E Firmino
E Firmino
E Firmino
Novos Olhares
Sobre o Feminino
Através da Colagem
Auto•recorte: Novos Olhares Sobre o Feminino Através da Colagem. Auto•recorte: New Looks at the Female Through the Collage.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Comunicação Visual Design) Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Comunicação Visual Design)
Escola de Belas Artes – Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2018. Escola de Belas Artes – Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2018.
O projeto Auto•Recorte baseia-se em oficinas práticas de colagem The Auto • Recorte project is based on practical collage workshops
para mulheres com o objetivo de fazer um resgate do feminino, for women with the purpose of reclaiming the feminine, where topi-
onde são trabalhadas questões sobre sobre aceitação, empatia, cs about acceptance, empathy, belonging and common experiences
pertencimento e vivências em comum. Além de criar redes de are developed. In addition to creating networks of women who start
mulheres que passam a se sentir acolhidas, os encontros tem por to feel welcomed, the meetings aim to demonstrate that collage is
objetivo mostrar que a colagem é uma ferramenta muito potente a very powerful tool for self-knowledge and expression. As a result,
de autoconhecimento e expressão. Como resultado, são feitas co- strong and expressive collages are made, but the most important
lagens fortes e expressivas, mas o que fica de mais importante são benefit is the feeling of being welcomed, belonging and gratitude
os sentimentos de acolhimento, pertencimento e gratidão que as that the participants take home after the workshops. A graphic ma-
integrantes levam para casa após as oficinas. Em conjunto, um ma- terial was planned and produced to be delivered after the meetings,
terial gráfico foi pensado para ser entregue depois dos encontros, in order to encourage participants to continue the project autono-
com o intuito de incentivar que as participantes continuem de forma mously. The writings of Lévy Pierre, Marc Augé, Fernando Fuão, Sér-
autônoma o projeto. Contribuíram para estes estudos os escritos de gio Lima, Djamila Ribeiro, Márcia Tiburi, among others contributed
Lévy Pierre, Marc Augé, Fernando Fuão, Sérgio Lima, Djamila Ribei- to this project.
ro, Márcia Tiburi, entre outros.
Palavras-chave: Colagem, Collage, Feminismo, Pertencimento, Acolhimento Key Words: Colagem, Collage, Feminismo, Pertencimento, Acolhimento
introduçÃO .............................................................................................................. 6 4.1 As Oficinas 32
O projeto Auto•Recorte foi estruturado a partir da experiência de oficinas de cas que, apesar de serem diferentes entre si, são necessários. Também é feita
colagem para mulheres que, como orientadora, trabalho temas ao redor do uma reflexão sobre a coletividade no universo feminino, uma vez que a mulher
universo feminino. A colagem torna-se a experiência da sororidade, onde tais entende o feminismo como uma rede de sobrevivência diante de uma socieda-
temas são transmutados para o papel e questionados pelas integrantes. Este de patriarcal, machista e opressora. Por meio de redes, a voz feminina faz-se
trabalho serviu como base para a conceitualização da nova fase do projeto, a presente e ecoa de diferentes maneiras.
qual inclui um material de apoio que incentiva as participantes a continuarem
com as colagens de forma autônoma. Por seguinte, diante da experiência com a utilização das redes sociais e como
elas afetam a minha vida profissional e pessoal, escrevo sobre o avanço da
Ao buscar sobre a história da colagem e os conceitos que a cercam, me de- internet e as modificações dos tipos de relações existentes causadas por ela. A
parei com a técnica da collage, um processo de linguagem poética criado pelo partir de textos de Marc Augé, Pierre Lévy e Zygmunt Bauman, faço uma reflexão
surrealista Marx Ernst. Diferente da colagem, a collage independe da cola e sobre como essas redes podem ser potentes ferramentas de buscas empáticas
permite que imagens de essências diferentes se juntem a outras, ganhando e como os encontros virtuais são capazes de promover sensações de acolhi-
um novo sentido visual. Inspirada por textos de Fernando Fuão e Sérgio Lima, mento e pertencimento.
faço uma comparação poética da imagem como ser vivente, o olhar como re-
corte e a cola como ponte. Descubro como a collage associa-se com a minha O projeto ganhou forma a partir de tais discussões e análises, que foram ne-
visão sobre a colagem, no momento em que a enxergo como uma ferramenta cessárias para seu planejamento e conceitualização. Além disso, as oficinas
potente de autoexpressão e conhecimento. práticas foram essenciais para entender as reais demandas experimentais
dentro do trabalho. Meu objetivo com o projeto Auto•Recorte é que ele não se
Guiada por escritos de Djamila Ribeiro e Marcia Tiburi, faço uma análise sobre mantenha apenas como oficina, mas que também torne-se uma plataforma
o Movimento Feminista, a partir do fato de que ele não se constitui em uma só online que, pelo Instagram, alcance a muitas outras mulheres e forme redes de
luta, já que é formado através de muitos recortes sociais e posições ideológi- contato cada vez maiores entre elas.
Introdução 6
parte 1
conceitos
Para este projeto foi preciso uma pesquisa profunda de autores, ar-
tistas e pesquisadores que estudavam sobre a collage, não só a sua
história, mas também seus significados abstratos e poéticos. Estes
estudos foram cruciais para entender como a técnica se relacionava
com o meu trabalho.
Por fim, foi preciso pesquisar sobre como o avanço da internet modi-
ficou os tipos de relações existentes. Fazendo uma reflexão, escrevo
sobre como as redes sociais são capazes de proporcionar sensações
de pertencimento e acolhimento dentro de um mundo cada vez mais
desunido.
Figura 5.
Hannah Höch.
Indian Dancer, 1930.
Photomontage
with collage.
Na collage não existe o certo ou o errado, ela apenas permite que sentimentos
e expressões venham à tona com a escolha intuitiva de imagens que irão reve-
lar algo. São as imagens as grandes operadoras das mentes, através delas é
possível navegar pelo nosso inconsciente. Jung trouxe a descoberta da espon-
Figura 8. Max Ernst para “A ponte similarmente a cola tem por finalidade conectar fragmentos de mun-
capa do livro de poesias dos, realidades distintas ou similares e, em geral, se configura como uma
de Paul Eluard, Repetitions,
(1982).
‘solução’ ao problema do transporte sobre o abismo do recorte. É ela que
permite a comunicação entre os povos, as línguas, e as culturas separadas
pelas gargantas dos abismos geográficos. Ponte é qualquer elemento que es-
tabelece a ligação, contato, comunicação ou trânsito entre pessoas e coisas.”
(FUÃO, 2014).
“O contato revela a figura, ou seja: vela, volta a unir, colar. Mesmo antes de
ser colada, cada coisa já está dentro de outra coisa, uma figura está sobre a
outra. A cola é só uma formalização, uma com-sagração, um congelamento.
Assim com a cola, com o com-tato qualquer objeto, figura, corpo, tende a
assemelhar-se ao outro por mais distinto que pareça, exatamente pelo tempo
que está grudado, atado a esse outro; e mais do que isso: acaba sendo esse
outro até por costume.” (FUÃO, 2014:66).
“Quem faz collage não consegue se contentar com pedaços de mundo que
lhe rodeia; ‘re-colar’ esses fragmentos para construir um mundo novo é uma
tentativa de reconstruir um mundo que ele próprio destroçou. Dessa visão,
a collage, enquanto arte, é uma autêntica afirmação de re-ligação.” (FUÃO,
2014).
2.3 A Empatia que leva a Sororidade Um dos principais objetivos para que isso aconteça é a objetificação da mu-
lher, que faz com que, automaticamente, essa competição constante se pro-
No momento em que mulheres enxergam que dentro de uma sociedade pa- pague. Outro motivo é a ideia de que o patriarcado queira dificultar o diálogo
triarcal, o conceito de identidade é um parâmetro heteroconstruído, é possí- entre mulheres como um todo. Enquanto continuarem inimigas, divididas e
vel transformar o olhar sobre o que é imposto como um padrão socialmente rivais, mulheres não estarão unidas a ponto de fazer uma grande mudança na
aceito. É visível como o “movimento do auto-amor, cuidado e conhecimento” forma como a sociedade as enxerga.
tem falado mais alto em todas as mídias mais importantes do mundo. A au-
toaceitação do seu próprio corpo e identidade são temas presentes nos dias Não é interessante para o patriarcado o direito ao corpo feminino. As mulhe-
de hoje, assim como questionamentos e indagações sobre o que viria a ser o res precisam reivindicá-lo, porque ele precisa ser devolvido a si mesmo. O
corpo “perfeito”. feminismo nos ensina a lutar por isso, por um mundo em que assim como os
corpos, a dignidade das pessoas possam ser resgatadas. É importante que
“O feminismo nos ajuda a melhorar o modo como vemos o outro. O direito as mulheres estejam conscientes do seu próprio corpo e que ninguém além
de ser quem se é, de expressar livremente a forma de estar e de aparecer delas possa dizer o que devem ou não fazer com ele.
Este espaço com áreas privadas serve de apoio aos processos so-
ciais, afetivos e de acesso à informação, os quais alteram as redes
eletrônicas e de telecomunicações em um ambiente ocupado por
seres que (re)constroem as suas identidades e os seus laços so-
ciais nesse novo contexto comunicacional. Dessa forma, é criada
uma estrutura com novas formações sociais que adquirem novos
valores.
Empatia é a arte de se colocar no lugar do outro por meio da imaginação, en- Assim como a noção de espaço e tempo foram modificadas com os meios de
tendendo seus sentimentos e perspectivas, usando essa compreensão como comunicação, as relações humanas também foram transformando a ideia de
uma forma de guiar suas próprias ações. É ter respeito pelo que o outro diz comunidade. Dessa forma, as comunicações por meio da internet permitiram
e sente. Não é um sentimento de compaixão, carregado de piedade ou pesar o nascimento de um novo tipo de comunidade, as comunidades virtuais. Se-
por alguém, mas sim uma maneira de compreender as emoções ou o ponto gundo Reinghold (1994), fazem parte da formação de uma comunidade virtual:
de vista da outra pessoa. Mesmo tendo a fama de ser uma emoção vaga, que discussões públicas, encontros e reencontros, o tempo e o sentimento. Esses
somente a tem quem possui uma sensibilidade emocional e afetuosa avan- elementos dentro de um espaço virtual são os formadores de redes de rela-
çada, a empatia é, de fato, uma virtude com o poder de transformar vidas e ções sociais, constituindo-se em comunidades.
promover profundas revoluções sociais e humanas.
O pertencimento é outra característica da comunidade virtual. Esse sentimen-
Desde os primórdios até contemporaneamente, com o aprimoramento da to é a noção de que somos parte de um todo e trabalha para uma finalidade
tecnologia, o conceito de troca e reciprocidade caminharam juntos e fizeram comum com os demais membros daquele espaço. Diferentemente de um sen-
nascer o ambiente da cibercultura que conhecemos hoje. Com o avanço da timento de pertencimento através de um território físico, nos espaços virtuais
internet, as redes sociais se tornaram grandes espaços de compartilhamento esse sentimento se dá pela oportunidade de escolha em “fazer parte” de certo
de histórias e informações. São lugares onde pessoas buscam por locais de grupo ou comunidade. Ali, os indivíduos podem buscar e encontrar relações
conforto, escuta e fala, além de desfrutar de todas as possibilidades técnicas empáticas e recíprocas, de forma que se sintam pertencentes a uma história
que a as comunidades virtuais possibilitam. Os relacionamentos nas redes e vivência.
são, antes de tudo, relacionamentos entre pessoas ansiosas por reciprocida-
de, empatia e vida em comunidade. Antes das redes sociais e da internet, todas as informações que chegavam
até nós poderiam ser manipuladas de acordo com os padrões estabelecidos
Para sobreviver e se reproduzir, o ser humano convivia em grupos que, mais pela época. Ainda há poucos anos atrás, era comum não haver nenhuma ou
tarde, evoluíram para as primeiras comunidades. Max Weber já dizia que “O pouquíssima representatividade de “minorias” na mídia. Tal termo evoca uma
conceito de comunidade é mantido aqui deliberadamente vago e conseqüen- ideia de inferioridade numérica, mas que, no entanto, também é usado para
temente inclui um grupo muito heterogêneo de fenômenos” (1987:79), uma fazer referência a grupos historicamente oprimidos, seja social, econômica,
vez que considerava que a ideia de comunidade tinha expressões e signifi- política e/ou culturalmente. Nesses casos a chamada “minoria” não necessa-
cados. Para ele, a comunidade nasce em qualquer tipo de ligação emocional, riamente é inferior numericamente, uma vez que mulheres e negros, grupos
afetiva ou tradicional entre as pessoas. Ele utiliza da relação o exemplo básico frequentemente enquadrados neste termo, fazem parte da maioria da popu-
de qualquer comunidade. Esta só existiria quando um sentimento de situação lação brasileira, segundo dados do IBGE. Já a “maioria” é o grupo composto
comum e suas consequências viesse a tona de forma que fosse capaz de for- pelos que dominam e oprimem social, econômica, política e/ou culturalmente
mar um todo. as minorias. Alguns exemplos básicos são: homens, brancos, cisgêneros e he-
terossexuais.
34
Termo usado para Em Janeiro de 2018, recebi o convite para gravar um vídeo falando sobre o
definir um usuário
frequente do website meu processo criativo com a colagem para o Youtuber34 Igor Saringer. O vídeo
de compartilhamento
de vídeos YouTube, alcançou cerca de 27.000 visualizações e teve 270 comentários na rede social.
especialmente alguém Além disso, pelo Instagram, recebi por volta de 40 mensagens de pessoas do
que produz e aparece
em vídeos no site
Figura 19.
Colagem Manual, Figura 24.
Mina Navalha, 2018. Captura do vídeo
“Como Fazer Colagens
Figura 20. Legais”, do canal do
Colagem Manual, Youtuber Igor Saringer.
Maternidade, 2017.
Figura 21.
Colagem Manual,
Tapioca, 2017.
Figura 22.
Colagem Manual,
Puta, 2017.
Figura 23.
Colagem Manual,
Angola, 2017.
Figuras 25 a 28.
Capturas das mensagens recebida pelo Instagram.
*Os nomes das contas da rede social foram preservados.
Figura 32.
Registro do segundo dia
da Oficina Kintsugi, onde
as participantes criaram as
suas colagens baseadas
em suas viências e na
roda de conversa realizada
no encontro anterior.
Figuras 29 e 30.
Cerâmicas feitas com
a técnica japonesa Kintsugi.
Figura 34.
Colagem “Florida”,
feita por integrante
da Oficina Kintsugi.
Figura 35.
Colagem “Close”,
feita por integrante
da Oficina Kintsugi.
Figura 36.
Colagem “Escrita”,
feita por integrante
da Oficina Kintsugi.
Figura 37.
Colagem “A Força”,
feita por integrante
da Oficina Kintsugi.
Sempre vi a colagem como uma técnica muito livre, sem passo a passo ou
teorias. Para mim, é uma ferramenta potente de autoexpressão e uma forma
de trabalharmos a nossa intuição. Cada fragmento escolhido tem um porquê
e uma função de estar dentro daquele arranjo de imagens. Percebi que as
minhas colagens conversavam comigo e representavam bem o momento em
que eu estava. Algumas eram fortes e densas enquanto outras eram mais
leves e românticas. Quis trazer isso para a oficina e mostrar que, a partir do
momento em que modifico meus pensamentos sobre algo, a escolha das mi-
nhas imagens também muda. A colagem vira a experiência da sororidade, na
qual questões subjetivas sobre o que é o feminino são transmutadas para o
papel e questionadas pelas integrantes.
Figura 38. Sala do Studio Manual, localizado na Rua Buenos Figura 39. Integrantes fazendo suas colagens.
Aires, centro do Rio de Janeiro.
Figura 40. “Kit-Surpresa”.
Após a oficina, recebi mensagens das integrantes, repletas de carinho e gra- “Nós agradecemos a sua gentileza e atitude em acreditar em seus sonhos e,
tidão, pelos momentos que este encontro as proporcionou. Alguns textos de principalmente, compartilhar conosco suas experiências e estória!!! Eu fiquei
agradecimento pela retomada de energia e esperança para enfrentar uma muito emocionada e feliz em fazer parte disso!!! Quero fazer mais ainda!!!”
sociedade patriarcal todos os dias e, principalmente, por relembrarem que (Larissa*, 35 anos)
nunca estarão sozinhas, que suas histórias se confundem e se costuram, e
que dessa união é possível nascer conforto, força e resistência. “ A vida me trouxe para uma oficina de colagem sobre o feminino. de presente
ganhei um dia incrível, com mulheres e suas histórias que se confundem com
Figura 42. a minha. com a nossa. viva o universo e a arte dos encontros! obrigada @eli-
Foto do final da Oficina. sapessoa_ por proporcionar tudo isso! trabalho incrível e sensível!” (Míriam*,
Participantes com
as suas colagens 25 anos)
finalizadas.
“Eu fui muito despretensiosa pro curso achando que iria agregar somente a
minha vida como uma profissional criativa, mas me acrescentou muito mais,
pude conhecer mulheres fortes e maravilhosas que se apoiam! Muito obriga-
da.” (Letícia*, 20 anos).
dades de se auto conhecerem. Acho que esse é um caminho de surpresas e Figura 44.
Colagem “Ela”,
transformações.” (Maria*, 26 anos). feita por integrante
da Novos Olhares
Sobre o Feminino
“Minha intenção quando me inscrevi na oficina era 100% profissional, que- Através da Colagem.
ria desenvolver mais técnicas criativas para que eu pudesse na frente usar Figura 45.
no meu trabalho. Porém, quando vivenciei aquela tarde com tantas mulheres Colagem “Art”,
feita por integrante
fortes e inspiradores vi que era muito mais do que uma aula de colagem, era da Novos Olhares
Sobre o Feminino
uma forma de nos expressarmos e nos conectarmos umas coisas as outras. Através da Colagem.
Foi maravilhoso cada segundo que passei com elas, e faria mil vezes mais,
Figura 46.
porque tive a oportunidade de conhece-las um pouquinho, e o mais impor- Colagem “Flor e Ser”,
feita por integrante
tante me conhecer. É uma atividade relaxante e divertida que recomendo, não da Novos Olhares
só em grupo mas sozinha, tentar se expressar através do recorte e colagem. Sobre o Feminino
Através da Colagem.
Elisa conseguiu passar para nós um pedaçinho da sua paixão e nos motivou a
Figura 47.
buscar a nossa.” (Juliana*, 20 anos). Colagem “Força”,
feita por integrante
da Novos Olhares
“Mais que um trabalho, um encontro. Mais que um encontro, um trabalho lindo, Sobre o Feminino
Através da Colagem.
cuidado, competente e afetivo. Somos mulheres, somos parceiras e vamos à
luta!” (Carla*, 60 anos). Figura 37.
Colagem “Resistência”,
feita por integrante
da Novos Olhares
“ Nas aulas da Elisa pude deixar algumas coisas que me apertavam, mesmo Sobre o Feminino
sem falar. Eu me senti inclusa e entendi que não estava sozinha. Lá, tive a Através da Colagem.
certeza da minha paixão por Comunicação Visual e por colagem (mesmo que Figura 48.
Colagem “Estranha”,
ainda não consiga fazer no dia-a-dia). Entendi que tudo depende do olhar que feita por integrante
damos às coisas e que colagem/arte é nossa alma produzindo, incendiando e da Novos Olhares
Sobre o Feminino
expelindo emoções. Até percebi que voltava um pouco mais feminista de cada Através da Colagem.
encontro, cheia de vontade de ler, de pesquisar, de ajudar. Também voltava um Figura 49.
pouco mais astróloga, apesar de ainda não entender metade do meu mapa Colagem “Sucesso”,
feita por integrante
astral. Voltava mais esotérica, mais pagã, mais cheia de fé e positividade (não da Novos Olhares
Sobre o Feminino
que ela durasse por muito tempo, mas seguimos tentando e entendi que é isso Através da Colagem.
que importa). Todas as aulas foram de inclusão, de respeito a fala da outra, de
Figura 50.
entrosamento, de troca que, minha deusa, eu já estou louca para a próxima. Colagem “Resistência”,
feita por integrante
da Novos Olhares
Sobre o Feminino
Através da Colagem.
As oficinas foram essenciais para que eu entendesse como seria o meu pro-
cesso de Trabalho de Conclusão de Curso. Com elas tive a oportunidade de
adentrar mais ainda no universo feminino, escutando e acolhendo mulheres
de diferentes idades, corpos, histórias e essências. Tais encontros acabaram
servindo como estudos práticos sobre o que eu queria abordar em meu proje-
to, diante da reação de cada participante durante as oficinas. No final todas as
mulheres saíram satisfeitas não só com o processo em si, mas principalmen-
te com elas mesmas. As participantes sentiram-se pertencidas e acolhidas,
diante de uma sociedade patriarcal que as deixa não só distantes uma das
outras mas também de quem são de verdade.
Após a minha segunda oficina, entendi que a rede de mulheres tinha se for-
mado ali mesmo, nas rodas de conversas que tínhamos antes de começar as
colagens. As trocas aconteciam naturalmente, com a indicação de um filme,
uma série, um chá para dor de cabeça, algum site ou conta do Instagram com
bom conteúdo e até mesmo contatos de profissionais de saúde. Além disso,
as participantes também trocavam seus números de telefones, Facebooks e
Instagrans. Ao final do encontro, geralmente crio um grupo no Facebook com o
intuito de escrevermos tais informações de forma mais permanente, além de
trocarmos conhecimentos, textos, eventos e matérias relacionadas aos nos-
sos interesses em comum. Dessa forma, a rede se forma dentro da oficina e
continua para além dela.
O nome que encontrei para o meu projeto foi Auto•Recorte. Por achar que “No-
vos Olhares Sobre o Feminino Através da Colagem” fosse muito grande ao ponto
de não conseguir nem fazer um Instagram (meu principal meio de divulga-
ção), senti a necessidade de ir atrás de outra nomenclatura. Fiz um processo
de brainstorm escrevendo diversas palavras e sentimentos que me vinham à
minha cabeça ao lembrar dos momentos passados nas oficinas. Mesmo com
um quadro cheio de papéis escritos, ainda demorei para encontrar algo que
remetesse a colagem e também ao que a oficina propõe: a autonomia de criar
Além disso, o Instagram do projeto servirá como uma plataforma on-line para
informações sobre as próximas oficinas, conteúdos sobre feminismo, arte e
autoconhecimento. Também será uma ferramenta para a divulgação de artis-
tas colagistas brasileiras e entrevistas com mulheres inspiradoras. Acredito
que o Instagram é um recurso potente para encontros em redes, os quais pos-
suem a capacidade de promover sensações de pertencimento e acolhimento,
além de promover trocas on-line e divulgação de conteúdos interessantes.
Para esta nova fase da oficina, pensei em um material que tem como objetivo
incentivar as participantes a continuarem o projeto de colagem e autoconhe-
cimento em casa. Quis “incrementar” o “kit” entregue em minha última ofici-
na, uma vez que, para minha surpresa, teve um grande valor afetivo entre as
integrantes, já que levaram para casa uma lembrança sobre como tinha sido
aquele dia especial. Tenho em mente a ideia de que o material seja vendido
on-line para pessoas que não podem e tem vontade de fazer a minha oficina.
Gostaria de enviá-lo para todo o Brasil e receber de volta as colagens feitas
em casa, como forma de alimentar o Instagram e a rede formada pelo projeto.
Para a criação do design gráfico do projeto, desde o logo até o universo visual,
quis trazer para o conceito a ideia de contraste, diferenças e opostos. Esta
ideia está ligada ao fato de que existem diversos tipos de mulheres, com seus
corpos e essências próprias. Logo, quis que a ideia de pertencimento estivesse
presente não só no conceito do trabalho, mas também na sua forma estética. Figura 52.
Folder “Redes de Afeto”.
Figura 53.
Logo.
Figuras 54 e 55.
Fotos que mostram como a
repetição do logo dá a noção de rede,
continuidade, conjunto e integração.
5.1.2. Tipografia percam esse significado, passando a ideia de que são apenas cores e que não
precisam estar ligadas a nenhum estereótipo de gênero. Como cores com-
Para o projeto, quis usar duas tipografias que fossem opostas esteticamente, plementares ao projeto, escolhi usar o preto e branco, uma vez que são cores
passando uma ideia de contraste e diferenças. Foram escolhidas as famílias neutras e opostas, servindo para contrastar o logo e elementos gráficos com-
das fontes Orator Std e Gilroy. A primeira é semelhante a uma fonte de inter- plementares do projeto.
net, simples e fina, com todas as letras em caixa alta, sem serifa e com um
grande espaçamento entre as letras. Já a Gilroy, usada em sua versão bold, foi
escolhida para contrastar com o minimalismo da Orator, com características
de uma fonte moderna, também sem serifas e utilizada em caixa alta.
R: 72 G: 85 B: 165
PANTONE: 2736 C
abcdefghijklmnopqrstuvwyxz
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWYXZ
1234567890 .,<>?/!’”:;(){}[]|\!@#$%^&*
C: 08 M: 35 Y: 0 K: 0
PANTONE: 0521 C
abcdefghijklmnopqrstuvwyxz
aBcDeFGHIJKlMNopQrStuVWYXZ
1234567890 .,<>?/!’”:;(){}[]|\!@#$%^&*
Figuras 56 a 59.
Sketchbook com
imagens do meu
acervo pessoal
que formaram o
universo visual
do projeto.
Figura 63.
Simulação digital de
como foram feitos
os riscos.
Além de ser uma lembrança para as participantes da oficina, o Kit também foi
pensado para levar um pouco do que é essa experiência para pessoas que não
podem participar dela. Dessa forma, mapeei o que acontecia nesses encon-
tros e procurei transformar essas situações em um material gráfico. Nas duas
oficinas, três comportamentos relevantes se repetiam: compras de prints com
colagens minhas, trocas de sites ou contas do Instagram com conteúdos rele-
vantes sobre feminismo e autoconhecimento e a exibição de artistas colagis-
tas como referências, antes das participantes começarem as colagens. Dessa
forma, fazem parte do kit um poster em A3 de uma colagem autoral minha,
um folder com uma listagem de contas do Instagram que vão desde política até
sexualidade com foco em mulheres e um zine com artes e informações sobre
colagistas brasileiras.
Em seguida, criei mais duas artes gráficas com a finalidade de passar men-
sagens de apoio e sororidade. Dentro do material, coloquei papéis soltos com
frases como “você não está sozinha” e “o meu diferente é o mesmo que o
seu”. Também transformei as colagens feitas pelas participantes das últimas
oficinas em cartões postais que serão entregues às próximas pessoas que
adquirirem o material. Nos versos dos cartões, estão mensagens sobre como
foi essa experiência para elas como forma de incentivo e trocas de vivências
entre mulheres que não se conhecem, mas que estão se presenteando de
alguma maneira.
Por último, porém não menos importante, agreguei a isso um pequeno saco zi-
plock com imagens selecionadas de meu acervo pessoal. Este contém a ideia
do “mini-kit” que foi entregue em minha última oficina e que serviu como ideia
para a criação deste material final. A frase “Siga a sua Intuição” foi estampada
com serigrafia na parte da frente, uma vez que, na oficina, falo como construo
as minhas colagens junto a minha própria intuição, que nada mais é que saber
qual imagem me chama mais atenção e que quero trabalhar naquele momen-
to. Como faz parte do projeto o conceito de que a colagem é uma forma de
autoexpressão, acredito que selecionamos figuras que conversam mais com
cada uma e com o que podem querer transmitir, acontece uma manifestação
da mente e dos sentimentos, ou seja, da intuição de cada uma.
Figura 71.
Contracapa do Zine “Colagistas Brasileiras”.
O zine foi pensado para ser impresso em uma folha A3, de forma que haja o
maior aproveitamento de papel possível. Logo, foram feitas dobraduras e um
corte no meio, para que ele pudesse ser fechado.
No verso da folha A3 está um texto que criei com o intuito de transmitir o que
sinto sobre a oficina Auto•Recorte. Escrevo sobre o que é a minha relação com
a colagem, que vai desde a minha intuição até o processo de trabalhar com
mulheres. O texto possui características informais, uma vez que foi escrito de
uma forma solta, sem preocupação com pontuações ou até mesmo que fizes-
se muito sentido. Sendo algo muito pessoal, acredito que cada pessoa pode ler
e interpretar de sua própria maneira.
Figuras 72 a 75.
Detalhes do Zine
“Colagistas Brasileiras”.
“Auto•Recorte
Figura 76.
O verso do Zine se transforma
em um poster A3 com o
texto “Auto • Recorte”.
Figuras 77 a 79.
Detalhes do poster A3.
5.2.3. REDES DE AFETO
35
Folder é uma O folder contém perfis da rede social a partir de uma vivência própria e dos
35
palavra em inglês
que pode significar meus interesses. Nas oficinas, era comum que tanto eu como as participantes
folheto ou brochura.
trocássemos ou citássemos contas que nos interessavam no Instagram. Deste
modo, achei que seria interessante reunir perfis que possam ajudar de algu-
ma forma as mulheres que adquirerem o material do Projeto.
Figura 80. Folders “Redes de Afeto”. Figura 81 e 82. Parte interior do Folder “Redes de Afeto”.
37
Sacos plásticoscom Para finalizar o material, junta-se a isso um pequeno saco de plástico ziplock
37
fechos herméticos.
com imagens selecionadas de meu acervo pessoal. Este contém a ideia do
“mini-kit”, que foi entregue em minha última oficina e que serviu como ideia
para a criação deste material final. A frase “use a sua Intuição” foi estampada
com serigrafia na parte da frente, uma vez que, na oficina, falo como cons-
truo as minhas colagens junto a minha própria intuição, que nada mais é que
saber qual imagem me chama mais atenção e que quero trabalhar naquele
momento.
Figuras 83 e 84.
Material “Use a
Sua Intuição”.
5.2.5. CARTÕES
Figura 85. Criei duas artes gráficas com frases como “você não está sozinha” e “o meu
Cartões “você não
está sozinha” e diferente é o mesmo que o seu”. Além de terem a finalidade de passar men-
“o meu diferente é sagens de apoio e sororidade para as participantes, possuem um tamanho
o mesmo que o seu”.
pequeno, com a ideia de serem colocados em lugares práticos e fáceis (como
Figuras 86 e 87. por ex, atrás do celular ou na carteira) para que sejam sempre vistos e sirvam
Cartões postais
com colagens feitas de lembretes diários para as participantes.
pelas participantes.
Além de adentrar sobre a técnica da collage e seus princípios, este trabalho O projeto de pesquisa acerca deste trabalho me ajudou a entender as reais
fez com que eu aprofundasse mais ainda o olhar sobre minhas criações com a necessessidades das participantes das oficinas, de forma a melhorar e tornar
colagem. Enxergo nela uma forte ferramenta de autoexpressão, no momento a experiência ainda melhor para cada mulher presente. Além disso, contribuiu
em que transfiro para o papel o que estou sentindo e o que quero trabalhar para a criação de um material de apoio para as integrantes, baseado em seus
naquele instante. A colagem me ajuda a ressignificar sentimentos, a me en- questionamentos e interesses durante os encontros. Dentro deste, foi incluido
tender e a me fortalecer como mulher, designer e artista. o zine “mulheres colagistas”, que me fez conhecer o trabalho de outras artis-
tas que também fazem da colagem um meio de comunicação com o feminino.
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi extremamente pessoal e profundo,
uma vez que, junto a outras mulheres, pude compreender que nossas histó- No preparo do material gráfico, pude aplicar tudo o que aprendi na faculdade e
rias se cruzam e se parecem, além de poder criar laços de confiança e sen- no intercâmbio. Aprimorei meu conhecimento ao redor das técnicas serigrafia
sações de pertencimento entre elas. O final da oficina é gratificante, quando e risografia, além de conseguir fazer um projeto gráfico que levasse a mi-
mulheres em júbilo se abraçam e agradecem umas as outras pelo momento nha estética dentro da colagem. Acredito que esta parte acompanha a riqueza
compartilhado. conceitual que o projeto carrega.
Durante todo o processo para a conceitualização do trabalho, tive a oportuni- Outras inspirações surgiram a partir dos estudos feitos para a estruturação do
dade de estar junto a diferentes grupos de mulheres em rodas de conversas, trabalho. Além de continuar os estudos sobre a collage, vejo a possibilidade do
feiras artísticas, eventos e até mesmo um bloco de carnaval. Tal experiência projeto Auto•Recorte não se manter apenas como oficina, mas que também
permitiu que eu conhecesse mulheres incríveis com histórias de supreração e se torne uma plataforma online que, pelo Instagram, transmita conteúdos ao
força, além de ver de perto como podemos nos ajudar e nos fortalecer, através redor da arte feminista e que alcance muitas outras mulheres, formando re-
da empatia, acolhimento e sororidade. des de contato cada vez maiores entre elas.
CONCLUSÃO 57
BIBLIOGRAFIA
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BIBLIOGRAFIA 58
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. George Braque, Tenora, 1913. 9 Figura 35. Colagem “Close”, feita por integrante da Oficina Kintsugi. 33
Figura 2. Pablo Picasso, Bottle of Vieux Marc, Glass, Figura 36. Colagem “Escrita”, feita por integrante da Oficina Kintsugi. 33
Guitar and Newspaper ,1913. 9 Figura 37. Colagem “A Força”, feita por integrante da Oficina Kintsugi. 33
Figura 3. O Cão Andaluz (1929), Luis Buñuel. 12 Figura 38. Sala do Studio Manual. 34
Figura 4. O Cão Andaluz (1929), Luis Buñuel. 12 Figura 39. Integrantes fazendo suas colagens. 34
Figura 5. Hannah Höch. Indian Dancer, 1930. 12 Figura 40. “Kit-Surpresa”. 34
Figura 6. Hannah Höch. German Girl, 1930. 13 Figura 41. Integrantes fazendo as suas colagens. 35
Figura 7. Hannah Höch. Bouquet Of Eyes, 1930. 13 Figura 42. Foto do final da Oficina. 36
Figura 8. Capa do livro de poesias de Paul Eluard, Figura 43. Colagem “Amor”. 37
Repetitions, (1982). 13 Figura 44. Colagem “Ela”. 37
Figura 9. Cartaz de divulgação do Movimento Figura 45. Colagem “Art. 37
Feminino Pela Anistia no Brasil, 1975. 16 Figura 46. Colagem “Flor e Ser”. 37
Figura 10. Jornal Brasil Mulher, 1975. 16 Figura 47. Colagem “Força”. 37
Figura 11.Poster “Cor” da série Afropunk. 29 Figura 37. Colagem “Resistência”. 37
Figura 12. Poster “Preta” da série Afropunk. 29 Figura 48. Colagem “Estranha”. 37
Figura 13.Poster “Grl Pwr” da série Afropunk. 29 Figura 49. Colagem “Sucesso”. 37
Figura 14. Poster “Afro” da série Afropunk. 29 Figura 50. Colagem “Resistência”. 37
Figura 15. Colagem Digital, Grl Pwr, 2017. 30 Figura 51. Brainstorm para a escolha do nome do projeto. 40
Figura 16. Colagem Digital, Gabriela, 2017. 30 Figura 52. Folder “Redes de Afeto”. 41
Figura 17. Colagem Manual, Haight, 2017. 31 Figura 53. Logo. 42
Figura 18. Colagem Manual, Flor e Ser, 2017. 31 Figuras 54 e 55. Cartões de visita. 42
Figura 19. Colagem Manual, Mina Navalha, 2018. 31 Figuras 56 a 59. Sketchbook. 44
Figura 20. Colagem Manual, Maternidade, 2017. 31 Figura 60 a 62. Elementos gráficos. 44
Figura 21.Colagem Manual, Tapioca, 2017. 31 Figura 63. Simulação digital. 44
Figura 22. Colagem Manual, Puta, 2017. 31 Figura 64. Universo Visual do Projeto. 45
Figura 23. Colagem Manual, Angola, 2017. 31 Figuras 65 e 66. Kits montados. 46
Figura 24. Captura do vídeo “Como Fazer Colagens Legais”. 31 Figura 67. Poster A3 Impresso em Risografia. 47
Figuras 25 a 28.Capturas das mensagens recebida pelo Instagram. 31 Figura 68. Capa da Zine “Colagistas Brasileiras”. 48
Figuras 29 e 30. Cerâmicas feitas com a técnica japonesa Kintsugi. 32 Figuras 69 e 70. Zine “Colagistas Brasileiras”. 48
Figura 31. Oficina Kintsugi. 32 Figura 71. Contracapa do Zine “Colagistas Brasileiras”. 48
Figura 32. Oficina Kintsugi. 32 Figuras 72 a 75. Detalhes do Zine “Colagistas Brasileiras”. 49
Figura 33. Colagem “Toda Boa”, feita por integrante da Oficina Kintsugi. 33 Figura 76. Poster A3 com o texto “Auto • Recorte”. 50
Figura 34. Colagem “Florida”, feita por integrante da Oficina Kintsugi. 33 Figuras 77 a 79. Detalhes do poster A3. 51
LISTA DE FIGURAS 59
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE FIGURAS 60
FONTES ICONOGRÁFICAS
Figura 1.
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Acesso em: 20 de Agosto de 2018. Disponível em: <http://www.vermelho.org.br/noticia/304997-1>
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Acesso em: 20 de Agosto de 2018. Disponível em:<https://www.thisiscolossal.com/2014/05/kintsugi-
Figura 3. the-art-of-broken-pieces/>Acesso em: 1 de Setembro de 2018.
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Acesso em: 1 de Setembro de 2018.
FONTES ICONOGRÁFICAS 61