Aula6 A Sintaxe Do Periodo Simples Parte II
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GRAMÁTICA
A Sintaxe do Período Simples – Parte II
Bruno Pilastre
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Complemento nominal
Na aula anterior, vimos que o predicado verbal pode ser formado por verbos transitivos.
Os verbos transitivos são aqueles que exigem um complemento (o objeto). Com a classe dos
nomes, ocorre o mesmo: substantivos e adjetivos (e advérbios) podem exigir complementos.
Vamos ilustrar os complementos nominais com os seguintes exemplos:
Se observarmos bem, os nomes “temor”, “execução”, “cobiçoso” e “destruição” são deri-
vados de verbos transitivos: temer algo (o perigo), executar algo (a ordem), cobiçar algo (honras)
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e destruir algo (Roma). Assim, podemos dizer que esses nomes “herdam” a transitividade do
verbo (ou seja, herdam a necessidade de ter complemento).
Outra propriedade observada é a necessidade de o complemento nominal ser preposicio-
nado: do perigo, da ordem, de honras e de Roma.
O complemento nominal possui alguns traços semânticos: nunca indica posse, tem valor
de paciente (ou seja, é sobre ele que recai a ação - claro, ele retoma o objeto direto do verbo
transitivo, também paciente!). Por fim, o complemento completa (!) o sentido de substantivos
abstratos, adjetivos e advérbios (por exemplo, as formas adverbiais “perto de”, “longe de”).
A última propriedade relevante dos complementos nominais é a obrigatoriedade de sua
presença (e a ausência do complemento, consequentemente, “faz falta”).
Adjunto adnominal
O núcleo do sujeito das duas orações acima é o mesmo: “garçom”. Esse núcleo pertence
à classe dos substantivos.
Ainda que o núcleo seja o mesmo, podemos perceber uma diferença entre as orações: na
primeira, o substantivo “garçom” é acompanhado apenas pelo artigo “o”. Na segunda oração,
o substantivo “garçom” é acompanhado pelo artigo e por duas outras expressões: “melhor” e
“do restaurante Fasano”. Essa diferença tem consequência semântica: a segunda oração traz
mais detalhes sobre o garçom, sendo mais específica. Ficou claro?
Há uma característica importante em relação aos termos que acompanham o substantivo
“garçom” nas orações em (2). Se você observar bem, todos eles podem ser suprimidos
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(eliminados, retirados), e ainda assim o núcleo substantivo é capaz de ser sujeito da oração
(ainda que possua uma semântica menos específica):
Essa é uma característica que diferencia os adjuntos adnominais dos complementos no-
minais: adjuntos adnominais podem ser suprimidos; complementos nominais não podem ser
suprimidos.
Outra característica dos adjuntos adnominais é a possibilidade de modificarem o núcleo
nominal em duas posições:
Obs.:
Definição sintática: são expressões vinculadas a um núcleo substantivo (ou equivalen-
te);
Definição semântica: caracterizam/especificam/determinam a semântica do núcleo
substantivo ao qual se vinculam.
Você se lembra da aula sobre morfologia? Eu falei que classe morfológica é diferente de
função sintática. É por isso que fazemos a seguinte classificação:
O rapaz chegou
Morfologia → artigo substantivo verbo
Sintaxe → adjunto adnominal núcleo do sujeito núcleo do predicado verbal
Muito bem. Mas agora precisamos saber quais classes morfológicas funcionam como
adjunto adnominal. São estas:
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Entre esses determinantes e o núcleo substantivo pode haver um adjetivo (que também
será, na sintaxe, um adjunto adnominal).
Após o núcleo substantivo, pode haver um adjunto adnominal de tipo adjetivo ou um ad-
junto adnominal introduzido por preposição (de natureza diferente da do complemento).
Para encerrar a parte sobre adjunto adnominal, eu quero informar que a relação entre núcleo
substantivo e adjunto(s) é a mesma para o sujeito da oração e para o objeto da oração. Assim,
o objeto direto do verbo “ver”, a seguir, é formado por um núcleo substantivo e por três adjuntos:
“o famoso escritor americano” é o objeto do verbo “ver”. Nesse objeto, há um núcleo subs-
tantivo (escritor), os adjuntos adnominais pré-núcleo (“o” e “famoso”) e o adjunto adnominal
pós-núcleo (americano).
Na linguística, chamamos o conjunto [núcleo substantivo + adjuntos] de SINTAGMA NO-
MINAL. O sintagma nominal pode exercer as funções de sujeito, objeto direto e aposto.
Adjunto adverbial
Os adjuntos adverbiais indicam circunstâncias do fato expresso pelo verbo. Há duas for-
mas de ocorrência dos adjuntos adverbiais: formas lexicais (bebeu muito; dormiu pouco; al-
mocei bastante; ele respondeu corretamente) ou expressões preposicionadas (as chamadas
locuções adverbiais, como “naquela noite”; “à tarde”, “em breve”). Falamos bastante sobre a
classe morfológica dos advérbios em uma aula anterior, se lembra? Pois então: a função sin-
tática principal de advérbios é a de adjunto adverbial.
Nas formas lexicais (advérbios), a propriedade morfológica importante é a de não serem
flexionadas (em gênero e número). No caso das locuções adverbiais, o importante é notar o
fato de serem tipicamente introduzidas por preposição. Então observe o seguinte:
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Você, que é sagaz, certamente conseguirá interpretar cada um dos sentidos gerados pelas
distintas posições do adjunto “provavelmente”.
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Para encerrar o conteúdo sobre adjuntos adverbiais, temos uma importante regra de pon-
tuação: adjuntos adverbiais de maior extensão deslocados de sua posição original (contíguo
ao verbo) devem ser isolados por vírgula.
Veja que em (6a) não é obrigatória a presença da vírgula (mas, se for aplicada, não será
inadequada). Em (6b), o uso da vírgula é exigido de modo a trazer mais clareza de entendi-
mento da proposição.
Em nosso banco de questões de concurso, há muitos exemplos de questões que avaliam
essa regra.
Agora podemos passar para o próximo conteúdo: as vozes verbais.
Vozes verbais
O fenômeno de voz verbal tem relação com o modo como o verbo se relaciona com o
agente e com o paciente do evento verbal. Imagine um evento simples, do tipo “abraçar”.
Nesse evento, temos dois participantes, o “abraçador” (o agente do evento) e o “abraçado” (o
paciente do evento). Então esse evento é descrito da seguinte maneira:
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Obs.: na voz ativa, o sujeito do verbo é o agente do evento e o objeto do verbo é o paciente
do evento.
Agora imagine que eu queira dar destaque ao paciente do evento. Nesse caso, eu quero
transmitir ao meu interlocutor o fato de que o filho recebeu um abraço. Como eu posso estru-
turar a oração? Bom, é simples: eu coloco o paciente da ação na posição de sujeito, formando
a oração a seguir.
Obs.: Na voz passiva, o sujeito sintático da sequência verbal é o paciente do evento. O agente
do evento, quando está presente na voz passiva, é um termo preposicionado.
A partir dessa introdução, de caráter intuitivo, vamos aos detalhes de cada uma das cons-
truções. Começamos pela ativa.
Voz ativa
A forma ativa possui as seguintes características:
• o agente do evento verbal ocupa a posição de sujeito sintático;
• o paciente do evento ocupa a posição de objeto do verbo (e esse objeto é direto – ou
seja, não é introduzido por preposição);
• o verbo que é núcleo do predicado deve selecionar um complemento direto (objeto di-
reto). Esse verbo pode possuir forma simples (abraçou) ou perifrástica (havia abraçado,
com auxiliar + forma nominal invariável).
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Apenas verbos que selecionam complemento direto podem ser transformados em voz (ativa
→ passiva). Veremos que não é possível apassivar verbos de ligação, verbos intransitivos ou
verbos transitivos indiretos.
Voz passiva
Eu já falei que a passiva é uma voz em que o paciente do evento ocorre na posição de
sujeito sintático e o agente ocorre introduzido por uma preposição. Essas propriedades ca-
racterizam mais propriamente o que chamamos de passiva analítica. No entanto, há outra
construção em que o paciente pode ocorrer na posição de sujeito sintático: a passiva sintéti-
ca (também chamada de passiva pronominal). Vamos a cada uma delas.
Passiva Analítica
A passiva analítica possui uma estrutura desenvolvida (em relação à sintética). A estru-
tura é a seguinte:
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Na oração em (10b), não temos a presença do agente da passiva. A ausência de “pelo pai”
torna a oração (10b) incorreta ou incompleta? NÃO! Pois bem: essa é uma das características
da passiva analítica:
Passiva sintética
Imagine que eu queira fazer uma propaganda. Nessa propaganda, eu tenho que dar des-
taque aos apartamentos (isto é, ao paciente do evento de “vender”). Ainda nesse espírito da
propaganda, eu não quero dar atenção à construtora (porque ela não está me pagando pela
propaganda!). Como eu devo estruturar a oração? Uma possibilidade é a passiva analítica:
Além dessa forma, estruturada pela sequência [AUXILIAR+PARTICÍPIO], existe a forma a se-
guir:
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Professor, eu não costumo ouvir a oração em (13) dessa forma. Ela está estranha...
Eu sei o porquê desse estranhamento. É que, na passiva sintética, o sujeito sintático tipi-
camente fica posposto ao verbo (isto é, depois do verbo):
Então, até o momento, temos as seguintes características sobre a voz passiva SINTÉTICA:
• o paciente ocorre na posição de sujeito sintático;
• o núcleo do predicado se estrutura pela sequência [VERBO LEXICAL + PRONOME “SE”]
(e o “se” é uma partícula apassivadora);
• tipicamente, o sujeito sintático (o paciente) ocorre posposto ao verbo (ou seja, após o
verbo).
Por que há a concordância? Ora, eu já disse que o sujeito sintático está presente e ocorre
após o verbo.
Na passiva analítica, também há concordância, mas da seguinte maneira:
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Na oração (17b) acima, a presença do agente da passiva torna a oração inadequada. As-
sim, concluímos que a passiva sintética não admite agente da passiva.
Para encerrar essa parte da aula sobre a voz passiva, apresento mais uma informação
relevante. Para descobrir se estamos diante de uma oração na voz passiva, temos que nos
perguntar:
• o verbo núcleo da predicação seleciona complemento direto (objeto direto)?
• o paciente do evento é o sujeito sintático da oração?
• o núcleo verbal está sob a forma AUXILIAR+PARTICÍPIO (passiva analítica) ou VERBO
LEXICAL+SE (passiva sintética)?
Por fim, a pergunta mais importante para saber se uma oração está na voz passiva é a
seguinte: é possível transformar essa construção em uma ativa?
Imagine que a banca pergunte se a oração “O Gustavo foi casado por 30 anos” é uma
passiva analítica. A resposta é clara! Não estamos diante de uma passiva, pois não há uma
contraparte ativa: a oração “30 anos casou o Gustavo” não é possível.
Agora, se estamos diante de uma oração como “O Gustavo foi casado pelo Pe. Fábio de
Melo”, aí temos uma passiva: é possível transformar essa oração em uma ativa: “O Pe. Fábio
de Melo casou o Gustavo”.
Nossa, vimos bastante coisa até agora... Mas como esse conteúdo é muito importante (e
muito avaliado pelas bancas), eu vou insistir em continuar na temática. Falarei agora da dife-
rença entre a passiva sintética e o sujeito indeterminado (que vimos na última aula). Se você
quiser fazer uma pausa e voltar daqui a pouco, fique à vontade.
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Na aula anterior, eu afirmei que o sujeito indeterminado pode ocorrer sob a forma de ver-
bo na 3ª pessoa do singular + “se”. Um exemplo era a oração “Vive-se bem quando há bons
serviços públicos”. Qual é a diferença dessa construção de sujeito indeterminado e a passiva
sintética, que também ocorre com a forma “se”? Bom, temos estas diferenças:
Por que há a confusão entre a oração com sujeito indeterminado e a oração em voz passi-
va sintética? A razão é simples: as duas formas oracionais dispensam a referência ao agente
do evento. No entanto, vimos no quadro acima que as duas construções dispensam essa
referência ao agente (ainda que de maneiras distintas).
Encerramos a caracterização das vozes ativa e passiva. Vamos ver agora as formas refle-
xivas e recíprocas.
Reflexividade e Reciprocidade
A caracterização da voz reflexiva é simples. Nessa voz, o evento verbal conta com um úni-
co participante. Esse participante do evento é, ao mesmo tempo, agente e paciente. Observe
esse exemplo:
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Quando imaginamos o evento, vemos um único participante: O Alex Atala. Esse partici-
pante ao mesmo tempo exerce uma ação (atividade de cortar) e sofre algo (é cortado). É por
isso que cabe utilizar a expressão “a si mesmo” (O Alex Atala cortou-se a si mesmo).
A verbo da oração reflexiva possui um sujeito sintático e um complemento verbal (objeto
direto). Esse objeto direto ocorre sob a forma do pronome reflexivo “se”. Então temos o seguin-
te:
Agora que essa ideia de reflexividade ficou clara, podemos diferenciá-la da ideia de reci-
procidade.
Na reciprocidade, o conjunto [verbo + “se”] expressa um evento realizado por dois ou mais
participantes. Esses participantes são agentes e pacientes ao mesmo tempo. Observe o par
de orações a seguir:
REFLEXIVIDADE RECIPROCIDADE
Há um participante no evento denotado pela oração. Há dois (ou mais) participantes no evento denotado
pela oração.
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Esse participante é, ao mesmo tempo, agente e Cada um desses participantes atua e sofre o evento
paciente do evento. denotado (são agentes e pacientes ao mesmo tempo).
Cabe a expressão “a si mesmo”. Cabe a expressão “um ao outro”.
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RESUMO
Neste resumo, sintetizarei as informações por tabelas (as mesmas usadas ao longo da
aula). Assim, podemos ver claramente as propriedades (e diferenças) entre as funções sin-
táticas estudadas por nós. Começaremos retomando as propriedades (e diferenças) entre
adjuntos e complementos nominais. Também retomarei as propriedades dos adjuntos ad-
verbiais. Na sequência, relembraremos as propriedades das vozes, reforçando as diferenças
entre a passiva sintética e o sujeito indeterminado. Finalizando, veremos novamente as dife-
renças entre reflexividade e reciprocidade.
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DIFERENÇAS ENTRE
PASSIVA SINTÉTICA SUJEITO INDETERMINADO
O predicado possui um sujeito sintático (o paciente). O predicado NÃO possui um sujeito sintático.
Esse sujeito pode não estar manifesto fonologica-
mente, mas é recuperável ao longo da cadeia do dis-
curso.
O verbo lexical MANIFESTA concordância (em relação O verbo SEMPRE fica na terceira pessoa do singular
ao sujeito sintático). (não manifesta concordância).
É possível recuperar uma forma ativa. Não há contraparte ativa, pois a oração com sujeito
indeterminado já está em voz ativa.
Ocorre com verbos que selecionam complemento Ocorre com verbos:
direto (objeto direto). (i) que não selecionam um complemento direto (intran-
sitivo);
(ii) que selecionam um complemento indireto (objeto
indireto, selecionado por um verbo transitivo indireto);
(iii) que selecionam um complemento direto (desde
que não haja sujeito manifesto ou recuperável na
cadeia do discurso).
O “se” é uma partícula apassivadora. O “se” é um índice de indeterminação do sujeito.
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MAPAS MENTAIS
Ocorre na passiva analítica
Sintaxe do
período Vinculado a um núcleo de natureza nominal
simples É opcional
Pré ou pós-núcleo nominal
Adjunto adnominal Pode ou não ser preposicionado
Pode indicar posse
Tem valor ativo (agente)
Completa sentido de substantivos (concretos ou abstratos)
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Há dois (ou mais) participantes no evento denotado pela oração.
Cada um desses participantes atua e sofre o evento denotado (são agentes e pacientes).
Recíproca
Cabe a expressão “um ao outro”.
Diferenças entre voz
Há um participante no evento denotado pela oração.
reflexiva e voz recíproca
Reflexiva Esse único participante é, ao mesmo tempo, agente e paciente do evento.
Cabe a expressão “a si mesmo”.
Agente (da passiva) ocorre opcionalmente introduzido por uma preposição (por ou de).
Intransitivos
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GLOSSÁRIO
Adjunto adnominal: palavra ou expressão acessória, de valor adjetivo que, junto de um
substantivo, delimita ou especifica o significado do mesmo (por exemplo: pão integral, pão
com passas).
Adjunto adverbial: palavra ou expressão de valor adverbial que indica alguma circunstân-
cia do fato expresso pelo verbo ou que intensifica o sentido do mesmo, de um adjetivo ou de
um advérbio.
Agente da passiva: complemento verbal que ocorre na voz passiva e que expressa o ser
que executa a ação do verbo. É geralmente iniciado pela preposição “por” ou, mais raramente,
“de” (por exemplo: este bolo foi feito por mim; ele é conhecido de todos).
Complemento nominal: sintagma que complementa o sentido de um substantivo derivado
de verbo e que na oração com o verbo equivalente corresponde a um complemento (direto ou
indireto), expresso por um sintagma nominal ou uma oração integrante objetiva; por exemplo:
convidar para o casamento — convite de casamento; viu a cena — a visão da cena.
Particípio: uma das formas nominais do verbo, com características de nome (gênero e
caso) e de verbo (tempo, aspecto, voz).
Partícula apassivadora: a partícula “se”, que indica voz passiva em orações em que o su-
jeito é paciente da ação verbal, como em “vendem-se casas”.
Voz ativa: voz do verbo em que o sujeito pratica a ação (por exemplo: João cortou a árvo-
re).
Voz passiva analítica: voz passiva com o verbo principal na forma de particípio e com
verbo auxiliar (ser, estar ou ficar) recebendo as indicações de tempo, modo e concordância.
O sujeito equivale ao objeto direto da ativa correspondente, e o sintagma agentivo, opcional,
vem precedido de por ou de: o cocheiro foi mordido (pelo cavalo).
Voz passiva sintética: voz passiva com o verbo na terceira pessoa construído com o pro-
nome apassivador “se”, sem indicação do agente (por exemplo: não se encontrou nenhum
vestígio de vinho no copo; vendem-se livros usados).
Voz passiva: voz do verbo na qual o sujeito da oração recebe a interpretação de paciente,
em lugar da de agente da ação verbal (por exemplo: Pedro foi demitido).
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Voz reflexiva: voz com verbo na forma ativa tendo como complemento um pronome re-
flexivo, indicando a identidade entre quem provoca e quem sofre a ação verbal (por exemplo:
feri-me; eles se prejudicaram).
Voz: categoria do verbo definida pela relação que estabelece entre o sujeito gramatical
(aquele com o qual o verbo concorda) e o papel de agente ou de paciente da ação verbal.
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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (FCC/DPE-RS/DEFENSOR/2011)
13| Mais de 20 anos depois, graças aos avanços na
14| tecnologia de identificação de DNA e à expansão dos
15| bancos de dados com informações genéticas de criminosos,
16| foi possível identificar [...]
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c) Para comemorar o evento, sua mulher, a escritora Heloísa Seixas, organizou o volume “Trê-
fego e Peralta”, lançado pela Companhia das Letras, reunindo sua produção jornalística.
d) Para comemorar o evento, sua mulher a escritora Heloísa Seixas, organizou o volume “Trê-
fego e Peralta” lançado pela Companhia das Letras reunindo sua produção jornalística.
e) Para comemorar o evento sua mulher, a escritora, Heloísa Seixas, organizou o volume (“Trê-
fego e Peralta”) lançado, pela Companhia das Letras, reunindo sua produção jornalística.
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e) No caso de que viesse a encontrar quem lute por ele, o velho terá reconhecido nesse apoio
uma comprovação de nossa humanidade.
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal resultante será:
a) foram marcados.
b) foi marcado.
c) são marcados.
d) foi marcada.
e) é marcada.
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Questão 12 (FGV/AL-RO/ASSISTENTE/2018)
Do Casamento
O casamento foi a maneira que a humanidade encontrou de propagar a espécie sem cau-
sar falatório na vizinhança. As tradições matrimoniais se transformaram através dos tempos
e variam de cultura para cultura. Em certas sociedades primitivas o tempo gasto nas preli-
minares do casamento – corte, namoro, noivado etc. – era abreviado. O macho escolhia uma
fêmea, batia com um tacape na sua cabeça e a arrastava para a sua caverna. Com o passar
do tempo este método foi sendo abandonado, por pressão dos buffets, das lojas de presente
e das mulheres, que não admitiam um período pré-conjugal tão curto. O homem precisava
aproximar-se dela, cheirar seus cabelos, grunhir no seu ouvido, mordiscar a sua orelha e só
então, quando ela estivesse distraída, bater com o tacape na sua cabeça e arrastá-la para a
caverna. (fragmento)
VERÍSSIMO, Luís Fernando, Comédias da Vida Privada. Ed. LPm. 1994.
Assinale a opção em que a frase do texto mostra um exemplo de voz passiva verbal.
a) “O casamento foi a maneira que a humanidade encontrou de propagar a espécie sem cau-
sar falatório na vizinhança.”
b) “As tradições matrimoniais se transformaram através dos tempos e variam de cultura para
cultura.”
c) “O macho escolhia uma fêmea, batia com um tacape na sua cabeça e a arrastava para a
sua caverna.”
d) “Em certas sociedades primitivas o tempo gasto nas preliminares do casamento – corte,
namoro, noivado etc. – era abreviado.”
e) “...quando ela estivesse distraída, bater com o tacape na sua cabeça e arrastá-la para a
caverna.”
Questão 13 (FGV/TJ-SC/ANALISTA/2018)
Inteligência e sabedoria não são a mesma coisa. Entretanto, na linguagem cotidiana, usa-
mos os dois termos indistintamente. Vivemos em uma sociedade onde a eficiência e os re-
sultados são valorizados. Aparentemente, apenas os mais inteligentes estão destinados a
obter sucesso. No entanto, apenas os sábios conseguem uma felicidade autêntica. Eles são
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guiados por valores e preocupados em fazer uso da bondade, aplicando uma visão mais oti-
mista à vida.
Se procurarmos agora no dicionário o termo sabedoria, será encontrada uma definição
simples: a faculdade das pessoas de agir de maneira sensata, prudente ou correta. Sendo
assim, a primeira pergunta que vem à mente é: a inteligência não nos dá a capacidade de nos
movimentarmos no nosso dia a dia da mesma maneira? Um QI médio ou alto não nos garante
a capacidade de tomar decisões acertadas?
É claro que sim. Também é claro que quando falamos de inteligência surgem diferentes
nuances. Por isso, o tipo de personalidade e a maturidade emocional são fatores que influen-
ciam mais concretamente as realizações das pessoas. Isso também é verdadeiro em relação
à capacidade de investir mais ou menos em seu próprio bem-estar e no dos outros.
Em vista disso, inteligência e sabedoria são dois conceitos interessantes. Assim, podere-
mos ter uma ideia mais precisa e útil do que realmente são. Afinal, se queremos algo, além de
ter um alto QI, é necessário desenvolver uma sabedoria excepcional e moldar uma personali-
dade virtuosa. Isso vai um passo além do cognitivo e do emocional. “A verdadeira sabedoria
está em reconhecer a própria ignorância.”
Sócrates.
Disponível em https:amentemaravilhosa.com.br/inteligencia-e-sabedoria/
Questão 14 (FGV/MPE-AL/ANALISTA/2018)
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Prioridade à cultura
Chico D’Ângelo, O Globo, 22/11/2017 (adaptado)
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pilares que sustentam a cultura brasileira, os atos em defesa desta são vistos com desdém.
É muito comum que, em situações diversas, generalize-se a opinião de que políticas públicas
para a cultura não devem ser prioritárias. Combater essa generalização equivocada é urgente.
O Brasil precisa ampliar as discussões sobre a cultura, em vez de abandoná-las. A desi-
dratação frequente que a gestão pública do setor vem sofrendo inibe a consolidação de me-
canismos de mapeamento contínuo da economia da cultura, capazes de garantir o acesso da
população aos bens culturais.
Questão 17 (IDECAN/UFAL/ADVOGADO/2014)
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Questão 18 (IDECAN/TRE-RS/TÉCNICO/2010)
• A atual falta de regras muitas vezes constrange empresas do setor...
Transpondo a frase acima para a voz passiva, obtém-se corretamente a seguinte forma ver-
bal:
a) são constrangidas.
b) é constrangida.
c) pode constranger.
d) chega a constranger.
e) constranger-se-ão.
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a) agente da passiva.
b) complemento nominal.
c) objeto direto.
d) objeto indireto.
Analise a frase acima e marque a opção cujo trecho grifado exerce a mesma função sintática.
a) Nos dias atuais os cristãos estão perto da verdade.
b) A voz segura do sacerdote ecoou nas alturas.
c) Os solados da Líbia foram recebidos pelo padre.
d) A fé conduz toda e qualquer pessoa à esperança.
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“Estima-se que mais de 20 milhões de brasileiros deixaram a pobreza desde 2003 e que a
desigualdade de renda tenha sido reduzida em 8%.”
A construção do verbo com o pronome (“estima- se”), no exemplo acima, constitui um exem-
plo de voz passiva pronominal. No entanto, ela se aproxima do sujeito indeterminado porque:
a) permite omitir o agente da ação
b) induz a acreditar em dado incorreto
c) evita citar dados contraditórios
d) contribui para simular verdade absoluta
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Questão 32 (FCC/TST/TÉCNICO/2017)
... para criar os principais monumentos de Brasília...
... além de satisfazer perfeitamente todas as exigências sociais da vida moderna...
... que é aproximar o homem da natureza...
Quem observa a força com que os movimentos sociais têm ganhado as ruas do Brasil, em
nome de diferentes causas, pode não imaginar o quão distantes e organizadas são as raízes
desse tipo de ação no país. É o caso do movimento abolicionista, considerado por muitos
historiadores uma das primeiras grandes mobilizações populares em terras brasileiras. Por
trás desse movimento, que reverberou por vias, teatros e publicações impressas no final do
século XIX, estão atores nem sempre lembrados com o devido destaque: literatos negros que
se empenharam em dar visibilidade ao tema. Debruçados sobre essa fase decisiva da história
do Brasil, uma leva de historiadores tem revelado detalhes sobre a atuação desses persona-
gens e mostrado que a conexão entre eles era muito maior do que se imagina.
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A historiadora Ana Flávia Magalhães Pinto fez deste tema sua tese de doutorado na Uni-
camp. Ela investigou a atuação de homens negros, livres, letrados e atuantes na imprensa e
no cenário politico-cultural no eixo Rio-São Paulo, como Ferreira de Menezes, Luiz Gama, Ma-
chado de Assis, José do Patrocínio e Theophilo Dias de Castro. Segundo Ana Flávia, eles não
só colaboraram para que o assunto ganhasse as páginas de jornais, como protagonizaram a
criação de mecanismos e instrumentos de resistência, confronto e diálogo. Ela percebeu que
não eram raros os momentos em que desenvolveram ações conj untas.
- O acesso ao mundo das letras e da palavra impressa foi bastante aproveitado por es-
ses “homens de cor”, que não apenas se valeram desses trânsitos em benefício próprio, mas
também aproveitavam para levar adiante projetos coletivos voltados para a melhoria da qua-
lidade de vida no país. Desse modo, aquilo que era construído no cotidiano, em conversas e
reuniões, ganhava mais legitimidade ao chegar às páginas dos j ornais - conta Ana Flávia.
A utilização da imprensa por eles foi de suma importância, na visão da pesquisadora.
A “Gazeta da Tarde”, por exemplo, sob direção tanto de Ferreira de Menezes quanto de José
Patrocínio, dedicou considerável espaço para tratar de casos de reescravização de libertos e
escravização de gente livre, crime previsto no artigo 179 do Código Criminal do Império, como
pontua a historiadora.
- Ao mesmo tempo, o jornal também se preocupou em dar visibilidade a trajetórias de su-
cesso de gente negra na liberdade, como aconteceu em 1883, quando a “Gazeta” publicou em
folhetim uma versão da autobiografia do destacado abolicionista afro-americano Frederick
Douglass - ilustra Ana Flávia.
Como observa o professor da UFF Humberto Machado, eles conheciam de perto as ma-
zelas do cativeiro e levaram essa realidade às páginas dos jornais. José do Patrocínio, por
exemplo, publicou livros que mostravam detalhes da escravidão como pano de fundo em
formato de folhetim, que fizeram muito sucesso. Esses trabalhos penetravam em setores que
desconheciam tal realidade.
- Até os analfabetos tomavam conhecimento, porque as pessoas se reuniam em quios-
ques no Centro do Rio de Janeiro e escutavam as notícias. A oralidade estava muito presente
nesse processo. Fora isso, havia eventos, como conferências e apresentações teatrais, e as
pessoas iam tomando conhecimento e se mobilizando contra a escravidão. O resultado foi
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um discurso voltado não só à população em geral, mas também aos senhores de engenho,
mostrando a eles a inviabilidade da manutenção dos cativeiros - relata o professor, que es-
creveu o livro “Palavras e brados: José do Patrocínio e a imprensa abolicionista no Rio”.
https://extra.globo.com/noticias/saude-eciencia/especialistas-revelam-papel-de-intelectuais-negroscomo-
-machado-de-assis-na-abolicao-1810S16S.htmlA
“uma leva de historiadores tem revelado detalhes sobre a atuação desses personagens”.
A substituição do trecho destacado pelo pronome correspondente está corretamente apre-
sentada em:
a) uma leva de historiadores lhes tem revelado.
b) uma leva de historiadores tem-se revelado.
c) uma leva de historiadores tem-los revelado.
d) uma leva de historiadores os tem revelado.
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Esse trecho está reescrito, conforme a norma-padrão, com a forma verbal na voz passiva
correspondente em:
a) Veio desenvolvendo um estudo o departamento de engenharia da computação da Acade-
mia Árabe de Ciências e Tecnologia.
b) Foi o departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências e Tec-
nologia que desenvolveu um estudo.
c) Um estudo foi desenvolvido pelo departamento de engenharia da computação da Acade-
mia Árabe de Ciências e Tecnologia.
d) Um estudo foi que desenvolveu o departamento de engenharia da computação da Acade-
mia Árabe de Ciências e Tecnologia.
e) O departamento de engenharia da computação da Academia Árabe de Ciências e Tecnolo-
gia tinha desenvolvido um estudo.
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Visitando a psicóloga
No fim do Ensino Médio, Fabrício vivia brigando com os colegas, desafiando os professo-
res, respondendo desaforado aos pais. Óbvio que foi forçado a visitar a psicóloga da escola.
Prometeu a si mesmo que lacraria a boca, ficaria calado durante a consulta inteira, faria terro-
rismo com a quietude. Não achava justo ser obrigado a se analisar e ainda mais numa época
em que a terapia estava vinculada preconceituosamente à loucura.
Fabrício se ajeitou na poltrona com o estojo e caderno debaixo do braço e a indisposição
absoluta de colaborar com a psicóloga. Mas ela não questionou nada, e o silêncio inesperado
dela foi enervando Fabrício. Ela o observava com interesse, e ele querendo cada vez mais se
esconder. Quando alguém permanece quieto muito tempo em nossa frente é como encarar
um espelho e o tamanho das dúvidas. Ela o provocava não o provocando, ela o emparedava
abrindo todas as portas. Aquela liberdade assustadora de não ser cobrado a participar o apri-
sionava.
Fabrício mexeu no estojo para se distrair. Ela perguntou se ele poderia emprestar-lhe uma
caneta. Ele pegou uma Bic azul. A psicóloga viu que a tampa estava mordida. Olhou com ca-
rinho e comentou:
– Enquanto não morder o tubo, está tudo bem.
Ele riu de nervoso e demonstrou curiosidade.
– Morder a tampa significa alguma coisa?
– Significa que não fecha as conversas, que foge das discussões com medo de dizer a
verdade, que reprime o desejo e vira as costas remoendo sozinho as suas frustrações e de-
cepções, jamais repartindo a sua verdadeira opinião.
Fabrício não revelou coisa alguma durante uma hora do encontro, mas ela o decifrou intei-
ramente apenas analisando a tampa mordida da caneta. Uma mera, idiota e banal tampinha
iluminou o seu comportamento.
A partir daquele dia, Fabrício nunca mais subestimou a psicologia e cuidou para morder
somente a insossa borracha nos momentos de maior ansiedade. Aprendeu que o que se sente
ou se deixa de sentir está impresso nos mínimos gestos.
(Fabrício Carpinejar. Amizade é também amor. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2017. Adaptado)
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Questão 40 (VUNESP/AUXILIAR/MPE-SP/2019)
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a) finalidade.
b) ausência.
c) companhia.
d) assunto.
e) modo.
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Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas, na ordem em que aparecem no texto:
a) conhecido – irem e virem – foi dado – argumenta.
b) conhecidos – irem e virem – foram dados – argumenta.
c) conhecido – ir e vir – foram dados – argumenta.
d) conhecidos – ir e vir – foram dados – argumentam.
e) conhecidos – ir e vir – foi dado – argumentam.
Questão 42 (FCC/AGENTE/METRÔ-SP/2019)
Nisto entrou o moleque trazendo o relógio com o vidro novo. Era tempo; já me custava estar
ali; dei uma moedinha de prata ao moleque; disse a Marcela que voltaria noutra ocasião, e saí
a passo largo. Para dizer tudo, devo confessar que o coração me batia um pouco; mas era uma
espécie de dobre de finados. O espírito ia travado de impressões opostas. Notem que aquele
dia amanhecera alegre para mim. Meu pai, ao almoço, repetiu-me, por antecipação, o primeiro
discurso que eu tinha de proferir na Câmara dos Deputados; rimo-nos muito, e o sol também,
que estava brilhante, como nos mais belos dias do mundo; do mesmo modo que Virgília devia
rir, quando eu lhe contasse as nossas fantasias do almoço. Vai senão quando, cai-me o vidro
do relógio; entro na primeira loja que me fica à mão; e eis me surge o passado, ei-lo que me
lacera e beija; ei-lo que me interroga, com um rosto cortado de saudades e bexigas...
Lá o deixei; meti-me às pressas na sege, que me esperava no Largo de S. Francisco de Pau-
la, e ordenei ao boleeiro que rodasse pelas ruas fora. O boleeiro atiçou as bestas, a sege entrou
a sacolejar-me, as molas gemiam, as rodas sulcavam rapidamente a lama que deixara a chuva
recente, e tudo isso me parecia estar parado. Não há, às vezes, um certo vento morno, não forte
nem áspero, mas abafadiço, que nos não leva o chapéu da cabeça, nem rodomoinha nas saias
das mulheres, e todavia é ou parece ser pior do que se fizesse uma e outra coisa, porque abate,
afrouxa, e como que dissolve os espíritos? Pois eu tinha esse vento comigo; e, certo de que ele
me soprava por achar-me naquela espécie de garganta entre o passado e o presente, almejava
por sair à planície do futuro. O pior é que a sege não andava.
− João, bradei eu ao boleeiro. Esta sege anda ou não anda?
− Uê! nhonhô! Já estamos parados na porta de sinhô conselheiro.
(Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001, p. 135-136)
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Questão 43 (FCC/AGENTE/METRÔ-SP/2019)
Em 1925, um estudante de farmácia e jovem poeta que assinava Carlos Drummond publi-
cou um artigo afirmando que, em relação a Machado de Assis, o melhor a fazer era repudiá-lo.
Cheio de ímpeto juvenil, considerava o criador de Brás Cubas um “entrave à obra de renovação
da cultura geral”. Na correspondência que manteve com Mário de Andrade nas décadas de
1920 e 1930, Machado também teria papel crucial no embate acerca da tradição. Nas cartas,
o escritor volta e meia surge como encarnação de um passado a ser descartado.
Décadas mais tarde, em 1958, Drummond publicou o poema “A um bruxo, com amor”,
uma das mais belas homenagens de escritor para escritor na literatura brasileira. Um único
verso dá a medida do elogio: “Outros leram da vida um capítulo, tu leste o livro inteiro”. O po-
ema compõe-se de frases do escritor, cujo cinquentenário de morte então se comemorava.
O poeta maduro, que agora assinava Carlos Drummond de Andrade, emprestava palavras do
próprio Machado para compor um epíteto que ganharia ampla circulação, o “bruxo do Cosme
Velho”. O que teria se passado com Drummond para mudar tão radicalmente de posição?
Harold Bloom descreve as razões que marcam a relação entre escritores de diferentes
gerações. O processo passa pela ironia do mais jovem em relação ao seu precursor; pelo
movimento que marca a construção de um sublime que se contrapõe ao do precursor; e, fi-
nalmente, pela reapropriação do legado.
A assimilação dificultosa do passado é também um processo vivido pela geração de Drum-
mond. Os antepassados foram vistos muitas vezes como obstáculos aos desejos de renova-
ção que emergiram a partir da década de 1910 em vários pontos do Brasil. E tanto no âmbito
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individual como no geracional, Machado surge como emblema do antigo. Alguém que fora
sepultado com os elogios fúnebres de Rui Barbosa e Olavo Bilac não podia deixar de ser uma
pedra no caminho para escritores investidos do propósito de romper com as convenções. Até
Drummond chegar à declaração de respeito, admiração e amor, foi um longo percurso. Pouco
a pouco, Machado deixa de ser ameaça para se tornar uma presença imensa que ocupa a ima-
ginação do poeta.
(Adaptado de: GUIMARÃES, Hélio de Seixas. Amor nenhum dispensa uma gota de ácido. São Paulo: Três
Estrelas, 2019, p. 9-30.)
• Harold Bloom descreve as razões que marcam a relação entre escritores de diferentes
gerações. (3º parágrafo)
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal resultante será:
a) são descritas.
b) descreve-se.
c) foi descrito.
d) tinha sido descrito.
e) eram descritas.
Questão 45 (FGV/TÉCNICO/TJ-CE/2019)
• “Onde, sob os olhos dos juízes, o direito é derrubado pela iniquidade e a verdade pela
mentira, são derrubados os próprios juízes”.
Sobre a estrutura dessa frase, a única afirmação inadequada é:
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Questão 46 (FCC/AGENTE/IAPEN-AP/2018)
As pessoas se odeiam no trânsito, seguram seus volantes como baterias antiaéreas, usam
a buzina como o botão que dá a partida num míssil. Mas, no fundo, as pessoas são boas. E sou
testemunha.
Em trem, já fui carregado por um indiano que nunca mais vi. Desconhecidos me ajudaram
a subir escadas sem pedir nada em troca. “Quer uma ajuda” é um mantra com que todo defi-
ciente, como eu, que sou cadeirante, habitua-se rotineiramente.
O ódio existe, sempre existiu. Algumas pessoas se desrespeitam na internet, discordam
umas das outras, usam argumentos que consideram ofensivos, como “vai ler”, “vai estudar”.
A não ser psicopatas, que não são poucos, algumas pessoas, quando flagradas, arrependem-
-se, pedem desculpas, são fotografadas de cabeça baixa, tristes.
O homem tem empatia. Tem capacidade de sentir (e até prever) o que o outro sente. Foi
Kant quem disse que o altruísmo é uma condição humana. E os evolucionistas, como Darwin,
garantem que os genes humanos criaram um agente inédito, não biológico, ao comportamen-
to animal: a cultura.
Culinária, música, poesia, competições esportivas, folclore, religião, filosofia, noção da vida
e da morte são próprios dos homens, nos distinguem, nos diferenciam, nos afastam do passa-
do primata. Como o altruísmo.
Kant insistia: conservar a própria vida é um dever; ser bom quando se pode é um dever.
Existem pessoas tão capacitadas para o altruísmo, que, mesmo sem qualquer vaidade ou in-
teresse, experimentam uma satisfação grande com o contentamento do outro; fazem o bem
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não por uma inclinação, mas por um dever. Daí nasceu a ideia de utopia. Eu prefiro acreditar
que ela existe. E lutar por ela.
(Adaptado de: RUBENS PAIVA, Marcelo. Disponível em: cultura.estadao.com.br)
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5 Como nossas experiências com a mídia social têm deixado claro, agimos diferente quando
sabemos estar sendo observados. A privacidade é a liberdade de agir sem ser observado,
e assim, em certo sentido, de sermos quem realmente somos − não o que desejamos que
os outros pensem que somos. A maioria deseja maior proteção à sua privacidade. Porém,
isso requererá a criação dediversas leis
(Adaptado de: The New York Times. Tradução de Paulo Migliacci. Disponível em:www.folha.uol.com.br)
“Saí do laboratório sentindo um alívio desconfortável e entrei no táxi pensando numa me-
lhor maneira de responder à tal pergunta”.
A mesma justificativa para o uso da crase tal qual no período acima é encontrada em qual
alternativa?
a) Todos obedeciam à professora.
b) O marinheiro voltou à terra.
c) Todos amavam à rainha.
d) Você vai sair à esta hora?
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do que vi, que as descrições gloriosas de Humboldt* são e sempre serão inigualáveis: mas
mesmo ele ficou aquém da realidade”. Mas a paisagem humana, ao contrário, causou-lhe asco
e perplexidade: “Hospedei-me numa casa onde um jovem escravo era diariamente xingado,
surrado e perseguido de um modo que seria suficiente para quebrar o espírito do mais reles
animal.”
O mais surpreendente, contudo, é que a revolta não o impediu de olhar ao redor de si com
olhos capazes de ver e constatar que, não obstante a opressão a que estavam submetidos,
a vitalidade e a alegria de viver dos africanos no Brasil traziam em si a chama de uma irre-
freável afirmação da vida. Darwin chegou mesmo a desejar que o Brasil seguisse o exemplo
da rebelião escrava do Haiti. Frustrou-se esse desejo de uma rebelião ao estilo haitiano, mas
confirmou-se sua impressão: a África salva o Brasil.
*Alexander von Humboldt (1769-1859): geógrafo, naturalista e explorador prussiano.
(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 167/168)
Questão 50 (FCC/ENFERMEIRO/METRÔ-SP/2019)
Para ele, o fim do ano era sempre uma época dura, difícil de suportar. Sofria daquele tipo de
tristeza mórbida que acomete algumas pessoas nos festejos de Natal e de Ano-Novo. No seu
caso havia uma razão óbvia para isso: aos setenta anos, solteirão, sem parentes, sem amigos,
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não tinha com quem celebrar, ninguém o convidava para festa alguma. O jeito era tomar um
porre, e era o que fazia, mas o resultado era melancólico: além da solidão, tinha de suportar a
ressaca.
No passado, convivera muito tempo com a mãe. Filho único, sentia-se obrigado a cuidar
da velhinha que cedo enviuvara. Não se tratava de tarefa fácil: como ele, a mãe era uma mu-
lher amargurada. Contra a sua vontade, tinha casado, em 31 de dezembro de 1914 (o ano em
que começou a Grande Guerra, como ela fazia questão de lembrar) com um homem de quem
não gostava, mas que pais e familiares achavam um bom partido. Resultado desse matrimô-
nio: um filho e longos anos de sofrimento e frustração. O filho tinha de ouvir suas constan-
tes e ressentidas queixas. Coisa que suportava estoicamente; não deixou, contudo, de sentir
certo alívio quando de seu falecimento, em 1984. Este alívio resultou em culpa, uma culpa
que retornava a cada Natal. Porque a mãe falecera exatamente na noite de Natal. Na véspera,
no hospital, ela lhe fizera uma confissão surpreendente: muito jovem, apaixonara-se por um
primo, que acabou se transformando no grande amor de sua vida. Mas a família do primo
mudara-se, e ela nunca mais tivera notícias dele. Nunca recebera uma carta, uma mensagem,
nada. Nem ao menos um cartão de Natal.
No dia 24 pela manhã ele encontrou um envelope na carta do correio. Como em geral não
recebia correspondência alguma, foi com alguma estranheza que abriu o envelope.
Era um cartão de Natal, e tinha a falecida mãe como destinatária. Um velhíssimo cartão,
uma coisa muito antiga, amarelada pelo tempo. De um lado, um desenho do Papai Noel sorrin-
do para uma menina. Do outro lado, a data: 23 de dezembro de 1914. E uma única frase: “Eu te
amo.”
A assinatura era ilegível, mas ele sabia quem era o remetente: o primo, claro. O primo por
quem a mãe se apaixonara, e que, por meio daquele cartão, quisera associar o Natal a uma
mensagem de amor. Uma nova vida, era o que estava prometendo. Esta mensagem e esta
promessa jamais tinham chegado a seu destino. Mas de algum modo o recado chegara a ele.
Por quê? Que secreto desígnio haveria atrás daquilo?
Cartão na mão, aproximou-se da janela. Ali, parada sob o poste de iluminação, estava uma
mulher já madura, modestamente vestida, uma mulher ainda bonita. Uma desconhecida, cla-
ro, mas o que importava? Seguramente o destino a trouxera ali, assim como trouxera o cartão
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A Sintaxe do Período Simples – Parte II
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de Natal. Num impulso, abriu a porta do apartamento e, sempre segurando o cartão, correu
para fora. Tinha uma mensagem para entregar àquela mulher. Uma mensagem que poderia
transformar a vida de ambos, e que era, por isso, um verdadeiro presente de Natal.
(SCLIAR, Moacyr. Mensagem de Natal. Porto Alegre: L&PM, 2018, p. 26-28)
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A Sintaxe do Período Simples – Parte II
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GABARITO
1. b 28. c
2. c 29. d
3. c 30. a
4. d 31. d
5. c 32. b
6. c 33. d
7. c 34. d
8. b 35. c
9. e 36. d
10. c 37. c
11. d 38. e
12. d 39. e
13. b 40. c
14. c 41. d
15. c 42. d
16. c 43. a
17. b 44. b
18. a 45. e
19. b 46. e
20. a 47. c
21. a 48. a
22. c 49. a
23. a 50. a
24. a
25. d
26. a
27. a
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A Sintaxe do Período Simples – Parte II
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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (FCC/DPE-RS/DEFENSOR/2011)
13| Mais de 20 anos depois, graças aos avanços na
14| tecnologia de identificação de DNA e à expansão dos
15| bancos de dados com informações genéticas de criminosos,
16| foi possível identificar [...]
A vírgula depois de Mais de vinte anos depois (linha 13) justifica-se porque é:
a) um adjunto adverbial intercalado.
b) um adjunto adverbial deslocado.
c) uma oração adverbial temporal deslocada.
d) um adjunto adnominal com valor de advérbio e está deslocado.
e) um advérbio em forma de oração e está deslocado.
Letra b.
Não se trata de adjunto intercalado (alternativa (a)), pois não há construção anterior. Não se
trata de oração (alternativa (c)), porque não há verbo flexionado. A alternativa (d) está incorre-
ta, já que não se trata de um adjunto adnominal. Por fim, a alternativa (e) está errada porque
não há oração (não há verbo flexionado). Resta, então, a alternativa (b): a vírgula justifica-se
porque a expressão “Mais de vinte anos depois” é um adjunto adverbial deslocado.
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Letra c.
O termo “no futuro” é um adjunto adverbial que tem como ordem natural o final do período
(“Pode pedir guarda no futuro”). Como esse termo está deslocado de sua ordem natural, é iso-
lado por vírgula.
Letra c.
O termo “Nos sete primeiros assaltos” é um adjunto adverbial que tem como ordem natural o
final do período (“Raul foi duramente castigado nos sete primeiros assaltos”). Como esse ter-
mo está deslocado de sua ordem natural, é isolado por vírgula.
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d) Nos últimos anos, o que, afinal, anda acontecendo com o mundo? E futuramente o que virá?
– A obra de Abranches, caro leitor, formula repostas diabolicamente complicadas.
e) Nos últimos anos o que, afinal anda acontecendo com o mundo? E, futuramente o que virá.
– A obra de Abranches caro leitor formula, repostas, diabolicamente, complicadas.
Letra d.
Os desvios das alternativas incorretas são os seguintes:
a) não se deve separar sujeito do predicado (o correto é: o que afinal anda acontecendo).
Deve haver vírgula isolando vocativo (caro leitor). Não se separa o advérbio do termo modifica-
do (o correto é: “diabolicamente complicadas”).
b) Falta pontuação de interrogação. O termo “futuramente” está deslocado, podendo ser isola-
do por vírgula.
Deve haver vírgula isolando vocativo (caro leitor).
c) O termo “nos últimos anos” deve ser isolado por vírgula. Não se separa por vírgula a expres-
são adverbial “com o mundo”. Falta pontuação de interrogação.
O trecho “A obra de Abranches, caro leitor formula, repostas, diabolicamente complicadas”
está comprometido, devendo ser escrito da seguinte forma: “A obra de Abranches, caro leitor,
formula repostas diabolicamente complicadas”.
e) Falta pontuação de interrogação.
Falta separação do vocativo por vírgula.
Letra c.
Na alternativa (c), o adjunto deslocado “No Brasil” está marcado por vírgulas (não obrigatórias,
mas adequadas). Além disso, marca-se corretamente o discurso direto (via forma verbal “diz”).
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Letra c.
Vamos aos erros de pontuação das alternativas (a), (b), (d) e (e). Lembrando que basta apenas
um desvio para tornar a alternativa incorreta, ok?
a) Para comemorar o evento sua mulher, a escritora Heloísa Seixas organizou o volume “Trê-
fego e Peralta”, lançado pela Companhia das Letras reunindo sua produção jornalística.
[a ausência de vírgula entre “evento” e “sua” altera o sentido do texto: sem pontuação, o nome
do evento é “sua mulher”.]
b) Para comemorar o evento sua mulher a escritora Heloísa Seixas organizou o volume: “Trê-
fego e Peralta”, lançado pela Companhia das Letras, reunindo sua produção jornalística.
[a ausência de vírgula entre “evento” e “sua” altera o sentido do texto: sem pontuação, o nome
do evento é “sua mulher”.]
[falta, ainda a vírgula separando o adjunto deslocado “Para comemorar...]
d) Para comemorar o evento, sua mulher a escritora Heloísa Seixas, organizou o volume “Trê-
fego e Peralta” lançado pela Companhia das Letras reunindo sua produção jornalística.
[falta a vírgula entre “sua mulher” e “a escritora Heloísa Seixas”. Essa vírgula isola aposto].
e) Para comemorar o evento sua mulher, a escritora, Heloísa Seixas, organizou o volume (“Trê-
fego e Peralta”) lançado, pela Companhia das Letras, reunindo sua produção jornalística.
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[a ausência de vírgula entre “evento” e “sua” altera o sentido do texto: sem pontuação, o nome
do evento é “sua mulher”.]
Letra c.
Por que as alternativas (a), (b), (d) e (e) estão incorretas? Vejamos:
a) A forma correta da construção passiva deveria ser “Inflamaram-se as turbas”.
b) A forma correta da construção passiva deveria ser “A ponderação de forma fácil é satiriza-
da pelo parágrafo anterior”.
d) A forma correta da construção passiva deveria ser “Representa-se um avanço civilizatório”.
e) Não há contraparte passiva, pois não há objeto direto na ativa.
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Letra b.
Vejamos o porquê de as alternativas (a), (c), (d) e (e) estarem erradas:
a) Não se trata de voz passiva, mas de ativa.
c) Não se trata de voz passiva, mas de ativa
d) Não se trata de voz passiva, mas de ativa.
e) Não se trata de voz passiva, mas de ativa.
Letra e.
Qual será o sujeito da passiva? A resposta é “a trajetória da utopia no país”. Esse sujeito está
em terceira pessoa do singular, com traços de gênero feminino. A concordância, então, deverá
acompanhar essas propriedades. A alternativa que possui essas marcas de singular e femini-
no é “é marcada”. Assim, temos:
“a trajetória da utopia no país é marcada [...]”
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Letra c.
Apenas orações com verbos transitivos diretos (e bitransitivos, que também selecionam com-
plemento direto) aceitam construção passiva. Apenas em (c) temos essa condição atendida.
Em (a), temos verbo de ligação; em (b), já temos uma passiva; em (d), temos verbo de ligação;
em (e), temos um verbo transitivo indireto.
Letra d.
Vamos ao porquê de os itens (a), (b), (c) e (e) estarem errados:
a) não se trata de forma passiva, mas de ativa.
b) o termo destacado não pode ser sujeito, pois está preposicionado.
c) o termo destacado não pode ser sujeito, pois está preposicionado.
e) o termo destacado não pode ser sujeito, pois está preposicionado
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Questão 12 (FGV/AL-RO/ASSISTENTE/2018)
Do Casamento
O casamento foi a maneira que a humanidade encontrou de propagar a espécie sem cau-
sar falatório na vizinhança. As tradições matrimoniais se transformaram através dos tempos
e variam de cultura para cultura. Em certas sociedades primitivas o tempo gasto nas preli-
minares do casamento – corte, namoro, noivado etc. – era abreviado. O macho escolhia uma
fêmea, batia com um tacape na sua cabeça e a arrastava para a sua caverna. Com o passar
do tempo este método foi sendo abandonado, por pressão dos buffets, das lojas de presente
e das mulheres, que não admitiam um período pré-conjugal tão curto. O homem precisava
aproximar-se dela, cheirar seus cabelos, grunhir no seu ouvido, mordiscar a sua orelha e só
então, quando ela estivesse distraída, bater com o tacape na sua cabeça e arrastá-la para a
caverna. (fragmento)
VERÍSSIMO, Luís Fernando, Comédias da Vida Privada. Ed. LPm. 1994.
Assinale a opção em que a frase do texto mostra um exemplo de voz passiva verbal.
a) “O casamento foi a maneira que a humanidade encontrou de propagar a espécie sem cau-
sar falatório na vizinhança.”
b) “As tradições matrimoniais se transformaram através dos tempos e variam de cultura para
cultura.”
c) “O macho escolhia uma fêmea, batia com um tacape na sua cabeça e a arrastava para a
sua caverna.”
d) “Em certas sociedades primitivas o tempo gasto nas preliminares do casamento – corte,
namoro, noivado etc. – era abreviado.”
e) “...quando ela estivesse distraída, bater com o tacape na sua cabeça e arrastá-la para a ca-
verna.”
Letra d.
Há duas exigências para uma oração estar em voz passiva: (i) haver uma contraparte ativa;
(ii) haver a sequência “ser + particípio”.
Outro fator importante é o seguinte: o sujeito da oração passiva deve ser o objeto (paciente)
da ativa.
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Questão 13 (FGV/TJ-SC/ANALISTA/2018)
Inteligência e sabedoria não são a mesma coisa. Entretanto, na linguagem cotidiana, usa-
mos os dois termos indistintamente. Vivemos em uma sociedade onde a eficiência e os re-
sultados são valorizados. Aparentemente, apenas os mais inteligentes estão destinados a
obter sucesso. No entanto, apenas os sábios conseguem uma felicidade autêntica. Eles são
guiados por valores e preocupados em fazer uso da bondade, aplicando uma visão mais oti-
mista à vida.
Se procurarmos agora no dicionário o termo sabedoria, será encontrada uma definição
simples: a faculdade das pessoas de agir de maneira sensata, prudente ou correta. Sendo
assim, a primeira pergunta que vem à mente é: a inteligência não nos dá a capacidade de nos
movimentarmos no nosso dia a dia da mesma maneira? Um QI médio ou alto não nos garante
a capacidade de tomar decisões acertadas?
É claro que sim. Também é claro que quando falamos de inteligência surgem diferentes
nuances. Por isso, o tipo de personalidade e a maturidade emocional são fatores que influen-
ciam mais concretamente as realizações das pessoas. Isso também é verdadeiro em relação
à capacidade de investir mais ou menos em seu próprio bem-estar e no dos outros.
Em vista disso, inteligência e sabedoria são dois conceitos interessantes. Assim, podere-
mos ter uma ideia mais precisa e útil do que realmente são. Afinal, se queremos algo, além de
ter um alto QI, é necessário desenvolver uma sabedoria excepcional e moldar uma personali-
dade virtuosa. Isso vai um passo além do cognitivo e do emocional. “A verdadeira sabedoria
está em reconhecer a própria ignorância.”
Sócrates.
Disponível em https:amentemaravilhosa.com.br/inteligencia-e-sabedoria/
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Letra b.
Há duas exigências para uma oração estar em voz passiva: (i) haver uma contraparte ativa;
(ii) haver a sequência “ser + particípio”.
Outro fator importante é o seguinte: o sujeito da oração passiva deve ser o objeto (paciente)
da ativa.
Bom, esses critérios NÃO são atendidos em (b): primeiramente, não há uma contraparte ativa;
em segundo lugar, não há a sequência [ser + particípio].
Questão 14 (FGV/MPE-AL/ANALISTA/2018)
Numa democracia, é livre a expressão, estão garantidos o direito de reunião e de greve, en-
tre outros, obedecidas leis e regras, lastreadas na Constituição. Em um regime de liberdades,
há sempre o risco de excessos, a serem devidamente contidos e seus responsáveis, punidos,
conforme estabelecido na legislação.
É o que precisa acontecer no rescaldo da greve dos caminhoneiros, concluídas as investi-
gações, por exemplo, da ajuda ilegal de patrões ao movimento, interessados em se beneficiar
do barateamento do combustível.
Sempre há, também, o oportunismo político-ideológico para se aproveitar da crise. Inclu-
sive, neste ano de eleição, com o objetivo de obter apoio a candidatos. Não faltam, também,
os arautos do quanto pior, melhor, para desgastar governantes e reforçar seus projetos de
poder, por mais delirantes que sejam. Também aqui vale o que está delimitado pelo estado
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Letra c.
Há duas exigências para uma oração estar em voz passiva: (i) haver uma contraparte ativa;
(ii) haver a sequência “ser + particípio”.
Outro fator importante é o seguinte: o sujeito da oração passiva deve ser o objeto (paciente)
da ativa.
Bom, esses critérios são atendidos apenas em (c):
“alguém conterá excessos” [ativa]
“serem contidos” [ser + particípio]
Prioridade à cultura
Chico D’Ângelo, O Globo, 22/11/2017 (adaptado)
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pilares que sustentam a cultura brasileira, os atos em defesa desta são vistos com desdém.
É muito comum que, em situações diversas, generalize-se a opinião de que políticas públicas
para a cultura não devem ser prioritárias. Combater essa generalização equivocada é urgente.
O Brasil precisa ampliar as discussões sobre a cultura, em vez de abandoná-las. A desi-
dratação frequente que a gestão pública do setor vem sofrendo inibe a consolidação de me-
canismos de mapeamento contínuo da economia da cultura, capazes de garantir o acesso da
população aos bens culturais.
Letra c.
Há duas exigências para uma oração estar em voz passiva: (i) haver uma contraparte ativa;
(ii) haver a sequência “ser + particípio”.
Outro fator importante é o seguinte: o sujeito da oração passiva deve ser o objeto (paciente)
da ativa.
Esses critérios são atendidos apenas em (c):
“alguém generaliza a opinião” [ativa]
“a opinião generaliza-se” [concordância na terceira pessoa do singular, para concordar com o
sujeito a opinião]
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Letra c.
A voz passiva analítica é aquela com o formato
SUJEITO PACIENTE + AUXILAR SER + PARTICÍPIO + AGENTE DA PASSIVA (opcional)
A partir da oração ativa “Ela está criando uma sociedade global”, temos a seguinte formata-
ção da passiva analítica:
“Uma sociedade global está sendo criada por ela”.
O sujeito paciente “uma sociedade global” era o antigo objeto direto da ativa. O auxiliar “ser”
está em perífrase (do progressivo) e o agente da passiva está manifesto.
Questão 17 (IDECAN/UFAL/ADVOGADO/2014)
Acerca da construção linguística do título acima, é correto afirmar que é um exemplo de:
a) voz passiva, com destaque para o agente da ação.
b) voz passiva, com destaque para o sujeito paciente.
c) voz ativa, em que o sujeito é também o agente da ação.
d) voz ativa, pois o sujeito tem destaque na escolha discursiva.
e) voz passiva sintética, em que o sujeito tem destaque no discurso.
Letra b.
O título está na voz passiva analítica (ser + particípio). A contraparte ativa é a seguinte: “Al-
guém vetará fumo em lugares fechados”. Assim, podemos afirmar que “fumo em lugares” é um
termo paciente (na ativa, será objeto; na passiva, será o sujeito).
Questão 18 (IDECAN/TRE-RS/TÉCNICO/2010)
• A atual falta de regras muitas vezes constrange empresas do setor...
Transpondo a frase acima para a voz passiva, obtém-se corretamente a seguinte forma ver-
bal:
a) são constrangidas.
b) é constrangida.
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c) pode constranger.
d) chega a constranger.
e) constranger-se-ão.
Letra a.
Na voz passiva, o objeto do verbo (termo paciente) torna-se o sujeito da oração. Por isso,
a forma verbal “ser” e a forma participial devem concordar com o sujeito paciente (antigo ob-
jeto da ativa). A passiva fica, então, assim:
“Empresas do setor muitas vezes são constrangidas pela atual falta de regras.”
Letra b.
As classificações corretas são as seguintes:
a) voz reflexiva.
c) voz passiva analítica.
d) voz passiva sintética.
e) voz passiva analítica.
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Letra a.
O termo “pelos filhos” é um agente da passiva (“os filhos moveram a ação de investigação e
anulação do registro civil”). Em (a), também temos um agente da passiva: “ele corrigiu minu-
ciosamente a carta”.
Para identificar um agente da passiva, sugiro que você tente construir a oração na voz ativa.
Nesse caso, o agente da passiva perde a preposição e passa a exerce a função sintática de
sujeito.
Letra a.
Para saber se um termo é agente da passiva, duas propriedades devem ser verificadas:
1º - verificar se é um termo dispensável;
2º - verificar se esse termo pode ser o sujeito da ativa.
O termo “por pessoas” possui essas duas propriedades:
A frase sem o agente da passiva é a seguinte: “O médico é massacrado em público, conde-
nado e julgado muito antes do julgamento legal.”
A frase na ativa é próxima à seguinte: “Pessoas que não estudaram Direito nem processo jurí-
dico massacraram o médico em público.”
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Letra c.
A forma “essas experiências” é sujeito da forma infinitiva (flexionada) “terem”. Por ser sujeito,
não pode ser um termo preposicionado. É por isso que a preposição presente na locução “ape-
sar de” não pode estar contraída com o sujeito (não se pode registrar “Apesar dessas”).
Analise a frase acima e marque a opção cujo trecho grifado exerce a mesma função sintática.
a) Nos dias atuais os cristãos estão perto da verdade.
b) A voz segura do sacerdote ecoou nas alturas.
c) Os solados da Líbia foram recebidos pelo padre.
d) A fé conduz toda e qualquer pessoa à esperança.
Letra a.
No trecho em destaque, o termo destacado é complemento do nome “amor”. Essa função
também é exercida pelo termo destacado em (a), o qual é complemento do nome “perto”.
Na alternativa (b), o termo destacado é um adjunto adnominal (o qual indica posse) - não
exercendo portanto função de complemento.
Em (c), o termo destacado é um agente da passiva.
Em (d), o termo destacado é objeto direto (do verbo “conduz”).
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Letra a.
Em (a), a vírgula separa um vocativo – é essa a razão de a pontuação dessa alternativa estar
correta.
Os desvios das alternativas incorretas são os seguintes:
b) separa-se um adjunto adnominal de seu nome;
c) separa-se o verbo de seu sujeito e de seu complemento;
d) deve haver vírgula separando o vocativo. O adjunto em ordem canônica não precisa ser
isolado por vírgula;
e) não se separa o verbo de seu complemento. A coordenação “no inglês e no judô” não é se-
parada por vírgula.
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Letra d.
Em (d), não temos um adjunto adverbial, mas uma locução conjuntiva.
“Estima-se que mais de 20 milhões de brasileiros deixaram a pobreza desde 2003 e que a
desigualdade de renda tenha sido reduzida em 8%.”
A construção do verbo com o pronome (“estima- se”), no exemplo acima, constitui um exem-
plo de voz passiva pronominal. No entanto, ela se aproxima do sujeito indeterminado porque:
a) permite omitir o agente da ação
b) induz a acreditar em dado incorreto
c) evita citar dados contraditórios
d) contribui para simular verdade absoluta
Letra a.
Essa questão é bem elaborada. Ela correlaciona a passiva pronominal com a estrutura de inde-
terminação do sujeito. Em aula, eu esclareço bem esse tópico, explicitando que em ambas as
estruturas é possível omitir o agente da ação. Lembrando: na passiva, a forma verbal concorda
com o sujeito sintático; na indeterminação do sujeito, o verbo sempre fica na terceira pessoa
do singular.
Letra a.
Na passiva, o objeto direto da ativa passa a sujeito sintático. Assim, temos que “críticas” deve
ser o novo sujeito: “críticas foram inspiradas”. A forma verbal deve manter o tempo e o modo:
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A Sintaxe do Período Simples – Parte II
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pretérito perfeito do indicativo (foram inspiradas). Por fim, o termo “mas também” ocorre em
posição inicial. Por isso, a alternativa correta é a (a). Veja que, para resolver a questão com
segurança, é preciso analisar toda a estrutura (ativa>passiva).
A transposição da sentença acima, para a voz passiva, resultará na forma verbal apresentada
em qual alternativa?
a) No caso, não é possível a transposição para a voz passiva.
b) São cobradas.
c) São cobrados
d) Foram cobrados.
Letra c.
Na passiva, a forma “resultados” será o sujeito sintático. Temos, então, o seguinte: “Resulta-
dos são cobrados”. Essa forma mantém o mesmo modo-tempo da forma ativa e manifesta as
marcas de masculino plural do sujeito.
Letra d.
A forma verbal na ativa está no presente do indicativo. Na passiva, a forma adequada será,
então: “são produzidos” (porque o sujeito será “retornos...”).
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Letra a.
A forma “lhe” não funciona como complemento direto. Assim, estão inadequadas as alternati-
vas (b), (c) e (d), pois todos os verbos em análise são transitivos diretos (“comprar”, “pegar” e
“fazer”). Na última alternativa, (e), o pronome deve possuir os mesmos traços do substantivo
(isto é, no masculino plural).
Questão 31 (FCC/TER-PR/TÉCNICO/2017)
A substituição do elemento destacado pelo pronome correspondente, com os necessários
ajustes no segmento, foi realizada de acordo com a norma padrão em:
a) quem considera o amor abstrato = quem lhe considera abstrato
b) consideram o amor algo ingênuo e pueril = consideram-lhe algo ingênuo e pueril
c) parece que inviabiliza o amor = parece que inviabiliza-lhe
d) o ressentimento é cego ao amor = o ressentimento lhe é cego
e) o amor não vê a hipocrisia = o amor não lhe vê
Letra d.
A forma “lhe” não funciona como complemento direto. Assim, estão inadequadas as alternati-
vas (a), (b), (c) e (e), pois todos os verbos em análise são transitivos diretos (“considerar”, “con-
siderar”, “inviabilizar” e “ver”). Na alternativa (d), é possível substituir o complemento nominal
“ao amor” pode ser substituído pelo pronome “lhe”.
Questão 32 (FCC/TST/TÉCNICO/2017)
... para criar os principais monumentos de Brasília...
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Letra b.
Os pronomes oblíquos podem ser de dois tipos: tônicos e átonos. Aqueles são formas comple-
mento de verbo transitivo direto; estes são formas típicas de complemento de verbo transitivo
indireto (complemento de preposição). Na primeira sentença, o verbo seleciona um comple-
mento direto (criar algo); na segunda sentença, ocorre o mesmo (satisfazer algo); na última
sentença, o objeto direto é também transformado em uma forma pronominal. Assim, nenhuma
das alternativas que tenha a forma “lhe” serve como complemento direto de verbo transitivo
direto. Pronto, isso é suficiente para eliminar as alternativas (a), (c), (d) e (e).
Quem observa a força com que os movimentos sociais têm ganhado as ruas do Brasil, em
nome de diferentes causas, pode não imaginar o quão distantes e organizadas são as raízes
desse tipo de ação no país. É o caso do movimento abolicionista, considerado por muitos
historiadores uma das primeiras grandes mobilizações populares em terras brasileiras. Por
trás desse movimento, que reverberou por vias, teatros e publicações impressas no final do
século XIX, estão atores nem sempre lembrados com o devido destaque: literatos negros que
se empenharam em dar visibilidade ao tema. Debruçados sobre essa fase decisiva da história
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do Brasil, uma leva de historiadores tem revelado detalhes sobre a atuação desses persona-
gens e mostrado que a conexão entre eles era muito maior do que se imagina.
A historiadora Ana Flávia Magalhães Pinto fez deste tema sua tese de doutorado na Uni-
camp. Ela investigou a atuação de homens negros, livres, letrados e atuantes na imprensa e
no cenário politico-cultural no eixo Rio-São Paulo, como Ferreira de Menezes, Luiz Gama, Ma-
chado de Assis, José do Patrocínio e Theophilo Dias de Castro. Segundo Ana Flávia, eles não
só colaboraram para que o assunto ganhasse as páginas de jornais, como protagonizaram a
criação de mecanismos e instrumentos de resistência, confronto e diálogo. Ela percebeu que
não eram raros os momentos em que desenvolveram ações conj untas.
- O acesso ao mundo das letras e da palavra impressa foi bastante aproveitado por es-
ses “homens de cor”, que não apenas se valeram desses trânsitos em benefício próprio, mas
também aproveitavam para levar adiante projetos coletivos voltados para a melhoria da qua-
lidade de vida no país. Desse modo, aquilo que era construído no cotidiano, em conversas e
reuniões, ganhava mais legitimidade ao chegar às páginas dos j ornais - conta Ana Flávia.
A utilização da imprensa por eles foi de suma importância, na visão da pesquisadora.
A “Gazeta da Tarde”, por exemplo, sob direção tanto de Ferreira de Menezes quanto de José
Patrocínio, dedicou considerável espaço para tratar de casos de reescravização de libertos e
escravização de gente livre, crime previsto no artigo 179 do Código Criminal do Império, como
pontua a historiadora.
- Ao mesmo tempo, o jornal também se preocupou em dar visibilidade a trajetórias de su-
cesso de gente negra na liberdade, como aconteceu em 1883, quando a “Gazeta” publicou em
folhetim uma versão da autobiografia do destacado abolicionista afro-americano Frederick
Douglass - ilustra Ana Flávia.
Como observa o professor da UFF Humberto Machado, eles conheciam de perto as ma-
zelas do cativeiro e levaram essa realidade às páginas dos jornais. José do Patrocínio, por
exemplo, publicou livros que mostravam detalhes da escravidão como pano de fundo em
formato de folhetim, que fizeram muito sucesso. Esses trabalhos penetravam em setores que
desconheciam tal realidade.
- Até os analfabetos tomavam conhecimento, porque as pessoas se reuniam em quiosques
no Centro do Rio de Janeiro e escutavam as notícias. A oralidade estava muito presente nesse
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processo. Fora isso, havia eventos, como conferências e apresentações teatrais, e as pessoas
iam tomando conhecimento e se mobilizando contra a escravidão. O resultado foi um discur-
so voltado não só à população em geral, mas também aos senhores de engenho, mostrando
a eles a inviabilidade da manutenção dos cativeiros - relata o professor, que escreveu o livro
“Palavras e brados: José do Patrocínio e a imprensa abolicionista no Rio”.
https://extra.globo.com/noticias/saude-eciencia/especialistas-revelam-papel-de-intelectuais-negroscomo-ma-
chado-de-assis-na-abolicao-1810S16S.htmlA
“uma leva de historiadores tem revelado detalhes sobre a atuação desses personagens”.
A substituição do trecho destacado pelo pronome correspondente está corretamente apresen-
tada em:
a) uma leva de historiadores lhes tem revelado.
b) uma leva de historiadores tem-se revelado.
c) uma leva de historiadores tem-los revelado.
d) uma leva de historiadores os tem revelado.
Letra d.
O sintagma nominal “detalhes sobre a atuação desses personagens” é objeto direto da lo-
cução “tem revelado”. Por isso, esse sintagma deve ser substituído por um pronome oblíquo
átono (a forma “os”, a qual possui as marcas de terceira pessoa do plural, gênero masculino).
Letra d.
Na alternativa (d), a forma pronominal “eu” está empregada incorretamente. Por ser comple-
mento de preposição, a forma adequada é oblíqua tônica: “mim”. Assim, a construção adequa-
da é: “A conversa entre mim e ela foi muito tensa.”
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Letra c.
O pronome “lhe” pode exercer duas funções sintáticas principais: complemento indireto ou
complemento nominal (do tipo genitivo/de posse). Nas alternativas, há apenas uma forma
compatível com uma dessas funções sintáticas: “sirvam de amparo aos mais vulneráveis”.
O termo “aos mais vulneráveis” é complemento indireto do verbo “servir”, e por isso pode ser
substituído pelo pronome “lhe”: sirvam-lhe de amparo. Nas outras alternativas, os verbos são
transitivos diretos.
Letra d.
Na concordância nominal, duas categorias são importantes: gênero e número. Na alternativa
(d), o termo “tomates” é masculino e plural. O termo “barato” também deve estar no gênero
masculino e no plural. Assim, a forma correta é: “que tomates baratos”.
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Letra c.
Para trabalhar bem com questões sobre passiva, temos sempre de observar as funções sintá-
ticas da ativa. No trecho, “um estudo” é objeto direto do verbo “desenvolveu”. Por isso, é esse
termo que será o sujeito da passiva: “Um estudo foi desenvolvido pelo departamento...”. Outro
fato importante é o agente da passiva ser exatamente o sujeito da ativa. Alternativa (c), por-
tanto.
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Letra e.
Poderá ser transformada em passiva a oração que, na ativa, possuir objeto direto. Essa é a
base, ok? Nas alternativas, apenas possui objeto direto a sentença presente na alternativa (e):
traço humano”). Logo, pode ser apassivada. Nas demais alternativas, falta um objeto direto à
oração.
Visitando a psicóloga
No fim do Ensino Médio, Fabrício vivia brigando com os colegas, desafiando os professo-
res, respondendo desaforado aos pais. Óbvio que foi forçado a visitar a psicóloga da escola.
Prometeu a si mesmo que lacraria a boca, ficaria calado durante a consulta inteira, faria terro-
rismo com a quietude. Não achava justo ser obrigado a se analisar e ainda mais numa época
em que a terapia estava vinculada preconceituosamente à loucura.
Fabrício se ajeitou na poltrona com o estojo e caderno debaixo do braço e a indisposição
absoluta de colaborar com a psicóloga. Mas ela não questionou nada, e o silêncio inesperado
dela foi enervando Fabrício. Ela o observava com interesse, e ele querendo cada vez mais se
esconder. Quando alguém permanece quieto muito tempo em nossa frente é como encarar
um espelho e o tamanho das dúvidas. Ela o provocava não o provocando, ela o emparedava
abrindo todas as portas. Aquela liberdade assustadora de não ser cobrado a participar o apri-
sionava.
Fabrício mexeu no estojo para se distrair. Ela perguntou se ele poderia emprestar-lhe uma
caneta. Ele pegou uma Bic azul. A psicóloga viu que a tampa estava mordida. Olhou com ca-
rinho e comentou:
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Letra e.
A expressão “com interesse” denota a maneira, o modo como “ela o observava”. Por isso, te-
mos a alternativa (e) como correta.
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Questão 40 (VUNESP/AUXILIAR/MPE-SP/2019)
Letra c.
A expressão “com um doente” é equivalente à expressão “na companhia de”. Por isso, vemos
que o valor semântico é de companhia. Para saber esse sentido, basta verificar se é possível
realizar essa substituição, ok?
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Letra d.
Nesta questão, o preenchimento de lacuna deve ser feito respeitando as concordâncias (no-
minal e verbal).
A forma “conhecidos” concorda com “pesquisadores”. As formas “ir” e “vir” concordam com
“esperança”. A forma “foram dados” (passiva) concorda com “200 milhões”. Por fim, a forma
verbal “argumentam” concorda com o sujeito composto “Weinberg e outros”.
Assim, temos a letra (d) como correta.
Questão 42 (FCC/AGENTE/METRÔ-SP/2019)
Nisto entrou o moleque trazendo o relógio com o vidro novo. Era tempo; já me custava
estar ali; dei uma moedinha de prata ao moleque; disse a Marcela que voltaria noutra ocasião,
e saí a passo largo. Para dizer tudo, devo confessar que o coração me batia um pouco; mas
era uma espécie de dobre de finados. O espírito ia travado de impressões opostas. Notem que
aquele dia amanhecera alegre para mim. Meu pai, ao almoço, repetiu-me, por antecipação,
o primeiro discurso que eu tinha de proferir na Câmara dos Deputados; rimo-nos muito, e o
sol também, que estava brilhante, como nos mais belos dias do mundo; do mesmo modo que
Virgília devia rir, quando eu lhe contasse as nossas fantasias do almoço. Vai senão quando,
cai-me o vidro do relógio; entro na primeira loja que me fica à mão; e eis me surge o passado,
ei-lo que me lacera e beija; ei-lo que me interroga, com um rosto cortado de saudades e be-
xigas...
Lá o deixei; meti-me às pressas na sege, que me esperava no Largo de S. Francisco de
Paula, e ordenei ao boleeiro que rodasse pelas ruas fora. O boleeiro atiçou as bestas, a sege
entrou a sacolejar-me, as molas gemiam, as rodas sulcavam rapidamente a lama que deixara
a chuva recente, e tudo isso me parecia estar parado. Não há, às vezes, um certo vento morno,
não forte nem áspero, mas abafadiço, que nos não leva o chapéu da cabeça, nem rodomoinha
nas saias das mulheres, e todavia é ou parece ser pior do que se fizesse uma e outra coisa,
porque abate, afrouxa, e como que dissolve os espíritos? Pois eu tinha esse vento comigo; e,
certo de que ele me soprava por achar-me naquela espécie de garganta entre o passado e o
presente, almejava por sair à planície do futuro. O pior é que a sege não andava.
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Letra d.
Para identificar o sujeito de uma sentença passiva, basta observar o objeto direto da ativa. No
caso, o objeto direto da oração ativa é “as bestas”. Por isso, o verbo terá de concordar em gê-
nero, número e pessoa com este termo: [elas: as bestas] foram atiçadas. Alternativa (d).
Questão 43 (FCC/AGENTE/METRÔ-SP/2019)
Em 1925, um estudante de farmácia e jovem poeta que assinava Carlos Drummond publi-
cou um artigo afirmando que, em relação a Machado de Assis, o melhor a fazer era repudiá-lo.
Cheio de ímpeto juvenil, considerava o criador de Brás Cubas um “entrave à obra de renovação
da cultura geral”. Na correspondência que manteve com Mário de Andrade nas décadas de
1920 e 1930, Machado também teria papel crucial no embate acerca da tradição. Nas cartas,
o escritor volta e meia surge como encarnação de um passado a ser descartado.
Décadas mais tarde, em 1958, Drummond publicou o poema “A um bruxo, com amor”, uma
das mais belas homenagens de escritor para escritor na literatura brasileira. Um único verso
dá a medida do elogio: “Outros leram da vida um capítulo, tu leste o livro inteiro”. O poema
compõe-se de frases do escritor, cujo cinquentenário de morte então se comemorava. O poeta
maduro, que agora assinava Carlos Drummond de Andrade, emprestava palavras do próprio
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Machado para compor um epíteto que ganharia ampla circulação, o “bruxo do Cosme Velho”.
O que teria se passado com Drummond para mudar tão radicalmente de posição?
Harold Bloom descreve as razões que marcam a relação entre escritores de diferentes
gerações. O processo passa pela ironia do mais jovem em relação ao seu precursor; pelo
movimento que marca a construção de um sublime que se contrapõe ao do precursor; e, fi-
nalmente, pela reapropriação do legado.
A assimilação dificultosa do passado é também um processo vivido pela geração de
Drummond. Os antepassados foram vistos muitas vezes como obstáculos aos desejos de
renovação que emergiram a partir da década de 1910 em vários pontos do Brasil. E tanto no
âmbito individual como no geracional, Machado surge como emblema do antigo. Alguém que
fora sepultado com os elogios fúnebres de Rui Barbosa e Olavo Bilac não podia deixar de ser
uma pedra no caminho para escritores investidos do propósito de romper com as conven-
ções. Até Drummond chegar à declaração de respeito, admiração e amor, foi um longo percur-
so. Pouco a pouco, Machado deixa de ser ameaça para se tornar uma presença imensa que
ocupa a imaginação do poeta.
(Adaptado de: GUIMARÃES, Hélio de Seixas. Amor nenhum dispensa uma gota de ácido. São Paulo: Três
Estrelas, 2019, p. 9-30.)
• Harold Bloom descreve as razões que marcam a relação entre escritores de diferentes
gerações. (3º parágrafo)
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal resultante será:
a) são descritas.
b) descreve-se.
c) foi descrito.
d) tinha sido descrito.
e) eram descritas.
Letra a.
O objeto direto da ativa é “as razões”. Por isso, a estrutura AUXILIAR + PARTICÍPIO deverá con-
cordar com essas propriedades: [elas: as razões] são descritas. Observe que o verbo da ativa
está no presente do indicativo, e esse tempo-modo deve permanecer na passiva.
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Letra b.
Para identificar o termo com o qual a forma verbal “ultrapassa” concorda basta perguntar: quem
é que ultrapassa? A resposta será: “a reivindicação dos direitos das mulheres”. O termo “reivin-
dicação” é NÚCLEO do sujeito, e por isso a banca considera a alternativa (b) como correta.
Questão 45 (FGV/TÉCNICO/TJ-CE/2019)
• “Onde, sob os olhos dos juízes, o direito é derrubado pela iniquidade e a verdade pela
mentira, são derrubados os próprios juízes”.
Letra e.
As alternativas (a), (b), (c) e (d) fazem afirmações corretas sobre a estrutura da frase em análi-
se. Em (e), o equívoco está em afirmar que a mudança de posição do termo não pode ser feita.
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Questão 46 (FCC/AGENTE/IAPEN-AP/2018)
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Letra e.
Um dos critérios para se identificar a passiva é da reversibilidade: uma passiva pode se tornar
uma ativa. Isso acontece na oração em (e), já que se pode dizer “Um indiano que nunca mais vi
carregou-me”. Nas demais alternativas, falta sempre a estrutura da passiva: AUX + PARTICÍPIO;
ou verbo + partícula apassivadora – além de não serem “reversíveis”.
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5 Como nossas experiências com a mídia social têm deixado claro, agimos diferente quando
sabemos estar sendo observados. A privacidade é a liberdade de agir sem ser observado,
e assim, em certo sentido, de sermos quem realmente somos − não o que desejamos que
os outros pensem que somos. A maioria deseja maior proteção à sua privacidade. Porém,
isso requererá a criação dediversas leis
(Adaptado de: The New York Times. Tradução de Paulo Migliacci. Disponível em:www.folha.uol.com.br)
Letra c.
Como já disse, um dos critérios para se identificar a passiva é da reversibilidade: uma passiva
pode se tornar uma ativa. Isso acontece na oração em (c), já que se pode dizer “As forças da
criação da riqueza não favorecem a expansão da privacidade”. Nas demais alternativas, falta
sempre a estrutura da passiva: AUX + PARTICÍPIO; ou verbo + partícula apassivadora – além
de não serem “reversíveis”.
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Letra a.
O verbo “responder”, no trecho em análise, é transitivo indireto (exige preposição “a”) – e por
isso a crase ocorre, já que o termo “a tal pergunta” é definido por artigo feminino. Dentre as
alternativas, o mesmo ocorre em “obedeciam à professora”, já que “obedecer” é transitivo indi-
reto (rege preposição “a”) e o termo “a professora” possui artigo definido feminino.
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a) As impressões da realidade brasileira que foram recolhidas por Darwin ocorreram em dois
planos bem distintos de observação.
b) Darwin não deixou de notar as discrepâncias que lhes saltou à vista em face de uma dupla
visão de realidade que o Brasil lhe oferecia.
c) É de se concluírem que as impressões de Darwin levaram-no a sentir emoções opostas em
sua passagem pelo Brasil.
d) Não ocorreram ao grande cientista que as realidades do Brasil e do Haiti, no que dizem
respeito ao regime escravocrata, eram bem distintas.
e) A muitos viajantes e exploradores estrangeiros impressionaram, quando no Brasil, a dispa-
ridade entre as belezas naturais e uma sociedade opressiva.
Letra a.
Nas alternativas (b), (c), (d) e (e), falta sempre a estrutura da passiva: AUX + PARTICÍPIO; ou
verbo + partícula apassivadora – além de não serem “reversíveis”.
Em (a), temos uma passiva. A reversibilidade é a seguinte: “Darwin recolheu as impressões da
realidade”. Nessa passiva, a forma verbal e a forma participial concordam com o sujeito sintá-
tico (feminino, plural, terceira pessoa).
Questão 50 (FCC/ENFERMEIRO/METRÔ-SP/2019)
Para ele, o fim do ano era sempre uma época dura, difícil de suportar. Sofria daquele tipo de
tristeza mórbida que acomete algumas pessoas nos festejos de Natal e de Ano-Novo. No seu
caso havia uma razão óbvia para isso: aos setenta anos, solteirão, sem parentes, sem amigos,
não tinha com quem celebrar, ninguém o convidava para festa alguma. O jeito era tomar um
porre, e era o que fazia, mas o resultado era melancólico: além da solidão, tinha de suportar a
ressaca.
No passado, convivera muito tempo com a mãe. Filho único, sentia-se obrigado a cuidar
da velhinha que cedo enviuvara. Não se tratava de tarefa fácil: como ele, a mãe era uma mu-
lher amargurada. Contra a sua vontade, tinha casado, em 31 de dezembro de 1914 (o ano em
que começou a Grande Guerra, como ela fazia questão de lembrar) com um homem de quem
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A Sintaxe do Período Simples – Parte II
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não gostava, mas que pais e familiares achavam um bom partido. Resultado desse matrimô-
nio: um filho e longos anos de sofrimento e frustração. O filho tinha de ouvir suas constan-
tes e ressentidas queixas. Coisa que suportava estoicamente; não deixou, contudo, de sentir
certo alívio quando de seu falecimento, em 1984. Este alívio resultou em culpa, uma culpa
que retornava a cada Natal. Porque a mãe falecera exatamente na noite de Natal. Na véspera,
no hospital, ela lhe fizera uma confissão surpreendente: muito jovem, apaixonara-se por um
primo, que acabou se transformando no grande amor de sua vida. Mas a família do primo
mudara-se, e ela nunca mais tivera notícias dele. Nunca recebera uma carta, uma mensagem,
nada. Nem ao menos um cartão de Natal.
No dia 24 pela manhã ele encontrou um envelope na carta do correio. Como em geral não
recebia correspondência alguma, foi com alguma estranheza que abriu o envelope.
Era um cartão de Natal, e tinha a falecida mãe como destinatária. Um velhíssimo cartão,
uma coisa muito antiga, amarelada pelo tempo. De um lado, um desenho do Papai Noel sorrin-
do para uma menina. Do outro lado, a data: 23 de dezembro de 1914. E uma única frase: “Eu te
amo.”
A assinatura era ilegível, mas ele sabia quem era o remetente: o primo, claro. O primo por
quem a mãe se apaixonara, e que, por meio daquele cartão, quisera associar o Natal a uma
mensagem de amor. Uma nova vida, era o que estava prometendo. Esta mensagem e esta
promessa jamais tinham chegado a seu destino. Mas de algum modo o recado chegara a ele.
Por quê? Que secreto desígnio haveria atrás daquilo?
Cartão na mão, aproximou-se da janela. Ali, parada sob o poste de iluminação, estava uma
mulher já madura, modestamente vestida, uma mulher ainda bonita. Uma desconhecida, cla-
ro, mas o que importava? Seguramente o destino a trouxera ali, assim como trouxera o cartão
de Natal. Num impulso, abriu a porta do apartamento e, sempre segurando o cartão, correu
para fora. Tinha uma mensagem para entregar àquela mulher. Uma mensagem que poderia
transformar a vida de ambos, e que era, por isso, um verdadeiro presente de Natal.
(SCLIAR, Moacyr. Mensagem de Natal. Porto Alegre: L&PM, 2018, p. 26-28)
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GRAMÁTICA
A Sintaxe do Período Simples – Parte II
Bruno Pilastre
Letra a.
Só poderá ser reescrito para a passiva o trecho que possua um objeto direto. Somente na
alternativa (a) encontramos um objeto direto (do verbo “encontrou”: um envelope na carta do
correio). Por isso a alternativa (a) está correta.
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A Sintaxe do Período Simples – Parte II
Bruno Pilastre
REFERÊNCIAS
BECHARA, E. Lições de português pela análise sintática. São Paulo, SP: Padrão, 1988.
CUNHA, C.; CINTRA, L. Nova gramática do português contemporâneo. 5. ed. Rio de Janeiro:
Lexicon, 2008.
HOUAISS, A. Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa. São Paulo: Editora Objetiva.
2009.
ROCHA LIMA. Gramática normativa da língua portuguesa. 49. ed. Rio de Janeiro: José Olym-
pio, 2011.
Bruno Pilastre
Doutor em Linguística pela Universidade de Brasília. É autor de obras didáticas de Língua Portuguesa
(Gramática, Texto, Redação Oficial e Redação Discursiva). Pela Editora Gran Cursos, publicou o “Guia
Prático de Língua Portuguesa” e o “Guia de Redação Discursiva para Concursos”. No Gran Cursos Online,
atua na área de desenvolvimento de materiais didáticos (educação e popularização de C&T/CNPq: http://
lattes.cnpq.br/1396654209681297).
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