Artigo - Intervenção de Educação Alimentar e Nutricional e Parâmetros Antropométricos Dos Adolescentes Escolares

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO II

INTERVENÇÕES DE EDUCAÇÃO ALIMENTAR E


NUTRICIONAL E PARÂMETROS
ANTROPOMÉTRICOS DOS ADOLESCENTES
ESCOLARES: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

ANNY KAROLINY PINHEIRO FERNANDES

NATAL-RN

2022
ANNY KAROLINY PINHEIRO FERNANDES

INTERVENÇÕES DE EDUCAÇÃO ALIMENTAR E


NUTRICIONAL E PARÂMETROS
ANTROPOMÉTRICOS DOS ADOLESCENTES
ESCOLARES: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

Trabalho de Conclusão de
Curso, apresentado ao Curso de
Graduação em Nutrição, da
Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, como requisito final para
obtenção do grau de Nutricionista.

Orientadora: Profª. Drª. Gidyenne Christine Bandeira Silva de Medeiros

Co-orientadora: Profª. Drª. Grasiela Piuvezam

NATAL-RN

2022
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências da Saúde - CCS

Fernandes, Anny Karoliny Pinheiro.


Intervenções de educação alimentar e nutricional e parâmetros
antropométricos dos adolescentes escolares: uma revisão
sistemática / Anny Karoliny Pinheiro Fernandes. - 2022.
49f.: il.

Trabalho de Conclusão de Curso - TCC (Graduação em Nutrição) -


Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências
da Saúde, Departamento de Nutrição. Natal, RN, 2022.
Orientadora: Gidyenne Christine Bandeira Silva de Medeiros.
Coorientadora: Grasiela Piuvezam.

1. Nutrição - Adolescentes - TCC. 2. Antropometria - TCC. 3.


Educação alimentar e nutricional - TCC. 4. Intervenção - TCC. I.
Medeiros, Gidyenne Christine Bandeira Silva de. II. Piuvezam,
Grasiela. III. Título.

RN/UF/BS-CCS CDU 612.39-053.6

Elaborado por ANA CRISTINA DA SILVA LOPES - CRB-15/263


ANNY KAROLINY PINHEIRO FERNANDES

INTERVENÇÕES DE EDUCAÇÃO ALIMENTAR E


NUTRICIONAL E PARÂMETROS
ANTROPOMÉTRICOS DOS ADOLESCENTES
ESCOLARES: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Nutrição da


Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito final para obtenção do
grau de Nutricionista.

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________________________
Profª. Drª. Gidyenne Christine Bandeira Silva de Medeiros

_____________________________________________________________
Profª. Drª. Grasiela Piuvezam

_____________________________________________________________
Profª. Drª. Ádala Mata

Natal, 04 de fevereiro de 2022


AGRADECIMENTOS

A princípio, venho por intermédio desta externar a minha felicidade por cumprir
com determinação e êxito a fase acadêmica, na qual vivenciei de forma leve e ao mesmo
tempo intensa. Por experenciar tudo isso, agradeço primeiramente ao meu Deus, o Todo
Poderoso, à minha Mãe Santíssima e aos meu anjos celestes, que intercederam
veementemente para que muitas bênçãos e luzes fossem derramadas sobre meu ser.

Aos meus pais, José Walter Fernandes e Joelsa Fernandes, por todo empenho e
dedicação destinados ao meu crescimento pessoal e profissional, tendo em vista que não
mediram esforços para oferecer o melhor ensino e todos os subsídios para que ao longo
desses 25 anos eu dedicasse inteiramente somente aos meus estudos. Gratidão mainha e
painho por todo zelo e amor. Como também, agradeço a minha irmã, Luiza Valéria, por
toda paciência e compreensão nos momentos em que precisava me concentrar para
estudar, ser a minha parceira nas horas de lazer e, também, por disponibilizar parte do seu
tempo para sempre ir me deixar e pegar na faculdade. E ao meu irmão, Walter Filho por
todo carinho e preocupação, visto que ao me encontrar estudando sempre perguntava:
“Está precisando de alguma coisa?” Vocês são tudo para mim!

Aos meus avós maternos e paternos pelo incentivo, zelo e oração para que todos
os meus dias fossem tranquilos e abençoados. Às minhas tias Josilene, Joseane, Joelma e
titio Mazinho (in memoriam), meu muito obrigada pela torcida e incentivo diário, vocês
me inspiraram e apoiaram em toda minha caminhada do início ao fim.

Gratidão ao meu namorado, Leonardo Camilo, por toda demonstração de amor


diária, por incentivar, constantemente, os meus passos na Nutrição e por compartilhar dos
mesmos sonhos. Você é incrível e sua parceria foi essencial nessa reta final, meu amor!

Quero agradecer também as minhas amigas por toda torcida, pelas palavras de
conforto e de conselho, quando necessário. Principalmente as minhas amigas de
faculdade, Carol Brandão, Maria Luiza, Maria Vitória, Raquel Praxedes, Raymara e
Talita Peixoto, por toda cumplicidade, atenção, aprendizado e, acolhida, sem dúvidas,
vocês favoreceram para que a vivência da faculdade fosse leve, divertida e feliz. Sentirei
muita falta de tudo isso.

Agradeço de coração a minha Orientadora, Professora Drª Gidyenne Christine


Bandeira Silva de Medeiros e a minha Co-orientadora Professora Drª Grasiela Piuvezam,
à oportunidade de vivenciar o mundo da Iniciação Científica, compartilhando de bons
momentos e ensinando para além do horizonte da Nutrição. Muita obrigada por auxiliar
no meu crescimento ao longo da vida acadêmica, e por orientar com zelo a elaboração
deste presente trabalho.

Além do mais, agradeço a todos que fazem o Programa AME – Atitude,


Movimento e Escolha para uma vida saudável -, pela partilha de saberes ao longo de três
anos, essa vivência foi de suma importância no meu crescimento estudantil, em especial
a Professora Drª Ádala Mata, Professor Drº Kesley Pablo e Me Victor Hugo. Como
também ao grupo LabSys - Laboratório em Revisão Sistemática - por todos os momentos
em reuniões sobre como produzir uma Revisão Sistemática, sem dúvidas, essa partilha
foi de extrema valia para o desenvolvimento deste trabalho.

Por fim, externo a minha gratidão a PROPESQ - Pró-Reitoria de Pesquisa/UFRN


-, por investir e acreditar na potencialidade que o aluno bolsista da Iniciação Científica
tem a oferecer à ciência, tal fato incentivou o desenvolver do meu trabalho ao longo de
dois anos nesse ambiente, como também despertou uma paixão pelo mundo da pesquisa
e afins.
FERNANDES, Anny. Intervenções de educação alimentar e nutricional e parâmetros
antropométricos dos adolescentes escolares: uma revisão sistemática. 2022. 49 f.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Nutrição) – Curso de Nutrição,
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2022.

RESUMO

OBJETIVO: Avaliar os parâmetros biológicos, em específico os antropométricos dos


adolescentes em resposta as intervenções de Educação Alimentar e Nutricional, por meio
de revisão sistemática. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão sistemática que está
registrada no banco de dados PROSPERO (CRD42019116520), cujo desenvolvimento
da RS seguiu o Fluxograma do PRISMA, apontando todos os estudos com duplicatas
resolvidas, artigos excluídos e incluídos, diante dos critérios de elegibilidade. As bases
de pesquisa eletrônica selecionadas para a busca exploratória foram MEDLINE (via
PubMed), Embase (via OVID), Scopus (via Elsevier), Education Resources Information
Center (ERIC), Science Direct (via Elsevier), Web of Science-Main Collection (Clarivate
Analytics), Cochrane Central Register of Controlled Studies (CENTRAL), LILACS (via
Virtual Health Library), e ADOLEC (via Virtual Health Library). Todo o processo de
avaliação dos artigos foi realizado por dois pesquisadores e, em caso de discordância, um
terceiro componente foi inserido durante o estudo. Além do mais, aplicou-se a versão 2
da ferramenta Cochrane Risk of bias (RoB 2.0) aos estudos randomizados, com intuito
de avaliar o risco de viés dos artigos, enquanto que os não randomizados não sofreram
esse processo. RESULTADOS: Foram encontradas 5024 referências bibliográficas, os
quais 342 estudos foram selecionados para leitura completa. Após uma triagem criteriosa,
16 artigos foram incluídos na atual Revisão Sistemática. Os estudos inclusos
apresentaram intervenções com efeitos positivos sobre os indicadores do IMC e IMC z-
score, circunferência da cintura e razão cintura-estatura. CONCLUSÃO: É evidente a
resposta positiva frente aos parâmetros antropométricos nos adolescentes, decorrente das
intervenções de Educação Alimentar e Nutricional.

Palavras-chaves: Adolescentes, Antropometria, Educação Alimentar e Nutricional,


Intervenção.
FERNANDES, Anny. Food and nutrition education interventions and
anthropometric parameters of school adolescents: a systematic review. 2022. 49 p.
Course Conclusion Paper (Graduation in Nutrition) - Nutrition Course, Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2022.

ABSTRACT

OBJECTIVE: To evaluate the biological parameters, specifically the anthropometric


parameters of adolescents in response to Food and Nutrition Education interventions, by
means of a systematic review. METHODOLOGY: This is a systematic review that is
registered in the PROSPERO database (CRD42019116520), whose SR development
followed the PRISMA Flowchart, pointing out all studies with resolved duplicates,
excluded and included articles, given the eligibility criteria. The databases selected for
the exploratory search were MEDLINE (via PubMed), Embase (via OVID), Scopus (via
Elsevier), Education Resources Information Center (ERIC), Science Direct (via Elsevier),
Web of Science-Main Collection (Clarivate Analytics), Cochrane Central Register of
Controlled Studies (CENTRAL), LILACS (via Virtual Health Library), and ADOLEC
(via Virtual Health Library). The entire article evaluation process was performed by two
researchers, and in case of disagreement, a third component was inserted during the study.
Furthermore, version 2 of the Cochrane Risk of bias (RoB 2.0) tool was applied to the
randomized studies to assess the risk of bias, while the non-randomized studies did not
undergo this process. RESULTS: A total of 5024 references were found, of which 342
studies were selected for full reading. After a careful screening, 16 articles were included
in the current Systematic Review. The included studies presented interventions with
positive effects on BMI and BMI z-score, waist circumference, and waist-stature ratio
indicators. CONCLUSION: It is evident the positive response to anthropometric
parameters in adolescents, resulting from Food and Nutrition Education interventions.

Keywords: Adolescents, Anthropometry, Food and Nutrition Education, Intervention.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................... 9
2. REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................... 10
2.1 O cenário do Consumo Alimentar e seu reflexo no Estado Nutricional do público
juvenil no Brasil ...................................................................................................... 10
2.2 Conhecer, aprender e aplicar a Educação Alimentar Nutricional ........................ 11
2.3 EAN e o seu reflexo na ciência biológica ........................................................... 12
2.4 Parâmetros antropométricos em adolescentes .................................................... 13
2.5 O nutricionista e a comunidade como educadores e promotores da saúde .......... 14
3. OBJETIVOS ...................................................................................................... 17
3.1 Objetivo geral.................................................................................................... 17
3.2 Objetivos específicos ......................................................................................... 17
4. METODOLOGIA .............................................................................................. 18
4.1 Registro do estudo ............................................................................................. 18
4.2 Critério de elegibilidade .................................................................................... 18
4.3 Métodos de pesquisa para identificação dos estudos .......................................... 18
4.4 Seleção dos estudos ........................................................................................... 19
4.5 Extração de dados.............................................................................................. 19
4.6 Risco de viés ..................................................................................................... 20
4.7 Análise de dados ............................................................................................... 20
5. RESULTADOS .................................................................................................. 21
Identificação ........................................................................................................... 21
Triagem .................................................................................................................. 21
Elegibilidade ........................................................................................................... 21
Incluído ................................................................................................................... 21
6. DISCUSSÃO ......................................................................................................... 43
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 46
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 47
9

1. INTRODUÇÃO

É indubitável, a nível Brasil, deparar-se com o paradoxal cenário alimentar, onde de


um lado encontra-se personagens a mercê da fome, do outro, vítimas da obesidade e suas
consequências, ambos com o estado nutricional, negativamente, infligidos. Tais flagelos
sociais, desse modo, corrompem a garantia de alimento saudável defendida no art. 6 da
Carta Magna (1988), bem como expõem a população ao status de insegurança alimentar.
Frente a essa conjuntura, muito tem se falado acerca da necessidade de políticas
públicas que ofereçam subsídios à educação pautada no contexto da nutrição. Desde a
década de 30 e 40 a consciência sobre a alimentação passou a ganhar notoriedade, e as
cenas da escassez à garantia alimentar vivenciadas por muitos brasileiros, foram
transformadas em críticas palavras na obra Geografia de fome, do ilustríssimo cientista
social Josué de Castro (BOOG, 2011). Sua obra é a referência pela luta da democratização
da comensalidade, por meio dos aspectos nutricionais, culturais e sociais.
Dessa forma, urge a educação alimentar e nutricional como protagonista importante
na promoção de hábitos alimentares saudáveis, sendo uma estratégia indispensável dentro
das políticas públicas em alimentação e nutrição (BOOG, 2013), em especial, quando
destinada ao público juvenil, uma vez que é uma fase susceptível a ingestão de alimentos
com alto teor de gordura, sal e açúcares de adição, os quais são insuficientes no quesito
nutritivo (KROTH, 2015).
Diante das ideias tecidas, ressalta-se a importância de estudos e ações que favoreçam
o desenvolvimento da Educação Alimentar e Nutricional (EAN), como forma de
proporcionar melhorias no estado fisiológico dos adolescentes, como também
democratizar o acesso ao conhecimento nutricional e ao alimento em sua essência.
Sendo assim, portanto, o presente estudo tem como objetivo avaliar quantitativamente
e qualitativamente os parâmetros biológicos, em específico a antropometria nos
adolescentes, como IMC, circunferência da cintura, razão cintura-estatura, dobras
cutâneas e gordura corporal total, em resposta às intervenções de Educação Alimentar e
Nutricional, por meio de uma revisão sistemática.
10

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 O cenário do Consumo Alimentar e seu reflexo no Estado Nutricional do público


juvenil no Brasil

É notório deparar-se, rotineiramente, com chamadas, apelos e estratégias midiáticas


no campo da alimentação, como forma de atrair e tendenciar, em especial, o público
juvenil ao consumo de fast food desenfreado. Tal ação reflete sobre o fato de 1,8 milhão
de adolescentes com idades entre 15 e 17 anos estarem com excesso de peso, conforme
dados do IBGE (2020).
Trata-se, dessa forma, de uma realidade gritante, na qual urge por medidas resolutivas,
visto que, os jovens da atualidade já estão sendo os obesos do amanhã, caso nenhuma
intervenção aconteça. E essa conjuntura desestabiliza o Sistema Único de Saúde (SUS),
pois a obesidade é um gatilho para outras comorbidades, tais como diabetes,
dislipidemias, hipertensão, cardiopatias, e também, problemas de ordem psicossociais
(FERRO, 2020).
É bem verdade que, o estilo de vida é moldado pelo comportamento, pensamento,
relacionamento com outras pessoas e até mesmo com a comida. A nível comensal, o ato
de comer está ligado não somente aos aspectos socioeconômicos, mais também
socioculturais, e isso transforma o espaço e o tempo, pois a pós-modernidade exige a
comensalidade prática.
Tal perspectiva reflete negativamente nas escolhas alimentares dos pais, que,
consequentemente, afeta sobre as refeições dos filhos, uma vez que, o adulto é uma
referência às crianças, e a mídia, completa a tríade, fortalecendo tal relação. Tamanho
descaso alimenta, literalmente, a juventude com alimentos ultra processados, ricos em
açucares, sais e pobres em calorias biofuncionais, tendenciando ao surgimento de
Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT).
Diante desse cenário, faz-se importante a aplicação da Educação Alimentar e
Nutricional (EAN), a fim de fomentar políticas e estratégias funcionais, na qual
viabilizem não só aos alunos, como também, as suas famílias, o processo de reeducação
alimentar, obedecendo os aspectos ligados a economia, cultura, gostos e aversões, pois,
assim, a intervenção passa a ter notoriedade e garantia de funcionalidade.
11

2.2 Conhecer, aprender e aplicar a Educação Alimentar Nutricional

Em meados dos anos 30, a consciência da alimentação adequada permeava na


discussão de cientistas e médicos nutrólogos, cujos nomes, por exemplo, são Gilberto
Freyre e Josué de Castro. Com isso, estudos sobre a temática foram ganhando forma e a
Educação Alimentar, como chamava-se na época, surgiu na efervescência do Estado
Novo presidido por Getúlio Vargas, com o propósito de garantir condições comensais
seguras (BOOG, 2011).
Atitudes rápidas e ousadas foram realizadas e, em 1940, o primeiro programa voltado
a confiabilidade no ato de comer foi ganhando forma, o Saps - Serviço de Alimentação
da Previdência Social -, cuja finalidade é orientar e conscientizar a população acerca dos
aspectos positivos e negativos que giram em torno da alimentação (BOOG, 2011). Assim,
tal atitude proporcionaria aos brasileiros conhecimento e compreensão a partir de
atividades voltadas a nutrição e educação alimentar.
O renomado médico Josué de Castro afirmava que na década de 40 as intervenções
educativas eram contempladas por meio de inquéritos alimentares, materiais impressos,
livros infantis e pelo contato com a comunidade em visitas domiciliares. Os materiais
coletados conferiram ao estudo do médico pernambucano que a fome é um problema
inerente ao Brasil, e frente a esse degradante cenário, ele defende a educação como agente
propulsor e transformador no ato comensal do povo brasileiro. Tal crença pode ser
contestada em sua obra Geografia da Fome (1984, p. 52):

Enquanto alguns apregoam que para salvar o país se


faz necessária a reeducação das elites,
aparentemente tão desviada de seus deveres cívicos,
de dirigir a vida pública, eu sou daqueles que
acreditam que a nossa salvação está muito mais na
educação adequada das massas, no seio das quais se
encontraram enormes reservas humanas até hoje
deixadas à margem da ação política e social pela
falta de recursos educacionais adequados e melhor
distribuídos.
Diante das ideias tecidas, a fome é um flagelo atemporal que permeia a sociedade,
ofendendo os preceitos defendidos pela Carta Magna, bem como os princípios da
dignidade humana e, para entender o complexo que a alimentação ou a falta dela pode
proporcionar, é essencial aproximar-se da condição individual do ser, compreendendo a
realidade e a necessidade que cada um está inserido.
12

Nos dias atuais, frente ao perfil epidemiológico nutricional traçado por Josué de
Castro que consistiam em carências nutricionais, sobrepuseram-se as doenças crônicas
não transmissíveis (VASCONCELOS, 2008). Isto é, para além da fome, flagelos como
obesidade, diabetes e hipertensão estão condicionadas ao ato de comer e, para isso, urge
a Educação Alimentar e Nutricional, uma prática indispensável ao longo de 90 anos de
história.
Nesse sentido, tal ação educativa e nutricional lança luz de estratégias aplicáveis e
efetivas, dentro da comunidade social, escolar e profissional, com o propósito de
promover a prática autônoma e voluntária de hábitos alimentares saudáveis, frente ao
contexto do Direito Humano à Alimentação Adequada e da garantia da Segurança
Alimentar e Nutricional (CIDADANIA, 2020).
A contemplação da EAN, sigla que remete a educação alimentar nutricional na
atualidade, não foi fácil, mas muitas perspectivas e horizontes saíram do abstrato e
passaram a ganhar forma, cuja essência transcende da informação, educação e orientação.
Assim, para além do bioquímico, a nutrição e sua aplicabilidade pedagógica, passa a ter
notoriedade por meio dos aspectos sociais, econômicos e, sobretudo, culturais, visto que
a comensalidade é um ato simbólico.
E assim, para entender sua essência e torná-la aplicável, é necessário, portanto,
abarcar sob a dimensão coletiva, como também individual, uma vez que, a educação é um
fenômeno social com dimensões e abordagens grupais, mas que compilam o
conhecimento e sensibilidade intrínseca à individualidade de cada ser humano.

2.3 EAN e o seu reflexo na ciência biológica

A Educação Alimentar e Nutricional desempenha um importantíssimo papel no


contexto da promoção da saúde e da alimentação saudável, uma vez que é vista como
estratégia imprescindível no enfrentamento de novos desafios nos campos da saúde,
alimentação e nutrição (FRANÇA, 2017).
Esse movimento tem proporcionado benefícios à saúde do brasileiro, destacando os
parâmetros bioquímicos como fator susceptível a alterações positivas por meio da EAN.
Nessa perspectiva, tal prática norteia a alimentação saudável e, consequentemente,
mudanças consideráveis no perfil lipídicos, glicídicos e antropométricos (FRANÇA,
2017).
Os desfechos biológicos são reflexos da eficiência ou ineficiência de hábitos benéfico
à saúde. Para reverter o segundo fato, faz-se necessário o incentivo da pedagogia
13

nutricional, na qual envolva a comunidade no processo educativo, com o principal


objetivo de mudar, positivamente, seus parâmetros bioquímicos, fisiológicos,
antropométricos e o conhecimento sobre alimentação saudável (GOMES et al., 2013).
Nessa perspectiva, Bueno et al. (2011) afirma em seus estudos que ações voltadas a
educação nutricional, combinadas aos hábitos alimentares, à redução moderada de
ingestão de energia e à prática de exercícios físicos, correspondem às principais formas
de tratamento não farmacológico para problemas relacionados ao peso, proporcionando
aos envolvidos o conhecimento necessário à construção da autonomia perante as atitudes
e hábitos.
Ademais, convém elucidar que a educação nutricional é uma intervenção combinada,
coletiva e de resposta letárgica, logo, no entanto, seus resultados não serão perceptíveis
de modo imediato, visto que, a EAN é um processo que demanda tempo em relação a
aplicabilidade, bem como para perceber a assiduidade e reflexo do indivíduo.
Portanto, diante dessa abordagem, faz-se necessário compreender que a educação
alimentar nutricional, como qualquer outra ação educativa, exige manutenção e
continuidade, o que a torna uma proposta desafiadora aos profissionais envolvidos em
sua prática (FRANÇA, 2017).

2.4 Parâmetros antropométricos em adolescentes

A antropometria é uma ferramenta essencial na caracterização do Estado Nutricional


dos adolescentes por creditar os resultados com as alterações corporais, visto que, os
mesmos sofrem inúmeras mudanças fisiológicas, psicossociais e comportamentais, em
decorrência do processo da puberdade.
A princípio, muitos parâmetros são utilizados na definição do Estado Nutricional,
sendo eles o IMC, dobras cutâneas, circunferência da cintura e do braço. No entanto,
acerca do IMC, ele pode tendenciar as classificações, devido a presença de limitações,
sendo elas a insensibilidade ao diferenciar se o excesso de peso é proveniente da massa
de gordura, massa magra, massa óssea e líquidos corporais, como também, impõem um
espectro de idade que, necessariamente, não condizem com a fisiologia atual do
adolescente (GOMES; ANJOS; VASCONCELLOS, 2010).
No tocante ao público alvo, os índices antropométricos, segundo a OMS (2007),
podem relacionar-se a partir do IMC para Idade e Estatura para Idade, conferindo, assim,
uma minimização nos desvios de erros ao classificar um perfil em processo de
transformação. Além do mais, é valioso mencionar que, as curvas de percentis para
14

adolescentes não são indicativos aconselháveis em situações de atraso ou avanço puberal,


logo, faz-se necessário avaliar outros indicadores, como as dobras cutâneas
(INDICADORES...2022).
Diante do exposto, é notório deparar-se com dificuldades e limitações aparentes que
estimam as classificações nutricionais, logo, é contestável a importância de associar
informações acerca da maturação sexual à avaliação do estado nutricional dos
adolescentes, como também, incorporar a esses parâmetros a circunferência da cintura,
como o objetivo de lapidar as informações e orientar as intervenções a serem realizadas
(GOMES; ANJOS; VASCONCELLOS, 2010).

2.5 O nutricionista e a comunidade como educadores e promotores da saúde

Partindo do pressuposto que a alimentação deve fornecer macronutrientes e


micronutrientes essenciais à funcionalidade adequada e segura do corpo saudável, nota-
se, paralelamente, a importância de garantir saúde por meio de alimentos enquadrados
nos aspectos socioeconômicos, sociogeográficos e socioculturais do brasileiro. Para isso,
é cabível a construção do saber e entendimento guiados pela educação nutricional.
Em contraste a essa afirmação, é indubitável deparar-se com o bombardeio de
informações midiáticas sobre alimentação saudável, mais também, é notório a
insuficiência ou omissão de dados nas rotulagens alimentícias (PICHELI, 2015). Essa
assertiva, mais uma vez, atesta a importância da aplicabilidade da EAN no cenário de
insegurança alimentar.
Frente as ideias tecidas, convém destacar que a EAN é aplicável ao contexto
transdisciplinar, intersetorial e multiprofissional, segundo o Marco de Referência de
Educação Alimentar e Nutricional para as Políticas Públicas (2012). Tal afirmação
declara a importância não só do profissional nutricionista, como também de outros
profissionais e da comunidade na qual a educação alimentar e nutricional está sendo
aplicada, seja ela no âmbito escolar, hospitalar ou nas ações comunitárias. Assim, a EAN
está presente em todas as atitudes profissionais nas quais almejam melhorar a vida das
pessoas a partir da sua relação com a alimentação (BOOG, 2015).
Ao refletir sobre os atores sociais empenhados na proposta EAN, o nutricionista, em
especial, atua como agente promotor e mediador do conhecimento nutricional, exercendo
um papel importante no tocante as orientações e informações que competem à nutrição.
Tal fato é elucidado pela professora Drª Maria Cristina Boog (2015, p. S.l.):
15

As ações desenvolvidas pelos nutricionistas no


campo da educação alimentar e nutricional estão se
diversificando e sendo sistematizadas por meio de
métodos e nomenclaturas diversas.
Ademais, é notório deparar-se com outros profissionais responsáveis por programas
de educação alimentar e nutricional preocupados frente à necessidade de criar meios de
garantia às atividades, voltadas à promoção da alimentação saudável, no tocante não
somente do aspecto qualitativo do bioquímico, como também cultural (BOOG, 2015).
E todos esses aspectos giram em torno de uma prática: a educação, pois é a partir da
sua mediação que os processos de transformação passam a ser perceptíveis na
individualidade do ser. Tais palavras abordadas no livro Educação e Mudança (1979), do
renomado Paulo Freire, elucidam o poder que a educação, orientação e informação
exercem sobre as atitudes e hábitos das pessoas. Dessa forma, faz-se necessário interligar
o raciocínio Freiriano com as ideias estabelecidas por Boog (2015, p. S.l.):

Para educar é preciso orientar, mas educar é mais do


que orientar. Para orientar é preciso informar, mas
só informar também não basta.
Nesse sentido, a educação tem que ser direcionada e bem intencionada ao seu público
alvo, por meio de abordagens metodológicas que aflorem o empoderamento, a
participação, a valorização do conhecimento e o compartilhamento do mesmo, além de
despertar o espírito coletivo. Sob essa ótica, tais delineamentos tornam-se aplicáveis
quando há a formação e a cumplicidade entre os profissionais da comunidade escolar,
profissionais da saúde e profissionais da área de desenvolvimento social, em consonância
com as palavras mencionadas no Marco de Referência de Educação Alimentar e
Nutricional para as Políticas Públicas (2012).
Parafraseando o ilustríssimo educador brasileiro, Rubem Alves, “O voo não pode ser
ensinado, mas sim encorajado” remete, metaforicamente, a atitude educativa nutricional
como uma proposta incentivadora a adesão de práticas saudáveis, o que se observa na
filosofia do Guia Alimentar Brasileiro: impulso à autonomia nas escolhas alimentares.
Isto é, o conhecimento adequado oriundo de uma abordagem pedagógica e ativa
contribuem na formação de sujeitos ativos e autônomos (BEZERRA, 2018).
Diante das abordagens, as metodologias pensadas e aplicadas serão devidamente
aproveitadas quando, a princípio, instituir-se o diálogo como método ativo que permuta
entre a educação e comunicação, na qual instigue o desenvolvimento da consciência
crítica de forma horizontal, amorosa, esperançosa e, sobretudo, empática (BEZERRA,
16

2018). Com a comunicação pedagógica estabelecida entre os profissionais e comunidades


envolvidos na EAN, portanto, a reflexão e a ação tornam-se esclarecidas e efetivas.
17

3. OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral

Avaliar os parâmetros antropométricos dos adolescentes em resposta as intervenções


de Educação Alimentar e Nutricional, por meio de revisão sistemática.

3.2 Objetivos específicos

 Identificar o efeito de intervenções de Educação Alimentar e Nutricional sobre o


índice de massa corporal (IMC).
 Identificar o efeito de intervenções de Educação Alimentar e Nutricional sobre a
circunferência da cintura (CC), razão cintura-estatura (RCE).
 Identificar o efeito de intervenções de Educação Alimentar e Nutricional sobre as
dobras cutâneas e gordura corporal total.
18

4. METODOLOGIA

Tendo em vista o delineamento do trabalho em questão, ele caracteriza-se como uma


Revisão de Literatura, com tipologia em Revisão Sistemática.

4.1 Registro do estudo

O presente trabalho faz parte do Protocolo para revisões sistemáticas de intervenção


em educação alimentar e nutricional nas escolas para promoção da saúde do adolescente.
Tal protocolo encontra-se registrado no banco de dados do PROSPERO
(CRD42019116520) (MEDEIROS, 2019). Ele está pautado com base nas diretrizes
descrita pelos Itens de Relatório Preferencial para Revisões Sistemática (MOHER et al,
2015).

4.2 Critério de elegibilidade

Para se dar início ao processo de estudo, dessa forma, estratégias de buscas foram
elaboradas de acordo com a população de adolescentes, segundo a definição da
Organização Mundial da Saúde para pessoas de 10 a 19 anos, bem como, com os estudos
baseados na implementação de intervenções de educação alimentar e nutricional no
âmbito escolar, os quais apresentaram resultados referentes ao índice de massa corporal
(IMC), circunferência da cintura (CC), razão cintura-estatura (RCE), dobras cutâneas e
gordura corporal total. Vale salientar que os estudos inclusos são de características
ensaios clínicos randomizados (RCT) (incluindo agrupados), não-RCT ou estudos
controlados antes e depois.

Foram excluídos estudos cujos participantes são adolescentes com deficiência física,
deficiência intelectual, distúrbios endócrinos, doenças crônicas não transmissíveis e
grávidas; sejam crianças e adolescentes sem análise do subgrupo do adolescente; não
apresentaram descrição da intervenção em educação alimentar e nutricional na
metodologia e estudos que não avaliaram o alimento em si, mas somente o nutriente.

4.3 Métodos de pesquisa para identificação dos estudos

Acerca do direcionamento da pesquisa, foi imprescindível que os resultados primários


apresentassem respostas como reflexo da aplicabilidade da educação alimentar e
19

nutricional, sobre o desfecho dos parâmetros biológicos, por exemplo o índice de massa
corporal (IMC), circunferência da cintura (CC), razão cintura-estatura (RCE), dobras
cutâneas, gordura corporal total.

Dessa forma, as seguintes etapas foram necessárias para realização da revisão:

1) Realizar a leitura de títulos e resumos, por meio da aplicabilidade dos critérios de


inclusão e exclusão;
2) Selecionar os estudos para leitura completa que obedecem aos critérios de
elegibilidade;
3) Avaliar a qualidade metodológica, a partir da aplicabilidade do risco de viés;
4) Sintetizar os dados dos estudos selecionados à produção da revisão sistemática.

Ademais, as buscas foram filtradas a partir das bases de dados MEDLINE (via
PubMed), Embase (via OVID), Scopus (via Elsevier), Education Resources Information
Centre (ERIC), Science Direct (via Elsevier), Web of Science- Main Collection (Clarivate
Analytics), Cochrane Central Register of Controlled Studies (CENTRAL), LILACS (via
Virtual Health Library) e ADOLEC (via Virtual Health Library). Salienta-se que, não há
limitação quanto ao tempo e idiomas, desde que seja relevante à pesquisa.

4.4 Seleção dos estudos

As literaturas selecionadas de acordo com os critérios de elegibilidade, foram


avaliadas no aplicativo da web Rayyan (LIBERATI et al, 2009), o qual facilitou o
processo de identificação, leitura e inclusão delas. É valioso mencionar que cada artigo
foi avaliado por dois pesquisadores e, em caso de desacordo, um terceiro pesquisador foi
consultado.

4.5 Extração de dados

Os revisores foram treinados e, assim, tornaram-se capacitados para identificar


informações relevantes acerca do estudo, como: identidade da publicação (ID),
características dos participantes, grupo de controle, características de intervenção,
aspectos biológicos, medidas de resultado e métodos de análise. Salienta-se que, os
revisores dividiram-se em duplas para realização de tal função, e mais uma vez, em caso
de desacordo, foi resolvido por discussão e reexame do artigo em questão por um terceiro
revisor.
20

4.6 Risco de viés

Acerca da avaliação da qualidade metodológica, evidências e força de recomendação


dos estudos randomizados (RCT), aplicou-se a versão 2 da ferramenta Cochrane Risk of
bias (RoB 2.0) (HIGGINS, 2018), com o intuito de avaliar nos estudos de intervenção
pontos que poderiam comprometer o direcionamento da pesquisa. Assim, tal ferramenta
é capaz de classificar o risco de viés em alto, baixo ou algumas preocupações. Além do
mais, o mesmo verifica o risco de viés antes da intervenção (confusão e seleção de
participantes), durante a intervenção (classificação de intervenções) e após intervenção
(departamentos de intervenções intencionais, dados ausentes, medição de desfechos,
seleção de resultados relatados e julgamento geral). Após a avaliação, por fim, os
domínios do estudo são classificados em: (1) baixo risco de viés; (2) risco moderado de
viés; (3) risco grave de viés; (4) risco crítico de viés; e (5) não informado.

É válido mencionar que não foi realizado o risco de viés dos estudos não
randomizados.

4.7 Análise de dados

Uma abordagem narrativa foi usada para resumir o efeito das intervenções nos
parâmetros biológicos dos adolescentes. Foram apresentadas as medidas de tendência
central e de dispersão no baseline, e pós-intervenção no grupo de intervenção e controle,
bem como a diferença de médias e sua significância.
21

5. RESULTADOS
De acordo com as buscas realizadas, em sua totalidade, identificou-se 5024 artigos.
Dentre eles, após a análise das duplicatas, 4256 foram destinados a seleção, por meio da
análise de títulos e resumos. Ao longo da triagem, 342 foram incluídos para leitura
completa.
Após a realização da filtragem criteriosa dos parâmetros, realizado a partir da leitura
completa, inseriu-se, 16 publicações na Revisão Sistemática, pois contemplavam os
desfechos relacionados a antropometria, conforme pode ser observado na Figura 1.

Registros identificados através Registros adicionais identificados


Identificação

de busca em banco de dados através de outras fontes


(n = 5024) (n = 14)

Registros após a remoção de duplicatas


(n = 4256)

Registros excluídos (n=3944)


Triagem

Desenho do estudo (1520)


Registros exibidos
População (417)
(n = 4256)
Resultado (225)
Tipo de publicação (375)
Elegibilidade

Intervenção (136)
Artigos de texto
completo avaliados para Outros (1266)
elegibilidade
(n = 342) Artigos de texto completo
excluídos (n=295)
Desenho do estudo (74)
População (99)
Estudos incluídos na
Incluído

síntese qualitativa Resultado (118)


(n = 16) Tipo de publicação (20)
Intervenção (12)
Duplicata (5)

Figura 1 - Fluxograma de Prisma das etapas de seleção dos artigos.


22

Tais artigos compilavam indicadores como IMC e IMC score, circunferência da


cintura (CC) e razão cintura-estatura (RCE). Vale salientar que, em relação as dobras
cutâneas e gordura corporal total, nenhum artigo incluído apresentou tais resultados.
Somado a isso, dentre os artigos analisados, sete encontravam-se na base de dados
Pubmed, cinco na Cochrane, um na base da Science Direct e três no Web Of Science.
Ademais, a Tabela 1 apresenta a caracterização de cada estudo incluído na Revisão,
por meio da demonstração do país em que foi produzido, objetivo, metodologia e
principais resultados. Acerca da territorialidade, os estudos incluídos são de diferentes
países, proporcionando, assim, heterogeneidade nas dinâmicas aplicadas e diversidade
nas concepções acerca da nutrição.
23

Tabela 1 - Descrição dos estudos que apresentam o desfecho antropométrico como parâmetro da intervenção em educação alimentar e nutricio nal,
quanto ao país, objetivos, metodologia e seus principais resultados.
ESTUDO ANO PAÍS OBJETIVO METODOLOGIA PRINCIPAIS
Público Período Tipo do Intervenção Follow- Teoria/ Modelo RESULTADOS
Alvo Estudo up

Amaro et al 2006 Itália Testar a 153 6 meses. RCT Aplicação de Não Não informado. O jogo Kalèdo é
eficácia do estudantes questionário um instrumento
Jogo Kalèdo do grupo com válido na
sobre as intervenção conhecimento ampliação do
mudanças no e 88 geral sobre conhecimento
comportament estudantes nutrição e do nutricional,
o e do grupo jogo Kalèdo, trazendo, assim,
conhecimento controle, além da mudanças
nutricional. com a faixa realização de significativas do
etária de 11 aferições IMC z-score, após
a 14 anos. antropométrica a intervenção.
s.

Ask et al 2006 Noruega Avaliar se os 26 4 meses. RCT Aplicação de Não Não informado. O estudo não
hábitos estudantes questionário apresentou
alimentares e, do grupo com diferença
consequenteme intervenção conhecimento estatística
nte, o perfil e 28 geral sobre significativa,
antropométrico estudantes nutrição e acerca do peso,
melhoram com do grupo aferições do altura e IMC.
a introdução do controle, peso e altura
café da manhã. com a faixa antes e depois
etária de 15 da intervenção.
anos.
24

Casazza et al 2010 EUA Determinar um 2565 4 meses. RCT Aplicação de Sim Não informado. Notou-se que
método estudantes questionário métodos
educação, com ensino com tradicionais
baseado em e conhecimento limitam a
tecnologia, que tecnologia, geral sobre evolução da
auxilie na 2573 nutrição e intervenção, em
melhora do estudantes aferições do comparação com
comportament com ensino peso e altura métodos que
o alimentar, básico, antes e depois utilizam
onde reflita no 1599 da intervenção. tecnologias.
IMC. estudantes
do grupo
controle,
com faixa
etária entre
13 a 18
anos.

Chen et al 2011 EUA Examinar a 54 8 meses. RCT Aplicação de Sim Modelo Trans A intervenção
viabilidade da estudantes e questionário Teórico – Fases resultou em pouca
eficácia de um suas com da mudança e na redução do IMC.
programa (Web respectivas conhecimento teoria cognitiva
ABC Study) de famílias, geral sobre social.
base teórica e com faixa nutrição, com
familiar, etária de 12 intervalo de 2
promovendo a 15 anos. meses, 6
estilos de vida meses, 8
e estado meses. Acerca
nutricional dos pais, os
25

saudáveis em mesmos
adolescentes. preencheram
questionários
relativos à
informação
demográfica e
níveis
culturais.

Sevinc et al 2011 Turquia Determinar a 6847 8 meses. RCT O grupo de Sim Não informado. Não houve
eficácia de dois estudantes, intervenção 1 diferença
programas de os quais recebeu significativa entre
intervenção 1932 da questionário, as medidas
diferentes intervenção mensuração do primárias do IMC
(educação 1, 1989 IMC, educação dos três grupos.
nutricional intervenção nutricional e
saudável e/ou 2, 2926 do atividade
educação física grupo física. O grupo
e/ou educação controle, de intervenção
física) para com faixa 2 recebeu
prevenir a etária de 7 a questionário,
obesidade dos 13 anos. mensuração do
alunos. IMC e
educação
nutricional. E o
grupo controle
recebeu
questionário e
mensuração do
IMC.
26

Grydelan et 2013 Noruega Investigar os 784 Não RCT A intervenção Não Teoria O melhor efeito da
al efeitos do estudantes informad (The HEIA Socioecológica. intervenção foi
programa de do grupo o. Study) contou observado no
intervenção intervenção com a parceria público feminino.
(The HEIA e 1381 dos pais, corpo
Study), estudantes escolar e
baseado em do grupo serviço de
multicompone controle, saúde. Logo,
ntes escolares, com faixa aplicou-se
visando a etária de 11 atividades com
atividade anos. abordagens
física, nutricionais e
sedentarismo e verificou-se as
comportament medidas
o dietético antropométrica
sobre os s.
resultados
antropométrico
s.

Melnyk et al 2013 EUA Avaliar a 374 24 RCT Baseou-se na Sim Teoria Os adolescentes
eficácia do estudantes meses. aplicação do Cognitiva. do programa
programa do grupo programa COPE
COPE intervenção COPE, apresentaram IMC
(Creating e 433 do focando nas inferior,
Opportunities grupo competências diminuindo,
for Personal controle, cognitivas- assim, a proporção
Empowerment, com faixa comportament de adolescentes
sobre o ais, por meio
27

programa etária de 14 da prática com excesso de


básico em a 16 anos. física, sendo peso.
saúde, por realizada uma
meio da vez por
avaliação do semana,
comportament durante 15
o, semanas. O
competências, programa de
habilidades e o controle teve a
IMC. mesma
duração, porém
tratou somente
de tópicos de
saúde comuns.

Nichols et al 2014 Tobago Promover 280 18 RCT Aplicação de Sim Não informado. Adolescentes do
hábitos estudantes meses. um grupo de
saudáveis, do grupo questionário de intervenção
acerca da intervenção frequência apresentaram
alimentação e e 299 do alimentar para menor ingesta de
atividade física grupo coletar alimentos fritos e
entre os controle, informações bebidas
adolescentes. sem sobre os açucaradas,
especificaçã padrões de melhorando o
o da faixa consumo dos estado nutricional,
etária. participantes, por meio da
bem como a análise do IMC.
aferição das
medidas
antropométrica
28

s. Vale
salientar que
semanalmente
eram realizadas
reuniões com
os aplicadores
da intervenção,
a fim de
garantir a
qualidade das
medidas.

Viggiano et 2014 Itália Confirmar a 1663 6 meses. RCT Aplicação do Sim Não informado. Kalèdo melhorou
al eficácia do estudantes jogo com o conhecimento
Kalèdo na do grupo sessão de 15 a nutricional e o
melhoria do intervenção 30 minutos, comportamento
conhecimento e 1447 uma vez por dietético em 6
nutricional e na estudantes semana, meses, e teve um
promoção de do grupo durante 20 efeito sustentado
um controle, semanas. Após no IMC z-score,
comportament com faixa a realização do demostrando sua
o dietético etária de 9 a jogo, aplicou- importância na
saudável a 19 anos. se o prevenção da
longo prazo, questionário obesidade.
prevenindo, alimentar, além
assim, os casos da medição da
de obesidade. altura e peso,
de acordo com
protocolos
padronizados.
29

Sessões extras
de jogo
ocorreram
entre as
crianças que
estavam
ausentes
durante uma
sessão para
minimizar o
viés devido à
ausência da
escola.

Lazorick et 2015 EUA Analisar a 189 7 meses. N-RCT Aplicação do Sim Teoria A intervenção
al efetividade na estudantes programa Sociocognitiva. resultou na
melhoria do do grupo MATCH no diminuição das
estado intervenção âmbito escolar, medidas de IMC,
nutricional, a e 173 com intuito de com melhorias
partir do estudantes aproveitar o sustentadas ao
programa do grupo processo de longo de 1 ano.
MATCH. controle, aprendizagem,
com faixa inserindo a
etária de 13 temática
anos. nutricional.
Vale salientar
que o programa
MATCH
moldou as
aulas, de
30

acordo com as
necessidades
das
abordagens.

Ardic et al 2016 Turquia Aplicar um 45 3 meses e RCT A intervenção Sim Teoria Cognitiva A intervenção
programa (T- estudantes três consistiu em 15 do proporcionou
COPE Healthy do grupo semanas. sessões que Comportamento. melhoras nos
teen) que intervenção incluíram hábitos saudáveis,
analise o e 42 do informação refletindo
comportament grupo educacional positivamente
o múltiplo, controle, sobre como sobre o estado
combinado com faixa liderar um nutricional e a
com etária entre estilo de vida gestão do estresse.
alimentação 12 a 15 saudável e a
saudável, anos. construção de
atividade competências
física, gestão cognitivas-
do stress e um comportament
esquema de ais.
acompanhame
nto a longo
prazo.

Ermetici et 2016 Itália Avaliar a 262 24 N-RCT Intervenção Sim Não informado. A intervenção
al aplicabilidade estudantes meses. pautada nas proporcionou
de um do grupo respostas dos melhoras nos
programa intervenção questionários, hábitos saudáveis,
educativo - e 225 nos resultados refletindo
EAT project estudantes das aferições positivamente
31

(Teenagers do grupo antropométrica sobre o estado


Nutritional controle, s e nível de nutricional.
Education) - com faixa atividade
multicompone etária entre física.
nte na melhora 11 a 15 Ademais,
das medidas de anos. houve
adiposidade. mudanças no
âmbito escolar,
a começar pela
substituição
das máquinas
de lanches por
alimentos
saudáveis por
preço
acessível.

Lazorick et 2016 EUA Analisar a 189 48 N-RCT Os alunos das Não Não informado. O programa
al efetividade na estudantes meses. escolas de MATCH afirma
melhoria do do grupo intervenção que os
estado intervenção receberam adolescentes em
nutricional, a e 173 atividades alto risco de
partir do estudantes MATCH como obesidade podem
programa do grupo parte das suas alterar a sua
MATCH. controle, aulas regulares, trajetória de peso,
com faixa enquanto os a partir de um
etária entre alunos da programa
13 anos. escola de intencional e
controle direcionado,
receberam um
32

currículo fornecido no
padrão. Todos âmbito escolar.
os alunos
tinham altura e
peso aferidos
antes e depois
do programa.

Ochoa- 2017 Equador Melhorar os 702 28 RCT A intervenção Sim O estudo cita A intervenção
Avilés et al parâmetros estudantes meses. aconteceu em vários modelos demonstrou
nutricionais, do grupo duas fases, teóricos, porém efeitos positivos
acerca do intervenção onde a primeira não especifica- sobre o consumo,
consumo e da e 728 foi em 17 os. refletindo sobre os
antropometria, participante meses e a parâmetros de
por meio do s do grupo segunda em 11 antropometria e os
Programa controle, meses, ambas perfis fisiológicos,
ACTIVITAL. com faixa multicompone com diminuição
etária entre ntes na tendências às
12 a 14 (estudantes, DCNT’s.
anos. pais e agentes
escolares). As
ações
englobavam
estratégias para
garantir a
adesão dos pais
e dos próprios
alunos, como
também inserir
conteúdo
33

acessível sobre
nutrição, por
meio de
workshops e
atividades
escolares.

El Harake et 2018 Líbano Analisar as 6 a 14 anos. 6 meses. N-RCT A intervenção Não Teoria As descobertas
al intervenções baseou-se, a Sociocognitiva. sugerem um
capazes de partir da impacto positivo
aliviar a distribuição de desta intervenção
insegurança módulos sobre nutricional
alimentar, educação baseada na escola,
melhorar o nutricional, sobre o
estado como também conhecimento
nutricional de a oferta de dietético, atitude e
adolescentes lanches estado nutricional
residentes em nutritivos dos adolescentes.
ambientes de produzidos no
baixa renda e local. A equipe
afetados por de pesquisa
conflitos. realizou
observações da
viagem de
campo,
reuniões com
supervisores
escolares, e
pequenas
pesquisas de
34

avaliação com
crianças para
avaliar a
fidelidade ao
projeto.

Wadolowska 2019 Polônia Determinar a 319 9 meses. RCT A intervenção Sim Não informado. A intervenção
et al sustentabilidad estudantes foi pautada no proporcionou o
e da educação do grupo programa aumento
escolar sobre intervenção educativo significativo na
sedentarismo e e 145 (ABC of pontuação do
estilo de vida, estudantes Healthy conhecimento
qualidade da do grupo Eating), nutricional;
dieta e controle, relacionado diminuição da
composição com faixa com dieta e prática física;
corporal dos etária entre estilo de vida, diminuição da
pré- 11 a 12 por meio de circunferência da
adolescentes anos. palestras e cintura. Salienta-
polacos, num workshops. se que a educação
estudo de Além da escolar
acompanhame aplicação de relacionada com a
nto a médio questionário de dieta e o estilo de
prazo. frequência vida pode reduzir
alimentar e de a adiposidade nos
questões sobre pré-adolescentes,
conhecimentos apesar de uma
em nutrição. diminuição da
atividade física.
Fonte: Autoria própria (2022).
35

No tocante aos objetivos, os estudos elucidaram a importância de avaliar programas


educacionais capazes de refletirem sobre os parâmetros antropométricos, demonstrando,
de forma positiva, sua influência no estado nutricional dos adolescentes. Sendo assim, os
termos “Testar a eficácia do programa”; “Determinar método de educação”; “Investigar
os efeitos do programa”, norteavam a pesquisa com o intuito do desfecho apresentar
resultados eficientes, em decorrência da aplicabilidade da EAN no âmbito escolar.
Tendo em vista os aspectos metodológicos, três literaturas apresentaram limitações
nos principais resultados, em decorrência do reduzido número do espaço amostral, isto é,
a quantidade de participantes, demonstrando, assim, implicações na aleatorização e na
tendência ao enviesamento dos estudos, logo, é de suma a relevância da interação dos
grupos com os aplicadores, a fim de evitar perdas de dados (ASK et al, 2006; CHEN et
al, 2011; ARDIC et al, 2016). Os demais estudos contaram com a participação de centenas
de estudantes, sem distinção de gênero e, outras fontes ainda contaram com a interação
familiar e escolar (ASK et al, 2006; CHEN et al, 2011; GRYDELAN et al, 2013;
OCHOA-AVILÉS et al, 2017; EL HARAKE et al, 2017).
Além do mais, a periodização e a realização do follow-up são parâmetros valiosos ao
garantir confiabilidade à literatura. Dessa forma, pode-se interpretar que os compilados
apresentam relação diretamente proporcional entre o tempo e as investidas no pós
intervenção, isto é, estudos com essa característica relataram o tempo mínimo de 6 meses
(VIGGIANO et al, 2014) e máximo de 28 meses (OCHOA-AVILÉS et al, 2017).
Outro ponto a ser tratado diz respeito a fundamentação teórica como norteadora da
intervenção, tendo em vista que seis referências adotaram tal método. Cada estudo
apresentou teoria diferente, sendo o Modelo Trans Teórico (CHEN et al, 2011), Teoria
Socioecológica (GRYDELAN et al, 2013), Teoria Cognitiva (MELNYK et al, 2013),
Teoria Sociocognitiva (LAZORICK et al, 2015; EL HARAKE et al, 2018) e Teoria
Cognitiva do Comportamento (ARDIC et al, 2016).
A despeito dos resultados quantitativos (Apêndice A), referências como Casazza et al
(2010), Chen et al (2011), Ardic et al (2016), Lazorick et al (2016) e El Harake et al
(2018), trouxeram os números que expressam os resultados do IMC na linha de base,
como também no pós intervenção. Os estudos com a análise na circunferência da cintura
não trouxeram dados numéricos completos, e, acerca do indicador da relação cintura-
estatura, somente o estudo de El Harake et al (2018) apresentou todos os valores.
Percebeu-se a falta de dados referente ao pós, conforme está demonstrado nas Tabelas
2, 3 e 4, como também do desvio padrão tanto no grupo de intervenção, quanto no grupo
36

controle. Essa situação expressa que as considerações acerca da melhora na antropometria


estão mais atreladas as avaliações qualitativas.
37

Tabela 2 - Demonstração dos dados quantitativos, acerca dos indicadores do IMC, IMC z-score.
GRUPO DE INTERVENÇÃO GRUPO CONTROLE
ESTUDO IMC N-EXP LINHA DE PÓS DT- DP- N- LINHA DE PÓS DT- DP-
BASE EXP EXP EXP BASE CON CON
MÉDIA DP MÉDIA DP MÉDIA DP MÉDIA DP
Ermetici et al
(2016)
IXC Kg/m2 262 20,4 3,6 * * * * 225 20,5 3,6 * * * *
Score 262 0,41 1,05 * * * * 225 0,48 0,99 * * * *
Wadolowska et al
(2019)
IXC Kg/m2 319 -0,09 * -0,10 * 0,01 * 145 0,18 * 0,23 * -0,05 *
Grydelan et al
(2013)
IXC Kg/m2 465 17,8 2,5 18,8 * -1 * 859 17,9 2,6 18,9 * -1 *
Score 465 0,06 1,03 -0,04 * 0,1 * 859 0,13 1,08 -0,01 * 0,014 *
Lazorick et al
(2015)
IXC Kg/m2 189 24,8 2,5 18,8 * -1 * 173 23,4 5,66 0,31 * 23,09 *
Score 189 1,10 1,07 -0,06 * 1,16 * 173 0,92 1,03 0,02 * 0,90 *
Chen et al (2011)
IXC Kg/m2 27 20,79 3,12 20,76 3,08 0,03 0,04 27 20,25 3,21 20,21 3,13 0,04 0,08
Ardic et al (2016)
IXC Kg/m2 45 22,33 4,89 22,10 4,72 0,23 0,17 42 20,97 3,97 20,81 3,75 0,16 0,22
Lazorick et al
(2016)
IXC Kg/m2 189 24,82 6,43 2,66 3,60 22,16 2,83 173 23,42 5,66 4,03 3,61 19,39 2,05
Score 189 1,10 1,07 -0,15 0,60 1,25 0,47 173 0,92 1,03 0,04 0,52 0,88 0,51
Amaro et al (2006)
IXC Score 153 0.47 – * * * * * 88 0.15 – * * * * *
0.93 0.88
38

Melnyk et al
(2013)
IXC Kg/m2 358 24,93 6,18 24,57 * 0,36 * 421 24,01 5,65 24,77 * -0,76 *
Casazza et al
(2010)
IXC Kg/m2 2565 23,1 0,7 22,9 0,7 0,2 0 1599 23,7 0,6 23,9 0,6 0,2 0
TECNOLOGIA
IXC Kg/m2 2573 25,0 0,6 24,9 0,6 0,1 0 1599 23,7 0,6 23,9 0,6 0,2 0
S/TECNOLOGIA
El Harake et al
(2018)
IXC Score 114 68,22 1,43 0,10 0,06 68,12 1,37 89 66,10 2,02 -0,10 0,08 66,20 2,10
Ask et al (2006)
IXC (F) Kg/m2 11 21,8 * 22,1 * 0,3 * 14 21,6 * 22,1 * 0,5 *
Nichols et al
(2014)
IXC Kg/m2 100 18,5 * * * * * 93 19,1 * * * * *
Sevinc et al (2011)
IXC Kg/m2 1932 18,42 3,45 18,79 3,54 0,37 0,09 2926 18,35 3,52 18,86 3,70 0,51 0,18
INTERVENÇÃO
1
IXC Kg/m2 1989 18,46 3,42 18,81 3,50 0,35 0,08 * * * * * * *
INTERVENÇÃO
2
Viggiano et al
(2014)
IXC PÓS 6 Score 1663 0.58 * 0,49 * 0,09 * 1447 0.59 * 0,58 * 0,01 *
MESES
IXC PÓS 18 Score 1663 0.58 * 0,40 * 0,18 * 1447 0.59 * 0,57 * 0,02 *
MESES
Fonte: Autoria própria (2022).
39

Tabela 3 - Demonstração dos dados quantitativos, acerca dos indicadores da circunferência da cintura.
GRUPO DE INTERVENÇÃO GRUPO CONTROLE
STUDY CC N-EXP LINHA DE PÓS DT- DP- N- LINHA DE PÓ DT- DP-
BASE EXP EXP EXP BASE CON CON
MÉDIA DP MÉDIA DP MÉDIA DP MÉDIA DP
Ochoa-Avilés et al
(2017)
IXC Cm 591 68,9 * * * * * 692 68,3 * * * * *
Ermetici et al
(2016)
IXC Cm 262 71 9,2 * * * * 225 70.6 9,6 * * * *
Wadolowska et al
(2019)
IXC Cm 319 0,16 * 0,11 * 0,05 * 145 -0,34 * -0,25 * -0,09 *
Grydelan et al
2013)
IXC Cm 465 62,7 6,1 66,4 * -3,70 * 859 63,3 6,5 66,2 * -2,9 *
El Harake et al
(2018)
IXC Cm 114 143,86 1,98 * * * * 89 138,82 2,89 * * * *
Fonte: Autoria própria (2022).
40

Tabela 4 - Demonstração dos dados quantitativos, acerca dos indicadores da razão cintura-estatura.
GRUPO DE INTERVENÇÃO GRUPO CONTROLE
ESTUDO RCE N-EXP LINHA DE PÓS DT- DP- N- LINHA DE PÓS DT- DP-
BASE EXP EXP EXP BASE CON CON
MÉDIA DP MÉDIA DP MÉDIA DP MÉDIA DP
Ermetici et al
(2016)
IXC Cm 262 0,461 0,05 * * * * 225 0,458 0,05 * * * *
6 9
Wadolowska et al
(2019)
IXC Cm 319 0,16 * 0,08 * 0,08 * 145 -0,32 * -0,20 * -0,12 *
Grydelan et al
(2013)
IXC Cm 465 0,42 0,04 0,42 * 0 * 859 0,43 0,04 0,42 * 0,01 *
El Harake et al
(2018)
IXC Cm 114 0,48 0,00 -0,01 0,00 0,49 -0,002 89 0,48 0,00 -0,02 0,008 0,50 -0,001
6 8 7
Fonte: Autoria própria (2022).
41

É importante mencionar, a avaliação do risco de viés dos estudos randomizados


incluídos nesta revisão sistemática, onde pôde-se observar que, por meio da análise
criteriosa estabelecida pela ferramenta do RoB 2.0 (HIGGINS, 2018), dos doze artigos
em geral, cinco unidades classificadas risco elevado de viés, seis apresentaram a
classificação com algumas preocupações e um com baixo risco, conforme apresenta na
Figura 1. Ademais, a Figura 2 traz a demonstração dos resultados em percentuais, no
formato do gráfico de barra, diante dos pontos considerados eficientes na triagem.

Figura 1 – Demonstração do risco de viés dos artigos randomizados.


42

Porcentagem (intenção de tratar)

Geral

Seleção do resultado relatado

Medição do resultado

Dados de resultados faltantes

Desvios das intervenções previstas

Processo de aleatorização

0 2 4 6 8 10 12

Baixo risco Algumas preocupações Alto risco

Figura 2 – Gráfico em barra do RoB 2.0 com representação em porcentagem dos artigos
randomizados.

Portanto, entre os estudos incluídos, treze relataram um desfecho favorável entre a


prática da EAN e a atenuação nos índices antropométricos, enquanto três referências
informaram que as intervenções não apresentaram diferenças estatísticas significativas
(ASK et al, 2006; CHEN et al, 2011; SEVIN et al, 2011).
43

6. DISCUSSÃO
O presente estudo é resultado da compilação de 16 artigos, cuja abordagem resulta da
avaliação de métodos educacionais e nutricionais, por meio de jogos lúdicos,
questionários e avaliações diretas, como é o caso da aferição do peso e altura, capazes de
refletirem sobre os parâmetros antropométricos dos adolescentes. Algumas referências
lançaram em suas intervenções, programas autorais, a fim de sistematizar a metodologia,
sendo eles o Programa Web ABC Study (CHEN et al, 2011), Programa The HEIA Study
(GRYDELAN et al, 2013), Programa COPE – Creating Opportunities for Personal
Empowerment (MELNYK et al, 2013), Programa MATCH (LAZORICK et al,
2015/2016), Programa T-COPE Healthy Teen (ARDIC et al, 2016), Programa EAT
Teenagers Nutritional Education (ERMETICI et al, 2016), Programa ACTIVITAL
(OCHOA-AVILÉS et al, 2017), Programa ABC of Healthy Eating (WADOLOWSKA et
al, 2019), como também o Jogo Kalèdo (AMARO et al, 2006; VIGGIANO et al, 2014).
Ademais, o perfil de estudo desta revisão está baseado na antropometria, e todos os
artigos incluídos apresentaram em sua metodologia competências referentes as aferições
do peso, altura e circunferência da cintura, que, a posteriori foram utilizados para calcular
o IMC, IMC z-score e a razão cintura-estatura. Dessa forma, com a efetividade
metodológica, tais resultados têm norteado o estudo sob a perspectiva positiva, e os dados
informados dependiam somente do espaço amostral e da adesão dos grupos.
Diante dessas abordagens, os estudos afirmaram mudanças nos valores
antropométricos, principalmente no IMC, como resultado da resposta positiva às
intervenções aplicadas nas escolas. Tais efeitos foram mais perceptíveis quando houve
um período de acompanhamento satisfatório, no qual oscilavam entre 4 e 28 meses,
variável de extrema importância para avaliar os resultados obtidos, pois uma intervenção
com o intervalo de tempo maior, proporcionam interações permanentes entre os
componentes, conforme a sugestão do documento do Marco de Referência de Educação
Alimentar e Nutricional para Políticas Públicas (BRASIL, 2012).
Nessa análise, Melnyk et al (2013) e Lazorick et al (2015;2016) afirmam que o
Programa COPE e MATCH, respectivamente, são estratégias valiosas para captar
adolescentes com alto risco de obesidade, proporcionando uma alteração na trajetória do
peso, por meio do desenvolvimento da autonomia alimentar e nutricional.
Acerca do público escolhido para intervir, os estudos de Ask et al (2006), Chen et al
(2011), Grydelan et al (2013), Ochoa-Avilés et al (2017) e El Harake et al (2018),
lançaram luz de um projeto aplicado em multicomponentes, isto é, os estudantes, os pais
44

e a escola estavam submetidos às estratégias da EAN, porém, Ochoa-Avilés et al (2017)


percebeu limitações frente a adesão dos pais, destacando, assim, a importância da
cumplicidade e engajamento entre os agentes na tentativa de propor aos adolescentes
hábitos saudáveis (BRASIL, 2012).
Desse modo, tais informações afirmam o reflexo da EAN na formação de adolescentes
mais instruídos acerca dos aspectos saudáveis, por meio da aplicação de questionários
sobre conhecimentos gerais de nutrição, de workshops e palestras, prática física e a
realização da aferição antropométrica antes e depois das ações. Para além desses pontos,
Melnyk et al (2013), inseriu em sua metodologia características relacionadas as
competências cognitivas e comportamentais, como forma de associar o desempenho
estudantil com o estilo de vida saudável, visto que, o aporte adequado de macronutrientes
e micronutrientes auxiliam na estruturação e funcionalidade do cérebro (PAIVA, 2010).
Focar na educação alimentar e nutricional é uma estratégia eficiente, pois o âmbito
escolar é caracterizado como o local de aprendizagem, e todo o ensino ofertado em sala
de aula, passa a ser reproduzido pelos alunos em suas residências com os familiares e
amigos. Isto é, Paiva (2010) em seu estudo afirma que, enquanto a rede de ensino está
direcionada à formação dos hábitos de vida dos adolescentes, a família está responsável
a oferecer o alimento e o local para seu consumo, e o jovem com a sua autonomia utilizará
seus próprios recursos, por isso a necessidade de orientá-los acerca da importância de
uma alimentação saudável e seus benefícios à manutenção do bem estar.
Sendo assim, tamanha extensão do conhecimento, favorece a adoção de hábitos
saudáveis no entorno afetivo, e na adesão de programas que abordem ações
multicomponentes. Além do mais, tal fato corrobora, positivamente, na construção do
perfil nutricional das futuras gerações, visto que, os hábitos são resultados de um processo
que envolve informação e aceitação.
É válido mencionar que a aplicação e a manutenção desses hábitos dependem do nível
do acesso à alimentação, tendo em vista a vulnerabilidade e insegurança comensal na qual
muitas famílias enfrentam. Sendo assim, a funcionalidade da EAN tem que se moldar ao
status social do indivíduo, conforme trouxe os estudos de Casazza et al., (2010) e Chen
et al., (2011), ao informar em suas metodologias a aplicação de questionários sociais e
demográficos, com intuito de filtrá-los e relaciona-los ao ato de comer.
Ao respaldar o estudo de Ardic et al (2016), é evidente que a perspectiva educacional,
influenciada pela Teoria Cognitiva do Comportamento associam-se com o objetivo de
direcionar os pensamentos e as ideias do público juvenil, proporcionando a construção do
45

autodesenvolvimento e controle sobre suas ações e emoções. De forma paralela, essa


relação permite moldar as habilidades e competências, diante do conhecimento sobre
nutrição e atividade física, favorecendo nas escolhas alimentares saudáveis, como
também a capacidade de lidar com suas crenças (MELNYK et al, 2013).
Frente as abordagens tecidas, conclui-se que, apesar das limitações frente ao número
de estudos incluídos, à heterogeneidade metodológica e nos programas aplicados, bem
como o tamanho das amostras, observa-se na prática da EAN uma estratégia potente à
garantia do Estado Nutricional saudável no público juvenil.
46

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
No que tange a essência do estudo, é indubitável a importância das práticas da EAN,
sob o viés da antropometria, uma vez que, os indicadores do IMC, IMC z-score,
circunferência da cintura e relação cintura-estatura apresentaram resultados satisfatórios
em intervenções com a periodicidade em quatro meses, como também em 48 meses.
Nessa perspectiva, o ambiente escolar é um fator preponderante na dinâmica das
ações, ao favorecer a promoção educacional e a aplicação lúdica do aprendizado, de forma
concomitante, proporcionando, maior envolvimento e estímulo aos participantes. Acerca
dos componentes, faz-se necessário integrar na intervenção, a família como agente
colaborador e influenciador na construção dos hábitos saudáveis dos seus filhos, por meio
da participação em palestras, workshops, e também no preenchimento de questionários
sobre nutrição, a fim de demonstrar o nível de conhecimento frente aos assuntos
cotidianos ligados à área.
Ademais, é válido ressaltar a urgência e importância na realização de mais estudos
com intervenções multicomponentes, no âmbito escolar, a fim de demonstrar informações
e dados que fomentem na implementação de estratégias eficientes à garantia do bem estar
dos envolvidos a longo prazo.
Vale mencionar as limitações no estudo, no tocante as medidas antropométricas, uma
vez que, que se percebeu ausência dos indicadores das dobras cutâneas e gordura corporal
total, como também, a falta de registros dos dados quantitativos. Com isso, faz necessário
atentar a esses quesitos nas próximas análises.
Portanto, o presente estudo é de suma relevância, visto que contempla uma faixa etária
susceptível as transformações comportamentais e temperamentais: a adolescência. Logo,
pode-se concluir que, intervenções pautadas na Educação Alimentar e Nutricional,
contemplando adolescentes, família e corpo escolar, estimulam efeitos positivos sobre o
perfil fisiológico, em especial o desfecho antropométrico, promovendo a prevenção de
DCNT.
47

REFERÊNCIAS
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