menu
do jantar, local de viagem das férias, entre outras mais – e firmeza
nos valores bíblicos – falar a verdade, ser honesto, ser trabalhador.
erros e conflitos
Quando existe uma base sólida e flexibilidade, certamente tudo vol-
tará ao normal assim que passar a tempestade. Afinal, é a base que
determina a estabilidade da construção. Quando Jesus disse aquilo
que está registrado em Mateus 7.24,163 ele se referia à realização de
toda a obra de construção da vida cristã, incluindo o casamento, que
é uma instituição divina.
Orientar a vida amorosa do homem e da mulher com a direção
segura da Palavra de Deus leva à formação de casais e famílias com
a tendência de suportar melhor os ventos contrários. Isto porque
os casais que admitem a orientação da Palavra de Deus não são fa-
cilmente levados por conselhos infelizes de amigos e parentes, que
muitas vezes nem mesmo têm uma vida que sirva como modelo a
ser seguido.
Permitir que as bases do nosso relacionamento matrimonial e
familiar estejam firmadas nas verdades de Deus assegura a presença
dos valores que o Espírito Santo implanta em nós, valores como
paciência, facilidade para perdoar, tolerância, paz, amor, coisas que
já não são vistas nos casamentos que hoje seguem a moda do dia.
Qualquer casamento, portanto, está sujeito a ser alvo de proble-
mas leves e crises mais intensas, sem distinção de qualquer natureza.
O grande “pulo do gato” é que os cristãos maduros e tementes a
Deus dispõem de ferramentas que os demais casais, que não temem
162 Alusão a parábola da construção usada por Jesus no final do Sermão da Montanha em
Mateus 7.23-27.
163 Sugiro que você leia os versículos 24 a 27

a Deus, não estão dispostos a usar. Sendo vocês cristãos e tementes
a Deus, encarem as coisas com maturidade e flexibilidade, ajustando
sua vida aos desafios que a Palavra de Deus apresenta a cada um.
Se procurarem ouvir testemunhos de cristãos mais experientes,
cujo casamento e o lar foram orientados pelos valores do Reino,
verão com que alegria e convicção darão testemunho de que a mão
de Deus sempre foi com eles e as coisas sempre se encaixaram.
Ela(e) vive falando em separação por

qualquer motivo. (Marido/Esposa)
Erro 060
Ter uma visão superficial do divórcio
Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher,
não sendo por causa de fornicação, e casar com outra, comete adultério;
e o que casar com a repudiada também comete adultério.164
Quando a possibilidade de divórcio se avizinha

Infelizmente, muitas pessoas lidam com a questão do divórcio
sem pensar com profundidade sobre suas consequências.
164 Mateus 19.9

o Divórcio165
O divórcio do ponto de vista histórico – secular. Divórcio é
a dissolução absoluta da sociedade conjugal, que anula seus efeitos
civis e permite aos cônjuges que se casem novamente. A possibilidade
de dissolução do vínculo matrimonial foi, durante décadas, motivo
erros e conflitos
de acirradas controvérsias no Brasil e em outros países. Nos últimos
anos do século XX, no entanto, o fim da sociedade conjugal era aceito
praticamente no mundo inteiro. Na maioria das culturas se permitiu
e se permite o divórcio, mas ainda existem países onde a autoridade
religiosa tradicional encara o casamento como indissolúvel.
Na Roma antiga, marido ou mulher podiam acabar o casa-

mento sem manus (poder autoritário do marido sobre a mulher),
enquanto que no casamento com manus, somente o homem podia
divorciar-se. Nas tribos germânicas se atribuía à noiva um valor eco-
nômico: o homem podia divorciar-se, mas ficava sujeito a sanção
financeira. A proibição do divórcio imposta durante a Idade Média
na Europa, em grande parte por obra da Igreja Católica, foi derru-
bada pela revolução francesa.
No Brasil, nem a Constituição de 1824 (imperial) nem a de

1891 (primeira carta republicana) faziam referência à dissolução do
vínculo matrimonial. Já a Constituição de 1946 e a emenda n.º 1,
de 1969, consagravam a indissolubilidade do casamento. O direito
ao divórcio no Brasil foi resultado, em grande parte, de uma série
de campanhas que se estenderam ao longo de décadas, nas quais
se destacou a atuação do deputado Nelson Carneiro. A mudança
165 Extraído do artigo Os mandamentos do Novo Testamento referentes ao divórcio e novo
casamento, do Prof. José Mathias Acácio. Constava no site http://www.portalebd.org.br/principal/
estudos-biblicos/item/393-os-mandamentos-do-novo-testamento-referentes-ao-div%C3%B3rcio-e-
novo-casamento-prof-jos%C3%A9-mathias-ac%C3%A1cio-%E2%80%93-faesp em 24/10/2013.

ocorreu com a aprovação da emenda constitucional n.º 9, de 28 de
junho de 1977, que modificou a redação do art. 175, parágrafo 1º da
Constituição, e estabeleceu que o casamento podia ser dissolvido,
nos casos expressos em lei, desde que houvesse prévia separação
judicial por mais de três anos. O divórcio foi posteriormente regu-
lamentado pela lei 6.515, de 26 de dezembro de 1977, que limitava
sua concessão a uma única vez por pessoa e exigia, como condição
prévia, cinco anos de separação. Com isso, desapareceu do direito
brasileiro o instituto jurídico do desquite (judicial ou amigável). A
Constituição de 1988 facultou a dissolução do casamento civil após
prévia separação judicial por mais de um ano, nos casos expressos
em lei, ou comprovada separação de fato por mais de dois anos.
Uma visão bíblica do divórcio.

Penso que o artigo Divórcio e segundo casamento, escrito pelo pastor
Josimar Salum Gouvea, traz-nos uma compreensão muito clara so-
bre o que a Bíblia diz sobre o assunto.
Em Mateus 5.31, 32 lemos:
Também foi dito: Qualquer que deixar a sua mulher dê-lhe car-
ta de desquite. Eu porém vos digo que qualquer que repudiar
sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz com que
ela cometa adultério, e qualquer que casar com a repudiada,
comete adultério.
Deuteronômio 24.1 estabelece que, segundo a lei mosaica, um

homem pode repudiar sua mulher “se não achar graça em seus
olhos, por achar nela coisa feia”. E mais, reconhece que esta mulher
poderia ser de outro marido: “Se, pois, saindo da sua casa for e se
casar com outro marido” (v. 2).

Adultério significa infidelidade conjugal. Adúltero é quem viola
ou violou a fidelidade conjugal. De acordo com a lei mosaica, no
caso do marido despedir sua mulher e dar-lhe carta de divórcio, a
mulher com a carta de divórcio (escrito de repúdio) estava livre para
ser de outro marido. Entretanto, se o segundo marido morresse, ela
não poderia voltar a ser do primeiro marido, pois já havia sido con-
erros e conflitos
taminada. Sendo divorciada do primeiro marido, porém, poderia ser
de outro marido.
O segundo casamento não era considerado adultério nem o po-
deria ser. Se assim fosse, a lei mosaica estaria regulamentando a
infidelidade conjugal e não o segundo casamento. Em Romanos
7.1-3 está escrito:
Não sabeis vós, irmãos (pois que falo aos que sabem a lei) que
a lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo que vive?
Porque a mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele viver,
está-lhe ligada pela lei; mas morto o marido, está livre da lei do
marido. De sorte que, vivendo o marido, será chamada adultera
se for de outro marido; mas morto o marido, livre está da lei e
assim não será adúltera se for de outro marido.
Este texto claramente ensina a fidelidade conjugal no casamento. A

mulher que está sujeita ao marido é chamada de adúltera se for de outro
marido. Porque a mulher está presa à lei do marido enquanto ele viver.
Os fariseus tentaram a Jesus fazendo-lhe a seguinte pergunta:
É lícito ao homem repudiar a sua mulher por qualquer motivo?
Jesus porém disse-lhes: “Não tendes lido que Aquele que
os fez no princípio, macho e fêmea os fez. E disse: Portanto,
deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher e serão os
dois numa só carne? Assim não são mais dois, mas uma só
carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.
Disseram-lhe eles: Então por que mandou Moisés dar-lhe car-
ta de divórcio e repudiá-la? Disse-lhes Ele: Moisés, por causa
da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas

mulheres, mas no princípio não foi assim. Eu vos digo, porém,
que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de
prostituição, e casar com outra, comete adultério e o que casar
com a repudiada também comete adultério. Disseram-lhe seus
discípulos: Se é assim a condição do homem relativa à mulher
não convém casar. Ele porém lhes disse: Nem todos podem
receber esta palavra, mas só aqueles a quem foi concedido.166
Leia também o texto paralelo no Evangelho de Marcos 10.1-12.

Em Mateus 5.31, 32, Jesus ensina dois conceitos básicos a res-
peito de casamento. Primeiro, que o casamento é indissolúvel.
E, segundo, que a fidelidade conjugal é a base do sucesso de um
casamento. A fidelidade conjugal precisa ser preservada a qual-
quer custo. A fidelidade conjugal é a vontade de Deus. Mas por
causa da dureza do coração do homem, Moisés regulamentou
a lei do divórcio, estabelecendo que por qualquer motivo o ho-
mem poderia repudiar sua mulher e que a mulher poderia ser de
outro marido. Isto afirmo conforme o que está escrito em Deu-
teronômio 24.1-5. De fato, segundo a lei, a mulher poderia ser
do segundo marido, mas seria considerada contaminada de tal
modo que se o segundo marido morresse, ela não poderia mais
vir a ser do primeiro marido. A contaminação e abominação
citadas neste texto dizem respeito a ter-se casado pela segunda
vez e não a ter cometido adultério casada pela segunda vez.
Adultério é infidelidade conjugal. A lei que a ligava ao primeiro
marido havia sido quebrada pela lei do divórcio. Estava, pois,
livre para casar-se com outro e não estaria cometendo adulté-
rio.167 Jesus disse: “Eu porém vos digo...” Jesus estava dizendo:
“Moisés disse isto, mas Eu, porém, vos digo, que qualquer que
repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e se
casar com outra, comete adultério e o que casar com a repudia-
da também comete adultério”.
166 Mateus 19.3-12

167 Deuteronômio 24.2, 3

Jesus declara que o divórcio veio a existir por causa da dureza
do coração do homem. Não foi assim no princípio. E mais, o
plano de Deus é a reconciliação, o perdão e a restauração do lar.
O Evangelho é sempre a boa nova da reconciliação: reconcilia-
ção do homem com Deus e reconciliação do homem com seu
semelhante. Jesus, porém, afirma que é lícito o homem repudiar
erros e conflitos
sua mulher por causa de prostituição e vice-versa. Entretanto,
se alguém comete atos sexuais ilícitos extraconjugais, dá o direi-
to ao cônjuge de repudiá-lo.
Ou o marido/a esposa perdoa, ou jamais poderão casar-se no-
vamente, pois nesta situação casar-se com outro/outra é co-
meter adultério. Por isto, os discípulos acostumados ao texto
da lei mosaica replicaram que “se esta é a condição do homem
relativamente à mulher, não convém casar-se”, ao que Jesus re-
trucou dizendo: “Nem todos podem receber esta palavra, mas
só aqueles a quem foi concedido”.168
Jesus mostra que se o homem repudiou a sua primeira mulher,
não sendo por causa de prostituição, e casou-se com outra, co-
meteu adultério e vice-versa. É preciso salientar ainda que Jesus
esclarece que se o homem repudiar sua mulher e vice-versa, e
somente poderá repudiá-la por causa da prostituição, e se casar
com outra, não estará cometendo adultério, entretanto “qual-
quer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prosti-
tuição, e casar-se com outra, comete adultério”.
Concluindo, desejo enfatizar que o divórcio é abominado por
Deus, “porque o Senhor Deus de Israel diz que aborrece o re-
púdio...”.169 Contudo, diante da realidade de um casamento dis-
solvido pela infidelidade conjugal, Jesus asseverou que a lei de
divórcio que Moisés regulamentou170 não estava sendo abolida
por ele171. A lei de divórcio foi esclarecida e o processo de se-
paração dificultado, pois já não seria mais por qualquer motivo
168 Mateus 19.10, 11

169 Malaquias 2.16
170 Confira Deuteronômio 24.2, 3
171 Mateus 5.17

que o homem poderia se divorciar para casar-se com outra, mas
somente por causa da prostituição.
Se um dos cônjuges cometeu adultério, somente neste caso, e
mesmo assim se a reconciliação tão ensinada pelo Evangelho
não for possível, o homem ou a mulher está livre para divor-
ciar-se e o divorciado ou a divorciada poderá casar-se, pois não
estará cometendo adultério. Mas depois de casada novamente,
nunca mais poderá ser do primeiro marido ou da primeira es-
posa. O homem comete atos sexuais ilícitos quando toca numa
mulher que não é dele, pois não está casada com ele segundo a
lei. E Deus não nos chamou para a confusão e a impureza, mas
nos chamou para a paz e a santificação.172
O divórcio não é o fim do fim

Por causa de um casamento infeliz, são muitas as pessoas que so-
nham com uma vida nova “AD” — Após Divórcio. Se não levarmos
a sério alguns pontos imprescindíveis sobre o divórcio, correremos o
risco de banalizar o casamento. Não foi por acaso que o profeta Ma-
laquias escreveu: “Porque o Senhor, o Deus de Israel, diz que odeia
o divórcio”.173 Deus não odeia os divorciados, mas o divórcio. Se de-
pendesse só de Deus, com certeza, não haveria o divórcio.
Judith Wallerstein, uma das maiores autoridades sobre as con-
sequências do divórcio no mundo, descreve o divórcio como uma
cadeia de eventos. Segundo ela, a separação envolve uma série de
mudanças legais, sociais, psicológicas e sexuais, complexamente vin-
culadas, que se estendem por um período de tempo mais longo do
que a maioria das pessoas têm consciência. Todas essas mudanças
requerem adaptações, insiste a Dra. Wallerstein, e acrescenta: “Mu-
dança é quase sempre estressante, mesmo nas melhores circunstân-
172 Confira 1Coríntios 7.15 e 1Tessalonissenses 4.7

173 Malaquias 2.16

cias”. Ela continua: “Quando todas estas mudanças — de vizinhan-
ça, de emprego, de escolas, de amigos, de padrão de vida... e a lista
contínua indefinidamente — são impostas sobre os indivíduos pelo
divórcio, elas se tornavam terrivelmente esmagadoras, mesmo para
o cônjuge que desejava a separação em primeiro lugar”.
erros e conflitos
Não existe divórcio indolor
José Benedicto Maroni, médico e psicoterapeuta, falando sobre
A mesma carne, corpos distintos: a separação, disse:
Apesar da sentença bíblica e do veredicto da história, tempo
vem em que os membros de um casal entendem que são cor-
pos distintos e empreendem movimentos de liberação indi-
vidual que podem resultar na separação. Melhor seria dizer
dilaceramento; tantas são as perdas envolvidas na separação
“da mesma carne”, mesmo para aqueles que ostentam grande
alívio e euforia.
O divórcio é um processo e não um evento. Por que não é “o fim

do fim”? Um divorciado expressou o que representa o sentimento
de muitos: “Acho que a morte é mais fácil de suportar do que o
divórcio porque nela existe um fim. Esta coisa de divórcio simples-
mente não acaba”. Segundo Esther Oshiver Fisher, autora do livro
Divórcio: a nova liberdade, após o divórcio, os sentimentos iniciais de
alívio e a atitude de “feliz para sempre” logo se desvanecem e uma
reação muito parecida com o sofrimento ocorre.
O divórcio é a morte de um casamento, no qual o marido e a
esposa, juntamente com os filhos, são os enlutados... o tribunal é o
cemitério onde o caixão é lacrado e o casamento morto é enterrado.

A separação afeta a saúde
As pessoas divorciadas consultam mais os médicos, vão mais ve-
zes aos hospitais, ficam lá mais tempo e faltam mais ao serviço por
enfermidade. Segundo pesquisas feitas por Robert L. Barker, autor
de Tratando casais em crise, as pessoas divorciadas morrem mais cedo.
Um “novo começo” para os filhos?

Os que mais sofrem com a separação são os filhos. Para eles, é o
início de uma vida dividida entre os pais divorciados, um novo pa-
drasto ou madrasta, meios irmãos e irmãs, meios avós. O divórcio
é sempre ruim para os filhos. Talvez seja por isso que as estatísticas
apontam que os filhos de pais separados têm a tendência de sepa-
rar-se no futuro, quando se casam.
Quase sempre, não há ajuda para os feridos.

O nascimento, o casamento e a morte têm rituais formais, mas
o divórcio não. Uma das razões por que amigos e parentes não aju-
dam é que quase sempre não sabem o que fazer.
Se os casais ponderassem mais sobre as perdas irreparáveis, as
consequências e o alcance de tudo isso, certamente tanto o ma-
rido como a esposa lutariam muito mais na busca da cura para o
casamento adoecido. Não existe um casamento enfermo, por mais
grave que seja o problema, que Deus não possa curar, restaurar e
levantar. A questão é saber se os envolvidos realmente desejam a
intervenção de Deus.

Não amo mais o meu marido e não tenho
desejo de amá-lo outra vez. (esposa)
Erro 061
erros e conflitos
Decidir não amar
E Jesus disse-lhe: Se tu podes crer, tudo é possível ao que crê.174
Quando precisamos, mas não queremos.

Deus trabalha a partir da minha vontade. Não basta precisar; é
necessário querer. A oração que se deve fazer neste caso é pedir
que Deus coloque no coração o desejo, o querer da restauração do
amor. Amar, antes de tudo, é querer.
O que patrocina a desistência do amor por parte das esposas é
a perda da esperança na mudança do marido. Muitas vezes, a espo-
sa ora e busca, por vezes seguidas e durante dezenas de anos, que
o marido ajuste-se à vida de casado, que a trate bem, seja menos
egoísta para que a relação possa permanecer. Se ela percebe que
isto não acontecerá, um desânimo profundo e desesperança invade
o seu interior, matando uma parte dela. Quando isto acontece, ela
desiste de amar, desiste de lutar, pois perdeu as forças.
Nos casos em que não há perigo para a esposa, recomendamos
que ela não saia de casa e desista das brigas e conflitos. Se após
tantos anos de luta o marido não mudou, pode ser que ela esteja
usando as armas erradas e pelejando com estratégias equivocadas.
Nossa sugestão é que ela consiga auxílio, de preferência junto a um
casal de pastores, que possa direcioná-la neste processo.
174 Marcos 9.23

As diretrizes são as seguintes: primeiro aprenda a suprir-se ple-
namente em Deus, por meio de momentos constantes e consisten-
tes de oração e leitura das Escrituras. Quando a mulher engaja-se
em uma tarefa destas, ela se descobre muito mais próxima do Se-
nhor Deus, capaz até de dizer que com ele está protegida e satisfeita
emocionalmente, feliz com marido ou sem marido. Deus tem um
“fraco” por pessoas quebrantadas e sofridas: “Os sacrifícios para
Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito
não desprezarás, ó Deus”.175
Veja como Deus não despreza quem sofre: “Perto está o Senhor
dos que têm o coração quebrantado, e salva os contritos de espírito”.176
Esta proximidade que Deus permite que os sofredores sintam é
fantástica e garante uma paz inexplicável. Quando trabalhamos do
jeito dele, ele nos protege e salva: “Sara os quebrantados de coração,
e lhes ata as suas feridas”.177
Em segundo lugar, conheça os textos das Escrituras dirigidos às
esposas. Sua primeira impressão talvez seja que se trata de textos an-
tigos e culturalmente inadequados. Mas pense bem. Até hoje, você
trabalhou do seu jeito para restaurar o casamento e não deu muito
certo. Que tal fazer o que Deus recomenda e aguardar que Ele aja?
Confira alguns textos. Efésios 5.22 dá as recomendações de
como a mulher deve agir no lar; 1Pedro 3 dá as dicas e ressalta os
princípios para a esposa ganhar o marido incrédulo – tem crente
que parece incrédulo, então as dicas servem para ele também. Pedro
fala de silêncio e serenidade, de paz interior e boas obras, ou seja,
pague o mal com o bem e escolha o silêncio para responder. Vale
ainda conferir Colossenses 3.18.
175 Salmos 51.17 - ênfase acrescentada

176 Salmos 34.18
177 Salmos 147.3

Em terceiro lugar, descubra que é possível amar e colocar limites
ao mesmo tempo. Amar não é fazer tudo o que seu marido exige,
mas aquilo que é razoável e não é pecado. Aquilo que a agride deve
ser refutado com amor e firmeza. Townsend e Cloud, em seu livro
Limites, dão um exemplo de como uma esposa estabeleceu os limi-
tes sem precisar brigar.
erros e conflitos
O marido chegava em casa sempre atrasado para o jantar, de
modo que a mesa ficava posta e as crianças queixavam-se, famintas
e impacientes, enquanto a mãe, que havia feito a sua parte, sofria
com o descaso do marido. Depois de alguns anos de reclamações,
estressando-se e dando uma de “chata”, ela leu o livro e decidiu não
brigar mais. Ela simplesmente colocava a mesa na hora. As crianças
e ela comiam tranquilamente e, quando o marido chegava em casa,
atrasado, a mesa já havia sido retirada e havia um prato feito na ge-
ladeira à sua espera. Não houve discussões, simplesmente uma ação
que não invadia a vontade de seu marido, mas que estava dentro da
esfera de ação da esposa.
Querida esposa, não desista do seu casamento. Perdoe o seu ma-
rido, una-se a Deus, busque ajuda, imponha limites e veja o milagre
ocorrer na sua casa. O apóstolo Paulo, dirigido pelo Deus bondoso
e que conhece as possibilidades de restauração, escreveu assim:
“Todavia, aos casados mando, não eu mas o Senhor, que a mulher
não se aparte do marido”.178

Eu adulterei no passado e estou em dúvida
se conto ou não para o meu cônjuge.
(Esposa/Marido)
Erro 062
Esconder o lixo mal cheiroso
em baixo da cama
Quando não se sabe o que fazer depois

que ocorreu uma infidelidade
Esta questão é, de fato, delicada. Ela merece tratamento caute-
loso, mas a cura passa necessariamente pela exposição do pecado à
luz. Uma vez que aquele fato saia das trevas, o inimigo perderá todo
e qualquer acesso à situação, e a pessoa será curada.
Neste processo, é importante que haja arrependimento e confis-
são a Deus e à parte envolvida.179
[...] o ponto da cura é aquele onde Deus mais quer chegar e nós
menos queremos que ele chegue. É onde mais dói. Toda resis-
tência da batalha está concentrada neste ponto. Ameaças sobre
o que os outros vão dizer sobressaltam a mente. É aqui que os
demônios querem amordaçar nossa boca. Porém toda esta dor,
culpa, ódio e vergonha só são expelidos pela confissão: “Con-
fessai as vossas culpas uns aos outros e orais uns pelos outros
para que sareis”.180
179 BORGES, Marcos de Souza. A face oculta do amor: espírito de sensualidade. Venda Nova, MG:
Betânia, p. 40.
180 Tiago 5.16

O grau de dificuldade que você sente para se expor revela a in-
tensidade da fortaleza espiritual na qual está preso. São dimensões
proporcionais. Independentemente disto, você pode abrir a porta
desta fortaleza.
É necessário afastar este “cale-se” imposto pelas entidades e
erros e conflitos
renunciar ao silêncio requerido pela carne. A chave mestra para
abrir as portas de qualquer fortaleza é o quebrantamento. Quando
você vencer a vergonha do orgulho e expuser sua culpa e dor, rece-
bendo a oração da fé, o Espírito Santo fará o milagre de purificar
sua consciência de toda obra morta. Este é o princípio de ação do
verdadeiro avivamento, no qual o carro chefe é a humilhação: “Se o
meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar...”.181
o divórcio libertador entre o verdadeiro

amor e a sensualidade
Alguns argumentam que se confessarem um pecado desta monta
para o seu cônjuge, seu casamento acabará, pois a parte ofendida
buscará a separação. A questão é: seu casamento já foi mortalmente
ferido com o adultério. A aliança do casal foi rompida há vários
anos, mas não houve pedido ou liberação de perdão, tão impor-
tantes neste caso. As lembranças são usadas pelo Acusador e não
há plenitude no relacionamento. É como se houvesse uma carniça
enterrada sob o piso da sala, exalando constantemente mau cheiro.
Se usarmos a analogia de um corpo, é como se ele estivesse mor-
talmente ferido, sangrando vagarosamente e esperando a morte,
mas quando há a confissão, uma ação cirúrgica entra em ação e a
hemorragia cessa. Em toda cirurgia há riscos, e no casamento não é
diferente. Mesmo assim, preciso registrar que nunca presenciei um
181 2Crônicas 7.14

cônjuge que confessasse sincera e humildemente seu pecado e não
houvesse restauração e cura no relacionamento. Não digo que não
possa haver, mas eu nunca presenciei, muito pelo contrário.
Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos
perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça.182
O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o
que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.183
Depois de seis meses de casados, descobri

que ela já tinha um filho. (Marido/Esposa)
Erro 063
Esconder do cônjuge a existência de um filho
Ninguém oprima ou engane a seu irmão em negócio algum,
porque o Senhor é vingador de todas estas coisas,
como também antes vô-lo dissemos e testificamos.184
Por isso deixai a mentira e falai a verdade cada um com o seu

próximo; porque somos membros uns dos outros.185
Quando a surpresa coloca-nos em um beco sem saída

Nada machuca mais do que o fato de ter sido enganado. Isso vale
182 1João 1.9

184 1Tessalonissenses 4.6
185 Efésios 4.25

para todos, mas a impressão que temos é que as mulheres – não
exclusivamente, é claro – sentem-se mais ofendidas que os homens
quando algo é escondido delas.
Não existe o que possa justificar a atitude de uma pessoa que
procura esconder do futuro cônjuge que tem um filho. Os motivos
erros e conflitos
são, ao menos, dois. Primeiro, todas as pessoas estão sujeitas a cer-
tas situações ou circunstâncias que provocam frutos que não foram
planejados; segundo, quando há amor verdadeiro, o futuro cônjuge
é capaz de compreender e aceitar a pessoa amada, mesmo com as
implicações de um ato dessa natureza cometido no passado.
O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor
não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta
com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não
suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a ver-
dade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor
nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo
línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá... 186
Quando o casamento já aconteceu e o cônjuge descobre que a

parceira tem um filho, o caminho da vitória é o diálogo e o perdão,
sempre regados a oração diante de Deus. O casal deve sempre lem-
brar que o filho não tem nada a ver com o antigo comportamento,
ou com a vida anterior dos seus pais, e deve ser tratado com muito
respeito e carinho por todos.
Não haverá diálogo se não houver um pedido sincero de per-
dão com intensão de não esconder mais questões constrange-
doras e se não houver perdão , de coração, da parte ofendida.
Temos percebido que as mulheres perdoam com mais facilidade.
Talvez seja uma questão cultural. Fato é que a parte ofendida, o
marido precisa perdoar.
186 1Coríntios 13.4-8

Tendo o perdão e a graça permeado o coração, o próximo
passo será encarar com cuidado e paciência as consequências da
omissão. O ideal é propor um diálogo em dose e velocidade que
o marido deseje.
Permita que ele faça a própria investigação durante a conversa
que ambos terão. Não seja apressada e simplista, querendo resolver
tudo de uma hora para a outra. Deixe-o perguntar e dê as respostas
com precisão, sem repetir as omissões e sem exagerar nem contar
vantagens que possam magoá-lo ainda mais.
A situação merece franqueza da parte da esposa e sensibilidade
para com as emoções e orgulho ferido dele. O marido também deve
ser consciencioso, companheiro e mostrar-se disposto a recompor
a união do casal, que não será abalada por conta de um caso assim,
uma vez que o amor dele tem a oportunidade de revelar-se de ma-
neira mais plena. É nas horas difíceis que recorremos aos laços que
foram firmados entre ambos.
Por fim, depois de resolver a questão entre os dois, procurem
manter o diálogo e organizar os próximos passos, conversando so-
bre como encararão a nova situação dali para a frente. Esposa, ve-
rifique se ele quer conhecer o filho – e se ele não quiser, respeite.
Conversem sobre as pessoas que já sabem da história, saiba se ele
permitirá ou sentirá desconforto caso isso seja comentado por você
entre amigos dele e seus, enfim, componham conjuntamente como
será o quadro a partir desse novo elemento na história de vocês.

eu me envolvi emocionalmente com outra
pessoa, e ela(e) nem sabe disto. Devo lhe contar
para que ela(e) me ajude? (Marido/esposa)
Erro 064
erros e conflitos
Envolver-se emocionalmente com outra pessoa
Existem algumas situações que acontecem na vida do casal para

as quais é necessário receber ajuda externa. Esta é uma das ques-
tões. A melhor coisa a fazer quando há envolvimento emocional
com terceiros é procurar a ajuda de alguém responsável e sério o
suficiente para aconselhar e dar apoio, a fim de que os envolvidos
superem o problema, vencendo este tipo de tentação.
A pessoa que passa por isso não deve, inicialmente, compartilhar
a sua luta com o cônjuge. No entanto, nunca se esqueça de que toda
crise prolongada, em que há esse tipo de envolvimento emocional,
quase sempre gera adultério: isso é inquestionável e é uma grande
ilusão achar que será diferente. Antes que seja tarde demais, procure
ajuda. Deus é o maior interessado em nos socorrer quando estamos
em um beco aparentemente sem saída. “Deus é o nosso refúgio e
fortaleza, socorro bem presente na angústia”.187
Tendo identificado alguém que possa ajudar, tome duas atitudes
e faça delas uma disciplina para o seu bem pessoal e o bem do seu
casamento e da vida espiritual do casal.
Permita-se ser cuidado e acompanhado por essa pessoa. As pes-
soas que se envolvem emocionalmente com terceiros fora do casa-
187 Salmo 46.1

mento precisam ser acompanhadas por alguém que tenha interesse
amoroso e cristão na solução do caso até que elas deem sinais e ma-
nifestem novamente a capacidade de lidar com a situação, ou seja,
até que as raízes da paixão tenham sido completamente podadas do
solo do seu coração.
A segunda medida disciplinar para o seu bem é seguir as orienta-
ções da pessoa que fará a sua mentoria. Se quiser resultados rápidos e
seguros, permita esse acompanhamento e relate os seus passos, caso
o mentor adote esse tipo de procedimento. Alguns conselheiros ou
líderes seguem procedimentos que levam em conta e-mails durante o
dia, outros usam diários, outros até mesmo celulares ou SMS.
O ponto-chave nessas situações é perceber que o envolvimento
emocional faz parte do “fogo de palha”, é uma paixão emocional
circunstancial, passageira. Você se casou com outra pessoa e é ela
que você ama. No entanto, alguns elementos como uma crise no
casamento, a correria do dia a dia, a falta de atenção do cônjuge,
ou até mesmo o próprio assédio e proximidade excessiva da pessoa
no ambiente de trabalho, podem forçar uma situação que não irá
adiante, pois não faz parte dos seus planos nem dos planos de Deus.
Tendo sido acompanhado e liberto do seu envolvimento, poupa-
do o seu cônjuge de um constrangimento e de uma mágoa, cerque-
se de mecanismos de defesa para que essas situações não voltem a
ser novamente uma armadilha, que poderá derrubar mais rapida-
mente que da primeira vez, pois acontecerá aquilo que diz o ditado
citado pelo apóstolo Pedro: “O cão volta ao seu vômito, e a porca
lavada volta a revolver-se no lamaçal”.188 A vontade de Deus é que
você siga em paz e busque a santificação.189
188 2Pedro 2.22

189 Hebreus 12.14

Pensei que seriam só flores e alegrias... (esposa)
Erro 065
Achar que casamento é um conto de fadas
erros e conflitos
Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis
aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.190
um problema chamado falsas expectativas conjugais

Uma jovem esposa disse-me: “Sempre sonhei com um casamen-
to com base nas seguintes expectativas: nunca serei agredida verbal-
mente, jamais dormiremos em camas separadas, deitaremos e acor-
daremos como anjos, feitos um para o outro. Serei surpreendida
por uma atitude de profundo amor em todas as datas importantes.
Irei esperá-lo todos os dias bem arrumada e preparar sempre o que
ele gosta de comer. Nossos finais de semana serão planejados e não
conheceremos o que é rotina em nossa vida a dois. Então, casei-me.
Logo nos primeiros seis meses, estava decepcionada, pois o meu
sonho parecia ter-se transformado em um pesadelo”.
Não existe casamento sem papel higiênico, escova de dente e
cesto de roupa suja, ou sem feijão com arroz. O casamento é uma
experiência de vida, na qual há uma alternância entre os momentos
de alegria e de tristeza, entre a estação do frio e a do calor, de prazer
e de dor. A Bíblia nunca omitiu esta realidade. Ao contrário, veja o
que diz este texto de Eclesiastes:
Duas pessoas juntas podem lucrar muito mais do que uma so-
190 João 16.33

zinha, porque o seu trabalho vai render mais. Se uma delas cair,
a outra a ajuda a levantar-se; mas o homem sozinho, quando
cai está em má situação. E quando a noite está fria, duas pessoas
usando o mesmo cobertor esquentam uma a outra. Mas, uma
pessoa sozinha como vai se esquentar? Uma pessoa sozinha
corre o risco de ser atacada, mas duas pessoas juntas podem se
defender melhor. E se forem três, melhor ainda; o cordão de
três fios não arrebenta facilmente.191
Quando Jesus usou a figura da construção da casa sobre areia

ou rocha,192 essa ilustração serviu para ensinar uma grande verdade
sobre o casamento e a família. A estação da chuva e do vento vem
sobre todas as casas, independentemente de quem quer que seja. O
segredo do sucesso está na escolha da base sobre a qual você ergue
a sua casa, a sua vida conjugal. Não existe casamento perfeito, mas
existe casamento feliz. Quando a construção é feita com base nos
princípios da Palavra do Senhor, as tempestades podem até vir, mas
a casa não cai. O casamento é uma experiência de vida, na qual os
dois assumem o compromisso de crescer juntos principalmente na
estação das grandes chuvas.
191 Eclesiastes 4.9-12 (ênfase acrescentada)

192 Mateus 7.24-27

Tenho muitos complexos. (esposa)
Erro 066
Deixar uma mentira roubar sua alegria
erros e conflitos
Quando os complexos impedem a
satisfação e o prazer de viver
A baixa autoestima é uma das causas da infelicidade emocional e
sexual de alguns casais. O que é autoimagem e autoestima?
Autoestima – É a avaliação que o indivíduo faz do seu valor,
competência e significado.
Autoimagem – É uma autodescrição. É a visão que a pessoa tem
de si mesma.
O complexo de inferioridade, a autorrejeição e a falta de auto-
confiança atingem até mesmo pessoas jovens, bem-sucedidas no
casamento e com saúde, e deixam nelas consequências seríssimas.
Quando é que uma pessoa está com este sentimento de autorrejei-
ção, inferioridade e falta de autoconfiança? Quando fica sentada du-
rante horas em casa, perguntando para si mesma por que o telefone
não toca; vive com o sentimento de que “não gostariam de mim se
soubessem o que eu sou”; sente-se feia e sem atrativo sexual; deseja
constantemente ser uma outra pessoa; sente-se desamada, indigna
de amor e experimenta uma profunda tristeza. Estas pessoas cos-
tumam ficar na cama, depois que a família dorme, analisando o
imenso vazio que sentem em seu interior, e ansiando por um amor
incondicional. É um profundo sentimento de autopiedade.
Entre as muitas causas do complexo de inferioridade entre as

mulheres, está um fator muito importante que tem a ver com o
papel da beleza da mulher na sociedade de hoje. É muito difícil
separar o valor humano básico da aparência do seu próprio corpo.
A mulher que se acha feia, com certeza sente-se inferior às outras.
Uma outra causa do complexo de inferioridade é a tendência de
muitas mulheres duvidarem de sua própria capacidade e inteligên-
cia, o que não acontece com os homens. Este é um fator que influi
muito na autoestima da mulher. Sabemos que os homens têm a ten-
dência de valorizar muito mais a inteligência do que a atração física.
Acontece o contrário com as mulheres. Para a mulher, em uma
lista de prioridades, a beleza física vem antes que a inteligência. Uma
frase do Dr. Dobson pode explicar bem isso: “A razão de a mulher
comum preferir a beleza à inteligência é porque ela sabe que o ho-
mem comum enxerga mais do que pensa”.
Os psicólogos e os terapeutas afirmam que a maioria das causas
do baixo grau de autoestima nas mulheres estão, de alguma forma,
vinculadas à sua infância. Se uma criança deixou de ser amada,
respeitada e admirada jamais esquecerá completamente esta expe-
riência. Com certeza, todo sentimento de inferioridade experimen-
tado na infância refletirá no desenvolvimento emocional e mental
por muitos anos.
A dor da inferioridade é como uma outra dor qualquer. É neces-
sário descobrir suas causas e buscar uma solução definitiva para que
se experimentem as alegrias programadas no coração de Deus para
todos nós.
A cura do complexo de inferioridade começa quando a pessoa
compreende o valor humano à luz da Bíblia. Aos olhos de Deus,
você tem muito valor, você foi criado com liberdade para fazer esco-
lhas, ter conhecimento do que é certo ou errado e responsabilidade
de administrar e reinar sobre o resto da criação. É interessante que

formados à imagem e semelhança dele, com capacidade intelectual
e de comunicação, mesmo depois da queda somos descritos como
“um pouco menor que os anjos” e “coroados de glória”.193
É importante também uma compreensão clara da diferença entre
“amor-próprio” e “orgulho”. O orgulho é caracterizado por um de-
erros e conflitos
sejo exagerado de obter atenção e louvor de outros. É uma estima-
tiva arrogante e insolente a respeito de si mesmo em relação aos
outros. Em resumo, é a vã tentativa de buscar para si a glória que
pertence a Deus. A humildade é caracterizada pela autoavaliação
correta, receptividade à opinião de outros e disposição para elogiar
outros, antes de reivindicar o louvor para si mesmo.
A pessoa humilde aceita as suas imperfeições, seus pecados e
suas falhas, mas também reconhece seus dons, suas habilidades
e suas realizações concedidas por Deus. A humildade não repre-
senta a autonegação ou a rejeição dos pontos positivos que temos
e que nos foram dados por Deus, mas envolve uma dependência
agradecida do Senhor e uma avaliação realista de nossos pontos
fortes e fracos.
Para que você seja admirada pelos outros, você tem, primeiro,
que aprender a se admirar, a gostar de você. E isso é bíblico. Aí
começa a sua cura e libertação.
193 Salmo 8.4, 5

VII. Diferenças
Por que ela(e) não pode fazer tudo

o que eu faço? (Marido/Esposa)
Erro 067
Não conhecer as diferenças físicas
Quando o entendimento nos leva a crescer

na unidade conjugal
Os homens não diferem das mulheres apenas no que concerne
às influências culturais, mas também fisicamente. Vejamos o que o
Dr. Paul Popnoe, fundador do Instituto Norte Americano de Re-
lações Familiares, em Los Angeles, escreveu sobre estas diferenças.
1. Homens e mulheres diferem na célula fundamental dos seus
organismos. Esta diferença na combinação dos cromossomos é a
causa básica da evolução para o sexo masculino ou feminino.
2. O organismo da mulher tem mais vitalidade, talvez por causa
da diferença de cromossomos. Nos Estados Unidos, ela vive nor-
malmente três a quatro anos mais do que o homem.
3. O metabolismo basal é diferente nos sexos, sendo normal-
mente mais baixo na mulher do que no homem.
4. Ambos diferem também na estrutura do esqueleto, sendo que
a mulher tem a cabeça mais curta, o rosto mais largo, o queixo me-

nos proeminente, as pernas mais curtas e o tronco mais comprido.
O dedo indicador da mulher é geralmente mais longo que o anelar;
com o homem ocorre o inverso. As meninas perdem os dentes da
primeira dentição mais cedo do que os meninos.
5. Estômago, rins, fígado e apêndice das mulheres são maiores, e
erros e conflitos
os pulmões são menores.
6. Quanto às funções, a mulher possui várias delas extremamente im-
portantes, como a menstruação, a gravidez e a lactação, absolutamente
ausentes no homem. Tudo isto influencia na conduta e nos sentimentos.
Os hormônios também são diferentes. A mesma glândula age de modo
distinto em cada sexo: a glândula tireoide feminina é maior e mais ativa,
aumentando durante a gravidez e a menstruação; ela torna a mulher mais
propensa ao bócio, fornece resistência ao frio e está associada à pele ma-
cia, ao corpo com poucos pelos e à fina camada de gordura subcutânea,
que são elementos importantes na concepção feminina.
7. O sangue da mulher contém mais água e 20% a menos de gló-
bulos vermelhos. Sendo este um fator de suprimento de oxigênio
ao organismo, ela se cansa facilmente e é mais propensa ao desmaio.
Quando no tempo da guerra, o dia de trabalho nas fábricas foi au-
mentando de 10 para 12 horas na Grã-Bretanha, os acidentes com
as mulheres aumentaram 150%, sendo que com os homens não
houve aumento algum.
8. Quanto à força bruta, o homem está 50% acima da mulher.
9. O coração da mulher bate rapidamente – 80 batimentos por minu-
to, contra 72 nos homens. A pressão do sangue da mulher está 10 pontos
abaixo da do homem e varia de minuto a minuto, mas a mulher tem uma
tendência muito menor para a pressão alta, ao menos até a menopausa.
10. A sua capacidade vital ou força de respiração é menor em
uma proporção de 7:10.

11. A mulher é mais resistente a altas temperaturas do que o ho-
mem; seu metabolismo retarda menos.
Por que as mulheres se dão mais no

casamento do que os homens? (Esposa)
Erro 068
Não entender que as mulheres são mais
ligadas a relacionamentos
Assim Deus criou os seres humanos; ele os criou parecidos com Deus.
Ele os criou homem e mulher194.
Quando são entendidas, as diferenças passam

a ser motivo de prazer.
Talvez possamos compreender essa questão conhecendo um
pouco das diferenças entre homem e mulher. Os dois não são di-
ferentes apenas na questão do doar-se para o casamento. Há di-
ferenças no comunicar, pensar, sentir, perceber, reagir, responder,
ouvir e apoiar. Quando homem e mulher são capazes de respeitar e
aceitar suas diferenças, então os dois crescem dentro do casamento.
É por meio da compreensão das diferenças ocultas do sexo oposto
que podemos, com maior sucesso, dar e receber amor, encontrando
assim o ponto de equilíbrio que permite aos dois investirem tudo na
construção da vida conjugal.

Homens
Eles valorizam o poder, a competência, a eficiência e a realiza-
ção. Estão sempre fazendo coisas para se afirmar e desenvolver seu
poder e suas habilidades. O conceito de si mesmo é definido pela
sua habilidade em alcançar resultados. Eles experimentam satisfa-
erros e conflitos
ção, principalmente pelo do sucesso e realização. Eles estão mais
interessados em objetos e coisas do que em pessoas e sentimentos.
Enquanto as mulheres fantasiam sobre romance, os homens fan-
tasiam sobre carros possantes, computadores mais rápidos, inven-
ções, engenhocas e tecnologia nova. Os homens estão preocupa-
dos com as coisas que possam ajudá-los a expressar seu poder por
meio da criação de resultados e do alcance de metas. Atingir metas
é muito importante para o homem, pois é uma forma de provar a
sua competência e sentir-se bem consigo mesmo. Para ele se sentir
bem em relação a si mesmo, ele tem que atingir essas metas por si
só. Ninguém pode atingi-las para ele. Para os homens, autonomia é
o símbolo de eficiência, poder e competência.
Entender as características dos homens pode ajudar as mulheres a en-
tender por que os homens resistem tanto ao serem corrigidos ou quando
elas lhes dizem o que fazer. Oferecer a um homem um conselho não
solicitado é presumir que ele não saiba o que fazer ou que ele não possa
fazê-lo por si mesmo. Os homens são muito sensíveis a isso, pois a ques-
tão da competência é muito importante para eles. Os homens são mais
lógicos. Eles resolvem o problema do estresse calando-se.
Mulheres
Elas valorizam o amor, a comunicação, a beleza e os relacionamentos.
Elas passam muito tempo amparando, ajudando e acalentando umas às
outras. Seu senso de si mesmas é definido pelos seus sentimentos e pela

qualidade dos seus relacionamentos. Elas experimentam satisfação em
compartilhar e se relacionar. Mais do que construir estradas e edifícios
altos, as mulheres estão preocupadas com a vida em conjunto, com a
harmonia, com a comunidade e a cooperação amorosa.
Para as mulheres, os relacionamentos são mais importantes do que
o trabalho e a tecnologia. A comunicação é imprescindível. Dividir seus
sentimentos pessoais é muito mais importante do que atingir metas e
sucesso. Conversar e relacionar-se umas com as outras é fonte de imen-
sa satisfação. Em vez de serem orientadas para metas, as mulheres são
orientadas para relacionamentos; elas estão mais preocupadas com a
expressão da sua bondade, do seu amor e da sua atenção. As mulheres
são emotivas e intuitivas. Elas resolvem o problema do estresse falando.
Quando houver compreensão das diferenças e respeito mútuo,
os dois acabarão investindo no sucesso do casamento.
Ela me diz sempre que submissão é

autoescravizar-se ou ser “empregada
doméstica de luxo” do marido. (Marido)
Erro 069
Não saber o que é submissão bíblica
Quando aquilo que parecia ruim mostra-se excelente

A mulher é o “elo” que une marido e filhos. Ela harmoniza o
ambiente. Por esta razão, e por muitas vezes, ela é o ponto de equi-

líbrio do lar. Uma mulher sábia pode fazer do seu lar uma realidade
celestial, apesar das circunstâncias. A primeira virtude bíblica dada
a uma mulher foi de “auxiliadora” – auxiliadora para completar o
homem, consciente de que em Cristo não há diferenças nos valores
individuais, embora as atribuições sejam distintas. O apóstolo Paulo
escreveu: “Porque todos quantos fostes batizados em Cristo, já vos
erros e conflitos
revestistes de Cristo. Nisto não há judeu nem grego; não há servo
nem livre; não há homem nem mulher; porque todos vós sois um em
Cristo Jesus”.195
A palavra hebraica traduzida como “ajudadora” ou “auxiliadora”
em Gênesis 2.18 sugere atividades como proteger, cercar e socorrer.
Estes verbos descrevem uma pessoa com capacidade de nutrir e de
proteger alguém do perigo. Ajudar não pressupõe fraqueza, mas
força e habilidade.
A submissão que a Bíblia recomenda às mulheres não pode, por-
tanto, ser entendida com o sentido de anulação, perda da individu-
alidade nem mesmo pode-se olhar para a mulher como se ela fosse
uma “empregada doméstica de luxo” do marido, uma escrava do lar.
A submissão é o exercício de uma missão de apoiar o marido e,
consequentemente, os filhos, a família. Neste sentido, a submissão
não é a uma pessoa, no caso o marido, mas a uma causa maior,
uma “missão” e, por isso “sub-missão”. Ela está debaixo de uma
missão juntamente com o seu esposo para que juntos possam re-
alizar aquilo para o qual o Senhor os designou. Sendo assim, o
próprio marido precisa compreender o seu papel no casamento,
na sociedade e no plano de Deus. Somente com essa compreen-
são em mente, ambos podem ser parceiros no cumprimento da
missão. Se ele não sabe qual é o seu papel nem a sua missão, como
pode esperar que ela o auxilie?
195 Gálatas 28 ,3.27 (ênfase acrescentada)

Um bom caminho é o casal entender os aspectos e propósitos
bíblicos próprios do casamento e da família para, em seguida, po-
derem compreender o plano de Deus para eles dentro do corpo de
Cristo e da sociedade, profissionalmente e assim por diante. Paulo
usa os critérios familiares para explicar o posicionamento do cristão
na Igreja.196 O lar é o laboratório do obreiro, do cristão. Dessa for-
ma, é preciso que ele seja espiritualmente vivo e ativo, a ponto de
discernir a vontade de Deus para ele, para o casal, para a família e
para a Igreja. E a vontade de Deus é boa, perfeita e agradável.197
O perfil da mulher virtuosa, em Provérbios 31.10-31, é bem di-
ferente daquele perfil que alguns descrevem para ela, normalmente
com conotações machistas e tendenciosas. A mulher descrita nas
páginas da Bíblia é uma mulher cujo valor excede o das mais fi-
nas joias,198 inspira a confiança do marido,199 faz sempre o bem ao
marido e nunca o mal,200 trabalha por prazer e não apenas por
obrigação,201 é capaz de viagens pelo bem da família,202 é precavida,203
tem vocação para negócios imobiliários e para mexer com lavoura,204
tem força física para enfrentar a labuta da vida,205 sabe valorizar
o que ganha,206 trabalha com tecelagem,207 tem coração caridoso,208
cuida bem da sua casa e dos filhos,209 sabe cuidar da aparência, pre-
ocupando-se com suas roupas,210 cuida bem das roupas do marido,211
196 1Timóteo 3.5

197 Romanos 12.1-3
202 Idem

trabalha com confecção e venda de roupas, que ela mesma faz,212
tem dignidade,213 sabe dar instruções aos filhos, ensinando-os,214 não
aceita o pão da preguiça.215
Que maravilha de descrição a Bíblia faz da mulher virtuosa! Ob-
servem como é diferente o perfil que ela deve ter quando compara-
erros e conflitos
do com o senso comum que circula em algumas de nossas igrejas. O
padrão registrado na Bíblia é um padrão superior, de altíssimo nível.
E posso dizer sem medo de errar que esse padrão é ainda mais ele-
vado do que os padrões e valores que as feministas militantes têm
defendido hoje, ou até mesmo mais elevado do que aquele que os
grupos de direitos humanos têm procurado impor à sociedade civil.
Essa mulher não é um ser fracote, de segunda categoria e inteira-
mente dependente do marido porque, pelo padrão da Bíblia, ela não
necessita se anular. Submeter-se é “exercer missão de apoio” para
o bem-estar de toda a família, muito diferente de ser a bonequinha
de luxo do maridão abusado. A mulher que compreende e vive este
princípio será sempre uma bênção para sua família. O marido que a
respeita dentro desses termos verá a sua casa edificada e a sua mis-
são será mais abrangente.


Preciso de toque, carinho, sem sexo. (Esposa)
Erro 070
Só buscar o contato físico para o ato sexual
Quando o efeito do toque é surpreendente

Antes de pensarmos na necessidade do toque e afago, sem sexo,
é importante compreendermos um pouco sobre o valor da nossa
pele. Phyllis K. Davis, em seu livro O poder do toque, escreveu:
Pobres dos milhões de seres humanos que dariam tudo para ter o
que um gato ou um cachorro de estimação recebem no que se refere
ao amor e contatos físicos – ainda que por um dia. É irônico que,
em nosso ambiente, os animais desfrutem mais daquilo do que nós,
como seres humanos, tanto precisamos. Não que os animais não
necessitem de contato físico. A diferença está no fato de que estes, ao
contrário de nós, tocam muito mais nas suas crias e uns aos outros.
Enquanto, por exemplo, os animais lambem e acariciam seus filhotes
quando estes se machucam, os pais dizem simplesmente aos filhos:
“Não chore, não foi nada”, fazendo-lhes um curativo em seguida.
Sempre que falamos em tato, estamos falando em pele. Podemos

comparar a pele que nos cobre com um envelope gigante. É um
órgão que recebe impressões táteis, ou sensoriais, e reage a qualquer
contato com sensações específicas. Os receptores da pele reagem ao
calor, ao frio, ao toque, à coceira, a cócegas e a vários tipos de dores
e vibrações. A pele é o maior órgão de nosso corpo; compreende de
15 a 20% de nosso peso corporal. O corpo humano médio apresen-
ta 1,67 metro quadrado de pele pontilhada por aproximadamente 5
milhões de minúsculos terminais nervosos que atuam como trans-
missores de sensações.

A pele é o nosso órgão mais importante, seguido pelo cérebro.
As áreas relativas ao tato no cérebro cobrem uma área surpreen-
dentemente grande, tanto na região sensorial quanto na motora.
Os lábios, a língua, o rosto, o polegar, os dedos e as mãos ocupam
uma quantidade desproporcional de espaço cerebral, seguidos de
perto pelos pés. Se você roçar a ponta dos dedos nos lábios, passar
erros e conflitos
as mãos pelo nariz e rosto e lamber os lábios com a língua, você
estimulará as áreas mais sensíveis de seu corpo. O sentido do tato
prevalece muito em nossos dedos e mãos.
É através da nossa pele que nos envolvemos com frequência
com o mundo exterior. O interessante é que a pele constitui-se em
uma saída simbólica para os problemas emocionais íntimos, para as
emoções reprimidas. Há mais de cem anos, acredita-se que a pele é
uma voz para os problemas emocionais íntimos. Foram os médicos
franceses Brocq e Jacquet que criaram, em 1891, o termo neuroder-
matite para definir as inflamações de pele resultantes de perturba-
ções emocionais.
O dermatologista Robert Gieshmer descobriu, após estudar 5
mil pacientes, que em muitos casos as emoções são, sem dúvida, a
causa de vários tipos de distúrbios. Especificamente, 27% dos quis-
tos e 36% dos resfriados e dos herpes-zosteres foram provocados
por problemas emocionais latentes; psoríases, 62%; urticárias, 68%;
eczemas, de 56% a 70%; coceiras, 86%; verrugas, 95%; coçaduras
graves e subsequente rompimento da pele, 98%; enquanto 100%
das sudoreses tinham causa psicológica. A pele, em uma tentativa de
socorrer os problemas psicológicos das pessoas, produz sintomas, a
fim de chamar a atenção para esse grito interior de libertação.
É pelo sentido do tato que nossa pele recebe impressões sensoriais
e reage a qualquer contato. A sensação do tato ocorre em consequência
do mínimo contato e ativa os terminais nervosos apropriados, que

retransmitem mensagens sensoriais ao longo da coluna vertebral para
o cérebro. A experiência mais precoce, mais elementar e, provavel-
mente, mais dominante do bebê ao nascer é a tátil.
O senso de humanidade associa-se ao contato físico no instante
de nosso nascimento e continua ao longo da vida. “Contato físico,
ou estimulação tátil, embora receba pouca atenção, comparada aos
nossos outros sentidos e modos de expressão, ainda é a nossa for-
ma de comunicação mais básica, e nós, subconscientemente, sabe-
mos disso”.
O contato físico, em si, não é um acontecimento emocional,
mas seus níveis sensoriais provocam alterações neurais, glandulares,
musculares e mentais que chamamos de emoções. É importante
entender este conceito porque na infância relacionamos emoções
e significados via contato físico. Se experimentamos afeto e envol-
vimento, por meio do contato físico, este passará a nos significar
afeto e envolvimento. Representará também segurança. Sentimos,
amamos e odiamos, tocamos e somos tocados por intermédio das
células do tato em nossa pele.
Quanto mais usamos nosso sentido do tato, mais ele se desenvol-
ve. Até os ratinhos, quando tocados e acariciados, crescem, apren-
dem e vivem mais do que os companheiros desprezados.
O toque e a expressão da sexualidade, sem o ato sexual
Infelizmente, a maioria dos homens insiste em pensar no conta-
to físico apenas como um “gatilho sexual”. Muitos casais vivem um
relacionamento, mais parecido com um “arranjo” onde, apesar do
apego entre a vagina e o pênis, os cônjuges vivem como trilhos em
uma estrada de ferro: sempre juntos, mas nunca se tocando.
O psiquiatra Marc Holender defende o conceito de que algumas
mulheres anseiam muito mais por serem abraçadas do que pelo ato

sexual, podendo até trocar o sexo pelo aconchego e a consequen-
te sensação de segurança. O contato corporal, segundo Holender,
“normalmente causa a sensação de ser amado, de estar protegido
e confortado, e a necessidade ou o desejo por ele pode ser afetada
pela depressão, pela ansiedade e pela raiva. Certamente, é frequente
ocorrer um período de atividade sexual frenética em momentos de
erros e conflitos
necessidade emocional intensa”.
O simples contato entre peles pode ser tranquilizador. As mu-

lheres talvez anseiem mais por tocar e estar com uma outra pessoa
do que pelo alívio da tensão sexual. Para muitas delas, um simples
abraço proporciona segurança, proteção, conforto e amor. Penso
que muitos homens, além do seu problema de ego e de sua tendência
a relacionar contato físico com sexo, simplesmente não sabem tocar.
Não compreendem as técnicas do tocar e do aconchegar sua esposa.
Acredito ser necessário que os homens aprendam o quanto é impor-
tante tocar a mulher sem estar, necessariamente, pensando em pra-
ticar o ato sexual. Esse comportamento demonstraria maturidade.
O contato físico não deve ser um serviço, mas sim uma troca de
emoções íntimas entre duas pessoas que se amam e se valorizam.
Trata-se de uma forma de comunicação, não de um serviço nem
de uma técnica. Só o contato físico pode eliminar a distância entre
duas pessoas, neutralizar a solidão da vida dentro da nossa própria
pele e estabelecer um vínculo entre duas mentes, dois corações e
dois corpos.
No início do século 19, mais da metade das crianças morriam du-

rante o primeiro ano de vida devido ao marasmo, doença cujo nome
deriva da palavra grega que significa definhar. Há menos de 50 anos,
nos Estados Unidos, a mortalidade entre crianças menores de um
ano abrigadas em orfanatos era de quase 100%. Naquela época, o
método corrente para a criação de filhos baseava-se nos conselhos

publicados pelo Dr. Holt em 1894, no livro Os cuidados com as crianças
e sua alimentação. Eis algumas das recomendações do médico: elimi-
nar o berço, não pegar o bebê quando chorar, alimentar apenas nas
horas certas e evitar “estragá-lo”, manuseando-o apenas quando ne-
cessário para higiene e alimentação.
Quase todo mundo já ouviu falar do método TLC, abreviatu-
ra de Tender Loving Care, literalmente Amor, Carinho e Ternura. A
revolucionária ideia do TLC chegou ao Estados Unidos por inter-
médio de Fritz Talbot, um médico de Boston que, antes da primei-
ra guerra mundial, estudou os procedimentos utilizados em uma
clínica infantil na Alemanha. Na clínica havia uma mulher velha,
gorda e desajeitada, chamada Anna, que parecia não fazer nada além
de carregar bebês para cima e para baixo. O fato é que com isso
ela literalmente salvava a vida de muitas crianças. Mas foi só após
a Segunda Guerra Mundial que se realizaram estudos referentes à
causa do marasmo, ou a inexplicável morte infantil, e se relacionou
a doença à falta de contato físico. As taxas de mortalidade infantil
caíram de maneira impressionante nas instituições em que o mé-
todo TLC passou a ser utilizado. Uma criança, para sobreviver e
se desenvolver saudavelmente, precisa ser carregada, aconchegada,
acariciada e “mimada”, precisamente o tratamento dado pela velha
Anna. Este método, de forma alguma trata a criança com tirania.
Muito pelo contrário, satisfaz uma necessidade básica dos primeiros
anos de vida.216
216 DAVIS, Phillis K. O poder do toque. Tradução MORIYA, Ieada. Editora Best Seller. 1991.
São Paulo.

Parte 3
Erros na
sexualidade

I. Sexualidade – fatos básicos
Qual a diferença entre sexo e sexualidade?

(Marido / esposa)
Erro 071
Não conhecer o bê-á-bá da sexualidade
sexualidade
erros na
Sempre que tratamos os assuntos que envolvem a sexualidade é bom
lembrarmos que ela está a serviço da espécie, mais especificamente a
serviço da pessoa humana, com suas marcas típicas de racionalidade,
liberdade e responsabilidade. Nunca o contrário, ou seja, não fomos
criados para a sexualidade, pois ela não é um fim. Ela nos foi dada por
Deus e ele não vê problema em tratarmos do tema, mas ela não pode
ser o padrão em torno do qual a vida de um casal levanta-se ou cai.
Por isso, primeiramente definiremos217 os termos sexo e sexualida-
de, que têm confundido algumas pessoas.
Sexo – a palavra sexo vem do latim sexu, do verbo secare, que
significa cortar, secionar, separar, distinguir. O sexo é a conformação
particular que distingue o macho da fêmea, nos animais e nos ve-
getais, atribuindo-lhes um papel determinado na geração da espécie
– ou seja, na reprodução – e conferindo-lhes certas características
distintivas. Essa diferenciação se dá em quatro sentidos ou campos:
morfológico, fisiológico, biológico e psicológico.
217 Conforme o Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa.

Sexualidade – é a dimensão da nossa personalidade ativada pelo
sexo. Enquanto o sexo está relacionado à parte fisiológica, ou seja,
os aspectos do funcionamento específico do homem e da mulher,
a sexualidade está relacionada à parte psíquica. Em outras palavras,
a sexualidade engloba aspectos do comportamento comum de uma
pessoa com determinado sexo, o estilo de vida característico que é
esperado do homem ou da mulher.
Segundo a Bíblia, a natureza sexual no ser humano criado por
Deus é definida, sendo ele o macho e ela a fêmea. Embora os mo-
vimentos recentes de apoio à causa de Lésbicas, Gays, Bissexuais,
Travestis e Transexuais (LGBTT), inclusive aqueles que alegam que
a Bíblia defende a sua opção sexual, apoiem a transexualidade, uma
análise séria e honesta da Bíblia não apoia o meio termo, a bissexu-
alidade nem a mudança na orientação sexual.
Dentro do campo da sexualidade, pode haver determinadas va-
riações dependendo do lugar onde as pessoas vivem. Essas varia-
ções não interferem na orientação sexual, ou seja, não modifi-
cam o sexo, mas a sexualidade. Essas variações ocorrem porque
somos seres sociais e interagimos com as pessoas com as quais
nos relacionamos e convivemos, pois elas nos influenciam e nós
também as influenciamos.
A cultura de uma região pode determinar certos padrões ou ten-
dências no comportamento masculino e no comportamento femi-
nino, ou em ambos. No Nordeste do Brasil, os homens têm certos
costumes e até mesmo vocabulário próprios daquela região, que po-
dem não ser encontrados em outras. No Sudeste do país ou a na re-
gião Centro-Oeste, eles têm as suas características. Na maioria dos
casos em que há diferenças de hábitos, elas têm a ver com a cultura
regional e não com um padrão de certo ou errado.
212 Parte 3 - Erros na sexualidade

Sabemos, porém, que há certos comportamentos habituais que
dizem respeito à sexualidade que são reprovados pela Bíblia e pre-
cisam ser corrigidos por ela. No mais, a expressão natural da sexu-
alidade não é um erro ou pecado, ao contrário, ela deve existir nas
suas formas e no tempo oportuno conforme a maturidade chega e
o amor entre duas pessoas manifesta-se até que, no casamento, ela
se expresse de modo pleno, em toda a sua exuberância.
como é a anatomia dos órgãos
sexualidade
erros na
sexuais masculinos? (esposa)
Erro 072
Ter vergonha de conhecer
Por Dr. Waldir Arévalo218
Se para o homem a anatomia feminina já é desconhecida, muito

mais a anatomia masculina o é para mulher, que parece estar proi-
bida de falar ou perguntar sobre sexo. O marido tem por obrigação,
de forma afetiva e lúdica, informar e descrever como funciona e
como é o órgão sexual genital masculino.
O pênis é um cilindro constituído de corpos cavernosos, cavernas
que se enchem de sangue quando se excita e, desta forma, o fluxo de
218 Waldir Moreno Arévalo é casado com Maureen e pai de três filhas. Médico ginecologista
e obstetra, membro da Sociedade Brasileira de Climatério, pós graduado em Aconselhamento. É
especialista em terapia sexual pela SBRASH e professor de Medicina e Saúde na Faculdade Aberta da
Terceira Idade de São Bernardo do Campo. Ministra palestras para diversas entidades, dedicando-se
principalmente as Encontros de Casais com Cristo.

sangue entumece, endurece e deixa o pênis ereto. Estes corpos cavernosos
correspondem aos grandes lábios da vulva feminina, que também enchem
de sangue quando a mulher se excita. Os corpos cavernosos entram na pelve
masculina que é a base do pênis e, lá dentro, eles se encontram com a próstata,
órgão que tem importância para que ocorra a ejaculação. Na ponta do pênis
temos a glande ou cabeça, que corresponde ao clitóris feminino. Esta é a parte
mais sensível e mais excitante do pênis. Em volta da glande tem uma pele co-
nhecida como prepúcio ou capuz, que protege a glande de atrito, porém é esta
pele que o judeu retira até hoje pela circuncisão e em muitas outras nações tem-se fei-
to esta cirurgia para melhorar a higiene local e para dessensibilizar a glande e melhorar
o desempenho sexual do homem, podendo ajudar a prolongar mais o coito.
Abaixo do pênis em sua base, projeta-se uma bolsa, conhecida como
bolsa escrotal, onde se encontram os testículos e lá são produzidos os
espermatozoides e os hormônios masculinos, que têm importância fun-
damental na libido do macho. Se por algum motivo deixar de produzir a
testosterona, este homem perde o interesse sexual pela esposa. É muito
comum após os 65 anos.
A mulher não sabe, porém, que o homem tem obsessão por toque peniano
e escrotal, ele entende carinho local como muito excitante. Mas se esta mulher
foi proibida de falar ou tocar-se sexualmente a vida toda, ela acha que tocar o
marido é sujo e pornográfico. Não é, é erótico e prazeroso.
O homem tem mais dificuldades em receber carinhos pelo corpo, via
de regra, por isso ele também tem dificuldade em praticar carinho no
corpo da mulher.
Algo extremamente comum, e a mulher tem que saber, é que o ho-
mem não tem treinamento para segurar a ejaculação, algo que deveria
ser aprendido. Quanto mais excitado e ansioso, mais rápido ocorre a
ejaculação. Este processo é quase reflexo quando os esposos vivem em
muito estresse ou muita preocupação financeira.
A forma correta de controlar ou ajudar a controlar a ejaculação é fazer

massagens, alongamentos, atividades relaxadoras, banhos quentes pro-
longados e diálogos de amor e não de cobrança. Sempre que este homem
estiver sob pressão, ele terá uma enorme chance de ser ejaculador rápido.
Tanto o homem como a mulher só terão um ato sexual satisfa-
tório e orgástico se tudo ocorrer em amor, afeto e paixão. Se esti-
verem brigados, se for feito de qualquer jeito ou às pressas, existirá
sempre uma grande probabilidade de não ser algo agradável.
sexualidade
como é a anatomia dos órgãos
erros na
sexuais femininos? (Marido)
Erro 073
Achar que sabe tudo
Por Dr. Waldir Arévalo
Infelizmente, em nossa cultura e nosso moralismo religioso, des-

de criança não se fala nem o nome dos órgãos genitais, tanto femi-
nino como masculino, muito menos sua anatomia e suas funções,
mas Deus não se envergonha nem fica embaraçado com estas ques-
tões e nós as abordaremos com naturalidade e franqueza.
A parte externa da genitália feminina está compreendida em um
triângulo de base invertida, ou seja, o monte pubiano (monte de
vênus) em sua parte superior é a base deste triangulo. Mais elevado
e pronunciado, é formado por um aglomerado de tecido adiposo
e muitos vasos, que têm como objetivo amortecer o impacto local
como um acolchoado protetor da pelve óssea.

Em sua superfície nascem pelos na pós-puberdade, que também aju-
dam a proteger principalmente da entrada de bactérias no introito vagi-
nal, os montes de trigo descrito em Cânticos dos Cânticos 7. Logo abaixo
inicia a vulva, que compreende-se os grandes lábios, que na parte superior
funde-se com o clitóris e uma cápsula que o envolve, para protegê-lo.
Junto aos grandes lábios apresentam-se os pequenos lábios, que têm
como função fechar a vagina e protegê-la de infecções. As mulheres
virgens têm o hímen, que é a transição da vulva para a vagina, canal va-
ginal, que leva até o colo do útero e termina em um fundo de saco cego,
sem comunicação. Destas estruturas, as que realmente importam para a
sexualidade são as exteriores, pois estas é que são sensíveis, as que po-
dem receber carinhos e estímulos para levar a mulher ter prazer e gozo.
Dentro do canal vaginal e colo a sensibilidade é muito pequena,
ou seja, não adianta um pênis grande ou força para satisfação da
mulher, muito pelo contrário, o que realmente gera prazer são os
movimentos mais externos e as contrações musculares dos mús-
culos que compõem a vulva, períneo (parte inferior da vagina) e o
terço externo da vagina. Quando a mulher contrai estes músculos,
movimenta o clitóris e desta forma excita-se mais ainda.
Por último, na parte inferior da vagina, na junção dos grandes
lábios, em sua parede interior (mucosa) existem duas glândulas, uma
de cada lado chamadas glândulas de Bartholin, responsáveis pela
produção de secreção lubrificante que facilita a penetração do pênis
na vagina, diminuindo o atrito e evitando dor. É muito importante
o homem saber que se a vagina não está lubrificada, a mulher não
está excitada e não está desejosa da penetração.
Uma dica é usar os nomes corretos, vulva, vagina e clitóris quan-
do for necessário falar do assunto, seja com o cônjuge, seja com as
filhas, e já estaremos diminuindo em muito os tabus e os conflitos
femininos para a sexualidade.

Não conseguimos ainda uma definição do
que realmente é a prática sexual normal.
(Marido/esposa)
Erro 074
Não saber qual é o padrão
sexualidade
Talvez uma das muitas definições sobre a prática sexual que pode
erros na
ajudar é a do Dr. Theodore Van de Velde:
O ato sexual normal é aquele que se dá entre dois indivíduos se-
xualmente amadurecidos, de sexos opostos, que exclua a cruel-
dade, exclua o uso de meios artificiais para produzir sensações
voluptuosas, cujo alvo seja direta ou indiretamente a consuma-
ção da satisfação sexual, e que, tendo alcançado certo grau de
estimulação, conclua com a emissão ou ejaculação do sêmen
na vagina, e na culminação quase simultânea de sensação ou
orgasmo para os dois.
Essa definição é completa, embora ela possa parecer muito téc-

nica para alguns leitores. Vamos entendê-la melhor. Partimos do
entendimento de que o Senhor criou o homem e a mulher para o
sexo na sua maturidade, no ambiente do casamento, e que ambos
reúnem amplas condições para satisfazer um ao outro com o pró-
prio corpo, sem a necessidade de meios artificiais.
Um casal encontra o que se chama padrão ou uma prática sexual
normal e prazerosa, e até altamente prazerosa, recorrendo ao con-
tato físico mútuo por meio de sedução, flertes, carícias, estímulo e o
contato mais intenso que culmina no próprio ato sexual, ou seja, a
penetração que leva ao orgasmo e a ejaculação.

Em linhas gerais, estas são as práticas que os casais cristãos po-
dem chamar de normais. Mas isso não significa que todos recorram
aos mesmos roteiros, pois uns são mais românticos, outros são mais
pragmáticos, outros são mais tímidos, enquanto outros são mais
apetitosos. Em torno disso, algumas perguntas interessantes podem
ser formuladas. Um bom auxílio nesses casos pode ser a orientação
dada por Paulo em 1Corintios 7.4, capítulo no qual o autor respon-
de a algumas questões sobre a vida do casal. Diz o texto que “A mu-
lher não tem autoridade sobre o próprio corpo, mas sim o marido.
Também, da mesma forma, o marido não tem autoridade sobre o
próprio corpo, mas sim a mulher”.
Há entre os estudiosos da Bíblia um entendimento comum sobre
o que esse texto permite e o que ele limita. Em linhas gerais, há dois
pontos a serem observados. Primeiro, que o dono do corpo não
é proprietário exclusivo dele, mas o cônjuge pode ter acesso a ele
para satisfazer seu apetite sexual, e vice-versa. Segundo, o fato de o
meu cônjuge poder encontrar no meu corpo fonte para satisfazer-
se não pode dar ocasião a um mal-estar pelo fato de ele desejar
determinadas práticas que provoquem em mim dor, humilhação,
desconforto ou qualquer outro tipo de contrariedade quando meu
corpo é tocado. Nada melhor, portanto, que o diálogo franco e aber-
to para encontrarem o equilíbrio que será proveitoso para todos.

Nunca compreendi muito bem
o que é orgasmo. (esposa)
Erro 075
Limitar-se por tabus não bíblicos
Atualmente, com a facilidade de acesso à informação, seja secular
sexualidade
ou teológica, estão se desfazendo as ideias infundadas que surgiram
erros na
na Idade Média, quando os teólogos romanos tentaram vincular ao
pensamento cristão a filosofia asceta – a ideia distorcida que insinu-
ava que tudo aquilo que produzisse prazer seria de origem diabólica
enquanto a Bíblia, a palavra soberana de Deus, diz que “...é digno de
honra o leito sem mácula”.219 As aberrações eram as mais estúpidas
que se possa imaginar. Alguns exemplos:
» Ensinavam que o Espírito Santo saía do quarto no momento

do ato sexual, mesmo que fosse com o propósito de conceber
um filho.
» Ensinavam que os casais deveriam abster-se do ato sexual em
todos os dias santos.
» Ensinavam que o casal não podia ter relação sexual às quin-
tas-feiras, por ser o dia que Cristo fora preso; na sexta-feira,
em honra à sua crucificação; aos sábados, em respeito à virgem
Maria; aos domingos, por causa da ressurreição de Jesus e, às
segundas-feiras, em respeito às almas dos falecidos. Livres para
o ato sexual eram apenas as terças e quartas-feiras.
219 Hebreus 13.4

Com a Reforma, os cristãos voltaram a estudar a Palavra de Deus,
o que resultou na libertação destes conceitos distorcidos e danosos
para vida do casal cristão. À medida que as pessoas foram estudan-
do as doutrinas fundamentais, também foram tomando consciência
de que o sexo foi criado por Deus para a “satisfação e felicidade”
do casal,220 até chegarem à compreensão de que o ato sexual tam-
bém é uma expressão de louvor a Deus, partindo do princípio de
que o casal cristão não deixa de ser templo do Espírito Santo neste
momento de intimidade.
Orgasmo, como defini-lo?

Ninguém melhor do que a Dra. Marie Robinson, uma psiquiatra,
casada, cuja maioria dos seus clientes são mulheres, para dar uma
definição convincente. Ela descreve o orgasmo feminino da seguin-
te forma:
O orgasmo é a reação fisiológica, que culmina o ato sexual, um
clímax belo e natural. Nos instantes que precedem o orgasmo,
a tensão muscular eleva-se a um ponto em que, se não fosse pela
operação do instinto sexual, ela se tornaria fisicamente insupor-
tável. Os movimentos pélvicos do homem e a movimentação do
pênis, para diante e para trás, no interior da vagina, crescem em
rapidez e intensidade.
Os movimentos pélvicos da mulher também se intensificam e
todo o seu corpo procura, a cada movimento, aumentar a ma-
ravilhosa sensação que experimenta no interior da vagina. Se-
gundo inúmeras mulheres com quem já debati essa experiência,
o prazer é causado mais pela sensação de ter a vagina ocupada ou
pela pressão e fricção na superfície posterior. No momento de
maior tensão muscular, todas as sensações parecem receber um
impulso para cima.
220 1Coríntios 7.1-5

A mulher experimenta esta tensão em um grau tão elevado que lhe
parece ser impossível mantê-la por mais tempo. E realmente o é,
pois aí então ela é dominada por uma série de espasmos musculares.
Estes espasmos ocorrem no interior da vagina, produzindo nela on-
das de intenso prazer. Essas ondas transmitem-se para o corpo todo,
simultaneamente: no tronco, rosto, braços e pernas – e até na planta
dos pés. Esses espasmos que sacodem o corpo todo, convergindo na
vagina, representam e constituem o verdadeiro orgasmo.
Nesse momento, a cabeça se encurva para trás e a extremidade pél-
vica como que se volta para diante e para o alto, numa tentativa de
obter maior penetração possível do pênis. Esses espasmos duram
sexualidade
alguns segundos na maioria das mulheres, embora essa duração
erros na
varie de pessoa para pessoa, e em algumas delas possam chegar a
um minuto ou mais, conquanto vão decrescendo de intensidade.
Muitas mulheres conseguem repetir isso duas ou três vezes antes
que o companheiro atinja o orgasmo. Neurológica e psicologica-
mente, está aberto o caminho para outro orgasmo, e se o marido
continuar com a ativação, ela poderá agir adequadamente. Já ouvi
de algumas mulheres que o último orgasmo, por vezes, é mais
intenso e satisfatório que o primeiro. Assim que a mulher se sa-
tisfaz nessa experiência orgástica, ela relaxa a tensão muscular e
neurológica acumulada durante o período de preparação.
Quando alcança satisfação completa, sua movimentação ces-
sa, e pouco depois a pressão sanguínea, a pulsação, a secreção
glandular, a tensão muscular e todas as modificações físicas que
ocorrem e caracterizam o excitamento sexual, voltam às condi-
ções normais, ou até subnormais.
Tendo havido estudos detalhados das reações físicas tanto dos ho-
mens quanto das mulheres durante o ato sexual, creio ser importante
entender que, dos menores detalhes até os orgasmos, as reações e
as experiências subjetivas do prazer são paralelas nos dois sexos. As
diferenças dignas de notas são que a mulher reage mais lentamente
que o homem ao estímulo externo, e o orgasmo masculino é caracte-
rizado pela ejaculação do líquido seminal no interior da vagina.

A plena satisfação sexual é seguida de um estado de calma to-
tal. O corpo sente-se absolutamente sereno. Psicologicamente a
pessoa sente completamente satisfeita, em paz com o mundo e
com tudo o que há nele. A mulher, em particular, sente-se mais
amorosa para com o companheiro que lhe proporcionou tanto
gozo e lhe deu esse arrebatamento de êxtase.
Muitas vezes, ela deseja abraçá-lo durante algum tempo e per-
manecer um pouco mais ao “clarão” que vai se apagando. Sem
dúvida, com esta descrição, podemos dizer que o orgasmo é
uma experiência singular, fortíssima. Não existe outra experiên-
cia fisiológica ou psicológica que se compare à sua intensidade
extasiante ou ao tremendo prazer que proporciona.
Uma das perguntas que muitas mulheres fazem é se podem ter mais
de um orgasmo durante a relação. A resposta é sim. O corpo da mulher
foi projetado por Deus para ser multiorgástico. Para que a esposa des-
frute desta plenitude, porém, todos os fatores de amor e consideração
devem estar presentes e é imprescindível que haja estimulação adequa-
da. Sendo assim, ela poderá ter quantos orgasmo desejar.
Existem algumas barreiras à multiplicidade do orgasmo, duas das
quais são as inibições e a falta de estimulação suficiente. Marido
e mulher devem, a cada dia, preocupar-se com o crescimento da
qualidade do ato sexual. Há um texto em Cantares de Salomão que
nos incentiva a tornar a experiência da sexualidade rica e prazerosa:
Eu sou do meu amado, e ele me tem afeição. Vem, ó amado
meu, saiamos ao campo, passemos as noites nas aldeias. Levan-
temo-nos de manhã para ir às vinhas, vejamos se florescem as
vides, se já aparecem as tenras uvas, se já brotam as romãzeiras;
ali te darei os meus amores. As mandrágoras exalam o seu per-
fume, e às nossas portas há todo o gênero de excelentes frutos,
novos e velhos; ó amado meu, eu os guardei para ti.221
221 Cantares 7.10-13

ela só tem orgasmo clitoridiano.
Há diferença entre este e o vaginal? (Marido)
Erro 076
Acreditar em lendas urbanas
A resposta é não, do ponto de vista da medicina. Fisiologica-
sexualidade
mente falando, só existe um tipo de orgasmo, quer seja produzido
erros na
pelo pênis na vagina, quer pela estimulação manual do clitóris. No
entanto, as mulheres relatam uma diferença nas sensações provo-
cadas pelas duas experiências orgásticas, sendo que o orgasmo que
resulta da proximidade durante o ato sexual traz maior satisfação
emocional. Neste caso, existe uma diferença subjetiva, percebida
por muitas mulheres.
O doutor Waldir Arévalo222 confirma este parecer e classifica
como lenda conceitos como ponto G e diferença de orgasmos va-
ginal e do clitóris. Ele comenta que o estímulo vaginal e clitoridiano
com os dedos ou com a língua leva a um orgasmo diferente que
o ato sexual pleno, que envolve não somente o físico, mas tam-
bém a alma. O estímulo mecânico, tanto da vagina, como do pênis,
promove relaxamento, com prazer. A isto, ele classifica como “or-
gasminho”, pois o envolvimento emocional altera a produção dos
hormônios, aumentando significativamente o prazer em níveis que
extrapolam o físico. Ele complementa dizendo que o ato sexual em
222 Aos 50 anos, casado há 23 anos, o Dr. Waldir Arévalo é médico ginecologista e obstetra,
especialista pela FEBRASGO. Membro da Sociedade Brasileira de Climatério, pós graduado em Acon-
selhamento Familiar na Escola Superior de Teologia de São Paulo, especialista em Terapia Sexual
pela SBRASH. É palestrante da ONG SABER, professor de Medicina e Saúde na Faculdade Aberta da
Terceira Idade de São Bernardo do Campo. Palestrante dos Encontros de Casais com Cristo do Estado
de São Paulo, na área de sexualidade, e palestrante do Projeto da Planejar Bhoering do Brasil.

si, repleto de amor, permeado de paixão, aliado a estímulos e cari-
nhos vigorosos, leva ao maior e mais intenso prazer que o corpo
humano pode alcançar. Sexo vem de Deus e somente fricções nun-
ca poderiam alcançar o alvo que foi projetado por um Ser espiritual
e relacional, que é amor.
Até que idade o casal pode

praticar o ato sexual?
Erro 077
Desistir da prática sexual
por estar mais velho
Aposentadoria não significa o fim dos prazeres amorosos

Eu não poderia concluir esta obra sem escrever sobre o ato sexual
nos anos do outono da vida. Os casais jovens devem se preparar se-
xualmente para o futuro, assim como preparam-se financeiramente.
Esta é uma questão que talvez preocupe muitas pessoas: “Até que
idade vou funcionar bem sexualmente?”.
O ponto de maior capacidade responsiva sexual do homem
ocorre aos dezessete anos de idade, e a mulher tem maior atividade
sexual aos vinte anos de idade, sendo aos quarenta anos o período
de maior responsividade.

Para o homem
O declínio na resposta sexual masculina, a partir dos dezessete
anos de idade, acontece tão lentamente e de forma tão individu-
al que, provavelmente, o conhecimento deste fato surpreenderá a
muitos. As mudanças nas respostas sexuais ficam mais nítidas em
torno dos cinquenta anos de idade, principalmente na área do or-
gasmo. Há uma diminuição da sua frequência e da sua importância
para o indivíduo, podendo, entre os homens de cinquenta a sessenta
anos de idade, haver um espaço de uma a duas semanas entre uma
relação e outra. O orgasmo pode ser sem ejaculação, ou com redu-
sexualidade
ção do sêmen, o que diminui a sua intensidade, apesar de poder ser
erros na
ainda muito prazeroso. Após os cinquenta anos de idade, há uma di-
minuição na produção de espermatozoides, mas não uma extinção,
pois o homem o produzirá até a década dos noventa anos.
Para a mulher
Após o pico da resposta sexual da mulher, que ocorre entre os
trinta e cinco e quarenta anos de idade, segue-se um declínio, porém
bem mais lento do que o do homem.
As principais mudanças físicas na sexualidade feminina, fora a
puberdade, ocorrem no climatério, que é a fase de transição entre
o período fértil e a velhice da mulher. Nesta fase, aparece a perda
progressiva da função ovariana. O climatério começa com a irregu-
laridade nos ciclos menstruais. É a pré-menopausa e pode durar de
meses a anos, dependendo do organismo. A menopausa significa a
parada da menstruação ao redor dos quarenta e cinco e cinquenta
anos de idade. Para não correr o risco de engravidar, a mulher deve
continuar a usar anticoncepcional até completar um ano sem ocor-
rência da menstruação.

A cessação abrupta do funcionamento ovariano produz uma
queda drástica na produção de estrógeno. Como consequência,
ocorre uma atrofia da mucosa vaginal, o que pode tornar a relação
sexual um pouco dolorosa, ou provocar sangramento nas paredes
da vagina e uma diminuição na lubrificação vaginal, tornando a pe-
netração mais difícil. Podem ocorrer também mudanças na estabili-
dade emocional, que diminui; a mulher fica mais agressiva, irritável,
tensa e deprimida. Muitas sofrem de instabilidade vasomotora, que
são as chamadas “ondas de calor” ou “fogacho”, dor de cabeça, dor
quando urina após a relação, tontura, palpitação ou dor nas costas.
Todos estes sintomas podem ser aliviados com orientação mé-
dica e reposição do estrogênio. Entretanto, como este tratamento
também apresenta desvantagens como estimulação do crescimento
de fibromas uterinos, displasia mamária, crescimento impróprio do
endométrio e aumento ocasional da velocidade do crescimento de
tumores cancerígenos das mamas e, em especial, do endométrio,
os médicos têm que tomar muito cuidado na recomendação do seu
uso. Mulheres com familiares que apresentam câncer de mama de-
vem evitar o uso de estrogênio.
Uma alternativa para a diminuição da dor na vagina durante o
ato sexual é o uso de cremes que contêm estrogênio. As alterações
de “ondas de calor” podem ser controladas com drogas não-hor-
monais. É possível, apresentando resultados positivos, o tratamento
com outros hormônios que não o estrogênio.
Menopausa
É bom deixar claro que muitas coisas que se dizem sobre a
menopausa não são verdades. O fim da capacidade de reprodução
não significa o fim da sexualidade feminina. Como disseram os
pesquisadores Masters e Johnson: “Não há razão pela qual se deva

esperar que o marco da menopausa embote a capacidade, o de-
sempenho ou o impulso sexual da mulher. Não há limite de tempo
traçado pelo avançar dos anos à sexualidade feminina”.
A escritora Simone de Beavouir, no seu livro “O segundo sexo”, lembra
que o drama feminino na terceira idade é justamente o interesse da mulher
pelo sexo enquanto os seus companheiros começam a perder este interesse.
Quero reforçar o que eu já disse. O que determina como a mu-
lher viverá esta idade está na sua cabeça. O sexo é muito mais uma
questão psicológica do que física. Gosto do que escreveu o Dr. Ed
Wheat: “A máxima que melhor se aplica ao sexo depois dos sessenta
sexualidade
erros na
anos é simples - Use-o ou perca-o!”. Os casais que se mantiverem ati-
vos na prática do ato sexual, com certeza continuarão a desfrutar
do prazer desta bênção mesmo depois dos sessenta anos de idade.

II. É lícito?
Ele quer me levar ao motel. (Esposa)
Erro 078
Buscar apimentar a relação
em ambientes desaconselháveis
Abstende-vos de toda a aparência do mal.223
Seria errado o casal ir ao motel?

O motel, no Brasil, é um ambiente construído para preservar a
intimidade e o segredo da identidade dos que o frequentam. Certa-
mente, a maioria das pessoas que fazem uso dos motéis são aquelas
que, por alguma razão, não querem que outros saibam sobre sua
vida íntima, normalmente irregular e, não raro, adúltera. O apóstolo
Paulo escreveu que “todas as coisas me são lícitas, mas nem todas
as coisas convêm”.224
Existem diversos comportamentos e práticas que não são proi-
bidos aos cristãos. O bom senso, porém, muitas vezes nos diz o que
não é interessante fazer. Os motéis oferecem estímulo sexual extra
aos casais, pelo sistema de vídeo interno com filmes pornográficos
e o próprio ambiente que é pensado e decorado para formar uma
atmosfera com forte, senão exclusivo, apelo erótico. Muitos casais
têm extrema dificuldade de não ceder à tentação de usar toda a
223 1Tessalonissenses 5.22
224 1Corintios 6.12

estrutura e equipamentos que o motel oferece para aumentar a ex-
citação. Para o verdadeiro cristão, comprometido com os princípios
da Palavra, isso é licito?225
Outra situação a ser considerada é que, muitas vezes, quando
um casal sai do motel, a tendência é as pessoas só verem o carro e
fazerem um pré-julgamento de quem estava com ela ou com ele no
motel. Ocorrências assim dão ocasião a calúnia que pode difamar o
marido ou a esposa. Paulo tinha razão quando disse que nós temos
que fugir da aparência do mal.
Jesus falou que deveríamos ser “simples como uma pomba, mas
sexualidade
erros na
prudentes como uma serpente”.226 Sei que muitos casais procuram
ter um momento a sós em um lugar em que eles possam ficar à
vontade, sem ser incomodados por quem quer que seja.
Meu conselho é que evitar a frequência ao motel é a melhor
atitude, pois existem pousadas e hotéis que podem ser usados para
esses momentos de intimidade e comunhão com o cônjuge, sem os
desconfortos e os perigos, além de possíveis escândalos, que os motéis
podem provocar. Nós cristãos devemos buscar alternativas e ocasiões
nas quais podemos nos diferenciar das práticas habitualmente adotadas
pelas demais pessoas, e isso é também uma forma de demonstrar que
podemos ter uma vida sexual ativa e prazerosa com a pessoa a quem
amamos sem, no entanto, recorrer aos mesmos expedientes que as
pessoas sem compromisso com Deus adotam.
225 Jesus nos ensina em Mateus 5.28 que olhar para alguém com intenção impura já constitui
pecado de adultério. Não há como assistir a um filme pornográfico sem ter intenção de lascívia.
226 Mateus 10.16

Ele quer que eu pratique sexo anal. (Esposa)
Erro 079
Querer forçar a mulher a praticar sexo anal
Os limites na prática do ato sexual de um casal cristão

Até onde vai o limite no quarto do casal cristão? O que é pecado
ou não? Estas são perguntas que sempre os casais fazem em nos-
sos seminários. Quero responder com um texto bíblico. O apóstolo
Paulo escreveu:
E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da
imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes,
e de répteis. Por isso também Deus os entregou às concupis-
cências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus
corpos entre si; Pois mudaram a verdade de Deus em mentira,
e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é
bendito eternamente. Amém.
Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as
suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. E,
semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da
mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os
outros, homens com homens, cometendo torpeza e recebendo
em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro.
E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus,

assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem
coisas que não convêm; estando cheios de toda a iniquidade, pros-
tituição, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, con-

tenda, engano, malignidade.227
Compreendo que o apóstolo referia-se ao homossexualismo
masculino e feminino. O princípio do texto, porém, pode ser apli-
cado para responder à pergunta: “Sexo anal é pecado?”. Observe a
expressão “mudaram o uso natural” – ela diz respeito a tudo que
foge àquilo que é natural, tudo aquilo que não é normal: o sexo anal
é pecado e profana o templo do Espírito Santo.
Alguns médicos228 dizem que a prática frequente do coito anal
pode afrouxar os músculos do ânus e esfíncter. Eles postulam que
a prática da relação anal por um período longo de anos pode levar
sexualidade
erros na
a uma incapacidade total de retenção de fezes ou gases intestinais,
principalmente quando associada à redução normal do controle dos
esfíncteres devido à idade.
O perigo de infecção da uretra aumenta consideravelmente devido
ao contato com micro-organismos normalmente presentes no ânus e
no reto. As infecções mais comuns são a uretrite e a hepatite B.
Para a mulher, a consequência negativa mais frequente é a vagi-
nite, causada por bactérias ou fungos que passam do ânus à vagina,
levados pelo pênis ou pelo dedo. Sem contar que a prática é descon-
fortável e muito dolorida para a maioria das mulheres.
Infelizmente, nem sempre há compreensão por parte do homem.
Alguns forçam a esposa a praticar o sexo anal e criam um clima de
opressão psicológica, inibindo assim a vontade e o desejo da esposa
para a prática sexual. Por causa disso, para muitas esposas, o momento
do encontro na intimidade é sempre uma tortura e não prazer. Todos
os maridos que nutrem essa fantasia deveriam refletir sobre isso. Quem
ama compreende, respeita e busca o melhor para a pessoa amada.
227 Romanos 1.23-29 (ênfase acrescentada)

228 Vale a pena ler o livro O sexo que Deus criou pelo Dr. Waldir Moreno Arévalo, publicado pela
Editora Mensagem para Todos.

Ele me confessou que é viciado em
pornografia. (Esposa)
Erro 080
Apaixonar-se pela ilusão da pornografia
O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que as
confessa e deixa, alcançará misericórdia.229
Quando uma confissão revela um pedido de socorro

e desejo de libertação
Quando o cônjuge abre o coração e confessa seu erro é porque
deseja mudança, libertação e cura. Esta é uma oportunidade singu-
lar para o casal demonstrar o quanto é amigo e irmão em Cristo.
Ninguém melhor do que o cônjuge para compreender, apoiar, auxi-
liar e amparar o outro no momento em que existe uma luta contra
algo que quer destruir sua alma.
É necessário que haja profundo arrependimento. Arrepender-se
envolve três passos decisivos: 1) tristeza pelo pecado; 2) confissão
do pecado e 3) abandono do pecado. O texto de Provérbios 28.13
é claro: “o que confessa e deixa o erro, alcança a vitória em Deus”.
Augustus Nicodemus Lopes escreveu o artigo Qual é o problema
de gostar de um pouco de pornografia?, transcrito aqui, que nos ajuda a
encarar a pornografia de um modo mais bíblico.
229 Provérbios 28.13 (ênfase acrescentada)

Afinal, o que é pornografia mesmo?
Alguém já disse que é mais fácil reconhecer a pornografia do
que defini-la. Os dicionários nos dizem que pornografia é o cará-
ter imoral ou obsceno de uma publicação. Material pornográfico
é aquele que descreve ou retrata atos ou episódios obscenos ou
imorais. Essas definições não ajudam muito pois conceitos como
“obscenos” e “imorais” são bastante subjetivos no mundo de hoje.
Classificar material pornográfico em “soft” (nudez e sexo implícito)
e “hardcore” (sexo explícito contendo cenas de degradação, violência
e aberrações) só ajuda didaticamente. Para muitos, Playboy é uma
sexualidade
revista pornográfica. Para outros, não. Entretanto, da perspectiva da
erros na
ética bíblica, definição acima é mais que suficiente.
A popularidade da pornografia
É exatamente pela complexidade do assunto, agravado pela
omissão de boa parte das igrejas no Brasil, que muitos evangélicos
estão confusos quanto ao mesmo, e não poucos são viciados em
alguma forma de pornografia. Aqui estão as minhas razões para
essa constatação:
1) A tremenda popularidade da pornografia no mundo de
hoje. Uma estatística de 1995 revelou que os americanos gas-
tam mais em pornografia do que em Coca-Cola. Não é difícil de
imaginar que a situação no Brasil não seria muito diferente. Até
países antigamente fechados, como a China, em 1993 assistiu a
uma enxurrada de material pornográfico em seus limites, após
ter aberto, mesmo que um pouco, as suas fronteiras para receber
ajuda estrangeira. Mensalmente, cerca de 8 milhões de cópias de
revistas pornográficas circulam no Brasil. Em 1994 a venda de
vídeos pornôs chegou perto de 500 milhões de dólares. Não é
de se admirar que as locadoras reservam cada vez mais espaço

nas prateleiras para vídeos pornôs. Segundo uma pesquisa, em
1992, 1 a cada 4 brasileiros assistiu a um filme de sexo explícito.
O mesmo fizeram 13% das mulheres entrevistadas. Em 1995
esse número dobrou para os homens e aumentou um pouco em
relação às mulheres.
2) A imensa facilidade para se conseguir material pornográ-
fico no mundo de hoje. Como na maioria dos demais países “ci-
vilizados” (uma conhecida exceção é o Irã) material pornográ-
fico pode ser encontrado e consumido facilmente no Brasil em
diversas formas: cinema, canais abertos de televisão, televisão a
cabo e no sistema “pay-per-view”, Internet, fitas de vídeo, CD
-ROMs com material pornográfico, gravuras, exposições de arte
erótica, livros, revistas e videogames, entre outros. Parece não
haver fim à criatividade do homem em utilizar-se dos avanços
tecnológicos para a difusão da pornografia. Como disse o escri-
tor francês Restif de la Bretone no século 18, “La dépravation
suit le progrès des lumières” (“A depravação segue o progresso
das luzes”).

o que tem de mais em ver pornografia?
Muito embora os evangélicos em geral sejam contra a pornogra-
fia (alguns apenas instintivamente) nem todos estão conscientes do
perigo que ela representa. Menciono alguns deles em seguida:
1) Consumir deliberadamente material pornográfico é violar todos

os princípios bíblicos estabelecidos por Deus para proteger a família, a
pureza e os valores morais. A própria palavra “pornografia” nos aponta
essa realidade. Ela vem da palavra grega pornéia, que juntamente com
mais outras 3 palavras (pornos, pornê e pornéuo) são usadas no Novo Testa-
mento para a prática de relações sexuais ilícitas, imoralidade ou impure-
sexualidade
erros na
za sexual em geral. Frequentemente essas palavras de raiz porn- apare-
cem em contextos ou associadas com outras palavras que especificam
mais exatamente o tipo de impureza a que se referem: adultério, incesto,
prostituição, fornicação, homossexualismo e lesbianismo. O Novo Tes-
tamento claramente condena a pornéia: ela é fruto da carne, procede do
coração corrupto do homem, é uma ameaça à pureza sexual e devemos
fugir dela, pois os que a praticam não herdarão o reino de Deus. A
pornografia explora exatamente essas coisas — adultério, prostituição,
homossexualismo, sadomasoquismo, masturbação, sexo oral, penetra-
ções com objetos e — pior de tudo — pornografia infantil, envolvendo
crianças de até 4 anos de idade.
2) Consumir deliberadamente material pornográfico é contri-

buir para uma das indústrias mais florescentes do mundo e que,
não poucas vezes, é controlada pelo crime organizado. Segundo
um relatório oficial em 1986, a indústria pornográfica nos Estados
Unidos é a terceira maior fonte de renda para o crime organizado,
depois do jogo e das drogas, movimentando de 8 a 10 bilhões de
dólares por ano. Acredito que o quadro é ainda pior hoje. A indús-
tria da pornografia apoia e promove a indústria da prostituição e
da exploração infantil. O dinheiro que pais de família gastam com

pornografia deveria ir para o sustento de sua família. Alguns podem
alegar que consomem apenas material soft contendo somente cenas
de nudez — esquecendo que esse material é produzido pela mesma
indústria ilegal que produz e distribui a pornografia infantil.
Pornografia e a escalada da violência

Não são poucos os relatórios feitos por comissões de pesqui-
sadores que denunciam a estreita relação entre a pornografia e a
crescente onda de estupros, assédio sexual e exploração infantil nos
países “civilizados”. Vários dos temas mais comuns em pornografia
do tipo hardcore incluem cenas de sequestro e estupro de mulheres,
geralmente com espancamento e tortura, além de outras formas
obscenas de degradação. A mensagem que a pornografia passa aos
consumidores é que quando a mulher diz “não” na verdade está di-
zendo “sim”, e que se o estuprador insistir, ela não somente aceitará
como também passará a gostar. Assim, a violência contra a mulher
é exposta como algo válido e normal. A mulher é vista como objeto
sexual a ser usado ao bel-prazer dos homens.
Uma outra forma de hardcore é a pornografia infantil. Esse ma-
terial exibe cenas de sexo envolvendo crianças e adolescentes. Em
alguns casos, crianças aparecem assistindo a cenas de sexo oral por
adultos, Noutras, são violentadas e estupradas por adultos. Noutras,
fazem sexo entre si. Esse material ilegal, mórbido, desumano e obs-
ceno está disponível pela Internet até mesmo em servidores esta-
cionados em universidades federais, conforme denúncias de jornais
em dias recentes. Grandes provedores têm seções onde usuários
podem bater papo sobre sexo e trocar imagens de sexo explícito
com crianças, algumas delas tão degradantes, segundo uma denún-
cia feito pelo Instituto Gutemberg em Julho de 1997, que faz da
revista “Penetrações Profundas” uma publicação para freiras.

Associado com a pornografia hardcore está o surto de violência se-
xual contra as mulheres e crianças nas sociedades modernas onde esse
material pode ser obtido facilmente. Estudos por especialistas ame-
ricanos mostram que existe uma estreita relação entre pornografia e
a prática de crimes sexuais. Eles afirmam que 82% dos encarcerados
por crimes sexuais contra crianças e adolescentes admitiram que eram
consumidores regulares de material pornográfico. O relatório oficial
do chefe de polícia americano em 1991 diz: “Claramente a porno-
grafia, quer com adultos ou crianças, é uma ferramenta insidiosa nas
mãos dos pedófílicos [viciados em sexo com crianças]”. A porno-
grafia está estreitamente associada ao crescente número de estupros
sexualidade
erros na
nos países civilizados. Só nos Estados Unidos, o número conhecido
pela polícia cresceu 500% em menos de 30 anos, que corresponde
ao aumento da popularidade e facilidade em se encontrar material
pornográfico. Cerca de 86% dos condenados por estupro admitiram
imitação direta das cenas pornográficas que assistiam regularmente.
crentes “voyeurs”?
Há boas razões para acreditarmos que o número de evangélicos
no Brasil que são viciados em pornografia é preocupante. Pesquisa-
dores estimam que nos Estados Unidos cerca de 10% dos evangé-
licos estão afetados. Considerando que no Brasil a facilidade de se
obter material pornográfico é a mesma — ou até maior — que nos
Estados Unidos, considerando que a igreja evangélica brasileira não
tem a mesma formação protestante histórica da sua irmã americana,
considerando a falta de posição aberta e ativa das igrejas evangéli-
cas brasileiras contra a pornografia, como acontece nos Estados
Unidos, não é exagerado dizer que provavelmente mais que 10%
dos evangélicos no Brasil são consumidores de pornografia. Talvez
esse número seja ainda conservador diante do fato conhecido que

os evangélicos no Brasil assistem mais horas de televisão por dia
que muitos países de primeiro mundo, enchendo suas mentes com
programas que promovem a violência e o erotismo, e assim abrindo
brechas por onde a pornografia penetre e se enraíze.
Mais preocupante ainda é a probabilidade de que grande parte
desse percentual é de jovens evangélicos adolescentes. Uma pesquisa
feita por Josh McDowell em 22 mil igrejas americanas revelou que
10% dos adolescentes havia aprendido o que sabiam sobre sexo em
revistas pornográficas. 42% deles disse que nunca aprendeu qualquer
coisa sobre o assunto da parte de seus pais. E outros 10% confes-
saram ter assistido a um filme de sexo explícito nos últimos 6 me-
ses. Uma extrapolação, ainda que conservadora, para a realidade das
igrejas brasileiras é de deixar pastores e pais em estado de alarma.
O escândalo envolvendo o pastor Jimmy Swaggart em 1988 revelou
abertamente uma outra face do problema, que há pastores evangélicos
que também são viciados em pornografia. Uma pesquisa feita em 1994
entre pastores evangélicos americanos revelou uma relação estreita en-
tre o consumo de pornografia e a infidelidade conjugal. Por causa do
receio de serem apanhados e de estragarem seus ministérios, muitos
pastores optam por consumir pornografia como voyeurs a praticar o
adultério de fato, embora alguns acabem eventualmente caindo na infi-
delidade prática. Quando eu me preparava para escrever esse ensaio, li
diversos artigos sobre pornografia publicados em revistas americanas
e europeias de aconselhamento pastoral. Muitos deles são abertamente
dirigidos para ajudar pastores viciados em pornografia.
Falta de decência
Infelizmente parece que estamos nos acostumando à falta de de-
cência. Tornamo-nos como os pagãos. Temos a mesma atitude que
eles têm para com a nudez e a exposição dos órgãos sexuais. A ar-

queologia revelou que em muitas das paredes dos templos pagãos
cananitas, que foram destruídos pelos israelitas quando conquistaram
a terra,230 havia desenhos de órgãos sexuais masculinos e femininos.
Essas são as formas mais antigas de pornografia que conhecemos. Os
cananitas aparentemente representavam os órgãos genitais nas pare-
des para excitar os adoradores e estimulá-los à prática da prostituição
sagrada. Os israelitas, em contraste, tinham uma atitude totalmente
diferente quanto à exposição dos órgãos sexuais. Em suas Escritu-
ras Sagradas estava escrito que Deus cuidou em cobrir a nudez do
primeiro casal após a queda.231 Havia uma preocupação em que as
vestimentas cobrissem os órgãos genitais, ao ponto de que havia uma
sexualidade
erros na
determinação na lei de Moisés de que o sacerdote deveria ter cuidado
para não subir as escadas do altar de forma a deixar que seus órgãos
genitais ficassem expostos.232 Cão, o filho de Noé, foi condenado por
ter visto a nudez de seu pai. A própria Bíblia se refere à genitália de
forma reservada, usando às vezes eufemismos como «nudez»,233 “pele
nua”,234 “membro viril”,235 “entre os pés”236 e “parte indecorosa”,237
só para citar alguns exemplos.
Podemos fazer alguma coisa, sim!

Acredito que os pastores e as igrejas evangélicas no Brasil po-
dem fazer algumas coisas: ler os estudos e relatórios sobre os efei-
tos da pornografia feitos por comissões especializadas; pregar so-
bre o assunto e especialmente dar estudos para grupos de homens;
desenvolver uma estratégia pastoral para ajudar os membros das
230 Levíticos 26.1 e Números 33.52

231 Gênesis 10-3.7 ;2.25
232 Deuteronômio 20.26
233 Levíticos 18
234 Êxodo 28.42

igrejas que são adictos à pornografia; não esquecer que muitos pas-
tores podem precisar de ajuda eles mesmos; criar comissões que
se mobilizem ativamente contra a pornografia, utilizando-se dos
dispositivos legais que o permitam (uma possibilidade é encorajar
os políticos evangélicos a tomar posições bem definidas contra a
pornografia); desenvolver uma abordagem que trate da sexualidade
de forma bíblica, positiva e criativa; tratar desses temas desde cedo
com os adolescentes da Igreja expondo o ensino bíblico de forma
positiva; orar especificamente pelo problema.
Não estou pregando uma cruzada de moralização, embora
evidentemente a igreja evangélica brasileira poderia tirar bastan-
te proveito de uma. A pornografia é um mal de graves conse-
quências espirituais e sociais embora não acredite que devamos
fazer dela o inimigo público número 1, como algumas organiza-
ções moralistas e fundamentalistas dos Estados Unidos. Afinal
das contas, a raiz desse problema — e de outros — é o coração
depravado e corrompido do homem, que só pode ser mudado
pelo Evangelho de Cristo. Hitler conseguiu em 4 anos banir da
Alemanha todas as formas de pornografia e perversão e incu-
tir na geração jovem de sua época a aspiração por altos valores
morais e pela pureza da raça ariana. Os motivos eram errados e
o projeto de Hitler acabou no desastre que conhecemos. Não
acabaremos com a depravação moral somente com leis e dis-
cursos políticos. Jack Eckerd, um empresário milionário dono
de um negócio que rendia mais de 2,5 milhões de dólares por
ano, ao se converter a Cristo em 1986, determinou que todas as
publicações pornográficas vendidas em suas 1.700 lojas fossem
retiradas, mesmo que isso significasse a perda de alguns milhões
de dólares anuais. Quando o coração é mudado as mudanças
morais seguem atreladas.

eu tenho sonhos eróticos com outras
mulheres. Devo contar à minha esposa para
que ela me ajude? (Marido)
Erro 081
Achar que tem que contar tudo para esposa
sexualidade
Quando não é interessante compartilhar
erros na
Alguns sonhos têm origem em Deus, como podemos compro-
var extensivamente nas Escrituras,238 e outros surgem naturalmente
a partir das preocupações e dos desafios do dia a dia. Há também
aqueles que têm origem maligna.
Existe um fenômeno curioso, chamado polução noturna, que,
segundo o Dr. Cálide Soares Gomes, pode também ser chamado,
às vezes, de “sonho erótico”.239 Trata-se da emissão ou descarga do
sêmen durante o sono. Durante o sono, é sabido que o pênis fica
ereto e, se um sonho erótico acontece, a ejaculação e orgasmo po-
dem ser o desfecho desse sonho.
Não é regra, mas quase sempre acompanha-se de um sonho eró-
tico em que o indivíduo acorda imediatamente antes ou imedia-
tamente após ejacular. Muitas vezes, o sonho erótico pode ser
lembrado e percebido como uma experiência sexual prazerosa. Na
pré-adolescência o fenômeno é mais frequente, porém, ocorre em
todas as idades.
238 Em Gênesis 37.6, José teve um sonho que cumpriu-se anos depois. Ainda em Gênesis 4.15, o
Faraó teve o sonho das vacas magras; em Daniel 2.3, o rei Nabucodonosor sonhou e pediu interpre-
tação dos sábios; em Daniel 7.1, o próprio Daniel teve sonhos proféticos. No Novo Testamento, em
Mateus 2.19 José, marido de Maria, também recebeu instruções divinas por meio de sonhos.
239 http://www.saudenainternet.com.br/portal_saude/sonhos-eroticos--polucao-noturna-.php.

O fenômeno parece ser uma maneira do organismo “se livrar”
do excesso de sêmen acumulado já que é menos frequente em
quem ejacula regularmente por masturbação ou relação sexual.
Não pode ser considerado um problema.
A polução noturna não deve ser tomada como anormal ou sinal
de alguma enfermidade. Ocorre, inclusive, em adultos com vida
sexual regular e estável. Não se conhece uma maneira eficiente
de evitar os sonhos eróticos e nem se deveria tentar fazê-lo já
que se trata de um aspecto normal da sexualidade.
Esses episódios podem ocorrer ...por um mecanismo do pró-
prio corpo, em expulsar o excesso de espermatozoides, líquido
seminal e prostático que são continuamente produzidos pelo
corpo, por uma questão hormonal.
Os episódios de polução noturna podem ocorrer em homens
de qualquer idade, é normal e não se deve repreender nenhum
homem por causa disso, visto que é uma situação fisiológica
incontrolável.240
Para minimizar estes episódios, procure aumentar a frequência

das relações sexuais com a esposa, o que diminuiria a necessidade
da polução noturna que normalmente vem acompanhada dos so-
nhos eróticos. Vigie o conteúdo que você permite que entre na sua
mente, pois não sonhamos nada que não esteja guardado na memó-
ria. Evite conteúdos “picantes”.
Muitas vezes, a televisão apresenta uma sensualidade “discreta” e
não explícita, mas muito poderosa. Vigie também as fantasias men-
tais com colegas de trabalho e mulheres próximas. Lembre-se de
que Jesus disse que “...qualquer que atentar numa mulher para a
cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela”.241
240 Extraído do sítio Tua Saúde, artigo Polução Noturna, no endereço eletrônico http://www.
tuasaude.com/polucao-noturna/, em 17/02/2014.
241 Mateus 5.28, 29

Nem toda mulher é madura o suficiente para compreender o
que se passa com o marido. Compartilhar com a esposa os sonhos
eróticos pode gerar ciúmes e outros sentimentos. Pense que não é
interessante contar para a esposa. Você pode atenuar estes episó-
dios pela oração, meditação na Palavra e disciplina da mente.
No momento do ato sexual com meu

marido, pensei em um outro homem. Tenho
sexualidade
dúvidas se isto é pecado ou não. (esposa)
erros na
Erro 082
Fantasiar com outros homens
Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher
para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela.242
Quando a fantasia torna-se um adultério

Lutero tem uma frase muito apropriada sobre os pensamentos
que “sobrevoam” a nossa cabeça. Ele disse assim: “Não posso im-
pedir que um pássaro sobrevoe a minha cabeça, mas posso impedir
que nela ele faça o seu ninho”. Uma sugestão pode passar pela sua
cabeça, uma imagem pode surgir e uma ideia pode ser apresenta-
da. A isto chamamos de tentação. Ser tentada não é pecado, mas
quando você abriga e alimenta a tentação em sua cabeça e em seu
coração, então o pecado acontece.
242 Mateus 5.28

Este tipo de fantasia, que pode ser pensada no ato sexual, não
deixa de ser adultério segundo o que Jesus disse em Mateus 5.28.
Qualquer pessoa que aceite passivamente que isso aconteça em sua
mente comete pecado. Todo pecado primeiramente é concebido na
mente e depois transforma-se em comportamento e prática. Ele
não nasce na cabeça do Diabo, mas na nossa própria imaginação
como disse Tiago: “Mas cada um é tentado quando atraído e sedu-
zido por seu próprio desejo. Então o desejo, tendo concebido, dá à luz o
pecado; e o pecado, após se consumar, gera a morte”.243 Os desejos
nascem em nossos pensamentos e depois descem ao nosso coração
e nos dominam. É preciso, portanto, identificá-los na sua fonte e
tratar de afastá-los ali.
Assim como acontece na masturbação, imaginar um ato sexual
com outra pessoa é traição de acordo com aquilo que Jesus ensinou
e, para os casados, é também traição ao próprio cônjuge. É preciso
arrepender-se e abandonar isso.
Se surgir novamente outro homem em sua mente enquanto você
tem relações sexuais com seu marido, desvie o pensamento, abra os
olhos, contemple o seu legítimo companheiro, aproveite o momen-
to e não permita que aquela sugestão estabeleça-se na sua mente.
Na carta aos Hebreus, a Palavra do Senhor diz: “Venerado seja
entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém, aos que se dão à
prostituição, e aos adúlteros, Deus os julgará”.244 Tenha cuidado com isso.
243 Tiago 1.14, 15 (ênfase acrescentada)

244 Hebreus 13.4 (ênfase acrescentada)

eu tenho seios pequenos e gostaria de colocar
silicone, pensando no meu marido. (esposa)
Erro 083
Ficar insatisfeita com o próprio corpo
Quando um reparo na estética é o grande

dilema de uma mulher
sexualidade
erros na
Por que o assunto beleza estética mexe com todas as mu-
lheres? Os homens são atraídos pelo que veem, e faz parte da
natureza feminina a preocupação permanente com a aparência.
Sempre foi assim. Se você já leu o livro de Cantares de Salomão,
percebeu que no capitulo 7 há uma descrição sensual e detalhada
do corpo da mulher.
Reconheço que hoje, em função do que prega a mídia, há quase
que um “culto ao corpo”. Quando a preocupação com a beleza
estética ultrapassa os limites do bom senso, tornando-se doentia,
é pecado. Nunca foram vendidos tantos produtos de beleza como
hoje, nunca as empresas e os profissionais da área trabalharam tan-
to. Afinal de contas, é certo ou errado a mulher adicionar silicone
nos seios para melhorar sua estética?
A autoestima da mulher depende de como ela está consigo mes-
ma e isso também tem a ver com a sua aparência. O avanço da
ciência na área da medicina tem contribuído para amenizar ou, em
alguns casos, acabar com o sofrimento das pessoas. O que anos
atrás era perigoso, prejudicial e fazia-se com muito risco, hoje é feito
com segurança e risco reduzido.

Sou contra a atitude de uma pessoa que passa por uma cirurgia
plástica para mexer, alterar, mudar aquilo que não é necessário, apenas
por uma vaidade exacerbada. Quem não se lembra do cantor ameri-
cano Michael Jackson, que alterou completamente a sua aparência,
mudou o nariz, a sua cor de pele e cabelo. Com 45 anos de idade, ele
já tinha uma aparência deformada. Quantas mulheres, ao perceber
que a velhice chegou, tentam ficar com aparência de uma “menina”
por meio de cirurgias plásticas. Considero isso um absurdo.
Pessoas que sabem viver, e compreendem o valor e a importân-
cia de cada fase da vida, não se abatem com o processo natural do
envelhecimento que acontece à medida que o tempo passa. Não
temos como parar isto. Desde o momento em que nascemos, co-
meçamos a envelhecer. No entanto, a alma não enruga e o espírito
não envelhece – basta saber viver.
Quando a mulher recorre a uma cirurgia plástica, seja ela qual
for, para reparar aquilo que a incomoda, atrapalha, diminui sua au-
toimagem e estima, ou empobrece a visão estética de si mesma, é
uma atitude sensata, prudente e propicia.
Se é possível melhorar, sem comprometer a saúde, porque não
fazer? Um dos melhores cirurgiões plástico do Nordeste, Dr. Valdo-
miro Correia, disse-me certa vez: “Não existe recompensa maior na
minha profissão do que ver uma pessoa entrar no meu consultório
deprimida por causa de algo em seu corpo que a incomoda, atrapalha
e perturba, e ver esta pessoa com um sorriso depois da intervenção
cirúrgica, um brilho no olhar e uma nova disposição para viver”.
Como terapeuta familiar, sempre aconselho as pessoas que antes
de qualquer decisão neste sentido devem procurar um profissional
da área, credenciado, e que tenha boas referências.

III. Comportamento
ela nunca me procura para o ato sexual,

sempre espera por mim. (Marido)
Erro 084
Ter uma atitude passiva para o sexo
sexualidade
erros na
Quando não há uma atitude democrática no leito
A orientação do apóstolo Paulo sobre esta questão é:
Porém, porque existe tanta imoralidade, cada homem deve ter
sua própria esposa, e cada esposa, o seu próprio marido. O ho-
mem deve cumprir o seu dever como marido, e a mulher também
deve cumprir o seu dever como esposa. A esposa não é dona do seu
próprio corpo, pois ele pertence ao marido. Assim também o marido não é
dono do seu próprio corpo, pois este pertence à esposa. Que os dois não
se neguem um ao outro, a não ser que concordem em fazer isso
por algum tempo para se dedicarem à oração. Mas depois devem
ter relações normais, para que Satanás não os tente por não po-
derem se dominar.245
No leito de um casal cristão, deve haver o clima da mais absoluta

democracia. Tanto o homem quanto a mulher estão livres para to-
mar a iniciativa para o ato sexual quando sentirem desejo. Quando a
sexualidade não é uma experiência vivida com liberdade, a qualida-
de do ato conjugal tem a tendência de ser baixa.
245 1Coríntios 7.2-5 (ênfase acrescentada)

Você sabia que as mulheres possuem uma capacidade para amar
maior do que os homens e que esta capacidade manifesta-se em dar
e receber? No entanto, elas também são mais propensas do que os
homens a aceitar uma vida amorosa insatisfatória.
Por que será que algumas mulheres nunca tomam a iniciativa
para o ato sexual com o marido?
Primeiro – por causa de um tabu que passou de pai para filho. É a ideia
de que o marido tem que ser o líder e tomar a iniciativa em tudo.
Segundo – por timidez e acanhamento quanto à prática do ato em si.
Terceiro – por um sentimento inconsciente de que se ela o procu-
rar, será considerada vulgar.
Quarto – por alguma decepção que sofreu quando fez uma tenta-
tiva de procurar e o marido não respondeu positivamente.
Quinto – porque o marido nunca deixou que ela a procurasse,
mas sempre fez e faz tudo. Às vezes, a esposa mesma diz: “Você me
deixou mal acostumada”.
A esposa precisa compreender que, de vez em quando, o marido pre-
cisa ser procurado, provocado e seduzido sexualmente. Quando a mulher
toma a iniciativa para o ato sexual, ela contribui para que o casamento seja
uma experiência de vida renovadora e a cada dia mais prazerosa.
Há um texto em Cantares que fala de uma esposa ousada na prá-
tica do ato sexual. No caso, ela é quem toma a iniciativa:
Apartando-me eu um pouco deles, logo achei aquele a quem
ama a minha alma; agarrei-me a ele, e não o larguei, até que o
introduzi em casa de minha mãe, na câmara daquela que me ge-
rou. Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém, pelas gazelas e cervas
do campo, que não acordeis, nem desperteis o meu amor, até
que queira.246
246 Cantares 3.4, 5

ela é dez na cozinha e zero na cama. (Marido)
Erro 085
Não se aperfeiçoar na arte
do amor com o marido
Quando não basta cozinhar bem...
sexualidade
erros na
Um marido compartilhou comigo que sua esposa dedica-se
100% à cozinha e nunca se preocupa em investir no quarto, na
cama, enfim, na vida sexual. Ele disse: “Eu sou infeliz sexualmen-
te”. Ninguém melhor do que uma mulher para falar sobre este as-
sunto. Gaye Wheat, em seu livro Sexo e intimidade, escreve:
Sabemos que não somos esposas perfeitas. E nossos maridos
também o sabem. Mas é possível mantê-los tão felizes que eles nos
achem perfeitas, pelo fato de que, nos detalhes que mais importam
para eles, aprendemos a agradá-los! Vejam bem, não estou falando
aqui de manobras escusas ou manipulações astutas com o intuito de
confundir nossos maridos ao ponto de levá-los a nos adorar.
Eles não são assim tão fáceis de enganar. E, o que é mais impor-
tante, há uma maneira melhor de agradá-los - uma que Deus pode
honrar, por ser baseada no princípio neotestamentário de servir: “...
nós mesmos como vossos servos por amor de Jesus.”247 Quando se
trata de relacionamento sexual, a nossa satisfação é necessária para
podermos satisfazer o nosso marido. Os homens que classificam
sua experiência sexual como extraordinária dizem que ela é assim
tão boa devido ao prazer que sentem ao verem as esposas excitadas
247 2Coríntios 4.5

e vibrando. A maioria dos maridos percebe que o sexo no casamen-
to pode oferecer muito mais do que a satisfação de sua necessidade
biológica por uma esposa submissa, no entanto passiva, cansada e
entediada. Eles desejam ver as esposas alçarem o êxtase através de
sua arte amorosa; e, no entanto, segundo as estatísticas, menos de
40% dos casais gozam satisfação máxima e alívio no ato sexual de
forma contínua.
Leia esta confissão que foi feita por uma esposa que participou
de um curso que ministrei para casais: “Estou casada há dez anos.
Eu não sabia o que era orgasmo. Agora que fiquei sabendo, descobri
que nunca o experimentei. Sempre tive a prática do ato sexual como
obrigação, para satisfazer as necessidades do meu marido”.
Como as mulheres podem melhorar na área

do ajustamento sexual?
Primeiro: conscientize-se de que o prazer através do ato conju-
gal – ou seja, o “orgasmo” – foi programado no coração de Deus
para o casal. Não foi o diabo que criou isto, foi Deus.
Segundo: saiba que um casamento no qual não há felicidade
sexual, por culpa de um dos cônjuges, é com certeza uma relação
que está fadada à falência.
Terceiro: pare um tempo a sós e faça uma autoanálise das suas
atitudes para com o sexo e para com o seu marido.
Quando você ouve a palavra sexo, o que vem em sua mente?
Algo bom, prazeroso e doador? Ou algo sujo, repugnante e
detestável?
» Qual era a sua atitude antes de se casar?
» Você recebeu alguma educação sexual no lar?

» Talvez você tenha pensado que seu marido saberia tudo o que
fosse necessário, contudo ele não sabia.
» Você ainda tem inibições sexuais?
» Você suporta o sexo como um dever ou o aguarda com prazer?
» Você é calorosa e sensível à conduta amorosa do seu marido
ou se refugia lá no outro lado da cama, esperando que ele não
demonstre nenhum interesse?
» As experiências de lua de mel a desapontaram ou a fizeram
sentir-se mal, estabelecendo um padrão infeliz que ainda não
sexualidade
foi alterado?
erros na
» Você teve alguma experiência sexual antes do casamento, que a
desagradou muito?
Tim e Beverly LaHaye, em seu livro Ato conjugal, dão alguns con-
selhos que podem mudar sua vida sexual.
1. Mantenha uma atitude mental positiva. Segundo a Sra. Mor-
gam, o cérebro é o centro do controle sexual feminino. O verso de Pro-
vérbios 23.7 nos lembra que: “Porque como imagina em sua alma, assim
ele é”. Quando uma pessoa sempre prevê para si o fracasso, nunca vence
na vida. Contudo, se espera sempre o sucesso, alcança-o. Para a mulher
que estiver preocupada com esta questão do ato amoroso, pouco vale
seu talento, seu Q.I. ou sua idade; o fator determinante é a atitude mental.
Há três elementos na constituição mental da mulher que são muito im-
portantes para ela: primeiro, o que ela pensa do sexo; segundo, o que ela
pensa de si mesma; terceiro, o que ela pensa de seu marido.
2. Relaxe! Relaxe! Relaxe! Não é surpresa para ninguém o
fato de uma moça virgem ficar bastante tensa na expectativa de
sua primeira união sexual. Por que não estaria? Toda experiência

nova que realizamos produz em nós certa excitação nervosa – isto
é perfeitamente normal. Mas como tudo o que acontece na vida,
à medida que ela vai se repetindo, a pessoa consegue relaxar. É de
vital importância que a esposa aprenda a relaxar-se ao praticar o ato
sexual, pois todas as funções orgânicas operam sob tais condições.
O marido pode colaborar muito nesse sentindo, levando-a com ca-
rinho e paciência à excitação. Aí cabem palavras, gestos e mesmo
expressões corporais que a estimulem. O verdadeiro amor consegue
superar essa fase inicial do relacionamento sexual, onde delicadeza e
paciência são fundamentais.
3. Supere a inibição. Embora o pudor seja uma admirável vir-
tude para a mulher, estará completamente fora do lugar no quarto
de dormir. “...estavam nus e não se envergonhavam...”.248 Leva tem-
po para que uma mulher muito recatada se liberte das inibições na-
turais que possuía antes do casamento e aprenda a agir sem inibição
com o marido – mas é absolutamente essencial que isso aconteça.
4. Lembre-se de que os homens são estimulados pela vista.
Os homens são facilmente estimulados pela vista, e o mais belo
objeto do campo visual masculino é a mulher. Muitos conselheiros
insistem com as esposas para tornarem o mais significante possível
o momento em que o marido volta para casa. Banhando-se, arru-
mando os cabelos e vestindo roupas limpas, elas se preparam para
dar ao marido uma acolhida mais calorosa. Por que será que algu-
mas mulheres sempre reclamam dizendo: “Não sei o que fazer para
que o meu marido queira voltar para casa mais cedo, e passar a noite
com a família?”. Como você tem esperado seu marido?
5. Não seja “implicante”; não o critique, nem o ridiculari-
ze. Nada perturba mais um homem do que a implicância, a crítica
ou a ridicularização da sua masculinidade. Pois mais transtornada
248 Gênesis 2.25

que a esposa esteja, ela nunca deve rebaixar-se e agir assim; se o
fizer, poderá prejudicar um belíssimo relacionamento.
6. Lembre-se de que você é o elemento reagente. Deus co-
locou no coração feminino a notável capacidade de corresponder
ao desejo do marido. Por ser estimulado pela vista, muitas vezes o
marido aborda sua esposa num momento em que o sexo está longe
dos pensamentos dela. No caso, a reação da esposa determinará o
que vai acontecer em seguida. Se ela reage com um sinal de indife-
rença (um bocejo ou um muxoxo), provavelmente tudo termina ali
mesmo. Por outro lado, se ela se aconchega a ele durante alguns mi-
sexualidade
nutos ou reage positivamente à iniciativa do marido, embora a prin-
erros na
cípio o faça passivamente, aos poucos verá que sua disposição se
iguala à dele, à medida que sua sensibilidade amorosa também capta
o calor do marido. Muitas esposas já se privaram e a seus maridos
de inúmeras experiências sexuais agradáveis, por não entenderem a
singular capacidade responsiva da mulher.
7. Observe a higiene feminina diariamente. É preciso tomar
muito cuidado, por duas razões: primeira- o muco vaginal em algu-
mas mulheres exala um cheiro forte, principalmente se ele se res-
seca no exterior dela e ela não se banha regularmente; segunda – a
mulher pode acostumar-se aos odores de seu corpo.
8. Conversem livremente entre si. Um dos maiores enganos
da mulher é pensar que o marido sabe tudo a respeito do sexo. Isso
raramente é verdade. Pode ser que os homens se interessem pelo
assunto desde o dia que saem do jardim da infância, mas também
eles podem ser por demais inibidos para se dirigirem às fontes cor-
retas de informações. Dialogar sobre a vida sexual é de fundamental
importância para que o casal experimente a plenitude da experiência
sexual, segundo planejado por Deus.

9. Se tudo mais fracassar, ore. Parece simplista este conselho,
porém, os que entendem o que estou dizendo, acharão esta suges-
tão válida. Nunca foi intenção de Deus que o casal passasse a vida
inteira no deserto sexual do fracasso orgástico.
Para confirmar o que Tim e Beverly LaHaye dizem sobre a in-
tenção de Deus com relação ao prazer sexual do casal, veja o que o
texto de Provérbios 5.15-19 diz:
Beba água do seu próprio poço meu filho – seja fiel e leal para
com sua esposa! [...] Use bem essa bênção que você recebeu,
a capacidade sexual. Aproveite o prazer que ela pode lhe dar
através do amor de sua esposa. Ela deve ser sempre para você
a mulher bela e encantadora! Os abraços e os carinhos de sua esposa
devem ser o seu prazer, a sua satisfação total. (ênfase acrescentada)
“Quem tem em casa um carro Cadillac não sai pelas ruas à pro-
cura de qualquer carrinho”. O marido que tem uma “grande espo-
sa”, não precisa sair à procura de mulherzinha.
Ele quer ter relação todos os dias e, se for

possível, de manhã, à tarde e à noite. (Esposa)
Erro 086
Exagerar na quantidade de relações sexuais
Quando há desequilíbrio entre quantidade x qualidade

Uma pesquisa feita na Europa concluiu que os casais que melhor
se relacionavam sexualmente praticavam o ato de três em três dias. É

claro que isso não serve como regra para nós, nem para ninguém, por
uma série de fatores como, por exemplo, a cultura, o próprio clima, as
condições sociais. Tudo isso interfere no que cada sociedade consi-
dera como adequado ou mesmo como “padrão”. Cada casal, porém,
deve buscar uma frequência que seja interessante e agradável para os
dois. Nunca se esqueça de que “overdose de sexo” também mata:
tudo o que é demais, inclusive sexo, não faz bem. Sexo demais mata o
prazer, a alegria e o desejo pelo próprio ato; tira o prazer e a ansiedade
pela nova descoberta e a expectativa pela “próxima vez”. Sem contar
que as pesquisas sobre esse tema levam as pessoas a dar respostas que
nem sempre são confiáveis, e o fazem a fim de demonstrar que são
sexualidade
erros na
ativas e não têm qualquer problema nessa área.
Quase sempre a reclamação sobre excesso de sexo vem da mu-
lher, que se sente sufocada pelo marido que, muitas vezes, é um
“compulsivo” na área sexual e não respeita o fato de muitas mulhe-
res levarem uma jornada dupla de trabalho como profissional e com
atividades da casa e com os filhos.
“A frequência é um assunto que devem pactuar os casais, sem que
tenham que se ajustar às estatísticas, mas às necessidades de ambos”,
explicou a médica Carmen López Sosa, professora de ginecologia,
obstetrícia e pediatria na Universidade de Salamanca e no Centro de
Estudos Universitários da Mulher, na Espanha. Quando há uma “ob-
sessão” por sexo, é aconselhável ao homem procurar ajuda médica a
fim de ser tratado psicologicamente. Quando é apenas falta de mo-
deração, o marido deve buscar o equilíbrio e a moderação autodisci-
plinando-se. O domínio próprio é fruto do Espírito, segundo Gálatas
5.22, 23. O casal deve manter sempre em mente que a relação sexual
é mais uma questão de “qualidade” do que de “quantidade”. Segura-
mente, um bom caminho será, como sempre, o diálogo e a busca por
satisfazer o outro, não somente a si mesmo, pois o casamento é bom
para pessoas maduras, não para as que são egoístas.

Ele me magoa o dia inteiro; depois, à noite,
quer ter relação sexual comigo. Ele só pensa
nele, e nunca se preocupa com a minha
satisfação sexual. (Esposa)
Erro 087
Querer tocar no corpo sem
tocar na alma da esposa
O que os homens devem saber sobre as mulheres

no que diz respeito ao ato sexual
Infelizmente, para muitas mulheres, o sexo é vivido como
sendo um mal necessário, um espaço de silêncio e mil pequenas
mágoas. Por quê? A satisfação sexual da mulher depende do es-
tado emocional, muito mais do que para o homem. A qualidade
do ato sexual está diretamente ligada à qualidade de vida do casal
no dia a dia. É impossível querer gozar a plenitude do prazer
sexual quando não há investimentos na saúde do relacionamento
integral. Um marido que só conhece a linguagem do sexo nunca
levará a esposa a usufruir com prazer daquilo que Deus plane-
jou. O homem funciona como um fogão a gás e a mulher como
um fogão a lenha.
A mulher é estimulada pela aura romântica que a rodeia e se
rende ao homem que exerça sobre ela uma atração tanto emocio-
nal quanto física. Obviamente há exceções, mas o fato permanece:
para o homem, o sexo é algo físico; para a mulher, o sexo é uma
experiência profundamente emocional. Quando o homem entris-

tece a mulher, tratando-a de qualquer maneira, sem respeitar seus
sentimentos, ele “coloca um cadeado” nos desejos da esposa. Por
isto será muito difícil ela reagir satisfatoriamente no momento do
ato sexual.
lembre-se de que quando a mulher faz amor sem

intimidade romântica, ela se sente usada.
Em vez de participar de um intercâmbio excitante mútuo, ela
se sente usada. De certo modo, o marido usou o corpo da esposa
para satisfazer a si próprio. Assim, ou ela recusa submeter-se aos
sexualidade
erros na
seus desejos ou rende-se com relutância e ressentimento. A falta de
coragem e capacidade para expor-se e explicar esta frustração é uma
fonte de constante perturbação para a mulher. É o espírito românti-
co que faz a mulher ter autoestima e lhe dá alegria de viver, fazendo
com que a sua relação sexual seja adequada.
A manifestação do desejo sexual masculino

é diferente do feminino.
Em geral, os homens ficam excitados mais rapidamente do que
as mulheres. Podem chegar ao ponto final antes de as companheiras
esquecerem-se do jantar que foi servido e do que as crianças vão
usar na manhã seguinte. O marido que está sempre preocupado
com a satisfação da esposa, reconhece a inércia feminina e procura
acompanhar o ritmo dela. Infelizmente, algumas mulheres acabam
o dia completamente frustradas porque os seus impacientes mari-
dos até parecem que “apostam corrida” no ato do amor.

Como os maridos podem contribuir para que suas esposas
usufruam da plenitude do ato sexual, segundo o que Deus
programou para o casal.
1) Desenvolvam um relacionamento onde haja respeito, comuni-
cação, perdão, comunhão, calor, alegria, bom-humor, ajuda mútua
e espírito romântico.
A qualidade da relação sexual depende da qualidade do relacio-
namento do casal no dia a dia. Não adianta esperar muito do ato
sexual quando houve a “banalização do cotidiano”. Quem não se
preocupa com a qualidade do relacionamento nunca terá uma vida
sexual satisfatória. Se o marido sempre estiver muito ocupado para
ser delicado, então não poderá esperar que sua esposa demonstre
grande interesse e satisfação na cama.
2) Nem todos maridos sabem que algumas mulheres não neces-

sitam de orgasmo para apreciar o ato sexual.
A compreensão disso pode mudar, e muito, o comportamento
do marido em relação à sua esposa. Muitas mulheres podem parti-
cipar das relações sexuais na íntegra e sentirem-se satisfeitas ao seu
término, mesmo que não tenha havido o clímax extático e convul-
sivo. Acho extremamente importante o marido não “exigir” que a
esposa experimente o orgasmo e não insistir que ele ocorra ao mes-
mo tempo que o seu. Quando o marido insiste que o orgasmo da
esposa faça parte do seu próprio gozo, ela terá apenas três escolhas:
a) pode perder totalmente o interesse pelo sexo, como acontece
quando há fracasso constante em qualquer atividade;
b) pode tentar, tentar e tentar... e depois chorar, ou
c) pode “fingir”.

Quando a mulher começa a blefar na cama, ela não para mais. Terá
de fazer isso sempre para que o marido pense que ela está em uma longa
viagem de prazer quando, na verdade, seu carro nem saiu da garagem.
3) Invertam a tendência da pressão do silêncio.

É impressionante como alguns casais, por não saberem como resolver
o problema de ordem sexual, fazem um acordo tácito de ignorá-lo. Fazer
de conta que o problema não existe não resolve a situação. Pode parecer
impossível, mas existem casais inibidos que fazem amor durante anos,
diversas vezes por semana, sem jamais verbalizarem seus sentimentos e
sexualidade
erros na
suas frustrações neste aspecto tão importante da vida conjugal. Quando
este comportamento acontece, há um efeito psicológico destrutivo.
Existe um princípio psicológico que diz: Qualquer pensamento
ou situação que produza ansiedade que não pode ser expressa irá
certamente gerar pressão e tensão íntima. Quanto mais abafado o
assunto, maior a pressão. O silêncio cheio de ansiedade leva à des-
truição do desejo sexual.
Sempre que o sexo é tido como um assunto proibido entre o
casal, a tendência é o ato sexual ser um “espetáculo” no qual cada
parceiro acha que está sendo analisado e criticado pelo outro. É
possível remover estas barreiras quando o marido assume a respon-
sabilidade de soltar a válvula de segurança. Isto acontece quando ele
faz com que a esposa fale de seus sentimentos, seus receios e suas
aspirações. Os dois devem discutir as maneiras e técnicas que os es-
timulam, devem enfrentar os seus problemas com calma e confian-
ça, como adultos amadurecidos. Este tipo de comunicação descon-
trai e produz um resultado extraordinário, mágico: as tensões e as
ansiedades reduzem-se quando são canalizadas através da expressão
verbal. Se esta comunicação não existe, ela deve ser iniciada lenta e
gradualmente, com humildade e coragem.

4) Estejam atentos à geografia e às técnicas do ato sexual.
Você está lembrado de que no início eu disse que as mulheres
funcionam como “fogão à lenha” no ato sexual, demorando mais
para acender e para apagar? Elas são mais afetadas pelo ambiente,
pelos barulhos e cheiros do que os maridos. A possibilidade de que
os filhos ouçam alguma coisa preocupa mais as mulheres e elas são
mais dependentes da diversidade das circunstâncias e dos métodos.
Conforme as queixas que já ouvi durante o trabalho de aconselha-
mento pastoral, outro fator que inibe, e muito, as mulheres é a falta de
higiene do marido. Um mecânico de automóveis pode estar tão excitado
pelo que viu, leu ou pensou durante o dia, que pode desejar o ato sexual
com sua esposa no momento em que chega em casa. Ou o marido pode
estar suado e não muito limpo depois de um dia de muito trabalho e,
neste caso, pode estar cheirando suor ou com mau hálito. Suas unhas, que
podem estar sujas ou ásperas, ou suas mãos calosas podem irritar a pele
delicada de sua esposa. Coisas desse tipo podem paralisar sexualmente a
mulher e fazer com que o marido sinta-se rejeitado e zangado.
Muitas vezes, o sexo exige espontaneidade. O “sexo repentino”,
porém, tratando-se de uma mulher não muito apaixonada, pode
resultar em um “fracasso repentino”. Sempre que for possível, o
casal deve se preparar para o ato sexual ou planejá-lo de maneira
antecipada. A plenitude do prazer sexual depende de um pouco de
criatividade, principalmente em um “relacionamento cansado”.
Em muitos relacionamentos que já caíram no tédio, é preciso um
pouco de aventura. Quando não lutamos para acabar com a “rotina”,
esta acaba com o calor, a alegria e a vida conjugal. Se o sexo realmente
é importante no casamento, e sabemos que o é, então é preciso que
se reserve uma ocasião especial para ele. Nesta ocasião, o casal pode
usar o poder da criatividade para planejar aquilo que seja o fator en-
riquecedor deste presente de Deus para o casal, que é o ato sexual.

ela só tem relação sexual comigo
se eu pagar para ela. (Marido)
Erro 088
Prostituir o leito
Quando há “prostituição” doméstica
sexualidade
O Dr. David Hernandes, obstetra e ginecologista da Escola de
erros na
Medicina da Universidade do Sul da Califórnia e da Escola de Me-
dicina da Universidade de Loma Linda, disse que muitos homens e
mulheres mantêm relações sexuais por motivos que jamais foram
intenção de Deus. Ele fez uma lista de alguns motivos:
1) O sexo é frequentemente permitido como uma obrigação

conjugal.
2) É oferecido para pagar ou conseguir um favor.
3) Representa conquista ou vitória.
4) Serve como um substituto para a comunicação verbal.
5) É usado para superar sentimentos de inferioridade (especial-
mente entre homens que querem provar sua masculinidade).
6) É uma atração para o amor emocional (especialmente entre
as mulheres que usam o seu corpo para obter a atenção masculina).
7) É uma defesa contra ansiedade e tensões.
8) É dado ou negado a fim de manipular o parceiro.
9) Acontece com o propósito de gabar-se dos outros.

Quando o sexo passa a ser usado como “arma” e não como
expressão de amor e comunhão, ele perde a beleza e a razão de ser
praticado. Gosto sempre de pensar em causa, efeito e solução. O ato
sexual no casamento deve trazer prazer, é claro, mas também deve ser
um meio de comunicar um relacionamento espiritual muito profundo.
A atitude de uma esposa que “cobra financeiramente do marido
para se dar ao ato sexual” pode ser a consequência que revela uma
causa: o marido é “seguro demais” no que se refere às finanças. Isso
não justifica o erro da esposa, mas é um alerta para o marido bus-
car a solução, sendo mais generoso na administração dos recursos
financeiros. Sempre que o marido atender às necessidades espirituais,
emocionais e sociais da esposa, ela não terá motivo para usar o sexo
como uma “arma” contra ele. É bom esclarecer que se a esposa faz
sexo apenas porque é um hábito, ela então precisa de libertação.
Depois do ato sexual ele se afasta.

Não aceito este comportamento. (Esposa)
Erro 089
Achar que pode usar o cônjuge
Você já leu aqui que, quando se trata de sexo, o homem funcio-

na como um fogão a gás que acende rápido e a mulher como um
fogão à lenha, que demora para acender. No entanto, o fogão a
gás apaga rápido e o fogão à lenha demora para se apagar e esfriar.
Quando ministro palestras para casais, sempre pergunto aos mari-

dos: “Como você se comporta com sua esposa após o ato?”. Muitos
respondem que se viram para o lado e dormem, outros dizem que
se levantam e saem do quarto, lavam-se e vão para a sala assistir a
um programa de televisão.
Quando o homem comporta-se assim, a esposa fica com a sensa-
ção de que foi usada como objeto descartável e não é amada como
pessoa. Para ela, que é como o fogão a lenha, a presença mais pro-
longada, por pouco que seja, faz muita diferença nos aspectos emo-
cional e psicológico. A necessidade de ser abraçada e tocada com
ternura após o sexo tem muito a ver com a garantia de que tudo
sexualidade
ocorreu bem e de que ela continua a ser amada pelo que é. Ficar
erros na
com a esposa é também uma maneira de dar a resposta masculina
aos momentos preliminares tão importantes aos homens. Os ho-
mens gostam de uma roupa mais provocante, uma música, um am-
biente cheiroso como ela. Claro que os momentos que antecedem
uma relação são importantes para ambos, mas os homens gostam
de qualidade no início, e as mulheres precisam também da qualidade
do tempo que passam juntos no fim.
Fazer amor é muito mais que apenas a conquista de um clímax;
trata-se de um microcosmo do relacionamento e da comunicação
dentro dele. “O abandono imediato da intimidade física durante o
ato sexual significa para ela, em essência, declarar: Bem, consegui
o que queria; você, como pessoa, já não me interessa. No entanto,
os homens não pensam assim. Como tenho dito, homem e mulher
agem e funcionam de modo diferente. A esposa pode levar em consi-
deração que a natureza masculina move o marido a esse comportamen-
to e, quando ele se vira para o lado e dorme, é porque o sexo consumiu
de fato boa parte de suas energias. Outros se levantam e saem porque o
dia a dia estressante os deixou “pilhados” e, como o sexo os deixou
relaxados, o próprio corpo irá pedir descanso. O “afastamento” não
significa necessariamente rejeição à mulher nem a má intenção de

usá-la. Certamente significa o contrário, que foi tão bom que agora
ele se sente completo, satisfeito e imagina ter dado o melhor de si
para satisfazê-la tanto quanto ele mesmo está satisfeito.
Uma esposa que recebe atenção, carinho, aconchego e toque
após o ato sexual não duvidará do amor do seu marido. Do mesmo
modo, um marido que possa recolher-se na sua individualidade na-
tural sentirá que cumpriu ao menos em parte o seu papel. A esposa
sábia sabe aproximar-se do marido e manter-se junto a ele obser-
vando a sua natureza diferente e tirando proveito dela sem que isso
provoque um clima de insatisfação para um ou para outro.
Ele fica indiferente e me despreza quando

estou menstruada. (Esposa)
Erro 090
Cobrar da mulher o que ela não pode lhe dar
Quando a sexualidade não é uma

experiência vivida com inteligência
Você sabe por que a mulher fica menstruada? Muitos homens
agiriam diferente com a esposa se soubessem por que Deus fez a
mulher assim.
Entre o tempo da puberdade e a idade em que a menopausa
manifesta-se, a mulher que não está grávida elimina, a cada 28/30
dias, o revestimento interno do útero. Da menarca – primeira mens-

truação – até à menopausa, o endométrio, que reveste o útero, pre-
para-se mensalmente para receber um óvulo já fecundado. Esta
preparação ocorre no sentido de propiciar ao óvulo já fecundado
as condições adequadas para instalar-se na parede uterina. Se não
ocorre contato sexual que propicie a fecundação do óvulo, esses
resíduos são eliminados. Assim, quando não ocorre a fecundação
e temos a consequente eliminação do óvulo junto com a mucosa,
ocorre o fluxo menstrual.
Este fluxo é formado pelo desligamento da mucosa que re-
vestia o útero, juntamente com a eliminação das pontas dos va-
sexualidade
sos sanguíneos ligados a ela. Este processo de preparação para
erros na
uma possível fecundação ocorre em ciclos mensais. Se em um
destes ciclos um espermatozoide atingir o óvulo, fecundando-o,
este permanece instalado na parede uterina e irá desenvolver-se:
ocorrerá a formação do bebê. Neste caso, a mulher não mens-
trua, pois a mucosa permanece ali para propiciar o desenvolvi-
mento da gravidez.
Esses ciclos biológicos que acontecem no corpo da mulher al-
teram, ainda, a sua composição hormonal e mexem com diversas
áreas como o físico, a disposição, as emoções, o humor e o sistema
nervoso. Em algumas mulheres, os efeitos do ciclo menstrual são
ainda mais intensos e atingem níveis críticos, chegando a necessitar
de intervenção medicamentosa. Nesses casos, os homens necessi-
tam compreender que as alterações ocorridas não estão ligadas dire-
tamente ao desejo, ou falta dele, nem ao carinho e atenção que elas
têm por seus maridos. Ao contrário, o marido precisa ajudar sua
esposa a atravessar esse breve período, cooperando com o que for
preciso, ora dando mais atenção e sendo prestativo, ora até mesmo
silenciando, permitindo que ela não seja ocupada por ele mesmo,
por seus filhos e por terceiros. Isso, por si, tornará o ambiente me-
lhor, mais leve.

Quando o homem não é capaz de dar carinho, aconchego e afeto
sem sexo, a esposa sente-se usada como um objeto. Quando o casal
não pode praticar o ato sexual em função de algum problema, é este
o melhor momento para o marido demonstrar o quanto ama sua es-
posa e a respeita como eterna namorada, dando-lhe muito carinho,
atenção e afago, independentemente da relação sexual.249
IV. Disfunções
Ela tem problema de dispareunia. (Marido)
Erro 091
Não buscar ajuda
Quando a relação sexual é dolorosa para a mulher

A ocorrência de dor durante as primeiras relações sexuais entre
casais virgens é normal, haja vista as circunstâncias de adaptação e
mesmo a inexperiência. Não que seja a regra, mas os homens ten-
dem a superar mais rapidamente esses desconfortos, e as mulheres
também se sentirão bem logo em seguida. Ocorre que, em alguns
casos, as mulheres podem apresentar mais dificuldade e desconfor-
to, sentindo dores durante a penetração.
249 Parte das informações está disponível em http://manifestacoesdoamordedeus.blogspot.com.

br/2014_01_01_archive.html Acessado em 10.04.2014.

Quando a mulher sente dores durante o ato sexual, as causas podem
ser tanto psicológicas quanto físicas. Como causas físicas, temos as in-
fecções e irritações na vagina, problemas de estrutura na área pélvica,
ressecamento das paredes vaginais ou infecção das vias urinárias. Quando
a jovem esposa sente dores logo no início da vida conjugal, pode ser que
o seu hímen seja rígido e, como visto no Erro 73, pode ser rompido com
uma cirurgia caso realmente necessite, diminuindo a aflição do casal e
problemas futuros decorrentes desta experiência inicial difícil.
Entretanto, só um exame ginecológico pode constatar o proble-
ma e atestar a necessidade de uma intervenção, pois a dificuldade
sexualidade
inicial pode ser resultante de um hímen normal e é o medo que
erros na
pode estar causando a contração, não permitindo a lubrificação e,
consequentemente, dificultando a penetração. Neste caso, não se
indica cirurgia, mas a psicoterapia.
Segundo Masters e Johnson, a maior parte dos casos de dispa-
reunia reflete problemas psicológicos mais do que problemas físicos
propriamente ditos, relacionados principalmente com a dificuldade
de lubrificação vaginal. Vários processos orgânicos podem causar
este problema, como o uso de anti-histamínicos, vaginite atrófica
ou diabetes mellitus. A maioria dos casos, porém, parece estar relacio-
nada com a falta de excitação sexual.
A falta de excitação, no entanto, não implica frigidez; ela pode
ser decorrente de nervosismo, ansiedade em satisfazer o parceiro
ou mesmo inexperiência. Não há motivos para preocupar-se, pois
a própria rotina do casal se encarregará de afastar suavemente essa
situação, trazendo os dias quando a experiência sexual será um ver-
dadeiro ato de amor, sem qualquer receio de sofrer dor.
Antes do estudo das causas psicológicas, as possibilidades de
causa orgânica devem ser eliminadas. O casal não deve demorar a
buscar solução por meio de orientação médica.

Nós nem bem começamos o ato sexual
e ele já termina. (Esposa)
Erro 092
Não saber lidar com a ejaculação precoce
Uma das causas da disfunção no momento do orgasmo femini-

no é a incapacidade do controle ejaculatório por parte do homem.
Chegar a ejacular precipitadamente, sem que a esposa tenha tam-
bém chegado ao seu orgasmo, é uma situação decepcionante para o
homem e, principalmente, com consequências para a companheira.
Quais seriam as causas da ejaculação precoce? Quero listar algumas
possibilidades e indicar algumas maneiras de solucionar isso.
Uma das causas mais comuns é a deficiência de aprendizado
nos primeiros tempos do casamento. Se o marido acumulou gran-
de tensão durante o namoro e noivado, ele pode ejacular ao tomar
sua esposa nos braços logo na primeira noite de núpcias e durante
muitas outras vezes depois da primeira noite. Ocorre que muitos
maridos acham que ejacular logo que se inicia o ato sexual é sinal
de masculinidade. Por esta razão, não aprendem a controlar a hora
da ejaculação para que a esposa participe com ele sentindo o prazer
sexual ao mesmo tempo ou relativamente próximos um do outro.
Muitas vezes o problema é consequência de experiências sexuais an-
teriores ao casamento. Quase sempre o modelo “apressado” de relação
estabelece-se a partir de extensos períodos de carícias íntimas com es-
tímulo à ejaculação. Neste caso, o casal excita-se por um longo período
até que não resistam, chegando ao ato sexual sem o terem planejado or-
denadamente, uma vez que estão fora do casamento. O receio de serem

pegos de surpresa gera, então, a preocupação em satisfazer a si mesmo,
esquecendo-se do outro. O ato sexual antes do casamento produz sen-
timento de culpa, o que faz com que o casal “termine depressa” o que
estão fazendo a fim de que não sejam descobertos. Como resultado
dessa prática precoce, a tendência é levar para o casamento este padrão
de ejaculação apressada até que o marido perceba que é imprescindível
mudar. Um bom desempenho sexual é resultado da aprendizagem do
casal e este aprendizado não acontece automaticamente – ele exige pa-
ciência e compreensão de ambas as partes.
Na ocorrência da ejaculação precoce, a esposa é a parte mais
sexualidade
prejudicada porque ela nunca se satisfaz no ato sexual, uma vez que
erros na
normalmente a ejaculação provoca no homem a flacidez do seu
órgão sexual, que relaxa e impossibilita que ela continue o ato até
chegar ao orgasmo.
Quando o problema persiste, a esposa começa a sentir-se “usada
sexualmente” e não “amada sexualmente”, o que pode gerar ressen-
timentos. A busca de uma solução torna-se necessária. Com o passar
dos anos, quando não há interesse na busca da solução, o casal pode
deixar de se dedicar ao próprio casamento como um todo, pois o ho-
mem passa a duvidar da sua masculinidade, ou capacidade de satisfa-
zer a sua esposa, e a esposa acaba perdendo a confiança em si mesma
como mulher, além do próprio sentimento de desprezo e rejeição.
A própria preocupação do homem em fracassar na tentativa de
satisfazer a sua esposa pode provocar a ansiedade e perda da capa-
cidade de manter a ereção. Isso é conhecido como “impotência”.
O ideal, indicado em muitos casos não crônicos, é o diálogo e a
manutenção da calma. A ansiedade só agrava o caso.
Um marido que tenha ejaculação precoce, tem a tendência, geral-
mente, de descontinuar as atenções físicas para com a esposa após
o seu orgasmo. Ela, por sua vez, além de não gozar da sensação de

alívio físico do orgasmo, sofre dor física aguda e crônica, resultante
da congestão de seus órgãos pélvicos entumecidos devido ao acú-
mulo de sangue que é normalmente liberado ao dar-se o orgasmo.
Sendo assim, enquanto o marido dorme, a mulher quase sempre
fica acordada e frustrada ao seu lado.
É comum acontecer uma ejaculação precoce quando marido e mulher
ficaram afastados um do outro por muitos dias. Isso acontece até mes-
mo com o mais controlado dos homens. Se porventura isso
acontecer, o homem deverá estimular o clitóris da mulher suave-
mente com os dedos, a fim de que ela experimente o orgasmo,
tendo em vista que será difícil o pênis manter a rigidez necessária
para estimulá-la.
Muitas são as soluções às quais os homens podem recorrer con-
tra a ejaculação precoce. Um exemplo é concentrar-se em algo não
sexual, tomar calmante, aplicar algum tipo de creme anestésico ou
colocar um envoltório no pênis. No entanto, destas soluções, ne-
nhuma é plenamente satisfatória.
Há maridos que buscam a solução através da estimulação manual
a fim de levar a esposa a um alto grau de excitação sexual logo antes
da penetração do pênis. O problema é que a esposa fica tão ansiosa
que os seus movimentos frenéticos podem provocar a ejaculação
rápida do marido impedindo-a novamente de chegar ao orgasmo,
isto porque ela precisa de mais tempo do que ele.
Outros dois agravantes ocorrem quando: 1) o homem se satis-
faz precocemente e, por isso, não se preocupa com a satisfação da
esposa ou 2) a mulher finge ter o orgasmo apenas para ficar bem
com o marido. É fundamental que o casal reconheça a existência
desses casos e, quando isso acontecer, deem o primeiro passo para
a solução. É bom lembrar que este é um caso em que ambos devem
se envolver na solução.

O Dr. Ed Wheat e sua esposa, Gaye Wheat, participaram de
um seminário ministrado pela dupla Masters e Johnson, famosa por
suas pesquisas na área da sexualidade humana, e aprenderam uma
técnica de controle por compressão. O Dr. Wheat fez uma adapta-
ção desta técnica e passou a utilizá-la com os seus pacientes.
A lista de treinamento do Dr. Ed Wheat pode parecer, a princípio,
algo cansativo e tedioso. No entanto, se o casal reconhecer que o des-
controle ejaculatório é a causa do desajuste e infelicidade sexual, verá
que vale a pena investir estas semanas de treinamento com dedicação
e disciplina para trazer satisfação e alegria sexual para o resto da vida.
sexualidade
Não são apenas os maridos que aprendem a se controlar para ejacular
erros na
quando desejarem. As esposas, durante o treinamento, também desco-
brirão que podem usufruir muito mais da relação sexual, experimen-
tando orgasmos múltiplos. É bom para o casal em todos os sentidos.
exercÍcioS PArA coNTrolAr A eJAculAÇão250
- Primeira fase -
Deixem de se concentrar no orgasmo e na hora certa de fazer
cada coisa. Concentrem-se em aperfeiçoar a comunicação física
não-verbal, sem tentar chegar ao orgasmo. O objetivo desta fase é
aperfeiçoar a comunicação e aprender a apreciar a proximidade física do cônjuge.
1) Passem um tempo tocando e afagando um ao outro.
2) Faça aquilo que agrada fisicamente o cônjuge, tal como massa-
gear o couro cabeludo ou esfregar a nuca e assim por diante.
3) Evitem estimular diretamente as áreas genitais.
250 WHEAT, Ed e Gaye. Sexo & intimidade. São Paulo: Mundo Cristão, 1999, p. 88ss.

4) Não tenham relação sexual, mas concentrem-se em aperfeiço-
ar a comunicação física com o cônjuge.
5) Aprendam a apreciar e a gozar da proximidade física.
6) Sigam esses passos, no mínimo, pelas duas primeiras sessões.
- Segunda fase -
O objetivo desta fase é fazer com que o marido aprenda a reco-
nhecer a sensação física que antecede imediatamente a ejaculação,
para poder comunicar à esposa a hora exata de aplicar a pressão.
Durante essa sessão é de suma importância que o marido concen-

tre-se completamente em suas próprias sensações. Ele deve impedir
que qualquer outro pensamento cruze sua mente, para conseguir
determinar com precisão a sensação que precede imediatamente a
ejaculação. Pode ser mais fácil se ele fechar os olhos. Assim que
ele sentir que está chegando ao ponto de ejacular precisa avisar a
esposa por meio de alguma palavra ou sinal predeterminado. Ela,
então, usará prontamente a técnica da compressão. Essa fase deve
ser repetida durante as sessões práticas diárias, até que o marido
passe a reconhecer continuamente a sensação que ocorre logo antes
da ejaculação.
1) A esposa deve sentar-se com as costas apoiadas contra a cabe-
ceira da cama, com as pernas confortavelmente separadas.
2) O marido deve deitar-se de costas com a cabeça voltada em
direção aos pés da cama.
3) O marido deve colocar seu quadril entre as pernas da esposa
e seu órgão genital perto do dela. Com os joelhos flexionados, ele
colocará as plantas dos pés ao lado das coxas da esposa, por fora
(perto das nádegas).

4) A esposa, então, acariciará amorosa e carinhosamente os ge-
nitais do marido, prestando atenção especial à parte de baixo ou à
cabeça do pênis, ou a qualquer outra parte que o marido especifique
para ajudá-lo a obter uma ereção.
5) Assim que o marido chegar a uma ereção total, a esposa come-
çará a técnica da compressão. Ela colocará o polegar na parte debaixo
do pênis, cerca de 1,5 centímetros abaixo da abertura, onde a haste do
pênis termina e a cabeça começa. A seguir, ela colocará o indicador e
o dedo médio da mesma mão no lado oposto do pênis, com um dedo
acima e outro abaixo do sulco que separa a cabeça da haste.
sexualidade
erros na
6) A seguir, ela pressionará o polegar contra os dois dedos, com
bastante força, por cerca de quatro segundos.
7) Após esse tempo, ela rapidamente diminuirá a pressão.
8) Deixando passar de quinze a trinta segundos, ela novamente
levará o marido a uma ereção completa e repetirá a aplicação da
compressão. O esposo deverá informar à mulher, por meio de uma
palavra ou sinais sutis, quando ele sentir que ela precisa repetir a
pressão para adiar o orgasmo dele.
9) Repetirão estes passos a cada quatro ou cinco minutos durante
toda a sessão de vinte minutos.
10) O marido poderá preferir que uma geleia lubrificante seja
aplicada ao pênis para simular mais exatamente as sensações que
sente durante a relação sexual.
11) Não ter relação sexual ou inserir o pênis na vagina.
12) Ao final da sessão, a estimulação deverá continuar até a ejaculação.
13) É desejável que o marido estimule manualmente o cli-
tóris da esposa para proporcionar-lhe alívio sexual após cada
sessão de treinamento.

- Terceira fase -
O objetivo desta fase é fazer com que o pênis ereto possa permanecer
quase imóvel na vagina por quinze a vinte minutos antes da ejaculação.
1) O marido se deitará de costas e a esposa o estimulará até che-
gar à ereção.
2) Quando ele sentir que está chegando ao ponto de ejaculação,
deverá avisar à esposa, e ela prontamente usará a técnica da com-
pressão.
3) Ela deverá repetir a estimulação até o marido quase chegar
à ejaculação, e então comprimirá o seu pênis. Isso deverá ser feito
diversas vezes.
4) Então, a esposa se colocará por cima do marido, como se fos-
se sentar-se. Inclinando-se para frente num ângulo de cerca de 45
graus, ela inserirá o pênis ereto na vagina bem lubrificada delicada
e lentamente, movendo-se para trás, sobre o pênis, não apenas sen-
tando-se sobre ele.
5) Ela permanecerá imóvel, dando ao marido a oportunidade de
controlar-se. Se o marido perder a ereção enquanto o pênis está na
vagina, a esposa deverá levantar o corpo e uma vez mais estimulá-lo
até chegar à ereção.
6) Se o marido perceber que está chegando ao ponto de ejacular,
deverá indicar isso à esposa para que ela possa erguer o corpo e
repetir a aplicação de pressão. A seguir, ela delicadamente reintro-
duzirá o pênis.
7) Marido e mulher devem conseguir manter essa posição com o
pênis ereto quase imóvel dentro da vagina por quinze a vinte minu-
tos antes da ejaculação.

- Quarta fase -
Lembre-se: é importante esperar pelo menos um dia antes de
começar uma nova fase. O objetivo desta fase é fazer com que o marido
seja capaz de manter o pênis na vagina da esposa com movimentos bem suaves,
por cerca de vinte minutos antes da ejaculação.
1) Passar algum tempo acariciando amorosamente.
2) Assumir novamente a posição onde a esposa fica por cima do
marido, inclinada para frente.
3) O marido deverá começar a movimentar-se de leve, apren-
sexualidade
dendo assim a tolerar uma movimentação cada vez maior do pênis
erros na
dentro da vagina.
4) Essa movimentação leve deverá continuar por quinze a vinte
minutos antes da ejaculação. Usem a técnica da pressão, se necessário.
5) Quando essa fase tiver sido dominada, o marido poderá eja-
cular com o pênis na vagina, mas deverá continuar concentrando-se
em suas próprias sensações, até que cada sessão prática termine e
ele tenha ejaculado. Então, ele deverá gastar o tempo necessário
para manualmente levar a esposa ao orgasmo (lembre-se de que esta
ainda é uma sessão de treinamento).
- Quinta fase -
O objetivo desta fase é aprender a ter uma relação confortável na posição
lateral (esta posição permite melhor controle de movimentos, tanto
para o marido quanto para a esposa, e permite ao marido o melhor
controle ejaculatório possível).
1) Passem algum tempo acariciando-se amorosamente.
2) Assumam novamente a posição em que a mulher fica sobre o
marido, inclinada para a frente.

3) Coloque um travesseiro sobre a cabeça do marido e outro ao
seu lado esquerdo.
4) A esposa levará a perna direita a uma posição estirada entre as
pernas dele. Ela deixará a perna esquerda do lado de fora do corpo dele.
5) Ao mesmo tempo, o marido levantará a perna esquerda, fle-
xionando o joelho e colocando-a sobre a cama.
6) A esposa colocará todo o peso do corpo levemente para a di-
reita, ao mesmo tempo que se inclinará para a frente com o seu seio
esquerdo no nível do peito esquerdo dele. Ela estará parcialmente
apoiada pelo travesseiro que estará ao lado esquerdo do marido.
Para maior conforto da esposa, outro travesseiro poderá ser coloca-
do para servir de apoio à cabeça e ombros dela.
7) Serão necessárias diversas sessões de treinamento para que se
aprenda a mudar com facilidade para essa posição lateral e ajeitar
os braços e pernas da forma mais confortável possível (uma vez
aprendida, essa posição é usada por muitos casais a maior parte
do tempo).
8) Nessa posição lateral, a movimentação deverá ser cuidadosa,
para que o pênis possa permanecer na vagina por vinte minutos
antes da ejaculação.
Para estabelecer o controle ejaculatório permanente

1) Usar a técnica de aplicar a compressão pelo menos uma vez
por semana pelos próximos seis meses.
2) Uma vez por mês, praticar a técnica de aplicação de compres-
são por toda uma sessão de vinte minutos.
3) Bom controle ejaculatório geralmente é obtido dentro de três
a seis semanas.

4) Dentro de seis a doze meses, o marido deverá ser capaz de ser
continuamente ativo na relação por dez a vinte minutos sem ejacular.
5) O marido controlará totalmente a ejaculação quando tiver or-
gasmo somente na hora em que resolver tê-lo.
Se a ênfase sobre o controle do orgasmo nessas sessões de trei-
namento for muito prolongada, o marido poderá, às vezes, ficar
temporariamente incapacitado de manter a ereção. Neste caso, não
se deve assustar. O que acontece é que esta parte do corpo do ma-
rido está apenas exigindo um breve descanso.
sexualidade
erros na
ele é impotente e eu tenho necessidades
sexuais como qualquer pessoa normal.
Sou evangélica e não sei o que fazer. (esposa)
Erro 093
Deixar que um problema físico
comprometa o relacionamento afetivo
Quando a solução depende de um milagre a cada dia

Sexo sem órgãos sexuais. Se o casal tem dificuldade de diálogo,
de brincar durante o ato sexual, sorrir, criar um clima descontraído
e agradável, terá muito mais dificuldade quando o genital masculino
deixar de ter ereção. Nossa deformação sexual reduz a sexualidade
à genitalização – apenas uma pequena parte do nosso corpo é usada

para fricção, pênis e vagina, sendo que estas são as menos impor-
tantes para o verdadeiro prazer. Amo como Deus nos fez e nos
ensinou em seu livro de sexualidade como é fazer amor.
Em Cantares de Salomão, no capítulo 1 a amada inicia o diálogo
e pede ao amado. “Beije-me, beije-me o corpo inteiro, pois é mui-
to melhor seus carinhos do que o vinho”. Podemos ter orgasmos
sem penetração, podemos ter orgasmos sem pênis e sem vagina. O
beijo é o maior afrodisíaco de um casal, o beijo excita muito. E no
caso do esposo com impotência, o mesmo pode acariciar a vulva e
o clitóris da sua esposa até ela ter prazer e um orgasmo. A Bíblia
não determina que o ato sexual seja somente a penetração peniana
na vagina, muito pelo contrário, várias passagens falam o contrário.
Bebe a água da tua própria cisterna e das correntes do teu poço.
Derramar- se- iam por fora as tuas fontes, e, pelas praças, os ri-
beiros de águas? Sejam para ti somente e não para os estranhos
contigo. Seja bendito o teu manancial, e alegra- te com a mulher
da tua mocidade, corça de amores e gazela graciosa. Saciem- te
os seus seios em todo o tempo; e embriaga- te sempre com as
suas carícias.251
Neste texto, a mulher da sua mocidade é amada e gera muito

prazer ao seu marido quando este beija os seus seios. Isso mesmo,
não houve penetração, teve muito carinho, muito beijo corporal,
muito afeto. A ignorância e a falta de entendimento nesta área da
sexualidade é o maior gerador de frustração e de conflitos entre
casais cristãos.
Perceba no texto abaixo que a descrição do corpo da mulher é
feita de baixo para cima e, de repente, surge um elemento fora de
lugar, o umbigo.
251 Provérbios 5.15-19 RA

Que formosos são os teus passos dados de sandálias, ó filha
do príncipe! Os meneios dos teus quadris são como colares
trabalhados por mãos de artista. O teu umbigo é taça redonda,
a que não falta bebida; o teu ventre é monte de trigo, cercado
de lírios. Os teus dois seios, como duas crias, gêmeas de uma
gazela. O teu pescoço, como torre de marfim; os teus olhos
são as piscinas de Hesbom, junto à porta de Bate- Rabim; o teu
nariz, como a torre do Líbano, que olha para Damasco. A tua
cabeça é como o monte Carmelo, a tua cabeleira, como a púr-
pura; um rei está preso nas tuas tranças. Quão formosa e quão
aprazível és, ó amor em delícias! Esse teu porte é semelhante à
palmeira, e os teus seios, a seus cachos.252
sexualidade
erros na
O autor fala de quadris, umbigo, ventre, seios, pescoço, olhos,
nariz e cabeça. A inversão anatômica foi feita para que a tradução
mais correta de umbigo, que seria vagina, não causasse um descon-
forto “religioso”. O texto bíblico e, consequentemente, Deus não
tem problema algum com a sexualidade.
Isto prova que, quando o casal é uma só carne e há liberdade em
amor, podem fazer carinho e mostrar afeto um ao outro por meio
do beijo nos órgãos genitais ou sexo oral. Tudo, porém, deve ser fei-
to de comum acordo e sem constrangimento. Entendo e respeito as
pessoas que foram educadas de uma forma rígida, na qual tal pratica
é abominação, porém não podemos transformar em impuro aquilo
que Deus purificou na união de uma só carne.
Abominação é a prática fora do casamento, ainda que somente
na mente,253 de fantasiar ou relacionar-se virtualmente; isto sim é
ofensa a Deus e abominação.
252 Cantares 7.3-7 (ênfase acrescentada)

253 O coração (cf. Mateus 5.21)

Viagra seria a solução?
Erro 094
Não saber quando ou se deve usar o Viagra
Toda medicação, seja para qual tratamento for, deve ser pres-
crita por um médico. No caso especifico do Viagra, mais ainda,
pois alguns homens não devem usá-lo porque a substância que
nele existe pode causar taquicardia. Pacientes que usam remédios
vasodilatadores das coronárias tipo Isordil, podem ter um ataque
cardíaco. Portanto, os homens que tiverem disfunção erétil devem
procurar um urologista.
Quando usar o Viagra? Quando o homem começar a ter dis-
funções leves e perceber que está tento dificuldades para manter
a ereção e terminar o ato sexual. O amor entre os dois e o com-
panheirismo continuam, porém, os mesmos. Viagra não dá desejo,
Viagra não faz amar mais a esposa, Viagra não faz com que ela
deseje mais o marido.
Esta medicação é apenas um auxílio para devolver o bom de-
sempenho e a boa ereção durante um ato sexual amoroso. Os ho-
mens podem ter disfunções eréteis com facilidade quando estão
muito estressados, preocupados com dívidas ou dificuldades no
trabalho. Mesmo que o casal esteja bem e de acordo, entendo que
o homem pode comunicar à esposa o uso do remédio e mostrar
para ela que o uso do mesmo é para melhorar o ato sexual para
os dois, pois quando um homem insiste em um coito com o pê-
nis meio erétil é horrível para a mulher, pois ela percebe e não se

sente amada. A mulher tem a capacidade de perceber a turgidez
do pênis durante o ato sexual, não pela força que o homem faça,
mas pelos sensores vaginais e musculares que envolvem o órgão
masculino durante o coito.
Lembrando ainda que 90% das disfunções eréteis são de fundo
psicogênico, emocional, e quando o homem não vai atrás de trata-
mento e orientação essa situação piora e cria um péssimo clima en-
tre o casal. Coloco aqui uma observação de 30 anos de consultório
de ginecologia: quando a mulher tem algum problema em seu órgão
genital, o marido pede que ela vá urgentemente ao seu médico. Os
sexualidade
homens, porém, omitem-se e não buscam ajuda quando estão com
erros na
alguma disfunção, piorando em muito a vida conjugal.
Outra informação muito importante é que estes medicamentos
não viciam, não criam dependência química. Também não criam desejo
por si só. Se estivermos brigados, se for feita uma pressão para que se
realize o ato sexual, pode ocorrer o não funcionamento da droga. Esta
medicação tem uma ação local após existir um ato excitatório e afeti-
vo, provocando assim uma ereção melhor e mais duradoura.
Após o uso desta medicação algumas vezes, o homem passa a
se sentir mais seguro e pode tentar fazer amor sem a medicação e
observar seu desempenho.
Lembro também que homens que se submeteram a cirurgia de
próstata podem ter uma pequena sequela em relação à ereção e en-
tão é indicado o uso de uma medicação diária, Cialis, que ajuda em
muito a recuperação da turgidez peniana. Mas se por acaso não tiver
um resultado esperado, procure um urologista e busque ajuda, não
aceite o problema de forma passiva ou por ignorância e rebeldia.

Minha esposa não tem desejo
nem prazer sexual. (Marido)
Erro 095
Congelar o relacionamento
por causa da frigidez
Quando ela não sente nenhum prazer na relação sexual

Frigidez é o nome dado a um problema sexual feminino caracte-
rizado pela indiferença em relação ao estímulo sexual e pela conse-
quente incapacidade para atingir o orgasmo.
O desejo sexual é inerente ao ser humano, faz parte de sua cons-
tituição natural. Se a pessoa não apresenta nenhum problema físico,
e se não está em depressão ou atravessando grave tensão emocio-
nal, a resposta ao estímulo deve ocorrer quando for provocada. Se
não ocorrer é porque há algum mecanismo de inibição.
O mecanismo neurológico dos seres humanos, ou seja, a sua
constituição nervosa que atinge também o lado emocional, é
constituído de tal maneira que pode ser “desligado” quando o
cérebro “decide” que não quer mais sentir prazer. O que provoca
essa “decisão” do cérebro podem ser fatores emocionais, crises,
momentos de grande tensão, decepções, entre outras causas como
ausência de desejo primário, isto é, uma pessoa que nunca sentiu
o erótico, nunca praticou o autoerotismo. Esta pessoa não sente
atração por ninguém. Ela está como que assexuada. O sexo não faz
parte da sua existência.

A mulher não tem, necessariamente, consciência de que seja ela a
responsável pelo que ocorre. É muito provável que esta reação seja
provocada por causas remotas, como o medo do que significa um
sucesso sexual, o medo do desapontamento, o temor da intimidade
ou um conflito edipiano não resolvido – quando o pai é visto ou
projetado no marido, inconscientemente, o que não permite aproxi-
mação pelo temor ao incesto. A associação do sexo como algo feio,
negativo e culposo pode, também, ser uma das causas. A criança,
dependendo de como é tratada e educada, aprende desde o berço a
se sentir culpada e reprimir seus impulsos sexuais.
sexualidade
No que diz respeito ao marido, é imprescindível que ele tenha
erros na
maturidade para enfrentar com mansidão o processo para a restau-
ração da normalidade entre o casal, especialmente no período quan-
do a esposa estiver reaprendendo e lidando com as novas informa-
ções sobre a sua sexualidade e sobre a necessidade de uma nova
postura e interesse pelo sexo. A existência de frigidez não significa
que a esposa tenha total aversão, nojo ou desinteresse pelo marido.
Há fatores emocionais, e em alguns casos até mesmo hormonais,
que interferem no apetite sexual da esposa, e ele não deve transferir
isso para a relação pessoal com ela.
A cura está no processo de a pessoa desaprender o que assimilou
de errado e reaprender a partir do que a Bíblia ensina sobre a bele-
za do sexo e a sua importância para a vida do casal, sem contar os
benefícios para a sua própria saúde. A Bíblia diz: “E conhecereis a
verdade e a verdade vos libertará”.254 Seria bastante frutífero se am-
bos, juntamente, pudessem empenhar-se na busca pela solução do
problema. Seria uma excelente oportunidade para unirem-se ainda
mais e conquistarem juntos uma vitória para todos.
254 João 8.32

V. Doenças
Ela quer que eu faça teste de HIV por causa

do meu passado. (Marido)
Erro 096
Não ter bom senso e humildade
com relação a AIDs
Quando o bom senso deve falar mais alto

Quando uma pessoa teve envolvimento com drogas durante um
período de sua vida, ou com homossexualidade, relação sexual an-
tes do casamento e até mesmo prostituição, independentemente da
vida que leve hoje, uma vida transformada e íntegra, é aconselhável
que faça exames antes de se casar a fim de não comprometer a
saúde do futuro cônjuge e saber das suas reais condições clínicas e
médicas para manter a saúde no seu melhor nível. Cuidar da saúde
nunca é demais.
Quando a Bíblia diz: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova
criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”,255
este “novo” não tem necessariamente a ver com o “homem-físico”
e sim com o “homem-espiritual”. O fato da pessoa estar salva, não
significa que todas as enfermidades e problemas físicos ou efeitos
de uma vida desregrada no cuidado com a alimentação, por exem-

plo, desapareceram do seu corpo físico. Passar por exame pré-con-
jugal é uma atitude correta e prudente.
O cuidado com a saúde deve ser uma preocupação natural do ser
humano. Já a preocupação com a possível contaminação soroposi-
tiva é ainda uma expressão legítima de autopreservação e não tem
absolutamente nada a ver com prova de amor que uma esposa deva
dar ao marido. Conhecemos casais que se uniram mesmo depois
de a esposa saber da contaminação da pessoa a quem amava, o que
demonstra que amor e saúde são questões de campos distintos.
O marido deve ser responsável e ele deve, sim, dar uma prova de
sexualidade
erros na
amor e cuidado com a própria saúde e a saúde de sua esposa res-
pondendo positivamente ao apelo dela para que faça exames.
Tudo indica que ele está com problema na

próstata, mas ele não quer ir ao médico. (esposa)
Erro 097
Deixar que o preconceito o leve
a morrer mais cedo
Quando ir ao médico é imprescindível

Esta questão e a do Erro 096 podem ser colocadas dentro da mes-
ma situação, apenas com um atenuante. A possibilidade de o marido
soropositivo contaminar a esposa por meio de relações sexuais não
acontece no caso de ele ter desenvolvido o câncer de próstata. O
câncer não é transmitido por contato, como veremos mais adiante.

No entanto, considerando que este problema é predominante
em homens adultos com média de idade acima de 50 anos, é eviden-
te que a essa altura de sua vida já tenha vivido alguns bons anos, se-
não algumas décadas, com a sua esposa. Também já deve ter filhos
e, dependendo do caso, até mesmo netos.
A esposa que se preocupa com a saúde do marido demonstra
amor a ele. Ela tem um companheiro com quem passou boa parte
de sua vida e dividiu bons momentos que devem ter fortalecido
a relação do casal – tanto os momentos felizes como também os
momentos difíceis. Por que ela perderia o homem da sua vida para
uma doença que pode ser evitada? Por que ela deveria abrir mão de
ter a companhia dele no período mais tranquilo de sua vida? Não
tenha dúvidas de que as mulheres pensam assim, e elas planejam e
esperam que seus anos finais sejam ao lado de seu esposo.
Acontece que alguns desses maridos não gostam de ir ao médico
por resistência sem sentido, por falta de hábito e, neste caso espe-
cífico, até o machismo entra na lista de motivos. Penso que a mas-
culinidade verdadeira não é preservada evitando fazer um exame.
Ao contrário, o exame de próstata pode ser mais que uma prova de
gênero além de se tornar uma prova de amor.
Metade dos homens na faixa dos 50 anos de idade pode enfren-
tar sintomas como dificuldade para urinar, necessidade de ir ao ba-
nheiro várias vezes à noite e sensação de que a bexiga não foi total-
mente esvaziada após as micções.
Estas alterações surgem por causa do crescimento da próstata,
uma glândula do aparelho genital masculino, que provoca um estrei-
tamento na uretra – canal de passagem da urina. A próstata produz
um líquido que compõe o sêmen e preserva os espermatozoides
de acidez da uretra e da vagina. Com a idade, a próstata fica mais
sensível à influência da testosterona, um hormônio masculino, e de

outros fatores que provocam o seu crescimento. Estas substâncias
estimulam a proliferação das suas células e a glândula aumenta de
tamanho. O problema é conhecido como hiperplasia benigna da
próstata (HPB).
Na HPB, além do crescimento da próstata, as alterações no re-
cebimento e na transmissão do estímulo nervoso, as alterações sen-
soriais, também dificultam o ato de urinar. Não há nenhuma forma
eficaz de prevenir o aumento da próstata. Segundo Miguel Srougi,
chefe do Departamento de Urologia do Hospital Beneficência Por-
tuguesa, o número de homens com sintomas provocados pela HPB
sexualidade
aumenta de acordo com a idade.256 Aos 80 anos de idade, 80% dos
erros na
homens têm algum grau de aumento na glândula. Srougi diz que
metade desses homens precisa controlar a HPB com remédios para
“encolher” a glândula. Cerca de 20 a 25% têm sintomas mais inten-
sos e acabam precisando retirar a próstata por meio de uma cirurgia.
O aumento da próstata pode gerar algumas complicações como
infecções urinárias, interrupção total do fluxo de urina e até insufi-
ciência renal ou falência dos rins. No entanto, não há relação entre
a HPB e o câncer de próstata.
A primeira droga que surgiu para combater o crescimento da
próstata foi a Finasterida, que bloqueia a ação dos hormônios mas-
culinos sobre a glândula. Normalmente, a testosterona entra na prós-
tata, sofre a ação de uma enzima e é transformada na molécula DHT,
que estimula a proliferação das células cancerígenas. A Finasterida
inibe a atividade desta enzima e corta o estímulo para o aumento da
próstata. No entanto, a droga não produz bons resultados em todos
os pacientes. Apenas um terço deles tem respostas favoráveis.
256 Veja http://drauziovarella.com.br/sexualidade/tratamento-dos-problemas-de-prostata/ ou,

ainda, http://www.uro.com.br/prostata.htm disponíveis em 11.04.2013.

Outras drogas menos específicas podem ser úteis. São os medi-
camentos usados no tratamento da hipertensão arterial, que melho-
ram o funcionamento sensorial da próstata.
O toque retal mostra se a glândula está normal

Todo homem, a partir dos 50 anos de idade, deve fazer exames
periódicos para detectar alterações na sua próstata. O exame mais
simples e rápido é o toque retal. O médico introduz um dedo lu-
brificado através do ânus para poder alcançar a próstata. O toque
revela se esta glândula está com o tamanho adequado e se sua con-
sistência está normal.
A próstata, em geral, tem uma superfície regular e a consis-
tência de uma borracha. Em caso de câncer, ela pode ficar dura,
irregular e com nódulos, mais espessa. O câncer de próstata é
uma das maiores preocupações dos médicos com relação à saúde
do homem, equivalente à preocupação com o câncer de mama
nas mulheres. É o mais frequente entre os homens nos Estados
Unidos, tendo superado os casos de câncer de pulmão e de in-
testino grosso e cólon. É também o segundo câncer que mais
mata os homens. As estatísticas apontam que mais de 10% dos
homens desenvolverão câncer de próstata ao longo da sua vida.
Em estágios iniciais, a chance de cura está ao redor dos %80. Em
casos avançados, a chance cai para 20%.
Ainda segundo Miguel Srougi, o exame de toque retal pode diag-
nosticar as alterações em 70% dos casos de câncer de próstata. A
dosagem do o antígeno prostático específico (PSA) no sangue tam-
bém detecta 70% dos casos de câncer de próstata, mas o exame de
sangue por si não é suficiente para detectar a presença de algo mais
grave. A combinação entre os dois métodos aumenta a capacidade
de detecção para 95%. Srougi alerta que um aumento no teste do

PSA não significa necessariamente que o homem está com cân-
cer. O PSA é um indicador de alterações na próstata. Homens com
HPB ou com uma infecção na glândula também podem ter aumen-
to no valor desse teste.
Os homens com histórico familiar de câncer de próstata têm
maiores riscos de desenvolver a doença. Para eles, os métodos de
detecção devem ser usados a partir dos 40 anos de idade.
Não basta amar a Deus e ao próximo, o homem deve amar a si
mesmo. Quando existe amor-próprio, a pessoa nunca menospreza
a importância da manutenção da sua saúde. Cuidar bem do corpo é
sexualidade
erros na
preservar o templo do Espírito Santo.
Não sei quase nada sobre câncer do colo

do útero e câncer de mama. (esposa)
Erro 098
Desconhecer tipos comuns de câncer
Quando a informação pode ser decisiva na prevenção do câncer

O medo é o maior inimigo para tratar ou resolver qualquer tipo
de doença. O não enfrentamento ou a transferência pura e simples
para Deus curar é uma provocação a Deus. O Senhor deixou a ciên-
cia e a medicina para nos ajudar e nos tratar, sempre orando, porém,
para quer Deus use o profissional que for nos atender.

O câncer de mama é a principal doença maligna entre as mulheres,
porém somente 30 de cada 1000 mulheres desenvolvem um câncer
de mama. Nos postos de saúde existem folhetos que descrevem auto
exame das mamas. Quando a mulher examina-se, apalpa os seios, logo
após o fim da menstruação, uma vez por mês, e apresenta-se alguma
bolinha diferente, ela deve procurar urgentemente um ginecologista.
Quando a mulher realiza de forma correta e disciplinada o au-
toexame, ela passa a conhecer a anatomia de suas mamas e, se por
acaso, surgir alguma diferença ela tem condições de descobrir e pe-
dir para que um médico a examine e peça exames complementares:
ultrassom de mamas e ou mamografia.
Devemos lembrar que as mulheres que têm na história familiar,
principalmente por parte de mãe, alguém que teve esta doença, de-
vem iniciar a prevenção entre 30 e 40 anos de idade, fazendo sua
primeira mamografia.
Já o câncer de colo de útero é mais frequente em mulheres que
não fizeram exame de Papanicolau pelo menos uma vez na vida.
Este exame consegue descobrir com muita antecedência se a mu-
lher tem possibilidade de ter câncer de colo de útero. Se, por acaso,
não houver um posto de saúde na sua cidade, procure uma cidade
que tenha, faça esse exame e assim evitará uma doença grave. Jesus
chamou a atenção do povo dizendo que eles pecavam por não exa-
minarem as Escrituras. Hoje pecamos porque não procuramos os
médicos e os exames de prevenção de doenças graves, demonstran-
do assim desprezo pelo templo do Espirito Santo.
No caso do câncer de colo de útero, hoje sabemos que sua maio-
ria é causada por um vírus chamado HPV, vírus este também co-
nhecido como verruga ou crista de galo no homem. A presença de
verrugas vaginais implica em busca de tratamento e orientação de
um médico ginecologista.

Hoje já é possível tomar vacina em postos de saúde para combater esta
doença – a vacina anti-HPV. Precisamos entender que nossas filhas podem
e devem tomar esta vacina, não porque terão relações precocemente e sim
porque estarão protegidas para o resto da vida de uma doença fatal.
Fica também a orientação às nossas idosas, pois qualquer lesão
vaginal tipo ulcera que não cicatriza deve levá-las a procurar um
médico ou posto para realizar uma biopsia porque pode ser um tipo
de câncer de vulva, muito parecido com o câncer de pele.
sexualidade
erros na
VI. Concepção e gravidez
Queremos um filho, mas não sabemos como

acontece a fecundação. (Marido/esposa)
Erro 099
Desconhecer como acontece a fecundação
O desejo que os casais têm de criar uma prole, ter seus filhos e for-
mar uma linda família é um dos projetos mais ricos em experiências,
alegrias e bênçãos de Deus. Aliás, ter filhos é mandamento divino e
quando o casal não tem qualquer restrição no que diz respeito a con-
dições físicas e médicas, deve procurar aumentar a sua família.257
257 Mesmo que o casal tenha restrições físicas ou de saúde, o avanço da medicina em nossos

Nosso corpo foi criado por Deus com as condições para que
possamos ter filhos com segurança. A própria prática sexual do ca-
sal leva ao momento quando a esposa engravida e, se tudo corre
bem, nove meses depois a criança está com os pais.
Por motivos de estudos, planejamento e até financeiros, muitos ca-
sais optam por planejar a gravidez para alguns anos depois de se casa-
rem. Não há um calendário que tradicionalmente todo casal deva seguir
para ter os filhos. Essa é uma decisão que cabe exclusivamente ao casal
e o bom é que seja tomada em conjunto, por meio de diálogo maduro
e consciente. Ambos devem desejar o filho ou os filhos, devem estar
de acordo, conversar bastante e planejar o tempo, a educação, os papéis
que cabem ao pai e a mãe, e empenharem-se em cumpri-los.
Há cursos oferecidos por hospitais que podem ajudar a com-
preender melhor alguns detalhes da gravidez e do próprio parto,
bem como os primeiros cuidados com o bebê. Hoje em dia, há
bons livros sobre o assunto, escritos por autores cristãos e não
cristãos. Aconselho que procurem indicações de quem já os leu,
pois algumas obras podem defender pontos de vista que valem den-
tro de um contexto cultural, mas não funcionam em outros.
Vejamos alguns pontos sobre a questão biológica da gravidez.
O milagre da fecundação258 ocorre quando a mulher encontra-se
no período fértil, quando o seu ovário está ovulando, e ela perce-
be a saída de uma secreção, tipo clara de ovo, de sua vagina. Esta
secreção é a facilitadora para que o espermatozoide que o homem
produz e ejacula na vagina de sua esposa possa subir e alcançar o
óvulo e assim fecundá-lo. O período mais comum para este aconte-
cimento ocorre ente o 10 º a 18º dias após a menstruação, isto en-
dias pode, na maioria dos casos, proporcionar a possibilidade de a esposa engravidar e gerar filhos
saudáveis com segurança.
258 Veja em cores como ocorre a fecundação, como é que uma mulher engravida. Acesse o You-
tube e coloque fertilização humana no campo para pesquisa e você verá vídeos excelentes.

tre uma menstruação e outra. Alguns estudos mostram que mesmo
fora deste período, dependendo da excitação da mulher durante o
ato sexual, este pode levar a uma ovulação e gravidez.
Após a junção do ovulo com o espermatozoide, que ocorre den-
tro das trompas femininas, esta nova vida percorre o caminho de
volta para o útero, onde o ovo será implantado e, até a formação da
placenta, será alimentado por uma vesícula vitelínica, como a gema
do ovo, e depois, sim, pelo sangue materno.
É comum um bom número de mulheres terem pequenos
sangramentos nos dois primeiros meses de gravidez, pois a bolsa
sexualidade
erros na
das águas ainda não ocupou todo o útero.
Alguns casais, porém, têm maior dificuldade para que ocorra a
gravidez. Se não obtiver sucesso depois de um ano tentando engra-
vidar, esse casal, homem e mulher, deve procurar ajuda médica para
ver se algo está dificultando tal objetivo.
Devemos lembrar também que todo casal que deseja ter um filho,
deve passar em um médico para ser orientado e principalmente as mulhe-
res, que devem tomar uma vitamina chamada ácido fólico, responsável
pela prevenção de doenças graves no sistema nervoso central do feto.
É importantíssima a realização do pré-natal para um melhor
desenvolvimento da gravidez, com segurança e resultado favorável.
A alimentação saudável tem um papel importantíssimo tanto na fe-
cundação como na manutenção da gravidez. É muito importante a
mulher evitar comidas industrializadas, excesso de açúcar e excesso de
farinha branca, pois leva a aumento de peso e diabetes gestacional. O
excesso de sal na comida pode levar a aumento da pressão e inchaços.
Todo casal deveria participar das consultas de pré-natal juntos,
quando possível, para ambos tirarem as dúvidas e serem abençoa-
dos por uma gravidez saudável.

Não sabemos nada sobre gravidez,
e minha esposa está grávida. (Marido)
Erro 100
Não conhecer os meios de concepção
Gravidez é o grande milagre da vida, da perpetuação das espé-

cies, da continuidade do projeto de Deus para todos os seres viven-
tes. A mulher tem, em sua alma, na maioria das vezes, um desejo
enorme de ser mãe, e o homem entende que fecundar a sua esposa
é dar continuidade ao projeto de Deus em sua vida.
Precisamos, porém, saber algumas coisas simples, mas comuns e
importantes, para não criarmos monstros em nossa cabeça. O primei-
ro trimestre da gravidez produz na mulher algumas reações fisiológicas
normais, comuns, como muito enjoo, sonolência, queda de pressão,
fraqueza, medo de ter relação sexual por achar que poderia abortar,
perder o bebe – o que não ocorre. Ela fica às vezes chorosa, com falta
de vontade para o sexo, sensível, e o homem tem que saber disso para
não confundir as coisas nem obrigar a mulher a se relacionar.
Já no segundo trimestre, isto é, do quarto mês em diante, ela volta
a ficar bem, segura e feliz pela gravidez; ela volta a desejar faze amor,
a curtir a barriga, a demonstrar para as pessoas o seu privilegio de
estar gestando uma vida. Isso fica assim até o oitavo mês, quando o
desconforto pela barriga e peso voltam a incomodar, o medo de a
criança nascer de repente, o medo do parto e as dificuldades de andar
e levantar, voltam a inibir essa mulher quanto ao sexo, o beijo e os
carinhos eróticos. Ela quer ser cuidada, ser protegida e entendida.

Quando a criança nasce, independentemente de ser parto normal
ou cesárea, a mulher fica de 40 a 60 dias sem desejar nada de sexo
e, se estiver amamentando, a volta do desejo sexual demorará mais
ainda, pois o hormônio que produz leite e inibe a menstruação, seca
totalmente a vagina e tira o desejo da mulher. Isso é normal, não é
frescura, não é falta de amor nem significa que ela deixou de gostar
ou desejar o marido. Após o parto, a volta total à sexualidade leva
de 6 a 9 meses, isso se o bebe não for muito chorão nem tiver pro-
blemas de saúde.
Mulher, não se deixe levar por mitos, por rituais milenares de fa-
sexualidade
mília ou por orientação negativa de outras mulheres. Seu filho preci-
erros na
sa, sim, de você, mas não de forma obsessiva e absoluta. Lembre-se
sempre de que ele só existe porque vocês foram abençoados em seu
amor. Ninguém faz filho sozinho e nenhum filho veio para substi-
tuir ninguém. Todos temos nosso valor diante de Deus e de nossa
família. Não se deixe escravizar pelo filho; sua vida é tão importante
quanto a dele, por isso você também tem direito a tempo, descanso
e vontades. Se você mulher não souber tratar disso de uma forma
sabia, poderá desenvolver magoas e conflitos em seu casamento.
Homem, entenda que quanto mais parceiro, mais companheiro e
mais ajudador você for, mais tempo livre vocês terão para namorar
e desfrutar da companhia um do outro e desenvolver possibilidades
para fazer amor. O novo ritmo de vida dos casais tem solicitado de
ambos uma atitude proativa de ajuda, de disponibilidade e sacrifício
para que o casamento e o amor saiam ganhando sempre.
E filho no quarto do casal só até três meses, nunca na cama,
somente no berço. Após este período, se possível, ele deve estar em
outro dormitório para que o casal se restabeleça como casal.

É verdade que a mulher só engravida se
tiver orgasmo? (Marido/Esposa)
Erro 101
Não conhecer os métodos de contracepção
Desfazendo teorias erradas sobre os métodos anticoncepcionais

Mentira. A mulher pode engravidar sem ter querido a relação;
por exemplo, ela pode engravidar em uma violência sexual. Toda
relação sexual tem potencial para engravidar, mas sabemos que essa
possibilidade é muito maior no período fértil.
Portanto, a mulher que não deseja engravidar tem obrigação de
procurar um médico ginecologista ou um posto de saúde, onde lhe
possa dar orientação sobre todos os métodos preventivos de gra-
videz. Hoje, o posto fornece anticoncepcionais em forma de com-
primidos e injeção, e coloca DIUs, ajudando o casal a programar o
número de filhos. Os anticoncepcionais orais não dão câncer, mas
infelizmente muitas mulheres não tomam com medo. Existe pre-
caução para algumas doenças como varizes, tromboses e doenças
vasculares e hepáticas, porém existem remédios específicos para
que esta mulher possa programar a sua gravidez.
Os métodos injetáveis têm a praticidade da mulher evitar es-
quecimentos ou falhas e, ao mesmo tempo, aquelas que têm algum
problema de gastrite ou enjoos podem ser muito beneficiadas por
este método. É mito que a injeção contém muito hormônio. O que
ocorre é que algumas mulheres que têm tendência a engordar não
devem usar o método trimestral, e sim mensal.

O adesivo, também é uma forma de se prevenir, e com poucos
efeitos colaterais. A mulher coloca um adesivo por semana, durante
três semanas e descansa uma.
Outro método é o anel vaginal, feito de silicone, colocado dentro
da vagina onde fica por 21 dias, sendo retirado pela própria pacien-
te. Ela descansa sete dias.
As mulheres com proibição de uso de métodos hormonais
devem fazer uso de DIUs de cobre, pois não contêm hormô-
nios. Existe outro dispositivo intrauterino de hormônio que
contém apenas progesterona, o que diminui muito os efeitos
sexualidade
erros na
colaterais e pode ser usado por mulheres que tiveram trombose
ou mesmo câncer.
É preciso desmistificar a questão da menstruação, como se
fosse uma limpeza do corpo da mulher. Isso é mentira. Menstruar
é apenas o corpo dizer que ela não está gravida. Hoje é muito
comum os médicos orientarem as mulheres a usarem anticoncep-
cionais de forma contínua, parando a cada três meses, pois desta
forma trata-se TPM, cólicas, anemias e outras doenças causadas
por excesso de menstruação.
Mesmo a menina que ainda não tem relação, antes do casamento,
pode se beneficiar do uso de anticoncepcionais para tratar cólicas,
hemorragias, nervosismos e mesmo excesso de oleosidade da pele e
espinhas, mas sempre com orientação de um ginecologista.
A seguir, listo alguns dos mitos comuns no imaginário popular.
1) Eu posso usar a pílula da minha mãe ou da minha irmã. Errado.

Nunca se deve tomar uma pílula anticoncepcional sem acompanha-
mento médico.
2) A mulher só engravida se tiver orgasmo. Errado. Muitas mulheres

tiveram vários filhos sem experimentar um orgasmo sequer.

3) Não vou engravidar porque tenho poucas relações sexuais. Errado. Se
a mulher estiver no período fértil, ela pode engravidar com apenas
uma relação.
4) Não se engravida na primeira relação. Errado. É possível engravi-
dar, sim. Basta a mulher estar no período fértil.
5) Sou virgem, logo não engravido. Que engano! Basta o espermato-
zoide entrar na vagina pela abertura do hímen – que toda mulher
tem – e chegar até a trompa para encontrar o óvulo. Então a mulher
engravida e continua virgem.
6) Urinar depois da relação evita gravidez. Não é verdade, pois o canal
por onde sai a urina não é o mesmo por onde passa o espermatozoide.
7) Se a mulher tomar pílula, pode ficar menstruada até aos setenta anos.
Errado. O organismo da mulher é capaz de ovular e ter menstrua-
ção por aproximadamente quarenta anos. Terminado esse período a
mulher não terá mais ovulação nem menstruação, mesmo que tenha
usado a pílula por muitos anos.
8) Se a mulher amamentar, não engravidará. Outro mito comum, pois
ela poderá engravidar, sim. Depois de um mês do parto, a mulher já
pode voltar a ovular e ficar grávida, mesmo que esteja amamentando.
9) Toda mulher que faz laqueadura fica fria ou gorda. Errado. A única
coisa que acontece após a laqueadura é que o óvulo é impedido de se
encontrar com o espermatozoide. Tudo o que dizem, além disso, é
fruto de uma mente cheia de conflitos e medos. Não é causa orgânica.
10) Todo homem que faz vasectomia fica impotente. Errado. É preci-
so entender que potência sexual não tem nada a ver com a fer-
tilidade. Essa operação feita nos homens apenas impede que os
espermatozoides saiam do seu organismo. O espermatozoide é
produzido, mas não alcança o canal por onde é expelido. Tudo mais
é produto da mente popular: mito.

11) Uma boa ducha é a forma ideal para se evitar filhos. Errado. Quando
a mulher esguicha água ou outro líquido dentro do canal vaginal não
retira os espermatozoides, mas empurra-os para dentro do útero.
Minha mulher está grávida de seis meses e

não quer mais ter relação sexual porque diz
que vamos machucar o nenê. (Marido)
sexualidade
erros na
Erro 102
Deixar o marido sem sexo na gravidez
A prática do ato sexual na gravidez

A prática do ato sexual durante a gravidez é imprescindível para
o casal. Em muitas mulheres, a partir de um período da gravidez,
o desejo sexual aumenta. Alguns casais, porém, por falta de infor-
mações, entram em crise e se abstêm da relação sexual com medo
de machucar o bebê. É comum muitos homens sentirem-se enciu-
mados ou abandonados no período da gravidez, e esta sensação de
abandono e exclusão tem a tendência de aumentar quando diminui
a frequência da prática do ato sexual.
O meio onde o bebê é gerado não está ligado livre e diretamente à
vagina, embora esteja bastante próximo, ou seja, a relação sexual não
atinge o corpinho do bebê nem mesmo a cabeça, como alguns che-
gam a dizer. O corpo humano é complexo, mas não é uma bagunça.
As esposas grávidas não têm do que ter medo durante a gravidez, ali-

ás, manter relações sexuais é bastante recomendável para aliviá-las das
tensões. Não há razão para privar o marido nem a si mesma desses
momentos, e isso vale até aos dias que antecedem o parto.
Procurem ajustar-se de forma que ambos possam desfrutar dos
momentos a dois, contornem as modificações físicas pelas quais a
mulher passa e pratiquem sexo durante a gravidez sem temor de
afetar o bebê. Ele está protegido, e eu arriscaria dizer que as boas
sensações que a mãe sente refletem positivamente no comporta-
mento emocional da criança.
A seguir, proponho algumas respostas para perguntas básicas.

1) É perfeitamente normal a mulher sentir desejo sexual durante toda a
gravidez? De acordo com uma pesquisa de Masters e Johnson, feita
com 101 mulheres grávidas, o resultado foi o seguinte:
No primeiro trimestre da gravidez ocorrem variações acentuadas no
comportamento sexual padrão e na resposta sexual. As mulheres
que sentiam náusea e vômito tiveram seu interesse sexual diminuído
e reduziram sua atividade sexual. Algumas mulheres, contudo, ob-
servaram o aumento da libido, isto é, do desejo sexual.
No segundo trimestre, 82 das 101 entrevistadas descreveram aumen-
to da sexualidade, tanto em termos de desejo como de respostas
físicas. Isto ocorre provavelmente devido à maior vasocongestão e
intumescimento pélvico generalizado.
No terceiro trimestre, foi notada uma redução na frequência de re-
lações sexuais, acompanhada pelo acréscimo da fadiga e diminuição
do desejo. Vinte das mulheres entrevistadas sentiram, no terceiro
trimestre, que o marido tinha perdido o interesse sexual por elas.
Elas atribuíram o fato à sua alteração física ou ao medo de machu-
car o feto.

2) A prática do ato sexual não prejudica o bebê de alguma forma? A fre-
quência do ato deve ser orientada conforme o desejo de cada um.
Quanto à posição para o ato sexual, à medida que a barriga cresce, o
casal deve procurar as posições que melhor se ajustem e que sejam
mais confortáveis para os dois.
faz três meses que o nenê nasceu e ela continua

dizendo que temos que esperar um pouco
sexualidade
mais para termos relação sexual. (Marido)
erros na
Erro 103
Deixar o marido sem sexo
depois de nascido o filho
Vamos detalhar um pouco mais esta questão que tem gerado

muito sofrimento para vários casais, principalmente aqueles em que
não têm um diálogo afetivo.
A relação sexual deve acontecer quando ambos estão comemo-
rando o amor existente entre eles e, em amor, glorificam a Deus por
ter lhes dado algo tão bom e tão prazeroso.
No pós-parto, porém, ocorre um número grande de variáveis e
acontecimentos tanto físicos quanto emocionais que podem a levar
um período mais longo de ausência sexual da mulher. Aqui ocorre
uma forte resposta aos nossos péssimos ensinos, ou melhor, à nos-

sa deformada educação sexual que nos faz acreditar que sexo só é
sexo com penetração pênis-vagina. Deixamos de lado as caricias,
deixamos de lado os abraços, deixamos de lado a possibilidade de
estimular o outro e levá-lo ao prazer ou orgasmo mesmo sem o uso
da vagina. Nossas mulheres foram massacradas quanto ao tipo de
sexo que deveriam fazer, que deveriam aceitar as ordens do marido
e deixar que ele fizesse do jeito dele. Não é assim que Deus pensa,
pois no Cântico dos Cânticos de Salomão quem inicia o ato sexual
é a mulher, quem fala o que tem que ser feito é a mulher e em amor
os dois fazem o melhor para ambos. Nos casos em que a mulher
perde o apetite sexual, precisamos ver se ela está dormindo bem
ou o bebe acorda a noite toda, se ela está tendo tempo de descanso
durante o dia, se ela não tem dor no local do parto tanto normal
quanto cesárea, se o sangramento parou ou ainda persiste em es-
capes, se o bebe está sendo amamentado a noite toda, gerando um
desgaste físico e emocional.
Se tudo estiver tranquilo, a mulher estiver descansada e seu fi-
lho estiver bem, mas ainda não voltou a libido, ela deve procurar
uma orientação médica ou, em amor, o marido deve fazer carinhos
eróticos em seu corpo, e desta forma despertar o seu desejo. Nor-
malmente, a mulher já precisa mais carinhos e, em alguns casos pós
-parto, são necessários mais estímulos afetivos e não apenas querer
colocar o pênis na vagina. É voltar a namorar e a mostrar amor e
cuidado, e desta forma a sexualidade da esposa volta ao normal.
Existe a possibilidade da ocorrência da depressão pós-parto, algo
involuntário, incontrolado, que ocorre em quase 10% de todas as mu-
lheres e que se arrasta por um ano em média, isso quando não se tor-
na crônica. A depressão tira totalmente a libido da mulher, ela passa a
não desejar sexo de forma nenhuma. Se perceber muito choro, muita
tristeza, muita culpa por não dar conta, por não se sentir capaz de
criar o filho, procure um médico, pode ser depressão pós-parto.

As mulheres que tiveram grande alteração de peso, e aquelas
cujos seios ficaram muito grandes ou diminuíram demais após a
amamentação, também tendem a ter uma diminuição da autoestima
e, por consequência, uma diminuição da libido.
Consideramos realmente grave quando a mulher ainda não vol-
tou ao mínimo de libido seis meses após o parto. É necessário a
ajuda médica ou psicológica.
sexualidade
ele quer muitos filhos, mas não temos
erros na
condições de criá-los. (esposa)
Erro 104
Não ter um bom planejamento familiar
O coração do homem pode fazer planos,
mas a resposta certa dos lábios vem do SENHOR.259
Filhos são herança do Senhor...260
O planejamento familiar deveria estar entre os primeiros itens

na lista de prioridades do casal e não somente no que diz respeito
ao planejamento da gravidez. Se o casal não deseja ter um filho
logo no primeiro ano de vida conjugal, por uma questão de adap-
tação, é louvável. De fato é bom que ambos se conheçam melhor
além do período de namoro e noivado. A vida a dois após o casa-
mento é um período de conhecimento mais intenso, de ajustes e

260 Salmo 127

adaptações. A preocupação natural que uma gravidez e a chegada
de um bebê provocam requer que ambos estejam bem emocional-
mente e como casal, e que estejam dispostos a enfrentar juntos
esse maravilhoso projeto que é receber e criarem juntos os filhos.
O casal deve ter a quantidade de filhos que é capaz de sustentar
e educar com dignidade. Sabemos que a bênção de Deus está sobre a
família, mas é preciso considerar que ir além do razoável pode consti-
tuir-se em uma maneira de arriscar-se desnecessariamente. Exceder o
limite do que realmente nossos esforços podem alcançar seria como
tentar a Deus. O mundo de hoje é radicalmente diferente do mundo
de nossos pais e avós. Notamos isso no número reduzido de filhos
que a cada geração são recebidos nos lares constituídos. Essas deci-
sões acompanham as novas condições que nós mesmos provoca-
mos no planeta, fruto de falta de planejamento por parte de todos.
Lembre-se, porém, de que o medo de uma gravidez reduz a qua-
lidade do relacionamento sexual. Viver a paranoia de que a gravidez
é uma opção arriscada pode afetar o relacionamento do casal de ma-
neira desnecessária. Não vivam em pânico por conta da gravidez. Se
ela acontecer antes do previsto, recebam isso como uma bênção de
Deus e não permitam que vocês nem o próprio bebê sejam afetados
pela notícia. Isso não faz bem. Ao contrário, alegrem-se e planejem
suas vidas dali para a frente, pois seguramente vocês viverão um
novo e rico tempo juntos.
Curiosidades sobre os métodos anticoncepcionais

A busca da contracepção acompanha a história da humanidade e
reflete a tecnologia de cada época. Vejamos como eram os métodos
antigos e como eles são hoje:261
261 Disponível em http://www.reocities.com/HotSprings/9353/historic.html e acessado em

11.04.2014.

3000 a.C.: Na Mesopotâmia evitava-se a gravidez com o uso de
fezes de bovinos, de reconhecida ação espermicida.262
1000 a.C.: Há registros antigos que mencionam mulheres que não
engravidavam quando tinham relações sexuais às vésperas da mens-
truação – é o princípio da tabelinha.
Século I: Registros históricos dão conta de que os chineses usavam
delicadas camisinhas de papel de seda lubrificadas.
Séc. XVII: Apareceram na corte do rei inglês Carlos II as camisi-
nhas de tripa de carneiro, que teriam sido inventadas por um certo
“doutor Condom”, cuja existência já foi comprovada.
sexualidade
erros na
1840: Com a difusão da borracha, surgem os preservativos de lá-
tex, usados na prevenção da sífilis.
1940: Surge o diafragma.
1950: Inventa-se o dispositivo intrauterino no Japão (DIU).
1956: O médico americano Gregory Pincus fabrica a primeira
pílula anticoncepcional.
1970: O DIU ganha eficácia ao ser fabricado em cobre.
1982: O cientista francês Étienne-Émile Baulieu apresenta a RU-
486, “a pílula do dia seguinte”, que desperta controvérsia por provo-
car o aborto.
1985: Contraceptivos começam a ser implantados da pele por meio
de microcirurgia. Os polímeros liberam um hormônio que impede a
gravidez.
1990: Primeiros testes com a “pílula do homem” e a “camisinha feminina”.
1994: Cientistas ingleses lançam o Persona, uma tabelinha eletrônica
que indica quando a mulher está fértil por meio da análise da urina.
262 Espermicida é o líquido utilizado para aniquilar os espermatozoides.

Como agem os métodos anticoncepcionais
Os métodos anticoncepcionais são formas de se evitar uma gravidez,
impedindo o contato entre um óvulo e um espermatozoide. Os métodos
anticoncepcionais podem ser diferentes quanto à forma de evitar a gravi-
dez como, por exemplo, o método de barreira, o hormonal e o cirúrgico.
1. Métodos naturais263
a) Tabelinha – É um método natural, porque não depende do
uso de produtos químicos, como espermicidas, hormonais, a pílula,
ou barreiras mecânicas como a camisinha, o diafragma ou o DIU. A
tabelinha exige abstinência da relação sexual durante o período mais
provável da ovulação da mulher.
Como saber o dia da ovulação? É necessário anotar de oito a
doze meses os dias da menstruação. Pode haver uma possível va-
riação no ciclo menstrual de vinte e oito em vinte e oito dias, trinta
em trinta dias etc. Como saber o seu dia? Marque o primeiro dia da
menstruação como o primeiro dia do ciclo e o dia anterior ao início
da menstruação como o último dia do ciclo. Num ciclo de vinte e
oito dias, a ovulação ocorrerá geralmente catorze dias depois que a
menstruação começou.
Como o espermatozoide poderá ficar vivo e ativo por três
dias e o óvulo por um dia, a abstinência deverá ser de três a qua-
tro dias antes da ovulação e três dias depois da ovulação. Isso
contará praticamente uma semana de abstinência sexual. Os dias
mais seguros para se ter relação com penetração vaginal são os
dias da menstruação, três dias depois da menstruação e sete dias
antes da menstruação.
263 Disponível em http://pretarios18.blogspot.com.br/2012/09/escolha-do-anticoncepcional-a-

dequado.html com acesso em 11.04.2014.

b) Temperatura basal – é também, um método natural. A mu-
lher anota a sua temperatura vaginal, oral, axilar ou anal, sempre no
mesmo lugar, toda manhã antes de se mexer ou levantar da cama,
durante vários meses. Ela faz um gráfico com a temperatura diária.
A temperatura permanece mais ou menos estável até o momento
da ovulação, quando abaixará levemente e subirá por doze ou treze
dias, até pouco antes da próxima menstruação.
O aumento da temperatura é pequeno, mas significa que a mu-
lher ovulou. Depois deste período de ovulação virá o período se-
guro para a mulher não engravidar. Uma maneira que aumenta a
sexualidade
segurança no uso deste método é não ter relação sexual nos doze
erros na
ou catorze dias que antecedem este aumento de temperatura e só
assumir uma vida sexual na segunda parte do ciclo, três dias depois
que ocorreu este aumento de temperatura.
c) Muco cervical ou método Billings – A maioria das mu-
lheres, antes da ovulação, apresentará notáveis mudanças no muco,
espécie de um catarro localizado na abertura do útero, a cérvix. De-
pois da menstruação, a cérvix não produzirá ou produzirá muito pouco
muco; a vagina ficará praticamente seca, a não ser quando a mulher
estiver excitada. Este é um período seguro para a relação sexual.
Após alguns dias a cérvix começará a produzir um muco claro,
pegajoso e com consistência semelhante à clara do ovo. Este tipo
de muco é produzido durante vários dias e marcará o período fértil.
É seguido por um muco mais grosso e amarelado. O primeiro dia
de mudança para um muco mais claro significará que a ovulação
começará daí a um ou dois dias.
Nesse período já deve ocorrer a abstenção, pois o espermato-
zoide poderá viver de três a quatro dias e fecundar o óvulo quan-
do a ovulação ocorrer. A abstinência deverá se manter também de
três a quatro dias depois do período fértil. No período restante,

quando o muco é mais grosso e amarelado, o período é seguro.
Alguns estudos indicam que o método da temperatura mantendo
relação sexual somente depois da ovulação, apresenta índice de
segurança de 98%, semelhante aos concepcionais orais. A tabeli-
nha sozinha tem um sucesso de 60% e o método do muco cervical
varia de 70 a 90 %.
d) Coito interrompido – É o ato de tirar o pênis da vagina
logo que o homem percebe que vai ejacular, na tentativa de evitar a
gravidez, derramando o sêmen para fora da área genital da mulher.
Este é um dos métodos que muitas pessoas usam, porém não é
eficiente. Antes da ejaculação, muitos homens secretam uma quan-
tidade pequena, mas suficiente de espermatozoides para engravidar
uma mulher. É bom deixar claro que este método prejudica a quali-
dade da relação sexual, principalmente para a mulher.
2. Métodos artificiais
a) A pílula – É a combinação dos hormônios estrogênio e
progesterona que podem impedir a ocorrência da ovulação. São
os mesmos hormônios que fazem estancar a ovulação durante a
gravidez. Por esta razão, é comum algumas mulheres, quando
começam a tomar a pílula anticoncepcional, sentirem os sintomas
semelhantes aos que surgem no início de uma gravidez, tais como
seios doloridos, sensação de peso ou enjoos matutinos. A pílula é
um dos métodos mais eficazes dentre os anticoncepcionais artifi-
ciais, apresentando a ocorrência de menos de uma gravidez em cem
mulheres por ano. Contudo, cada vez mais, têm surgido provas re-
ferentes a sérios riscos para usuárias da pílula na literatura médica.
b) O DIU – Dispositivo Intrauterino. O DIU é um anel de
plástico macio e flexível ou um bastãozinho de plástico em forma
de gancho, que precisa ser endireitado, colocado em um tubo seme-

lhante a um canudinho e inserido pelo médico, através do canal cer-
vical, dentro da cavidade do útero, onde retorna à forma original.
Atualmente alguns DIUs são feitos de aço inoxidável. Outros
têm um fio de cobre, da espessura de um fio de linha, firmemente
enrolado à volta da haste. Considera-se que as pequenas quanti-
dades de cobre liberadas dentro do útero alteram as durações das
enzimas que operam no processo de implantação do ovo, e podem
também interferir no transporte do esperma dentro do útero.
Os benefícios trazidos pelo cobre começam a ficar mais fracos
depois de dois anos após a inserção do dispositivo, e então o DIU
sexualidade
erros na
precisa ser substituído. Outro DIU que tem o formato da letra T,
libera uma quantidade pequena de progesterona dentro da cavidade
uterina por um ano, e depois precisa ser substituído.
Ninguém sabe muito bem como o DIU funciona, mas alguns
pesquisadores acreditam que ele apressa a passagem do óvulo pela
cavidade do útero, não lhe dando tempo para ser implantado para
dar início à gravidez. Outros acham que o DIU causa uma reação
inflamatória local dentro do útero, de forma que o óvulo fertilizado
não consegue implantar-se no revestimento uterino, inadequada-
mente desenvolvido. Outros ainda acham que ele pode produzir
um aborto bem precoce. Em uma série experimental, vítimas de
estupro receberam a inserção de DIU com fio de cobre entre vinte
e quatro e quarenta e oito horas após o crime, e não ocorreu nenhu-
ma gravidez.
A melhor ocasião para inserir o DIU é durante a menstruação,
quando a abertura cervical está um pouquinho mais dilatada, e tam-
bém pelo fato de que então o médico pode ter a certeza de que a
paciente não está grávida. O DIU nunca deve ser colocado ime-
diatamente após o parto. É bom esperar sempre pelo menos dois
meses, de preferência mais tempo.

Apesar de o DIU oferecer alto grau de eficácia como método
anticoncepcional, sabemos agora que ele pode interferir extensiva-
mente no delicado mecanismo interno no organismo feminino, e
algumas vezes o faz. Desaprovo o uso deste método, por ser abor-
tivo, segundo muitas autoridades médicas.
c) O diafragma – É um pequeno disco de borracha, com
aproximadamente cinco a dez centímetros de diâmetro, que é
colocado na parte mais profunda da vagina, na entrada do útero.
Essa capinha de borracha impede os espermatozoides de entrarem
no útero. O diafragma é sempre usado com geleia ou creme
espermicida. É considerado um bom método anticoncepcional.
d) O preservativo – É conhecido também como camisinha,
camisa-de-vênus ou condom. É um preservativo de borracha que o
homem coloca no pênis ereto, antes de qualquer contato com a área
genital da mulher e principalmente antes de qualquer penetração
vaginal. Quando a camisinha é usada de forma correta, sua eficiên-
cia chega a ser de 97%. Quando usada juntamente com espuma ou
geleia, sua eficácia chega a 99%.
e) Os espermicidas – São cremes e geleias que contém elemen-
tos químicos e que, ao serem colocados na vagina, matam os esper-
matozoides sem prejudicar o tecido vaginal e as células do corpo. O
produto é colocado na parte mais profunda da vagina, criando uma
barreira que impede a passagem dos espermatozoides para o útero.
Quando são feitas duas aplicações, a proteção é maior. Geralmente
este método não é usado sozinho: ele acompanha o diafragma ou,
em menor proporção, o preservativo (camisinha).
f) A vasectomia – É a remoção de uma pequena secção de cada
um dos dois canais deferentes do homem. É uma cirurgia simples,
que deve ser feita pelo médico, com anestesia local e no próprio
consultório. A vasectomia consiste em duas incisões no escroto.

Quando se corta os canais deferentes e se fecha as extremidades do
corte, os espermatozoides são impedidos de chegar até as vesículas
seminais. O sêmen ejaculado não terá nenhum espermatozoide. A
vasectomia não reduz o volume de sêmen quando acontece a eja-
culação, uma vez que a constituição dos espermatozoides é muito
pequena se comparada com o resto da composição do sêmen.
Para onde vão os espermatozoides? Eles são reabsorvidos pelo orga-
nismo do homem e desaparecem. O casal que tomar a decisão de
usar este método deve ter sempre em mente que é permanente e
irreversível, apesar de algumas técnicas microcirúrgicas modernas,
sexualidade
algumas vezes, estejam conseguindo a reabertura do canal deferen-
erros na
te. Entretanto, nem sempre conseguem restituir a permeabilidade
do canal, fator essencial para a condução dos espermatozoides.
g) A ligação tubária ou a laqueadura – É uma operação feita
no hospital, na qual o médico corta e amarra cada trompa a fim
de impedir que o óvulo que sai do ovário, na ovulação, chegue ao
útero. Ela impede também que o espermatozoide encontre o óvulo
e o fecunde. Com esta operação, a mulher continua menstruando
normalmente, pois assim como a vasectomia no homem, a ligadura
de trompas não interfere absolutamente em nada na produção dos
hormônios sexuais (estrogênio e progesterona) da mulher e (tes-
tosterona) do homem, pois estes hormônios não passam respecti-
vamente pelas trompas e pelos canais deferentes, mas circulam no
organismo através da corrente sanguínea.
Nunca faça uso de um método anticoncepcional mecânico ou
químico, sem acompanhamento médico.

Conclusão
Sabemos que não existe relacionamento perfeito e que todo ser

humano nasce propenso ao erro. A Palavra de Deus, porém, diz:
“E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”.264 Quando há
humildade para ouvir, aceitar e colocar em prática as verdades reve-
ladas nas Escrituras, Deus usa o casamento como fonte de prazer,
felicidade e realização como resultado da Sua Graça.
Bem-aventurado aquele que teme ao Senhor e anda
nos seus caminhos.
Pois comerás do trabalho das tuas mãos; feliz serás,
e te irá bem.
A tua mulher será como a videira frutífera aos lados da tua casa;
conclusão
os teus filhos como plantas de oliveira à roda da tua mesa.
Eis que assim será abençoado o homem que teme ao Senhor.265
O sucesso de um casamento não está em encontrar a pessoa

certa, mas ser a pessoa certa.
264 João 8.32

265 Salmo 128.1-4

Bônus
Entrevista com o pastor Josué

Gonçalves
1. esposa - Meu marido chega em casa e fica jogando
videogame.
Pr. Josué gonçalves - A vida não é feita só de trabalho. O homem
e a mulher devem separar tempo para o lazer, para o relaxamento
e para fazer aquilo de que gostam.266 No entanto, todo o excesso
torna-se prejudicial.
Entendendo os tempos modernos

Os jogos modernos têm a facilidade de transportar as pessoas
para um mundo virtual, longe das dificuldades e contrariedades do
mundo real. Isso pode ser encarado como uma fuga quando retira
Bônus
o jogador do convívio de seus familiares, de forma compulsiva, isto
é, quando o jogo torna-se mais importante do que qualquer outro
relacionamento com a família. A fuga da realidade, o medo ou o
desinteresse de enfrentar um diálogo são patologias que devem ser
analisadas e tratadas com auxílio externo e pastoral.
Quando bem dosado, seu uso pode ser uma ótima forma de re-
laxamento e entretenimento, um meio de repor as energias emo-
cionais, descarregando as tensões do ambiente profissional e mes-
mo das dificuldades de deslocamento no trânsito caótico de muitas
grandes cidades.
266 Eclesiastes 9.9

A psicóloga Ceres Araujo, no Portal Vya Estelar267, comenta que
os videogames vieram para ficar. Tecnicamente muito mais avan-
çados, bem mais interativos que seus antecessores, os novos jogos
exercem uma atração irresistível para os praticantes. Diferentemen-
te do que ocorria antes, os jogadores atuais têm pais que jogaram e
que sabem jogar videogames e que, com frequência, jogam junto de
seus filhos. O videogame pode se tornar uma atividade da família.
Os preconceitos que cercavam os videogames diminuíram. As
vantagens tornaram-se evidentes. As funções neuropsicomotoras
são desenvolvidas pela experiência e os jogos sempre forneceram
os estímulos nesse sentido. Os videogames favorecem um treino
importante para processamento da informação visual e auditiva,
que ganha em qualidade e em velocidade. As coordenações viso-
motora e audiomotora aprimoram-se. São treinadas também as ca-
pacidades de atenção e concentração. A nova geração de jogos exige
a coordenação do corpo inteiro, exercita a postura, o equilíbrio e o
deslocamento corporal.
Alguns dos jogos mais modernos já determinam o tempo máxi-
mo a ser passado na atividade, o que vem ao encontro da necessi-
dade de se prevenir a fixação e ou a compulsão do jogar para que se
aproveite todos os benefícios que essa atividade pode trazer.
Quando o ato de jogar torna-se um vício, significa que aquilo
que era apenas um lazer passou a dominar, escravizar e roubar o
tempo da pessoa para outras coisas importantes. Tudo na vida pre-
cisa ter limite e estar debaixo disciplina268 para não comprometer a
saúde do relacionamento em todos os níveis.
267 Extraído do sítio “Família - Dicas para o bem-estar e a convivência em família”, matéria “A
criança e o videogame: Uma prazerosa relação de aprendizado”
por Ceres Araújo, em 26/08/2014, no endereço eletrônico: http://www2.uol.com.br/vyaestelar/
familia_videogame.htm
316 Bônus

2. esposa - Meu marido tem várias namoradas virtuais, mas
não admite.
Pr. Josué gonçalves - Uma das definições de fidelidade de que
mais gosto é “honrar o outro na ausência”. Em tempo de grandes
avanços tecnológicos, o maior desafio para os casais conectados à
internet é vencer a tentação de ceder aos desejos desordenados da
carne, diante da muitas possibilidades e facilidades que o esse mun-
do virtual oferece para nos levar ao pecar.
A maioria das pessoas que se deixa seduzir e envolver por esse
“fascinante mundo virtual”, passa a ser “escrava” enganando a si
mesma com tentativas diárias de racionalizar o próprio pecado.269
Há pessoas casadas que afirmam que um “namorinho virtual”
não é adultério. Se Jesus disse que se alguém olhar para uma mulher
com intensão impura no coração já adulterou com ela,270 quanto
mais seduzir, envolver-se e trocar fotografias. Quem não conhece a
frase “o pior cego é aquele que não quer ver”?
Uma pessoa casada que está se envolvendo com outras pessoas
na internet, e existem provas concretas, deve ser confrontada para
que aja arrependimento e libertação.271
Aparências virtuais? Bônus
Orai por nós, pois estamos persuadidos de que temos uma boa consciência,
desejando em tudo portar-nos bem.272
Usar a internet pode não nos tornar desonestos, mas o relacio-
namento à distância pode atrair certas formas de desonestidade que
são fáceis de praticar e mais difíceis de descobrir. E quando se trata
269 Hebreus 3.13
270 Mateus 5.28
271 Mateus 18.15-20
272 Hebreus 13.18

de atração romântica, a desonestidade apresenta grandes ameaças e
riscos. Com a facilidade à mão de poder fingir ser o que não se é, é
possível estar em contato com pessoas que escondem dos outros seus
objetivos e planos, ou que escondem seu verdadeiro caráter e suas
reais intenções. Sabe-se de casos de namoros virtuais nos quais a doce
donzela nada mais era do que um presidiário homossexual, ou um
colega jovem era um adulto com pretensões de pedofilia. Há casos de
sequestro, filmagens eróticas, chantagens, estupros e até assassinados
cometidos. Quem usa a internet para esses namoros virtuais pode
estar correndo um perigo bem maior do que consegue imaginar.
É comum entre as pessoas que namoram pela internet inventar e
exagerar qualidades e esconder características, obesidade, estatura, defeitos,
sexo, nível de renda e formação, raça, endereço, ficha criminal, estado
civil, históricos de saúde e outros. As informações verdadeiras geralmente
permanecem em segredo por muito tempo durante esses relacionamentos.
Outras pessoas mentem sobre seu credo e religião, afirmando serem ver-
dadeiros cristãos quando na verdade não são. Mentem e fingem porque
não têm nenhum compromisso com a verdade, apenas “otimizam” suas
informações para oferecer uma isca para conseguir suas pretensões,
para iludir e mexer com os sentimentos e sonhos das pessoas.
Mas quanto aos medrosos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homi-
cidas, e aos fornicários, e aos feiticeiros, e aos idólatras, e a todos os mentirosos,
sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre, que é a segunda morte.273
A mentira no mundo real ou no universo virtual nada mais é do
que uma forma de esconder a verdade, uma forma de enganar, ludi-
briar, fingir, ocultar a verdade. Uma pessoa casada está enganando o
cônjuge, o(a) namorado(a) virtual, jogando no lixo os ensinamentos
bíblicos e roubando da família o precioso tempo que deveria ser de
edificação e convívio.
273 Apocalipse 21.8
318 Bônus

3. Pai - Meu filho está viciado em pornografia e não sei
como ajudá-lo.
Pr. Josué gonçalves - Certa vez, recebi um pai que buscava aju-
da. Ele me disse: “Essa semana, verificando o computador do meu
filho, descobri que ele está viciado em pornografia”. Nunca havia
passado pela cabeça daquele pai que seu filho um dia seria um pri-
sioneiro, dependente desse “lixo moral” chamado pornografia.
A minha orientação para aquele pai foi:
a) Aja como pai-amigo do seu filho, e amigo ouve, compreende
e confronta;274
b) seu filho está precisando de ajuda para sair do “cativeiro”, e
você é a melhor pessoa para ajudá-lo;
c) pratique com o seu filho o “discipulado”,275 supervisione;
d) convide-o para um tempo de consagração ao Senhor, para
enfraquecer o desejo da carne e fortalecer o espírito; 276
e) incentive-o a ler bons livros e ouvir mensagens que podem
gerar temor de Deus no coração;277
Bônus
f) estimule-o a praticar o seu tempo devocional com Deus.
Aquele pai levou muito a sério essas instruções, e o resultado
final foi a libertação do filho. Sempre digo aos pais: “Vocês têm a
oportunidade de ser o pai que gostariam de ter tido”.
Sedução em curto e longo prazo

Pornografia é a exibição do sexo explícito com a intenção de pro-
274 Provérbios 2; 5; 6.24-35

275 Marcos 3.13
276 Gálatas 17-5.16
277 Romanos 8.6 e 12.1, 2

vocar excitação sexual. Tem certo poder de sedução e possui amplos
tentáculos que podem atingir pessoas de todas as idades. Os jovens
têm grande curiosidade em conhecer, tocar e sentir, e se não forem
devidamente orientados sobre suas características, finalidades, atenções
e cuidados, podem buscar informação através de amigos, vizinhos, co-
legas da escola e, muitas vezes, de forma enganosa ou tendenciosa. A
pornografia pode levar ao desejo de fazer a mesma coisa ou de tocar o
que vê. De querer imitar um ator de filme pornográfico a masturbar-se
ao imaginar um ato, ou ver um corpo desnudo, é apenas um passo.
O ideal é o pai conversar sobre esse assunto com o filho e a mãe
conversar com a filha, sem traumas nem enganos. Quando orientamos os
filhos sobre a maravilha do sexo, eles amadurecem de forma sustentável.
Quando ocultamos os fatos e eles vêm a descobri-los por outros meios,
a confiança nos pais passa a ficar em segundo plano e eles sempre
procurarão outras pessoas para resolver quaisquer questionamentos.
Nossas ações, no intuito de dar esclarecimentos nessa área, de-
vem ser criteriosas e baseadas em informações precisas para não
induzi-los a desejar algo fora de época ou de forma errônea, com
consequências danosas que podem perdurar durante toda uma
existência. As informações têm que ser claras, precisas e criteriosas,
não deixando dúvidas nem levando ao desejo incontrolado.
Resumindo, sexo não é pecado e é muito bom se feito sem
enganos, da forma correta, com a pessoa certa, no tempo certo e
sem dúvidas ou perversões. Deus fez o sexo para que tivéssemos
prazer em constituir uma família, abençoada e protegida por Ele.
Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua
própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência
concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado,
gera a morte.278
278 Tiago 1.14, 15
320 Bônus

Aquele filho mimado, que consegue rapidamente tudo que quer,
é um forte candidato ao condicionamento pornográfico, pois como
seus desejos são prontamente atendidos, ele está sendo moldado
para uma vida de recompensas instantâneas.
As crianças que conseguem sempre facilmente persuadir seus
pais a dar-lhes o que desejam, acham que seus desejos egoístas tam-
bém poderão ser prontamente atendidos e nessa condição não ha-
verá praticamente nada que as impeça de entrar no mundo da por-
nografia quando a oportunidade aparecer. E certamente aparecerá.
A internet é uma das principais portas de acesso à pornografia.
Os amigos são a facilitação e o ensino desse acesso. A gratificação
instantânea em uma criança pode gerar sedução e vício, e essas ma-
neiras nocivas podem se estender durante toda a sua vida adulta.
Não há nada na terra, nem mesmo a igreja, que seja capaz de
afetar mais a uma criança do que aquilo que acontece em sua casa,
seja para o bem ou para o mal. Se a casa não é um refúgio de forta-
lecimento moral, os filhos podem ser tentados a procurar o seu pró-
prio refúgio. Uma carência emocional não suprida pode encontrar
no mundo pornográfico realização e descanso enganosos, doentios
Bônus
e perversos. A pornografia nunca fechará as suas portas para de-
sencorajar ou decepcionar. Ela eleva temporariamente a alma ferida.
Tudo o que o viciado necessita é fazer os ajustes na sua consciência
para que o errado encaixe-se como certo.
Conhecendo tudo isso, vemos como é de grande responsabilida-
de, e de fundamental importância para um crescimento saudável e a
formação de pais de famílias exemplares, o conhecimento da ques-
tão e a formação do entendimento do princípio sexual na mente e
no coração de nossos filhos à luz das Sagradas Escrituras.

Pais, tratar um vício nem sempre é tarefa das mais fáceis. Primei-
ramente devemos dar aos filhos todos os esclarecimentos que por-
ventura eles ainda não receberam. Em seguida, devem-se abordar
os prejuízos que essa obsessão pode causar em seu comportamento
afetivo, moral e sexual. Há vários livros que tratam dessa questão e
podem dar base para esse diálogo de esclarecimentos. A forma ideal
é contar com o acompanhamento e auxílio de um psicólogo cristão
para tratamento nessa área.
4. Mãe - Meu filho está demonstrando fortes inclinações

para a homossexualidade. Quem deve aconselhá-lo
eu ou meu marido?
Pr. Josué Gonçalves - O livro de Provérbios é um bom exemplo
da atuação concentrada e do engajamento do pai na criação dos
filhos.279 A identidade sexual é definida nos primeiros anos da ado-
lescência e a figura paterna é determinante para que haja uma es-
colha bíblica e saudável. Se o rapaz está demonstrando estas fortes
inclinações, minha recomendação é que haja um esforço deliberado
de aumentar o convívio do pai com o filho.
Talvez seja necessária uma mudança na agenda de ambos. O pai
talvez precise trabalhar menos e o filho precise cancelar um com-
promisso como um curso de inglês ou de tênis. Marquem alguma
atividade juntos, de preferência do gosto do rapaz, e que dê opor-
tunidade para conversar. O importante é que haja um incremento
considerável de tempo juntos, no qual o pai possa manifestar seu
amor ao filho e buscar orientar o menino no encontro com Cristo.280
279 Separe alguns minutos e leia as exortações do escritor de Provérbios para seus filhos. Veja como
a iniciativa é dos pais, perceba o empenho e a insistência deles. Provérbios 1.8, 10 e 15; 2.1; 3.1, 11 e
21; 4.1, 3, 10 e 20; 5.1 e 20; 6.1, 3 e 20; 7.11 e 24; 8.32; 19.27; 23.19 e 15; 24.13 e 21; 27.11.
280 Deuteronômio 6 mostra que todas as oportunidades devem ser usadas para compartilhar o
padrão de Deus e aponta para a necessidade dos pais de estarem na dianteira quando o assunto é
conhecer a Deus.
322 Bônus

Não existe caminho efetivo para uma correta prática da sexualidade
que não passe pela cruz, pelo novo nascimento e pelo empenho
com a santificação.
Todo pai precisa conduzir seu filho a Jesus, por meio de opor-
tunidades casuais ou de encontros deliberados, nos quais os dois
possam conhecer as Escrituras juntos, orar e comparar-se com o
padrão do Criador. Neste tempo de convívio, o pai deve ser hones-
to e deixar o filho perceber que ambos estão “no mesmo barco”,281
que ambos sentem os impulsos da carne em várias áreas diferentes
e que a luta pela santificação é diária, mas extremamente agradável
depois que o pecado é confessado e experimenta-se o fruto do Es-
pírito, pois a paz que excede todo entendimento apossa-se de quem
anda com Cristo em santidade.
A orientação, direção, instrução, aconselhamento, correção dos
filhos é responsabilidade não só do pai, mas também da mãe. A
mãe quase sempre está mais envolvida e próxima dos filhos. O pai,
porém, é o sacerdote, o profeta, o cabeça - o líder da família. O pai
deve lutar pela salvação e libertação dos filhos indo até às últimas
consequências, motivado pelo amor.
Bônus
Do mesmo modo também os homens, deixando o uso natural
da mulher, inflamaram-se em sua concupiscência uns para com
os outros, cometendo homens com homens a torpeza, e rece-
bendo em si mesmos a devida recompensa do seu desvario.282
Muitos pais acham desagradável falar sobre sexualidade com

seus filhos. Quando o tema é homossexualismo, alguns não se sen-
tem confortáveis, pois ficam indecisos sobre o que devem ou não
dizer aos filhos. O esclarecimento para a criança sobre a homos-
sexualidade deve ser de forma honesta e simples, tomando-se por
281 Para mais aprofundamento, recomendo a leitura de Pastoreando o coração da criança, de

Tedd Tripp, da Editora Fiel.
282 Romanos 1.27

base a faixa etária dela. Esse conhecimento pode ajudar a criança a
desenvolver um comportamento saudável sobre esse assunto, prin-
cipalmente quando se tornar adulto. Partindo do que a criança já
sabe ou pode ter ouvido falar a respeito, a conversa pode se desen-
rolar, sempre de forma direta e objetiva, sem mistificações. Oriente
também sobre drogas, álcool, legalização da maconha, casamento
gay. Estes e outros assuntos, cada um a seu tempo, devem ser trata-
dos da mesma forma.
Quando se fala em sexualidade para o cristão, deve-se deixar cla-
ro que os padrões de Deus para a prática sexual aplicam-se exclusi-
vamente dentro do casamento entre um homem e uma mulher. Re-
lações sexuais antes do casamento, pornografia, sexo com animais,
sexo com mortos, masturbação, fantasiar com pessoas conhecidas,
cobiçar, ou mesmo olhar com intenção impura são condenáveis e
constituem pecado. O padrão de Deus para a prática sexual é estrei-
to e elevado.
A mídia secular tem militado em nossos dias para que as relações
homossexuais sejam igualadas às heterossexuais. Nas gerações ante-
riores, a luta era pelo divórcio, pelo sexo livre e pelo uso das drogas.
Nossos filhos precisam de orientação quanto ao padrão de Deus
para a sexualidade saudável e bíblica, isto vai de encontro à maioria
das práticas da sociedade que não é cristã.
Falar sobre orientação sexual também deve ajudar a transmitir a
eles os valores cristãos e os valores que o mundo quer impor. De
toda forma, essa é uma ótima oportunidade para aproveitar a curio-
sidade e necessidade dos filhos para dar explicações consistentes e
também bons conselhos.
324 Bônus

5. Pai - Descobri que minha filha está namorando uma
colega bem mais velha na escola. o que faço?
Pr. Josué gonçalves - O primeiro passo para lidar com uma filha
envolvida em um relacionamento que é contrário ao ensino da Pala-
vra de Deus é amar. Os pais devem amar seus filhos incondicional-
mente, isto porque não existe “ex-filho”. Criar filhos é responsabi-
lidade que Deus colocou nas mãos dos pais.
Sempre gosto de afirmar que filho não se perde na rua. Filhos
podem e devem ser restaurados em casa. Cada lar onde Jesus reina
como Senhor deve ser um lugar de cura e restauração.
... pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando
e servindo a criatura em lugar do Criador. Por causa disso, os
entregou Deus a paixões infames, porque até as mulheres mu-
daram o modo natural de suas relações íntimas por outro, con-
trário a natureza; semelhantemente, os homens também dei-
xando o contato natural da mulher, se inflamaram mutuamente
em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens
e recebendo em si mesmos a merecida punição do erro.283
Em uma ilha na Grécia antiga, Lesbos, vivia uma poetisa cha-

mada Safo, que tinha como tema principal de seus poemas o amor
Bônus
homossexual feminino. Esta é a origem do nome “lésbica” para
definir as mulheres que têm preferência sexual por outras mulheres.
A homossexualidade faz parte da história da humanidade, sendo uma
prática algumas vezes estimulada e outras vezes reprimida. Na Grécia an-
tiga, a bissexualidade era tida como algo normal. Em outros momentos,
essa relação foi considerada criminosa. As autoridades inglesas executa-
vam em público as pessoas acusadas de serem homossexuais.
A palavra de Deus é clara quanto à condenação do homossexua-
lismo, e ela só tem um sentido, uma só revelação. Não há como que-
283 Romanos 1.25-27

rer interpretá-la da forma que nos seja mais conveniente. O pecado
é claro e é inadmissível a Deus. O que podemos dizer é que amamos
os homossexuais, mas não o homossexualismo.
A sensação que temos é de que nunca houve tantas mulheres
declarando sua opção sexual por outras mulheres como nos dias
atuais. A questão é que a televisão, por meio de novelas, filmes e
propagandas, está usando sua programação para difundir e incen-
tivar a prática homossexual e também sugerindo que a sociedade
a aceite como algo normal. Estamos vendo uma total degradação
dos princípios morais, pois o mundo está querendo que aquilo que
era correto não seja mais considerado correto, e aquilo que era ver-
gonhoso seja aceito como normal.
Temos que ter o entendimento cristão e atentar para o que os
ensinamentos bíblicos nos alertam, pois o homem foi feito para a
mulher e a mulher para o homem. A palavra de Deus diz: “E não
vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renova-
ção de vossa mente...”.284
Fomos criados à imagem e semelhança de Deus e devemos viver
segundo o Espírito e não segundo a carne, pois os que estão na car-
ne não agradam a Deus. A palavra de Deus é bem clara quando diz:
“... não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros,
nem os efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos,
nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores, herdarão o Reino
de Deus”.285
Pais, a Palavra é o escudo, a proteção, a arma contra as influ-
ências e os ataques do maligno. O entendimento e a revelação, o
aconselhamento e a disciplina, regados pelo jejum e pela oração,
podem desfazer os laços sensuais malignos que querem desviar-nos
284 Romanos 12.2

285 1Coríntios 6.9, 10
326 Bônus

do objetivo que Deus instituiu para nosso corpo. Não aceitem per-
der sua filha para Satanás: lutem e usem a autoridade que Deus já
lhes entregou: “Eis que vos dei autoridade para pisar serpentes e
escorpiões, e sobre todo o poder do inimigo; e nada, absolutamente
nada vos causará dano”.286
O melhor caminho para que a família seja esse lugar de restaura-
ção, libertação e cura é construir um ambiente marcado pela graça,
que é favor imerecido. Graça é tratar o outro como o outro não
merece ser tratado. Pense nisso.
6. Mãe - Já bloqueei os computadores, mas as crianças

usam smartphones e tabletes. como posso fazer para evitar
que elas vejam pornografia?
Pr. Josué gonçalves - É muito importante que os pais estabeleçam
limites e supervisionem os filhos. No entanto, só isso não é suficiente.
Infelizmente, a maioria dos pais não se preocupa em discipular seus filhos
ensinando os princípios da Palavra, com o objetivo de gerar neles temor.
A Bíblia diz que o temor ao Senhor é o princípio da sabedoria.287
Bônus
Quando os nossos filhos aprendem a temer ao Senhor, mesmo que eles
estejam longe e sozinhos, eles dirão não ao pecado. Nesse processo de
educação bíblica, a presença dos pais na vida dos filhos é fundamental.
Mesmo assim, no momento de crise, enquanto estes princípios
se estabelecem, os pais podem bloquear os sites indesejados ou so-
mente liberar no roteador, que é o aparelho que manda o sinal de
internet sem fio pela casa, aqueles que podem ser visitados. Deste
modo, os dispositivos móveis já recebem o sinal de internet com
filtro. Procure um técnico de internet e veja como viabilizar isto.
286 Lucas 10.19

287 Provérbios 1.7

Novamente digo, esta medida é paliativa e provisória, pois você
deve tratar o coração do seu filho. Vejam no Bônus 3 os detalhes
sobre o poder de sedução, ensinamentos, causas e tratamentos da
pornografia na mídia.
7. Esposa - Como respeitar meu marido se eu ganho mais do

que ele?
Pr. Josué Gonçalves - Ganhar mais do que o marido não dá à mu-
lher o poder de “adulterar” um princípio normativo da vida comum
do lar. A mulher sábia edifica a sua casa porque respeita a posição
do marido como o “cabeça” do lar, mesmo quando ganha mais do
que ele.
À luz das Escrituras Sagradas, submissão não significa anular-se
para se tornar uma empregada doméstica de luxo do marido. A mulher
submissa é aquela que exerce missão de apoio ao lado do marido.288
A soberba precede a destruição, e o espírito altivo, a queda.289
Quando a esposa valoriza mais a própria capacidade financeira

do que o potencial do marido, quando ela olha mais para a área
material do que para a espiritual, está na hora de assimilar os prin-
cípios bíblicos e não ser levada pelo modelo do mundo materialista
onde o “ter” tem mais valor do que o “ser”. A coisa mais preciosa
é aquilo que o dinheiro não pode comprar; hoje se tem, e amanhã
não se tem mais. O mais precioso é o companheirismo, a atenção,
a dedicação e a honra. É o amor que supera as diferenças, vence as
dificuldades, enaltece o caráter, faz-nos prosseguir com tranquilida-
de, alegria e paz duradoura.
288 Provérbios 31.10-31

328 Bônus

Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a
concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não vem do Pai,
mas sim do mundo.290
Para respeitar seu marido você precisa fazer a escolha de admirá

-lo. Não existe respeito sincero sem admiração. Procure lembrar-se
daquilo que a atraiu nele. Encontre as áreas na vida dele que podem
ser potencializadas. Por meio de elogios e incentivos, destaque os
pontos positivos dele.
Quando uma mulher despreza seu marido, ela tem muita difi-
culdade para visualizar suas virtudes, que foram se eclipsando ao
longo dos anos por causa de seus deslizes e pecados. Um mecanis-
mo interessante, que auxilia a esposa, é perguntar quantas mulheres
desejariam ter um marido igual, ou mesmo aquele marido? O que
elas veem nele? Certamente há virtudes.
Outro fator que dificulta para que a esposa respeite seu marido é
a pressa e o perfeccionismo. As mulheres da atualidade não têm pa-
ciência de esperar o homem tomar uma atitude nem se contentam
com o padrão de qualidade dele. Para elas, o marido tem que ser
mais rápido e melhor. Quando ele não atende àquela expectativa,
Bônus
ela “passa por cima”, faz como entende que deveria ser feito e no
prazo dela. A consequência disto é um marido acomodado e uma
esposa sobrecarregada. Ambos ficam frustrados: o homem porque
foi suplantado e a mulher por sentir-se estafada e explorada.
Esposa, aprenda a esperar pela atitude de seu marido. Invista
seu tempo em apoiá-lo. Ouça com atenção e apoie as escolhas dele,
de modo que todo potencial dele possa ser desenvolvido. Como já
disse no início, decida amá-lo e respeitá-lo. Deixe que ele se desen-
volva, seja sábia e desfrute do homem que Deus lhe permitiu ter.
290 1João 2.16

8. Marido - Mal a gente recebe, e o dinheiro já acabou. Estamos
pendurados no cartão de crédito e não sei o que fazer.
Pr. Josué Gonçalves - Uma das causas dos conflitos permanentes
nos relacionamentos está ligada às finanças. Quando há desequilíbrio
financeiro por causa da dificuldade em administrar o dinheiro, o casal
e os filhos sofrem.
A felicidade de um casamento também depende de como marido
e esposa administram as finanças. Algumas dicas que podem ajudar:
a) não gaste mais do que você ganha;
b) faça um planejamento;
c) tenha uma lista de prioridades, e assuma um compromisso
radical com ela;
d) quebre os cartões de crédito se você não tem controle sobre eles;
e) leve a sério os juros, ainda que pareçam pequenos.
O equilíbrio entre as nossas receitas, tudo aquilo que recebemos,
e as despesas, tudo aquilo que gastamos, é como uma caixa d’água:
se pelas torneiras sair mais água do que entra na caixa, uma hora
a torneira secará. Não adianta usar o “dinheiro de plástico” para
comprar, pois a conta será paga de qualquer maneira. O cartão de
crédito somente deve ser usado se tivermos condições de pagar to-
talmente a sua fatura quando apresentada. Se parcelarmos o saldo, é
sinal de que gastamos mais água do que devemos e a torneira pode
secar, pois os juros são altíssimos. Somente um casal com total ca-
pacidade de controle pode adquirir algo parcelado, sem juros, sem
correr o risco de secar a caixa.
O cartão de crédito é tentador, pois adquire-se o que não se pode
nem se precisa, usando o dinheiro que não se tem. Transforme o
seu cartão de crédito em cartão de débito, e mantenha assim um
330 Bônus

total controle, pois você precisará ter na conta pelo menos o valor
da compra. Quando se tem dificuldade de controle, o ideal é pagar
tudo em dinheiro vivo, pois assim você vê para onde vai o seu di-
nheiro e o quanto ainda sobra para sobreviver o restante do mês.
Uma coisa é certa: dinheiro não faz caridade, não permite abuso
e não é bem educado. Se você não o usar com sabedoria, ele vai
embora sem ao menos se despedir nem mandar um cartão postal.
Coloque por escrito quais são as suas receitas, o salário e outras en-
tradas, e as suas despesas como aluguel, alimentação, escola, água,
luz, outras mais. Verifique se é possível pagar tudo.
Não se esqueça de farmácia, roupas, diversão, dízimos, ofertas
e manutenção da casa e do carro. Sobrou? Guarde como reserva.
Faltou? Corte as despesas supérfluas como lavagem do carro, pas-
seios, restaurantes, roupas novas, sapatos e outras. Não deu ainda?
Corte mais: compre maminha ao invés de picanha, acém ao invés
de filé, mortadela ao invés de peito de peru, banana ao invés de pera
portuguesa, água no lugar de refrigerantes e sucos, pipoca ao invés
de bolachas e chocolates.
O segredo é um só: adequar-se à realidade. Repito: qual é a sua
Bônus
realidade financeira? Você deve viver de acordo com o que você
ganha e não de acordo com o que você gasta. Se o cartão de crédito
está levando você a viver um mundo de sonhos, de “faz de conta”,
tome cuidado, pois esses sonhos podem se transformar rapidamen-
te em um pesadelo!
9. Marido - o dinheiro dela é só dela, mas o meu é dos dois!

Pr. Josué gonçalves - Você já parou para pensar que o casamento
é uma sociedade, onde os dois têm deveres e responsabilidades?
Quando o casal vive com essa consciência, com certeza o caixa é

“único”: aquilo que é de um é do outro e para o bem da família.
O casal não pode estar casado parcialmente. O casamento envol-
ve todas as áreas da vida, os dois tornaram-se um em todos os sen-
tidos.291 No casamento, quando o amor é que dá o ritmo, o sentido
e a direção, o egoísmo não tem espaço e os dois passam a partilhar,
administrar, doar para o bem do casamento e da família.
Muitas pessoas sentem-se seguras e confortáveis somente quan-
do têm um saldo bancário que possa lhes propiciar certo poder de
compras e aquisições. O dinheiro pode lhes proporcionar abrigo,
vestuário, alimento, transporte e outras coisas necessárias.
O receio de passar necessidades gera insegurança. Quais são os
fatores que podem contribuir para isso? Uma infância pobre e ca-
rente, ter visto pessoas queridas sofrerem para conseguir seu sus-
tento ou passarem realmente grandes necessidades, ter visto pessoas
de idade abandonadas em asilo e sem apoio, pobres terem que mendi-
gar o pão ou ela mesmo de ter passado fome e frio em alguma época
de sua vida? Não se sabe o que se passa no íntimo de uma pessoa.
Nada se faz sem que haja um motivo, uma causa. Entender seu
comportamento é vital para colaborar no término dessa inseguran-
ça, dessa necessidade de posse e poder. Sugira constituírem uma
poupança ou fazerem um investimento, a fim de terem provisão
para as incertezas que um futuro pode lhes proporcionar.
10. Esposa - Eu passo o dia trabalhando duro para deixar

a casa em ordem. Quanto meu marido chega, ele suja,
bagunça e não valoriza o meu esforço.
Pr. Josué Gonçalves - Esposa, sabemos como o trabalho de casa é
exaustivo e repetitivo, principalmente quando você não pode contar
291 Gênesis 2.24
332 Bônus

com a ajuda de outras pessoas contratadas para ajudar como uma
cozinheira ou diarista. Mal a dona de casa termina o café da manhã,
já tem que lavar a louça, lavar algumas peças de roupa, estender
roupa no varal, arrumar as camas e varrer a casa. E logo já está
na hora de preparar um caprichado almoço para a família – mesa
posta, família saciada e uma montanha de louça para lavar. E segue
assim, sem parar, muitas vezes sem feriados e finais de semana. Um
marido sábio reconhece tudo isto. No entanto, às vezes, ele se torna
“distraído” – vamos dizer assim, para dar um voto de confiança e
não classificar o homem como egoísta, relaxado e mal agradecido.
Os maridos tornam-se “distraídos” e as esposas não sabem como
agir. Seu primeiro impulso é falar. Elas capricham no falar. Fazem
todo tipo de tentativas. Falam de modo bem carinhoso; se não der
certo, falam mais secas e com a “cara amarrada”; caso não funcione,
gritam, jogam objetos, reclamam e dão um show. Para o horror das
esposas, nada adianta. Eles não mudam e um impasse estabelece-se.
Para sair desta enrascada as esposas precisam da ajuda de Deus,
por meio das Escrituras. Veja a estratégia que o Senhor dá para as mu-
lheres em 1Pedro 3.1: “Do mesmo modo, mulheres, sujeitem-se cada
Bônus
uma a seu marido, a fim de que, se ele não obedece à palavra, seja ganho
sem palavras, pelo procedimento de sua mulher” (ênfase acrescentada).
A palavra é dirigida a esposas que têm maridos não cristãos, mas
creio que podemos usar também para maridos cristãos que ainda
não obedecem a determinada porção das Escrituras. No caso, eles
não amam sua esposa como Cristo amou a Igreja, com amor sacri-
ficial, antes desprezam o trabalho da esposa e ainda o aumentam
conforme bagunçam a casa.
A recomendação é para que a esposa ganhe o marido sem pala-
vras. Só este fator já condenou a estratégia de 95% das mulheres.
Tem que ganhar o marido sem palavras! Como? O próprio tex-

to responde: “pelo procedimento de sua mulher”. Não basta falar,
mulher, é preciso agir. Voltemos ao texto: “...observando a conduta
honesta e respeitosa de vocês. A beleza de vocês não deve estar nos
enfeites exteriores, como cabelos trançados e joias de ouro ou rou-
pas finas. Ao contrário, esteja no ser interior, que não perece, beleza
demonstrada num espírito dócil e tranquilo, o que é de grande valor
para Deus”.292
Destaquei os parâmetros que a mulher deve usar em sua ação:
“conduta honesta”. A mulher não pode manipular o marido, usan-
do mentiras e chantagens. “Respeitosa”, ela não pode “roubar no
jogo” nem ser desrespeitosa, irônica e ofensiva. Para isto, precisa
estar com o coração aberto ao marido. Se você, esposa, está cha-
teada com ele, não pode agir até perdoá-lo.293 Toda ação deve ser
pautada pelo respeito. As outras duas características da esposa que
age contando com a ajuda de Deus é um espírito dócil e tranquilo.
Ela não pode ser briguenta e rabugenta. Invista o tempo necessário
para se acertar, em oração com o Senhor, até ficar com esse perfil e
só depois parta para a ação.
Por exemplo, quando seu marido deixar uma peça de roupa no
corredor, ou no chão da casa, a esposa não deve ir correndo e ca-
tar a roupa enquanto reclama. Não. Esta era a abordagem anterior.
Agora, a esposa não reclama mais, apenas deixa a roupa exatamente
onde está. Eu sei, é terrível ver aquela cena. Sua casa impecavelmen-
te arrumada com uma roupa íntima ferindo a arrumação. No entan-
to, ela deve se controlar, agora que tem um espírito dócil e tranquilo,
e deixar a roupa ali. Se o seu marido é como a maioria, ele deixará
a roupa ali até o outro dia e sairá para o trabalho sem arrumar. A
esposa sábia continuar a deixar a roupa ali, exatamente onde esta-
va, assim como todo o rastro deixado pelo marido. Ela arrumará a
292 1Pedro 3.2-4 (ênfase acrescentada)

293 Para mais informações sobre como perdoar, consulte o Erro 055.
334 Bônus

casa toda, varrerá a casa, passará aspirador. Toda a casa estará um
brinco, com exceção daquelas peças de roupa. Imagine a cena. Ele
vai chegar do trabalho, como sempre faz, e algo vai destoar da sua
arrumação caprichosa de sempre: as roupas que ele largou lá.
Certamente ele ficará um pouco envergonhado. A esposa deve
estar longe da cena. Lembre-se: ela é respeitosa, dócil e tranquila. Se
ele perguntar, a esposa deve responder algo como: “Meu amor, você
deixou a roupa ai, por isso ela está onde está. Eu sou sua esposa e
não sua empregada. Amo você, meu gatão. O jantar está pronto,
você vem?”. Tudo é dito com respeito, docilidade e tranquilidade,
para ajudá-lo a não ser como um garoto mimado enquanto a esposa
não será mais rixosa e iracunda.294
Bônus

Teste para Marido e para Esposa
Com o objetivo de refletir sobre nosso desempenho na vida a

dois, elaboramos aqui algumas questões que permitem medir o seu
compromisso com o cônjuge. Responda às questões abaixo e con-
fira, no final, o resultado.
Marido
1) Ao chegar em casa, antes de fazer qualquer coisa, você
encontra a esposa e lhe dá um abraço?
Sim Não
2) Você procura saber como foi o dia dela, fazendo perguntas

que revelem que você sabia o que ela estava planejando para
aquele dia?
Sim Não
3) Você se esforça para ouvi-la e faz perguntas que a incentivam
a falar sobre o que sente?
Sim Não Teste para Marido
4) Você resiste à tentação de dar soluções prontas e, ao invés

e para esposa
disso, demonstra interesse por aquilo que ela está falando?

Sim Não
5) Você oferece atenção, mesmo quando não solicitada,

desligando a TV, fechando o livro, o jornal ou desligando
o computador?
Sim Não

6) Fora das ocasiões especiais, você traz flores ou algo
que a agrade, mesmo que seja bem simples, demonstrando
que se lembrou dela?
Sim Não
7) Se na sua casa quem prepara o jantar é a esposa, e você

percebe que ela está cansada, você se oferece para fazer o jantar?
Sim Não
8) Você faz sempre elogios a ela?

Sim Não
9) Sempre que ela pede apoio, você diz sim ou não sem fazer
com que ela se sinta errada em perguntar?
Sim Não
10) Você procura compreender os sentimentos dela?

Sim Não
11) Se é ela quem sempre lava a louça, você se oferece para
lavar quando ela está muito cansada?
Sim Não
12) Quando você sai, você pergunta para ela se tem alguma
coisa que ela quer que compre, e você se lembra de comprar?
Sim Não
13) Você dá cinco abraços por dia nela?

Sim Não
14) Você diz: “Eu te amo”, pelo menos 7 vezes na semana?
Sim Não
338 Teste para Marido e para Esposa

15) Você arruma o quarto de vez em quando?
Sim Não
16) Você toma um banho ou passa a colônia que ela gosta

antes de fazerem sexo?
Sim Não
17) Você procura ficar ao lado dela quando ela está aborrecida
com alguém, mesmo que seja da sua família?
Sim Não
18) Você se oferece para fazer-lhe uma massagem nas costas,

no pescoço ou nos pés (ou todas as três)?
Sim Não
19) Você oferece aconchego, carinho e toque afetuoso,
não sexual?
Sim Não
20) Você não aperta o controle remoto para canais diferentes
quando ela está assistindo TV com você?
Sim Não
21) Você demonstra amor por ela em público? Teste para Marido
Sim Não
e para esposa
22) Você procura aprender bastante sobre as coisas que ela

gosta, suas preferências?
Sim Não
23) Você se esforça para ser compreensivo quando ela se atrasa
ou decide trocar de roupa?
Sim Não

24) Você se esforça para respeitar e amar a família dela?
Sim Não
25) Você trata bem os pais dela?

Sim Não
26) Você presta mais atenção nela do que nos outros

em público?
Sim Não
27) Você faz com que ela seja mais importante do que as
crianças e deixa que as crianças a vejam recebendo sua atenção
primeiro e antes de tudo?
Sim Não
28) Você dá escapadas românticas?

Sim Não
29) Você deixa que ela veja que você carrega uma foto
dela na carteira?
Sim Não
30) De vez em quando, você deixa mensagens de motivação,

incentivo e amor em cartazes ou bilhetes na porta da geladeira, na
porta do armário etc.?
Sim Não
31) Você dirige devagar e com segurança, respeitando

as preferências dela?
Sim Não

32) Você se oferece para fazer um conserto em casa e diz: “O
que precisa de conserto por aqui? Eu tenho algum tempo livre”.
Não assume além do que pode fazer?
Sim Não
33) Você é caprichoso ao escrever os recados que anota para ela

no telefone?
Sim Não
34) Quando ela prepara uma refeição, você elogia sua culinária?
Sim Não
35) Você nunca se esquece do beijo de saída e o de chegada?
Sim Não
36) No dia a dia, você não se esquece das três palavrinhas

mágicas: “por favor”, “obrigado” e “com licença”?
Sim Não
37) Você traz para casa a sobremesa preferida dela?
Sim Não
Teste para Marido
e para esposa

Esposa
1) Você faz ele se sentir competente e respeitado?
Sim Não
2) Você o reconhece como o líder do lar?

Sim Não
3) Você o elogia em público?

Sim Não
4) Você dá cinco abraços por dia nele?

Sim Não
5) Você diz sete vezes na semana “eu te amo”?

Sim Não
6) Se é você quem faz as refeições, procura fazer aquilo de que

ele gosta, variando o cardápio?
Sim Não
7) Você se veste pensando nos olhos dele, consciente de que
“o homem excita-se pelo que vê”?
Sim Não
8) Você não fica aconselhando-o sempre, a menos que o
conselho seja solicitado?
Sim Não
9) Você evita falar quando ele está querendo tempo para
reflexão, meditação e recolhimento em si mesmo, sabendo que
logo ele estará de volta?
Sim Não

10) Quando está com ele no carro, você se esforça para evitar
as tentativas de ensiná-lo a dirigir a toda hora?
Sim Não
11) Você o procura para o ato sexual?

Sim Não
12) Você é romântica?

Sim Não
13) Você o surpreende, esperando-o em casa com o penteado,

a roupa ou o perfume que ele gosta?
Sim Não
14) Você dá sugestões interessantes de aventuras, que visem

tirar o casamento da rotina?
Sim Não
15) Você se esforça para respeitar e amar a família dele?

Sim Não
16) Você trata bem os pais dele?
Sim Não
17) Você evita ser implicante?
Teste para Marido
e para esposa
Sim Não
18) Você pede perdão sempre que entende que errou?
Sim Não
19) Você demonstra valorização em relação àquilo que ele está
fazendo para o seu bem-estar?
Sim Não

20) Você deixa para ele mensagens de amor ou motivação no
sapato, no bolso da camisa ou na geladeira?
Sim Não
21) Você procura saber como foi o dia dele, fazendo perguntas
que revelem que você sabia o que ele estava planejando para
aquele dia?
Sim Não
22) Você oferece atenção, mesmo quando não solicitada,

desligando a TV, fechando o livro, o jornal ou desligando o
computador?
Sim Não
23) Você faz com que ele seja mais importante do que as
crianças e deixa que as crianças o vejam recebendo sua atenção
primeiro e antes de tudo?
Sim Não
24) Você nunca se esquece do beijo de saída e o de chegada?

Sim Não
25) Você se oferece para fazer-lhe uma massagem nas costas,

no pescoço ou nos pés (ou todas as três)?
Sim Não
26) Você procura aprender sobre as coisas de que ele gosta e
das que ele não gosta?
Sim Não

27) Você deixa que ele perceba que você carrega uma foto dele
na carteira?
Sim Não
28) Você é caprichosa ao escrever os recados que anota para ele
no telefone?
Sim Não
29) No dia a dia você não se esquece das três palavrinhas

mágicas: “ obrigada”, “por favor” e “com licença” ?
Sim Não
30) Você procura ser compreensiva quando ele, por alguma

razão, esquece uma data importante?
Sim Não
31) Você procura ficar ao lado dele quando ele está aborrecido
com alguém, ainda que seja da sua família?
Sim Não
32) Você demonstra amor por ele em público?

Sim Não
33) Você cuida bem das roupas dele?

Teste para Marido
e para esposa
Sim Não
34) Quando ele faz uma crítica construtiva, você aceita com
humildade e se esforça para mudar nesta área?
Sim Não

35) De tudo o que acontece no lar, você procura não ocultar
nada dele?
Sim Não
36) Você o trata com respeito perto das crianças?
Sim Não
37) Quando ele a convida para uma viagem, pescaria ou uma
aventura, você se esforça para atendê-lo?
Sim Não
RESULTADOS___________.
DATA___/____/_____
Respostas e avaliações do teste
De 1 a 7 respostas “sim”
Seus pontos indicam que, provavelmente, seu comportamento
está bem abaixo do tolerável. Seu cônjuge merece uma medalha de
honra por permanecer ao seu lado.
Não desanime, pois o desejo de mudar é uma grande prova de
amor e Deus é poderoso para provocar as mudanças necessárias em
você para que seu casamento seja bem melhor. Ler este livro e fazer
este teste indica que você está empenhado em mudar.
Analise cada resposta em que você pôs um “não” e faça uma re-
lação delas. Sua tarefa é pegar um a um cada item dessa lista e ver o

que você pode fazer para que suas respostas sejam “sim”. Mas não
é só “ver”. É colocar em prática para que seu casamento tenha mais
e mais motivos para seguir adiante, galgar os degraus da compreen-
são, da participação, do companheirismo, da atenção e do bem-estar
conjugal. Depois de algum tempo, reveja o questionário e dê novas
respostas. Proceda da forma acima até que seu cônjuge reconheça
que a convivência de vocês está em uma escala de ascensão do pra-
zer de viver a vida que Deus tem separado e preparado para aqueles
que O amam.
está um pouco abaixo do tolerável. Seu cônjuge tem padecido com
sua falta de conhecimento prático.
Não desanime, pois o desejo de mudar é uma grande prova de
amor e Deus é poderoso para provocar as mudanças necessárias
para que seu casamento seja bem melhor. Ler este livro e fazer este
teste indica que você está empenhado em mudar.
Mas o que fazer para mudar, para melhorar? Veja bem: você con-
seguiu definir a sua vida com o seu cônjuge por meio das respostas
que você deu, não foi? Com isso, você já tem um belo material
para ser analisado. Cada pergunta necessita ser entendida em sua
Teste para Marido
e para esposa
raiz: quando a resposta, por exemplo, é “não” para a situação de

dar cinco abraços por dia no seu cônjuge, você deve imaginar o
seu dia, suas atividades e dificuldades, e as oportunidades que pode
ter para dar um bom e gostoso abraço nele. E por que as oportu-
nidades do dia não foram aproveitadas? Você estava zangado, sem
vontade, com preguiça ou o quê? Se for analisar cada situação, você
verá que, se vencer as dificuldades e aproveitar as oportunidades,
poderá, com certeza, mudar várias outras respostas de “não” para

“sim” somente começando a demonstrar seu afeto. Começar com
os abraços pode ser o início de grandes transformações na sua vida
e na vida do seu cônjuge. Mãos à obra!
Revise periodicamente as respostas que você deu, estude uma
por vez e tome atitudes, tome decisões e iniciativas de mudar e
melhorar. Faça isso, e um dia você agradecerá a oportunidade que
o Senhor lhe deu para que este livro e estas perguntas ficassem
ao seu alcance e seu casamento fosse alcançado pelas bênçãos do
Senhor!
está razoável. Seu cônjuge deve nutrir esperanças de que você irá
melhorar ainda mais.
Lembre-se de que o desejo de mudar é uma grande prova de
amor, e Deus é poderoso para provocar as mudanças necessárias
para que seu casamento seja bem melhor. Ler este livro e fazer este
teste indica que você está empenhado em mudar.
Mudanças geralmente dão trabalho: separar as coisas, embrulhar,
encaixotar, rotular, contratar a mudança e depois desembrulhar...
Bem, e as mudanças comportamentais, sentimentais. e outros tan-
tos “...tais” a mais, também dão trabalho? E como efetuá-las?
Sim, estas, principalmente, dão muito mais trabalho, pois trata-se
de nossos comportamentos, de nossas formas de ver a vida, de nos
comunicarmos e suprirmos as nossas necessidades sentimentais, fí-
sicas e emocionais. Como efetuar as mudanças é uma missão que
requer atenção, dedicação e tempo. Um grande passo, porém, você
já deu. Quer saber qual? Você relacionou tudo aquilo que necessita
de atenção na sua vida com seu cônjuge, não foi?

Ao responder esse questionário, você indicou os itens em seu
relacionamento com seu cônjuge que precisam de revisão, de con-
serto, substituição, enfim, manutenção. Assim como todo veículo
precisa de manutenção, seu relacionamento também necessita, para
funcionar bem e não “deixar você na mão” na hora em que você
mais precisar.
Estude e medite em de cada item do questionário em que você
respondeu com “não”. Por exemplo, se você não deixa bilhetes ro-
mânticos para ele, por que será que nunca teve vontade de fazer
isso, ou teve, mas acabou desistindo? Podem ser mágoas passadas
que insistem em não querer se desalojar de seus sentimentos? Se for
por este último motivo, simplesmente “desapegue”. Mágoas, Ranco-
res & Cia é uma companhia que só suga as nossas emoções e nada
traz de bom. O perdão providencia rapidamente a falência dessa
sociedade e traz a paz e a tranquilidade de que todos necessitam.
Se cada item dessa relação for avaliado e a questão estiver em seus
pensamentos para que a resposta seja objetivamente “sim”, prepa-
re-se para gozar o melhor que o Senhor tem preparado para você,
seu cônjuge e sua família.
Teste para Marido
está bom. Seu cônjuge deve se sentir bem ao seu lado e, certamente,
e para esposa
deve nutrir esperanças de que você melhorará ainda mais.

Continue neste processo de aperfeiçoamento de modo a poder
unir-se a Deus na busca pela excelência. Considere ajudar outros
casais a crescerem no casamento.
Por mais que possamos nos achar medíocres e termos ainda
muito o que fazer, caminhar e melhorar em nosso relacionamento

conjugal, sempre pode achar algum casal que ainda não conseguiu
caminhar mais do que nós. Aquilo que já desbravamos pode, e mui-
to, ajudá-los na difícil tarefa de atravessar os vales e desertos com os
quais nos deparamos durante toda a nossa existência.
Nossa postura é notada e, às vezes, copiada. Cabe-nos ter esse
discernimento e pensar que devemos sempre agir como Jesus gos-
taria que agíssemos. Calma, atenção, dedicação, gentileza e amor em
nossas palavras, gestos e atitudes fazem toda a diferença. Não só
para aqueles que nos cercam, mas principalmente para aqueles que
necessitam de mudanças. Sempre estamos aprendendo e crescendo.
Devemos nos ater às áreas nas quais uma manutenção periódica seja
necessária. Separe as respostas do questionário nas quais você assi-
nalou “não” e analise-as com cuidado e atenção. Separe tempo para
meditar a respeito de cada uma delas e trace uma estratégia para
que a próxima vez que essa pergunta lhe for colocada novamente,
sua resposta seja “sim”. Fazendo assim, você estará mais preparado
para auxiliar o próximo na árdua tarefa de crescer, louvar e engran-
decer o nome dAquele que nos deu o maior exemplo: doar-se por
nós para que tivéssemos acesso ao seu Reino.
está muito bom. Seu cônjuge deve se sentir muito bem ao seu lado e,
certamente, deve nutrir esperanças de que você melhorará ainda mais.
Continue neste processo de aperfeiçoamento de modo a poder
unir-se a Deus na busca pela excelência. Considere ajudar outros
casais a crescerem no casamento.
Somente obtemos experiência e sabedoria após trilharmos ca-
minhos pedregosos e cheios de espinho, atravessarmos vales e

desertos, enfrentarmos chuvas e tempestades. O nosso caminhar
fortalece-nos e nos dá certeza de estarmos fazendo tudo cada vez
melhor e da mais perfeita forma. Cabe-nos usar nossa experiência
para facilitar o caminhar dos menos preparados, a fim de que estes
também venham a orientar, aconselhar e encaminhar outras pessoas
carentes. A nossa postura, moldada no caráter de Cristo, pode levar
muitos a reconhecer que sem Jesus a vida não tem sentido e que
voltar ao caminho da salvação é o melhor a fazer para restaurar sua
existência. Casais ávidos de orientação, famílias à beira da desagre-
gação, filhos no caminho da perdição, todos estes o Senhor pode ter
o alvo de colocar nas suas mãos. Use a sabedoria, o conhecimento e
a postura que você já tem para engrandecer o nome de nosso único
e eterno Jesus Cristo.
Não pare de crescer, apesar de já ter caminhado bastante. A
obra do Pai em nossa vida nunca acaba. Estaremos em obra até o
nosso último suspiro.
Teste para Marido

e para esposa

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IV. Queixas 127

V. Conflitos e perdão 144

VI. Situações difíceis 165

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III. Comportamento 247

IV. Disfunções 266

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VI. Concepção e gravidez 291

Teste para Marido e para Esposa 337

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104 Erros que um Casal Não Pode Cometer 11

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Que Deus seja louvado!

104 Erros que um Casal Não Pode Cometer 13

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Aprendendo a assumir compromissos

1 Mateus 6.33 NTLH

104 Erros que um Casal Não Pode Cometer 17

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As seguintes perguntas são inevitáveis: “Como amo um Ser invisí-

18 Parte 1 - Erros na Base

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104 Erros que um Casal Não Pode Cometer 19

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Ao observar as ordens dadas pelo Senhor para que Moisés as

10 Efésios 6.4b

20 Parte 1 - Erros na Base

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Trabalho é bênção e foi estabelecido antes da Queda. Ao aben-

12 Gênesis 1.28, 29 (ênfase acrescentada)

104 Erros que um Casal Não Pode Cometer 21

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Ele dá pouco tempo e diz que

Uma história que tem tudo a ver com maridos e esposas

13 Mateus 6.33

22 Parte 1 - Erros na Base

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Richad L. Evans disse:

O tempo que investimos no casamento revela a importância que

24 Parte 1 - Erros na Base

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Perguntas para refletir

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