Protocolo Atendimento Nutricional ONCOLOG

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ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL AMBULATORIAL AO PACIENTE ONCOLÓGICO

OncoLog

Cuiabá – MT

Maio/2020

Oncolog Clinica de Tratamento e Pesquisa em Hematologia e Oncologia Ltda.


Av. Miguel Sutil, 8000- Edifício Santa Rosa Tower 7º andar- Jardim Mariana- Cuiabá- MT CEP: 78040-790| Telefone: (65) 3622-4615/ 3622-4609
1.INTRODUÇÃO

O câncer é uma enfermidade que se caracteriza pelo crescimento desordenado de


células que podem invadir tecidos e órgãos adjacentes e/ou espalhar-se para outras regiões
do corpo (BRASIL, 2013). Muitos fatores influenciam o desenvolvimento do câncer, que
podem ser externos, como o meio ambiente, hábitos ou costumes próprios de um ambiente
social e cultural, ou internos, resultante de eventos que geram mutações sucessivas no
material genético das células, processo que pode ocorrer ao longo de décadas, em
múltiplos estágios (ARAB; STECK-SCOTT, 2004; ERSON; PETTY, 2006).
A perda de peso e a desnutrição são os distúrbios nutricionais mais frequentemente
observados em pacientes com câncer (40% a 80% dos casos), sendo que até 30% dos
pacientes adultos apresentam perda superior a 10% do peso (INCA, 2012).
Os tratamentos que envolvem os diferentes tipos de câncer (quimio ou radioterapia),
podem causar diversos efeitos associados a desnutrição, dentre eles, a toxicidade do TGI,
náuseas, vômitos, mucosite, diarreia, constipação, alteração no paladar, xerostomia, entre
outros. Esses sintomas, estão diretamente relacionados com a redução da ingestão
alimentar, o que pode acarretar a desnutrição e uma série de outras implicações
(GARÓFOLO; PETRILLI, 2006; RAVASCO et al., 2005; SILVA, 2006). Diante disso, é
recomendado que o seguimento ambulatorial nutricional, seja mensal ou quinzenal e que o
paciente seja acompanhado até a sua total reabilitação e autonomia. Sendo assim, todo
paciente com sequelas do tratamento com implicações nutricionais deve ser acompanhado
no seguimento ambulatorial de nutrição até sua reabilitação.

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2.AVALIAÇÃO NUTRICIONAL

A desnutrição, que frequentemente está presente no paciente oncológico, é um fator


preditor de morbimortalidade, assim, avaliar o estado nutricional do paciente oncológico em
tratamento e também em alta, é fundamental para a conduta terapêutica e para a qualidade
de vida do paciente. O paciente deve ser triado incialmente, para avaliar o risco de
desnutrição, através dos métodos de Triagem de Risco Nutricional 2002 (NRS-2002), Mini
Avaliação Nutricional –MAN versão reduzida ou Instrumento Universal de Triagem de
Desnutrição –MUST.Dessa forma, após o paciente ser triado, ocorre a avaliação
nutricional, esta, deverá ser realizada em todos os pacientes diagnosticados e em
atendimento, devendo compreender os dados de uma Avaliação Subjetiva Global (ASG) ou
Avaliação Subjetiva Global Produzida pelo Próprio Paciente (ASG-PPP), bem como dados
referentes à anamnese alimentar, exames físico e clínico. Vale considerar a ASG-PPP
reduzida, por que devido a dificuldade de aplicabilidade do instrumento, passou a ser
considerada este instrumento à sua maneira reduzida. Deve- se considerar também
sintomas do TGI, localização da doença: cabeça e pescoço, TGI ou pulmão.

2.2 MÉTODO PADRÃO: ASG PPP- podendo usar como complemento dos dados
alimentares (questionário de frequência alimentar, registro de 24/48 horas, registro
alimentar diário, ou escala de aceitação alimentar), e, podendo usar o instrumento em seu
modelo reduzido, devido a melhor aplicabilidade e resultados mais fidedignos.

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3.NECESSIDADES NUTRICIONAIS

O gasto energético (GE) no câncer pode estar aumentado ou diminuído dependendo


do tipo de tumor, estágio da doença e das formas de tratamento (KNOX, 1983). Dentre os
métodos para estimativa de GE, foi consensuado um método direto, de fácil aplicabilidade,
que utiliza a taxa calórica ideal por quilo de peso corporal, sendo este método altamente
utilizado na prática clínica (MARTINS; CARDOSO, 2000; JUSTINO et al., 2004).

3.1 RECOMENDAÇÕES CALÓRICAS: para pacientes em quimioterapia e radioterapia.

CONDIÇÃO KCAL/KG/DIA

CLÍNICA

Realimentação 20 kcal/dia

Obeso 21-25 kcal/dia

Manutenção de peso 25-30 kcal/dia

Ganho de peso 30-35 kcal/dia

Repleção 35-45 kcal/dia

3.2 REC. PROTÉICAS: para pacientes em quimioterapia e radioterapia.

CONDIÇÃO G DE PTNA/KG/DIA

CLÍNICA

Tratamento 1,0 – 1,2 g/kg

Oncológico sem

complicações

Tratamento 1,1 – 1,5 g/kg

Oncológico com

estresse moderado

Tratamento 1,5 –2,0 g/kg

Oncológico com

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estresse grave e

repleção proteica

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4.ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS PARA OS EFEITOS ADVERSOS CAUSADOS PELA
TERAPIA ANTITUMORAL

Pacientes em tratamento antitumoral apresentam vários sinais e sintomas que levam


à diminuição da ingestão diária de nutrientes que comprometem o estado nutricional.
Durante o tratamento antitumoral, os pacientes oncológicos podem evoluir para desnutrição
moderada ou grave e, cerca de 20% desses pacientes, morrem em decorrência da
desnutrição e não da doença maligna (OTTERY, 1994). A desnutrição leva ao aumento da
morbimortalidade e da toxicidade causada pela quimio e radioterapia, resultando em
aumento no tempo de internação e dos custos hospitalares. Tudo isso prejudica a condição
geral do paciente e sua qualidade de vida (SENESSE et al., 2008). Cerca de 60% dos
pacientes com câncer são desnutridos e esse percentual aumenta para 81% naqueles que
estão em cuidados paliativos. Aproximadamente 70% apresenta alguma dificuldade para
se alimentar. Mais da metade dos pacientes necessita de aconselhamento nutricional e
controle dos sintomas que interferem na ingestão de alimentos e cerca de 30% necessitam
de suplemento nutricional (MARIN et al., 2008).

4.1Tratamento de radioterapia e os possíveis efeitos colaterais relacionados a


nutrição

Área do corpo irradiada Efeito colateral


Cérebro e coluna Náusea e vômitos
Língua, cordas vocais, amídalas, glândulas Xerostomia, dificuldade ou dor para deglutir,
salivares, cavidade nasal e faringe. alteração do paladar, dor na cavidade oral, saliva
espessa.

Pulmão, esôfago e mama. Dificuldade e dor para deglutir


Intestino, próstata, útero, reto e pâncreas. Inapetência, náusea, vômito, diarréia, gazes,
inchaço.
Fonte: National Comprehensive Cancer Network

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4.2.TERAPIA NUTRICIONAL NOS PRINCIPAIS EFEITOS ADVERSOS

Sítio de GRAU 1 GRAU 2 GRAU 3 GRAU 4


Toxidade
MUCOSITE  Dieta sem  Dieta com  Dieta sem  Suporte
alimentos ácidos; alimentos em Tº morna ou alimentos de Enteral ou
fria; consistência dura e Parenteral.
 Dieta com seca;
menos sal.  Introdução de
módulo de GLUTAMINA –  Introdução
fica a critério - dados de módulo de
clínicos consistentes são Glutamina – fica a
insuficientes para critério - dados
recomendar. clínicos consistentes
são insuficientes para
 Oferta de gelatina recomendar.
com xilocaína – 1 frasco
de 20 ml para 2 caixas de  Oferta de
gelatina. Bebidas
hipercalóricas.

 Oferta de
gelatina com
xilocaína – 1 frasco
de 20 ml para 2
caixas de gelatina.

NÁUSEA  Fracionamen  Ofertar alimentos  Introdução  Ofertar


to das refeições em 6- sem odor muito forte de bebidas alimentos da
8/dia. antieméticas (c/ preferência do
 Ofertar alimentos gengibre) na paciente
mornos. colação e merenda;

 Oferta de
alimentos de fácil
digestão.

VÔMITO  Fracionamen  Ofertar alimentos  Idem Grau 2;  Suporte em


to das refeições em sem odor muito forte; TNP.
6-8/dia.  Ofertar SVO.
 Ofertar alimentos
mornos;

 Oferta de
alimentos de fácil
digestão;

 Introdução de
bebidas antieméticas (c/
gengibre) na colação e
merenda.

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CONSTIPA  Ofertar  Ofertar alimentos  Ofertar  Dieta zero
ÇÃO alimentos como como mamão, ameixa, alimentos como para procedimento
mamão, ameixa, aveia, linhaça, granola... ; mamão, ameixa, cirúrgico.
aveia, linhaça, aveia, linhaça,
granola... ;  Ofertar FIBRAS granola... ;
SOLUVEIS 2x/dia;
 Ofertar  Ofertar
FIBRAS SOLUVEIS  Ofertar bastante FIBRAS SOLUVEIS
1x/dia; líquido. 3x/dia;

 Ofertar
bastante líquido.

4.3 OUTROS EFEITOS E SUAS CONDUTAS

ANOREXIA

 Conscientizar o paciente da necessidade de comer, apesar da inapetência;


 Ajustar a ingestão atual para o ideal;
 Aumentar o fracionamento da dieta e reduzir o volume por refeição, oferecendo de
6 a 8 refeições ao dia;
 Aumentar a densidade calórica e proteica das refeições;
 Estimular lanches calóricos na consistência e textura adaptada à melhor preferência
do paciente;
 Estimular o aumento de consumo de alimentos de melhor tolerância;
 Em caso de aporte nutricional insuficiente, associar com TNO hipercalórico e
hiperproteico palatável ao paciente de 2 a 3 vezes ao dia;

Orientar o paciente a:

 Consumir alimentos com boa fonte de proteína de alto valor biológico;


 Escolher líquidos ricos em calorias;
 Manter lanches prontos para beliscar;
 Fazer a principal refeição em horários em que sentir mais fome.

DIGEUSIA E DISOSMIA

 Conscientizar o paciente da necessidade de comer, apesar da disgeusia e da


disosmia;
 Estimular a ingestão de alimentos mais prazerosos;
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 Aumentar o fracionamento da dieta, oferecendo de 6 a 8 refeições ao dia;
 Modificar a consistência dos alimentos conforme aceitação, liquidificando-os quando
necessário;
 Em caso de aporte nutricional insuficiente, associar com TNO hipercalórico e
hiperproteico palatável ao paciente, de 2 à 3 vezes ao dia;

Orientar o paciente a:
 Preparar pratos visualmente agradáveis e coloridos;
 Lembrar do sabor dos alimentos antes de ingeri-los;
 Dar preferência a alimentos com sabores mais fortes;
 Utilizar gotas de limão nas saladas e bebidas como sucos de frutas, chás e água;
 Utilizar ervas aromáticas e condimentos nas preparações para realçar o sabor.

NÁUSEAS E VÔMITOS

 Conscientizar o paciente da necessidade de comer, apesar das náuseas e dos


vômitos, apesar das náuseas e dos vômitos, oferecendo uma segunda vez a
refeição, aproximadamente 20 min após a primeira oferta;
 Aumentar o fracionamento da dieta e reduzir o volume por refeição, oferecendo de
6 a 8 refeições ao dia;
 Dar preferência a alimentos mais secos, cítricos, salgados e frios ou gelados;
 Adequar a consistência à tolerância do paciente;
 Em caso de aporte nutricional insuficiente, associar com TNO hipercalórico e
hiperproteico, palatável ao paciente, fracionado em pequenos volumes, gelado ou
congelado;

Orientar o paciente a:

 Manter a higiene oral;


 Evitar jejuns prolongados;
 Mastigar ou chupar gelo 40 min antes das refeições;
 Evitar frituras e alimentos gordurosos;
 Evitar alimentos e preparações que exalem odor forte e procurar realizar as refeições
em locais arejados;
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 Evitar preparações e alimentos muito doces;
 Evitar beber líquidos durante as refeições, utilizando-os em pequenas quantidades
nos intervalos, preferencialmente gelados (ex.: picolé);
 Manter cabeceira elevada (no mínimo 45°) durante e após as refeições;
 Utilizar gengibre em infusão, como tempero ou adicionado a sucos (antinauseante);

XEROSTOMIA

 Conscientizar o paciente da necessidade de comer, apesar da xerostomia;


 Conscientizar o paciente de que a xerostomia pode ocorrer até alguns anos após o
término do tratamento;
 Estimular o consumo de água, no mínimo 2 l ao dia, e líquidos em geral até 3 l ao
dia;
 Estimular a ingestão de alimentos mais prazerosos;
 Adequar a consistência dos alimentos, conforme aceitação do paciente;
 Evitar o consumo de café, chá e refrigerantes que contenham cafeína;
 Em caso de aporte nutricional insuficiente, associar com TNO hipercalórico e
hiperproteico, de 2 a 3 vezes ao dia;
Orientar o paciente a:

 Manter higiene oral e hidratação labial;


 Dar preferência a alimentos umedecidos, adicionar caldos e molhos às preparações;
 Utilizar gotas de limão nas saladas e bebidas;
 Ingerir quantidade necessária de líquidos junto com as refeições para facilitar a
mastigação e a deglutição;
 Utilizar balas cítricas e mentoladas sem açúcar;
 Usar ervas aromáticas como tempero nas preparações, evitando sal e condimento;

MUCOSITE E ÚLCERAS ORAIS

 Conscientizar o paciente da necessidade de comer, apesar da mucosite;


 Aumentar o fracionamento da dieta, oferecendo de 6 a 8 refeições por dia;
 Modificar a consistência da dieta, de acordo com o grau de mucosite (I, II, III);

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 Diminuir ou retirar sal e condimentos das preparações, de acordo com o grau da
mucosite;
 Ofertar, na dieta oral, sucos e fórmulas lácteas além de suplementos;
 Em caso de aporte nutricional insuficiente, associar com TNO hipercalórico e
hiperproteico, de 2 a 3 vezes ao dia;

Orientar o paciente a:

 Manter a higiene oral;


 Utilizar talheres pequenos;
 Utilizar canudos para ingerir líquidos;
 Evitar alimentos secos, duros, cítricos e picantes, líquidos abrasivos e bebidas
gaseificadas;
 Utilizar alimentos à temperatura ambiente, fria ou gelada;
 Consumir alimentos mais macios e pastosos;
 Disfagia - Conscientizar o paciente da necessidade de comer.

DISFAGIA

 Conscientizar o paciente da necessidade de comer, apesar da disfagia;


 Modificar a consistência da dieta conforme o grau da disfagia e de acordo com as
orientações do fonoaudiólogo;
 Em caso de disfagia a líquidos, indicar o uso de espessantes industrializados e
naturais (amido de milho, tapioca, farináceos enriquecidos);
 Aumentar o fracionamento da dieta, oferecendo de 6 a 8 refeições ao dia;
 Aumentar a densidade calórica e proteica das refeições;
 Em caso de aporte nutricional insuficiente, associar com TNO hipercalórico e
hiperproteico, palatável ao paciente, de 2 a 3 vezes ao dia;

Orientar o paciente a:

 Evitar alimentos secos e duros;


 Ingerir pequenos volumes de líquidos junto às refeições para facilitar a mastigação
e a deglutição;
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 Dar preferência a alimentos umedecidos;
 Usar preparações de fácil mastigação e deglutição, conforme tolerância;
 Manter cabeceira elevada para alimentar-se;

ODINOFAGIA

 Conscientizar o paciente da necessidade de comer, apesar da odinofagia;


 Modificar a consistência da dieta de acordo com a aceitação do paciente (intensidade
da dor);
 Aumentar o fracionamento da dieta e reduzir o volume por refeição, oferecendo de
6 a 8 refeições ao dia;
 Quando necessário, utilizar complementos nutricionais com flavorizantes não
cítricos.

Orientar o paciente a:

 Evitar alimentos secos e duros - Utilizar alimentos em temperatura ambiente -


Utilizar dieta hipolipídica - Diminuir o sal das preparações - Dar preferência a
alimentos na consistência pastosa (carnes macias, bem cozidas, picadas, desfiadas
ou moídas) ou liquidificados - Usar papas de frutas e sucos não ácidos - Mastigar
bem os alimentos evitando a aerofagia - Evitar condimentos ácidos que possam
irritar a mucosa

DIARRÉIA

 Conscientizar o paciente da necessidade de comer, apesar da diarreia;


 Aumentar o fracionamento da dieta e reduzir o volume por refeição, oferecendo de
6 à 8 refeições ao dia;
 Avaliar a necessidade de restrição de lactose, sacarose, glúten, cafeína;
 Considerar o uso de prebiótico, probiótico ou simbiótico;
 Aumentar o consumo de líquidos para, no mínimo, 3 l ao dia;
 Em caso de aporte nutricional insuficiente, iniciar TNO hipercalórico e
hiperproteico,com fibra solúvel ou fruto-oligossacarídeo (prebiótico) isento de
glúten, lactose e sacarose, de 2 á 3 vezes ao dia.

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Orientar o paciente a:

 Evitar alimentos flatulentos;


 Utilizar dieta pobre em fibras insolúveis e adequada em fibras solúveis;
 Evitar alimentos e preparações gordurosas e condimentadas;
 Evitar café e bebidas carbonatadas;
 Evitar temperaturas extremas;
 Ingerir líquidos isotônicos entre as refeições, em volumes proporcionais às perdas.

CONSTIPAÇÃO INTESTINAL

 Conscientizar o paciente da necessidade de comer, apesar da constipação intestinal;


 Orientar refeições em intervalos regulares, de 5 a 6 refeições ao dia;
 Orientar a ingestão de alimentos ricos em fibras e com características laxativas;
 Considerar o uso de prebiótico, probiótico ou simbiótico e suplementação de fibras
dietéticas;
 Estimular a ingestão hídrica acima de 2l por dia;
 Estimular a prática de exercícios físicos conforme mobilidade do paciente;
 Consumir líquidos aquecidos em torno de meia hora antes da presença do reflexo
gastrocólico em jejum, que ocorre principalmente após o desjejum;

NEUTROPENIA

 Neutropenia moderada (neutrófilos entre 1.500 e 500 células/mm3 ):

Não se recomenda o uso de probióticos.

• Orientar o paciente a: - Higienizar frutas e verduras com sanitizantes - Utilizar água


potável filtrada ou fervida - Ingerir apenas frutas de casca grossa, consumindo apenas a
polpa - Ingerir frutas de casca fina somente cozidas - Ingerir vegetais, condimentos,
oleaginosas e grãos somente coccionados - Ingerir leites e derivados somente
pasteurizados - Ingerir carnes e ovos somente bem coccionados - Utilizar preparações
produzidas por estabelecimentos que tenham todos os cuidados adequados à segurança
alimentar

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 Neutropenia grave (neutrófilos < 500 células/mm3 ):

Orientar a utilização de dieta “baixa bactéria” (alimentos bem coccionados)

• Não se recomenda o uso de probióticos.

• Orientar o paciente a: - Ingerir alimentos processados em embalagens individuais -


Utilizar preparações produzidas por estabelecimentos que tenham todos os cuidados
adequados à segurança alimentar

SACIEDADE PRECOCE

 Conscientizar o paciente da necessidade de comer, apesar da saciedade precoce;


 Modificar as fibras da dieta por meio de cocção e/ou trituração para reduzir a
saciedade;
 Aumentar o fracionamento da dieta e reduzir o volume por refeição, oferecendo de
6 à 8 refeições ao dia;
 Aumentar a densidade calórica e proteica das refeições;
 Em caso de aporte nutricional insuficiente, associar com TNO hipercalórico e
hiperproteico, palatável ao paciente, com baixo volume, de 2 à 3 vezes ao dia;

Orientar o paciente a:

 Dar preferência à ingestão de legumes cozidos e frutas sem casca e bagaço;


 Priorizar sucos mistos de legumes com frutas, ao invés de ingerir separadamente e
na forma in natura;
 Dar preferência à ingestão de grãos em geral liquidificados ou somente o caldo de
sua preparação;
 Adicionar cremes e molhos hipercalóricos não hiperlipídicos em legumes cozidos;
 Não ingerir líquidos durante as refeições;
 Utilizar carnes magras, cozidas, picadas, desfiadas ou moídas em pequenas
porções;
 Evitar alimentos e preparações gordurosas;
 Evitar a ingestão de bebidas gaseificada;

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5. FITOTERÁPICOS

Na literatura, é evidenciado o uso do gengibre como um fitoterápico utilizado


para náuseas e vômitos.

 Embora o mecanismo de ação exato seja desconhecido, vários componentes ativos


dentro do gengibre (ou seja, gingerols shogoals zingibereno zingerona e paradol têm
sido identificados exercendo efeitos sobre várias áreas relacionadas na
fisiopatologia das náuseas e dos vômitos induzidos pela quimioterapia (pode evitar
arritmias gástricas por meio da inibição da produção das prostaglandinas)

 A maior redução dos sintomas ocorreu com os participantes que receberamcápsulas


com 0 5 e 1 0 g de gengibre;

 No Brasil, os produtos disponíveis no mercado são amido do gengibre, balas


ecristais de gengibre e bebida alcoólica com gengibre, além do gengibre em pó e
encapsulado;

 No entanto, permanece duvidoso quanto a dose segura e eficaz de acordo com a


fase do tratamento, o peso e a idade, impossibilitando consensuar o seu uso.

 Dessa forma, e em razão da falta de vivência clínica na população oncológica,


permanece inviável, nesse momento, consensuar recomendações à prática douso
de fitoterápicos em pacientes oncológicos, embora muitos avanços já tenham
ocorrido, vislumbrando um futuro promissor para essa prática.

 Fica então o uso do gengibre, a critério, e individualização de cada paciente e sua


fase se tratamento, sempre alinhado ao nutricionista responsável, que vai avaliar a
tolerância e eficácia;

6.ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS PARA PACIENTES DE ALTA – SOBREVIVENTES


DO CÂNCER

 Preconiza-se que os sobreviventes de câncer se envolvam em atividade física


regular, com liberação médica e acompanhamento de um profissional;

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 Em sobreviventes de câncer recomenda-se manter um peso saudável (IMC 18,5 e
25 kg/m2) e manter um estilo de vida saudável pós tratramento, que inclui ser
fisicamente ativo e uma dieta baseada em vegetais, frutas e grãos integrais e pobre
em gordura saturada, carne vermelha e álcool;

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REFERÊNCIAS

Buchholz TA, Theriault RL, Niland JC, et al: The use of radiation as a component of breast conservation
therapy in National Comprehensive Cancer Network Centers. J Clin Oncol 24:361-369, 2006

CONSENSO NACIONAL DE NUTRIÇÃO ONCOLÓGICA. INCA. Rio de Janeiro, 2015. Disponível em: <
http://www1.inca.gov.br/inca/Arquivos/consensonacional-de-nutricao-oncologica-2-
edicao_2015_completo.pdf >. Acesso em: 25 de jan. de 2019.

ESPEN guidelines on nutrition in cancer patients Arends, Jann et al. Clinical Nutrition, Volume 36, Issue 1, 11
– 48,2017.

INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA. Inquérito Brasileiro de Nutrição
Oncológica. Rio de Janeiro, 2013.

GARÓFOLO,Adriana; PETRILLI, Antônio Sérgio. Balanço entre ácidos graxos ômega-3 e 6 na resposta
inflamatória em pacientes com câncer e caquexia. Revista de
Nutrição. Vol.19 no.5, Campinas: Sept./Oct. 2006.

PINHO, Nivaldo Barroso. Efeito da orientação nutricional e da terapia nutricional enteral e oral no período pré-
operatório em indivíduos com tumor de cabeça e pescoço submetidos ao tratamento cirúrgico. Universidade
federal do Rio de janeiro, Rio de Janeiro, 2007.

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