Anatomia e Fisiologia Humana 2
Anatomia e Fisiologia Humana 2
Anatomia e Fisiologia Humana 2
Processos Vitais
Todos os organismos vivos apresentam certas características que os
diferenciam das coisas não vivas.
A Célula
A célula é a unidade biológica e funcional dos organismos vivos. Possuem
uma grande diversidade de origens, tamanhos, formas, ciclo vital e funções, além de
serem dotadas de incrível dinâmica. Nelas a vida se manifesta de forma independente e
ativa. As células são entidades vivas dotadas de uma complexidade estrutural e
funcional superior, permitindo-lhes uma infinidade de capacidades e transformações que
são próprias da vida.
Quanto à estrutura, as células podem apresentar dois modelos: o procarionte
e o eucarionte, sendo este último do tipo animal e do tipo vegetal.
Com relação ao tamanho, são, em sua grande maioria, menores do que a
capacidade de resolução do olho humano, portanto só podem ser observadas
com uso de microscópios (células microscópicas).
Quanto à forma, as células são dotadas de grande dinamismo e apresentam
formas extremamente variáveis. A grande maioria das células possui forma
constante (cúbica, esférica, prismática, estrelada, ramificada, fusiforme e outras),
porém algumas modificam continuamente sua forma sendo denominadas
polimorfas, como os leucócitos (glóbulos brancos). Normalmente, a forma das
células dos animais e vegetais é condicionada pela função que desempenham no
organismo.
Quanto ao ciclo vital, podemos dizer que as células possuem longevidade muito
variável conforme à espécie. No organismo humano, há células que duram muitos
anos, já outras têm a sua duração contada em dias e outras, ainda,
acompanham o indivíduo por toda sua vida. Sob esse ponto de vista, as células
são classificadas em lábeis (células de curta duração, Ex: hemácias), estáveis
(podem durar meses ou anos, Ex: células epiteliais) e permanentes ( duram toda
a vida, Ex: neurônios)
Os Tecidos
Tipos de Tecidos
Tecido epitelial
Compõe-se quase exclusivamente de células e tem a função de cobrir
superfícies. Apresenta células justapostas, ou seja, bem encaixadas, com pouquíssima
substância intersticial e com grande coesão. Nos epitélios nunca se encontram
vasos sanguíneos. Destacam-se os tecidos epiteliais de revestimento e o glandular.
O tecido epitelial de revestimento recobre a superfície externa do corpo e
protege as suas cavidades internas. É formado por células chatas dispostas em
números camadas, o que evita a perda excessiva de água. Os tecidos de revestimento
externo protegem o organismo contra desidratação, atrito e invasão bacteriana. O tecido
epitelial de revestimento forma a pele, as mucosas (boca, nariz, etc.) e as serosas –
membranas que revestem alguns órgãos como: pulmão (pleura), coração (pericárdio),
abdome (peritônio).
O tecido epitelial glandular, além de revestir, forma glândulas, que
produzem e eliminam substâncias necessárias nas superfícies dos tecidos. As glândulas
podem ser:
Exócrinas: quando lançam o produto de secreção na superfície, ou seja, eliminam
suas secreções para fora do corpo ou para a cavidade dos órgãos. Ex: glândulas
sudoríparas, lacrimais etc.
Endócrinas: quando a glândula elimina a secreção diretamente nos vasos
sanguíneos como a tireoide, a hipófise etc.
Mesócrinas (mistas): possuem ao mesmo tempo uma parte exócrina e outra
endócrina como o pâncreas e o fígado.
Tecido de Sustentação
Os tecidos de sustentação forram todos os epitélios, ocupam todos os
intervalos situados entre os órgãos. São constituídos por células unidas entre si por
muita substância intersticial. Suas principais funções são: Sustentação; Preenchimentos
e Ligação; Defesa; Nutrição; Armazenamento.
Têm como características a presença de um vasto espaço extracelular que
contém fibras (elásticas, colágenas e reticulares), substância fundamental amorfa e
grande quantidade de material intracelular. Os tecidos de sustentação dividem-se em
vários grupos sendo os mais importantes: Tecido conjuntivo, tecido adiposo, tecido
cartilaginoso e tecido ósseo. Descritos abaixo:
O tecido conjuntivo é encontrado abaixo do epitélio e tem a função de sustentar e
nutrir tecidos não vascularizados. Pode ser denso ou frouxo (propriamente dito).
As fibras colágenas são grossas, flexíveis e resistentes, são formadas por uma
proteína denominada colágeno. As fibras elásticas são mais finas que as
colágenas, têm grande elasticidade e são formadas por uma proteína
denominada elastina.
O tecido adiposo é constituído principalmente por células adiposas. São
5
Tecido Muscular
Com o termo “músculo” nos referimos a um conjunto de células musculares
organizadas, unidas por tecido conectivo. Cada célula muscular é chamada fibra, essas
fibras se agrupam em feixes e cada músculo é composto por muitos feixes de fibras.
Essas células são capazes de se contrair e conferem ao tecido muscular a
capacidade de movimentar o corpo. O movimento, no entanto, não é patrimônio
exclusivo do músculo. Existe uma grande variedade de células capazes de mover-se,
como por exemplo, os glóbulos brancos, que viajam pelo sangue até os tecidos onde
vão atuar.
No corpo humano há três tipos de músculos:
Estriado (voluntário ou esquelético),
Liso (involuntário)
Cardíaco (forma as paredes do coração).
Tecido Nervoso
É um tecido formado por células altamente especializadas chamadas
neurônios e uma substância intercelular com células menores que
constituem a neuroglia.
O tecido nervoso caracteriza-se por ser especializado na condução de estímulos.
A célula nervosa tem forma estrelada, dotadas de numerosos prolongamentos
denominados dendritos; destes, um se destaca por ser longo e pouco ramificado, o
axônio ou cilindro-eixo, que pode medir até cerca de um metro. Ao contato do axônio-
dendrito, axônio-corpo de neurônio ou axônio-músculo, dá-se o nome de sinapse.
O neurônio é uma célula muito especializada (altamente diferenciada), cujas
propriedades de excitabilidade e condução são as bases das funções do sistema.
Caracteriza-se por ser uma célula sem capacidade de reprodução, e o material nervoso
encontra-se protegido por estruturas ósseas como a caixa craniana 9 encéfalo) e a
coluna vertebral (medula espinhal).
Da reunião de vários axônios forma-se o nervo. Nervos são estruturas em
forma de cordões, ramificadas, que se prolongam do encéfalo (nervos cranianos) e da
medula (nervos raquianos), a fim de se distribuírem por todo organismo. É da reunião
dos nervos que se forma a fibra nervosa.
SISTEMA DIGESTÓRIO
BOCA
A abertura pela qual o alimento entra no tubo digestivo é a boca. Aí se
encontram os dentes e a língua, que preparam o alimento para a digestão, por meio da
mastigação. Os dentes reduzem os alimentos em pequenos pedaços, misturando-os à
saliva, o que irá facilitar a futura ação das enzimas.
A LÍNGUA
A língua movimenta o alimento empurrando-o
em direção a garganta, para que seja engolido. Na
superfície da língua existem dezenas de papilas
gustativas, cujas células sensoriais percebem os quatro
sabores primários: amargo (A), azedo ou ácido (B),
salgado (C) e doce (D). De sua combinação resultam
centenas de sabores distintos. A distribuição dos quatro
tipos de receptores gustativos, na superfície da língua,
não é homogênea.
AS GLÂNDULAS SALIVARES
A presença de alimento na boca, assim como sua visão e cheiro, estimulam as
glândulas salivares a secretar saliva, que contém a enzima amilase salivar ou ptialina,
além de sais e outras substâncias. A amilase salivar digere o amido e outros
polissacarídeos (como o glicogênio), reduzindo-os em moléculas de maltose
(dissacarídeo). Três pares de glândulas salivares lançam sua secreção na cavidade
bucal: parótida, submandibular e sublingual:
mecanismo para fechar a laringe, evitando que o alimento penetre nas vias respiratórias.
Quando a cárdia (anel muscular, esfíncter) se relaxa, permite a passagem do alimento
para o interior do estômago.
FARINGE E ESÔFAGO
agressão do suco gástrico, bastante corrosivo. Apesar de estarem protegidas por essa
densa camada de muco, as células da mucosa estomacal são continuamente lesadas e
mortas pela ação do suco gástrico. Por isso, a mucosa está sempre sendo regenerada.
Estima-se que nossa superfície estomacal seja totalmente reconstituída a cada três dias.
Eventualmente ocorre desequilíbrio entre o ataque e a proteção, o que resulta em
inflamação difusa da mucosa (gastrite) ou mesmo no aparecimento de feridas dolorosas
que sangram (úlceras gástricas).
A mucosa gástrica produz também o fator intrínseco, necessário à absorção da
vitamina B12.
O bolo alimentar pode permanecer no estômago por até quatro horas ou mais
e, ao se misturar ao suco gástrico, auxiliado pelas contrações da musculatura estomacal,
transforma-se em uma massa cremosa acidificada e semilíquida, o quimo.
Passando por um esfíncter muscular (o piloro), o quimo vai sendo, aos poucos,
liberado no intestino delgado, onde ocorre a maior parte da digestão.
INTESTINO DELGADO
O intestino delgado é um tubo com pouco mais de 6 m de comprimento por 4
cm de diâmetro e pode ser dividido em três regiões: duodeno (cerca de 25 cm), jejuno
(cerca de 5 m) e íleo (cerca de 1,5 cm). A porção superior ou duodeno tem a forma de
ferradura e compreende o piloro, esfíncter muscular da parte inferior do estômago pela
qual este esvazia seu conteúdo no intestino.
A digestão do quimo ocorre predominantemente no duodeno e nas primeiras
porções do jejuno. No duodeno atua também o suco pancreático, produzido pelo
pâncreas, que contêm diversas enzimas digestivas que digerem. Outra secreção que atua
no duodeno é a bile, produzida no fígado e armazenada na vesícula biliar. Os sais biliares
têm ação detergente, emulsificando ou emulsionando as gorduras (fragmentando suas
gotas em milhares de microgotículas).
O suco pancreático contém ainda o tripsinogênio e o quimiotripsinogênio,
formas inativas em que são secretadas as enzimas proteolíticas tripsina e quimiotripsina.
Sendo produzidas na forma inativa, as proteases não digerem suas células secretoras. Na
luz do duodeno, o tripsinogênio entra em contato com a enteroquinase, enzima secretada
pelas células da mucosa intestinal, convertendo-se me tripsina, que por sua vez contribui
para a conversão do precursor inativo quimiotripsinogênio em quimiotripsina, enzima
ativa.
A tripsina e a quimiotripsina hidrolisam polipeptídios, transformando-os em
oligopeptídeos. A pepsina, a tripsina e a quimiotripsina rompem ligações peptídicas
específicas ao longo das cadeias de aminoácidos.
A mucosa do intestino delgado secreta o suco entérico, solução rica em
enzimas e de pH aproximadamente neutro. Uma dessas enzimas é a enteroquinase.
Outras enzimas são as dissacaridades, que hidrolisam dissacarídeos em
monossacarídeos (sacarase, lactase, maltase).
No suco entérico há enzimas que dão seqüência à hidrólise das proteínas: os
oligopeptídeos sofrem ação das peptidases, resultando em aminoácidos.
No intestino, as contrações rítmicas e os movimentos peristálticos das paredes
11
musculares, movimentam o quimo, ao mesmo tempo em que este é atacado pela bile,
enzimas e outras secreções, sendo transformado em quilo.
A absorção dos nutrientes ocorre através de mecanismos ativos ou passivos,
nas regiões do jejuno e do íleo. A superfície interna, ou mucosa, dessas regiões,
apresenta, além de inúmeros dobramentos maiores, milhões de pequenas dobras (4 a 5
milhões), chamadas vilosidades; um traçado que aumenta a superfície de absorção
intestinal. As membranas das próprias células do epitélio intestinal apresentam, por sua
vez, dobrinhas microscópicas denominadas microvilosidades. O intestino delgado também
absorve a água ingerida, os íons e as vitaminas.
Os nutrientes absorvidos pelos vasos sanguíneos do intestino passam ao
fígado para serem distribuídos pelo resto do organismo. Os produtos da digestão de
gorduras (principalmente glicerol e ácidos graxos isolados) chegam ao sangue sem
passar pelo fígado, como ocorre com outros nutrientes. Nas células da mucosa, essas
substâncias são reagrupadas em triacilgliceróis (triglicerídeos) e envelopadas por uma
camada de proteínas, formando os quilomícrons, transferidos para os vasos linfáticos e,
em seguida, para os vasos sangüíneos, onde alcançam as células gordurosas
(adipócitos), sendo, então, armazenados.
INTESTINO GROSSO
É o local de absorção de água, tanto a ingerida quanto a das secreções
digestivas. Uma pessoa bebe cerca de 1,5 litros de líquidos por dia, que se une a 8 ou 9
litros de água das secreções. Glândulas da mucosa do intestino grosso secretam muco,
que lubrifica as fezes, facilitando seu trânsito e eliminação pelo ânus.
GLÂNDULAS ANEXAS
Pâncreas
Funções do fígado:
Secretar a bile, líquido que atua no emulsionamento das gorduras ingeridas,
facilitando, assim, a ação da lipase;
Remover moléculas de glicose no sangue, reunindo-as quimicamente para formar
glicogênio, que é armazenado; nos momentos de necessidade, o glicogênio é
reconvertido em moléculas de glicose, que são relançadas na circulação;
Armazenar ferro e certas vitaminas em suas células;
Metabolizar lipídeos;
Sintetizar diversas proteínas presentes no sangue, de fatores imunológicos e de
coagulação e de substâncias transportadoras de oxigênio e gorduras;
Degradar álcool e outras substâncias tóxicas, auxiliando na desintoxicação do
organismo;
Destruir hemácias (glóbulos vermelhos) velhas ou anormais, transformando sua
hemoglobina em bilirrubina, o pigmento castanho-esverdeado presente na bile.
SISTEMA RESPIRATÓRIO
O sistema respiratório humano é constituído por um par de pulmões e por
vários órgãos que conduzem o ar para dentro e para fora das cavidades pulmonares.
Esses órgãos são as fossas nasais, a boca, a faringe, a laringe, a traqueia, os brônquios,
os bronquíolos e os alvéolos, os três últimos localizados nos pulmões.
Fossas nasais: são duas cavidades paralelas que começam nas narinas e
terminam na faringe. Elas são separadas uma da outra por uma parede cartilaginosa
denominada septo nasal. Em seu interior há dobras chamadas cornetos nasais, que
forçam o ar a turbilhonar. Possuem um revestimento dotado de células produtoras de
muco e células ciliadas, também presentes nas porções inferiores das vias aéreas, como
traquéia, brônquios e porção inicial dos bronquíolos. No teto das fossas nasais existem
células sensoriais, responsáveis pelo sentido do olfato. Têm as funções de filtrar,
umedecer e aquecer o ar.
Faringe: é um canal comum aos sistemas digestório e respiratório e comunica-
se com a boca e com as fossas nasais. O ar inspirado pelas narinas ou pela boca passa
necessariamente pela faringe, antes de atingir a laringe.
Laringe: é um tubo sustentado por peças de cartilagem articuladas, situado na
parte superior do pescoço, em continuação à faringe. O pomo-de-adão, saliência que
14
SISTEMA CIRCULATÓRIO
Os principais componentes do sistema circulatório são: coração, vasos
sangüíneos, sangue, vasos linfáticos e linfa.
CORAÇÃO
O coração é um órgão muscular oco que se localiza no meio do peito, sob o
osso esterno, ligeiramente deslocado para a esquerda. Em uma pessoa adulta, tem o
tamanho aproximado de um punho fechado e pesa cerca de 400 gramas.
O coração humano, como o dos demais mamíferos, apresenta quatro
cavidades: duas superiores, denominadas átrios (ou aurículas) e duas inferiores,
denominadas ventrículos. O átrio direito comunica-se com o ventrículo direito através da
válvula tricúspide. O átrio esquerdo, por sua vez, comunica-se com o ventrículo esquerdo
através da válvula bicúspide ou mitral. .A função das válvulas cardíacas é garantir que o
sangue siga uma única direção, sempre dos átrios para os ventrículos.
As câmaras cardíacas contraem-se e dilatam-se alternadamente 70 vezes por
minuto, em média (frequência cardíaca). O processo de contração de cada câmara do
miocárdio (músculo cardíaco) denomina-se sístole. O relaxamento, que acontece entre
uma sístole e a seguinte, é a diástole.
Vascularização e Cavidades do Coração
1. Artéria Coronária Direita.
2. Artéria Coronária Descendente Anterior Esquerda.
3. Artéria Coronária Circunflexa Esquerda. 4 - Veia Cava Superior.
4. Veia Cava Inferior.
5. Aorta.
6. Artéria Pulmonar.
7. Veias Pulmonares.
8. Átrio Direito.
9. Ventrículo Direito.
10. Átrio Esquerdo.
11. Ventrículo Esquerdo.
12. Músculos Papilares.
13. Cordoalhas Tendíneas.
14. Válvula Tricúspide
15. Válvula Mitral.
16. Válvula Pulmonar.
17
A circulação sangüínea humana pode ser dividida em dois grandes circuitos: um leva
sangue aos pulmões, para oxigená-lo, e outro leva sangue oxigenado a todas as células
do corpo. Por isso se diz que nossa circulação é dupla.
O trajeto “coração (ventrículo direito) è pulmões è coração (átrio esquerdo)” é
denominado circulação pulmonar ou pequena circulação. O trajeto “coração
(ventrículo esquerdo) è sistemas corporais è coração (átrio direito)” é denominado
circulação sistêmica ou grande circulação.
Circulação pulmonar:
Ventrículo direito artéria pulmonar aos pulmões veias pulmonares átrio
esquerdo.
Circulação sistêmica:
Ventrículo esquerdo artéria aorta sistemas corporais veias cava átrio direito.
VASOS SANGÜÍNEOS
Os vasos sangüíneos são de três tipos básicos: artérias, veias e capilares.
Artérias: são vasos de parede espessa que saem do coração levando sangue
para os órgãos e tecidos do corpo. Compõem-se de três camadas: a mais interna,
chamada endotélio, formada por uma única camada de células achatadas; a
20
mediana, constituída por tecido muscular liso; a mais externa, formada por
tecido conjuntivo, rico em fibras elásticas.
Quando o sangue é bombeado pelos ventrículos e penetra nas artérias, elas se
relaxam e se dilatam, o que diminui a pressão sangüínea, Caso as artérias não se
relaxem o suficiente, a pressão do sangue em seu interior sobe, com risco de ruptura das
paredes arteriais. Assim, a cada sístole ventricular é gerada uma onda de relaxamento
que se propaga pelas artérias, desde o coração até as extremidades das arteríolas.
Durante a diástole ventricular, a pressão sangüínea diminui. Ocorre, então, contração das
artérias, o que mantém o sangue circulando até a próxima sístole.
Pressão arterial: é a pressão exercida pelo sangue contra a parede das
artérias. Em um adulto com boa saúde, a pressão nas artérias durante a sístole
ventricular – pressão sistólica ou máxima – é da ordem de 120 mmHg (milímetros de
mercúrio). Durante a diástole, a pressão diminui, ficando em torno de 80 mmHg; essa é a
pressão diastólica ou mínima. O ciclo de expansão e relaxamento arterial, conhecido
como pulsação, pode ser percebido facilmente na artéria radial do pulso ou na artéria
carótida do pescoço. A pulsação corresponde às variações de pressão sanguínea na
artéria durante os batimentos cardíacos. As pressões arteriais: máxima e mínima podem
ser detectadas nas artérias do braço e medidas com um aparelho chamado
esfigmomanômetro.
Capilares sangüíneos: são vasos de pequeno calibre que ligam as extremidades
das arteríolas às extremidades das vênulas. A parede dos capilares possui uma
única camada de células, correspondente ao endotélio das artérias e veias.
Quando o sangue passa pelos capilares, parte do líquido que o constitui
atravessa a parede capilar e espalha-se entre as células próximas, nutrindo-as e
oxigenando-as. As células, por sua vez, eliminam gás carbônico e outras excreções no
líquido extravasado, denominado líquido tissular. A maior parte do líquido tissular é
reabsorvida pelos próprios capilares e reincorporada ao sangue. Apenas 1% a 2% do
líquido extravasado na porção arterial do capilar não retorna à parte venosa, sendo
coletado por um sistema paralelo ao circulatório, o sistema linfático, quando passa a se
chamar linfa e move-se lentamente pelos vasos linfáticos, dotados de válvulas.
Na porção arterial do capilar, a pressão do sangue é maior que a pressão
osmótica do plasma saída de água contendo substâncias dissolvidas.
Na porção venosa do capilar, a pressão do sangue é reduzida, tornando-se
menor que a pressão osmótica do plasma o retorno de fluido para o interior do capilar.
Veias: são vasos que chegam ao coração, trazendo o sangue dos órgãos e tecidos. A
parede das veias, como a das artérias, também é formada por três camadas. A
diferença, porém, é que a camada muscular e a conjuntiva são menos espessas que
suas correspondentes arteriais. Além disso, diferentemente das artérias, as veias de
maior calibre apresentam válvulas em seu interior, que impedem o refluxo de sangue
e garante sua circulação em um único sentido. Depois de passar pelas arteríolas e
capilares, a pressão sangüínea diminui, atingindo valores muito baixos no interior das
veias. O retorno do sangue ao coração deve-se, em grande parte, às contrações dos
músculos esqueléticos, que comprimem as veias, fazendo com que o sangue
21
SISTEMA LINFÁTICO
Sistema paralelo ao circulatório, constituído por uma vasta rede de vasos
semelhantes às veias (vasos linfáticos), que se distribuem por todo o corpo e recolhem o
líquido tissular que não retornou aos capilares sanguíneos, filtrando-o e reconduzindo-o à
circulação sanguínea. É constituído pela linfa, vasos e órgãos linfáticos.
Os capilares linfáticos estão presentes em quase todos os tecidos do corpo.
Capilares mais finos vão se unindo em vasos linfáticos maiores, que terminam em
dois grandes dutos principais: o duto torácico (recebe a linfa procedente da parte
inferior do corpo, do lado esquerdo da cabeça, do braço esquerdo e de partes do
tórax) e o duto linfático (recebe a linfa procedente do lado direito da cabeça, do
braço direito e de parte do tórax), que desembocam em veias próximas ao coração.
Linfa: líquido que circula pelos vasos linfáticos. Sua composição é semelhante à do
sangue, mas não possui hemácias, apesar de conter glóbulos brancos dos quais
99% são linfócitos. No sangue os linfócitos representam cerca de 50% do total de
glóbulos brancos.
SISTEMA EXCRETOR
Uretra
A uretra é um tubo que parte da bexiga e termina, na mulher, na região vulvar
e, no homem, na extremidade do pênis. Sua comunicação com a bexiga mantém-se
fechada por anéis musculares - chamados esfíncteres. Quando a musculatura desses
anéis relaxa-se e a musculatura da parede da bexiga contrai-se, urinamos.
26
SISTEMA NERVOSO
CÓRTEX CEREBRAL
Funções:
Pensamento
Movimento voluntário
Linguagem
Julgamento
Percepção
A palavra córtex vem do latim para "casca". Isto porque o córtex é a camada mais externa
do cérebro. A espessura do córtex cerebral varia de 2 a 6 mm. O lado esquerdo e direito
do córtex cerebral são ligados por um feixe grosso de fibras nervosas chamado de corpo
caloso. Os lobos são as principais divisões físicas do córtex cerebral. O lobo frontal é
responsável pelo planejamento consciente e pelo controle motor. O lobo temporal tem
centros importantes de memória e audição. O lobo parietal lida com os sentidos corporal e
espacial. o lobo occipital direciona a visão.
CEREBELO
Funções:
Movimento
Equilíbrio
Postura
Tônus muscular
A palavra cerebelo vem do latim para "pequeno cérebro”. O cerebelo fica
localizado ao lado do tronco encefálico. É parecido com o córtex que recobre cerebral em
alguns aspectos: o cerebelo é dividido em hemisférios e tem um córtex estes hemisférios.
TRONCO ENCEFÁLICO
Funções:
Respiração
Ritmo dos batimentos cardíacos
Pressão Arterial
30
MESENCÉFALO
Funções:
Visão
Audição
Movimento dos Olhos
Movimento do corpo
TÁLAMO
O tálamo recebe informações sensoriais do corpo e as passa para o córtex
cerebral. O córtex cerebral envia informações motoras para o tálamo que posteriormente
são distribuídas pelo corpo. Participa, juntamente com o tronco encefálico, do sistema
reticular, que é encarregado de “filtrar” mensagens que se dirigem às partes conscientes
do cérebro.
Funções:
Integração Sensorial
Integração Motora
A MEDULA ESPINHAL
Nossa medula espinhal tem a forma de um cordão com aproximadamente 40
cm de comprimento. Ocupa o canal vertebral, desde a região do atlas - primeira vértebra -
até o nível da segunda vértebra lombar. A medula funciona como centro nervoso de atos
involuntários e, também, como veículo condutor de impulsos nervosos.
Da medula partem 31 pares de nervos raquidianos que se ramificam. Por meio
dessa rede de nervos, a medula se conecta com as várias partes do corpo, recebendo
mensagens e vários pontos e enviando-as para o cérebro e recebendo mensagens do
cérebro e transmitindo-as para as várias partes do corpo. A medula possui dois sistemas
de neurônios: o sistema descendente controla funções motoras dos músculos, regula
funções como pressão e temperatura e transporta sinais originados no cérebro até seu
destino; o sistema ascendente transporta sinais sensoriais das extremidades do corpo até
31
O vírus da poliomielite causa lesões na raiz ventral dos nervos espinhais, o que
leva à paralisia e atrofia dos músculos.
Esqueleto axial
37
Caixa craniana
Possui os seguintes ossos importantes: frontal, parietais, temporais, occipital,
esfenóide, nasal, lacrimais, malares ("maçãs do rosto" ou zigomático), maxilar superior e
mandíbula (maxilar inferior).
Observações:
Primeiro - no osso esfenóide existe uma depressão denominada de sela turca
onde se encontra uma das menores e mais importantes glândulas do corpo humano - a
hipófise, no centro geométrico do crânio.
Segundo - Fontanela ou moleira é o nome dado à região alta e mediana, da
cabeça da criança, que facilita a passagem da mesma no canal do parto; após o
nascimento, será substituída por osso.
Coluna vertebral
É uma coluna de vértebras que apresentam cada uma um buraco, que se
sobrepõem constituindo um canal que aloja a medula nervosa ou espinhal; é dividida em
regiões típicas que são: coluna cervical (região do pescoço), coluna torácica, coluna
lombar, coluna sacral, coluna cocciciana (coccix).
Coluna Vertebral
Canal Medular
38
Caixa torácica
É formada pela região torácica de coluna vertebral, osso esterno e costelas,
que são em número de cada lado, sendo as 7 primeiras verdadeiras (se inserem
diretamente no esterno), 3 falsas (se reúnem e depois se unem ao esterno), e 2 flutuantes
(com extremidades anteriores livres, não se fixando ao esterno).
Esqueleto Apendicular
Juntas e articulações
Junta é o local de junção entre dois ou mais ossos. Algumas juntas, como as
do crânio, são fixas; nelas os ossos estão firmemente unidos entre si. Em outras juntas,
denominadas articulações, os ossos são móveis e permitem ao esqueleto realizar
movimentos.
Ligamentos
Os ossos de uma articulação mantêm-se no lugar por meio dos ligamentos,
cordões resistentes constituídos por tecido conjuntivo fibroso. Os ligamentos estão
firmemente unidos às membranas que revestem os ossos.
encontrados nas mãos e nos pés. São constituídos por tecido ósseo esponjoso.
Exemplos: calcâneo, tarsos, carpos.
SISTEMA MUSCULAR
Musculatura Esquelética
O sistema muscular esquelético constitui a maior parte da musculatura do
corpo, formando o que se chama popularmente de carne. Essa musculatura recobre
totalmente o esqueleto e está presa aos ossos, sendo responsável pela movimentação
corporal.
43
existe uma linha que se cora mais intensamente, denominada linha Z, que corresponde a
várias uniões entre dois filamentos de actina. A faixa central, mais escura, é chamada
banda A, cujas extremidades são formadas por filamentos de actina e miosina
sobrepostos. Dentro da banda A existe uma região mediana mais clara – a banda H –
que contém apenas miosina. Um sarcômero compreende o segmento entre duas
linhas Z consecutivas e é a unidade contrátil da fibra muscular, pois é a menor porção
da fibra muscular com capacidade de contração e distensão.
Contração: ocorre pelo deslizamento dos filamentos de actina sobre os de
miosina c sarcômero diminui devido à aproximação das duas linhas Z, e a zona H
chega a desaparecer.
A contração do músculo esquelético é voluntária e ocorre pelo deslizamento
dos filamentos de actina sobre os de miosina. Nas pontas dos filamentos de miosina
existem pequenas projeções, capazes de formar ligações com certos sítios dos
filamentos de actina, quando o músculo é estimulado. Essas projeções de miosina
puxam os filamentos de actina, forçando-os a deslizar sobre os filamentos de miosina.
Isso leva ao encurtamento das miofibrilas e à contração muscular. Durante a contração
muscular, o sarcômero diminui devido à aproximação das duas linhas Z, e a zona H
chega a desaparecer.
Constatou-se, através de microscopia eletrônica, que o sarcolema
(membrana plasmática) da fibra muscular sofre invaginações, formando túbulos
anastomosados que envolvem cada conjunto de miofibrilas. Essa rede foi denominada
sistema T, pois as invaginações são perpendiculares as miofibrilas. Esse sistema é
responsável pela contração uniforme de cada fibra muscular estriada esquelética, não
ocorrendo nas fibras lisas e sendo reduzido nas fibras cardíacas.
SISTEMA ENDÓCRINO
Dá-se o nome de sistema endócrino ao conjunto de órgãos que apresentam
como atividade característica a produção de secreções denominadas hormônios, que
são lançados na corrente sangüínea e irão atuar em outra parte do organismo,
controlando ou auxiliando o controle de sua função. Os órgãos que têm sua função
controlada e/ou regulada pelos hormônios são denominados órgãos-alvo.
Constituição dos órgãos do sistema endócrino
Os tecidos epiteliais de secreção ou epitélios glandulares formam as
glândulas, que podem ser uni ou pluricelulares. As glândulas pluricelulares não são
apenas aglomerados de células que desempenham as mesmas funções básicas ou
têm a mesma morfologia geral e origem embrionária - o que caracteriza um tecido. São
na verdade órgãos definidos com arquitetura ordenada. Elas estão envolvidas por uma
cápsula conjuntiva que emite septos, dividindo-as em lobos. Vasos sangüíneos e
nervos penetram nas glândulas, fornecendo alimento e estímulo nervoso para as suas
funções.
Os hormônios influenciam praticamente todas as funções dos demais
sistemas corporais. Freqüentemente o sistema endócrino interage com o sistema
nervoso, formando mecanismos reguladores bastante precisos. O sistema nervoso
pode fornecer ao endócrino a informação sobre o meio externo, ao passo que o
45
Hipófise ou pituitária
Situa-se na base do encéfalo, em uma cavidade do osso esfenóide chamada
tela túrcica. Nos seres humanos tem o tamanho aproximado de um grão de ervilha e
possui duas partes: o lobo anterior (ou adeno-hipófise) e o lobo posterior (ou neuro-
hipófise).
Além de exercerem efeitos sobre órgãos não-endócrinos, alguns hormônios,
produzidos pela hipófise são denominados trópicos (ou tróficos) porque atuam sobre
outras glândulas endócrinas, comandando a secreção de outros hormônios. São eles:
Tireotrópicos: atuam sobre a glândula endócrina tireóide.
Adrenocorticotrópicos: atuam sobre o córtex da glândula endócrina adrenal
(supra-renal)
Gonadotrópicos: atuam sobre as gônadas masculinas e femininas.
Somatotrófico: atua no crescimento, promovendo o alongamento dos ossos e
estimulando a síntese de proteínas e o desenvolvimento da massa muscular.
Também aumenta a utilização de gorduras e inibe a captação de glicose
plasmática pelas células, aumentando a concentração de glicose no sangue
(inibe a produção de insulina pelo pâncreas, predispondo ao diabetes).
46
Hipotálamo
Localizado no cérebro diretamente acima da hipófise, é conhecido por
exercer controle sobre ela por meios de conexões neurais e substâncias
semelhantes a hormônios chamados fatores desencadeadores (ou de liberação), o
meio pelo qual o sistema nervoso controla o comportamento sexual via sistema
endócrino.
47
Tireóide
Localiza-se no pescoço, estando apoiada sobre as cartilagens da laringe e da
traquéia. Seus dois hormônios, triiodotironina (T3) e tiroxina (T4), aumentam a
velocidade dos processos de oxidação e de liberação de energia nas células do corpo,
elevando a taxa metabólica e a geração de calor. Estimulam ainda a produção de RNA e
a síntese de proteínas, estando relacionados ao crescimento, maturação e
desenvolvimento. A calcitonina, outro hormônio secretado pela tireóide, participa do
controle da concentração sangüínea de cálcio, inibindo a remoção do cálcio dos ossos e a
saída dele para o plasma sangüíneo, estimulando sua incorporação pelos ossos.
Paratireóides
São pequenas glândulas, geralmente em número de quatro, localizadas na
região posterior da tireóide. Secretam o paratormônio, que estimula a remoção de cálcio
da matriz óssea (o qual passa para o plasma sangüíneo), a absorção de cálcio dos
alimentos pelo intestino e a reabsorção de cálcio pelos túbulos renais, aumentando a
concentração de cálcio no sangue. Neste contexto, o cálcio é importante na contração
muscular, na coagulação sangüínea e na excitabilidade das células nervosas.
Adrenais ou supra-renais
São duas glândulas localizadas sobre os rins, divididas em duas partes
independentes – medula e córtex - secretoras de hormônios diferentes, comportando-se
como duas glândulas. O córtex secreta três tipos de hormônios: os glicocorticóides, os
mineralocorticóides e os androgênicos.
Pâncreas
É uma glândula mista ou anfícrina – apresenta determinadas regiões
endócrinas e determinadas regiões exócrinas (da porção secretora partem dutos que
48
Tipos de receptores:
Exteroceptores: respondem a estímulos externos, originados fora do organismo.
Proprioceptores: os receptores proprioceptivos encontram-se no esqueleto e nas
inserções tendinosas, nos músculos esqueléticos (formando feixes nervosos que
envolvem as fibras musculares) ou no aparelho vestibular da orelha interna.
Detectam a posição do indivíduo no espaço, assim como o movimento, a tensaõ e
o estiramento musculares.
Interoceptores: os receptores interoceptivos respondem a estímulos viscerais ou
outras sensações como sede e fome.
Em geral, os receptores sensitivos podem ser simples, como uma ramificação nervosa;
mais complexos formados por elementos nervosos interconectados ou órgãos
complexos, providos de sofisticados sistemas funcionais.
Dessa maneira:
Pelo tato - sentimos o frio, o calor, a pressão atmosférica, etc;
Pela gustação - identificamos os sabores;
Pelo olfato - sentimos o odor ou cheiro;
Pela audição - captamos os sons;
Pela visão - observamos as cores, as formas, os contornos, etc.
Portanto, em nosso corpo os órgãos dos sentidos estão encarregados de
receber estímulos externos. Esses órgãos são:
A pele - para o tato;
A língua - para a gustação;
As fossas nasais - para o olfato;
49
REFERÊNCIAS