Análise Da Dinâmica Do Uso e Cobertura Do Solo Sobre A Vulnerabilidade Ambiental em Área Do Distrito Federal
Análise Da Dinâmica Do Uso e Cobertura Do Solo Sobre A Vulnerabilidade Ambiental em Área Do Distrito Federal
Análise Da Dinâmica Do Uso e Cobertura Do Solo Sobre A Vulnerabilidade Ambiental em Área Do Distrito Federal
FACULDADE DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL
APROVADO POR:
_________________________________________________
Profo Wagner Santos de Almeida, Dr (ENC-UnB)
(Orientador)
_________________________________________________
Profo Conceição de Maria Albuquerque Alves, Dra (ENC-UnB)
(Examinador Interno)
_________________________________________________
Profo Waterloo Pereira Filho, Dr (UFSM)
(Examinador Externo)
ii
FICHA CATALOGRÁFICA
VALADARES, ALANA DE ALMEIDA
Análise da dinâmica do uso e cobertura do solo sobre a vulnerabilidade ambiental em área do
Distrito Federal [Distrito Federal] 2017.
xix, 197p., 210 x 297 mm (ENC/FT/UnB, Mestre, Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos,
2017).
Dissertação de Mestrado – Universidade de Brasília. Faculdade de Tecnologia.
Departamento de Engenharia Civil e Ambiental.
1. Uso e cobertura do solo 2. Simulação de cenários
3. Temperatura da superfície terrestre 4. Dinamica EGO
I. ENC/FT/UnB II. Título (série)
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
VALADARES, A. A. (2017). Análise da dinâmica do uso e cobertura do solo sobre a
vulnerabilidade ambiental em área do Distrito Federal. Dissertação de Mestrado em
Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos, Publicação PTARH.DM - 200/2017,
Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, Universidade de Brasília, Brasília, DF,
197p.
CESSÃO DE DIREITOS
AUTORA: Alana de Almeida Valadares.
TÍTULO: Análise da dinâmica do uso e cobertura do solo sobre a vulnerabilidade ambiental
em área do Distrito Federal
GRAU: Mestre ANO: 2017
____________________________
Alana de Almeida Valadares
[email protected]
iii
Dedico este trabalho aos meus pais,
Erondino e Cida, aos meus irmãos, Luciano,
Nathália e Flávia, que não mediram esforços
para que eu chegasse onde estou; e ao meu
esposo, Ronaldo Jr, pelo seu carinho,
paciência e amor.
iv
AGRADECIMENTOS
Meus primeiros agradecimentos são para Deus e Nossa Senhora, pelas oportunidades que
colocou em meu caminho, pela força que sempre me deram para seguir em frente,
principalmente nos momentos de dúvida e medo; e, por hoje estar encerrando mais uma
etapa da minha vida, sabendo que nada foi em vão.
Aos meus pais, Erondino e Cida, pelo o amor incondicional e o apoio que sempre me deram,
por dignamente me apresentaram à importância da família, aos ensinamentos cristãos e ao
caminho da honestidade e persistência. Obrigada por tudo!
Aos meus irmãos Luciano, Nathália e Flávia, que me alegraram e fizeram meus dias mais
felizes e que nos momentos de minha ausência, dedicados aos estudos, compreenderam que
о futuro é feito а partir da constante dedicação no presente.
Ao meu esposo, Ronaldo Jr, que sempre acreditou em mim, que de forma especial me deu
força e coragem, me ouviu com paciência e me acalmou com palavras de conforto e ânimo,
me fazendo sentir capaz de superar os desafios. Agradeço assim, por todo o amor e carinho
que me dedica.
À Mariana Diniz pelas contribuições, auxílios e aprendizados, e por sempre estar disposta
a ajudar. Às minhas amigas, Ariela Fonseca e Júnia Porto, pela amizade, alegrias, tristezas
е dores que compartilhamos durante o mestrado. Aos colegas da turma de 2015, pelos
momentos partilhados.
Aos professores Conceição de Maria Albuquerque Alves e Waterloo Pereira Filho, que
prontamente aceitaram o convite para comporem esta banca de defesa e contribuir com o
nosso trabalho.
A todos que direta ou indiretamente fizeram parte da execução deste trabalho e da minha
formação, deixo aqui о meu muito obrigada.
v
RESUMO
Para tanto realizou-se uma avaliação multitemporal do uso e cobertura do solo, para os anos
1985-1995, 1995-2005 e 2005-2016, para a área de estudo A; 2009-2011 e 2011-2014, para
a área de estudo B e a para bacia hidrográfica do Córrego Taquari. Em seguida foi realizada
uma avaliação multicritério baseada em Análise Hierárquica de Processos (AHP) para se
determinar a vulnerabilidade ambiental em função de suas características naturais e
antrópicas, tais como uso e cobertura do solo, declividade, pedologia, geomorfologia e
geologia. Analisou-se a mudança na temperatura aparente de superfície do solo. Foi
realizada simulação da dinâmica ambiental do uso e cobertura do solo, pelo sistema
Dinamica EGO, para produzir cenários prospectivos para o ano de 2019. Foi realizada uma
análise de sensibilidade da relação entre as mudanças do uso e cobertura do solo e a alteração
no escoamento superficial direto, na bacia hidrográfica do Córrego Taquari.
Os resultados sugerem a evolução do uso e cobertura do solo com o decorrer dos anos,
demonstrando continuidade do processo de ocupação antrópica, podendo afetar as
componentes hidrológicas, como o escoamento superficial direto, podendo ocasionar
impactos ambientais e sociais devido ao aumento do volume. A utilização da AHP mostrou-
se satisfatória para reduzir erros e produzir mapas com certa imparcialidade. A integração
dos fatores naturais e antrópicos incorporou informações relevantes ao estudo da
vulnerabilidade ambiental. A vulnerabilidade ambiental muito alta não é muito
representativa nas áreas estudadas. As temperaturas de superfície terrestre sugerem boa
relação com o uso e cobertura do solo, com os dados meteorológicos e como indicador da
capacidade de infiltração do solo.
vi
ABSTRACT
The Taquari stream is destined for the water abstraction for the human supply and despite
its protected area by the Environmental Sanitation Company of the Federal District, has
suffered with the urbanization process, mainly observed with implementation of Paranoá
Parque. The objective of this study was to evaluate the environmental dynamics, through
historical evolution and prospective scenarios of soil use and cover, and its influence on
environmental vulnerability in the Taquari stream watershed and surrounding area, in the
Distrito Federal.
A multitemporal evaluation of soil use and cover was carried out for the years 1985-1995,
1995-2005 and 2005-2016, for study area A; 2009-2011 and 2011-2014, for study area B
and for the Taquari stream watershed. A multicriteria evaluation based on Analytical
Hierarchy Process (AHP) was then carried out to determine the environmental vulnerability
due to its natural and anthropogenic characteristics, such as soil use and cover, declivity,
pedology, geomorphology and geology. The apparent soil surface temperature change was
analyzed. Simulation of the environmental dynamics of soil use and cover by the Dinamica
EGO system was carried out to produce prospective scenarios for the year 2019. A sensitivity
analysis of the relationship between soil use and cover changes and the direct surface runoff
change in Taquari stream watershed was performed.
The results suggest the evolution of soil use and cover the years, demonstrating the
continuity of the anthropic occupation process, which may affect the hydrological
components, such as direct surface runoff, and may cause environmental and social impacts
due to the increase in volume. The use of AHP was satisfactory to reduce errors and produce
maps with some impartiality. The integration of natural and anthropic factors incorporated
relevant information to the study of environmental vulnerability. Very high environmental
vulnerability is not very representative in the areas studied. Land surface temperatures
suggest a good relation with the soil use and cover, with meteorological data and as an
indicator of soil infiltration capacity.
vii
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1
2. OBJETIVOS ................................................................................................................. 5
viii
4.4. TEMPERATURA DA SUPERFÍCIE TERRESTRE ...................................... 42
ix
5.2.5.1. Parâmetros da bacia hidrográfica ................................................................ 102
6.5.3. Uso e cobertura do solo da bacia hidrográfica do Córrego Taquari ........... 164
x
APÊNDICES .................................................................................................................... 187
xi
LISTA DE TABELAS
xii
Tabela 6.6 – Evolução do uso e cobertura do solo por meio das classes temáticas para o
período 2011 - 2014 ........................................................................................................... 114
Tabela 6.7 – Evolução do uso e cobertura do solo por meio das classes temáticas para o
período 2009 - 2014 ........................................................................................................... 114
Tabela 6.8 – Matriz de comparação pareada ..................................................................... 127
Tabela 6.9 – Matriz normalizada ....................................................................................... 127
Tabela 6.10 – Vulnerabilidade ambiental em termos de área e porcentagem ................... 129
Tabela 6.11 – Dados meteorológicos na data da aquisição das imagens .......................... 137
Tabela 6.12 – Testes de modelagem da dinâmica ambiental do uso e cobertura do solo . 143
Tabela 6.13 – Matriz de transição de passo único – T5 .................................................... 146
Tabela 6.14 – Matriz de transição de passos múltiplos – T5............................................. 146
Tabela 6.15 – Matriz de transição de passo único – T6 .................................................... 147
Tabela 6.16 – Matriz de transição de passos múltiplos – T6............................................. 147
Tabela 6.17 – Matriz de transição de passo único – T6_inf .............................................. 148
Tabela 6.18 – Matriz de transição de passos múltiplos – T6_inf ...................................... 148
Tabela 6.19 – Matriz de transição de passo único – T6_sup ............................................. 149
Tabela 6.20 – Matriz de transição de passos múltiplos – T6_sup ..................................... 149
Tabela 6.21 – Parâmetros de Patcher e Expander escolhidos para o teste T5 .................. 151
Tabela 6.22 – Índices de similaridade mínima para o modelo 2011 – 2014 ..................... 153
Tabela 6.23 – Área das classes temáticas de uso e cobertura do solo para T5 .................. 156
Tabela 6.24 – Área das classes temáticas de uso e cobertura do solo para T6 .................. 158
Tabela 6.25 – Área das classes temáticas de uso e cobertura do solo para T6_inf ........... 158
Tabela 6.26 – Área das classes temáticas de uso e cobertura do solo para T6_sup .......... 158
Tabela 6.27 – Parâmetros morfológicos da bacia .............................................................. 160
Tabela 6.28 – Matriz de transição de passo único ............................................................. 161
Tabela 6.29 – Matriz de transição de passos múltiplos ..................................................... 162
Tabela 6.30 – Evolução do uso e cobertura do solo por meio das classes temáticas para o
período 2011 – 2019 .......................................................................................................... 166
Tabela 6.31 – Distribuição do escoamento superficial na área da bacia ........................... 171
Tabela A.1 – Correlação de variáveis pelo Índice de Cramer – T5................................... 188
Tabela A.2 – Correlação de variáveis pelo Índice de Cramer – T6................................... 191
Tabela A.3 – Correlação de variáveis pelo Índice de Cramer – T6_inf ............................ 192
Tabela A.4 – Correlação de variáveis pelo Índice de Cramer – T6_sup ........................... 194
xiii
Tabela B.5 – Correlação de variáveis pelo Índice de Cramer ........................................... 196
xiv
LISTA DE FIGURAS
Figura 3.1 – Localização das áreas de estudo segundo as unidades hidrográficas ................ 9
Figura 3.2 – Mapa pedológico - área de estudo A ............................................................... 12
Figura 3.3 – Mapa geomorfológico - área de estudo A ....................................................... 18
Figura 3.4 – Mapa geológico - área de estudo A ................................................................. 20
Figura 3.5 – Bacias hidrográficas e unidades hidrográficas - área de estudo B .................. 23
Figura 3.6 – Mapa pedológico - área de estudo B ............................................................... 24
Figura 3.7 – Mapa geomorfológico - área de estudo B ....................................................... 25
Figura 3.8 – Mapa geológico - área de estudo B ................................................................. 26
Figura 3.9 – Mapa de zoneamento territorial - área de estudo B ........................................ 29
Figura 3.10 – Localização Paranoá Parque e vegetação área de estudo B .......................... 30
Figura 5.1 – Fluxograma metodológico geral ..................................................................... 76
Figura 5.2 – Fluxograma metodológico para produção de mapas de uso e cobertura do solo
............................................................................................................................................. 78
Figura 5.3 – Fluxograma para obtenção dos mapas de vulnerabilidade ambiental ............. 82
Figura 5.4 – Modelo digital de terreno - área de estudo A .................................................. 83
Figura 5.5 – Modelo digital de terreno - área de estudo B .................................................. 83
Figura 5.6- Fluxograma da modelagem da dinâmica ambiental do uso e cobertura do solo
............................................................................................................................................. 96
Figura 5.7 – Representação do método de comparação Fuzzy .......................................... 101
Figura 5.8 – Fluxograma do cálculo do escoamento superficial direto ............................. 103
Figura 6.1 – Mapa de uso e cobertura do solo da área de estudo A para o ano 1985........ 105
Figura 6.2 – Mapa de uso e cobertura do solo da área de estudo A para o ano 1995........ 106
Figura 6.3 – Mapa de uso e cobertura do solo da área de estudo A para o ano 2005........ 108
Figura 6.4 – Mapa de uso e cobertura do solo da área de estudo A para o ano 2016........ 110
Figura 6.5 – Mapa de uso e cobertura do solo da área de estudo B para o ano 2009 ........ 112
Figura 6.6 – Mapa de uso e cobertura do solo da área de estudo B para o ano 2011 ........ 112
Figura 6.7 – Mapa de uso e cobertura do solo da área de estudo B para o ano 2014 ........ 113
Figura 6.8 – Mapa de vulnerabilidade natural segundo o uso e cobertura do solo - área de
estudo A ............................................................................................................................. 116
Figura 6.9 – Mapa de vulnerabilidade natural segundo o uso e cobertura do solo - área de
estudo B ............................................................................................................................. 117
xv
Figura 6.10 – Mapa de declividade - área de estudo A ..................................................... 118
Figura 6.11 – Mapa de vulnerabilidade natural segundo a declividade - área de estudo A
........................................................................................................................................... 118
Figura 6.12 – Mapa de declividade - área de estudo B...................................................... 119
Figura 6.13 – Mapa de vulnerabilidade natural segundo a declividade - área de estudo B
........................................................................................................................................... 120
Figura 6.14 – Mapa de vulnerabilidade natural segundo a pedologia - área de estudo A . 121
Figura 6.15 – Mapa de vulnerabilidade natural segundo a pedologia - área de estudo B . 122
Figura 6.16 – Mapa de vulnerabilidade natural segundo a geomorfologia - área de estudo A
........................................................................................................................................... 123
Figura 6.17 – Mapa de vulnerabilidade natural segundo a geomorfologia - área de estudo B
........................................................................................................................................... 124
Figura 6.18 – Mapa de vulnerabilidade natural segundo a geologia - área de estudo A ... 125
Figura 6.19 – Mapa de vulnerabilidade natural segundo a geologia - área de estudo B ... 126
Figura 6.20 – Mapa de vulnerabilidade ambiental - área de estudo A .............................. 130
Figura 6.21 – Mapa de vulnerabilidade ambiental - área de estudo B .............................. 131
Figura 6.22 – Mapa de temperatura aparente da superfície terrestre em 18 de setembro de
1985 - área de estudo A ..................................................................................................... 133
Figura 6.23 – Mapa de temperatura aparente da superfície terrestre em 14 de setembro de
1995 - área de estudo A ..................................................................................................... 134
Figura 6.24 – Mapa de temperatura aparente da superfície terrestre em 09 de setembro de
2005 - área de estudo A ..................................................................................................... 135
Figura 6.25 – Mapa de temperatura aparente da superfície terrestre em 07 de setembro de
2016 - área de estudo A ..................................................................................................... 136
Figura 6.26 – Mapa de temperatura aparente da superfície terrestre em 18 de julho de 2009
área de estudo B................................................................................................................. 139
Figura 6.27 – Mapa de temperatura aparente da superfície terrestre em 24 de julho de 2011
área de estudo B................................................................................................................. 140
Figura 6.28 – Mapa de temperatura aparente da superfície terrestre em 16 de julho de 2014
área de estudo B................................................................................................................. 141
Figura 6.29 – Mapa das áreas utilizadas na modelagem da dinâmica ambiental do uso e
cobertura do solo da área de estudo B ............................................................................... 145
Figura 6.30 – Mapas de uso e cobertura do solo simulados para o ano de 2014............... 152
xvi
Figura 6.31 – Mapa de uso e cobertura do solo simulado para o ano de 2019 - teste T5.. 156
Figura 6.32 – Mapas de uso e cobertura do solo simulados para o ano de 2019 com os testes
T6, T6_inf e T6_sup .......................................................................................................... 157
Figura 6.33 – Bacia do Córrego Taquari ........................................................................... 160
Figura 6.34 – Mapas de uso e cobertura do solo simulados para os anos 2014 e 2019 .... 164
Figura 6.35 – Mapas de uso e cobertura do solo na bacia hidrográfica do Córrego Taquari
........................................................................................................................................... 165
Figura 6.36 – Distribuição espacial dos Grupos Hidrológicos do Solo na bacia hidrográfica
do Córrego Taquari ............................................................................................................ 167
Figura 6.37 – Distribuição espacial dos valores de CN na bacia hidrográfica do Córrego
Taquari ............................................................................................................................... 168
Figura 6.38 – Distribuição espacial do escoamento superficial direto na bacia hidrográfica
do Córrego Taquari ............................................................................................................ 170
xvii
LISTA DE SÍMBOLOS, NOMENCLATURA E ABREVIAÇÕES
AC Autômatos Celulares
AHP Analytical Hierarchy Process (Análise Hierárquica de Processos)
AMC Antecedent Moisture Conditions (Condições de Umidade
Antecedente)
APA Área de Proteção Ambiental
APM Área de Proteção de Manancial
CAESB Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal
cm Centímetro
CN Curve Number (Número da Curva de Escoamento)
CSR Centro de Sensoriamento Remoto
DF Distrito Federal
DN Digital Number (Número Digital)
EGO Environment for Geoprocessing Objects
EUA Estados Unidos da América
GDF Governo do Distrito Federal
GHS Grupos hidrológicos de solos
IDF Intensidade Duração Frequência
INMET Instituto de Nacional de Meteorologia
km Quilômetro
LEGAL Linguagem Espacial de Georreferência Algébrica
m Metro
Maxver Máxima Verossimilhança
mm Milímetros
MDT Modelo Digital de Terreno
Normalize Difference Vegetation Index (Índice de vegetação
NDVI
normalizado)
Novacap Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil
NRCS Natural Resources Conservation Service
PDOT Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal
PI Plano de Informação
RA Região Administrativa
xviii
s Segundo
SCS Soil Conservation Service
SEDHAB Secretaria de Habitação, Regularização e Desenvolvimento Urbano
SIG Sistema de Informação Geográfica
Spring Sistema de Processamento de Informações Georreferenciadas
SR Sensoriamento Remoto
SWAT Soil and Water Assessment Tool
TOA Top Of Atmosphere (Topo da atmosfera)
USDA United States Department of Agriculture
USGS United State Geological Survey
VANT Veículo Aéreo Não Tripulado
μm Micrômetro
xix
1. INTRODUÇÃO
Neste sentido, as técnicas e os produtos que fazem parte das geotecnologias, como o
geoprocessamento, são aliados no desafio de planejar e ordenar o território e tem sido
comum sua utilização para classificar uma área quanto ao uso e cobertura do solo, além de
determinar a temperatura da superfície terrestre, relacionando-os para definir até que ponto
essas modificações podem alterar as características naturais do ambiente. Os processos de
urbanização de uma área, como a retirada da cobertura vegetal, estabelecimento de
edificações e impermeabilização do solo, por meio de pavimentação, podem alterar a
infiltração de água no solo, proveniente de precipitação, modificando o escoamento
superficial e evaporação de água do solo, o que reduz a umidade relativa do ar e altera as
temperaturas da superfície do solo.
Identificar ambientes naturais e antropizados, e determinar suas fragilidades são meios para
definir, de forma mais coerente, as diretrizes e ações a serem implementadas no espaço
1
físico-territorial, buscando a eficiente execução do planejamento urbano. Assim, a utilização
de Sistema de Informação Geográfica (SIG) que emprega algoritmos de geoprocessamento
permite a realização de análises espaciais no que tange, dentre outros aspectos, à
vulnerabilidade ambiental, além de auxiliar estudos que permitam o planejamento adequado
para as áreas de risco ambiental mediante a ação humana ou as mudanças naturais (Costa et
al., 2006).
2
O elevado crescimento populacional que, por vezes, resulta no inadequado uso e cobertura
do solo, juntamente com a mudança climática podem ocasionar diversos impactos em uma
bacia hidrográfica, como a mudança no microclima da região e no regime de escoamento
dos cursos de água, o desmatamento, os processos erosivos que causam aporte de
sedimentos, a poluição dos corpos hídricos, o lançamento de resíduos sólidos, entre outros.
Os cenários prospectivos representados por mapas futuros de uso e cobertura do solo, obtidos
com o sistema de modelagem da dinâmica ambiental, Dinamica EGO (desenvolvido pela
Universidade Federal de Minas Gerais), fornecem subsídios para identificar as mudanças
que poderão ocorrer na paisagem, como a expansão urbana futura. Essas mudanças estão
diretamente ligadas às alterações que podem ocorrer nos componentes hidrológicos,
modificando-os e alterando a disponibilidade de água e a biodiversidade local, e dentre esses
componentes hidrológicos está o escoamento superficial direto, daí a importância em se
analisar as mudanças que ocorrem em uma bacia hidrográfica pela ação humana, buscando
identificar os fatores responsáveis por sua alteração.
A presente pesquisa está voltada para a bacia hidrográfica do Córrego Taquari e seu entorno,
visto que neste córrego existe um ponto de captação de água da Companhia de Saneamento
Ambiental do Distrito Federal (CAESB) voltado para o abastecimento humano. Apesar de
ter sua área quase totalmente protegida pela CAESB, observa-se que, com o passar dos anos,
tem ocorrido a ocupação antrópica dessa bacia e do seu entorno, pela construção de
edificações por particulares e pela implantação de um conjunto habitacional do Programa
Morar Bem do Governo do Distrito Federal (GDF). Este processo de ocupação resulta em
modificações das condições ambientais, como a supressão da vegetação nativa que altera a
biodiversidade da fauna e da flora local, o aumento da área construída, com consequente
3
aumento de impermeabilização do solo que promove a redução da infiltração de água e,
também, a alteração da quantidade, da intensidade e da duração do escoamento superficial
direto, o que causa inundações e danos a infraestrutura urbana, com perdas materiais e
humanas.
4
2. OBJETIVOS
Realizar simulação da dinâmica do uso e cobertura do solo, pelo sistema Dinamica EGO,
considerando sua tendência histórica, para produzir cenários prospectivos;
5
3. ÁREA DE ESTUDO
3.1. CLIMA DO DF
O clima do Distrito Federal é caracterizado por duas estações bem definidas, uma chuvosa e
quente, que compreende os meses de outubro a abril, e outra fria e seca, entre maio a
setembro (Embrapa, 1978; Campos, 2004).
A temperatura anual varia entre 18 e 22°C, sendo julho o mês mais frio, com temperaturas
médias de 16 a 18°C, e setembro e outubro os meses mais quentes, com temperaturas médias
de 20 a 22°C (Embrapa, 1978). A temperatura de Brasília sofre influência da altitude e da
latitude. As regiões de menor altitude são mais quentes do que as de maior altitude, já que o
aquecimento da atmosfera se dá pela emissão da onda de calor pela superfície da Terra, e
dessa forma, a medida que a onda emitida vai subindo a atmosfera ela vai dissipando seu
calor. Com relação a latitude, quanto menor ela for maior será a temperatura, isso se deve a
maior proximidade do local a linha do equador, onde o ângulo de incidência da radiação
solar é praticamente perpendicular superfície, fazendo com que a dispersão do calor seja
menor do que em zonas temperadas e/ou polares (Baptista, 1998).
Aw – Tropical: Clima de savana, com temperatura superior a 18°C no mês mais frio.
Situa-se em áreas com cotas altimétricas abaixo de 1.000 metros, por exemplo as
bacias hidrográficas dos rios São Bartolomeu, Preto, Descoberto e Maranhão.
Cwa - Tropical de Altitude: Temperatura inferior a 18°C no mês mais frio e média
superior a 22°C no mês mais quente. Esse tipo climático encontra-se na unidade
geomorfológica Pediplano de Brasília, cuja cota está entre 1.000 e 1.200 metros.
Cwb - Tropical de Altitude: apresenta temperatura inferior a 18°C no mês mais frio,
e no mês mais quente a média é inferior a 22°C. Esse tipo climático encontra-se na
unidade geomorfológica Pediplano Contagem/Rodeador, cuja cota altimétrica está
acima 1.200 metros.
6
A porcentagem de umidade oscila diariamente de acordo com os períodos de maior ou menor
temperatura, com essa oscilação chega-se ao valor de umidade relativa do ar, sendo esta
entendida como a variação percentual do vapor d’água na composição do ar atmosférico
(Baptista, 1998). Na estação meteorológica Brasília a umidade relativa do ar oscila,
aproximadamente, entre 50 a 80%, porém é uma característica comum do cerrado, que no
inverno, principalmente nos meses de julho a setembro, a umidade relativa do ar alcance
níveis muito baixos, tendo sido registrados valores inferiores a 15% (Baptista, 1998;
Campos, 2004).
A média anual de pluviometria varia entre 1.500 e 2.000 mm, o trimestre mais chuvoso é
novembro, dezembro e janeiro, sendo o mês de dezembro o de maior total de precipitação,
já o trimestre com menor índice pluviométrico é junho, julho e agosto, sendo agosto o que
apresenta menor total de precipitação (Embrapa, 1978).
3.2. HIDROGRAFIA DO DF
O Distrito Federal abrange três das doze regiões hidrográficas do Brasil: Paraná, São
Francisco e Tocantins-Araguaia (Campana et al., 1998; GDF 2012). A região hidrográfica
do Paraná localiza-se na região centro-oeste do DF e abrange cerca de 62,5% de sua área; a
região hidrográfica do São Francisco compreende a região leste, com 24,2% da área; e 13,3%
restantes da área do DF faz parte região hidrográfica do Tocantins/Araguaia, compreendendo
a região noroeste. Considerando os principais rios das três regiões hidrográficas, realizou-se
a subdivisão das mesmas em sete bacias hidrográficas: São Bartolomeu, Lago Paranoá,
Descoberto, Maranhão, Preto, Corumbá e São Marcos. Para efeito de planejamento e
gerenciamento as bacias hidrográficas foram divididas em 36 unidades hidrográficas
conforme apresentado na (Secretaria do Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia
(SEMATEC), 1994 apud Campana et al., 1998), conforme apresentado na Tabela 3.1.
7
Tabela 3.1 – Regiões, bacias e unidades hidrográficas do DF
(SEMATEC, 1994 apud Campana et al., 1998).
Região Hidrográfica Bacia Hidrográfica Unidade Hidrográfica
Paraná Rio São Bartolomeu Pipiripau
Mestre d’armas
Sobradinho
Paranoá
Tabocas
Papuda
Cachoeirinha
Santana
Saia Velha / Maria Pereira
Lago Paranoá Santa Maria / Torto
Bananal
Lago Paranoá
Ribeirão do Gama
Riacho Fundo
Rio Descoberto Lago Descoberto
Dois Irmãos
Melchior / Belchior
Buriti
Engenho das Lages
Rio Corumbá Alagado / Ponte Alta
Santa Maria
Rio São Marcos Samambaia
São Francisco Rio Preto Santa Rita
Jacaré
São José
Extrema
Buriti Vermelho
Alto Jardim
Médio Jardim
Baixo Jardim
Capão do Lobo
São Bernardo
Tocantins / Araguaia Rio Maranhão Vereda Grande
Sonhem
Pedreira
Palma
Para o estudo bacia hidrográfica do Córrego Taquari e seu entorno, foram selecionadas duas
áreas de estudo, localizadas no Distrito Federal, com intuito de estudar a sua vulnerabilidade
e dinâmica ambiental. A primeira área de estudo, denominada de área de estudo A, localizada
nas coordenadas geográficas 15°35'22,61" a 15°57'5,871" de latitude sul e 48°1'9,378" a
47°29'26,786" de longitude oeste, com área de 2.250,17 km² sendo, portanto, a de maior
8
dimensão e abrangendo as seguintes unidades hidrográficas: Lago Paranoá, Paranoá,
Sobradinho, Tabocas, estas em sua totalidade, e parcialmente, Riacho Fundo, Cachoeirinha,
Papuda, Baixo, Médio e Alto Jardim, Extrema, Pipiripau, Mestre D’Armas e Santa
Maria/Torto, representada na Figura 3.1 pelo retângulo amarelo. A segunda área de estudo
possui área de 47,49 km², abrange a bacia hidrográfica do Córrego Taquari e o
empreendimento de parcelamento do solo denominado Paranoá Parque, pertencente ao
Programa Morar Bem do Governo do Distrito Federal (GDF), localizada nas coordenadas
geográficas 15°43'13,619" a 15°46'39,344" de latitude sul e 47°49'32,508" a 47°45'19,993"
de longitude oeste e abrange parcialmente três unidades hidrográficas, a do Lago Paranoá, a
do Paranoá e do Sobradinho, representada na Figura 3.1 pelo quadrado vermelho.
9
estudo B foi definida pela proximidade do Plano Piloto e por apresentar um corpo hídrico de
captação de água para abastecimento, ressaltando-se a importância de estudar o processo de
urbanização de uma bacia hidrográfica e seus efeitos.
3.4.1. Hidrografia
Na área de estudo A são identificadas as mesmas três regiões hidrográficas presentes no DF.
A região hidrográfica Paraná é representada pelas bacias hidrográficas do Rio São
Bartolomeu e do Lago Paranoá, a do São Francisco pela bacia do Rio Preto e a do Tocantins-
Araguaia pela bacia do Rio Maranhão, a descrição das bacias hidrográficas, segundo
Campana et al. (1998), é apresentada a seguir:
Bacia do Lago Paranoá – está localizada na porção central do Distrito Federal e faz
limite com a Bacia do Rio Maranhão, ao norte, com a Bacia do Rio São Bartolomeu,
a leste e ao sul, com a Bacia do Rio Corumbá, a sudoeste e com a Bacia do Rio
Descoberto, a oeste. É uma das bacias que apresenta maior contingente populacional,
pois nela estão situadas as Regiões Administrativas (RA) de Brasília, Lago Norte,
Lago Sul, Núcleo Bandeirante, Riacho Fundo, Candangolândia, Cruzeiro e Guará,
além de parte da Região Administrativa (RA) de Taguatinga. Representa 34,95% do
total da área de estudo A, e está distribuída entre as unidades hidrográficas: Santa
Maria / Torto, Bananal, Lago Paranoá, Ribeirão do Gama e Riacho Fundo.
10
Bacia do Rio Preto – está localizada na porção oriental do DF, faz limite a oeste
com a Bacia do Rio São Bartolomeu e a sudeste com a Bacia do Rio São Marcos.
Seu curso d’água principal, o rio Preto, divide o DF com os Estados de Goiás e Minas
Gerais, e não apresenta nenhum núcleo urbano nos seus limites. Representa 16,62%
da área de estudo A e as unidades hidrográficas que pertencem a Bacia do Rio Preto
são: Jacaré, Extrema, Alto Jardim, Médio Jardim e Baixo Jardim.
Bacia do Rio Maranhão – está localizada na porção norte do DF e faz limite a sul
com as bacias do Rio Descoberto, São Bartolomeu e Lago do Paranoá. Apesar de
não apresentar nenhum núcleo urbano em seus limites, na Bacia do Rio Maranhão
estão situadas as RAs de Brazlândia, Planaltina e Sobradinho. Os principais cursos
d’água são os rios Maranhão, Palmeiras, Sonhim, Palma e Sal. Na área de estudo A
representa a menor porcentagem em área (3,98%), com as unidades hidrográficas de
Vereda Grande, Sonhem e Pedreira.
3.4.2. Pedologia
Os solos do Distrito Federal, por sua vez, são produtos do intemperismo de rochas dos grupos
Paranoá, Araxá, Canastra e Bambuí e foram levantados pela Embrapa em 1978, e descritos
no Boletim Técnico 53 – “Levantamento de Reconhecimento dos Solos do Distrito Federal”
(Embrapa, 1978), e em 1999, a Embrapa fez a reclassificação dos solos conforme o Sistema
Brasileiro de Classificação dos Solos (Embrapa, 1999). No DF existem três classes de solos
mais significativas: o Latossolo Vermelho (antiga classe do Latossolo Vermelho-Escuro), o
Latossolo Vermelho-Amarelo e o Cambissolo, que juntos representam 85,49% da área total
do DF (Martins, 1998). Na área de estudo A essas três classes de solo somam cerca de 83%
da área total, os 17% restantes são classificados como argissolo vermelho, argissolo
vermelho-amarelo, espodossolo, neossolo quartzarênico, nitossolo, plintossolo e solos
hidromórficos indiscriminados, representados no mapa pedológico, escala 1:100.000 obtido
11
de Embrapa (1999) e apresentado na Figura 3.2, descritos a seguir conforme definições
apresentadas por Reatto et al. (2004) e Embrapa (2013).
Argissolos
12
Em relação à morfologia, o horizonte A é menos argiloso e estruturado do que o horizonte
B. A permeabilidade é diferenciada dentro do perfil, devido ao gradiente de textura, podendo
haver formação de erosões em sulcos no horizonte A, sendo comum encontrar argissolos
com o horizonte A decapitado. Considerando a estrutura física, os argissolos apresentam
profundidade variável, desde forte a imperfeitamente drenados, assim como a textura, que
varia de arenosa a argilosa no horizonte A e de média a muito argilosa no horizonte Bt.
Cambissolos
Esses solos, geralmente, estão associados a relevos mais movimentados (ondulados e forte-
ondulados), e variam desde rasos a profundos, atingindo entre 0,2 a 1 m. Seu horizonte
subsuperficial é denominado “B incipiente” e, apesar de ser submetido a pouca alteração
física e química é o suficiente para desenvolvimento de cor e estrutura. De forma geral,
apresentam minerais primários facilmente intemperizáveis, teores mais elevados de silte,
indicando baixo grau de intemperização.
Espodossolos
Os espodossolos (antiga classe do Podzol) são solos constituídos por material mineral com
horizonte B espódico subjacente a horizonte eluvial E, a horizonte A, podendo ser de
qualquer tipo.
13
O horizonte A apresenta cor que varia de cinzenta até preta e o horizonte E desde cinzenta
ou acinzentada-clara até praticamente branca, já no horizonte espódico a cor varia desde
cinzenta, de tonalidade escura ou presta, até avermelhada ou amarelada. A textura é
predominantemente arenosa, sendo menos comumente textura média e raramente argilosa
no horizonte B. Em geral, são solos com baixa reserva de nutrientes e, por isto, são muito
pobres em fertilidade, de moderado a fortemente ácidos, normalmente com saturação por
bases baixas.
Latossolos
Assim como acontece no DF, os latossolos, ocupam a maior parte da área de estudo A, e
compreendem os Latossolos Vermelhos (antiga classe do Latossolo Vermelho-Escuro) e os
Latossolos Vermelho-Amarelos (antiga classe do Latossolo Vermelho-Amarelo). Esses
solos são predominantes em relevo do tipo chapada, sendo que na primeira superfície
geomorfológica, onde a topografia é plana a suave-ondulada há predomínio de latossolos
mais intemperizados com maior porcentagem de óxidos de Fe e principalmente óxidos de
alumínio, com matiz mais amarelada. Já segunda superfície geomorfológica, ocorrem os
latossolos de origem de depósitos de sedimentos, normalmente, menos intemperizados, mais
cauliníticos e vermelhos.
14
Neossolos Quartzarênicos
Nos solos do tipo Neossolos Quartzarênicos, (antiga classe das Areias Quartzosas) do DF a
vegetação natural predominante é a de cerrado e/ou campo cerrado, normalmente, são solos
profundos, superiores a 2 m, com textura arenosa ou franco-arenosa, constituídos
essencialmente de quartzo, sendo no máximo 15% de argila e com sequência de horizontes
do tipo A-C. Esse tipo de solo é muito suscetível à erosão, devendo ser destinados à
preservação quando ocorrem nas cabeceiras de drenagem e adjacentes a mananciais.
Nitossolos
Plintossolos
Os plintossolos são típicos de regiões quentes e úmidas com estação seca definida, oscilando
de 5 a 6 meses. Presentes em relevo plano e suave-ondulado, em áreas deprimidas e nos
terços inferiores da encosta onde há importante movimentação lateral de água. O horizonte
de subsuperfície apresenta manchas avermelhadas distribuídas no perfil de aspecto
15
variegado, resultado da concentração diferencial de ferro do solo, chamadas de plintita,
denominando-se de horizonte plíntico. Seu aspecto multicolorido com cores contrastantes o
torna bem visível, ficando realçadas as partes mais vermelhas formadas pela plintita. Esta é
submetida a ciclos de umedecimento e secagem, o que a torna endurecida de maneira
irreversível, transformando-se gradualmente em petroplintita, os solos com essa
característica são conhecidos como Plintossolos Pétricos.
São solos que apresentam grande variabilidade em suas propriedades químicas, sendo, na
região, distróficos e com alto ou baixo teor de carbono orgânico no horizonte superficial. A
profundidade do horizonte plíntico relaciona-se com as principais limitações físicas, pois,
quando a plintita ou a petroplintita são mais rasas, formam uma camada contínua e espessa,
limitando à permeabilidade e restringindo o enraizamento das plantas.
No horizonte superficial observa-se cores desde cinzentas até pretas, com espessura variando
entre 10 e 50 cm e teores de carbono orgânico de médio a altos. O processo de gleização
implica na apresentação de cores acinzentadas, azuladas ou esverdeadas.
O Distrito Federal situa-se em uma das porções mais elevados do Planalto Central do Brasil,
onde está localizada as cabeceiras de afluentes dos três maiores rios brasileiros – o rio
Maranhão (afluente do rio Tocantins), o rio Preto (afluente do rio São Francisco) e os rios
São Bartolomeu e Descoberto (tributários do rio Paraná). Destaca-se como responsáveis pela
evolução morfodinâmica da região o tipo de vegetação, o clima, a estruturação neotectônica,
a evolução dos perfis de alteração além de processos de incisão de vales nas amplas chapadas
elevadas (Campos, 2004).
17
interflúvios, presença de couraças, latossolos e fragmentos de quartzo (Novaes Pinto,
1994). A cidade de Brasília e as regiões administrativas Candangolândia, Cruzeiro,
Guará I e II, Núcleo Bandeirante, Setor Sudoeste, Setor de Indústria e
Abastecimento, e Setor de Mansões Park Way, foram edificadas sobre essa
macrounidade (Campos e Freitas-Silva, 2001).
A feição de Planos Intermediários representa cerca de 57%, é definida como porções planas
extensivamente distribuídas na região, limitada por Rebordos e Escarpas e intermediária as
Chapadas Elevadas e Planícies, com grande semelhança ao Pediplano de Brasília.
As feições denominadas como Planícies representam superfície limitada pelos canais dos
principais rios da região e os Planos Intermediários, representando 10% da área de estudo
A.
Os Rebordos, por sua vez, representam 10% da área de estudo A, e são feições que não
haviam sido contempladas pelas outras propostas, sua gênese pode estar associada ao
controle lito-estrutural, pedológico e hidrodinâmico. Eles são responsáveis por delinear
grande parte dos limites entre outros compartimentos, individualizando as porções de
Chapadas Elevadas e Planos Intermediários, acima; e de Escarpas e Planícies, abaixo.
3.4.4. Geologia
O grupo Paranoá ocupa a maior área no Distrito Federal e concentra o maior número de
centros urbanos (o Plano Piloto e todas as Cidades Satélites com exceção de São Sebastião
e Vale do Amanhecer), sendo a sua unidade geológica mais importante (Freitas-Silva e
Campos, 1998).
Por sua vez, Faria (1995) propôs uma estratigrafia aplicável a porção externa da Faixa
Brasília, atribuindo siglas às unidades da base para o topo sendo elas: SM, R1, Q1, R2, Q2,
S, A, R3, Q3, R4, PC, entretanto na área de estudo ocorrem apenas as seis unidades do topo,
que terão suas principais características descritas a seguir:
21
Unidade PC - Pelito Carbonatada: dominantemente pelítica com ardósias cinzas e
metassiltitos argilosos associados com lentes de mármores finos que podem conter
estruturas algais do tipo estromatólitos colunares e cônicos. São comuns os níveis
decimétricos a métricos, lenticulares ou não, de quartzitos médios, grossos e até
conglomeráticos, apresentando tonalidades escuras. Após um detalhamento
estratigráfico Freitas-Silva e Campos (1998) denominaram esta unidade como Psamo
Pelito Carbonatada (PPC). Esta unidade ocupa quase toda a porção norte do Distrito
Federal.
O grupo Canastra é uma importante unidade litoestratigráfica que aflora, de forma contínua,
por mais de 650 quilômetros desde de o sudoeste de Minas Gerais, no extremo sul da Faixa
Brasília, até a região sudeste de Goiás e sul do Distrito Federal, na porção centro norte desta
faixa. Quando comparado ao grupo Paranoá, o grupo Canastra apresenta uma maior
densidade de afloramentos, distribuído no Distrito Federal no Alto Vale do Rio São
Bartolomeu (porção centro-leste do DF) e no Vale do Rio Maranhão incluindo as sub-bacias
do Rio Salinas e Córrego do Ouro (porção meio-norte do DF). Esta unidade é caracterizada,
por um conjunto amplamente dominado por filitos variados, com contribuição restrita de
quartzitos, calcifilitos, mármores finos e filitos carbonosos (Freitas-Silva e Campos, 1998).
O grupo Bambuí, por sua vez, se distribui na porção oriental do DF ao longo de todo o Vale
do Rio Preto desde o Ribeirão Santa Rita (afluente da margem direita do Rio Preto). No DF,
sua maior área é recoberta por uma espessa camada de latossolo vermelho, aflorando em
drenagens e raros cortes de estradas. É composto por uma sequência essencialmente pelítica
com metassiltitos argilosos e metargilitos apresentando cores de alteração que variam de
tons violáceos a avermelhados, passando por cores rosadas e amareladas, porém quando
mais frescas as rochas pelíticas passam a apresentar cores amareladas ou esverdeadas.
Localmente são observados bancos de arcóseos e siltitos verdes, quando frescos, e rosados
ou amarronzados, quando alterados (Freitas-Silva e Campos, 1998).
3.5.1. Hidrografia
A área de estudo B está inserida parcialmente nas unidades hidrográficas do Lago Paranoá,
do Paranoá e do Sobradinho, conforme representado na Figura 3.5. A bacia hidrográfica do
22
Córrego Taquari, o foco desta pesquisa, faz parte da unidade hidrográfica do Lago Paranoá,
e é constituída pelo próprio Lago Paranoá, pelas áreas que contribuem diretamente com o
espelho d’água e pelas áreas de drenagem de pequenos córregos como o Cabeça de Veado,
Canjerana e Antas, na região do Lago Sul, e na região do Lago Norte, o Taquari, Gerivá e
Palha. A unidade hidrográfica do Lago Paranoá apresenta drenagem anelar, com o sentido
principal do escoamento, de oeste para leste, e é considerada uma bacia de 7ª ordem (Ferrante
et al., 2001).
3.5.2. Pedologia
A Figura 3.6 representa o mapa pedológico da área de estudo B, onde é possível observar
que a classe predominante são os latossolos, com cerca de 70% da área total, sendo que
aproximadamente 54% (25,67 km²) corresponde a latossolo vermelho e 16% (7,61 km²) é
latossolo vermelho-amarelo. A segunda classe de solo mais representativa na área de estudo
é o cambissolo com aproximadamente 11 km², que corresponde a 23% da área total. As
demais classes de solo, esposossolo (0,38%) e solo hidromórfico indiscriminado (0,14%),
23
somam 0,52% da área de estudo. O restante da área é coberto por água, principalmente do
Lago Paranoá. Essas classes já foram descritas de forma mais detalhada no item 3.4.2.
3.5.3. Geomorfologia
24
Figura 3.7 – Mapa geomorfológico - área de estudo B
Fonte: Martins e Baptista (1998)
3.5.4. Geologia
Na área de estudo B apenas o conjunto litológico Grupo Paranoá está presente, representado
pelas unidades Ardósia (4,62% da área), Metarritmito Arenoso (55,66%), Quartzitos Médios
(23,19%) e Metarritmito Argiloso (16,53%), conforme apresentado na Figura 3.8 e unidades
descritas no item 3.4.4.
25
Figura 3.8 – Mapa geológico - área de estudo B
Fonte: Freitas-Silva e Campos (1998)
O PDOT institui o Macrozoneamento do Distrito Federal, com a divisão de seu território nas
seguintes zonas (GDF, 2009b):
26
Macrozona Rural – deve contribuir para a dinâmica dos espaços rurais
multifuncionais destinados principalmente para atividades do setor primário, não
excluindo a presença de atividades dos setores secundário e terciário.
27
relação direta com áreas já implantadas. Esta zona é também integrada por
assentamentos informais que necessitam de intervenções visando a sua qualificação.
Ela deve ser planejada e ordenada para o desenvolvimento equilibrado das funções
sociais da cidade e da propriedade urbana.
Zona de Contenção Urbana – é composta por áreas urbanas que fazem fronteira
com as áreas rurais, sendo caracterizada por ocupação habitacional de densidade
demográfica muito baixa, de modo a criar uma zona de amortecimento entre o uso
urbano mais intenso e a Zona Rural de Uso Controlado. Seu objetivo é assegurar a
preservação e a manutenção das suas características naturais estabelecendo
parâmetros de uso e ocupação restritivo do solo.
A Lei Complementar nº 803 (GDF, 2009b) define a Área de Proteção de Manancial (APM)
como uma porção do território que se destina recuperação ambiental e à promoção do uso
sustentável, devido a existência de pontos de captação de água para abastecimento público,
sem que haja prejuízo a concessionária autorizada a captar e distribuir água de boa qualidade
e em quantidade suficiente para o atendimento da população.
28
Figura 3.9 – Mapa de zoneamento territorial - área de estudo B
Fonte: CODEPLAN (1994) e GDF (2009c)
A área nas proximidades do Córrego Taquari, onde localiza-se o Paranoá Parque, e tem
praticamente toda a área sob domínio e proteção da CAESB. A maior parte de sua vegetação
natural já foi substituída por reflorestamentos de pinheiros e eucaliptos (Isaias, 2008),
restando ainda áreas com vegetação de cerrado e mata de galeria e ciliar, conforme
apresentado na Figura 3.10. É crescente o número de condomínios e parcelamentos
irregulares, o que frente à fragilidade ambiental da Bacia do Lago Paranoá e sua importância
para a sustentabilidade do lago e dos recursos hídricos da região, traduz-se numa gênese
crescente de impactos ambientais sobre essa Bacia (Fonseca e Netto, 2001).
29
Complementar Distrital nº 803/2009, que classifica a área como Zona Urbana de Uso
Controlado I, conforme apresentado na Figura 3.9.
A RA Paranoá é caracterizada por ser um vetor de expansão urbana, com forte pressão para
a ocupação dos espaços próximos, visto haver dois grandes aglomerados urbanos próximos,
com facilidade de acesso, urbanização e disponibilidade de equipamentos públicos, bem
como com a proximidade da área central do Distrito Federal (Ecotech e Direcional
Engenharia, 2012).
O Paranoá Parque faz parte do Programa Morar Bem do GDF, iniciado em 10 de maio de
2012, quando a Secretaria de Habitação, Regularização e Desenvolvimento Urbano –
SEDHAB lançou apresentação do primeiro pacote de habitações de interesse social com 10
mil unidades habitacionais. Este foi o primeiro empreendimento do Distrito Federal
financiado pelo programa habitacional do Governo Federal, Minha Casa Minha Vida,
visando atender famílias faixa 1, ou seja, com renda de até R$ 1,6 mil e que satisfazem os
critérios da Lei Distrital nº 3.877/2006 (Ecotech e Direcional Engenharia, 2012).
30
O Paranoá Parque foi inaugurado no dia 29 de março de 2014 e está distribuído em 27
quadras, composto de 390 edifícios de 4 andares com 16 unidades habitacionais cada um.
No total, são 6.240 unidades de 46 m², com dois quartos, sala, banheiro e cozinha ligada à
área de serviço. Ainda conta com 14 praças, nove quadras poliesportivas, 26 quiosques, oito
parques infantis, ciclovias, pista de skate, cinco academias para o público da terceira idade
e outras facilidades. Foi implantado em uma área de 1.513.642,23 m² e com área edificada
de 368.048,97 m² (SECOVI, 2016).
31
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Para entender melhor como uma população está crescendo e ocupando a área de uma bacia
hidrográfica é necessário que seja feita uma diferenciação espacial dos aspectos
morfológicos, dos processos de uso e cobertura do solo e dos aspectos econômicos, em uma
compreensão da dinâmica desses espaços (Castanho e Teodoro, 2010). Para realizar análises
com dados espaciais e oferecer meios para o entendimento da ocupação do espaço físico
usualmente são utilizados produtos do sensoriamento remoto e algoritmos de
geoprocessamento inseridos em SIG.
Os dados históricos de sensoriamento remoto (SR) têm sido cada vez mais utilizados e
explorados em ambiente computacional de um SIG para identificar a aglomeração espacial
urbana (Sathish Kumar et al., 2013), avaliar a dinâmica do uso e ocupação do solo (Almeida
et al., 2015), calcular a vulnerabilidade ambiental (Zanella et al., 2011; Pinese Júnior e
Rodrigues, 2012), estimar o valor do modelo para cálculo de escoamento superficial – Curve
Number (CN) (Zhan e Huang, 2004), entre outros.
32
e as inter-relações espaciais uns com os outros que descrevem como eles estão ligados entre
si.
Segundo Burrough e McDonnell (2010), o SIG possui três importantes componentes, que
são eles: o hardware (computador), o software (conjunto de programas específicos), o
peopleware (adequado contexto organizacional, incluindo pessoas qualificadas) e os dados
geográficos. São sistemas capazes de realizar o tratamento computacional de dados
geográficos, pois armazena a geometria e os atributos de dados que estão localizados na
superfície terrestre em uma projeção cartográfica qualquer, e esses dados são categorizados
como georreferenciados.
Devido a sua extensa possibilidade de aplicação, Câmara e Medeiros (1998) apresentam três
possibilidades de utilização um SIG: i) produção de mapas; ii) análise espacial de
fenômenos; ou iii) armazenamento e recuperação de informação espacial, a partir de um
banco de dados geográficos.
33
4.2. USO E COBERTURA DO SOLO
O estudo desenvolvido por Almeida et al. (2015) partiu da análise de dinâmica ambiental e
temporal para verificar a dinâmica do uso e ocupação do solo no município de Pombal/PB.
As imagens dos satélites Landsat e ResourceSAT, passaram por análise espacial utilizando
o SIG Sistema de Processamento de Informações Georreferenciadas (Spring) 5.2, por meio
de algoritmos de processamento de imagens do tipo registro, filtragem e classificação
temática, este último classificando em sete classes temáticas de uso e ocupação do solo, pelo
método Maxver (Máxima Verossimilhança), com a obtenção de 9 amostras para cada classe,
com desempenho médio acima de 90%. A imagem resultante da sobreposição dos planos de
informação foi obtida por cruzamento usando lógica booleana, no ambiente de programação
35
em Linguagem Espacial de Georreferência Algébrica (LEGAL). Os autores concluíram que
houve substituição da cobertura vegetal por atividades agropecuárias, cerca de 23%, além
do aumento das áreas degradadas com solo exposto e alterações antrópicas, o que
representou aumento da fragilidade do meio ambiente indicando que o município necessita
de medidas de controle do desmatamento e recuperação de áreas degradadas.
O estudo desenvolvido por Wu et al. (2016) na cidade de Guangzhou, sul da China, utilizou
uma série de imagens dos sensores MMS, TM, ETM+ e OLI do satélite Landsat, para avaliar
a expansão urbana e seus efeitos sobre a mudança de uso e cobertura do solo ao longo de 35
anos (1979-2013). Foi realizada a classificação supervisionada utilizando o algoritmo
Maxver para gerar os mapas de uso e cobertura do solo contendo nove classes, e pós-
classificação em nos sistemas ArcGIS 10 e ENVI 5.0. A área urbana se expandiu com taxa
de crescimento anual de 11,25 %, correspondendo no total a 1.512,24 km² de aumento.
Conclui-se que as mudanças significativas no uso e cobertura do solo e a expansão urbana
foram altamente correlacionadas ao desenvolvimento econômico, crescimento populacional,
progresso técnico entre outros; e, que o aumento da área urbana acarretou em perda da
cobertura natural com mudanças significativas no padrão e composição da paisagem,
tornando-a cada vez mais fragmentada.
Nunes e Roig (2015), por sua vez, realizaram o mapeamento e a análise comparativa do uso
e ocupação do solo da Bacia do Alto do Descoberto no DF, entre os anos 1994 e 2011 por
meio de imagens do Landsat TM que foram classificadas no módulo do sistema ENVI FX,
e rastreamento de coordenadas geográficas com receptores GPS para avaliar a exatidão
temática da classificação temática realizada para o ano 2011. Os resultados evidenciaram
uma significativa expansão agrícola da região, cerca de 11% da área da bacia, bem como
uma perda de vegetação natural. O sistema de classificação foi bem-sucedido, com índice
Kappa de 0,64.
Assim como os trabalhos citados, existe muitos outros trabalhos publicados recentemente
que apresentam a classificação temática de imagens do satélite Landsat para analisar as
alterações no uso e cobertura do solo buscando compreender a dinâmica desses processos
para o planejamento de ações que possam minimizar os impactos sociais e ambientais por
eles causados.
36
4.3. VULNERABILIDADE AMBIENTAL
Foi apresentada por Crepani et al. (2001) a metodologia para elaboração de mapas de
vulnerabilidade ambiental, que se baseia no conceito de Ecodinâmica (Tricart, 1977) e na
utilização de imagens de satélite para estudos integrados, permitindo uma visão sinótica,
repetitiva e holística da paisagem, reforçando a importância da utilização do SIG. Esta
metodologia propõe a divisão das unidades territoriais básicas em duas categorias, as
unidades de paisagem natural e os polígonos de intervenção antrópica. Sendo que uma
unidade territorial básica é definida como uma entidade geográfica que pode ser diferenciada
37
de sua vizinhança por meio de seus atributos ambientais, e possui vínculos dinâmicos que a
articulam a uma complexa rede integrada por outras unidades territoriais.
Na metodologia proposta por Crepani et al. (2001), as unidades territoriais básicas são
analisadas morfodinamicamente a partir dos princípios de Ecodinâmica (Tricart, 1977), onde
os fatores naturais e antrópicos são classificados de acordo com graus de vulnerabilidade
baseado nos processos de morfogênese e pedogênese por meio da ponderação de valores de
caráter analítico e individual. A morfogênese é caracterizada pelos processos erosivos
formadores de relevo, já a pedogênese é o processo de formação de um determinado solo.
Quando predomina a morfogênese prevalecem os processos erosivos, modificadores das
formas de relevo, e quando predomina a pedogênese prevalecem os processos formadores
de solos.
Um critério pode ser medido, avaliado e adotado como base para a tomada de decisão,
quando submetido a uma análise multicritério e apresenta a inter-relação entre outros
critérios definidos pelo problema. É atribuído, então, um peso para cada critério com o
38
objetivo de quantificar a relativa importância de cada um deles. Para aplicação da análise
multicritério é necessário que o problema seja decomposto em uma hierarquia de critérios o
que possibilitará uma análise de modo independente (Cordeiro, 2014).
É constante a busca de metodologias que possibilitem integrar, em uma base comum, dados
e informações diversas que possam auxiliar o desempenho de atores sociais no processo de
tomada de decisão para uma efetiva gestão ambiental (Adami et al., 2012). Nos SIGs, a
análise multicritério é considerada como um processo em que são obtidas informações que
auxiliam no processo de tomada de decisão a partir da transformação de dados geográficos
e combinação de preferência dos atores sociais (Malczewski, 2006). A integração entre SIG
e métodos multicritérios para suporte à tomada de decisão tem se mostrado efetiva e
eficiente, apresentando como grande vantagem a possibilidade de utilização de diversas
fontes de dados em uma base comum (Adami et al., 2012).
O processo de tomada de decisão em uma análise multicritério possui duas etapas, a primeira
é a análise do sistema de estudo que conduz à identificação, caracterização e hierarquização
dos principais fatores que podem intervir na decisão e explicação das alternativas de decisão
que se pretendem comparar. A segunda etapa é a avaliação do sistema, que tem como
finalidade esclarecer a escolha de uma alternativa a partir da aplicação de métodos
multicritérios como apoiadores da modelagem de preferências dos atores sociais e sua
agregação (Bana e Costa, 1988).
Cada vez mais tem sido realizado estudos que buscam representar as alterações no uso e
cobertura do solo e que, por vezes, conciliam os conceitos de vulnerabilidade natural e
ambiental às técnicas de geoprocessamento, classificando as imagens para realização de
modelagem de dinâmica ambiental que represente a evolução e a alteração de uso e cobertura
do solo, buscando compreender melhor como ocorrem esses processos.
39
O estudo desenvolvido em Fortaleza/CE por Zanella et al. (2011) objetivou identificar as
áreas de maior vulnerabilidade natural e ambiental, baseando-se no emprego da análise
Ecodinâmica, fundamentada no conceito de estabilidade/instabilidade ambiental (Tricart,
1977). Foram utilizados SIGs na elaboração e integração dos mapas de geologia,
geomorfologia, pedologia e cobertura vegetal para a confecção do mapa de vulnerabilidade
natural. Do cruzamento do mapa de uso do espaço geográfico com o mapa de vulnerabilidade
natural obteve-se o mapa de vulnerabilidade ambiental. Observou-se que a grande parte do
município possui vulnerabilidade baixa e mediana, e as áreas com maior vulnerabilidade
foram identificadas nos locais com infraestrutura urbana precária nas proximidades de rios,
lagoas e campos de dunas.
O estudo desenvolvido por Pinese Júnior e Rodrigues (2012) objetivou avaliar o desempenho
do método AHP na ponderação de fatores aplicados à obtenção da vulnerabilidade ambiental
na bacia do rio Piedade/MG. Para isso, realizou-se o mapeamento e cruzamento de quatro
critérios decisivos para a determinar a vulnerabilidade, a saber: declividade, pedologia,
geologia e uso e ocupação da terra. Os autores concluíram que as áreas de preparo para
plantio ou solo exposto apresentaram-se mais favoráveis à vulnerabilidade do ambiente,
seguidos pelas áreas com declividade maior que 30%. O mapa de vulnerabilidade ambiental
da bacia hidrográfica do rio Piedade mostrou imparcialidade nos resultados e minimização
de erros de julgamento durante o processo, devido a utilização do método de Análise
Hierárquica de Processos (AHP).
Para abordar problemas onde existem diversos fatores que podem contribuir para o processo
de tomada de decisão é útil a utilização de ferramentas de suporte à decisão. Para dar suporte
ao estudo da vulnerabilidade ambiental, o cálculo dos pesos de compensação, que indica a
importância de um fator em relação aos demais, pode ser realizado pela Análise Hierárquica
de Processos (AHP - Analytical Hierarchy Process), proposta por Thomas Saaty, que se
baseia na lógica de comparação pareada, por importância relativa (peso), preferências ou
probabilidade, entre dois critérios, com relação ao critério no nível superior (Saaty, 1980).
40
A utilização de AHP como uma ferramenta de suporte a decisão com múltiplos critérios
auxilia na organização e no estabelecimento de um modelo racional que realize a
combinação de dados. Por isso, o método AHP é útil em processos de tomada de decisão
multicritério, já que ele calcula os pesos dos critérios por meio de pares de comparação
(Tanaka e Entani, 2007). Portanto, quanto se trata de análises ambientais esse método
apresenta-se eficiente e com desempenho favorável, já que pode agrupar um grande número
de variáveis em uma única avaliação (Miara e Oka-Fiori, 2007).
O método AHP consiste em três etapas, primeiramente o decisor deve dividir os problemas
multicritérios em seus componentes, de forma a ordenar os possíveis atributos em níveis
hierárquicos. Em seguida, deve ser realizada uma comparação par a par dos atributos em um
mesmo nível hierárquico, e, por fim, é necessário garantir que a avaliação tenha consistência,
pois as comparações apresentam elementos de juízo subjetivo. Caso o método apresente
inconsistência as comparações devem ser realizadas novamente (Reyes, 2009). Após o
cálculo dos pesos de cada fator é necessário a avaliação de sua aceitabilidade ou Razão de
Consistência (RC), que revela erros de inconsistência nas classificações e interações
pareadas e, de acordo com Saaty (1980), deve apresentar valor menor que 0,10, ou seja, o
resultado desta razão deve ser menor que 10 %.
Assim, de acordo com Moreira et al. (2016), a análise hierárquica de processos apresenta
uma base matemática que permite mensurar a consistência dos julgamentos realizados, assim
como organizar e avaliar a importância relativa entre os fatores estudados. A estruturação do
modelo hierárquico é composta por critérios, subcritérios e alternativas em um processo de
comparação entre pares. Segundo os mesmos autores, para a aplicação do método,
primeiramente é necessária a elaboração de uma relação de importância relativa entre as
evidências que, em seguida, é utilizada como input em uma matriz de comparação pareada
para o cálculo de autovalores e autovetores dessa matriz. A AHP pondera todos os critérios
e calcula um valor de razão de consistência, entre zero e um, onde um indica completa
inconsistência do processo de julgamento. Com o estabelecimento de critérios de
comparação para cada par de fatores, pode-se determinar um conjunto ótimo de pesos a
serem utilizados na combinação de diversos mapas, sendo sua principal vantagem a
avaliação do grau de potencialidade ao invés de somente identificar a presença ou ausência
da potencialidade.
41
4.4. TEMPERATURA DA SUPERFÍCIE TERRESTRE
42
al. (2007) utilizaram imagens do sensor AVHRR a bordo dos satélites NOAA-15 e NOAA-
16 e três métodos para mapear a temperatura da superfície terrestre no Rio Grande do Sul.
A diferença entre a temperatura do ar e a temperatura estimada pelos métodos esteve entre
2,5 e 3,1 °C e valores de correlação entre 0,73 e 0,7; o que possibilitou concluir que o sensor
é adequado para estimar temperatura da superfície terrestre, visto que os resultados se
aproximaram da temperatura do ar medida por instrumentos meteorológicos convencionais.
Schwarz et al. (2012) trabalham com conceito de ilhas de calor urbana e ilha de calor urbana
de superfície, que podem ser quantificados com medições meteorológicas de temperatura do
ar ou com temperatura de superfície terrestre detectadas remotamente. A aplicação da
metodologia se deu por voos aéreos para captação de dados de temperatura de superfície
terrestre e medições de campo da temperatura do ar em estações meteorológicas na cidade
de Leipzig, na Alemanha. O estudo mostrou que a temperaturas do ar e da superfície terrestre
estão relacionados, sendo a correlação maior quando considerado o pixel individual. A
análise de variância indicou que as classes de cobertura do solo apresentaram influência
estatisticamente significativa (p < 0,01) entre ambas temperaturas.
Existe uma série de fatores que podem influenciar tanto a temperatura de superfície como a
temperatura do ar. Os fatores externos são incidência de radiação, ciclo diário e anual,
latitude, tipos de cobertura, topografia, altitude, influência antrópica, entre outros. Já os
fatores internos são umidade, composição química dos elementos do solo, entre outros
(Santos, 2010).
43
causado impactos no campo térmico local com a elevação da temperatura, podendo
ocasionar desde simples desconforto térmico até ilhas de calor, sendo esta última decorrente
de alterações mais robustas na temperatura, fenômeno observado em grandes cidades (Sousa
e Ferreira, 2012).
O estudo desenvolvido por Jenerette et al. (2016) utilizou imagens aéreas, com resolução
espacial de 7 metros, da região metropolitana de Phoenix, AZ USA, para gerar dados
térmicos e relacioná-los com características sociais sobre percepções de paisagens e doenças
causadas pelo calor. Esses dados foram analisados juntamente com a classificação de
cobertura terrestre, buscando compreender a influência da composição da paisagem na
variabilidade de temperatura da superfície terrestre. Os resultados mostraram grandes
44
diferenças de temperatura, durante o dia variaram entre 35,1 e 67,4 ° C e durante a noite
variaram entre 15,1 e 32,1 ° C.
45
A modelagem dinâmica tem a finalidade de simular mudanças espaciais e temporais das
características ambientais ligadas a um espaço geográfico, descrevendo quantitativamente
um fenômeno e prevendo sua evolução, o que permite avaliar como um sistema evolui diante
de um conjunto de circunstâncias, definidas pelo modelador, que podem proporcionar tais
mudanças (Benedetti, 2010; Trentin e Freitas, 2010).
O estudo desenvolvido por Trentin e Freitas (2010) utilizou o modelo de autômato celular
do software Dinamica EGO, desenvolvido pela Universidade Federal de Minas Gerais, na
simulação do crescimento e das mudanças de uso na área urbana de Americana/SP, onde
foram definidas quatro classes de uso da terra e que posteriormente, com base na situação
atual de uso, foram simulados cenários de prognósticos para o curto (ano de 2010) e médio
prazo (anos de 2014 e 2016). Os autores afirmaram que o software Dinamica EGO mostrou
potencial para aplicações em estudos urbanos e apesar das deficiências e limitações do
modelo de AC, o mesmo possibilita a espacialização das simulações, o que representa um
progresso na área da modelagem. Os autores afirmam ainda que o tempo de processamento
da modelagem foi considerável apesar de terem sido utilizadas poucas variáveis e a área de
estudo possui reduzida extensão territorial. Alegam ainda que, quanto maior for o intervalo
de tempo compreendido em cada período de simulação e o número de variáveis de transição
do uso da terra, maior será o tempo demandado pelo modelo.
46
de 1989, 1997 e 2009, derivados de classificação temática por interpretação visual, em
conjunto com variáveis cartográficas explicativas. As mudanças de uso e cobertura do solo
foram modeladas em dois cenários, sendo o primeiro o modelo de tendência, o que pressupõe
que as taxas anuais de mudança permanecem inalteradas para o período compreendido entre
os anos de 1997-2009, e o segundo é o modelo agropastoril, que assume um aumento das
taxas anuais de desmatamento pelo desenvolvimento das atividades agrícolas. A análise
multitemporal das áreas florestais mostrou uma tendência para processos relacionados com
o desmatamento, sendo que em ambos os cenários se observou a diminuição em áreas de
floresta e o aumento em áreas de atividades agrícolas, o que levaria à perda da diversidade
de espécies biológicas, deterioração e degradação dos solos, mudanças no microclima e
modificação do funcionamento do rio Amanalco.
Por sua vez, Vieira et al. (2015) desenvolveram um estudo na bacia hidrográfica do Rio
Vermelho em Goiás, da modelagem dinâmica da paisagem, com o software Dinamica EGO,
aplicada à análise da cobertura e uso do solo. Inicialmente foram elaborados mapas de uso e
cobertura do solo para dois períodos (anos de 1976 e 1987) onde foram discriminadas sete
classes temáticas de uso do solo. Procedeu-se uma análise integrada dos dados acerca da
caracterização física do sistema natural, da dinâmica histórica de ocupação e uso, da
consolidação e da sustentabilidade socioeconômica e ambiental, integrando os conceitos de
vulnerabilidade natural e ambiental. O estudo concluiu que a nova paisagem indica uma
aceitável dinâmica de evolução natural, com alguns pontos críticos em relação a processos
erosivos, de assoreamento de canal fluvial e recorrência de cheias e pastagens degradadas,
que podem ser corrigidos com um reordenamento e manejo dos tipos de uso do solo. Além
de apresentar a possibilidade de aplicação deste modelo em outras bacias (pequenas e
médias) do bioma Cerrado.
A pesquisa desenvolvida na região do Vale do Rio Pardo no RS por Schroder et al. (2016)
propôs determinar a taxa de desmatamento e regeneração, durante um período de 24 anos
entre os anos 1990 e 2014, e realizar um prognóstico de uso e cobertura do solo para o ano
de 2018. Com as imagens dos satélites Landsat 5 (anos de 1990, 1995, 2000, 2005 e 2010)
e Landsat 8 (ano de 2014), com 30 metros de resolução espacial realizou-se a classificação
supervisionada por meio do software Spring e especificadas três classes de uso do solo,
Floresta, Agropecuária e Áreas Urbanas. Utilizou-se o sistema Dinamica EGO para gerar
mapas de uso e cobertura do solo para o ano de 2018. Conclui-se que houve um aumento de
47
0,58% ao ano da cobertura florestal da área de estudo, devido a diferença entre processos
(desmatamento e regeneração) muito mais intensos (entre 3 e 6% da área total). O mapa
estimado para 2018 indica que deve continuar a tendência de aumento de área florestal e
aponta áreas que estão sujeitas ao desmatamento, permitindo melhor fiscalização da região.
As pesquisas citadas apontam para: i) a utilização de modelo de AC, como o utilizado pelo
software Dinamica EGO, e é uma ferramenta útil e eficiente na modelagem da dinâmica
ambiental; ii) a escolha de uma área pequena para serem realizadas as simulações de
mudanças de paisagem, como é o caso da bacia hidrográfica do Córrego Taquari; iii) a
definição de poucas classes temáticas de uso e cobertura do solo, conforme será apresentado
no item 5.2.1, onde definiu-se as classes temáticas, de forma a viabilizar o processamento
da modelagem; iv) a importância da utilização de produtos do sensoriamento remoto e de
SIG no acompanhamento de mudanças de uso e cobertura do solo.
48
𝑃{𝐷|𝐵}
𝑂{𝐷|𝐵} = Equação (4.1)
̅ |𝐵}
𝑃{𝐷
+
𝑒 ∑ 𝑊𝑁
𝑃 {𝑖 ⇒ 𝑗|𝐵 ∩ 𝐶 ∩ 𝐷 … ∩ 𝑁} = +
Equação (4.3)
1 + 𝑒 ∑ 𝑊𝑁
Onde 𝐵, 𝐶, 𝐷 𝑒 𝑁 são os valores das variáveis espaciais 𝑘 que são medidas na localização
𝑥, 𝑦 e representadas por seus pesos 𝑊 + 𝑁 .
49
nome de espaços celulares e foram aplicados e reintroduzidos para uma grande variedade de
propósitos, recebendo diferentes nomes.
O uso de autômatos celulares na simulação espacial tem se tornado cada vez mais comum,
haja visto que são sistemas inerentemente dinâmicos. Eles podem ser incluídos em ambiente
de SIG, devido à capacidade de reprodução dos fenômenos espaciais e sua facilidade de
implementação (Benedetti, 2010), pois é uma ferramenta que busca obter possíveis previsões
de mudanças que ocorrem no espaço e no tempo, baseadas em processos evolutivos. Este
modelo representa diversos tipos de fenômenos espaciais dinâmicos, sejam eles físicos,
biológicos ou sociais, como por exemplo, o espalhamento de fogo, dinâmica florestal,
propagação de epidemias, crescimento urbano e mudanças no uso e cobertura do solo
(Soares-Filho et al., 2002; Trentin e Freitas, 2010).
Os autômatos celulares são apresentados como uma grade regular uniforme ou um campo
matricial, sendo frequentemente infinito em sua extensão, com uma variável discreta em
cada local, ou seja, em cada célula. Os valores das variáveis em cada célula são utilizados
como forma de especificar o estado de um AC. Os autômatos celulares são definidos como
idealizações matemáticas de sistemas físicos, onde os atributos assumem um conjunto de
valores discretos, assim como o tempo e espaços também são discretos. Um AC evolui em
passos de tempo discretos, de acordo com um conjunto pré-definido de regras locais, sendo
que o valor da variável de uma célula é afetado e atualizado simultaneamente pelos valores
das variáveis nas células vizinhas, encontrados no passo de tempo anterior, e a vizinhança
de uma célula é formada pela própria célula e todas as demais localizadas nas suas
adjacências (Wolfram, 1983).
50
Federal de Minas Gerais. Por ser um sistema de modelo genérico de mudanças, o mesmo é
utilizado como uma ferramenta de investigação da alteração de paisagens e da dinâmica de
fenômenos espaciais. Assim, o Dinamica EGO trata-se de um modelo de dinâmica ambiental
desenvolvido para simulação de paisagens, com características que otimizam a velocidade e
recursos computacionais, como memória virtual e processamento paralelo. O Dinamica
EGO é, então, um modelo de simulação espacial que utiliza o conceito de autômatos
celulares, cujo ambiente de software está escrito nas linguagens C++ e Java, e apresenta uma
série de algoritmos chamados functors, e cada um deles executa uma operação de simulação.
Foram implementados algoritmos de análises espaciais mais comuns disponíveis em um SIG
comercial, além de outros algoritmos desenvolvidos para simulações espaciais, o que inclui
funções de transição, de calibração e métodos de validação (Soares-Filho et al., 2009).
O Dinamica EGO utiliza um conjunto de mapas como dados de entrada, tais como, mapa da
paisagem inicial (mapa de uso e cobertura do solo), mapa do tempo de permanência de cada
célula no seu estado atual, e um conjunto de variáveis cartográficas, que estão divididas em
51
dois grupos, dinâmicas e estáticas. As variáveis estáticas, ou seja, que não se modificaram
durante o período em que foi realizada a modelagem e suas informações são apresentadas
em mapas estáticos, os exemplos desse tipo de variável são os dados vetoriais de distância
até a drenagem e distância até as estradas, declividade, pedologia e vegetação. Já as variáveis
dinâmicas são aquelas recalculadas a cada iteração do programa, são combinadas por meio
de seus pesos de evidência, o que resulta na geração de mapas de probabilidades de transição.
Após cada iteração, o software produz um novo mapa da paisagem, mapas de probabilidades
de transição e mapas das variáveis dinâmicas.
O Dinamica EGO usa, como regras locais, um recurso de alocação de mudanças, composto
por dois processos de transição complementares, os functors Expander e Patcher, além de
um módulo de difusão. Ambos utilizam um mecanismo nucleador de manchas, tendo como
parâmetros de entrada a isometria, variância e tamanho médio das manchas e operando sobre
o mapa de probabilidades de transição. A função Expander é responsável pela expansão ou
contração de manchas prévias de uma classe, enquanto a função Patcher é responsável por
formar novas manchas. O módulo de difusão leva um processo de transição 𝑖 ⇒ 𝑗, a migrar
para novas áreas, em função de uma saturação assintótica de células j dentro de uma
vizinhança especificada (Soares-Filho et al., 2007). Ambos os algoritmos de transição do
sistema Dinamica EGO adotam um mecanismo estocástico de seleção. O algoritmo aplicado
faz a leitura do mapa de uso do solo para identificar as células com maiores probabilidades,
e depois os dados são organizados em uma matriz. As células são então selecionadas de
forma aleatória no sentido decrescente. No segundo momento é realizada novamente o
escaneamento do mapa de uso do solo para executar as transições selecionadas.
53
Vários modelos são empregados para estimar o escoamento superficial direto (i.e. chuva
excedente), dentre eles um destaque especial é dado ao modelo, desenvolvido em 1950, pelo
Natural Resources Conservation Service (NRCS), o antigo Soil Conservation Service (SCS),
do United States Department of Agriculture (USDA). Este modelo é o Runoff Curve Number
Method, ou simplesmente conhecido como Método do SCS, utilizado para estimar a parcela
de chuva total que irá se transformar em escoamento superficial direto (USDA-NRCS,
2004). O modelo agrupa os solos dos Estados Unidos em quatro grupos (A, B, C e D), de
acordo com sua capacidade de infiltração e produção de escoamento (Sartori et al., 2005).
Este método foi inicialmente desenvolvido para pequenas bacias hidrográficas agrícolas
(USDA-NRCS, 2004), sendo largamente utilizado nos Estados Unidos da América (EUA)
ganhando abrangência internacional devido à credibilidade da agência desenvolvedora, a
simplicidade e versatilidade, a estabilidade, dependência de apenas um parâmetro e a
capacidade de resposta as propriedades da bacia hidrográfica (Ponce e Hawkins, 1996).
O Método do SCS introduziu o conceito de uma curva número, que é uma representação
quantitativa da relação existente entre as características do solo, seu uso e cobertura e as
condições que podem interferir no movimento da água, sendo que a resultante potencial para
o escoamento deve ser gerada a partir de uma precipitação de determinada magnitude (Shi
et al., 2009).
Para estimar o escoamento superficial direto pelo Método do SCS calcula-se a lâmina de
chuva em excesso (Q) para um evento de chuva (P) utilizando um parâmetro chamado Curve
Number ou Número da Curva de Escoamento (CN). Esse parâmetro combina os principais
54
fatores que afetam a geração do escoamento, incluindo as características hidrológicas dos
solos, a partir da definição de grupos hidrológicos de solo, as condições antecedentes da
bacia, a cobertura da terra e as práticas conservacionistas (Hawkins, 1975). Em bacias
hidrográficas que não possuem dados de monitoramento de chuva e vazão para a calibração
do parâmetro CN, é comum que sua seleção seja feita em função do grupo hidrológico do
solo, do uso e manejo da solo, utilizando a tabela original publicada em manuais dos EUA
(Sartori, 2010).
Por sua vez, o CN é utilizado para determinar o quanto de chuva infiltrou no solo e quanto
tornou-se escoamento superficial. Se o valor do número da curva for alto significa que houve
baixa infiltração e que alta quantidade de chuva se tornou escoamento, essas características
são comumente encontradas em áreas urbanas. Quando o valor da curva for baixo, significa
dizer que houve alta infiltração e baixo escoamento, podendo indicar uma área rural ou de
solo seco (Zhan e Huang, 2004).
55
sensoriamento remoto e SIG. Para calcular e prever o escoamento da bacia foram
considerados os dados de uso e cobertura do solo, o grupo hidrológico do solo e os fatores
de condição de umidade antecedente. No modelo SCS-CN baseada em SIG, o CN e valores
diários de precipitação foram usadas como entradas para calcular o escoamento diário. Os
autores concluíram que integração de dados de sensoriamento remoto e aplicação do modelo
SCS-CN em um ambiente SIG é uma ferramenta poderosa para a estimar o escoamento
superficial.
O modelo hidrológico SWAT (Soil and Water Assessment Tool) foi utilizado por Rodrigues
et al. (2015) para analisar a dinâmica da vazão, buscando avaliar o impacto provocado pelas
alterações de uso do solo na disponibilidade de água da bacia do Rio Pará, em Minas Gerais.
O modelo SWAT permite para avaliar os impactos de mudanças no uso do solo em diferentes
variáveis do ciclo hidrológico, tais como escoamento superficial, fluxo de águas
subterrâneas, evapotranspiração, geração de sedimentos, nutrientes e qualidade da água. Para
ajustar o modelo hidrológico foram utilizados dados de topografia, uso da terra, cobertura
vegetal, pedologia, hidrologia, fluviometria, precipitação, temperatura, vento, umidade do
ar e radiação solar. Para elaboração do mapa de uso e cobertura do solo, utilizou-se métodos
de classificação temática e reconhecimento de padrões de um mosaico de três imagens
orbitais do Landsat 5 TM. A alteração no uso do solo pela supressão da vegetação original
de Cerrado e de Floresta Estacional Semidecidual para implantação de pastagem em 38% do
território da bacia resultou na diminuição em média de 8,36% na evapotranspiração e no
aumento de cerca de 10% na vazão da bacia.
De acordo com USDA-NRCS (2004) a versão inicial da relação chuva-vazão foi descrita
por Mockus (1949), que apresentou o gráfico de escoamento total versus a chuva total
durante uma tempestade com uma tendência côncava para cima e indicou que, em casos de
pequenas chuvas, não há escoamento superficial devido à totalidade de sua infiltração. Com
o aumento da precipitação a tendência é que a curva se torne assintótica a uma linha paralela
à linha de igualdade.
Para determinar uma equação que descreve o padrão da curva considerou-se que a condição
em que não houvesse abstração inicial, ou seja, 𝐼𝑎 = 0, desse forma, a curva apropriada
resultou da hipótese que a relação entre a perda efetiva por infiltração no solo e a capacidade
máxima de perda por infiltração após o escoamento iniciar é igual a relação entre o
escoamento superficial direto e o volume máximo possível de escoar, ou seja:
𝐹 𝑄
= Equação (4.4)
𝑆 𝑃
Onde:
𝐹 = Volume de água retido no solo após o escoamento iniciar, em polegadas
𝑆 = Potencial máxima retenção após escoamento iniciar (𝑆 ≥ 𝐹), em polegadas
𝑄 = Escoamento real, em polegadas
𝑃 = Precipitação real (𝑃 ≥ 𝑄), em polegadas
𝑃2
𝑄= Equação (4.6)
𝑃+𝑄
58
A Equação (4.6) representa a relação entre a precipitação e o escoamento, sem conter o termo
de abstração inicial (𝐼𝑎 ) que envolve a parcela de chuva que é interceptada, infiltrada antes
do escoamento iniciar e armazenada em depressões superficiais. Quando a abstração inicial
não é zero, a quantidade de chuva disponível para o escoamento não é mais 𝑃 e sim (𝑃 − 𝐼𝑎 ).
Substituindo 𝑃 por (𝑃 − 𝐼𝑎 ) na Equação (4.4) obtém-se:
𝐹 𝑄
= Equação (4.7)
𝑆 𝑃 − 𝐼𝑎
A retenção total para uma chuva consiste em 𝐼𝑎 e 𝐹, de modo que a equação conservação de
massa, Equação (4.5), pode ser expressa por:
𝐹 = (𝑃 − 𝐼𝑎 ) − 𝑄 Equação (4.8)
(𝑃 − 𝐼𝑎 )2
𝑄= Equação (4.9)
(𝑃 − 𝐼𝑎 ) + 𝑆
(𝑃 − 0,2 ∙ 𝑆)2
𝑄= 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑃 ≥ 0,2 ∙ 𝑆 Equação (4.11)
𝑃 + 0,8 ∙ 𝑆
59
𝑄=0 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑃 ≤ 0,2 ∙ 𝑆
Para tornar o método mais indutivo com o parâmetro que reflita as condições da terra, foi
proposta a seguinte equação, que é a transformação do parâmetro 𝑆 em polegadas:
1000
𝐶𝑁 = Equação (4.12)
10 + 𝑆
1000
𝐶𝑁 = Equação (4.13)
𝑆
10 +
25,4
Isolando o S, tem-se:
25400
𝑆= − 254 Equação (4.14)
𝐶𝑁
O escoamento superficial direto é gerado a partir de uma precipitação, para efeito de cálculo
defini-se uma chuva de projeto conforme apresentado no item 4.6.4. Já o parâmetro CN será
escolhido em função do uso e manejo do solo e também do grupo hidrológico, no qual o solo
foi classificado, para tanto são utilizadas tabelas de escolha do CN apresentadas no item a
seguir.
Grupo A – inclui areia muito permeável e profunda, silte bem agregado e profundo, de
origem eólica, ambos apresentam pouca argila e coloides. O silte contém quantidade
suficiente de matéria orgânica para fornecer boa agregação. A taxa de filtração mínima maior
7,62 mm/h.
Grupo C – inclui solos rasos em todas as classes texturais, com taxa de filtração mínima
abaixo da média (1,27 a 3,81 mm/h).
A classificação feita por Musgrave (1955) sofreu algumas modificações para incluir
características dos solos que não estavam sendo contempladas por ela, e assim ela foi
incorporada ao Método do SCS (SCS, 1972) e hoje é internacionalmente conhecida por
definir os grupos hidrológicos da seguinte forma:
61
Grupo A – inclui solos com baixo potencial de escoamento superficial e altas taxas de
infiltração, mesmo quando completamente molhados. São essencialmente de areias e
cascalhos, ambos profundos e muito bem drenados e com alta taxa de transmissão de água.
Grupo B – inclui solos que, quando completamente molhados, apresentam taxas moderadas
de infiltração. São solos de moderadamente profundos a profundos, moderadamente
drenados a bem drenados, com textura moderadamente fina a moderadamente grossa, e com
moderada taxa de transmissão de água.
Grupo C – inclui solos que, quando completamente molhados, apresentam baixas taxas de
infiltração, consistem essencialmente de solos com uma camada que impede o movimento
da água para baixo e de solos com textura moderadamente fina a fina, e com baixa taxa de
transmissão de água.
Grupo D – inclui solos com alto potencial de escoamento. Quando estão completamente
molhados eles têm baixas taxas de infiltração e consistem essencialmente de solos argilosos
com elevado potencial de expansão. Solos com lençol subterrâneo permanentemente
elevado, solos com uma densa camada de argila ou camada de argila na superfície ou
próxima dela, e solos rasos sobre material quase impermeável, e com taxa de transmissão de
água muito baixa.
A aplicação dos dois tipos de classificação apresentados está atrelada à taxa mínima de
infiltração na área de estudo, dados que nem sempre são medidos e estão disponíveis. Um
critério mais simples, baseada na classe textural do solo, foi proposto por Brakensiek e Rawls
(1983) e em uma publicação do SCS (1986) para associar os solos aos grupos hidrológicos.
Grupo A – Areia, Areia franca ou Franco arenoso; Grupo B – Franco ou Franco siltoso;
Grupo C – Franco argilo arenoso; e, Grupo D – Franco argiloso, Franco argilo siltoso, Argila
arenosa, Argila siltosa ou Argila.
A classe textural silte não é apresentada nessa classificação, porém ela é considerada como
uma extensão do grupo hidrológico B. Quando não existem outros critérios que possam ser
utilizados na classificação, este método baseado na classe textural é bastante utilizado.
Entretanto em solo que tenham mudança textural ao longo do perfil a classificação pode se
tornar complexa, já que é baseada apenas na textura superficial do solo, não considerando
seus diferentes horizontes (Sartori, 2010).
62
A atual publicação da USDA-NRCS (2009) que revisa a classificação hidrológica dos solos
buscando diminuir a subjetividade do processo, é baseada na condutividade hidráulica
saturada (Ks) do horizonte menos permeável do perfil de solo, na profundidade da camada
impermeável e na profundidade do nível d’água subterrâneo, não sendo considerada a
inclinação da superfície. O solo é classificado de acordo com as seguintes características:
Grupo B – Os solos neste grupo, quando estão completamente molhados, têm potencial
moderadamente baixo de escoamento. Transmissão de água através do solo é desimpedida,
ou seja, apresenta permeabilidade moderadamente alta. Os solos apresentam entre 10 e 20
% de argila e 50 a 90 % de areia. A textura de areia franca ou franco arenoso. Alguns solos
pertencentes às classes texturais franco, franco siltoso, silte, ou franco argilo arenoso podem
ser classificados neste grupo se forem bem agregados, de baixa densidade, ou se
apresentarem mais que 35 % de fragmentos rochosos.
Grupo D – Solos neste grupo, quando estão completamente molhados, têm potencial elevado
de escoamento superficial. O movimento de água através do solo é restrito ou muito restrito,
ou seja, apresenta permeabilidade baixa ou muito baixa. Os solos têm tipicamente mais que
40 % de argila e menos que 50 % de areia e são de textura argilosa. Em algumas áreas, eles
também têm elevado potencial de contração-expansão. Todos os solos com profundidade a
63
uma camada impermeável menor que 50 cm e todos os solos com lençol subterrâneo dentro
dos primeiros 60 cm de profundidade pertencem a este grupo.
Grupos hidrológico duplo – Alguns solos são classificados no grupo D baseado somente na
presença de lençol d’água subterrâneo menor que 60 cm de profundidade, apesar da
condutividade hidráulica saturada ser favorável para a transmissão de água. No caso desses
solos depois de encharcados estiverem adequadamente drenados podem ser atribuídos aos
grupos hidrológicos duplos (A/D, B/D, e C/D), com base na sua condutividade hidráulica
saturada e na profundidade do lençol freático. A primeira letra se aplica às condições após
drenagem e a segunda letra se aplica à condição natural não drenada.
64
Tabela 4.1 – Critérios para classificação hidrológica de solos
(USDA-NRCS, 2009)
Profundidade Profundidade do Ks da camada Ks intervalo GHS(3)
da camada lençol menos permeável de
impermeável(1) subterrâneo(2) (µm/s) profundidade
< 50 cm − − − D
50 a 100 cm < 60 cm > 40 µm/s 0 a 60 cm A/D
>10 a ≤ 40 µm/s 0 a 60 cm B/D
>1 a ≤ 10 µm/s 0 a 60 cm C/D
≤1 µm/s 0 a 60 cm D
≥ 60 cm > 40 µm/s 0 a 50 cm A
> 10 a ≤ 40 µm/s 0 a 50 cm B
> 1 a ≤ 10 µm/s 0 a 50 cm C
≤ 1 µm/s 0 a 50 cm D
> 100 cm < 60 cm > 10 µm/s 0 a 100 cm A/D
> 4 a ≤ 10 µm/s 0 a 100 cm B/D
> 0,40 a ≤ 4 µm/s 0 a 100 cm C/D
≤ 0,40 µm/s 0 a 100 cm D
60 a 100 cm > 40 µm/s 0 a 50 cm A
> 10 a ≤ 40 µm/s 0 a 50 cm B
> 1 a ≤ 10 µm/S 0 a 50 cm C
≤ 1 µm/s 0 a 50 cm D
> 100 cm > 10 µm/s 0 a 100 cm A
> 4 a ≤ 10 µm/s 0 a 100 cm B
> 0,40 a ≤ 4 µm/s 0 a 100 cm C
≤ 0,40 µm/s 0 a 100 cm D
(1)
Uma camada impermeável tem um Ksat menor do que 0,01 µm/s.
(2)
Lençol freático alto durante qualquer mês durante o ano.
(3)
GHS duplo é aplicado somente para solos úmidos (lençol freático menor de 60 cm de profundidade). Se estes
solos podem ser drenados, um GHS menos restritivo pode ser atribuído, dependendo da Ksat.
65
Tabela 4.2 – Grupos hidrológicos do SCS segundo condições de solos brasileiros
(Sartori et al., 2005 adaptado por Bielenki Júnior e Barbassa, 2012)
Característica A B C D
Resistência e
tolerância a Alta Moderada Baixa Pouquíssima
erosão
- Alta taxa de
infiltração
Taxa de
Taxa mínima - Solos bem Moderada taxa de Baixa taxa de
infiltração
de infiltração drenados ou infiltração infiltração
muito baixa
excessivamente
drenados
66
Tabela 4.3 – Classificação hidrológica para solos brasileiros
(Sartori et al., 2005 adaptado por Bielenki Júnior e Barbassa, 2012)
GHS Pedologia e textura Características
67
A definição do valor de CN é realizada após os solos estarem devidamente classificados de
acordo classificação hidrológica do solo. Para isso serão apresentadas no item a seguir
tabelas que relacionam o uso e cobertura do solo com os GHS resultando na indicação de
um valor de CN, que será posteriormente utilizado para calcular o escoamento superficial
direto.
4.6.3. Parâmetro CN
Tabela 4.4 – CN em função da descrição da área e do GHS com AMC II para área urbana
(SCS, 1986 adaptado por Bielenki Júnior e Barbassa, 2012)
CN
Descrição das Áreas Grupos
hidrológicos
68
Tabela 4.5 – CN em função da descrição da área e do GHS com AMC II para área rural
(SCS, 1986 adaptado por Bielenki Júnior e Barbassa, 2012)
CN
Descrição das Áreas Grupos
hidrológicos
Condições
Tipo de cobertura Manejo A B C D
hidrológicas
Boas 74 83 90 93
Boas 67 78 85 89
Boas 64 75 82 85
Boas 65 75 82 86
Boas 62 71 78 81
Boas 63 75 83 87
Boas 60 72 80 84
Boas 61 73 81 84
69
Tabela 4.5 – Continuação...
CN
Descrição das Áreas Grupos
hidrológicos
Condições
Tipo de cobertura Manejo A B C D
hidrológicas
Boas 59 70 78 81
Boas 51 67 76 80
70
Tabela 4.5 – Continuação...
CN
Condições
Tipo de cobertura Manejo A B C D
hidrológicas
Más 57 73 82 86
Boas 32 58 72 79
A partir da equação IDF define-se o total precipitado e a distribuição temporal dos volumes
precipitados que condicionará o volume infiltrado e a forma do hidrograma de escoamento
superficial direto, originado pela chuva excedente. A equação apresentada a seguir foi
proposta pelo GDF (2009a), e relaciona a intensidade média da chuva, sua duração e período
de retorno, período em que o evento é igualado ou superado:
1574,70. 𝑇 0,207
𝐼= Equação (4.15)
(𝐷 + 11)0,884
Onde:
A duração da chuva pode ser considerada igual ou maior do que o tempo de concentração
da bacia hidrográfica, que é o tempo necessário para o descolamento da água que precipitou
no ponto mais distante da bacia até a seção principal. É também definido como o tempo entre
o fim da precipitação e o ponto de inflexão do hidrograma. Existem muitas fórmulas para
calcular o tempo de concentração de uma bacia, a Equação (4.16) citada por McCuen et al.
(1984) foi definida para bacias urbanizadas com área inferior a 21 km², comprimento do
canal menor que 11 km e baixa declividade do talvegue.
72
5,862. 𝐿0,6
𝑡𝑐 = Equação (4.16)
𝑆 0,3
Onde:
O tempo de concentração é necessário para calcular a chuva de projeto, esta, por sua vez,
utiliza-se como a estimativa da precipitação na área da bacia hidrográfica. Para calcular o
escoamento superficial direto, pela relação de chuva-vazão, utiliza-se a precipitação
estimada, juntamente com o potencial de retenção máximo, sendo que este último depende
diretamente do parâmetro CN.
73
5. MATERIAL E MÉTODOS
5.1. MATERIAL
Os dados cartográficos utilizados foram obtidos por meio do processamento das imagens de
sensores orbitais, que estão descritas na Tabela 5.1.
Para a análise da área de estudo A foram utilizadas imagens dos satélites Landsat 5 e 8, que
apesar de apresentar baixa resolução espacial dispõem de maior volume de dado, o que
74
possibilitou o estudo da evolução do uso e cobertura do solo de 1985 a 2016. Na área de
estudo B necessitou-se de imagens com melhor qualidade de resolução espacial, devido ao
tamanho da área, por essa razão foram utilizadas imagens dos satélites Alos e RapidEye com
datas diferentes das utilizadas na área de estudo A.
5.2. MÉTODOS
Este estudo foi desenvolvido por meio da análise multitemporal do uso e cobertura do solo
da área da bacia hidrográfica do Córrego Taquari e seu entorno; do estudo da vulnerabilidade
ambiental das áreas de estudo; análise das temperaturas da superfície terrestre e sua relação
com o uso e cobertura do solo; da determinação de cenários prospectivos de uso e cobertura
do solo; e da análise da influência da dinâmica de uso e cobertura do solo ao longo dos anos
sobre o escoamento superficial direto. Foi divido em cinco etapas, apresentadas na Figura
5.1 e descritas a seguir.
75
Figura 5.1 – Fluxograma metodológico geral
Na primeira etapa foi realizada a classificação temática do uso e cobertura do solo em uma
escala multitemporal, para analisar sua dinâmica e reconhecer a evolução da paisagem entre
os anos de 1985 e 2016 para a área de estudo A, utilizando imagens do Landsat TM 5 e
Landsat OLI/TIRS 8; e 2009 e 2014 para a área de estudo B, utilizando imagens do ALOS
AVNIR-2/PRISM e RapidEye REIS. Os mapas de uso e cobertura do solo gerados nessa
etapa são o principal subsídio para o estudo e obtenção da vulnerabilidade ambiental das
áreas de estudo.
Na quarta etapa foi selecionada a área do Paranoá Parque do GDF, para realizar a simulação
dinâmica ambiental por meio do sistema Dinamica EGO, com isso foram gerados cenários
prospectivos que apresentam os processos envolvidos na dinâmica de uso e cobertura do
solo, representados cartograficamente por meio de mapas de uso e cobertura futura do solo.
76
da bacia e influencia a geração do escoamento superficial direto resultante de uma
determinada precipitação, segundo o método do SCS.
Para a classificação temática do uso e cobertura do solo da área de estudo A, foram utilizadas
as imagens multiespectrais das bandas 1 a 5 e 7 do sensor Thematic Mapper (TM) a bordo
do satélite Landsat 5, para os anos 1985, 1995 e 2005, obtidos pelo site da Divisão de
Geração de Imagens do INPE; cuja cena representa o Distrito Federal e refere-se à órbita
221 e ao ponto 71. Além de imagens multiespectrais das bandas 1 a 9 do sensor OLI a bordo
do satélite Landsat 8, cena 221/71, do ano de 2016, obtidas pelo site da U.S. Geological
Survey.
No que tange à classificação temática do uso e cobertura do solo da área de estudo B, foram
utilizadas imagens multiespectrais de 2009 do satélite ALOS sensor AVNIR-2, que opera
nas regiões espectrais do visível e infravermelho possuindo 4 bandas; e do sensor PRISM
que apresenta uma banda pancromática. As imagens multiespectrais do satélite RapidEye
sensor REIS, bandas 1 a 5, cena 2331802, de 2011 e 2014, adquiridos pelo site do Geo
Catálogo do Ministério do Meio Ambiente. E imagens do satélite Ikonos, baixadas do
Google Earth Pro datadas de 2011 e 2014. A Tabela 5.2 apresenta de forma sucinta as
imagens utilizadas nesta etapa e suas características.
77
A metodologia para a produção dos mapas de uso e cobertura do solo consta em Almeida et
al. (2012) e está apresentada na Figura 5.2, cujos passos metodológicos são descritos a
seguir.
Figura 5.2 – Fluxograma metodológico para produção de mapas de uso e cobertura do solo
Realce de contraste: esta etapa foi realizada para melhorar a qualidade visual das imagens
sob os critérios subjetivos do olho humano, possibilitando a melhor distinção dos
objetos. O realce foi realizado na composição falsa-cor (da etapa anterior) utilizando o
algoritmo de classe linear para a expansão do histograma.
Fusão: esta etapa está relacionada a fusão de imagens que apresentam diferentes
resoluções espaciais com objetivo de proporcionar melhor identificação visual, para
tanto, as imagens multiespectrais foram convertidas do espaço de cor RGB (Red-Green-
Blue) para o IHS (Intensity-Hue-Saturation), em seguida o canal “I” foi substituído pela
imagem pancromática com resolução espacial de 15 e de 2,5 metros, do Landsat 8 e do
ALOS, respectivamente. Para a fusão das imagens do RapidEye, o canal “I” foi
substituído pela imagem do satélite Ikonos obtida por meio do software Google Earth
Pro, cuja resolução espacial é de 1 metro. Depois da substituição do canal “I” foi
realizada uma nova conversão para o espaço RGB. Com isso, as imagens do Landsat 8,
do ALOS e do RapidEye foram otimizadas e apresentam resolução espacial de 15, 2,5 e
1 metro, respectivamente.
𝐴−𝐵
𝑁𝐷𝑉𝐼 = 𝐺𝑎𝑛ℎ𝑜 ∗ ( ) + 𝑂𝑓𝑓𝑠𝑒𝑡 Equação (5.1)
𝐴+𝐵
Onde:
𝐴= Banda do infravermelho próximo
𝐵= Banda do vermelho
𝐺𝑎𝑛ℎ𝑜 = Fator multiplicativo
𝑂𝑓𝑓𝑠𝑒𝑡 = Fator aditivo
Análise por componentes principais: essa é uma técnica de realce que gera um novo
conjunto de imagens cujas bandas individuais apresentam informações não disponíveis
em outras bandas, de forma a reduzir ou remover a redundância espectral. Esse
procedimento foi realizado por meio do algoritmo Componentes Principais do Spring,
utilizando, para as imagens do Landsat 5, as bandas espectrais 1, 2, 3, 4, 5 e 7; para as
imagens do Landsat 8, as bandas espectrais 1 a 7, 9 e as imagens resultantes da fusão;
para as imagens do satélite ALOS, as bandas espectrais 1 a 4 e as imagens resultantes da
fusão; e para as imagens do RapidEye, as bandas espectrais 1 a 5 e as imagens resultantes
da fusão. Foi utilizada a banda espectral resultante de cada uma das análises por
componentes principais, denominada CP-1, por apresentar a maior parte das informações
espectrais.
80
Segmentação: a imagem foi dividida em regiões que correspondem às áreas temáticas
que serão utilizadas na fase de treinamento da classificação temática por regiões. Essas
regiões são entendidas como um conjunto de "pixels" contíguos, que se espalham
bidirecionalmente e que apresentam uniformidade de resposta espectral. A segmentação
foi realizada utilizando as três primeiras imagens obtidas pelas análises por componentes
principais e a imagem gerada pelo cálculo do índice de vegetação normalizado. Para isso,
foram realizados diversos testes a fim de definir valores dos parâmetros necessários para
o algoritmo de segmentação de imagens: o limiar de similaridade e a área mínima dos
polígonos, sendo os valores que melhor se adequaram a segmentação proposta
apresentados na Tabela 5.4.
Tabela 5.4 – Valores de limiar de similaridade e área mínima dos polígonos utilizados nas
imagens segmentadas
Satélite Similaridade Área
Landsat 5 10 100
Landsat 8 10 100
ALOS 20 100
RapidEye 2011 50 50
2014 20 100
81
EGO, que requer menor número de classes temáticas possível devido à complexidade da
modelagem ambiental.
A metodologia para produção dos modelos digitais de terreno (MDT) das áreas de estudo A
e B consta de Almeida et al. (2012) e os mesmos estão apresentados nas Figura 5.4 e Figura
5.5, e foram obtidos a partir das curvas de nível de 5 metros do Distrito Federal, para isso
utilizou-se as ferramentas 3D Analyst Tools e Create TIN do software ArcGIS gerando assim
uma grade triangular, que em seguida foi convertida para o formato raster.
82
Figura 5.4 – Modelo digital de terreno - área de estudo A
83
A hierarquização da vulnerabilidade ambiental de cada classe ou tema será considerada a
distribuição dos seus valores que variam entre 1,0 (estável) a 3,0 (vulnerável), por meio de
ponderações de valores ou pesos de caráter analítico e individual a cada tema, os fatores e
critérios que serão analisados para determinar a vulnerabilidade ambiental da área estão
apresentados na Tabela 5.5.
84
a) Uso e cobertura do solo
A ponderação para o fator uso e cobertura do solo foi realizada de acordo com o grau de
interferência das ações antrópicas sobre a área de interesse, observando a presença ou
ausência de cobertura vegetal, edificações e impermeabilização do solo. Para tanto, foi
analisado a relação entre a classe de uso e cobertura do solo e o impacto ambiental que pode
ser causado por processos erosivos. Para classes que apresentam menor influência antrópica
e menor grau de impacto ambiental foram atribuídos valores próximos a 1,0 e para as áreas
mais antropizadas foram atribuídos valores próximo a 3,0, conforme apresentados na Tabela
5.7.
b) Declividade
Para produzir o mapa de declividade o primeiro passo foi corrigir e preencher erros de
depressão que resultaram do processo de interpolação que gerou o MDT e que não
correspondem a um corpo hídrico. Para isso utilizou-se no sistema ArcGIS o comando Fill
pertencente a ferramenta Spatial Analyst Tools/Hydrology. Em seguida a declividade foi
produzida no ArcGIS por meio do comando Slope pertencente a ferramenta 3D Analyst
Tools/Raster Surface. O modelo de declividade foi, então, reclassificado em 5 classes,
usando a ferramenta Spatial Analyst Tools/Reclass e o comando Reclassify do ArcGIS,
conforme classificação prevista por Crepani et al. (2001) apresentada na Tabela 5.8.
85
Tabela 5.8 – Valor de vulnerabilidade natural para classes de declividade
(Crepani et al., 2001)
Classes morfométricas Declividade (%) Valores de vulnerabilidade
Muito Baixa <2 1,0
Baixa 2–6 1,5
Média 6 –20 2,0
Alta 20 - 50 2,5
Muito Alta > 50 3,0
c) Pedologia
86
Tabela 5.9 – Valor de vulnerabilidade natural dos solos
(Crepani et al., 2001, adaptado)
Classificação de solos Classificação de solos
Vuln.
(Camargo et al., 1987) (Embrapa, 1999)
Latossolos Amarelos Latossolos Amarelos 1,0
Latossolos Vermelho-Amarelos Latossolos Vermelho-Amarelos
Latossolos Vermelho-Escuros Latossolos Vermelhos
Latossolos Roxos Latossolos Vermelhos
Latossolos Brunos Latossolos Brunos
Latossolos Húmicos Latossolos (...) Húmicos
Latossolos Húmicos Brunos Latossolos Bruno (...) Húmicos
Podzólicos Amarelos Argissolos 2,0
Podzólicos Vermelho-Amarelos Argissolos Vermelho-Amarelos
Podzólicos Vermelho-Escuros Argissolos Vermelho
Terras Roxas Estruturadas Nitossolos
Brunos Não-Cálcicos Luvissolos
Brunizéns Chernossolos
Brunizéns Avermelhados Chernossolos
Rendzinas Chernossolos
Planossolos Planossolos
Solos Hidromórficos (abrúptico) Planossolos
Podzóis Hidromórficos Espodossolos
Cambissolos Cambissolos 2,5
Solos Litólicos Neossolos Litólicos 3,0
Solos Aluviais Neossolos Flúvicos
Regossolos Neossolos Regolíticos
Areias Quartzosas Neossolos Quartzarênicos
Vertissolos Vertissolos
Solos Orgânicos Organossolos
Solos Hidromórficos (não abúptico) Gleissolos
Glei Húmico Gleissolos Plintossolos
Glei Pouco Húmico Gleissolos Plintossolos
Plintossolo Plintossolos
Laterita Hidromórfica Distrófica Plintossolos
Solos Concrecionários Lateríticos Plintossolos
Afloramento Rochoso Afloramento Rochoso
87
d) Geomorfologia
Baseado nos princípios da Ecodinâmica (Tricart, 1977), Crepani et al. (2001) apresentaram
um modelo que buscou, de forma empírica e relativa, avaliar o estágio de evolução
morfodinâmica das unidades territoriais básicas, atribuindo valores de estabilidade às
categorias morfodinâmicas. Unindo os conceitos da compartimentação geomorfológica de
Martins e Baptista (1998) e da evolução morfodinâmica de Crepani et al. (2001) propôs-se
os valores de vulnerabilidade natural conforme apresentado na Tabela 5.10.
e) Geologia
De acordo com Crepani et al. (2001) os critérios que devem ser levados em consideração
para a atribuição de valores de vulnerabilidade natural com relação à geologia, são a própria
evolução do ambiente geológico e as informações relativas ao grau de coesão das rochas. Os
valores da vulnerabilidade natural das unidades geológicas foram atribuídos a partir de uma
análise litológica e estão apresentadas na Tabela 5.11.
88
Tabela 5.11 – Valor de vulnerabilidade natural para litologia
(Crepani et al., 2001, adaptado)
Litologia Vulnerabilidade
Quartzitos ou metaquartzitos 1,0
Riólito, Granito, Dacito 1,1
Granodiorito, Quartzo Diorito, Granulitos 1,2
Migmatitos, Gnaisses 1,3
Fonólito, Nefelina Sienito, Traquito, Sienito 1,4
Andesito, Diorito, Basalto 1,5
Anortosito, Gabro, Peridotito 1,6
Milonitos, Quartzo muscovita, Biotita, Clorita xisto 1,7
Piroxenito, Anfibolito Kimberlito, Dunito 1,8
Hornblenda, Tremolita, Actinolita xisto 1,9
Estaurolita xisto, Xistos granatíferos 2,0
Filito, Metassiltito 2,1
Ardósia, Metargilito 2,2
Mármores 2,3
Arenitos quartzosos ou ortoquartzitos, Metarritmito arenoso 2,4
Conglomerados, Subgrauvacas, Calcifilito 2,5
Grauvacas, Arcózios, Metarritmito argiloso 2,6
Siltitos, Argilitos 2,7
Folhelhos 2,8
Calcários, Dolomitos, Margas, Evaporitos, Carbonato 2,9
Sedimentos Inconsolidados: Aluviões, Colúvios etc. 3,0
Determinou-se a influência mútua entre os fatores compostos pelos mapas temáticos de uso
e cobertura do solo, de declividade, de pedologia, de geomorfologia e de geologia por meio
da análise hierárquica de processos, proposta por Saaty (1980). O processo iniciou com a
construção de uma matriz de comparação pareada denominada matriz de decisão, utilizando
a escala fundamental proposta por Saaty (1980) apresentada na Tabela 5.12, em que a
comparação entre os dois fatores indica qual deles é mais importante e a comparação entre
fatores iguais são considerados de valor igual a um.
89
Tabela 5.12 – Valores de AHP para comparação pareada
(Saaty, 1980, adaptado)
Escala de valor Definição Explicação
Os dois fatores contribuem
1 Importância igual
igualmente para o objetivo
Importância moderada de Um fator é ligeiramente mais
3
um sobre o outro importante que o outro
Um fator é claramente fortemente
5 Importância essencial
mais importante que o outro
Um fator é muito fortemente
7 Importância demonstrada favorecido e sua maior relevância
foi demonstrada na prática
A evidência que diferencia os
9 Importância extrema
fatores é da maior ordem possível
Valores intermediários entre Possibilidade de compromissos
1/3, 1/5, 1/7, 1/9
julgamentos adicionais
Cada elemento da matriz indica quanto o fator da linha é importante em relação ao fator
coluna, correspondente. Com base no levantamento bibliográfico e nas escalas cartográficas
dos mapas temáticos, foram escolhidos os valores que definiram o grau de importância
relativa entre os fatores que originaram a matriz de comparação pareada (Saaty, 1980).
A matriz normalizada foi calculada pela divisão de cada elemento da matriz de comparação
pareada pela somatória dos elementos da coluna.
90
𝑎11 𝑎12 ⋯ 𝑎1𝑗
1⁄ 𝑎22 ⋯ 𝑎2𝑗
𝑎12
⋮ ⋮ ⋱ ⋮ Equação (5.3)
1⁄ 1⁄ ⋯ 1⁄
[ 𝑎1𝑗 𝑎2𝑗 𝑎𝑖𝑗 ]
𝑀𝑁 =
∑ 𝑎𝑖1 ∑ 𝑎𝑖1 ⋯ ∑ 𝑎𝑖1
Onde:
𝑀𝑁 = Matriz normalizada
𝑖= Índice que representa a linha
𝑗= Índice que representa a coluna
Em seguida foi realizada a normalização desses valores, onde a soma de cada linha da matriz
normalizada foi dividida pela ordem da matriz n, resultando no valor do Peso Relativo (P)
de cada fator. A somatória destes resultados encontrados deve ser igual a 1,0.
𝑎1𝑗
∑ ⁄𝑛 = 𝑃1
𝑎
∑ 2𝑗⁄𝑛 = 𝑃2 Equação (5.4)
⋮ ⋮
𝑎𝑖𝑗
∑ ⁄𝑛 = 𝑃𝑖
O cálculo do 𝜆𝑚𝑎𝑥 indica o valor máximo do autovetor 𝜆, e é obtido pela Equação (5.5)
𝑛
1 [𝐴𝑤]
𝜆𝑚𝑎𝑥 = ∑ Equação (5.5)
𝑛 𝑃𝑖
𝑖=1
Onde [𝐴𝑤] é a matriz resultante do produto da matriz de comparação pareada pela matriz
dos pesos relativos (𝑃𝑖 ).
Quando 𝜆𝑚𝑎𝑥 estiver mais próximo de n implica uma boa estimativa dos coeficientes da
matriz. O Índice de Consistência (IC) estima o grau de consistência da matriz pareada e foi
calculado pela seguinte fórmula:
(𝜆𝑚𝑎𝑥 − 𝑛)
𝐼𝐶 = Equação (5.6)
(𝑛 − 1)
Após o cálculo dos pesos de cada critérios é necessário avaliar sua aceitabilidade por meio
da Razão de Consistência (RC), obtido pela Equação (5.7), que de acordo com Saaty (1980)
deve apresentar valor menor que 0,10.
91
𝐼𝐶
𝑅𝐶 = Equação (5.7)
𝐼𝑅
Sendo IR o Índice Randômico, que é derivado de uma amostra de 500 matrizes recíprocas
geradas de forma randômica. Os valores de IR estão apresentados na Tabela 5.13.
O mapa final da vulnerabilidade ambiental foi obtido por meio de algoritmo de álgebra de
mapas, com o uso da Equação (5.8), a qual contém os pesos calculados pelo método AHP.
No cálculo, utilizou-se a ferramenta Spatial Analyst Tools/Map Algebra e o comando Raster
Calculator do software ArcGIS. O resultado do cruzamento dos mapas temáticos foi
distribuído em cinco classes de vulnerabilidade ambiental conforme apresentado na Tabela
5.6.
𝑉𝐴 = 𝑃1 . 𝐶1 + 𝑃2 . 𝐶2 + 𝑃3 . 𝐶3 + 𝑃4 . 𝐶4 + 𝑃5 . 𝐶5 Equação (5.8)
Onde:
𝑉𝐴 = Vulnerabilidade ambiental
𝑃𝑛 = Peso critério 1, Peso critério 2, Peso critério 3, Peso critério 4, Peso critério 5
𝐶1 = Critério referente ao uso e cobertura do solo
𝐶2 = Critério referente à declividade
𝐶3 = Critério referente à pedologia
𝐶4 = Critério referente à geomorfologia
𝐶5 = Critério referente à geologia
92
5.2.3. Mapas de temperatura da superfície terrestre
Para produção do mapa de temperatura aparente da superfície, a partir dos novos valores de
Tc obtidos com a aplicação da Equação 5.10, foram utilizados algoritmos específicos de
álgebra de mapas no software ArcGIS.
93
proposto por Malaret et al. (1985) é recomendado por ser mais prático e mais fácil de
implementação computacional.
Nesta etapa foi utilizada a banda 10 do infravermelho termal do sensor Thermal Infrared
Sensor (TIRS) a bordo do satélite Landsat 8, que apresenta resolução espectral na faixa de
10,6 a 11,19 μm e resolução espacial de 100 metros.
𝐾2
𝑇𝐶 = [ ] − 273,15 Equação (5.12)
𝐾1
𝑙𝑛 ( 𝐿 + 1)
𝜆
Onde:
𝑇𝐶 = Temperatura aparente da superfície, em graus Celsius
𝐿𝜆 = Radiância espectral TOA, em Watts/(m².srad. μm)
𝐾1 = Constante de conversão térmica da banda 10
94
𝐾2 = Constante de conversão térmica da banda 10
95
5.2.4. Modelagem da dinâmica ambiental do uso e cobertura do solo
Os dados utilizados como entrada no modelo fornecem informações sobre o uso e cobertura
do solo, como áreas urbanas e rurais, vegetação, drenagem, rede viária e declividade. Para
tanto, utilizou-se os mapas de uso e cobertura do solo dos anos 2009, 2011 e 2014 da área
de estudo B gerados conforme o item 5.2.1, que indicam as variações temporais entre as
diferentes classes temáticas avaliadas.
96
corpos d’água e vegetação, e esta última resultante da união das classes temáticas de cerrado,
de mata ciliar/galeria e de silvicultura.
Utilizou-se também nesta etapa os mapas estáticos, sendo eles, o da rede de drenagem, o de
estradas e o de declividade. Foram elaborados mapas de distância (buffers) a partir dos mapas
de drenagem e estradas. Para isso, utilizou-se a ferramenta Buffer Wizard do software
ArcGIS para o cálculo de buffers, com faixas de 200 e 100 metros, respectivamente, de forma
a representar as áreas de influência ao redor da feição a uma distância específica. Em
seguida, os mapas estáticos foram convertidos para o formato matricial e, utilizando o
functor Create Cube Map, foram compactados em um só arquivo denominado “cubo raster”,
onde são dispostos em camadas no software Dinamica EGO.
Além dos mapas estáticos, foram utilizados os mapas dinâmicos, que são assim denominados
por serem atualizados durante a iteração do modelo. Na execução, foram incluídas as
variáveis distância até a classe 1, 2, 3, 4 e 5, por meio do functor Calc to Distance Map, que
recebeu como entrada o mapa de uso e cobertura do solo do ano 2009 e gerou um mapa de
distância de fronteira (distância mais próxima) entre as células de cada classe do mapa de
entrada.
Todos os mapas foram convertidos para o formato TIFF, com a mesma resolução espacial e
o mesmo número de colunas e linhas, por meio da função de conversão de formato do
software ArcGIS, com as mesmas coordenadas no espaço geográfico, sendo o sistema de
referência espacial GCS SIRGAS 2000, com datum D_SIRGAS_2000.
Nessa etapa foram realizados testes no sistema Dinamica EGO buscando identificar, em um
determinado período de tempo, parâmetros que definam o melhor ajuste entre o modelo e a
realidade observada do mapa de uso e cobertura do solo. Para isso, a calibração foi realizada
em duas etapas, sendo a primeira o cálculo das matrizes de transição, e a segunda a
determinação dos pesos de evidência.
a) Matriz de transição
Nesta etapa foram elaboradas as matrizes de transição para analisar as mudanças ocorridas
no uso e cobertura do solo em um período de tempo, denominadas de matriz de passo único
97
e de passos múltiplos. A matriz de passo único representa as mudanças ocorridas durante
todo o período analisado e a matriz de passos múltiplos corresponde às mudanças que
ocorreram em uma unidade de tempo, ou seja, em um ano.
As taxas de transição foram calculadas para os períodos compreendidos entre os anos 2009
e 2011, e entre os anos de 2011 e 2014, por meio do algoritmo Determine Transition Matrix,
que executa uma tabulação cruzada entre as classes temáticas dos mapas de uso e cobertura
do solo nos anos estudados.
b) Pesos de evidência
Para a obtenção dos pesos de evidencia primeiramente foram definidos os intervalos para a
derivação dos mesmos utilizando o modelo Determine Weights of Evidence Ranges, para
tanto, foram calculadas faixas que classificam as variáveis em escalas contínuas de cinza.
Nesta etapa utilizou-se os mapas de uso e cobertura do solo para o instante final e inicial e
os mapas de variáveis estáticas e dinâmicas. Obteve-se como resultado um arquivo esqueleto
dos pesos de evidência. Em seguida, foram calculados os coeficientes dos pesos de
evidência, utilizando-se o mesmo conjunto de dados do passo anterior e com o arquivo
esqueleto dos pesos de evidência, por meio do modelo Determine Weights of Evidence
Coefficients.
Pressupõe-se que os mapas das variáveis utilizados, para o método dos Pesos de Evidência,
sejam independentes entre si. Para avaliar a existência de dependência ou associação entre
diferentes variáveis de dois mapas, o sistema Dinamica EGO emprega diferentes métodos,
sendo aqui utilizado o Índice de Cramer. A alta correção indica que uma variável é muito
semelhante a outra e seu uso não traz benefícios a simulação, sendo assim, as variáveis
altamente correlacionadas não serão consideradas no modelo e o cálculo da correlação foi
realizado utilizando o modelo Weights of Evidence Correlation do sistema Dinamica EGO.
a) Modelo de simulação
98
celulares, o Patcher e o Expander, que produzem os padrões espaciais de mudanças na
transição do uso do solo. Foi também estabelecida a quantidade de células a serem alteradas
para cada função de transição, ou seja, a quantidade considerada para a expansão de manchas
existentes e a quantidade considerada para a criação de novas manchas.
Por meio da variação dos parâmetros de entrada das funções Expander e Patcher são
formadas manchas representativas das transições com uma variedade de tamanhos e formas.
Os parâmetros de entrada dessas funções são denominados de Mean Patch Size (tamanho
médio), Patch Size Variance (variância) e Patch Isometry (isometria). O tamanho médio e a
variância da mancha são dados em hectares (Trentin e Freitas, 2010) e a isometria pode
variar entre zero a dois, sendo que quanto mais próximo de dois mais isométrica são as
manchas, ou seja, são mais agregadas (Soares-Filho et al., 2007).
Foi desenvolvido por Hagen (2003) um método para avaliar a similaridade de um conjunto
de mapas com dados categóricos, por meio de lógica Fuzzy denominado de kfuzzy, e envolve
tanto a incerteza da localização quanto a incerteza da categoria. O algoritmo utilizado no
sistema Dinamica EGO é uma modificação do método proposto por Hagen (2003),
denominado Calc Reciprocal Similarity, no qual a representação de uma célula é
influenciada por ela mesma e, em menor proporção, pelas células vizinhas. A validação é
feita utilizando uma função de decaimento exponencial com a distância para ponderar a
distribuição do estado da célula ao redor de uma célula central (Soares-Filho et al., 2009). O
procedimento de comparação é resumidamente apresentado na Figura 5.7.
99
5.2.4.4. Obtenção de cenários prospectivos do uso e cobertura do solo
Nesta etapa realizou-se a simulação de cenários prospectivos por meio de mapas de uso e
cobertura do solo para curto prazo, a partir dos padrões do modelo calibrado e validado no
sistema Dinamica EGO. Não é recomendável realizar o cenário prospectivo de longo prazo,
pois as mudanças são complexas de serem previstas e sujeitas a erros por alterações
inesperadas. Assim, a simulação de cenários prospectivos por meio de mapas de uso e
cobertura do solo foi realizada para um curto prazo de até cinco anos, a partir do ano de
simulação e calibração do modelo que é o mapa de uso do solo mais atual.
100
Figura 5.7 – Representação do método de comparação Fuzzy
(Soares-Filho et al., 2009 modificado por Salazar, 2015)
101
5.2.5. Método do SCS
Além dos parâmetros hidrológicos relacionados à cobertura do solo, são obtidos também
parâmetros da morfologia fluvial da bacia do Córrego Taquari, tais como: área da bacia,
comprimento dos talvegues e declividade dos canais, todos calculados em ambiente de SIG,
conforme a formulação definida por Almeida et al. (2013):
𝛥𝐻
𝑆= Equação (5.13)
𝐿
Onde:
𝑆= Declividade do talvegue, em m/m
𝛥𝐻 = Diferença entre a cota maior e menor, em m
𝐿= Comprimento do talvegue
5.2.5.2. Parâmetro CN
102
Figura 5.8 – Fluxograma do cálculo do escoamento superficial direto
Para determinar o grupo hidrológico do solo conforme definido pelo Método do SCS, no
ambiente computacional do ArcGIS, foi realizada uma sobreposição do PI limite da bacia
hidrográfica do Córrego Taquari no mapa temático de pedologia, de forma a identificar os
tipos de solo presentes na bacia. Com o auxílio da Tabela 4.3, que apresenta a classificação
hidrológica dos solos brasileiros para Método do SCS segundo Sartori (2005) definiu-se os
GHS para os tipos de solo presentes na bacia, resultando em um PI que apresente os GHS,
para a área da bacia.
Após determinar os valores de CN da bacia para os três anos de estudo, foi estimado o
escoamento superficial direto por meio de uma determinada precipitação, conforme
anteriormente apresentado no item 4.6.1, para isso foi necessário calcular: i) o tempo de
concentração pela Equação (4.16), para os três anos de estudo; ii) utilizando este parâmetro,
foi calculada a intensidade da chuva de projeto pela Equação (4.15), para tempo de retorno
103
de 5 anos; e iii) o potencial máxima retenção (S) pela Equação (4.14), que é função do
parâmetro CN, para cada tempo, que resultou em três imagens raster com informação do
potencial máxima retenção em cada pixel. O escoamento superficial direto (𝑄) foi, então,
calculado pela Equação (4.11).
Ao final foi realizada uma análise de sensibilidade do escoamento superficial direto gerado
por uma chuva de projeto e calculado pelo Método do SCS, para um mapa antigo de uso e
cobertura do solo (2011), para um mapa mais atual de uso e cobertura do solo (2014) e para
um cenário prospectivo de uso e cobertura do solo (2019), de forma a identificar o
comportamento do escoamento superficial direto em resposta da urbanização da bacia
hidrográfica.
104
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para a área de estudo A foram gerados mapas de uso e cobertura do solo para os anos de
1985, 1995, 2005 e 2016 conforme apresentados nas Figura 6.1, Figura 6.2, Figura 6.3 e
Figura 6.4.
Figura 6.1 – Mapa de uso e cobertura do solo da área de estudo A para o ano 1985
105
Figura 6.2 – Mapa de uso e cobertura do solo da área de estudo A para o ano 1995
Os valores de áreas das classes temáticas foram relacionados e analisados nesses diferentes
períodos de tempo evidenciando as modificações ocorridas no uso e cobertura do solo em
cada uma delas. A Tabela 6.1 apresenta a análise da alteração de área das classes temáticas
no período compreendido entre os anos de 1985 e 1995, onde observou-se o decréscimo de
64,54% da área de agricultura, que passou de 80,59 para 28,58 km2, em contrapartida a área
de solo exposto aumentou 6,83 km2, representando uma taxa de variação de 21,04%. O
acréscimo de cerca de 40 km2 na área de campo, representa uma variação de 2,31% em sua
área, o que indica que grande parte da área de agricultura foi transformada em campo e solo
exposto. A área urbanizada apresentou um aumento de 4,57%, passando de 134,45 para
140,59 km2, sendo essa a menor variação observada da classe temática área urbanizada
durante todo o período de análise, ou seja, entre 1985 a 2016. As demais classes tiveram
pouca ou nenhuma alteração de área durante o período de análise.
106
Tabela 6.1 – Evolução do uso e cobertura do solo por meio das classes temáticas para o
período 1985 - 1995
Área em 1985 Área em 1995 Variação
Classes temáticas
km2 % km2 % (%)
Agricultura 80,59 3,59 28,58 1,27 -64,54
Área urbanizada 134,45 5,98 140,59 6,25 4,57
Campo 1.732,33 77,07 1.772,42 78,81 2,31
Cerrado 87,15 3,88 87,16 3,88 0,00
Corpo d’água 45,47 2,02 45,62 2,03 0,34
Mata ciliar/galeria 135,22 6,02 135,29 6,02 0,05
Solo exposto 32,48 1,44 39,31 1,75 21,04
Total 2.247,68 100,00 2.248,97 100,00 -
A dinâmica de evolução das classes temáticas durante os anos de 1995 e 2005 encontra-se
detalhada na Tabela 6.2 e pode ser visualizada nos mapas de uso e cobertura do solo obtidas
pela classificação temática das imagens nas Figura 6.2 e Figura 6.3. Assim como observado
na análise anterior, houve uma redução na classe agricultura e aumento de área urbanizada.
A diminuição na área de agricultura foi cerca de 12 km2, representando uma variação de
41,05%. Já a área urbanizada passou de 140,59 para 178,05 km2, sendo 26,65% de
acréscimo. O solo exposto teve a maior taxa variação de área durante o período de análise,
sendo sua diminuição de 74,68%. As classes campo, cerrado, corpo d’água e mata
ciliar/galeria não apresentaram alterações significativas.
Tabela 6.2 – Evolução do uso e cobertura do solo por meio das classes temáticas para o
período 1995 - 2005
Área em 1995 Área em 2005 Variação
Classes temáticas
km2 % km2 % (%)
Agricultura 28,58 1,27 16,85 0,75 -41,05
Área urbanizada 140,59 6,25 178,05 7,92 26,65
Campo 1.772,42 78,81 1.774,57 78,95 0,12
Cerrado 87,16 3,88 87,04 3,87 -0,13
Corpo d’água 45,62 2,03 46,03 2,05 0,90
Mata ciliar/galeria 135,29 6,02 135,23 6,02 -0,05
Solo exposto 39,31 1,75 9,95 0,44 -74,68
Total 2.248,97 100,00 2.247,72 100,00 -
Figura 6.3 – Mapa de uso e cobertura do solo da área de estudo A para o ano 2005
108
A Tabela 6.3 apresenta a análise da evolução das classes temáticas para o período de 2005 a
2016 e pode ser visualizada nos mapas de uso e cobertura do solo obtidas pela classificação
temática das imagens nas Figura 6.3 e Figura 6.4, indicando que entre os dois períodos já
analisados, este teve a maior taxa de variação da área urbanizada, 43,68%, o que representa
um aumento de 77,77 km2 nesta classe. No solo exposto houve um incremento de 27,89 km2
em sua área, sendo esta a classe que apresentou maior taxa de variação no referido período
de análise. A variação no tamanho de área representada pela classe solo exposto relaciona-
se as queimadas ocorridas em áreas de campo, o que é bastante comum na região,
principalmente no período de seca, que inicia em meados de maio e se estende até setembro.
Observa-se também um decréscimo de 106,81 km2 na área de campo que, de forma geral,
foi a classe temática que mais perdeu área para as atividades antrópicas (área urbanizada,
solo exposto e agricultura).
Dados do IBGE (2013) demonstram que entre os anos de 2000 e 2007 houve um crescimento
de 19,73% na população do Distrito Federal, passando a ter 2.455.903 habitantes, já entre os
anos 2007 e 2010 o crescimento populacional foi de apenas 4,65%, contabilizando
população de 2.570.160 habitantes no Censo Demográfico de 2010. A região Centro-Oeste
do Brasil continuou seguindo a tendência de crescimento populacional, de 20,81% entre
2000 e 2010, passando para 14.058.094 habitantes contabilizados no Censo Demográfico de
2010.
Tabela 6.3 – Evolução do uso e cobertura do solo por meio das classes temáticas para o
período 2005 - 2016
Área em 2005 Área em 2016 Variação
Classes temáticas
km2 % km2 % (%)
Agricultura 16,85 0,75 20,20 0,90 19,91
Área urbanizada 178,05 7,92 255,82 11,38 43,68
Campo 1.774,57 78,95 1.667,76 74,20 -6,02
Cerrado 87,04 3,87 86,60 3,85 -0,51
Corpo d’água 46,03 2,05 44,19 1,97 -3,99
Mata ciliar/galeria 135,23 6,02 135,26 6,02 0,02
Solo exposto 9,95 0,44 37,84 1,68 280,24
Total 2.247,72 100,00 2.247,67 100,00 -
109
Figura 6.4 – Mapa de uso e cobertura do solo da área de estudo A para o ano 2016
A análise do período completo que compreende os anos de 1985 a 2016 está apresentada na
Tabela 6.4. No ano de 1985 as classes temáticas mais representativas na área de estudo A
eram o campo e a mata ciliar/galeria que, juntas, somavam cerca de 83% da área total. Já no
ano de 2016 as classes temáticas de campo e da área urbanizada foram as mais
representativas, com cerca de 86% da área total. De maneira geral houve uma pequena
diminuição do campo e um significativo aumento na área urbanizada, o que reforça a
ocorrência do processo de urbanização da área. A área urbanizada foi a classe temática que
teve maior incremento de área com 121,38 km2, passando de 134,45 para 255,82 km2. As
classes temáticas de campo e agricultura diminuíram sua área em 64,58 km2 e 60,39 km2,
respectivamente. Apesar da variação ao longo dos anos na análise geral do período, ou seja,
entre os anos de 1985 e 2016, o solo exposto aumentou sua área em apenas 5,36 km2,
passando de 32,48 para 37,84 km2.
Com a consolidação de Brasília, a nova Capital do Brasil, foi gradualmente implantado, pela
Secretaria de Agricultura, na Bacia Hidrográfica do Lago Paranoá, o Plano Agrícola do
Distrito Federal, onde foram criados 25 núcleos rurais, colônias agrícolas e combinados
agrourbanos, que por mais de trinta anos foi de grande importância para Brasília no
110
suprimento de hortaliças, frutas, leite e ovos. Entretanto, durante os anos 80, mas,
principalmente na década de 1990, a maior parte dessas áreas agrícolas sofreram
parcelamento, ocasionando expansão urbana por meio de loteamentos irregulares (Cruz et
al., 2001). Muitos desses núcleos rurais foram implantados na área de estudo, e por essa
razão observou-se durante o período de análise (1985-2016) houve um aumento significativo
da área urbanizada e, em contrapartida, a diminuição de áreas destinadas a agricultura.
Tabela 6.4 – Evolução do uso e cobertura do solo por meio das classes temáticas para o
período 1985 - 2016
Área em 1985 Área em 2016 Variação
Classes temáticas
km2 % km2 % (%)
Agricultura 80,59 3,59 20,20 0,90 -74,93
Área urbanizada 134,45 5,98 255,82 11,38 90,28
Campo 1.732,33 77,07 1.667,76 74,20 -3,73
Cerrado 87,15 3,88 86,60 3,85 -0,63
Corpo d’água 45,47 2,02 44,19 1,97 -2,80
Mata ciliar/galeria 135,22 6,02 135,26 6,02 0,03
Solo exposto 32,48 1,44 37,84 1,68 16,52
Total 2.247,69 100,00 2.247,67 100,00 -
Apesar de apresentar uma das maiores taxas de crescimento populacional da última década,
a região Centro-Oeste corresponde apenas com 7,37% da população nacional em 2010. É
caracterizado pelo predomínio de densidade populacional linear ao longo de estradas, onde
as baixas densidades convivem com densas manchas urbanas, representadas pelas capitais
estaduais e distrital, e com uma dispersão dos demais centros urbanos. O crescimento
populacional está associado a geografia da agricultura mecanizada que, apesar de ser
responsável por um espaço rural com baixas densidades demográficas, ocasionou também
um crescimento demográfico de diversos municípios, por meio de elevadas taxas anuais de
crescimento populacional, sobretudo em suas áreas urbanas. Esses fatos reafirmam uma
estreita associação entre as dinâmicas agrícola e demográfica, com forte repercussão no
crescimento dos centros urbanos nessa região (IBGE, 2013).
Os mapas de uso e cobertura do solo dos anos 2009, 2011 e 2014, para a área de estudo B,
estão apresentados nas Figura 6.5, Figura 6.6 e Figura 6.7.
111
Figura 6.5 – Mapa de uso e cobertura do solo da área de estudo B para o ano 2009
Figura 6.6 – Mapa de uso e cobertura do solo da área de estudo B para o ano 2011
Tabela 6.5 – Evolução do uso e cobertura do solo por meio das classes temáticas para o
período 2009 - 2011
Área em 2009 Área em 2011 Variação
Classes temáticas
km2 % km2 % (%)
Área urbanizada 7,29 15,34 7,56 15,92 3,79
Campo e solo exposto 25,22 53,10 25,17 52,98 -0,20
Corpo d’água 2,91 6,12 2,90 6,11 -0,15
Vegetação 12,08 25,43 11,87 24,99 -1,70
Total 47,49 100,00 47,51 100,00 -
Figura 6.7 – Mapa de uso e cobertura do solo da área de estudo B para o ano 2014
A Tabela 6.6 apresenta as alterações ocorridas no uso e cobertura do solo entre os anos de
2011 e 2014, representadas nas Figura 6.6 e Figura 6.7, respectivamente, sendo a vegetação
113
a classe temática que sofreu a maior alteração, com redução de cerca de 8,64% de sua área,
passando de 11,87 para 10,85 km². As classes temáticas de campo e solo exposto e da área
urbanizada tiveram aumento de área de 0,57 e 0,43 km², respectivamente.
Tabela 6.6 – Evolução do uso e cobertura do solo por meio das classes temáticas para o
período 2011 - 2014
Área em 2011 Área em 2014 Variação
Classes temáticas
km2 % km2 % (%)
Área urbanizada 7,56 15,92 7,99 16,83 5,72
Campo e solo exposto 25,17 52,98 25,74 54,21 2,28
Corpo d’água 2,90 6,11 2,90 6,11 0,03
Vegetação 11,87 24,99 10,85 22,84 -8,64
Total 47,51 100,00 47,49 100,00 -
Tanto na análise visual dos mapas como na tabulação cruzada das classes temáticas
apresentada nas Tabela 6.5, Tabela 6.6 e Tabela 6.7, nota-se que a maior alteração ocorrida
nas classes temáticas de uso e cobertura do solo foi a redução da vegetação observada entre
os anos de 2011 e 2014, devido a implantação e construção da Plano de Expansão do
Paranoá, denominado Paranoá Parque. Na Tabela 6.7 nota-se que a classe temática de
vegetação sofreu uma redução de 10,19%, o que implica em dizer que houve redução de
1,23 km² de área desta classe, que se transformou em área urbanizada e em campo e solo
exposto com acréscimo de 0,71 e 0,43 km², respectivamente.
Tabela 6.7 – Evolução do uso e cobertura do solo por meio das classes temáticas para o
período 2009 - 2014
Área em 2009 Área em 2014 Variação
Classes temáticas
km2 % km2 % (%)
Área urbanizada 7,29 15,34 7,99 16,83 9,72
Campo e solo exposto 25,22 53,10 25,74 54,21 2,08
Corpo d’água 2,91 6,12 2,90 6,11 -0,12
Vegetação 12,08 25,43 10,85 22,84 -10,19
Total 47,49 100,00 47,49 100,00 -
114
6.2. VULNERABILIDADE AMBIENTAL
Por meio da metodologia descrita no item 5.2.2, foi realizada a ponderação dos valores de
vulnerabilidade natural, que resultou na produção dos mapas temáticos de vulnerabilidade
natural baseados nas características de uso e cobertura do solo, de declividade, de pedologia,
de geomorfologia e de geologia. Esses mapas temáticos ponderados foram utilizados para
produzir mapa de vulnerabilidade ambiental das área de estudo A e B, a fim de analisar como
o processo histórico de urbanização pode ter influenciado os aspectos ambientais das áreas
estudadas.
Será apresentado a seguir cada um dos fatores considerados para este estudo e sua devida
ponderação, tanto para a área de estudo A como para B. A reclassificação da vulnerabilidade
foi definida de acordo com a Tabela 5.6, sendo que a classe muito baixa foi definida com
grau de vulnerabilidade estável e com valores de 1,0 a 1,3; a classe baixa representa áreas
com grau de vulnerabilidade moderadamente estável e com valores de 1,4 a 1,7; a classe
moderada representa áreas com grau de vulnerabilidade medianamente estável/vulnerável e
com valores entre 1,8 e 2,2; a classe alta representa áreas com grau de vulnerabilidade
moderadamente vulnerável e com valores de 2,3 a 2,6; por fim, a classe muito alta representa
áreas com grau de vulnerabilidade vulnerável e com valores de 2,7 a 3,0.
A Figura 6.9 indica a distribuição espacial das classes de vulnerabilidade natural, por meio
das características do uso e cobertura do solo para o ano de 2014 na área de estudo B, sendo
que 13,75 km² (28,95%) faz parte da classe muito baixa de vulnerabilidade natural; a
vulnerabilidade natural classificada como moderada é a de menor representação com apenas
7,99 km², ou seja, 16,83% da área total; a vulnerabilidade natural classificada como alta
representa a maior parte da área de estudo B, com 54,21%, o que equivale a 25,74 km², esta
área é classificada como área de campo e solo exposto, que devido à ausência de vegetação
ou sua baixa densidade pode contribuir para o erosão do solo. Não há representação das
classes baixa e muito alta vulnerabilidade natural.
116
Figura 6.9 – Mapa de vulnerabilidade natural segundo o uso e cobertura do solo - área de
estudo B
b) Declividade
117
Figura 6.10 – Mapa de declividade - área de estudo A
118
A distribuição espacial das classes de vulnerabilidade natural segundo a declividade para a
área de estudo B, está representada na Figura 6.13, indica que 6,39 km² (13,46%) da área
pertence à classe de vulnerabilidade natural muito baixa; enquanto 29,21 km² (61,53%) da
área é classificada com de vulnerabilidade natural baixa, sendo esta a classe mais
representativa; a classe de vulnerabilidade natural moderada é indicada em 10,16 km²
(21,39%) da área; 1,69 km² (3,55%) pertence à classe de vulnerabilidade natural alta; e, a
classe de vulnerabilidade natural muito alta é a menos representativa em termo de área, visto
que apenas 0,08% da área pertence a essa classe, o que equivale a 0,037 km².
119
Figura 6.13 – Mapa de vulnerabilidade natural segundo a declividade - área de estudo B
c) Pedologia
A ponderação dos valores do fator pedologia foi realizado seguindo a descrição da Tabela
5.9 e resultou no mapa de vulnerabilidade natural segundo a pedologia da área de estudo A
apresentado na Figura 6.14, que indica que a grande parte da área de estudo (66,36%)
apresenta vulnerabilidade natural muito baixa, principalmente devido a presença de
latossolo, por ser o tipo de solo mais representativo na área e por não apresentar
características que possam indicar alto grau de vulnerabilidade a erosão. Não há área com
baixa vulnerabilidade natural; a classe moderada encontra-se apenas em 1,05% da área; alta
vulnerabilidade natural é representada por 28,06%, o que equivale a 631,36 km²; e a classe
muito alta corresponde a 4,54% da área total.
120
Figura 6.14 – Mapa de vulnerabilidade natural segundo a pedologia - área de estudo A
121
Figura 6.15 – Mapa de vulnerabilidade natural segundo a pedologia - área de estudo B
d) Geomorfologia
A geomorfologia sofreu ponderação dos valores para sua reclassificação de acordo com a
Tabela 5.10, que resultou nos mapas de vulnerabilidade natural segundo a geomorfologia da
área de estudo A e da área de estudo B, que serão descritos a seguir.
122
Figura 6.16 – Mapa de vulnerabilidade natural segundo a geomorfologia - área de estudo A
123
Figura 6.17 – Mapa de vulnerabilidade natural segundo a geomorfologia - área de estudo B
e) Geologia
O fator de geologia foi reclassificado de acordo com a análise da litologia local e com o
auxílio da Tabela 5.11. A distribuição espacial das classes de vulnerabilidade natural
segundo a geologia para as áreas de estudo A e B está apresentada nas Figura 6.18 e Figura
6.19, respectivamente.
124
Figura 6.18 – Mapa de vulnerabilidade natural segundo a geologia - área de estudo A
125
Figura 6.19 – Mapa de vulnerabilidade natural segundo a geologia - área de estudo B
Os critérios utilizados para definir o grau de importância dos cinco fatores analisados foram,
o levantamento bibliográfico, a escala e a resolução espacial dos dados utilizados, que
resultaram na construção da matriz de comparação pareada apresentada na Tabela 6.8. A
relação entre os fatores é definida pela comparação dos mesmos, de forma pareada, sendo
assim, o método AHP interpreta matematicamente esses valores e define uma hierarquização
imparcial (Pinese Júnior e Rodrigues, 2012).
O uso e cobertura do solo foi definido como o fator de maior importância, por estar associado
aos impactos ambientais resultantes da ação antrópica, principalmente com relação a retirada
da cobertura vegetal, fato observado com a classificação temática das imagens das áreas de
estudo. A declividade é o fator seguinte em grau de importância, devido sua influência nas
formas de relevo, podendo favorecer o arraste de sedimentos da superfície do solo decorrente
principalmente da ação da chuva, potencializada em áreas com maiores declividades.
A Tabela 6.9 apresenta a matriz normalizada e o peso relativo de cada fator considerado,
sendo que a primeira foi definida por meio da divisão de cada elemento da matriz de
comparação pareada pela somatória da coluna em questão; já o peso relativo foi obtido por
meio da somatória de cada linha da matriz normalizada dividido pela ordem da matriz.
1 3 5 5 7 0,497 2,614
1/3 1 3 3 5 0,245 1,277
𝐴𝑤 = 1/5 1/3 1 1 3 𝑥 0,105 = 0,532
1/5 1/3 1 1 3 0,105 0,532
[1/7 1/5 1/3 1/3 1] [0,047] [0,273]
𝑛
1 [𝐴𝑤]
𝜆𝑚𝑎𝑥 = ∑
𝑛 𝑃𝑖
𝑖=1
(𝜆𝑚𝑎𝑥 − 𝑛)
𝐼𝐶 =
(𝑛 − 1)
(5,1274 − 5)
𝐼𝐶 =
(5 − 1)
𝐼𝐶 = 0,0318
𝐼𝐶
𝑅𝐶 =
𝐼𝑅
128
0,0318
𝑅𝐶 =
1,12
𝑅𝐶 = 0,0284
Saaty (1980) defende que o valor de razão de consistência seja menor que 0,10, portanto os
pesos utilizados para o modelo são aceitáveis, visto que a razão de consistência calculada foi
de 0,0284. A diminuição da subjetividade na determinação dos pesos relativos e a análise do
grau de coerência adotado pelo usuário por meio da razão de consistência, são apontados
como vantagens da utilização do método (Pinese Júnior e Rodrigues, 2012).
Com a definição e validação dos pesos dos fatores, o mapa de vulnerabilidade ambiental da
área foi produzido pela Equação (5.8):
Os dados descritos e detalhados a seguir fazem referência a Tabela 6.10, que contém a
distribuição das classes de vulnerabilidade ambiental das áreas de estudo A e B, em termos
de área e porcentagem de área.
129
de áreas com classe temática de agricultura e área urbanizada. A classe de vulnerabilidade
ambiental moderada representa mais da metade da área de estudo A, com aproximadamente
61,31% da área total, cerca de 1.376,05 km² e está associada a presença de classe temática
campo. As áreas com classe de vulnerabilidade ambiental alta é de 17,10% da área total,
com 383,86 km². A classe de vulnerabilidade muito alta representa 0,32% da área total, ou
seja, 7,13 km².
130
Figura 6.21 – Mapa de vulnerabilidade ambiental - área de estudo B
131
A classe de vulnerabilidade ambiental alta está presente em 3,46 km², o que representa 7,30%
da área de estudo B, com uso do solo na classe temática campo, com declividade de 2 a 20%,
ou seja, de baixa a média, presença de latossolo vermelho, latossolo vermelho-amarelo e
cambissolo, sendo a geomorfologia e a geologia com características variadas. Não há
representação da classe de vulnerabilidade ambiental muito alta. Pinese Júnior e Rodrigues
(2012) corroboram os resultados obtidos, já que concluíram que nas áreas classificadas com
vulnerabilidade muito alta os riscos ambientais aumentam.
Por meio da análise visual do mapa de temperatura da superfície terrestre da Figura 6.22
observou-se para data de obtenção da imagem Landsat, 18 de setembro de 1985, que as
temperaturas predominantes na área da imagem variavam entre 29 a 33 ºC, com média de
temperatura em torno de 30 ºC. Não houve precipitação neste dia, nem nos dias antecedentes
a este, e foi registrado durante o mês de setembro 55,2 mm de precipitação, distribuído
durante sete dias.
As temperaturas mais baixas foram identificadas em áreas representados pela classe temática
corpo d’água, sendo elas de no máximo 21 °C; as classes temáticas de agricultura e mata
ciliar/galeria apresentaram temperatura de superfície terrestre entre 21 a 25 °C; a classe
temática área urbanizada tiveram as temperatura variando entre 27 a 31 °C; as classes
temáticas com temperaturas mais elevadas e mais variáveis, acima de 27 °C foram campo,
cerrado e solo exposto; indicativo de que áreas vegetadas tendem a apresentar temperaturas
mais baixas do que área com pouca ou sem nenhuma vegetação.
132
Figura 6.22 – Mapa de temperatura aparente da superfície terrestre em 18 de setembro de
1985 - área de estudo A
Por meio da análise visual do mapa de temperatura da superfície terrestre, na Figura 6.23,
observou-se para data de obtenção da imagem Landsat, 14 de setembro de 1995, que as
temperaturas predominantes estavam em torno de 27 a 29 °C, sendo a média de
aproximadamente 28 ºC. Não houve precipitação neste dia, nem nos dias antecedentes a este,
e a precipitação mensal foi a mais baixa registrada (0,6 mm) entre os meses de setembro de
1985, 1995, 2005 e 2016, que se distribuiu em apenas 2 dias. Apesar da densidade
populacional, o Plano Piloto de Brasília é bastante arborizado, e de acordo com Jenerette et
al. (2016) a vegetação tem significativo efeito de resfriamento em área urbanizada, o que
justifica o predomínio de temperatura de superfície em torno de 26 a 28 °C.
A Figura 6.23 demonstra que a classe temática corpo d’água apresenta as menores
temperaturas, entre 19 a 23 °C; em seguida tem-se as classes temáticas de agricultura e mata
cilar/galeria, com temperaturas de superfície terrestre variando entre 21 a 25 °C; a classe
temática cerrado apresentou temperatura variando entre 25 e 27 °C; a classe temática área
urbanizada tiveram as temperatura variando entre 25 e 29 °C; as classes temáticas campo e
133
solo exposto apresentaram temperaturas variando entre 27 a 37 °C, e assim como observado
em 1985 estas foram as classes temáticas com temperaturas mais elevadas.
A Figura 6.24 demonstra que a classe temática corpo d’água apresenta as menores
temperaturas, sendo elas no máximo 17 °C; em seguida tem-se as classes temáticas de
agricultura e mata cilar/galeria, com temperaturas de superfície terrestre variando entre 17 a
134
19 °C; as classes temáticas cerrado, campo, área urbanizada e solo exposto apresentaram
temperatura variando entre 21 e 29 °C.
Por meio da análise visual do mapa de temperatura da superfície terrestre da Figura 6.25,
observou-se para data de obtenção da imagem Landsat, 07 de setembro de 2016, a maior
parte das temperaturas estavam em torno de 29 a 33 °C, sendo a temperatura média para este
dia de 31,5°C. A precipitação registrada neste mês é exatamente igual a setembro de 2005,
que foi distribuída em 5 dias, não havendo registro de volume precipitado no dia 07, nem
nos dias antecedentes a este no mês de setembro.
135
seguida tem-se as classes temáticas de agricultura e mata ciliar/galeria, com temperaturas de
superfície terrestre variando entre 23 a 27 °C; a classe temática área urbanizada tiveram as
temperatura variando entre 27 e 31 °C; as classes temáticas campo, cerrado e solo exposto
apresentaram temperaturas superiores a 27 °C.
A precipitação registrada para os meses de setembro dos anos estudados esteve em torno de
55 mm, o valor se aproximou da média para o mês, de 43,81 mm, calculada a partir da série
136
histórica de precipitação, entre os anos de 1980 e 2016. O ano de 1995 é uma exceção ao
observado neste estudo, já que a precipitação registrada foi muito abaixo da média, inferior
a 1 mm, fato este que não é incomum para a região, pois já foram registrados meses de
setembro que não houve precipitação (0 mm), podendo estar relacionado a fenômenos
climáticos, como El Niño e La Niña.
O mês de julho foi escolhido para proceder com as análises de temperatura da superfície
terrestre, por essa razão, foram utilizadas imagens do infravermelho termal do Landsat 5 de
18/07/2009 e 24/07/2011; e do Landsat 8 de 16/07/2014.
A escolha do mês e do dia das imagens utilizadas nesta etapa dependeu dos dados históricos,
de 1980 a 2016, disponíveis no website do INMET (2017), da estação meteorológica mais
próxima ao local de estudo, a Estação Brasília. Por meio da análise da precipitação da série
histórica observou-se que a média mensal foi de 5,13 mm em junho, 5,35 mm em julho,
20,07 mm em agosto e 43,81 mm em setembro. Desta forma o mês de junho foi, em média,
o que apresentou menor precipitação, porém para os anos de interesse, o mês de julho foi o
com menores índices pluviométricos, e por isso foi o escolhido, sendo que neste mês não
houve precipitação em 2009 e 2011, e em 2014 a precipitação foi de 7,9 mm. Os demais
dados meteorológicos da Estação Brasília para a data que as imagens do Landsat foram
adquiridas estão apresentadas na Tabela 6.11.
137
Por meio da análise visual do mapa de temperatura da superfície terrestre, da Figura 6.26,
observou-se para a data da obtenção da imagem Landsat, 18 de julho de 2009, que a área de
estudo B apresenta uma temperatura média de 24,2 ºC, com mínima de 19,65 °C e máxima
de 30,98 °C, onde observou-se predomínio de temperatura na faixa de 25 a 26 °C.
Como esperado, a classe temática corpo d’água foi a que apresentou as menores
temperaturas, inferiores a 22 °C. Com relação a classe temática vegetação, onde apresentou-
se mais densa, principalmente na área de reflorestamento de Pinus sp., a temperatura foi
mais amena, entre 19 a 21 °C, e observou-se ainda que do centro para as bordas da classe de
vegetação houve um aumento gradativo da temperatura até a faixa de 24 °C, sendo assim a
classe temática de vegetação teve variação de temperatura de 19 a 24 °C.
Por sua vez, a classe temática de área urbanizada apresentou temperaturas entre 25 a 29 °C.
A classe temática campo e solo exposto foi a que indicou temperaturas mais elevadas, acima
de 27 a 31 °C, devido à baixa densidade de vegetação e a presença áreas degradadas onde o
solo apresenta-se exposto sem nenhum tipo de cobertura vegetal, corroborando os resultados
obtidos por Sousa e Ferreira (2012) que relataram que áreas com cobertura de solo exposto,
como áreas de plantio, queimadas e bairros sem cobertura asfáltica respondem pelas maiores
temperaturas registradas.
138
Figura 6.26 – Mapa de temperatura aparente da superfície terrestre em 18 de julho de 2009
área de estudo B
Por meio da análise visual do mapa de temperatura as superfície terrestre da Figura 6.28
observou-se que, para data de obtenção da imagem Landsat, 16 de julho de 2014, as
temperaturas predominantes estavam em torno de 23 e 24 °C, sendo a média de
aproximadamente 23 ºC, a mínima de 18,6 °C e máxima de 31,26 °C.
140
Figura 6.28 – Mapa de temperatura aparente da superfície terrestre em 16 de julho de 2014
área de estudo B
Para otimizar a modelagem e realiza-la de maneira mais satisfatória possível, nesta etapa,
foram realizados 6 diferentes testes de modelagem de dinâmica ambiental, que serão
descritos a seguir na Tabela 6.12.
143
As dificuldades de alcançar resultados satisfatórios na fase de simulação decorrem da alta
resolução espacial das imagens de satélite utilizadas na confecção dos mapas de uso e
cobertura de solo (1 metro), que torna a modelagem dinâmica ambiental mais demorada e
menos precisa. Considerando isto, os mapas de entrada do teste T3 foram reamostrados para
que o pixel passasse de 1 metro para 5 metros de resolução espacial, com isso a similaridade
entre o mapa real e simulado foi de 73% para a janela com tamanho de 15x15 pixels. Porém,
considerando que nessa janela a resolução é de 75 metros, esta abordagem acaba por não ser
muito interessante visto que a alta similaridade foi alcançada em detrimento da qualidade da
resolução espacial.
Por sua vez, entre os anos de 2009 e 2011 não houveram mudanças representativas no uso e
cobertura do solo, afirmativa que não representa o observado entre os anos de 2011 e 2014.
Diante disto, mesmo que a simulação utilizando os mapas de uso e cobertura do solo dos
anos de 2009 e 2011 alcançasse um valor de similaridade acima de 50%, a revalidação da
simulação, feita utilizando os mesmos parâmetros dos autômatos celulares (AC), Patcher e
Expander, e probabilidade, para os mapas de uso e cobertura do solo dos anos de 2011 e
2014 não representaram de forma adequada as mudanças nesse período, já que estas datas
foram mais significativas devido à retirada de vegetação para implantação do Plano de
Expansão do Paranoá. Por essas razões, buscou-se construir o modelo da dinâmica ambiental
do uso e cobertura do solo utilizando os mapas de uso e cobertura do solo dos anos de 2011
e 2014, como mapa inicial e final, respectivamente.
O teste T4, indicou que a similaridade encontrada foi de no máximo 50%, utilizando os
mapas de uso e cobertura dos anos de 2011 e 2014 que não haviam passado pelo processo
de pós-classificação, estando ainda com cinco classes temáticas. Com as imagens pós-
classificadas realizou-se o T5, que indicou valores de similaridade muito baixa, em torno de
38%. Na busca da otimização, buscou-se focar a modelagem da dinâmica ambiental na área
que mais houve mudanças durante o período de análise, ou seja, nas proximidades do
Paranoá Parque. Esta análise foi proposta visto que em 2014 o empreendimento não havia
sido concluído e a área ainda estava sujeita às pressões antrópicas e, portanto, às mudanças
no uso e cobertura do solo, e, a partir desses dados podem ser gerados os cenários
prospectivos de curto prazo.
Foi realizado, então, o teste T6, onde notou-se aumento da similaridade entre o mapa real e
o mapa simulado, alcançando 46%. No teste T6 os mapas de uso e cobertura do solo foram
144
recortados em uma área menor, envolvendo apenas as proximidades do Paranoá Parque
como apresentado na Figura 6.29, que foram utilizadas na simulação 3 classes temáticas de
uso e cobertura do solo, as classes temáticas área urbanizada, campo e solo exposto e
vegetação.
Figura 6.29 – Mapa das áreas utilizadas na modelagem da dinâmica ambiental do uso e
cobertura do solo da área de estudo B
Nas etapas seguintes está representada a modelagem dinâmica ambiental do uso e cobertura
do solo da área de estudo B para os testes T5 e T6 e os testes com corte diagonal (T6_inf e
T6_sup). Os procedimentos para calibração do modelo foram divididos em duas etapas, o
cálculo das matrizes de transição e a obtenção dos pesos de evidência, que são apresentados
a seguir.
145
a) Cálculo das matrizes de transição
As matrizes de transição de passo único e de passos múltiplos, dos testes T5, T6, T6_inf e
T6_sup, estão apresentadas e descritas a seguir. A Tabela 6.13 representa a matriz de
transição de passo único para o T5, considerando o período (passo) de tempo de três anos.
A maior taxa de transição foi observada da classe temática de vegetação para classe temática
de campo e solo exposto, de 7,15%, seguida de 1,76% que corresponde a taxa de transição
estimada da classe temática de vegetação para a classe temática de área urbanizada e, por
fim, a mudança da classe temática campo e solo exposto para classe temática de área
urbanizada, definida com 1,07% de porcentagem de transição. Para as demais classes
temáticas, a taxa de transição foi de zero, ou próxima a zero, o que significa de não houve
mudanças significativas no período para essas classes temáticas.
A Tabela 6.14 representa a matriz de transição de passos múltiplos para o teste T5, com a
taxa de transição para o passo de tempo de um ano, da classe temática de vegetação para a
classe temática de campo e solo exposto foi de 2,74%; da classe temática de vegetação para
a classe temática de área urbanizada foi de 0,60%; e da classe temática de campo e solo
exposto para classe temática de área urbanizada foi de 0,36%. As transições entre as demais
classes temáticas foram suficientemente pequenas para serem consideradas.
A Tabela 6.16 representa a matriz de transição de passos múltiplos para o teste T6, a taxa de
8,56% representa a transição da classe temática de vegetação para a classe temática de campo
e solo exposto; a transição da classe temática de campo e solo exposto para a classe temática
de área urbanizada ocorreu com taxa de 2,25%; e da classe temática de vegetação para a
classe temática de área urbanizada foi de 1,87%. Observa-se aumento nos valores de taxa de
transição quando comparados aos dados resultantes do T6, devido à diminuição da área
utilizada na modelagem da dinâmica, onde encontram-se significativas mudanças no uso e
cobertura do solo.
A Tabela 6.17 representa a matriz de transição de passo único para o teste T6_inf (imagem
da diagonal inferior), em que a taxa de transição foi de: 2,30% entre a classe temática de
área urbanizada e a classe temática de campo e solo exposto; 1,45% entre a classe temática
de vegetação e a classe temática de campo e solo exposto; 0,8% entre a classe temática de
área urbanizada e a classe temática de vegetação; 0,49% entre a classe temática de campo e
solo exposto e a classe temática de área urbanizada; 0,14% da classe temática campo e solo
exposto para a classe temática de vegetação; e não houve transição entre a classe temática
de vegetação para a classe temática de área urbanizada.
147
Tabela 6.17 – Matriz de transição de passo único – T6_inf
Classes temáticas Área urbanizada Campo e solo exposto Vegetação
Área urbanizada - 0,0230 0,0008
Campo e solo exposto 0,0049 - 0,0014
Vegetação 0,0000 0,0145 -
A Tabela 6.18 representa a matriz de transição de passos múltiplos para o teste T6_inf, em
que a taxa de transição foi de 0,77% entre a classe temática de área urbanizada e a classe
temática de campo e solo exposto; 0,49% entre a classe temática de vegetação para a classe
temática de campo e solo exposto; 0,03% entre a classe temática de área urbanizada para a
classe temática de vegetação; 0,17% entre a classe temática de campo e solo exposto para a
classe temática de área urbanizada; 0,05% entre a classe temática de campo e solo exposto
para a classe temática de vegetação; e não houve transição entre a classe temática de
vegetação para a classe temática de área urbanizada.
A Tabela 6.19 representa a matriz de transição de passo único para o teste T6_sup (imagem
da diagonal superior), a maior taxa foi representada pela transição entre a classe temática de
vegetação para a classe temática de campo e solo exposto, que foi de 47,81%. Entre a classe
temática de campo e solo exposto para a classe temática de área urbanizada a taxa foi de
12,50%; entre a classe temática de vegetação para a classe temática de área urbanizada, a
taxa de transição foi de 12,27%; entre a classe temática de área urbanizada para a classe
temática de campo e solo exposto, a transição foi de 0,86%; enquanto entre a classe temática
de campo e solo exposto para a classe temática de vegetação foi de 0,05%; e a taxa de
transição entre a classe temática de área urbanizada para a classe temática de vegetação foi
de 0,02%.
148
Tabela 6.19 – Matriz de transição de passo único – T6_sup
Classes temáticas Área urbanizada Campo e solo exposto Vegetação
Área urbanizada - 0,0086 0,0002
Campo e solo exposto 0,1250 - 0,0005
Vegetação 0,1227 0,4781 -
A Tabela 6.20 representa a matriz de transição de passos múltiplos para o teste T6_sup, as
taxas de transição foram de: 22,12% entre a classe temática de vegetação para a classe
temática de campo e solo exposto; 4,37% entre a classe temática de campo e solo exposto
para a classe temática de área urbanizada; 4,26% entre a classe temática de vegetação para
a classe temática de área urbanizada; 0,30% entre a classe temática de área urbanizada para
a classe temática de campo e solo exposto; 0,02% entre a classe temática de campo e solo
exposto para a classe temática de vegetação; e 0,01% entre a classe temática de área
urbanizada para a classe temática de vegetação.
O método dos pesos de evidência foi utilizado para calcular as probabilidades de transição
de cada célula na fase de calibração do modelo da dinâmica ambiental do uso e cobertura do
solo, e por meio dos mapas de variáveis estáticas e dinâmicas foi gerado o esqueleto para o
cálculo dos pesos de evidência. Nesta etapa definiram-se os intervalos ou faixas de distância
das variáveis estáticas para cada transição encontrada, incluindo as distâncias até as classes
de uso identificadas. O esqueleto estabelece as melhores faixas de distância para o cálculo
dos pesos de evidência a partir da função Determine Weights of Evidence Ranges, do sistema
Dinamica EGO. O arquivo com o esqueleto dos pesos foi utilizado juntamente com o cubo
raster e os mapas inicial e final para o cálculo dos coeficientes dos pesos de evidência. Nesse
modelo, o operador Calc Distance Map também foi usado para inclusão dos mapas de
distância até as classes. O cálculo dos coeficientes dos pesos de evidência foi realizado por
meio da função Determine Weights of Evidence Coefficients.
149
Para utilização do método de pesos de evidência, as variáveis devem ser espacialmente
independentes entre si. A correlação entre os pares de variáveis foi verificada pelo cálculo
do Índice de Cramer (V), que como entrada utilizou mapa de uso e cobertura do solo inicial
(ano 2011), os mapas do cubo raster e os coeficientes dos pesos de evidência. As planilhas
resultantes contendo a descrição dos pares de variáveis e o resultado correspondente ao teste
estão apresentadas no Apêndice A.
Como não há consenso na literatura sobre o valor que deve ser considerado para corte da
variável, e considerando que maior correlação é representada quanto maior for o valor,
definiu-se, então, que valores superiores a 0,5 resultaria na exclusão da variável da análise.
Observou-se então, que nenhum dos pares de variáveis apresentou grau de correlação
superior a 0,4, o que indica independência entre os mapas.
a) Modelo de simulação
Foram adotados os valores de área em hectare dos parâmetros Mean Patch Size (tamanho
médio), Patch Size Variance (variância) e Patch Isometry (isometria) para os AC Patcher e
Expander, que são responsáveis pelo surgimento de novas manchas e pela expansão e
contração de manchas de células de cada classe, respectivamente. A escolha desses
parâmetros foi realizada após múltiplas tentativas de variação dos mesmos, de forma a
produzir diferentes padrões espaciais de mapa simulado, que foram comparados ao mapa
real de uso e cobertura, primeiramente por análise visual e, em seguida, por valores de
similaridade, até alcançar valores aceitáveis de similaridade.
150
No teste T5 foram percebidas dificuldade de simulação, principalmente devido à
heterogeneidade espacial da transição das classes temáticas, conforme apresentado no item
anterior, onde determinadas classes temáticas demonstraram elevadas taxas de transição,
enquanto para outras classes temáticas, praticamente não houve mudanças. Por essa razão,
para o T5, os parâmetros dos AC Patcher e Expander foram definidos considerando,
individualmente, a taxa de transição de uma classe para outra, e estão apresentados na Tabela
6.21.
Os valores escolhidos tanto para os AC Expander como para o Patcher, dos testes T6, T6_inf
e T6_sup foram de: 0,01 para Mean Patch Size, 0,02 para Patch Size Variance, 1,5 para
Patch Isometry e 0,8 para a probabilidade de transição. Esses parâmetros apresentados serão
utilizados na obtenção dos cenários prospectivos, descritos a diante. Os mapas de uso e
151
cobertura do solo do ano de 2014 simulados utilizando os parâmetros escolhidos por meio
do Dinamica EGO estão apresentados na Figura 6.30.
Figura 6.30 – Mapas de uso e cobertura do solo simulados para o ano de 2014
152
b) Validação do modelo de simulação
Os mapas de uso e cobertura do solo do ano de 2014 simulados apresentados no item anterior
foram comparados com o mapa de uso e cobertura do solo do ano de 2014 obtido com os
algoritmos de classificação temática de imagens. Nesta etapa aplicou-se o método de
diferença e similaridade baseada na lógica Fuzzy, para calcular os erros e acertos do modelo
da dinâmica ambiental do uso e cobertura do solo. Nesta fase, os mapas de entrada foram os
de uso e cobertura do solo inicial (ano de 2011), final real (ano de 2014) e o simulado (ano
de 2014).
Na Tabela 6.22 observa-se os valores de similaridade mínima obtidos por meio das funções
de decaimento constante com diferentes tamanhos de janela de pixels, para o modelo entre
os anos de 2011 e 2014 dos testes de simulação T5, T6, T6_inf e T6_sup.
Na análise dos mapas de uso e cobertura do solo notou-se que a transição de uma classe
temática não se dá de forma homogênea na área de estudo B, indicando mudanças
consideráveis em alguns locais específicos, principalmente, devido a característica de
morfologia dispersa da área urbanizada, resultando na heterogeneidade espacial das
mudanças nas classes temáticas. Isto pode ter incrementado as dificuldades encontradas na
fase de simulação dos dados do teste T5, que resultou em similaridade abaixo de 50%,
mesmo quando foi considerada a janela de pixels de 15 metros.
153
Observou-se ainda que a medida que o tamanho da área utilizada na modelagem da dinâmica
ambiental do uso e cobertura do solo diminuiu, houve um aumento gradativo no valor de
similaridade. O teste T5 realizado na área de estudo B e, portanto, com área de 47,49 km²,
apresentou similaridade máxima de 38%; enquanto a similaridade do teste T6 foi de 46%,
sendo este realizado em área total de 5,44 km², proveniente de um corte na área de estudo
B; já para os testes T6_inf e T6_sup, a maior similaridade encontrada foi de 61% e 60%,
respectivamente, sendo de 2,72 km² a área dos dados de entrada para cada uma das duas
simulações.
De forma geral, não foram observadas formações de classes temáticas de uso e cobertura do
solo (manchas) em tamanho e quantidade suficiente para representar bem as mudanças que
ocorreram. Quando testou-se aumentar os valores de tamanho médio, variância e isometria,
houve redução de similaridade. Os testes T6_inf e T6_sup obtiveram os melhores valores de
similaridade, o primeiro atingiu similaridade de 50% quando considerada a resolução de 11
metros, já o segundo com a resolução de 1 metro a similaridade foi de 51%. Ambos possuem
mapas iniciais de uso e cobertura do solo com poucas áreas urbanizadas. Corroborando os
resultados de Trentin e Freitas (2010) que destacam o desempenho apropriado do Dinamica
EGO, sobretudo em aplicações relacionadas ao desmatamento; todavia, nas áreas que
concentram maior detalhamento, como em área urbanas, a criação de manchas de classes
temáticas de uso e cobertura do solo pela simulação não representa bem a realidade.
154
No T6_sup o desmatamento de uma grande área de vegetação para o estabelecimento do
Paranoá Parque, ocorrida em um período curto de tempo (2 anos), pode ser um fator que
dificulta a modelagem da dinâmica ambiental do uso e cobertura do solo, e demandaria a
inclusão de variáveis específicas que pudessem explicar espacialmente esse comportamento.
Outro fator relevante é a alta resolução das imagens de satélites utilizadas na produção dos
mapas temáticos de uso e cobertura do solo que foi um fator positivo na etapa de
classificação temática, porém pode ter dificultado o processo de modelagem da dinâmica
ambiental do uso e cobertura do solo, tendo em vista a dificuldade de se alcançar valores de
similaridade acima de 50% entre o mapa real de uso e cobertura do solo e o seu
correspondente simulado no sistema Dinamica EGO. O que implica também em um aumento
significativo no tempo requerido nas etapas de simulação computacional, sendo que quanto
maior a imagem e o número de classes temáticas maior também será esse tempo de
processamento.
155
Figura 6.31 – Mapa de uso e cobertura do solo simulado para o ano de 2019 - teste T5
Na Tabela 6.23 observa-se que apenas a classe temática vegetação diminuiu sua área, em
aproximadamente 14%, enquanto nas demais classes temáticas houve aumento de área em
taxas percentuais de 8,63% e 3,16% para as classes temáticas de área urbanizada e de campo
e solo exposto, respectivamente.
Tabela 6.23 – Área das classes temáticas de uso e cobertura do solo para T5
Área em 2014 Área em 2019 Variação
Classes temáticas
km2 % km2 % (%)
Área urbanizada 7,99 16,83 8,68 18,29 8,63
Campo e solo exposto 25,74 54,21 26,56 55,92 3,16
Corpo d’água 2,90 6,11 2,91 6,13 0,23
Vegetação 10,85 22,84 9,34 19,67 -13,90
Total 47,49 100,00 47,49 100,00 -
A Figura 6.32 apresenta o cenário prospectivo simulado para o uso e cobertura do solo para
2019 a partir do modelo calibrado pelos testes T6, T6_inf e T6_sup. Nas Tabela 6.24, Tabela
6.25 e Tabela 6.26 estão apresentados os valores de área para cada uma das classes temáticas
156
de uso e cobertura do solo, evidenciando assim como as modificações ocorridas entre o mapa
real de uso e cobertura do solo do ano de 2014 e para o mapa simulado para o ano de 2019.
Figura 6.32 – Mapas de uso e cobertura do solo simulados para o ano de 2019 com os
testes T6, T6_inf e T6_sup
157
Tabela 6.24 – Área das classes temáticas de uso e cobertura do solo para T6
Área em 2014 Área em 2019 Variação
Classes temáticas
km2 % km2 % (%)
Área urbanizada 0,60 10,99 1,07 19,75 79,73
Campo e solo exposto 2,57 47,29 3,05 56,13 18,68
Vegetação 2,27 41,72 1,31 24,12 -42,18
Total 5,44 100,00 5,44 100,00 -
A Tabela 6.25 demonstra que o T6_inf foi o modelo que apresentou como um todo as
menores variações, sendo o aumento de 33,74% da classe temática área urbanizada, a
alteração mais significa, porém com a área utilizada para simulação é pequena o aumento
foi de apenas 0,01 km² do mapa de uso e cobertura do solo do ano de 2014 para o de 2019.
A classe temática campo e solo exposto aumento de área foi de 3,13%, já a classe temática
da vegetação reduziu em 2,29%.
Tabela 6.25 – Área das classes temáticas de uso e cobertura do solo para T6_inf
Área em 2014 Área em 2019 Variação
Classes temáticas
km2 % km2 % (%)
Área urbanizada 0,02 0,81 0,03 1,08 33,74
Campo e solo exposto 1,00 36,85 1,03 38,00 3,13
Vegetação 1,69 62,34 1,66 60,92 -2,29
Total 2,72 100,00 2,72 100,00 -
A Tabela 6.26 demonstra que houve aumento da classe temática área urbanizada, passando
de 0,58 para 0,99 km², assim como na da classe temática campo e solo exposto, que passou
de 1,57 km² em 2014 para 1,60 km² em 2019. Ao contrário da classe temática vegetação,
que diminuiu de 0,57 para 0,13 km², o que representa variação de 78,18%.
Tabela 6.26 – Área das classes temáticas de uso e cobertura do solo para T6_sup
Área em 2014 Área em 2019 Variação
Classes temáticas
km2 % km2 % (%)
Área urbanizada 0,58 21,15 0,99 36,53 72,69
Campo e solo exposto 1,57 57,72 1,60 58,86 1,97
Vegetação 0,57 21,12 0,13 4,61 -78,19
Total 2,72 100,00 2,72 100,00 -
158
Entre os anos de 2011 e 2014 ocorreu a construção do empreendimento Paranoá Parque,
sendo, portanto, incorporado ao processo de modelagem da dinâmica ambiental do uso e
cobertura do solo, podendo resultar no incremento nas taxas de transição das classes
temáticas de vegetação e área urbanizada. Os resultados apresentados demonstraram que,
independente dos parâmetros e do tamanho da área que utilizados para a geração dos cenários
prospectivos, houve aumento da área urbana, o que na maioria das vezes aconteceu em
decorrência da supressão da cobertura vegetal local.
A simulação realizada por meio do sistema Dinamica EGO foi considerada satisfatória, já
que os resultados obtidos apontam para a importância do desenvolvimento e aplicação de
políticas públicas de uso e ocupação do solo mais rígidas na região, considerando ainda, a
legislação ambiental pertinente e a capacidade do meio ambiente de absorver as demandas
por infraestrutura. Diante disto, ressalta-se a importância de estudar o comportamento e
evolução da paisagem, por meio de levantamentos de uso e cobertura do solo, visando gerar
resultados que possam auxiliar as lideranças responsáveis por tomar decisões voltadas para
o planejamento da ocupação do território de forma a minimizar os possíveis impactos
gerado.
159
6.5.1. Delimitação e parâmetros da bacia hidrográfica
A Figura 6.33 representa a bacia hidrográfica do Córrego Taquari e a Tabela 6.27 indica seus
parâmetros morfológicos, ambos foram definidos conforme os procedimentos apresentados
por Almeida et al. (2013), com o auxílio do software ArcGIS.
𝛥𝐻 1120 − 1004
𝑆= = = 0,035 𝑚/𝑚
𝐿 3283,69
160
6.5.2. Modelagem dinâmica ambiental na bacia hidrográfica do Córrego Taquari
A tabulação cruzada dos mapas de uso e cobertura do solo inicial (ano 2011) e final (ano
2014) resultou na matriz de passo único, apresentada na Tabela 6.28, e na matriz de passos
múltiplos, apresentada na Tabela 6.29.
A Tabela 6.28 indica que a maior taxa de transição foi observada da classe temática
vegetação para a classe temática campo e solo exposto, estimada em 2,82%; seguida de
1,85% correspondente a taxa de transição entre a classe temática área urbanizada e a classe
temática campo e solo exposto; a transformação da classe temática campo e solo exposto
para a classe temática área urbanizada foi representada pela taxa de transição de 0,95%; e a
taxa de transição da classe temática vegetação para a classe temática área urbanizada foi de
0,93%. Com isto, observa-se que a alteração mais significativa ocorreu com o desmatamento
da vegetação, transformando-a na classe temática campo e solo exposto.
161
vegetação para a área urbanizada a taxa de transição foi de 0,31%. As transições entre as
demais classes temáticas foram suficientemente pequenas para serem consideradas.
Para o cálculo dos coeficientes dos pesos de evidência, realizado por meio da função
Determine Weights of Evidence Coefficients, foram utilizados o arquivo com o esqueleto dos
pesos, o cubo raster e os mapas inicial e final. Os valores dos coeficientes em diferentes
faixas para cada variável, indicam seu efeito na ocorrência de determinada transição, desta
forma, os valores positivos favorecem a transição, enquanto os valores negativos não
favorecem a transição, já os valores próximos de zero não exercem efeito sofre a transição.
As faixas onde os valores são positivos estão descritas a seguir:
Área urbanizada para campo e solo exposto: esta transição é favorecida pelas
declividades entre 2 e 3%, 4 e 5%, 6 a 9%, 29 e 30%, 33 e 34%; faixas de distância
de 400 a 1.000 m da rede de drenagem; e, as faixas de distância das estradas entre
300 a 500 m e 700 a 900 m.
Campo e solo exposto para vegetação: esta transição é favorecida por declividades
entre 7 a 42%, 45 a 46%, 50 a 51%; por faixas de distância da rede de drenagem de
400 a 600 m; e, por faixas de distância das estradas entre 400 a 1.300 m.
162
Vegetação para área urbanizada: esta transição é favorecida por declividades entre
3 a 6%, 16 a 17%, 18 a 20%, 23 a 24%; por faixas de distância da rede de drenagem
de 800 a 1.000 m; e, por faixas de distância das estradas entre 200 a 400 m, 700 a
800 m, 1.100 a 1.200.
Vegetação para campo e solo exposto: esta transição é favorecida por declividades
entre 2 a 6%, 7 a 8%; por faixas de distância da rede de drenagem de 400 a 600 m,
800 a 1.000 m; e, por faixas de distância das estradas entre 500 a 900 m, 1.200 a
1.400 m.
Por meio do mapa de uso e cobertura do solo inicial (ano de 2011), do cubo raster e dos
coeficientes dos pesos de evidência, verificou-se a correlação existente entre os pares de
variáveis com cálculo do Índice de Cramer (V). Os pares de variáveis não apresentaram alto
grau de correlação, implicando independência entre os mapas. A matriz de correlação
completa está apresentada no Apêndice B.
O modelo de simulação foi construído baseado no teste T6, visto que, com os parâmetros
deste teste obteve-se os maiores valores de similaridade entre o mapa de uso e cobertura do
solo obtido por meio de imagens de satélites e o mapa de uso e cobertura do solo simulado,
conforme apresentado no item 6.4.3. Sendo assim, os valores tanto para o AC Expander
como para o Patcher foram de: 0,01 para Mean Patch Size; 0,02 para Patch Size Variance;
1,5 para Patch Isometry; e 0,8 para a probabilidade de transição. Esses parâmetros foram
utilizados para a simulação do mapa de uso e cobertura do solo de 2014, para a validação do
modelo, assim como para a obtenção do cenário do uso e cobertura do solo simulado para o
ano de 2019, este último apresentada na Figura 6.34. O índice de similaridade mínima entre
o mapa de uso e cobertura do solo obtido na classificação temática e o simulado para o ano
de 2014 foi de aproximadamente 43%, considerando-se a janela de pixels de 15x15 pixels.
163
Figura 6.34 – Mapas de uso e cobertura do solo simulados para os anos 2014 e 2019
A descrição e análise dos mapas de uso e cobertura do solo para os anos de 2011, 2014 e o
cenário simulado de 2019 está apresentado a no item a seguir.
164
Figura 6.35 – Mapas de uso e cobertura do solo na bacia hidrográfica do Córrego Taquari
A Tabela 6.30 demonstra a evolução do uso e cobertura do solo por meio das classes
temáticas entre os anos 2011 e 2019. Considerando que o processo de dinâmica ambiental
de uso e cobertura do solo, da bacia do Córrego Taquari, seja regido pelas taxas de transição
definidas no item 6.5.2, observou-se que o processo de urbanização da área, entre os anos de
2011 e 2019, apresentado na Figura 6.35, foi representado por uma taxa de crescimento de
56,1%, o que implicou no incremento de 0,30 km² na área da classe temática de área
urbanizada, sendo esta, a classe temática que apresentou maior taxa de variação. Durante o
mesmo período, a classe temática campo e solo exposto aumentou apenas 0,02 km² em sua
área, indicando a menor taxa de variação entre as classes temáticas, de 0,15%. A classe
temática vegetação, por sua vez, teve redução de 0,32 km² de área, passando de 3,55 km²,
em 2011, para 3,23 km², em 2019, demonstrando taxa de variação de 8,92%. Diante do
apresentado observa-se, em menores proporções, o desenvolvimento do processo de
165
urbanização na bacia hidrográfica do Córrego Taquari, principalmente com a retirada da
vegetação nativa e implantação de edificações.
Tabela 6.30 – Evolução do uso e cobertura do solo por meio das classes temáticas para o
período 2011 – 2019
Área em 2011 Área em 2014 Área em 2019
Classes temáticas
km2 % km2 % km2 %
Área urbanizada 0,54 3,84 0,66 4,67 0,84 5,99
Campo e solo exposto 9,99 70,95 10,00 71,00 10,01 71,05
Vegetação 3,55 25,22 3,43 24,34 3,23 22,96
Total 14,08 100 14,08 100 14,08 100
Por meio do mapa pedológico, definiu-se os grupos hidrológicos dos solos presentes na
bacia, sendo o GHS A atribuído as áreas com presença de latossolo vermelho e latossolo
vermelho-amarelo e o GHS C atribuído ao cambissolo, conforme apresentado na Figura
6.36.
166
Figura 6.36 – Distribuição espacial dos Grupos Hidrológicos do Solo na bacia hidrográfica
do Córrego Taquari
A Figura 6.37 resultou, então, do cruzamento dos mapas de GHS e uso e cobertura do solo,
pelo algoritmo Raster Calculator da ferramenta Spatial Analyst Tools/Map Algebra do
ArcGIS, onde foram definidos os valores de CN baseando-se na Tabela 4.3.
167
Figura 6.37 – Distribuição espacial dos valores de CN na bacia hidrográfica do Córrego
Taquari
De acordo com a Figura 6.37, o valor mais baixo de CN, 36, é resultante de áreas de
vegetação e GHS A, e indicando ambiente propício para muita infiltração e baixa taxa de
escoamento de água proveniente de uma precipitação. O CN 49 resulta de área da classe
temática de campo e solo exposto com GHS A; o CN 73 é representado por presença da
classe temática vegetação e GHS C; o CN 77 resulta da classe temática área urbanizada com
GHS A; o CN 79 foi identificado em áreas com a classe temática campo e solo exposto com
GHS C; e o CN 90, foi o maior valor de CN da bacia e indica um ambiente propício para
pouca infiltração e alto escoamento de águas provenientes de uma precipitação, é resultante
da classe temática área urbanizada com GHS C.
168
O passo seguinte para obter o escoamento superficial da bacia, foi calcular a chuva de
projeto, para isso foi necessário definir a duração da chuva, considerada igual ao tempo de
concentração da bacia hidrográfica calculada pela Equação (4.16).
3,280,6
𝑡𝑐 = 5,862.
0,0350,3
𝑡𝑐 = 32,69 𝑚𝑖𝑛𝑢𝑡𝑜𝑠
1574,70. 50,207
𝐼=
(32,69 + 11)0,884
𝐼 = 77,94 𝑚𝑚/ℎ
169
Figura 6.38 – Distribuição espacial do escoamento superficial direto na bacia hidrográfica
do Córrego Taquari
Observou-se que houve redução nas áreas que apresentavam os valores mais baixos de
escoamento superficial direto (0,343 mm, 2,186 mm e 23,114 mm), que em 2011 somavam
aproximadamente 81,7% da área total da bacia hidrográfica, e em 2019 seria representada
por de 79,1% da área total. No entanto, no mesmo período, houve aumento da áreas que
apresentavam os valores de escoamento superficial direto mais elevados (28,719 mm, 31,667
mm e 52,153 mm), passando de 18,3%, em 2011, para 20,9%, em 2019. O que demonstra
que com o passar dos anos, se o processo de urbanização da bacia hidrográfica do Córrego
Taquari for mantido, o escoamento superficial direto tenderá a aumentar.
171
7. CONCLUSÕES
A definição de uma área macro e uma micro para análise das mudanças de uso e cobertura
do solo permitiu o melhor entendimento dos processos de ocupação em diferentes escalas,
principalmente, da bacia do Lago Paranoá, que se refletiu também na bacia hidrográfica do
Córrego Taquari e seu entorno, visto que parte da região está sob proteção e cuidados da
CAESB.
A utilização do método AHP para definir a hierarquização e ponderação dos fatores pela
interpretação matemática dos valores, mostrou-se satisfatório, buscando reduzir erros e
produzir mapas com certa imparcialidade nos resultados. A integração dos fatores naturais
como, declividade, pedologia, geomorfologia e geologia e do fator antrópico como, uso e
cobertura do solo, permitiu adicionar informação relevantes, com relação às características
locais, ao processo de classificação da vulnerabilidade ambiental das áreas de estudo.
172
nas proximidades do corpo hídrico, já que, naturalmente, o terreno costuma ter maior
declividade e solo mais susceptível a erosão.
Observou-se ainda, que a temperatura da superfície terrestre pode ser associada como
indicador da capacidade de infiltração do solo. Já que na área de estudo B os solos com maior
granulometria apresentam maior capacidade de infiltração e drenagem de águas pluviais e
menor escoamento superficial, indicando condições favoráveis ao aquecimento do solo. Por
sua vez, o solo com menor granulometria apresenta infiltração e drenagem mais lenta
favorecendo o escoamento, o que faz com que as águas pluviais permaneçam por mais tempo
no solo e a temperatura de superfície terrestre seja menor.
Diante da grande variação das taxas de transição entre as classes temáticas, obtidas nesta
pesquisa, observou-se que com a diminuição do tamanho da área utilizada na modelagem da
173
dinâmica ambiental do uso e cobertura do solo houve aumento na similaridade entre o mapa
de uso e cobertura obtido por classificação temática de imagens de satélite e o simulado.
Pode-se concluir que apesar das diferentes taxas de transição de classes temáticas de uso e
cobertura do solo que uma área possa apresentar, com os devidos ajustes no modelo da
dinâmica ambiental do uso e cobertura do solo, o sistema Dinamica EGO realiza de forma
satisfatória simulação em pequenas áreas que sofrem pressão de fatores externos, mesmo
que estes não sejam considerados como variáveis de entrada na respectiva modelagem.
Conclui-se ainda que, os dados de uso e cobertura do solo com alta resolução espacial,
podem implicar no aumento do tempo computacional demandado para a modelagem da
dinâmica ambiental, além de aumentar a dificuldade de obtenção de uma boa relação de
similaridade entre o mapa de uso e cobertura do solo obtido com a classificação temática das
imagens de sensores remotos e o mapa de uso e cobertura do solo simulado pelo sistema
Dinamica EGO.
174
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186
APÊNDICES
187
APÊNDICE A - CORRELAÇÃO DE VARIÁVEIS PARA SIMULAÇÃO
AMBIENTAL
189
drenagem/distance_to_1 0,1546 distance_to_2/distance_to_4 0,2280
drenagem/distance_to_2 0,1212
Corpo d'água para Campo e solo exposto
Índice Índice
Comparação de Comparação de
Cramer Cramer
declividade/drenagem 0,1595 drenagem/distance_to_4 0,2819
declividade/estradas 0,0796 estradas/distance_to_1 0,1453
declividade/distance_to_1 0,0963 estradas/distance_to_2 0,1474
declividade/distance_to_2 0,0797 estradas/distance_to_4 0,0868
declividade/distance_to_4 0,0000 distance_to_1/distance_to_2 0,1499
drenagem/estradas 0,1008 distance_to_1/distance_to_4 0,1758
drenagem/distance_to_1 0,1542 distance_to_2/distance_to_4 0,1889
drenagem/distance_to_2 0,1070
Corpo d'água para Vegetação
Índice Índice
Comparação de Comparação de
Cramer Cramer
declividade/drenagem 0,1595 drenagem/distance_to_4 0,2756
declividade/estradas 0,0796 estradas/distance_to_1 0,1538
declividade/distance_to_1 0,1344 estradas/distance_to_2 0,1503
declividade/distance_to_2 0,0818 estradas/distance_to_4 0,0820
declividade/distance_to_4 0,1107 distance_to_1/distance_to_2 0,1713
drenagem/estradas 0,1008 distance_to_1/distance_to_4 0,2464
drenagem/distance_to_1 0,1522 distance_to_2/distance_to_4 0,1952
drenagem/distance_to_2 0,1083
Vegetação para Área urbanizada
Índice Índice
Comparação de Comparação de
Cramer Cramer
declividade/drenagem 0,1595 drenagem/distance_to_3 0,1985
declividade/estradas 0,0796 estradas/distance_to_1 0,1589
declividade/distance_to_1 0,0000 estradas/distance_to_2 0,1405
declividade/distance_to_2 0,0536 estradas/distance_to_3 0,2033
declividade/distance_to_3 0,0000 distance_to_1/distance_to_2 0,1078
drenagem/estradas 0,1008 distance_to_1/distance_to_3 0,0000
drenagem/distance_to_1 0,1592 distance_to_2/distance_to_3 0,1057
drenagem/distance_to_2 0,1095
Vegetação para Campo e solo exposto
Índice Índice
Comparação de Comparação de
Cramer Cramer
declividade/drenagem 0,1595 drenagem/distance_to_3 0,2034
declividade/estradas 0,0796 estradas/distance_to_1 0,1573
declividade/distance_to_1 0,0822 estradas/distance_to_2 0,1365
declividade/distance_to_2 0,0621 estradas/distance_to_3 0,2056
190
declividade/distance_to_3 0,0000 distance_to_1/distance_to_2 0,1238
drenagem/estradas 0,1008 distance_to_1/distance_to_3 0,1359
drenagem/distance_to_1 0,1588 distance_to_2/distance_to_3 0,1206
drenagem/distance_to_2 0,1075
Vegetação para Corpo d'água
Índice Índice
Comparação de Comparação de
Cramer Cramer
declividade/drenagem 0,1595 drenagem/distance_to_3 0,1970
declividade/estradas 0,0796 estradas/distance_to_1 0,1559
declividade/distance_to_1 0,0844 estradas/distance_to_2 0,1384
declividade/distance_to_2 0,0000 estradas/distance_to_3 0,1957
declividade/distance_to_3 0,1186 distance_to_1/distance_to_2 0,1129
drenagem/estradas 0,1008 distance_to_1/distance_to_3 0,1574
drenagem/distance_to_1 0,1589 distance_to_2/distance_to_3 0,1246
drenagem/distance_to_2 0,1072
192
declividade/estradas 0,2575 drenagem/distance_to_3 0,1701
declividade/distance_to_2 0,1235 estradas/distance_to_2 0,1523
declividade/distance_to_3 0,1945 estradas/distance_to_3 0,1249
drenagem/estradas 0,2119 distance_to_2/distance_to_3 0,3174
Campo e solo exposto para Área urbanizada
Índice Índice
Comparação de Comparação de
Cramer Cramer
declividade/drenagem 0,2444 drenagem/distance_to_1 0,1965
declividade/estradas 0,2575 drenagem/distance_to_3 0,1587
declividade/distance_to_1 0,1377 estradas/distance_to_1 0,1212
declividade/distance_to_3 0,1324 estradas/distance_to_3 0,1159
drenagem/estradas 0,2119 distance_to_1/distance_to_3 0,1338
Campo e solo exposto para Vegetação
Índice Índice
Comparação de Comparação de
Cramer Cramer
declividade/drenagem 0,2444 drenagem/distance_to_1 0,2779
declividade/estradas 0,2575 drenagem/distance_to_3 0,1850
declividade/distance_to_1 0,1319 estradas/distance_to_1 0,1669
declividade/distance_to_3 0,2156 estradas/distance_to_3 0,1318
drenagem/estradas 0,2119 distance_to_1/distance_to_3 0,2520
Vegetação para Área urbanizada
Índice Índice
Comparação de Comparação de
Cramer Cramer
declividade/drenagem 0,2444 drenagem/distance_to_1 0,2602
declividade/estradas 0,2575 drenagem/distance_to_2 0,2264
declividade/distance_to_1 0,1540 estradas/distance_to_1 0,1230
declividade/distance_to_2 0,1287 estradas/distance_to_2 0,1614
drenagem/estradas 0,2119 distance_to_1/distance_to_2 0,1470
Vegetação para Campo e solo exposto
Índice Índice
Comparação de Comparação de
Cramer Cramer
declividade/drenagem 0,2444 drenagem/distance_to_1 0,2868
declividade/estradas 0,2575 drenagem/distance_to_2 0,2228
declividade/distance_to_1 0,1505 estradas/distance_to_1 0,1642
declividade/distance_to_2 0,1307 estradas/distance_to_2 0,1609
drenagem/estradas 0,2119 distance_to_1/distance_to_2 0,1634
193
Tabela A.4 – Correlação de variáveis pelo Índice de Cramer – T6_sup
Área urbanizada para Campo e solo exposto
Índice Índice
Comparação de Comparação de
Cramer Cramer
declividade/drenagem 0,1907 drenagem/distance_to_2 0,1851
declividade/estradas 0,8578 drenagem/distance_to_3 0,1617
declividade/distance_to_2 0,0904 estradas/distance_to_2 0,2256
declividade/distance_to_3 0,1486 estradas/distance_to_3 0,1971
drenagem/estradas 0,1948 distance_to_2/distance_to_3 0,3169
Área urbanizada para Vegetação
Índice Índice
Comparação de Comparação de
Cramer Cramer
declividade/drenagem 0,1907 drenagem/distance_to_2 0,1584
declividade/estradas 0,1858 drenagem/distance_to_3 0,1192
declividade/distance_to_2 0,0628 estradas/distance_to_2 0,2272
declividade/distance_to_3 0,0937 estradas/distance_to_3 0,1444
drenagem/estradas 0,1948 distance_to_2/distance_to_3 0,2225
Campo e solo exposto para Área urbanizada
Índice Índice
Comparação de Comparação de
Cramer Cramer
declividade/drenagem 0,1907 drenagem/distance_to_1 0,2059
declividade/estradas 0,1858 drenagem/distance_to_3 0,1558
declividade/distance_to_1 0,0911 estradas/distance_to_1 0,1448
declividade/distance_to_3 0,1422 estradas/distance_to_3 0,1826
drenagem/estradas 0,1948 distance_to_1/distance_to_3 0,2290
Campo e solo exposto para Vegetação
Índice Índice
Comparação de Comparação de
Cramer Cramer
declividade/drenagem 0,1907 drenagem/distance_to_1 0,2618
declividade/estradas 0,1858 drenagem/distance_to_3 0,1383
declividade/distance_to_1 0,1241 estradas/distance_to_1 0,2962
declividade/distance_to_3 0,1786 estradas/distance_to_3 0,1180
drenagem/estradas 0,1948 distance_to_1/distance_to_3 0,2650
Vegetação para Área urbanizada
Índice Índice
Comparação de Comparação de
Cramer Cramer
declividade/drenagem 0,1907 drenagem/distance_to_1 0,2580
declividade/estradas 0,1858 drenagem/distance_to_2 0,1656
declividade/distance_to_1 0,1141 estradas/distance_to_1 0,2802
declividade/distance_to_2 0,0797 estradas/distance_to_2 0,5706
drenagem/estradas 0,1948 distance_to_1/distance_to_2 0,1566
194
Vegetação para Campo e solo exposto
Índice Índice
Comparação de Comparação de
Cramer Cramer
declividade/drenagem 0,1907 drenagem/distance_to_1 0,2395
declividade/estradas 0,1858 drenagem/distance_to_2 0,2179
declividade/distance_to_1 0,1021 estradas/distance_to_1 0,2429
declividade/distance_to_2 0,1244 estradas/distance_to_2 0,4226
drenagem/estradas 0,1948 distance_to_1/distance_to_2 0,2769
195
APÊNDICE B - CORRELAÇÃO DE VARIÁVEIS PARA SIMULAÇÃO
AMBIENTAL PARA BACIA DO CÓRREGO TAQUARI
196
declividade/estradas 0,1212 drenagem/distance_to_2 0,1086
declividade/distance_to_1 0,1034 estradas/distance_to_1 0,1337
declividade/distance_to_2 0,1507 estradas/distance_to_2 0,1090
drenagem/estradas 0,2032 distance_to_1/distance_to_2 0,1561
Vegetação para Campo e solo exposto
Índice Índice
Comparação de Comparação de
Cramer Cramer
declividade/drenagem 0,2228 drenagem/distance_to_1 0,2379
declividade/estradas 0,1212 drenagem/distance_to_2 0,1061
declividade/distance_to_1 0,0723 estradas/distance_to_1 0,1356
declividade/distance_to_2 0,1764 estradas/distance_to_2 0,1045
drenagem/estradas 0,2032 distance_to_1/distance_to_2 0,1834
197