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Anatomia e Fisiologia Humana 2

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ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA

ESTRUTURA DO CORPO HUMANO

O corpo humano possui seis níveis de organização estrutural: o químico, o


celular, o tecidual, o orgânico, o sistêmico e o de organismo.
Nível químico: inclui todas as substâncias químicas necessárias para manter
a vida. As substâncias químicas são constituídas de átomos, a menor unidade de
matéria, e alguns deles, como o carbono (C), o hidrogênio (H), o oxigênio (O), o
nitrogênio (N), o cálcio (Ca), o potássio (K) e o sódio (Na) são essenciais para a
manutenção da vida. Os átomos combinam-se para formar moléculas. Exemplos
familiares de moléculas são as proteínas, os carboidratos, as gorduras e as vitaminas.
As moléculas, por sua vez, combinam-se para formar o próximo nível de organização: o
nível celular.
Nível celular: Qualquer organismo vivo é composto de células. As células
são unidades estruturais e funcionais básicas de um organismo. É nelas que se
executam as atividades metabólicas. Entre os muitos tipos de células existentes em seu
corpo estão as células musculares, nervosas e sanguíneas. Cada uma tem estruturas
diferentes e cada uma desenvolve uma função diferente.
Nível tecidual: Os tecidos são grupos de células semelhantes na aparência,
função e origem embrionária que, juntas, realizam uma função particular. Os tipos
básicos de tecido são: tecido epitelial, tecido de sustentação, tecido sanguíneo, tecido
muscular e tecido nervoso.
Nível orgânico: quando diferentes tipos de tecidos estão unidos formam o
nível orgânico. Os órgãos são compostos de dois ou mais tecidos diferentes, têm
funções específicas e geralmente apresentam uma forma reconhecível. Exemplos de
órgãos: o coração, os pulmões, o cérebro, etc.
Nível sistêmico: Um sistema consiste de órgãos relacionados que
desempenham uma função comum. Exemplo: O sistema digestório que funciona na
digestão e na absorção dos alimentos é composto pelos seguintes órgãos: boca,
glândulas salivares, faringe (garganta), esôfago, estômago, intestino delgado, intestino
grosso, fígado, vesícula biliar e pâncreas. O sistema é a base para o plano estrutural
geral de um corpo.
Organismo: O mais alto nível de organização é o organismo. Todos os
sistemas do corpo, funcionando como um todo compõe o organismo = um ser vivo.

Exemplo de interação entre os sistemas: consideramos como dois


sistemas do corpo – os sistemas tegumentar e esquelético – cooperam entre si. O
sistema tegumentar (pele, pêlos e unhas) protege todos os sistemas do corpo, incluído o
sistema ósseo, por meio da função de barreira entre o ambiente externo e os tecidos e
os órgãos internos. A pele (cútis) também está envolvida na produção de vitamina D, da
qual o corpo necessita para a utilização apropriada de cálcio (mineral necessário para o
crescimento e desenvolvimento dos ossos).
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O sistema esquelético, por sua vez fornece sustentação para o sistema


tegumentar. A essas interações entre os sistemas dá-se o nome de Aparelho.

Processos Vitais
Todos os organismos vivos apresentam certas características que os
diferenciam das coisas não vivas.

Os processos vitais importantes no ser humano são:


O metabolismo (metábole=mudança): que é a soma de todos os processos
químicos que ocorrem no corpo. Uma fase do metabolismo, chamada de catabolismo
(cata=para baixo), envolve o desdobramento de moléculas complexas em moléculas
menores e mais simples. Um exemplo é a quebra de proteínas alimentares em seus
constituintes, os aminoácidos. A outra fase do metabolismo, chamada de anabolismo
(ana=para cima), utiliza energia gerada pelo catabolismo para a construção dos
componentes estruturais e funcionais do corpo. Um exemplo de anabolismo é a síntese
protética que forma músculo e ossos.
A responsibilidade é a capacidade de detectar e responder às mudanças no
meio externo (ambiente fora do corpo). Células diferentes detectam diferentes
alterações e respondem de maneira característica. Por exemplo, os neurônios (células
nervosas) respondem por meio da geração de sinais elétricos, conhecidos como
impulsos nervosos e, algumas vezes, transportam-nos por longas distâncias, como entre
o seu grande dedo do pé e o seu encéfalo. O movimento inclui o movimento do corpo
inteiro, de órgãos individuais, de células individuais ou mesmo de estruturas
intracelulares. Por exemplo, a contração coordenada de diversos músculos da perna
move o seu corpo todo de um lugar a outro quando você caminha ou corre. Durante a
digestão; a comida move-se para fora do estômago em direção ao intestino delgado.
O crescimento refere-se ao aumento em tamanho. Ele pode ser devido a um
aumento do tamanho das células existentes; do número de células ou da quantidade de
substância intercelulares.
A diferenciação é o processo pelo qual as células não especializadas
tornam-se células especializadas. As células diferenciadas diferem estrutural e
funcionalmente de suas originárias. Por exemplo: após a união do espermatozoide com
o óvulo, o ovo fecundado sofre várias diferenciações e progride, por meio de vários
estágios, a um indivíduo único, que é similar a seus pais, porém bastante diferentes
deles.
A reprodução refere-se à formação de novas células para reparo ou
reposição, ou à produção de um novo indivíduo.
A manutenção de condições estáveis para suas células é uma função
essencial para o corpo humano, a qual os fisiologistas chamam de homeostase. A
homeostase (homeo = igual; stasis
= ficar parado) é uma condição na qual o meio interno do corpo permanece
dentro de certos limites fisiológicos. O meio interno refere-se ao fluido entre as células,
chamado de líquido intersticial (intercelular). Um organismo é dito em homeostase
quando seu meio contém a concentração apropriada de substâncias químicas, mantém
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a temperatura e a pressão adequadas. Quando a homeostase é perturbada, pode


resultar a doença. Se os fluidos corporais não forem trazidos de volta à homeostase,
pode ocorrer a morte.

A BASE DA VIDA: CÉLULAS E TECIDOS

A Célula
A célula é a unidade biológica e funcional dos organismos vivos. Possuem
uma grande diversidade de origens, tamanhos, formas, ciclo vital e funções, além de
serem dotadas de incrível dinâmica. Nelas a vida se manifesta de forma independente e
ativa. As células são entidades vivas dotadas de uma complexidade estrutural e
funcional superior, permitindo-lhes uma infinidade de capacidades e transformações que
são próprias da vida.
Quanto à estrutura, as células podem apresentar dois modelos: o procarionte
e o eucarionte, sendo este último do tipo animal e do tipo vegetal.
Com relação ao tamanho, são, em sua grande maioria, menores do que a
capacidade de resolução do olho humano, portanto só podem ser observadas
com uso de microscópios (células microscópicas).
Quanto à forma, as células são dotadas de grande dinamismo e apresentam
formas extremamente variáveis. A grande maioria das células possui forma
constante (cúbica, esférica, prismática, estrelada, ramificada, fusiforme e outras),
porém algumas modificam continuamente sua forma sendo denominadas
polimorfas, como os leucócitos (glóbulos brancos). Normalmente, a forma das
células dos animais e vegetais é condicionada pela função que desempenham no
organismo.
Quanto ao ciclo vital, podemos dizer que as células possuem longevidade muito
variável conforme à espécie. No organismo humano, há células que duram muitos
anos, já outras têm a sua duração contada em dias e outras, ainda,
acompanham o indivíduo por toda sua vida. Sob esse ponto de vista, as células
são classificadas em lábeis (células de curta duração, Ex: hemácias), estáveis
(podem durar meses ou anos, Ex: células epiteliais) e permanentes ( duram toda
a vida, Ex: neurônios)

Constituição das células:


Os elementos que constituem a célula são: a membrana celular (plasmática),
o núcleo, e o citoplasma. No citoplasma ainda são encontradas várias estruturas, tais
como: ribossomos, lisossomos, mitocôndrias, complexo de Golgi, vacúolos, retículo
endoplasmático, centríolos e outros.

Os Tecidos

“Tecido é um conjunto de células da mesma natureza, diferenciadas em


determinado sentido para poderem realizar a sua função própria” (SCHUMACHER).
Para considerarmos que um determinado grupo de células forma um tecido é
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necessário que estas apresentem a mesma função. Os tecidos fundamentais nos


animais são: Epitelial, de Sustentação, Hematopoiético, Muscular e Nervoso.

Tipos de Tecidos
Tecido epitelial
Compõe-se quase exclusivamente de células e tem a função de cobrir
superfícies. Apresenta células justapostas, ou seja, bem encaixadas, com pouquíssima
substância intersticial e com grande coesão. Nos epitélios nunca se encontram
vasos sanguíneos. Destacam-se os tecidos epiteliais de revestimento e o glandular.
O tecido epitelial de revestimento recobre a superfície externa do corpo e
protege as suas cavidades internas. É formado por células chatas dispostas em
números camadas, o que evita a perda excessiva de água. Os tecidos de revestimento
externo protegem o organismo contra desidratação, atrito e invasão bacteriana. O tecido
epitelial de revestimento forma a pele, as mucosas (boca, nariz, etc.) e as serosas –
membranas que revestem alguns órgãos como: pulmão (pleura), coração (pericárdio),
abdome (peritônio).
O tecido epitelial glandular, além de revestir, forma glândulas, que
produzem e eliminam substâncias necessárias nas superfícies dos tecidos. As glândulas
podem ser:
Exócrinas: quando lançam o produto de secreção na superfície, ou seja, eliminam
suas secreções para fora do corpo ou para a cavidade dos órgãos. Ex: glândulas
sudoríparas, lacrimais etc.
Endócrinas: quando a glândula elimina a secreção diretamente nos vasos
sanguíneos como a tireoide, a hipófise etc.
Mesócrinas (mistas): possuem ao mesmo tempo uma parte exócrina e outra
endócrina como o pâncreas e o fígado.

Tecido de Sustentação
Os tecidos de sustentação forram todos os epitélios, ocupam todos os
intervalos situados entre os órgãos. São constituídos por células unidas entre si por
muita substância intersticial. Suas principais funções são: Sustentação; Preenchimentos
e Ligação; Defesa; Nutrição; Armazenamento.
Têm como características a presença de um vasto espaço extracelular que
contém fibras (elásticas, colágenas e reticulares), substância fundamental amorfa e
grande quantidade de material intracelular. Os tecidos de sustentação dividem-se em
vários grupos sendo os mais importantes: Tecido conjuntivo, tecido adiposo, tecido
cartilaginoso e tecido ósseo. Descritos abaixo:
O tecido conjuntivo é encontrado abaixo do epitélio e tem a função de sustentar e
nutrir tecidos não vascularizados. Pode ser denso ou frouxo (propriamente dito).
As fibras colágenas são grossas, flexíveis e resistentes, são formadas por uma
proteína denominada colágeno. As fibras elásticas são mais finas que as
colágenas, têm grande elasticidade e são formadas por uma proteína
denominada elastina.
O tecido adiposo é constituído principalmente por células adiposas. São
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acúmulos de tecido gorduroso localizado sob a pele ou nas membranas que


revestem os órgãos internos.
Por exemplo, no tecido subcutâneo do abdome e das nádegas, ele funciona como
reservatório de gordura, amortecedor de choques e contribui para o equilíbrio
térmico.
O tecido cartilaginoso tem consistência mais rígida que os tecidos conjuntivos.
Ele forma as cartilagens como as orelhas, a extremidade do nariz, a laringe, a
traqueia, os brônquios e as extremidades ósseas. Suas células são os
condrócitos, que ficam mergulhados numa substância intersticial densa e não se
comunicam. A substância intersticial pode apresentar fibras colágenas e
elásticas, em diferentes proporções, que lhe conferem maior rigidez ou maior
elasticidade.
O tecido ósseo é o tecido de sustentação que apresenta maior rigidez. Forma os
ossos dos esqueletos dos vertebrados. É constituído por células chamadas
osteócitos e por uma substância intersticial compacta e resistente. As células se
acham alojadas em cavidades da substância intersticial e se comunicam umas
com as outras por meio de prolongamentos finos. É constituído por grande
quantidade de fibras colágenas, dispostas em feixes, entre os quais se depositam
cristais, principalmente de fosfato de cálcio. A grande resistência do tecido ósseo
resulta dessa associação de fibras colágenas com o fosfato de cálcio.
Tecido Hematopoiético (Sanguíneo)
Tem esse nome devido à junção de dois termos gregos (hemato=sangue,
poiese=formação),sua função é produção de células do sangue.
O sangue é um tipo especial de tecido que se movimenta por todo o corpo,
servindo como meio de transporte de materiais entre as células.
É formado 60% por uma parte líquida (o plasma) e 40% por células
(eritrócitos ou hemácias, leucócitos e trombócitos ou plaquetas.
O plasma contém inúmeras substâncias dissolvidas: aproximadamente 90% de
água e 10% de sais (Na, Cl, Ca, etc.), glicose, aminoácidos, colesterol, uréia,
hormônios, anticorpos etc. A grande quantidade de água facilita o desempenho
das funções do plasma que são o transporte das células sanguíneas pelo
corpo e o transporte de substâncias nutritivas.
Os eritrócitos ou hemácias, são encontrados numa porção de 5 milhões por mm 3,
apresentam forma de disco e não possuem núcleo nem organelas. Sua forma
facilita a penetração e saída de oxigênio, o que é importante para a função
dessas células, que é transportar oxigênio e gás carbônico. Têm origem na
medula óssea junto com os leucócitos.
Os leucócitos são células incolores nucleadas e contém as demais organelas
celulares encontradas numa porção de 8 mil por mm 3, tendo quase o dobro do
tamanho das hemácias. Encarregados da defesa do organismo, eles produzem
anticorpos e fagocitam microorganismos invasores e partículas estranhas.
Apresentam a capacidade de passar pelas paredes dos vasos sanguíneos para o
tecido conjuntivo, fenômeno chamado de diapedese.
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Tecido Muscular
Com o termo “músculo” nos referimos a um conjunto de células musculares
organizadas, unidas por tecido conectivo. Cada célula muscular é chamada fibra, essas
fibras se agrupam em feixes e cada músculo é composto por muitos feixes de fibras.
Essas células são capazes de se contrair e conferem ao tecido muscular a
capacidade de movimentar o corpo. O movimento, no entanto, não é patrimônio
exclusivo do músculo. Existe uma grande variedade de células capazes de mover-se,
como por exemplo, os glóbulos brancos, que viajam pelo sangue até os tecidos onde
vão atuar.
No corpo humano há três tipos de músculos:
Estriado (voluntário ou esquelético),
Liso (involuntário)
Cardíaco (forma as paredes do coração).

Tecido Nervoso
É um tecido formado por células altamente especializadas chamadas
neurônios e uma substância intercelular com células menores que
constituem a neuroglia.
O tecido nervoso caracteriza-se por ser especializado na condução de estímulos.
A célula nervosa tem forma estrelada, dotadas de numerosos prolongamentos
denominados dendritos; destes, um se destaca por ser longo e pouco ramificado, o
axônio ou cilindro-eixo, que pode medir até cerca de um metro. Ao contato do axônio-
dendrito, axônio-corpo de neurônio ou axônio-músculo, dá-se o nome de sinapse.
O neurônio é uma célula muito especializada (altamente diferenciada), cujas
propriedades de excitabilidade e condução são as bases das funções do sistema.
Caracteriza-se por ser uma célula sem capacidade de reprodução, e o material nervoso
encontra-se protegido por estruturas ósseas como a caixa craniana 9 encéfalo) e a
coluna vertebral (medula espinhal).
Da reunião de vários axônios forma-se o nervo. Nervos são estruturas em
forma de cordões, ramificadas, que se prolongam do encéfalo (nervos cranianos) e da
medula (nervos raquianos), a fim de se distribuírem por todo organismo. É da reunião
dos nervos que se forma a fibra nervosa.

SISTEMA DIGESTÓRIO

A alimentação é a fonte de nutrientes que servem para a síntese de matéria


viva (protoplasma) e obtenção de energia para as funções vitais. Os alimentos podem
ser classificados quanto a sua origem em dois grandes grupos: os orgânicos e os
inorgânicos.
Alimentos inorgânicos são aqueles presentes na natureza e não foram
sintetizados por organismos vivos. Em geral, não tem necessidade de passar por
transformação no trato digestivo como a água e os sais minerais. Já os alimentos
orgânicos são aqueles que foram sintetizados por organismos vivos (como plantas e
animais), tomando características diferenciadas. Esses alimentos podem ser
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classificados, para fins didáticos, em Carboidratos (glicídios), Lipídios (gorduras) e


Proteínas.
Digestão é a transformação de nutrientes (vindos dos alimentos) em
substâncias menos complexas e absorvíveis pelo organismo e assimiláveis pelas
células. Pode ser digestão intracelular e extracelular.
Nutrição é a incorporação de novos materiais estruturais e energéticos ao
patrimônio celular e orgânico do indivíduo.

Anatomia e Fisiologia do Sistema Digestório


O sistema digestório humano é formado por um longo tubo musculoso, ao
qual estão associados órgãos e glândulas que participam da digestão (extracelular).
Apresenta os seguintes orgãos: boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado,
intestino grosso e ânus. A parede do tubo digestivo, do esôfago ao intestino, é formada
por quatro camadas: mucosa, submucosa, muscular e adventícia.

BOCA
A abertura pela qual o alimento entra no tubo digestivo é a boca. Aí se
encontram os dentes e a língua, que preparam o alimento para a digestão, por meio da
mastigação. Os dentes reduzem os alimentos em pequenos pedaços, misturando-os à
saliva, o que irá facilitar a futura ação das enzimas.

Características dos dentes


Os dentes são estruturas duras, calcificadas, presas ao maxilar superior e
mandíbula, cuja atividade principal é a mastigação. Estão implicados, de forma direta, na
articulação das linguagens.
Tipos de dentes
Em sua primeira dentição, o ser humano tem 20 peças que recebem o nome
de dentes de leite. À medida que os maxilares crescem, estes dentes são substituídos
por outros 32 do tipo permanente. As coroas dos dentes permanentes são de três tipos:
os incisivos, os caninos ou presas e os molares.
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A LÍNGUA
A língua movimenta o alimento empurrando-o
em direção a garganta, para que seja engolido. Na
superfície da língua existem dezenas de papilas
gustativas, cujas células sensoriais percebem os quatro
sabores primários: amargo (A), azedo ou ácido (B),
salgado (C) e doce (D). De sua combinação resultam
centenas de sabores distintos. A distribuição dos quatro
tipos de receptores gustativos, na superfície da língua,
não é homogênea.

AS GLÂNDULAS SALIVARES
A presença de alimento na boca, assim como sua visão e cheiro, estimulam as
glândulas salivares a secretar saliva, que contém a enzima amilase salivar ou ptialina,
além de sais e outras substâncias. A amilase salivar digere o amido e outros
polissacarídeos (como o glicogênio), reduzindo-os em moléculas de maltose
(dissacarídeo). Três pares de glândulas salivares lançam sua secreção na cavidade
bucal: parótida, submandibular e sublingual:

Glândula parótida - Com massa variandoentre


14 e 28 g, é a maior das três; situa-se na parte
lateral da face, abaixo e adiante do pavilhão da
orelha.
Glândula submandibular - É arredondada, mais
ou menos do tamanho de uma noz.
Glândula sublingual - É a menor das três; fica
abaixo da mucosa do assoalho da boca.

Os sais da saliva neutralizam substâncias ácidas e mantêm, na boca, um pH


neutro (7,0) a levemente ácido (6,7), ideal para a ação da ptialina. O alimento, que se
transforma em bolo alimentar, é empurrado pela língua para o fundo da faringe, sendo
encaminhado para o esôfago, impulsionado pelas ondas peristálticas, levando entre 5 e
10 segundos para percorrer o esôfago. Através do peristaltismo, você pode ficar de
cabeça para baixo e, mesmo assim, seu alimento chegará ao intestino. Entra em ação um
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mecanismo para fechar a laringe, evitando que o alimento penetre nas vias respiratórias.
Quando a cárdia (anel muscular, esfíncter) se relaxa, permite a passagem do alimento
para o interior do estômago.

FARINGE E ESÔFAGO

A faringe, situada no final da


cavidade bucal, é um canal comum aos
sistemas digestório e respiratório: por ela
passam o alimento, que se dirige ao esôfago, e
o ar, que se dirige à laringe.
O esôfago, canal que liga a faringe
ao estômago, localiza- se entre os pulmões,
atrás do coração, e atravessa o músculo
diafragma, que separa o tórax do abdômen. O
bolo alimentar leva de 5 a 10 segundos para
percorrê-lo.

ESTÔMAGO E SUCO GÁSTRICO


O estômago é uma bolsa de parede musculosa, localizada no lado esquerdo
abaixo do abdome, logo abaixo das últimas costelas. É um órgão muscular que liga o
esôfago ao intestino delgado. Sua função principal é a digestão de alimentos proteicos.
Um músculo circular, que existe na parte inferior, permite ao estômago guardar quase um
litro e meio de comida, possibilitando que não se tenha que ingerir alimento de pouco em
pouco tempo. Quando está vazio, tem a forma de uma letra "J" maiúscula, cujas duas
partes se unem por ângulos agudos. Segmento superior: é o mais volumoso, chamado
"porção vertical". Este compreende, por sua vez, duas partes superpostas; a grande
tuberosidade, no alto, e o corpo do estômago, abaixo, que termina pela pequena
tuberosidade.
 Segmento inferior: é denominado "porção horizontal", está separado do duodeno pelo
piloro, que é um esfíncter. A borda direita, côncava, é chamada pequena curvatura; a
borda esquerda, convexa, é dita grande curvatura. O orifício esofagiano do estômago é o
cárdia.
 As túnicas do estômago: o estômago compõe-se de quatro túnicas; serosa (o peritônio),
muscular (muito desenvolvida), submucosa (tecido conjuntivo) e mucosa (que secreta o
suco gástrico). Quando está cheio de alimento, o estômago torna-se ovóide ou
arredondado. O estômago tem movimentos peristálticos que asseguram sua
homogeneização.
O estômago produz o suco gástrico, um líquido claro, transparente, altamente
ácido, que contêm ácido clorídrico, muco, enzimas e sais. O ácido clorídrico dissolve o
cimento intercelular dos tecidos dos alimentos, auxiliando a fragmentação mecânica
iniciada pela mastigação. A pepsina,é a enzima mais potente do suco gástrico e catalisa a
digestão de proteínas.
A mucosa gástrica é recoberta por uma camada de muco, que a protege da
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agressão do suco gástrico, bastante corrosivo. Apesar de estarem protegidas por essa
densa camada de muco, as células da mucosa estomacal são continuamente lesadas e
mortas pela ação do suco gástrico. Por isso, a mucosa está sempre sendo regenerada.
Estima-se que nossa superfície estomacal seja totalmente reconstituída a cada três dias.
Eventualmente ocorre desequilíbrio entre o ataque e a proteção, o que resulta em
inflamação difusa da mucosa (gastrite) ou mesmo no aparecimento de feridas dolorosas
que sangram (úlceras gástricas).
A mucosa gástrica produz também o fator intrínseco, necessário à absorção da
vitamina B12.
O bolo alimentar pode permanecer no estômago por até quatro horas ou mais
e, ao se misturar ao suco gástrico, auxiliado pelas contrações da musculatura estomacal,
transforma-se em uma massa cremosa acidificada e semilíquida, o quimo.
Passando por um esfíncter muscular (o piloro), o quimo vai sendo, aos poucos,
liberado no intestino delgado, onde ocorre a maior parte da digestão.

INTESTINO DELGADO
O intestino delgado é um tubo com pouco mais de 6 m de comprimento por 4
cm de diâmetro e pode ser dividido em três regiões: duodeno (cerca de 25 cm), jejuno
(cerca de 5 m) e íleo (cerca de 1,5 cm). A porção superior ou duodeno tem a forma de
ferradura e compreende o piloro, esfíncter muscular da parte inferior do estômago pela
qual este esvazia seu conteúdo no intestino.
A digestão do quimo ocorre predominantemente no duodeno e nas primeiras
porções do jejuno. No duodeno atua também o suco pancreático, produzido pelo
pâncreas, que contêm diversas enzimas digestivas que digerem. Outra secreção que atua
no duodeno é a bile, produzida no fígado e armazenada na vesícula biliar. Os sais biliares
têm ação detergente, emulsificando ou emulsionando as gorduras (fragmentando suas
gotas em milhares de microgotículas).
O suco pancreático contém ainda o tripsinogênio e o quimiotripsinogênio,
formas inativas em que são secretadas as enzimas proteolíticas tripsina e quimiotripsina.
Sendo produzidas na forma inativa, as proteases não digerem suas células secretoras. Na
luz do duodeno, o tripsinogênio entra em contato com a enteroquinase, enzima secretada
pelas células da mucosa intestinal, convertendo-se me tripsina, que por sua vez contribui
para a conversão do precursor inativo quimiotripsinogênio em quimiotripsina, enzima
ativa.
A tripsina e a quimiotripsina hidrolisam polipeptídios, transformando-os em
oligopeptídeos. A pepsina, a tripsina e a quimiotripsina rompem ligações peptídicas
específicas ao longo das cadeias de aminoácidos.
A mucosa do intestino delgado secreta o suco entérico, solução rica em
enzimas e de pH aproximadamente neutro. Uma dessas enzimas é a enteroquinase.
Outras enzimas são as dissacaridades, que hidrolisam dissacarídeos em
monossacarídeos (sacarase, lactase, maltase).
No suco entérico há enzimas que dão seqüência à hidrólise das proteínas: os
oligopeptídeos sofrem ação das peptidases, resultando em aminoácidos.
No intestino, as contrações rítmicas e os movimentos peristálticos das paredes
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musculares, movimentam o quimo, ao mesmo tempo em que este é atacado pela bile,
enzimas e outras secreções, sendo transformado em quilo.
A absorção dos nutrientes ocorre através de mecanismos ativos ou passivos,
nas regiões do jejuno e do íleo. A superfície interna, ou mucosa, dessas regiões,
apresenta, além de inúmeros dobramentos maiores, milhões de pequenas dobras (4 a 5
milhões), chamadas vilosidades; um traçado que aumenta a superfície de absorção
intestinal. As membranas das próprias células do epitélio intestinal apresentam, por sua
vez, dobrinhas microscópicas denominadas microvilosidades. O intestino delgado também
absorve a água ingerida, os íons e as vitaminas.
Os nutrientes absorvidos pelos vasos sanguíneos do intestino passam ao
fígado para serem distribuídos pelo resto do organismo. Os produtos da digestão de
gorduras (principalmente glicerol e ácidos graxos isolados) chegam ao sangue sem
passar pelo fígado, como ocorre com outros nutrientes. Nas células da mucosa, essas
substâncias são reagrupadas em triacilgliceróis (triglicerídeos) e envelopadas por uma
camada de proteínas, formando os quilomícrons, transferidos para os vasos linfáticos e,
em seguida, para os vasos sangüíneos, onde alcançam as células gordurosas
(adipócitos), sendo, então, armazenados.

INTESTINO GROSSO
É o local de absorção de água, tanto a ingerida quanto a das secreções
digestivas. Uma pessoa bebe cerca de 1,5 litros de líquidos por dia, que se une a 8 ou 9
litros de água das secreções. Glândulas da mucosa do intestino grosso secretam muco,
que lubrifica as fezes, facilitando seu trânsito e eliminação pelo ânus.

Mede cerca de 1,5 m de comprimento e divide-se em ceco, cólon


ascendente, cólon transverso, cólon descendente, cólon sigmóide e reto. A saída do
reto chama-se ânus e é fechada por um músculo que o rodeia, o esfíncter anal.
Numerosas bactérias vivem em mutualismo no intestino grosso. Seu trabalho
consiste em dissolver os restos alimentícios não assimiláveis, reforçar o movimento
intestinal e proteger o organismo contra bactérias estranhas, geradoras de enfermidades.
As fibras vegetais, principalmente a celulose, não são digeridas nem
absorvidas, contribuindo com porcentagem significativa da massa fecal. Como retêm
água, sua presença torna as fezes macias e fáceis de serem eliminadas.
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O intestino grosso não possui vilosidades nem secreta sucos digestivos,


normalmente só absorve água, em quantidade bastante consideráveis. Como o intestino
grosso absorve muita água, o conteúdo intestinal se condensa até formar detritos inúteis,
que são evacuados.

GLÂNDULAS ANEXAS
Pâncreas

O pâncreas é uma glândula mista, de mais


ou menos 15 cm de comprimento e de formato
triangular, localizada transversalmente sobre a parede
posterior do abdome, na alça formada pelo duodeno,
sob o estômago. O pâncreas é formado por uma
cabeça que se encaixa no quadro duodenal, de um
corpo e de uma cauda afilada. A secreção externa dele
é dirigida para o duodeno pelos canais de Wirsung e de
Santorini. O canal de Wirsung desemboca ao lado do
canal colédoco na ampola de Vater. O pâncreas
comporta dois órgãos estreitamente imbricados:
pâncreas exócrino e o endócrino.

O pâncreas exócrino produz enzimas digestivas, em estruturas reunidas


denominadas ácinos. Os ácinos pancreáticos estão ligados através de finos condutos, por
onde sua secreção é levada até um condutor maior, que desemboca no duodeno, durante
a digestão.
O pâncreas endócrino secreta os hormônios insulina e glucagon, que serão
trabalhados no sistema endócrino.
Fígado
É o maior órgão interno, e é ainda um dos mais importantes. É a mais
volumosa de todas as vísceras, pesa cerca de 1,5 kg no homem adulto, e na mulher
adulta entre 1,2 e 1,4 kg. Tem cor arroxeada, superfície lisa e recoberta por uma cápsula
própria. Está situado no quadrante superior direito da cavidade abdominal.

O tecido hepático é constituído por formações diminutas que recebem o nome


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de lobos, compostos por colunas de células hepáticas ou hepatócitos, rodeadas por


canais diminutos (canalículos), pelos quais passa a bile, secretada pelos hepatócitos.
Estes canais se unem para formar o ducto hepático que, junto com o ducto procedente da
vesícula biliar, forma o ducto comum da bile, que descarrega seu conteúdo no duodeno.
As células hepáticas ajudam o sangue a assimilar as substâncias nutritivas e a
excretar os materiais residuais e as toxinas, bem como esteróides, estrógenos e outros
hormônios. O fígado é um órgão muito versátil. Armazena glicogênio, ferro, cobre e
vitaminas. Produz carboidratos a partir de lipídios ou de proteínas, e lipídios a partir de
carboidratos ou de proteínas. Sintetiza também o colesterol e purifica muitos fármacos e
muitas outras substâncias. O termo hepatite é usado para definir qualquer inflamação no
fígado, como a cirrose.

Funções do fígado:
 Secretar a bile, líquido que atua no emulsionamento das gorduras ingeridas,
facilitando, assim, a ação da lipase;
 Remover moléculas de glicose no sangue, reunindo-as quimicamente para formar
glicogênio, que é armazenado; nos momentos de necessidade, o glicogênio é
reconvertido em moléculas de glicose, que são relançadas na circulação;
 Armazenar ferro e certas vitaminas em suas células;
 Metabolizar lipídeos;
 Sintetizar diversas proteínas presentes no sangue, de fatores imunológicos e de
coagulação e de substâncias transportadoras de oxigênio e gorduras;
 Degradar álcool e outras substâncias tóxicas, auxiliando na desintoxicação do
organismo;
 Destruir hemácias (glóbulos vermelhos) velhas ou anormais, transformando sua
hemoglobina em bilirrubina, o pigmento castanho-esverdeado presente na bile.

SISTEMA RESPIRATÓRIO
O sistema respiratório humano é constituído por um par de pulmões e por
vários órgãos que conduzem o ar para dentro e para fora das cavidades pulmonares.
Esses órgãos são as fossas nasais, a boca, a faringe, a laringe, a traqueia, os brônquios,
os bronquíolos e os alvéolos, os três últimos localizados nos pulmões.
Fossas nasais: são duas cavidades paralelas que começam nas narinas e
terminam na faringe. Elas são separadas uma da outra por uma parede cartilaginosa
denominada septo nasal. Em seu interior há dobras chamadas cornetos nasais, que
forçam o ar a turbilhonar. Possuem um revestimento dotado de células produtoras de
muco e células ciliadas, também presentes nas porções inferiores das vias aéreas, como
traquéia, brônquios e porção inicial dos bronquíolos. No teto das fossas nasais existem
células sensoriais, responsáveis pelo sentido do olfato. Têm as funções de filtrar,
umedecer e aquecer o ar.
Faringe: é um canal comum aos sistemas digestório e respiratório e comunica-
se com a boca e com as fossas nasais. O ar inspirado pelas narinas ou pela boca passa
necessariamente pela faringe, antes de atingir a laringe.
Laringe: é um tubo sustentado por peças de cartilagem articuladas, situado na
parte superior do pescoço, em continuação à faringe. O pomo-de-adão, saliência que
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aparece no pescoço, faz parte de uma das peças cartilaginosas da laringe.


A entrada da laringe chama-se glote. Acima dela existe uma espécie de
“lingüeta” de cartilagem denominada epiglote, que funciona como válvula. Quando nos
alimentamos, a laringe sobe e sua entrada é fechada pela epiglote. Isso impede que o
alimento ingerido penetre nas vias respiratórias.
O epitélio que reveste a laringe apresenta pregas, as cordas vocais, capazes
de produzir sons durante a passagem de ar.

Traqueia: é um tubo de aproximadamente 1,5 cm de diâmetro por 10-12


centímetros de comprimento, cujas paredes são reforçadas por anéis cartilaginosos.
Bifurca-se (divide-se) na sua região inferior, originando os brônquios, que penetram nos
pulmões. Seu epitélio de revestimento muco-ciliar adere partículas de poeira e bactérias
presentes em suspensão no ar inalado, que são posteriormente varridas para fora (graças
ao movimento dos cílios) e engolidas ou expelidas.
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Pulmões: Os pulmões humanos são órgãos esponjosos, com


aproximadamente 25 cm de comprimento, sendo envolvidos por uma membrana serosa
denominada pleura. Nos pulmões os brônquios ramificam-se profusamente, dando origem
a tubos cada vez mais finos, os bronquíolos. O conjunto altamente ramificado de
bronquíolos é a árvore brônquica ou árvore respiratória.

Cada bronquíolo termina em


pequenas bolsas formadas por células
epiteliais achatadas (tecido epitelial
pavimentoso) recobertas por capilares
sangüíneos, denominadas alvéolos
pulmonares.
Diafragma: A base de cada
pulmão apóia-se no diafragma, órgão
músculo-membranoso que separa o
tórax do abdomen, presente apenas em
mamíferos, promovendo, juntamente
com os músculos intercostais, os
movimentos respiratórios. Localizado
logo acima do estômago, o nervo frênico
controla os movimentos do diafragma.
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SISTEMA CIRCULATÓRIO
Os principais componentes do sistema circulatório são: coração, vasos
sangüíneos, sangue, vasos linfáticos e linfa.

CORAÇÃO
O coração é um órgão muscular oco que se localiza no meio do peito, sob o
osso esterno, ligeiramente deslocado para a esquerda. Em uma pessoa adulta, tem o
tamanho aproximado de um punho fechado e pesa cerca de 400 gramas.
O coração humano, como o dos demais mamíferos, apresenta quatro
cavidades: duas superiores, denominadas átrios (ou aurículas) e duas inferiores,
denominadas ventrículos. O átrio direito comunica-se com o ventrículo direito através da
válvula tricúspide. O átrio esquerdo, por sua vez, comunica-se com o ventrículo esquerdo
através da válvula bicúspide ou mitral. .A função das válvulas cardíacas é garantir que o
sangue siga uma única direção, sempre dos átrios para os ventrículos.
As câmaras cardíacas contraem-se e dilatam-se alternadamente 70 vezes por
minuto, em média (frequência cardíaca). O processo de contração de cada câmara do
miocárdio (músculo cardíaco) denomina-se sístole. O relaxamento, que acontece entre
uma sístole e a seguinte, é a diástole.
Vascularização e Cavidades do Coração
1. Artéria Coronária Direita.
2. Artéria Coronária Descendente Anterior Esquerda.
3. Artéria Coronária Circunflexa Esquerda. 4 - Veia Cava Superior.
4. Veia Cava Inferior.
5. Aorta.
6. Artéria Pulmonar.
7. Veias Pulmonares.
8. Átrio Direito.
9. Ventrículo Direito.
10. Átrio Esquerdo.
11. Ventrículo Esquerdo.
12. Músculos Papilares.
13. Cordoalhas Tendíneas.
14. Válvula Tricúspide
15. Válvula Mitral.
16. Válvula Pulmonar.
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Nódulo sinoatrial (SA) ou marcapasso ou nó


sino-atrial: região especial do coração, que
controla a freqüência cardíaca. Localiza-se perto
da junção entre o átrio direito e a veia cava
superior e é constituído por um aglomerado de
células musculares especializadas. A freqüência
rítmica dessas fibras musculares é de
aproximadamente 72 contrações por minuto,
enquanto o músculo atrial se contrai cerca de 60
vezes por minuto e o músculo ventricular, cerca de
20 vezes por minuto. Devido ao fato do nódulo
sinoatrial possuir uma freqüência rítmica mais
rápida em relação às outras partes do coração, os
impulsos originados do nódulo SA espalham-se
para os átrios e ventrículos, estimulando essas
áreas tão rapidamente que o ritmo do nódulo SA
torna-se o ritmo de todo o coração; por isso é
chamado marcapasso.

Sistema de Purkinje ou fascículo átrio-ventricular: embora o impulso


cardíaco possa percorrer perfeitamente todas as fibras musculares cardíacas, o coração
possui um sistema especial de condução denominado sistema de Purkinje ou fascículo
átrio-ventricular, composto de fibras musculares cardíacas especializadas, ou fibras de
Purkinje (Feixe de Hiss ou miócitos átrio- ventriculares), que transmitem os impulsos com
uma velocidade aproximadamente 6 vezes maior do que o músculo cardíaco normal,
cerca de 2 m por segundo, em contraste com 0,3 m por segundo no músculo cardíaco.

Controle Nervoso do Coração


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Embora o coração possua seus próprios sistemas intrínsecos de controle e


possa continuar a operar, sem quaisquer influências nervosas, a eficácia da ação
cardíaca pode ser muito modificada pelos impulsos reguladores do sistema nervoso
central. O sistema nervoso é conectado com o coração através de dois grupos diferentes
de nervos, os sistemas parassimpático e simpático.
A estimulação dos nervos parassimpáticos causa os seguintes efeitos sobre o
coração:
 Diminuição da freqüência dos batimentos cardíacos;
 Diminuição da força de contração do músculo atrial;
 Diminuição na velocidade de condução dos impulsos através do nódulo AV (átrio-
ventricular), aumentando o período de retardo entre a contração atrial e a
ventricular;
 Diminuição do fluxo sangüíneo através dos vasos coronários que mantêm a
nutrição do próprio músculo cardíaco.
Todos esses efeitos podem ser resumidos, dizendo-se que a estimulação
parassimpática diminui todas as atividades do coração. Usualmente, a função cardíaca é
reduzida pelo parassimpático durante o período de repouso, juntamente com o restante
do corpo. Isso talvez ajude a preservar os recursos do coração; pois, durante os períodos
de repouso, indubitavelmente há um menor desgaste do órgão.
A estimulação dos nervos simpáticos apresenta efeitos exatamente opostos sobre o
coração:
 Aumento da freqüência cardíaca,
 Aumento da força de contração,
 Aumento do fluxo sangüíneo através dos vasos coronários visando a suprir o
aumento da nutrição do músculo cardíaco.
Esses efeitos podem ser resumidos, dizendo-se que a estimulação simpática
aumenta a atividade cardíaca como bomba, algumas vezes aumentando a capacidade de
bombear sangue em até 100 por cento.
Esse efeito é necessário quando um indivíduo é submetido a situações de
estresse, tais como exercício, doença, calor excessivo, ou outras condições que exigem
um rápido fluxo sangüíneo através do sistema circulatório. Por conseguinte, os efeitos
simpáticos sobre o coração constituem o mecanismo de auxílio utilizado numa
emergência, tornando mais forte o batimento cardíaco quando necessário.
Fatores que aumentam a Fatores que diminuem
freqüência cardíaca a freqüência cardíaca
Queda da pressão arterial inspiração, excitação
raiva, dor, hipóxia, (redução da disponibilidade Aumento da pressão arterial
de oxigênio para as células do organismo) expiração, tristeza.
exercício, adrenalina, febre.

CIRCULAÇÃO PULMONAR E CIRCULAÇÃO SISTÊMICA


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A circulação sangüínea humana pode ser dividida em dois grandes circuitos: um leva
sangue aos pulmões, para oxigená-lo, e outro leva sangue oxigenado a todas as células
do corpo. Por isso se diz que nossa circulação é dupla.
O trajeto “coração (ventrículo direito) è pulmões è coração (átrio esquerdo)” é
denominado circulação pulmonar ou pequena circulação. O trajeto “coração
(ventrículo esquerdo) è sistemas corporais è coração (átrio direito)” é denominado
circulação sistêmica ou grande circulação.

Circulação pulmonar:
Ventrículo direito artéria pulmonar aos pulmões veias pulmonares átrio
esquerdo.

Circulação sistêmica:
Ventrículo esquerdo artéria aorta sistemas corporais veias cava átrio direito.

VASOS SANGÜÍNEOS
Os vasos sangüíneos são de três tipos básicos: artérias, veias e capilares.
 Artérias: são vasos de parede espessa que saem do coração levando sangue
para os órgãos e tecidos do corpo. Compõem-se de três camadas: a mais interna,
chamada endotélio, formada por uma única camada de células achatadas; a
20

mediana, constituída por tecido muscular liso; a mais externa, formada por
tecido conjuntivo, rico em fibras elásticas.
Quando o sangue é bombeado pelos ventrículos e penetra nas artérias, elas se
relaxam e se dilatam, o que diminui a pressão sangüínea, Caso as artérias não se
relaxem o suficiente, a pressão do sangue em seu interior sobe, com risco de ruptura das
paredes arteriais. Assim, a cada sístole ventricular é gerada uma onda de relaxamento
que se propaga pelas artérias, desde o coração até as extremidades das arteríolas.
Durante a diástole ventricular, a pressão sangüínea diminui. Ocorre, então, contração das
artérias, o que mantém o sangue circulando até a próxima sístole.
Pressão arterial: é a pressão exercida pelo sangue contra a parede das
artérias. Em um adulto com boa saúde, a pressão nas artérias durante a sístole
ventricular – pressão sistólica ou máxima – é da ordem de 120 mmHg (milímetros de
mercúrio). Durante a diástole, a pressão diminui, ficando em torno de 80 mmHg; essa é a
pressão diastólica ou mínima. O ciclo de expansão e relaxamento arterial, conhecido
como pulsação, pode ser percebido facilmente na artéria radial do pulso ou na artéria
carótida do pescoço. A pulsação corresponde às variações de pressão sanguínea na
artéria durante os batimentos cardíacos. As pressões arteriais: máxima e mínima podem
ser detectadas nas artérias do braço e medidas com um aparelho chamado
esfigmomanômetro.
 Capilares sangüíneos: são vasos de pequeno calibre que ligam as extremidades
das arteríolas às extremidades das vênulas. A parede dos capilares possui uma
única camada de células, correspondente ao endotélio das artérias e veias.
Quando o sangue passa pelos capilares, parte do líquido que o constitui
atravessa a parede capilar e espalha-se entre as células próximas, nutrindo-as e
oxigenando-as. As células, por sua vez, eliminam gás carbônico e outras excreções no
líquido extravasado, denominado líquido tissular. A maior parte do líquido tissular é
reabsorvida pelos próprios capilares e reincorporada ao sangue. Apenas 1% a 2% do
líquido extravasado na porção arterial do capilar não retorna à parte venosa, sendo
coletado por um sistema paralelo ao circulatório, o sistema linfático, quando passa a se
chamar linfa e move-se lentamente pelos vasos linfáticos, dotados de válvulas.
Na porção arterial do capilar, a pressão do sangue é maior que a pressão
osmótica do plasma saída de água contendo substâncias dissolvidas.
Na porção venosa do capilar, a pressão do sangue é reduzida, tornando-se
menor que a pressão osmótica do plasma o retorno de fluido para o interior do capilar.
 Veias: são vasos que chegam ao coração, trazendo o sangue dos órgãos e tecidos. A
parede das veias, como a das artérias, também é formada por três camadas. A
diferença, porém, é que a camada muscular e a conjuntiva são menos espessas que
suas correspondentes arteriais. Além disso, diferentemente das artérias, as veias de
maior calibre apresentam válvulas em seu interior, que impedem o refluxo de sangue
e garante sua circulação em um único sentido. Depois de passar pelas arteríolas e
capilares, a pressão sangüínea diminui, atingindo valores muito baixos no interior das
veias. O retorno do sangue ao coração deve-se, em grande parte, às contrações dos
músculos esqueléticos, que comprimem as veias, fazendo com que o sangue
21

desloque-se em seu interior. Devido às válvulas, o sangue só pode seguir rumo ao


coração.

SISTEMA LINFÁTICO
Sistema paralelo ao circulatório, constituído por uma vasta rede de vasos
semelhantes às veias (vasos linfáticos), que se distribuem por todo o corpo e recolhem o
líquido tissular que não retornou aos capilares sanguíneos, filtrando-o e reconduzindo-o à
circulação sanguínea. É constituído pela linfa, vasos e órgãos linfáticos.
 Os capilares linfáticos estão presentes em quase todos os tecidos do corpo.
Capilares mais finos vão se unindo em vasos linfáticos maiores, que terminam em
dois grandes dutos principais: o duto torácico (recebe a linfa procedente da parte
inferior do corpo, do lado esquerdo da cabeça, do braço esquerdo e de partes do
tórax) e o duto linfático (recebe a linfa procedente do lado direito da cabeça, do
braço direito e de parte do tórax), que desembocam em veias próximas ao coração.
 Linfa: líquido que circula pelos vasos linfáticos. Sua composição é semelhante à do
sangue, mas não possui hemácias, apesar de conter glóbulos brancos dos quais
99% são linfócitos. No sangue os linfócitos representam cerca de 50% do total de
glóbulos brancos.

Órgãos linfáticos: amígdalas (tonsilas),


adenóides, baço, linfonodos (nódulos linfáticos) e timo
(tecido conjuntivo reticular linfóide: rico em linfócitos).
Amígdalas (tonsilas palatinas): produzem
linfócitos.
Timo: órgão linfático mais desenvolvido no
período prenatal, involui desde o nascimento até a
puberdade.
Linfonodos ou nódulos linfáticos: órgãos
linfáticos mais numerosos do organismo, cuja função é a
de filtrar a linfa e eliminar corpos estranhos que ela
possa conter, como vírus e bactérias. Nele ocorrem
22

linfócitos, macrófagos e plasmócitos. A proliferação


dessas células provocadapela presença de bactérias.
substâncias/organismosestranhos determina
o aumento do tamanho dos gânglios, que se
tornam dolorosos, formando a íngua.
Baço: órgão linfático, excluído da circulação
linfática, interposto na circulação sangüínea e cuja
drenagem venosa passa, obrigatoriamente, pelo fígado.
Possui grande quantidade de macrófagos que, através
da fagocitose, destroem micróbios, restos de tecido,
substâncias estranhas, células do sangue em circulação
já desgastadas como eritrócitos, leucócitos e plaquetas.
Dessa forma, o baço “limpa” o sangue, funcionando
como um filtro desse fluído tão essencial. O baço
também tem participação na resposta imune, reagindo a
agentes infecciosos. Inclusive, é considerado por alguns
cientistas, um grande nódulo linfático.

Origem dos linfócitos: medula óssea (tecido conjuntivo reticular mielóide:


precursor de todos os elementos figurados do sangue).
Linfócitos T – maturam-se no timo.
Linfócitos B – saem da medula já maduros.
Os linfócitos chegam aos órgãos linfáticos periféricos através do sangue e da
linfa.
SISTEMA IMUNOLÓGICO
O sistema imunológico ou sistema imune é de grande eficiência no combate a
microorganismos invasores. Mas não é só isso; ele também é responsável pela “limpeza”
do organismo, ou seja, a retirada de células mortas, a renovação de determinadas
estruturas, rejeição de enxertos, e memória imunológica. Também é ativo contra células
alteradas, que diariamente surgem no nosso corpo, como resultado de mitoses anormais.
Essas células, se não forem destruídas, podem dar origem a tumores.
Células do sistema imune são altamente organizadas como um exército. Cada
tipo de célula age de acordo com sua função. Algumas são encarregadas de receber ou
enviar mensagens de ataque, ou mensagens de supressão (inibição), outras apresentam
o “inimigo” ao exército do sistema imune; outras só atacam para matar, outras constroem
substâncias que neutralizam os “inimigos” ou neutralizam substâncias liberadas pelos
“inimigos”.
Além dos leucócitos, também fazem parte do sistema imune as células do
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sistema mononuclear fagocitário, (SMF) antigamente conhecido por sistema retículo-


endotelial e mastócitos. As primeiras são especializadas em fagocitose e apresentação do
antígeno ao exército do sistema imune. São elas: macrófagos alveolares (nos pulmões),
micróglia (no tecido nervoso), células de Kuppfer (no fígado) e macrófagos em geral.
Os mastócitos são células do tecido conjuntivo, originadas a partir de células
mesenquimatosas (células de grande potência de diferenciação que dão origem às
células do tecido conjuntivo). Possuem citoplasma rico em grânulos basófilos (coram-se
por corantes básicos). Sua principal função é armazenar potentes mediadores químicos
da inflamação, como a histamina, heparina, ECF-A (fator quimiotáxico – de atração- dos
eosinófilos) e fatores quimiotáxicos (de atração) dos neutrófilos. Elas participam de
reações alérgicas (de hipersensibilidade), atraindo os leucócitos até o local e
proporcionando uma vasodilatação.
O nosso organismo possui mecanismos de defesa que podem ser
diferenciados quanto a sua especificidade, ou seja, existem os específicos contra o
antígeno ("corpo estranho") e os inespecíficos que protegem o corpo de qualquer
material ou microorganismo estranho, sem que este seja específico.
O organismo possui barreiras naturais que são obviamente inespecíficas,
como a da pele (queratina, lipídios e ácidos graxos), a saliva, o ácido clorídrico do
estômago, o pH da vagina, a cera do ouvido externo, muco presente nas mucosas e no
trato respiratório, cílios do epitélio respiratório, peristaltismo, flora normal, entre outros.
Se as barreiras físicas, químicas e biológicas do corpo forem vencidas, o
combate ao agente infeccioso entra em outra fase. Nos tecidos, existem células que
liberam substâncias vasoativas, capazes de provocar dilatação das arteríolas da região,
com aumento da permeabilidade e saída de líquido. Isso causa vermelhidão, inchaço,
aumento da temperatura e dor, conjunto de alterações conhecido como inflamação.
Essas substâncias atraem mais células de defesa, como neutrófilos e macrófagos, para a
área afetada.

A vasodilatação aumenta a temperatura no local inflamado, dificultando a


proliferação de microrganismos e estimulando a migração de células de defesa. Algumas
das substâncias liberadas no local da inflamação alcançam o centro termorregulador
localizado no hipotálamo, originando a febre (elevação da temperatura corporal). Apesar
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do mal-estar e desconforto, a febre é um importante fator no combate às infecções, pois


além de ser desfavorável para a sobrevivência dos microorganismos invasores, também
estimula muitos dos mecanismos de defesa de nosso corpo.
Por diapedese, neutrófilos e monócitos são atraídos até o local da inflamação,
passando a englobar e destruir (fagocitose) os agentes invasores. A diapedese e a
fagocitose fazem dos neutrófilos a linha de frente no combate às infecções.
Outras substâncias liberadas no local da infecção chegam pelos vasos
sangüíneos até a medula óssea, estimulando a liberação de mais neutrófilos, que ficam
aumentados durante a fase aguda da infecção. No plasma também existem proteínas de
ação bactericida que ajudam os neutrófilos no combate à infecção.
A inflamação determina o acúmulo de fibrina, que forma um envoltório ao redor
do local, evitando a progressão da infecção.
Caso a resposta inflamatória não seja eficaz na contenção da infecção, o
sistema imune passa a depender de mecanismos mais específicos e sofisticados, dos
quais tomam parte vários tipos celulares, o que chamamos resposta imune específica.

SISTEMA EXCRETOR

O sistema excretor é formado por um conjunto de órgãos que filtram o sangue,


produzem e excretam a urina - o principal líquido de excreção do organismo. É constituído
por um par de rins, um par de ureteres, pela bexiga urinária e pela uretra.
Os rins situam-se na parte dorsal do abdome, logo abaixo do diafragma, um de
cada lado da coluna vertebral, nessa posição estão protegidos pelas últimas costelas e
também por uma camada de gordura. Têm a forma de um grão de feijão enorme e
possuem uma cápsula fibrosa, que protege o córtex - mais externo, e a medula - mais
interna.
Cada rim é formado de tecido conjuntivo, que sustenta e dá forma ao órgão, e
por milhares ou milhões de unidades filtradoras, os néfrons, localizados na região renal.

Além da formação e excreção da urina, ocorre, ao longo dos túbulos renais,


reabsorção ativa de aminoácidos e glicose. Os capilares que reabsorvem as substâncias
úteis dos túbulos renais se reúnem para formar um vaso único, a veia renal, que leva o
sangue para fora do rim, em direção ao coração.

Regulação da função renal


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A regulação da função renal relaciona-se basicamente com a regulação da


quantidade de líquidos do corpo. Havendo necessidade de reter água no interior do corpo,
a urina fica mais concentrada, em função da maior reabsorção de água; havendo excesso
de água no corpo, a urina fica menos concentrada, em função da menor reabsorção de
água.
O principal agente regulador do equilíbrio hídrico no corpo humano é o
hormônio ADH (antidiurético), produzido no hipotálamo e armazenado na hipófise. A
concentração do plasma sangüíneo é detectada por receptores osmóticos localizados no
hipotálamo. Havendo aumento na concentração do plasma (pouca água), esses
osmorreguladores estimulam a produção de ADH. Esse hormônio passa para o sangue,
indo atuar sobre os túbulos distais e sobre os túbulos coletores do néfron, tornando as
células desses tubos mais permeáveis à água. Dessa forma, ocorre maior reabsorção de
água e a urina fica mais concentrada. Quando a concentração do plasma é baixa (muita
água), há inibição da produção do ADH e, conseqüentemente, menor absorção de água
nos túbulos distais e coletores, possibilitando a excreção do excesso de água, o que torna
a urina mais diluída.
Certas substâncias, como é o caso do álcool, inibem a secreção de ADH,
aumentando a produção de urina.
Além do ADH, há outro hormônio participante do equilíbrio hidro-iônico do
organismo: a aldosterona, produzida nas glândulas supra-renais. Ela aumenta a
reabsorção ativa de sódio nos túbulos renais, possibilitando maior retenção de água no
organismo. A produção de aldosterona é regulada da seguinte maneira: quando a
concentração de sódio dentro do túbulo renal diminui, o rim produz uma proteína
chamada renina, que age sobre uma proteína produzida no fígado e encontrada no
sangue denominada angiotensinogênio (inativo), convertendo-a em angiotensina
(ativa). Essa substância estimula as glândulas supra-renais a produzirem a aldosterona.
Ureter
Os néfrons desembocam em dutos coletores, que se unem para formar canais
cada vez mais grossos. A fusão dos dutos origina um canal único, denominado ureter,
que deixa o rim em direção à bexiga urinária.
Bexiga urinária
A bexiga urinária é uma bolsa de parede elástica, dotada de musculatura lisa,
cuja função é acumular a urina produzida nos rins. Quando cheia, a bexiga pode conter
mais de ¼ de litro (250 ml) de urina, que é eliminada periodicamente através da uretra.

Uretra
A uretra é um tubo que parte da bexiga e termina, na mulher, na região vulvar
e, no homem, na extremidade do pênis. Sua comunicação com a bexiga mantém-se
fechada por anéis musculares - chamados esfíncteres. Quando a musculatura desses
anéis relaxa-se e a musculatura da parede da bexiga contrai-se, urinamos.
26

SISTEMA NERVOSO

O sistema nervoso, juntamente com o sistema endócrino, capacitam o


organismo a perceber as variações do meio (interno e externo), a difundir as modificações
que essas variações produzem e a executar as respostas adequadas para que seja
mantido o equilíbrio interno do corpo (homeostase). São os sistemas envolvidos na
coordenação e regulação das funções corporais.
No sistema nervoso diferenciam-se duas linhagens celulares: os neurônios e
as células da glia (ou da neuróglia). Os neurônios são as células responsáveis pela
recepção e transmissão dos estímulos do meio (interno e externo), possibilitando ao
organismo a execução de respostas adequadas para a manutenção da homeostase. Para
exercerem tais funções, contam com duas propriedades fundamentais: a irritabilidade
(também denominada excitabilidade ou responsividade) e a condutibilidade. Irritabilidade
é a capacidade que permite a uma célula responder a estímulos, sejam eles internos ou
externos. Portanto, irritabilidade não é uma resposta, mas a propriedade que torna a
célula apta a responder. Essa propriedade é inerente aos vários tipos celulares do
organismo. No entanto, as respostas emitidas pelos tipos celulares distintos também
diferem umas das outras. A resposta emitida pelos neurônios assemelha-se a uma
corrente elétrica transmitida ao longo de um fio condutor: uma vez excitados pelos
estímulos, os neurônios transmitem essa onda de excitação - chamada de impulso
nervoso - por toda a sua extensão em grande velocidade e em um curto espaço de
tempo. Esse fenômeno deve-se à propriedade de condutibilidade.
Para compreendermos melhor as funções de coordenação e regulação
exercidas pelo sistema nervoso, precisamos primeiro conhecer a estrutura básica de um
neurônio e como a mensagem nervosa é transmitida.
Um neurônio é uma célula composta de um corpo celular (onde está o núcleo,
o citoplasma e o citoesqueleto), e de finos prolongamentos celulares denominados
neuritos, que podem ser subdivididos em dendritos e axônios.
27

Os dendritos são prolongamentos geralmente muito ramificados e que atuam


como receptores de estímulos, funcionando, portanto, como "antenas" para o neurônio.
Os axônios são prolongamentos longos que atuam como condutores dos impulsos
nervosos. Os axônios podem se ramificar e essas ramificações são chamadas de
colaterais. Todos os axônios têm um início (cone de implantação), um meio (o axônio
propriamente dito) e um fim (terminal axonal ou botão terminal). O terminal axonal é o
local onde o axônio entra em contato com outros neurônios e/ou outras células e passa a
informação (impulso nervoso) para eles. A região de passagem do impulso nervoso de um
neurônio para a célula adjacente chama-se sinapse. Às vezes os axônios têm muitas
ramificações em suas regiões terminais e cada ramificação forma uma sinapse com
outros dendritos ou corpos celulares. Estas ramificações são chamadas coletivamente de
arborização terminal.
Os corpos celulares dos neurônios são geralmente encontrados em áreas
restritas do sistema nervoso, que formam o Sistema Nervoso Central (SNC), ou nos
gânglios nervosos, localizados próximo da coluna vertebral.
Do sistema nervoso central partem os prolongamentos dos neurônios,
formando feixes chamados nervos, que constituem o Sistema Nervoso Periférico
(SNP).
O axônio está envolvido por um dos tipos celulares seguintes: célula de
Schwann (encontrada apenas no SNP) ou oligodendrócito (encontrado apenas no SNC)
Em muitos axônios, esses tipos celulares determinam a formação da bainha de mielina -
invólucro principalmente lipídico (também possui como constituinte a chamada proteína
básica da mielina) que atua como isolante térmico e facilita a transmissão do impulso
nervoso. Em axônios mielinizados existem regiões de descontinuidade da bainha de
mielina, que acarretam a existência de uma constrição (estrangulamento) denominada
nódulo de Ranvier. No caso dos axônios mielinizados envolvidos pelas células de
Schwann, a parte celular da bainha de mielina, onde estão o citoplasma e o núcleo desta
célula, constitui o chamado neurilema.
28

Subdivisões do Sistema Nervoso


O SNC recebe, analisa e integra informações. É o local onde ocorre a tomada
de decisões e o envio de ordens. O SNP carrega informações dos órgãos sensoriais para
o sistema nervoso central e do sistema nervoso central para os órgãos efetores (músculos
e glândulas).

O SISTEMA NERVOSO CENTRAL


O SNC divide-se em encéfalo e medula. O encéfalo corresponde ao telencéfalo
(hemisférios cerebrais), diencéfalo (tálamo e hipotálamo), cerebelo, e tronco cefálico, que
se divide em: BULBO, situado caudalmente; MESENCÉFALO, situado cranialmente; e
PONTE, situada entre ambos.

No SNC, existem as chamadas substâncias cinzenta e branca. A substância


cinzenta é formada pelos corpos dos neurônios e a branca, por seus prolongamentos.
Com exceção do bulbo e da medula, a substância cinzenta ocorre mais externamente e a
29

substância branca mais internamente.


Os órgãos do SNC são protegidos por estruturas esqueléticas (caixa craniana,
protegendo o encéfalo; e coluna vertebral, protegendo a medula - também denominada
raque) e por membranas denominadas meninges, situadas sob a proteção esquelética
(crânio): dura-máter (a externa), aracnóide (a do meio) e pia-máter (a interna). Entre as
meninges aracnóide e pia- máter há um espaço preenchido por um líquido denominado
líquido cefalorraquidiano ou líquor.

Estruturas do encéfalo e suas funções

CÓRTEX CEREBRAL
Funções:
 Pensamento
 Movimento voluntário
 Linguagem
 Julgamento
 Percepção
A palavra córtex vem do latim para "casca". Isto porque o córtex é a camada mais externa
do cérebro. A espessura do córtex cerebral varia de 2 a 6 mm. O lado esquerdo e direito
do córtex cerebral são ligados por um feixe grosso de fibras nervosas chamado de corpo
caloso. Os lobos são as principais divisões físicas do córtex cerebral. O lobo frontal é
responsável pelo planejamento consciente e pelo controle motor. O lobo temporal tem
centros importantes de memória e audição. O lobo parietal lida com os sentidos corporal e
espacial. o lobo occipital direciona a visão.

CEREBELO
 Funções:
 Movimento
 Equilíbrio
 Postura
 Tônus muscular
A palavra cerebelo vem do latim para "pequeno cérebro”. O cerebelo fica
localizado ao lado do tronco encefálico. É parecido com o córtex que recobre cerebral em
alguns aspectos: o cerebelo é dividido em hemisférios e tem um córtex estes hemisférios.

TRONCO ENCEFÁLICO

O Tronco Encefálico é uma área do encéfalo que fica entre o tálamo e a


medula espinhal. Possui várias estruturas como o bulbo, o mesencéfalo e a ponte.

Funções:
 Respiração
 Ritmo dos batimentos cardíacos
 Pressão Arterial
30

Algumas destas áreas são responsáveis pelas funções básicas para a


manutenção da vida como a respiração, o batimento cardíaco e a pressão arterial.

Bulbo: recebe informações de vários órgãos do corpo, controlando as funções


autônomas (a chamada vida vegetativa): batimento cardíaco, respiração, pressão do
sangue, reflexos de salivação, tosse, espirro e o ato de engolir.

Ponte: Participa de algumas atividades do bulbo, interferindo no controle da


respiração, além de ser um centro de transmissão de impulsos para o cerebelo. Serve
ainda de passagem para as fibras nervosas que ligam o cérebro à medula.

MESENCÉFALO

Funções:
 Visão
 Audição
 Movimento dos Olhos
 Movimento do corpo

TÁLAMO
O tálamo recebe informações sensoriais do corpo e as passa para o córtex
cerebral. O córtex cerebral envia informações motoras para o tálamo que posteriormente
são distribuídas pelo corpo. Participa, juntamente com o tronco encefálico, do sistema
reticular, que é encarregado de “filtrar” mensagens que se dirigem às partes conscientes
do cérebro.
Funções:
 Integração Sensorial
 Integração Motora

O Sistema Límbico é um grupo de estruturas que inclui hipotálamo, tálamo,


amígdala, hipocampo, os corpos mamilares e o giro do cíngulo. Todas estas áreas são
muito importantes para a emoção e reações emocionais. O hipocampo também é
importante para a memória e o aprendizado.

A MEDULA ESPINHAL
Nossa medula espinhal tem a forma de um cordão com aproximadamente 40
cm de comprimento. Ocupa o canal vertebral, desde a região do atlas - primeira vértebra -
até o nível da segunda vértebra lombar. A medula funciona como centro nervoso de atos
involuntários e, também, como veículo condutor de impulsos nervosos.
Da medula partem 31 pares de nervos raquidianos que se ramificam. Por meio
dessa rede de nervos, a medula se conecta com as várias partes do corpo, recebendo
mensagens e vários pontos e enviando-as para o cérebro e recebendo mensagens do
cérebro e transmitindo-as para as várias partes do corpo. A medula possui dois sistemas
de neurônios: o sistema descendente controla funções motoras dos músculos, regula
funções como pressão e temperatura e transporta sinais originados no cérebro até seu
destino; o sistema ascendente transporta sinais sensoriais das extremidades do corpo até
31

a medula e de lá para o cérebro.

Os corpos celulares dos neurônios se concentram no cerne da medula – na


massa cinzenta. Os axônios ascendentes e descendentes, na área adjacente – a massa
branca. As duas regiões também abrigam células da Glia. Dessa forma, na medula
espinhal a massa cinzenta localiza-se internamente e a massa branca, externamente (o
contrário do que se observa no encéfalo).

Durante uma fratura ou deslocamento da coluna, as vértebras que


normalmente protegem a medula podem matar ou danificar as células. Teoricamente, se
o dano for confinado à massa cinzenta, os distúrbios musculares e sensoriais poderão
estar apenas nos tecidos que recebem
e mandam sinais aos neurônios “residentes” no nível da fratura. Por exemplo,
se a massa cinzenta do segmento da medula onde os nervos rotulados C8 for lesada, o
paciente só sofrerá paralisia das mãos, sem perder a capacidade de andar ou o controle
sobre as funções intestinais e urinárias. Nesse caso, os axônios levando sinais para “cima
e para baixo” através da área branca adjacente continuariam trabalhando. Em
comparação, se a área branca for lesada, o trânsito dos sinais será interrompido até o
ponto da fratura.
Infelizmente, a lesão original é só o começo. Os danos mecânicos promovem
rompimento de pequenos vasos sangüíneos, impedindo a entrega de oxigênio e
nutrientes para as células não afetadas diretamente, que acabam morrendo; as células
lesadas extravasam componentes citoplasmáticos e tóxicos, que afetam células vizinhas,
antes intactas; células do sistema imunológico iniciam um quadro inflamatório no local da
lesão; células da Glia proliferam criando grumos e uma espécie de cicatriz, que impedem
32

os axônios lesados de crescerem e reconectarem.

O vírus da poliomielite causa lesões na raiz ventral dos nervos espinhais, o que
leva à paralisia e atrofia dos músculos.

O SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO


O sistema nervoso periférico é formado por nervos encarregados de fazer as
ligações entre o sistema nervoso central e o corpo.
NERVO é a reunião de várias fibras nervosas, que podem ser formadas de
axônios ou de dendritos.
As fibras nervosas, formadas pelos prolongamentos dos neurônios (dendritos
ou axônios) e seus envoltórios, organizam-se em feixes. Cada feixe forma um nervo.
Cada fibra nervosa é envolvida por uma camada conjuntiva denominada endoneuro. Cada
feixe é envolvido por uma bainha conjuntiva denominada perineuro. Vários feixes
agrupados paralelamente formam um nervo. O nervo também é envolvido por uma bainha
de tecido conjuntivo chamada epineuro. Em nosso corpo existe um número muito grande
de nervos. Seu conjunto forma a rede nervosa.

Os nervos que levam informações da periferia do corpo para o SNC são os


nervos sensoriais (nervos aferentes ou nervos sensitivos), que são formados por
prolongamentos de neurônios sensoriais (centrípetos). Aqueles que transmitem impulsos
do SNC para os músculos ou glândulas são nervos motores ou eferentes, feixe de
axônios de neurônios motores (centrífugos).
Existem ainda os nervos mistos, formados por axônios de neurônios
sensoriais e por neurônios motores.
33

Quando partem do encéfalo, os nervos são chamados de cranianos; quando


partem da medula espinhal denominam-se raquidianos.
Do encéfalo partem doze pares de nervos cranianos. Três deles são
exclusivamente sensoriais, cinco são motores e os quatro restantes são mistos.
Os 31 pares de nervos raquidianos que saem da medula relacionam-se com
os músculos esqueléticos. Eles se formam a partir de duas raízes que saem lateralmente
da medula: a raiz posterior ou dorsal, que é sensitiva, e a raiz anterior ou ventral, que é
motora. Essas raízes se unem logo após saírem da medula. Desse modo, os nervos
raquidianos são todos mistos. Os corpos dos neurônios que formam as fibras sensitivas
dos nervos sensitivos situam-se próximo à medula, porém fora dela, reunindo-se em
estruturas especiais chamadas gânglios espinhais. Os corpos celulares dos neurônios
que formam as fibras motoras localizam-se na medula.
De acordo com as regiões da coluna vertebral, os 31 pares de nervos
raquidianos distribuem-se da seguinte forma:
 Oito pares de nervos cervicais;
 Doze pares de nervos dorsais;
 Cinco pares de nervos lombares;
 Seis pares de nervos sagrados ou sacrais.
O conjunto de nervos cranianos e raquidianos forma o sistema nervoso
periférico.
Com base na sua estrutura e função, o sistema nervoso periférico pode ainda
subdividir-se em duas partes: o sistema nervoso somático e o sistema nervoso
autônomo ou de vida vegetativa.

As ações voluntárias resultam da contração de músculos estriados


esqueléticos, que estão sob o controle do sistema nervoso periférico voluntário ou
somático. Já as ações involuntárias resultam da contração das musculaturas lisa e
cardíaca, controladas pelo sistema nervoso periférico autônomo, também chamado
involuntário ou visceral.
O SNP Voluntário ou Somático tem por função reagir a estímulos
provenientes do ambiente externo. Ele é constituído por fibras motoras que conduzem
impulsos do sistema nervoso central aos músculos esqueléticos. O corpo celular de uma
fibra motora do SNP voluntário fica localizado dentro do SNC e o axônio vai diretamente
34

do encéfalo ou da medula até o órgão que inerva.


O SNP Autônomo ou Visceral, como o próprio nome diz, funciona
independentemente de nossa vontade e tem por função regular o ambiente interno do
corpo, controlando a atividade dos sistemas digestório, cardiovascular, excretor e
endócrino. Ele contém fibras nervosas que conduzem impulsos do sistema nervoso
central aos músculos lisos das vísceras e à musculatura do coração. Um nervo motor do
SNP autônomo difere de um nervo motor do SNP voluntário pelo fato de conter dois tipos
de neurônios, um neurônio pré-ganglionar e outro pós-ganglionar. O corpo celular do
neurônio pré-ganglionar fica localizado dentro do SNC e seu axônio vai até um gânglio,
onde o impulso nervoso é transmitido sinapticamente ao neurônio pós-ganglionar. O
corpo celular do neurônio pós-ganglionar fica no interior do gânglio nervoso e seu axônio
conduz o estímulo nervoso até o órgão efetuador, que pode ser um músculo liso ou
cardíaco.
O sistema nervoso autônomo compõe-se de três partes:
 Dois ramos nervosos situados ao lado da coluna vertebral. Esses ramos são
formados por pequenas dilatações denominadas gânglios, num total de 23 pares.
 Um conjunto de nervos que liga os gânglios nervosos aos diversos órgãos de
nutrição, como o estômago, o coração e os pulmões.
 Um conjunto de nervos comunicantes que ligam os gânglios aos nervos
raquidianos, fazendo com que o sistema autônomo não seja totalmente
independente do sistema nervoso cefalorraquidiano.

O sistema nervoso autônomo divide-se em sistema nervoso simpático e


sistema nervoso parassimpático. De modo geral, esses dois sistemas têm funções
35

contrárias (antagônicas). Um corrige os excessos do outro. Por exemplo, se o sistema


simpático acelera demasiadamente as batidas do coração, o sistema parassimpático
entra em ação, diminuindo o ritmo cardíaco. Se o sistema simpático acelera o trabalho do
estômago e dos intestinos, o parassimpático entra em ação para diminuir as contrações
desses órgãos.
O SNP autônomo simpático, de modo geral, estimula ações que mobilizam
energia, permitindo ao organismo responder a situações de estresse. Por exemplo, o
sistema simpático é responsável pela aceleração dos batimentos cardíacos, pelo aumento
da pressão arterial, da concentração de açúcar no sangue e pela ativação do
metabolismo geral do corpo.
Já o SNP autônomo parassimpático estimula principalmente atividades
relaxantes, como as reduções do ritmo cardíaco e da pressão arterial, entre outras.

Uma das principais diferenças entre os nervos simpáticos e parassimpáticos é


que as fibras pós-ganglionares dos dois sistemas normalmente secretam diferentes
hormônios. O hormônio secretado pelos neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso
parassimpático é a acetilcolina, razão pela qual esses neurônios são chamados
colinérgicos.
Os neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso simpático secretam
principalmente noradrenalina, razão por que a maioria deles é chamada neurônios
adrenérgicos. As fibras adrenérgicas ligam o sistema nervoso central à glândula supra-
renal, promovendo aumento da secreção de adrenalina, hormônio que produz a resposta
de "luta ou fuga" em situações de stress.
A acetilcolina e a noradrenalina têm a capacidade de excitar alguns órgãos e
inibir outros, de maneira antagônica.
Em geral, quando os centros simpáticos cerebrais se tornam excitados,
estimulam, simultaneamente, quase todos os nervos simpáticos, preparando o corpo para
a atividade.
Além do mecanismo da descarga em massa do sistema simpático, algumas
condições fisiológicas podem estimular partes localizadas desse sistema.
Duas das condições são as seguintes:
 Reflexos calóricos: o calor aplicado à pele determina um reflexo que passa
através da medula espinhal e volta a ela, dilatando os vasos sangüíneos cutâneos.
Também o aquecimento do sangue que passa através do centro de controle
térmico do hipotálamo aumenta o grau de vasodilatação superficial, sem alterar os
vasos profundos.
 Exercícios: durante o exercício físico, o metabolismo aumentado nos músculos
tem um efeito local de dilatação dos vasos sangüíneos musculares; porém, ao
mesmo tempo, o sistema simpático tem efeito vasoconstritor para a maioria das
outras regiões do corpo. A vasodilatação muscular permite que o sangue flua
facilmente através dos músculos, enquanto a vasoconstrição diminui o fluxo
sangüíneo em todas as regiões do corpo, exceto no coração e no cérebro.
Nas junções neuro-musculares, tanto nos gânglios do SNPA simpático como
nos do parassimpático, ocorrem sinapses químicas entre os neurônios pré-ganglionares e
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pós- ganglionares. Nos dois casos, a substância neurotransmissora é a acetilcolina.


Esse mediador químico atua nas dobras da membrana, aumentando a sua
permeabilidade aos íons sódio, que passa para o interior da fibra, despolarizando essa
área da membrana do músculo. Essa despolarização local promove um potencial de ação
que é conduzido em ambas as direções ao longo da fibra, determinando uma contração
muscular. Quase imediatamente após ter a acetilcolina estimulado a fibra muscular, ela é
destruída, o que permite a despolarização da membrana.

SISTEMA DE SUSTENTAÇÃO - SISTEMA ESQUELÉTICO

Além de dar sustentação ao


corpo, o esqueleto protege os órgãos
internos e fornece pontos de apoio para a
fixação dos músculos. Ele constitui-se de
peças ósseas (ao todo 208 ossos no
indivíduo adulto) e cartilaginosas
articuladas, que formam um sistema de
alavancas movimentadas pelos músculos.
O esqueleto humano pode ser
dividido em duas partes:
1-Esqueleto axial: formado
pela caixa craniana, coluna vertebral
caixa torácica.
2-Esqueleto apendicular:
compreende a cintura escapular, formada
pelas escápulas e clavículas;
cintura pélvica, formada pelos ossos
ilíacos (da bacia) e o esqueleto dos
membros (superiores ou anteriores e
inferiores ou posteriores).

Esqueleto axial
37

Caixa craniana
Possui os seguintes ossos importantes: frontal, parietais, temporais, occipital,
esfenóide, nasal, lacrimais, malares ("maçãs do rosto" ou zigomático), maxilar superior e
mandíbula (maxilar inferior).

Observações:
Primeiro - no osso esfenóide existe uma depressão denominada de sela turca
onde se encontra uma das menores e mais importantes glândulas do corpo humano - a
hipófise, no centro geométrico do crânio.
Segundo - Fontanela ou moleira é o nome dado à região alta e mediana, da
cabeça da criança, que facilita a passagem da mesma no canal do parto; após o
nascimento, será substituída por osso.

Coluna vertebral
É uma coluna de vértebras que apresentam cada uma um buraco, que se
sobrepõem constituindo um canal que aloja a medula nervosa ou espinhal; é dividida em
regiões típicas que são: coluna cervical (região do pescoço), coluna torácica, coluna
lombar, coluna sacral, coluna cocciciana (coccix).

 Coluna Vertebral
 Canal Medular
38

Caixa torácica
É formada pela região torácica de coluna vertebral, osso esterno e costelas,
que são em número de cada lado, sendo as 7 primeiras verdadeiras (se inserem
diretamente no esterno), 3 falsas (se reúnem e depois se unem ao esterno), e 2 flutuantes
(com extremidades anteriores livres, não se fixando ao esterno).

Esqueleto Apendicular

Membros e cinturas articulares


Cada membro superior é composto de braço, antebraço, pulso e mão. O osso
do braço – úmero – articula-se no cotovelo com os ossos do antebraço: rádio e ulna. O
pulso constitui-se de ossos pequenos e maciços, os carpos. A palma da mão é formada
pelos metacarpos e os dedos, pelas falanges.
Cada membro inferior compõe-se de coxa, perna, tornozelo e pé. O osso da
coxa é o fêmur, o mais longo do corpo. No joelho, ele se articula com os dois ossos da
perna: a tíbia e a fíbula. A região frontal do joelho está protegida por um pequeno osso
circular: a rótula. Ossos pequenos e maciços, chamados tarsos, formam o tornozelo. A
planta do pé é constituída pelos metatarsos e os dedos dos pés (artelhos), pelas
falanges.
Os membros estão unidos ao corpo mediante um sistema ósseo que toma o
nome de cintura ou de cinta. A cintura superior se chama cintura torácica ou escapular
(formada pela clavícula e pela escápula ou omoplata); a inferior se chama cintura
pélvica, popularmente conhecida como bacia (constituída pelo sacro - osso volumoso
resultante da fusão de cinco vértebras, por um par de ossos ilíacos e pelo cóccix,
formado por quatro a seis vértebras rudimentares fundidas). A primeira sustenta o úmero
e com ele todo o braço; a segunda dá apoio ao fêmur e a toda a perna.
39

Juntas e articulações
Junta é o local de junção entre dois ou mais ossos. Algumas juntas, como as
do crânio, são fixas; nelas os ossos estão firmemente unidos entre si. Em outras juntas,
denominadas articulações, os ossos são móveis e permitem ao esqueleto realizar
movimentos.

Ligamentos
Os ossos de uma articulação mantêm-se no lugar por meio dos ligamentos,
cordões resistentes constituídos por tecido conjuntivo fibroso. Os ligamentos estão
firmemente unidos às membranas que revestem os ossos.

Classificação dos ossos


Os ossos são classificados de acordo com a sua forma em:
A - Longos: têm duas extremidades ou epífises; o corpo do osso é a diáfise;
entre a diáfise e cada epífise fica a metáfise. A diáfise é formada por tecido ósseo
compacto, enquanto a epífise e a metáfise, por tecido ósseo esponjoso. Exemplos: fêmur,
úmero.

B- Curtos: têm as três extremidades praticamente equivalentes e são


40

encontrados nas mãos e nos pés. São constituídos por tecido ósseo esponjoso.
Exemplos: calcâneo, tarsos, carpos.

C - Planos ou Chatos: são formados por duas camadas de tecido ósseo


compacto, tendo entre elas uma camada de tecido ósseo esponjoso e de medula óssea
Exemplos: esterno, ossos do crânio, ossos da bacia, escápula.

Revestindo o osso compacto na diáfise, existe uma delicada membrana - o


periósteo - responsável pelo crescimento em espessura do osso e também pela
consolidação dos ossos após fraturas (calo ósseo). As superfícies articulares são
revestidas por cartilagem. Entre as epífises e a diáfise encontra-se um disco ou placa de
cartilagem nos ossos em crescimento, tal disco é chamado de disco metafisário (ou
epifisário) e é responsável pelo crescimento longitudinal do osso. O interior dos ossos é
preenchido pela medula óssea, que, em parte é amarela, funcionando como depósito de
lipídeos, e, no restante, é vermelha e gelatinosa, constituindo o local de formação das
células do sangue, ou seja, de hematopoiese. O tecido hemopoiético é popularmente
conhecido por "tutano". As maiores quantidades de tecido hematopoético estão nos ossos
da bacia e no esterno. Nos ossos longos, a medula óssea vermelha é encontrada
principalmente nas epífises.
41

Diferenças entre os ossos do esqueleto masculino e

SISTEMA MUSCULAR

O tecido muscular é de origem mesodérmica, sendo caracterizado pela


propriedade de contração e distensão de suas células, o que determina a movimentação
dos membros e das vísceras. Há basicamente três tipos de tecido muscular: liso, estriado
esquelético e estriado cardíaco.

Músculo liso: o músculo


involuntário localiza-se na pele, órgãos
internos, aparelho reprodutor, grandes vasos
sangüíneos e aparelho excretor. O estímulo
para a contração dos músculos lisos é
mediado pelo sistema nervoso vegetativo.
Músculo estriado esquelético: é
inervado pelo sistema nervoso central e,
como este se encontra em parte sob controle
consciente, chama-se músculo voluntário. As
contrações do músculo esquelético permitem
os movimentos dos diversos ossos e
cartilagens do esqueleto.
42

Músculo cardíaco: este tipo de


tecido muscular forma a maior parte do
coração dos vertebrados. O músculo
cardíaco carece de controle voluntário. É
inervado pelo sistema nervoso vegetativo.

Estriado Estriado Liso


esquelético cardíaco
Miócitos
Miócitos Miócitos alongados,
longos, multinucleados estriados com um ou dois mononucleados e
(núcleos periféricos). núcleos centrais. sem estrias
transversais.
Miofilamento Células
s organizam-se em alongadas, irregularmente Contração
estrias longitudinais e ramificadas, que se unem involuntária e lenta.
transversais. por estruturas especiais:
discos intercalares.
Contração
rápida e voluntária Contração
involuntária, vigorosa e
rítmica.

Musculatura Esquelética
O sistema muscular esquelético constitui a maior parte da musculatura do
corpo, formando o que se chama popularmente de carne. Essa musculatura recobre
totalmente o esqueleto e está presa aos ossos, sendo responsável pela movimentação
corporal.
43

Os músculos esqueléticos estão revestidos por uma lâmina delgada de tecido


conjuntivo, o perimísio, que manda septos para o interior do músculo, septos dos quais
se derivam divisões sempre mais delgadas. O músculo fica assim dividido em feixes
(primários, secundários, terciários). O revestimento dos feixes menores (primários),
chamado endomísio, manda para o interior do músculo membranas delgadíssimas que
envolvem cada uma das fibras musculares. A fibra muscular é uma célula cilíndrica ou
prismática, longa, de 3 a 12 centímetros; o seu diâmetro é infinitamente menor, variando
de 20 a 100 mícrons (milésimos de milímetro), tendo um aspecto de filamento fusiforme.
No seu interior notam-se muitos núcleos, de modo que se tem a idéia de ser a fibra
constituída por várias células que perderam os seus limites, fundindo-se umas com as
outras. Dessa forma, podemos dizer que um músculo esquelético é um pacote formado
por longas fibras, que percorrem o músculo de ponta a ponta.
No citoplasma da fibra muscular esquelética há muitas miofibrilas contráteis,
constituídas por filamentos compostos por dois tipos principais de proteínas – a actina e a
miosina. Filamentos de actina e miosina dispostos regularmente originam um padrão
bem definido de estrias (faixas) transversais alternadas, claras e escuras. Essa estrutura
existe somente nas fibras que constituem os músculos esqueléticos, os quais são por isso
chamados músculos estriados.
Em torno do conjunto de miofibrilas de uma fibra muscular esquelética situa-se
o retículo sarcoplasmático (retículo endoplasmático liso), especializado no
armazenamento de íons cálcio.
As miofibrilas são constituídas por unidades que se repetem ao longo de seu
comprimento, denominadas sarcômeros. A distribuição dos filamentos de actina e
miosina variam ao longo do sarcômero. As faixas mais extremas e mais claras do
sarcômero, chamadas banda I, contêm apenas filamentos de actina. Dentro da banda I
44

existe uma linha que se cora mais intensamente, denominada linha Z, que corresponde a
várias uniões entre dois filamentos de actina. A faixa central, mais escura, é chamada
banda A, cujas extremidades são formadas por filamentos de actina e miosina
sobrepostos. Dentro da banda A existe uma região mediana mais clara – a banda H –
que contém apenas miosina. Um sarcômero compreende o segmento entre duas
linhas Z consecutivas e é a unidade contrátil da fibra muscular, pois é a menor porção
da fibra muscular com capacidade de contração e distensão.
Contração: ocorre pelo deslizamento dos filamentos de actina sobre os de
miosina c sarcômero diminui devido à aproximação das duas linhas Z, e a zona H
chega a desaparecer.
A contração do músculo esquelético é voluntária e ocorre pelo deslizamento
dos filamentos de actina sobre os de miosina. Nas pontas dos filamentos de miosina
existem pequenas projeções, capazes de formar ligações com certos sítios dos
filamentos de actina, quando o músculo é estimulado. Essas projeções de miosina
puxam os filamentos de actina, forçando-os a deslizar sobre os filamentos de miosina.
Isso leva ao encurtamento das miofibrilas e à contração muscular. Durante a contração
muscular, o sarcômero diminui devido à aproximação das duas linhas Z, e a zona H
chega a desaparecer.
Constatou-se, através de microscopia eletrônica, que o sarcolema
(membrana plasmática) da fibra muscular sofre invaginações, formando túbulos
anastomosados que envolvem cada conjunto de miofibrilas. Essa rede foi denominada
sistema T, pois as invaginações são perpendiculares as miofibrilas. Esse sistema é
responsável pela contração uniforme de cada fibra muscular estriada esquelética, não
ocorrendo nas fibras lisas e sendo reduzido nas fibras cardíacas.

SISTEMA ENDÓCRINO
Dá-se o nome de sistema endócrino ao conjunto de órgãos que apresentam
como atividade característica a produção de secreções denominadas hormônios, que
são lançados na corrente sangüínea e irão atuar em outra parte do organismo,
controlando ou auxiliando o controle de sua função. Os órgãos que têm sua função
controlada e/ou regulada pelos hormônios são denominados órgãos-alvo.
Constituição dos órgãos do sistema endócrino
Os tecidos epiteliais de secreção ou epitélios glandulares formam as
glândulas, que podem ser uni ou pluricelulares. As glândulas pluricelulares não são
apenas aglomerados de células que desempenham as mesmas funções básicas ou
têm a mesma morfologia geral e origem embrionária - o que caracteriza um tecido. São
na verdade órgãos definidos com arquitetura ordenada. Elas estão envolvidas por uma
cápsula conjuntiva que emite septos, dividindo-as em lobos. Vasos sangüíneos e
nervos penetram nas glândulas, fornecendo alimento e estímulo nervoso para as suas
funções.
Os hormônios influenciam praticamente todas as funções dos demais
sistemas corporais. Freqüentemente o sistema endócrino interage com o sistema
nervoso, formando mecanismos reguladores bastante precisos. O sistema nervoso
pode fornecer ao endócrino a informação sobre o meio externo, ao passo que o
45

sistema endócrino regula a resposta interna do organismo a esta informação. Dessa


forma, o sistema endócrino, juntamente com o sistema nervoso, atuam na
coordenação e regulação das funções corporais.
Alguns dos principais órgãos produtores de hormônios no homem são a
hipófise, o hipotálamo, a tireóide, as paratireóides, as suprarrenais, o pâncreas e as
gônadas.

Hipófise ou pituitária
Situa-se na base do encéfalo, em uma cavidade do osso esfenóide chamada
tela túrcica. Nos seres humanos tem o tamanho aproximado de um grão de ervilha e
possui duas partes: o lobo anterior (ou adeno-hipófise) e o lobo posterior (ou neuro-
hipófise).
Além de exercerem efeitos sobre órgãos não-endócrinos, alguns hormônios,
produzidos pela hipófise são denominados trópicos (ou tróficos) porque atuam sobre
outras glândulas endócrinas, comandando a secreção de outros hormônios. São eles:
 Tireotrópicos: atuam sobre a glândula endócrina tireóide.
 Adrenocorticotrópicos: atuam sobre o córtex da glândula endócrina adrenal
(supra-renal)
 Gonadotrópicos: atuam sobre as gônadas masculinas e femininas.
 Somatotrófico: atua no crescimento, promovendo o alongamento dos ossos e
estimulando a síntese de proteínas e o desenvolvimento da massa muscular.
Também aumenta a utilização de gorduras e inibe a captação de glicose
plasmática pelas células, aumentando a concentração de glicose no sangue
(inibe a produção de insulina pelo pâncreas, predispondo ao diabetes).
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Hipotálamo
Localizado no cérebro diretamente acima da hipófise, é conhecido por
exercer controle sobre ela por meios de conexões neurais e substâncias
semelhantes a hormônios chamados fatores desencadeadores (ou de liberação), o
meio pelo qual o sistema nervoso controla o comportamento sexual via sistema
endócrino.
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O hipotálamo também produz outros fatores de liberação que atuam sobre a


adeno-hipófise, estimulando ou inibindo suas secreções. Produz também os hormônios
ocitocina e ADH (antidiurético), armazenados e secretados pela neuro- hipófise.

Tireóide
Localiza-se no pescoço, estando apoiada sobre as cartilagens da laringe e da
traquéia. Seus dois hormônios, triiodotironina (T3) e tiroxina (T4), aumentam a
velocidade dos processos de oxidação e de liberação de energia nas células do corpo,
elevando a taxa metabólica e a geração de calor. Estimulam ainda a produção de RNA e
a síntese de proteínas, estando relacionados ao crescimento, maturação e
desenvolvimento. A calcitonina, outro hormônio secretado pela tireóide, participa do
controle da concentração sangüínea de cálcio, inibindo a remoção do cálcio dos ossos e a
saída dele para o plasma sangüíneo, estimulando sua incorporação pelos ossos.

Paratireóides
São pequenas glândulas, geralmente em número de quatro, localizadas na
região posterior da tireóide. Secretam o paratormônio, que estimula a remoção de cálcio
da matriz óssea (o qual passa para o plasma sangüíneo), a absorção de cálcio dos
alimentos pelo intestino e a reabsorção de cálcio pelos túbulos renais, aumentando a
concentração de cálcio no sangue. Neste contexto, o cálcio é importante na contração
muscular, na coagulação sangüínea e na excitabilidade das células nervosas.

Adrenais ou supra-renais
São duas glândulas localizadas sobre os rins, divididas em duas partes
independentes – medula e córtex - secretoras de hormônios diferentes, comportando-se
como duas glândulas. O córtex secreta três tipos de hormônios: os glicocorticóides, os
mineralocorticóides e os androgênicos.

Pâncreas
É uma glândula mista ou anfícrina – apresenta determinadas regiões
endócrinas e determinadas regiões exócrinas (da porção secretora partem dutos que
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lançam as secreções para o interior da cavidade intestinal) ao mesmo tempo. As


chamadas ilhotas de Langerhans são a porção endócrina, onde estão as células que
secretam os dois hormônios: insulina e glucagon, que atuam no metabolismo da glicose.

OS SENTIDOS: VISÃO, AUDIÇÃO, PALADAR, OLFATO E TATO

Os órgãos dos sentidos


Os sentidos fundamentais do corpo humano - visão, audição, tato, gustação ou
paladar e olfato - constituem as funções que propiciam o nosso relacionamento com o
ambiente. Por meio dos sentidos, o nosso corpo pode perceber muita coisa do que nos
rodeia; contribuindo para a nossa sobrevivência e integração com o ambiente em que
vivemos.
Existem determinados receptores, altamente especializados, capazes de captar
estímulos diversos. Tais receptores, chamados receptores sensoriais, são formados por
células nervosas capazes de traduzir ou converter esses estímulos em impulsos elétricos
ou nervosos que serão processados e analisados em centros específicos do sistema
nervoso central (SNC), onde será produzida uma resposta (voluntária ou involuntária). A
estrutura e o modo de funcionamento destes receptores nervosos especializados são
diversos.

Tipos de receptores:
 Exteroceptores: respondem a estímulos externos, originados fora do organismo.
 Proprioceptores: os receptores proprioceptivos encontram-se no esqueleto e nas
inserções tendinosas, nos músculos esqueléticos (formando feixes nervosos que
envolvem as fibras musculares) ou no aparelho vestibular da orelha interna.
Detectam a posição do indivíduo no espaço, assim como o movimento, a tensaõ e
o estiramento musculares.
 Interoceptores: os receptores interoceptivos respondem a estímulos viscerais ou
outras sensações como sede e fome.
Em geral, os receptores sensitivos podem ser simples, como uma ramificação nervosa;
mais complexos formados por elementos nervosos interconectados ou órgãos
complexos, providos de sofisticados sistemas funcionais.

Dessa maneira:
 Pelo tato - sentimos o frio, o calor, a pressão atmosférica, etc;
 Pela gustação - identificamos os sabores;
 Pelo olfato - sentimos o odor ou cheiro;
 Pela audição - captamos os sons;
 Pela visão - observamos as cores, as formas, os contornos, etc.
Portanto, em nosso corpo os órgãos dos sentidos estão encarregados de
receber estímulos externos. Esses órgãos são:
A pele - para o tato;
A língua - para a gustação;
As fossas nasais - para o olfato;
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Os ouvidos - para a audição;


Os olhos - para a visão.

SISTEMA REPRODUTOR FEMININO E MASCULINO


O sistema reprodutor feminino é constituído por dois ovários, duas tubas
uterinas (trompas de Falópio), um útero, uma vagina, uma vulva. Ele está localizado no
interior da cavidade pélvica. A pelve constitui um marco ósseo forte que realiza uma
função protetora.

A vagina é um canal de 8 a 10 cm de comprimento, de paredes elásticas, que


liga o colo do útero aos genitais externos. Contém de cada lado de sua abertura, porém
internamente, duas glândulas denominadas glândulas de Bartholin, que secretam um
muco lubrificante.
A entrada da vagina é protegida por uma membrana circular - o hímen - que
fecha parcialmente o orifício vulvo-vaginal e é quase sempre perfurado no centro,
podendo ter formas diversas. Geralmente, essa membrana se rompe nas primeiras
relações sexuais.
A vagina é o local onde o pênis deposita os espermatozóides na relação
sexual. Além de possibilitar a penetração do pênis, possibilita a expulsão da menstruação
e, na hora do parto, a saída do bebê.
A genitália externa ou vulva é delimitada e protegida por duas pregas cutâneo-
mucosas intensamente irrigadas e inervadas - os grandes lábios. Na mulher
reprodutivamente madura, os grandes lábios são recobertos por pêlos pubianos. Mais
internamente, outra prega cutâneo- mucosa envolve a abertura da vagina - os pequenos
lábios - que protegem a abertura da uretra e da vagina. Na vulva também está o clitóris,
formado por tecido esponjoso erétil, homólogo aopênis do homem.
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Ovários: são as gônadas femininas. Produzem estrógeno e progesterona,


hormônios sexuais femininos que serão vistos mais adiante.
No final do desenvolvimento embrionário de uma menina, ela já tem todas as
células que irão transformar-se em gametas nos seus dois ovários. Estas células - os
ovócitos primários - encontram-se dentro de estruturas denominadas folículos de Graaf ou
folículos ovarianos. A partir da adolescência, sob ação hormonal, os folículos ovarianos
começam a crescer e a desenvolver. Os folículos em desenvolvimento secretam o
hormônio estrógeno. Mensalmente, apenas um folículo geralmente completa o
desenvolvimento e a maturação, rompendo-se e liberando o ovócito secundário (gameta
feminino): fenômeno conhecido como ovulação. Após seu rompimento, a massa celular
resultante transforma-se em corpo lúteo ou amarelo, que passa a secretar os hormônios
progesterona e estrógeno. Com o tempo, o corpo lúteo regride e converte-se em corpo
albicans ou corpo branco, uma pequena cicatriz fibrosa que irá permanecer no ovário.
O gameta feminino liberado na superfície de um dos ovários é recolhido por
finas terminações das tubas uterinas - as fímbrias.
Tubas uterinas, ovidutos ou trompas de Falópio: são dois ductos que unem
o ovário ao útero. Seu epitélio de revestimento é formados por células ciliadas. Os

batimentos dos cílios microscópicos e os movimentos peristálticos das tubas uterinas


impelem o gameta feminino até o útero.

Útero: órgão oco situado na cavidade pélvica anteriormente à bexiga e


posteriormente ao reto, de parede muscular espessa (miométrio) e com formato de pêra
invertida. É revestido internamente por um tecido vascularizado rico em glândulas - o
endométrio.

SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO


O sistema reprodutor masculino é formado por:
 Testículos ou gônadas
 Vias espermáticas: epidídimo, canal deferente, uretra.
 Pênis
 Escroto
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 Glândulas anexas: próstata, vesículas seminais, glândulas bulbouretrais.

Testículos: são as gônadas masculinas. Cada testículo é composto por um


emaranhado de tubos, os ductos seminíferos Esses ductos são formados pelas células de
Sértoli (ou de sustento) e pelo epitélio germinativo, onde ocorrerá a formação dos
espermatozóides. Em meio aos ductos seminíferos, as células intersticiais ou de Leydig
(nomenclatura antiga) produzem os hormônios sexuais masculinos, sobretudo a
testosterona, responsáveis pelo desenvolvimento dos órgãos genitais masculinos e dos
caracteres sexuais secundários:
 Estimulam os folículos pilosos para que façam crescer a barba masculina e o pêlo
pubiano.
 Estimulam o crescimento das glândulas sebáceas e a elaboração do sebo.
 Produzem o aumento de massa muscular nas crianças durante a puberdade, pelo
aumento do tamanho das fibras musculares.
 Ampliam a laringe e tornam mais grave a voz.
 Fazem com que o desenvolvimento da massa óssea seja maior, protegendo contra
a osteoporose.
Epidídimos: são dois tubos enovelados que partem dos testículos, onde os
espermatozóides são armazenados.
Canais deferentes: são dois tubos que partem dos testículos, circundam a
bexiga urinária e unem-se ao ducto ejaculatório, onde desembocam as vesículas
seminais.
Vesículas seminais: responsáveis pela produção de um líquido, que será
liberado no ducto ejaculatório que, juntamente com o líquido prostático e
espermatozóides, entrarão na composição do sêmen. O líquido das vesículas seminais
age como fonte de energia para os espermatozóides e é constituído principalmente por
frutose, apesar de conter fosfatos, nitrogênio não protéico, cloretos, colina (álcool de
cadeia aberta considerado como integrante do complexo vitamínico B) e prostaglandinas
(hormônios produzidos em numerosos tecidos do corpo. Algumas prostaglandinas atuam
na contração da musculatura lisa do útero na dismenorréia – cólica menstrual, e no
orgasmo; outras atuam promovendo vasodilatação em artérias do cérebro, o que talvez
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justifique as cefaléias – dores de cabeça – da enxaqueca. São formados a partir de ácidos


graxos insaturados e podem ter a sua síntese interrompida por analgésicos e
antiinflamatórios).
Próstata: glândula localizada abaixo da bexiga urinária. Secreta substâncias
alcalinas que neutralizam a acidez da urina e ativa os espermatozóides.
Glândulas Bulbo Uretrais ou de Cowper: sua secreção transparente é
lançada dentro da uretra para limpá-la e preparar a passagem dos espermatozóides.
Também tem função na lubrificação do pênis durante o ato sexual.
Pênis: é considerado o principal órgão do aparelho sexual masculino, sendo
formado por dois tipos de tecidos cilíndricos: dois corpos cavernosos e um corpo
esponjoso (envolve e protege a uretra). Na extremidade do pênis encontra-se a glande -
cabeça do pênis, onde podemos visualizar a abertura da uretra. Com a manipulação da
pele que a envolve - o prepúcio - acompanhado de estímulo erótico, ocorre a inundação
dos corpos cavernosos e esponjoso, com sangue, tornando-se rijo, com considerável
aumento do tamanho (ereção). O prepúcio deve ser puxado e higienizado a fim de se
retirar dele o esmegma (uma secreção sebácea espessa e esbranquiçada, com forte
odor, que consiste principalmente em células epiteliais descamadas que se acumulam
debaixo do prepúcio). Quando a glande não consegue ser exposta devido ao
estreitamento do prepúcio, diz-se que a pessoa tem fimose.

Imagem: Superinteressante coleções O Corpo Humano - Sexo: a Atração Vital.

A uretra é comumente um canal destinado para a urina, mas os músculos na


entrada da bexiga se contraem durante a ereção para que nenhuma urina entre no sêmen
e nenhum sêmen entre na bexiga. Todos os espermatozóides não ejaculados são
reabsorvidos pelo corpo dentro de algum tempo.
Saco Escrotal ou Bolsa Escrotal ou Escroto: Um espermatozóide leva cerca
de 70 dias para ser produzido. Eles não podem se desenvolver adequadamente na
temperatura normal do corpo (36,5°C). Assim, os testículos se localizam na parte externa
do corpo, dentro da bolsa escrotal, que tem a função de termorregulação (aproximam ou
afastam os testículos do corpo), mantendo-os a uma temperatura geralmente em torno de
1 a 3 °C abaixo da corporal.
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REFERÊNCIAS

CÂMARA, Micheline. Anatomia e fisiologia humana.ESTRUTURA DO CORPO


HUMANO.

https://educapes.capes.gov.br. Anatomia e fisiologia do corpo humano.

https://lrp.cdn.multscreensite.com. Anatomia e fisiologia humana.

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