Aula 13 - Seção 4.2 2022-2

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Tecnologia e infraestrutura de transportes

Profª. Jéssica Angélica Hergenräder


Rondonópolis – MT
Seção 4.2 -
Perfil transversal e perfil
longitudinal

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Perfil transversal:

❑ O perfil transversal ou a seção transversal é o corte da estrada


feito por um plano vertical ao eixo.
❑ Os elementos que compõem a seção transversal de uma estrada
e suas dimensões são escolhidos e determinados em função do
volume e das características do tráfego, classe e importância da
estrada, assim como das condições mínimas de segurança.

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Perfil transversal:

❑ Os elementos básicos são:


faixa de tráfego,
pista de rolamento,
acostamentos,
taludes laterais,
plataforma,
espaços para drenagem,
separador central,
guias,
faixa de domínio e
pistas duplas independentes.

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Perfil transversal:

❑ A Figura mostra uma seção tipo de uma rodovia de pista dupla


com os elementos básicos.

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Perfil transversal:

❑ Faixa de tráfego ou faixa de rolamento: é o espaço destinado ao


fluxo de veículos.
❑ Pista de rolamento: é o conjunto de duas ou mais faixas de
tráfego.
❑ A largura da pista é a soma das larguras das faixas de tráfego
que a compõem.

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Perfil transversal:

❑ A Tabela 4.5 apresenta a largura das faixas de tráfego em


função do tipo de terreno.

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Perfil transversal:

❑ Acostamentos: são faixas laterais, localizadas do lado externo


das pistas, destinadas à parada de emergência dos veículos
(Tabelas 4.6 e 4.7).
❑ A inclinação transversal deve variar de 3% a 5% dependendo do
tipo de revestimento do acostamento.
❑ Em trechos em tangente, a inclinação deve ser sempre maior
que a da pista.
❑ Em trechos em curva superelevada, o acostamento do lado
interno da curva pode manter a inclinação normal e do lado
externo da curva deve ser inclinado para fora com inclinação
mínima de 2%.

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Perfil transversal:

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Perfil transversal:

❑ Taludes laterais: devem apresentar inclinações suaves, sendo


acomodados ao terreno natural de forma contínua, sem
variações bruscas de declividade.
❑ Ter inclinações suaves (1:4) em taludes baixos (de até 5,0 m) faz
com que se aumente a segurança da estrada, melhorando as
condições de visibilidade nas curvas em corte e oferecendo
melhores condições para o plantio de vegetação na faixa de
domínio.

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Perfil transversal:

❑ Plataforma: espaço que contém pistas, acostamentos, drenagem


e separador central no caso de pistas duplas.
❑ Espaço para drenagem: em estradas de pista simples,
recomenda-se deixar espaços de 1,0 m adjacentes aos
acostamentos. Nas de pista dupla, além dos espaços laterais,
são colocados dispositivos de drenagem ao longo do canteiro
central.

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Perfil transversal:

❑ Guias: são recomendadas apenas para rodovias em áreas


urbanas, onde as curvas verticais convexas deverão ter no
máximo 5.000 m de raio, e servem para auxiliar a drenagem,
delinear e proteger as bordas do pavimento, melhorando a
estética da estrada e reduzindo os custos de manutenção.

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Perfil transversal:

❑ Separadores centrais: servem para isolar as correntes de tráfego


opostas e também para proporcionar a redução dos efeitos do
ofuscamento noturno.
❑ Em regiões montanhosas, deve ter largura mínima de 1,5 m, e
em regiões onduladas ou planas, de 3,0 m (Tabela 4.8).
❑ O tipo de seção transversal do separador depende de alguns
fatores: largura disponível, tráfego, necessidade de dispositivos
de drenagem e de defensas, etc.

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Perfil transversal:

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Perfil transversal:

❑ Faixa de domínio: é a faixa de largura constante destinada à


construção da estrada, incluindo cortes e aterros, obras
complementares, etc., e deve apresentar um espaço vazio de
pelo menos 10 m de cada lado da estrada (Tabela 4.9).

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Perfil transversal:

❑ Pistas duplas independentes: para evitar problemas de


ofuscamento e reduzir o custo de infraestrutura, em regiões
onduladas ou montanhosas, recomenda-se a execução de um
traçado para cada pista.

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Perfil transversal:

❑ Além desses elementos, a inclinação transversal (da pista e do


acostamento), para escoamento de águas superficiais (chuvas),
é uma característica importante na composição do perfil
transversal das rodovias.
❑ No caso de pistas simples, em trechos em tangente, as pistas
devem ter uma inclinação transversal mínima de 2%, a partir do
eixo, caindo para os dois lados (Figura 4.10).

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Perfil transversal:

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Perfil transversal:

❑ Nos trechos em curva, a pista deverá ter a superelevação de


projeto.
❑ Os acostamentos pavimentados devem ter inclinação transversal
(e) entre 2% e 5% e os não pavimentados, entre 4% e 6%.

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Perfil transversal:

❑ Em estradas com pista dupla, nos trechos em tangente, pode-se


considerar cada pista como se fosse pista simples.
❑ Uma alternativa é o uso de pistas com declividade única, o que
elimina a mudança de inclinação transversal na passagem de
uma faixa para outra.

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Perfil transversal:

❑ Pistas com mais de duas faixas de tráfego com inclinação para o


mesmo lado devem ter, nos trechos em tangente, inclinação de
2% nas duas primeiras faixas (no sentido do escoamento de
água) e um acréscimo de 0,5% a 1% para cada conjunto de
duas faixas (Figura a seguir).

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Perfil transversal:

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Perfil transversal:

❑ Nos trechos em curva, além desse acréscimo, poderá ser


aumentada a inclinação das faixas da esquerda, considerando
que, normalmente, são ocupadas pelos veículos mais rápidos.

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Superlargura:

❑ As estradas com pistas estreitas e/ou com curvas fechadas


necessitam de um alargamento (L) de sua pista nos trechos em
curva, mesmo que a velocidade do veículo seja baixa, porque a
trajetória dos pontos externos do veículo é mais larga que o
gabarito transversal do veículo em linha reta (Figura 4.13).

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Superlargura:

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Superlargura:

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Superlargura:

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Superlargura:

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Perfil longitudinal: rampas e curvas verticais:

❑ O perfil longitudinal do terreno é a representação no plano


vertical das diferenças de nível (cotas), enquanto o perfil
longitudinal de uma estrada é constituído por retas concordadas
por curvas verticais ao longo do eixo da estrada (DNER, 1999).

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Perfil longitudinal: rampas e curvas verticais:

❑ O perfil longitudinal deve possibilitar que os veículos percorram a


estrada com segurança e uma razoável uniformidade na
velocidade de operação.
❑ A escolha desse perfil ideal está diretamente ligada ao custo da
estrada, especialmente ao custo da terraplenagem.

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Perfil longitudinal: rampas e curvas verticais:

❑ As condições geológicas e geotécnicas das áreas atravessadas


pela estrada vão influenciar diretamente na escolha do perfil,
pois podem implicar a execução de cortes e aterros e de
serviços especiais de alto custo, como escavações em rocha,
obras especiais de drenagem ou de estabilização de solos.
❑ A definição da altura de corte ou de aterro deve atender às
características técnicas mínimas, como concordância com outras
estradas, cotas mínimas de aterros para deixar a estrada acima
dos níveis de enchentes do local, etc. (DNER, 1999).

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Perfil longitudinal: rampas e curvas verticais:

❑ A linha que define o perfil do projeto é denominada greide, ou


seja, é a linha curva representativa do perfil longitudinal do eixo
da estrada acabada, composto de trechos retos, denominados
de rampas, concordados entre si por trechos curvos,
denominados de curvas de concordância vertical.
❑ No projeto, a linha tracejada é usada para representar o perfil do
terreno, enquanto que a linha sólida é usada para representar o
greide (perfil do eixo da estrada e as rampas e curvas de
concordância verticais).

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Perfil longitudinal: rampas e curvas verticais:

❑ As rampas de até 8% têm pouca influência sobre veículos de


passageiros (carros), sendo que até 3%, a operação é
praticamente igual à dos trechos em nível.
❑ No caso de caminhões em rampas ascendentes, a velocidade
depende de alguns fatores, como: inclinação e comprimento da
rampa, peso e potência do caminhão, velocidade de entrada da
rampa, habilidade e vontade do motorista.

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Perfil longitudinal: rampas e curvas verticais:

❑ A Tabela 4.11 apresenta as rampas máximas recomendadas em


função do tipo de terreno e da classe da rodovia (DNER, 1999).

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Perfil longitudinal: rampas e curvas verticais:

❑ Recomenda-se adotar a rampa mínima de 1% para auxiliar na


drenagem de águas pluviais, principalmente em estradas sem
condições de retirada de água no sentido transversal.
❑ Além da inclinação, é muito importante determinar o
comprimento crítico das rampas.
❑ Trechos de estrada subsequentes, com comprimento de rampas
muito curtas, devem ser evitados, pois podem gerar problemas
de visibilidade para ultrapassagem.
❑ No entanto, rampas com grande extensão reduzem a velocidade,
gerando problemas de congestionamento de tráfego.

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Perfil longitudinal: rampas e curvas verticais:

❑ O comprimento crítico de uma rampa é definido como o máximo


comprimento de uma determinada rampa ascendente, na qual
um veículo pode operar sem uma perda excessiva de velocidade.
❑ A velocidade nos aclives depende da inclinação, do comprimento,
do peso/potência e da velocidade dos caminhões na entrada da
rampa.

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Curvas verticais:

❑ As curvas de concordância verticais têm como objetivo


concordar as rampas projetadas e atender às condições de
segurança, boa aparência, boa visibilidade e permitir a
drenagem adequada da estrada.
❑ As curvas mais utilizadas são as parábolas, que apresentam boa
concordância entre as rampas (Figura 4.14).

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Curvas verticais:

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Curvas verticais:

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Curvas verticais:

❑ O comprimento mínimo (Lv,mín) das curvas verticais é


determinado em função das condições necessárias de
visibilidade das curvas, ou seja, do espaço necessário a uma
frenagem segura diante de um obstáculo parado na pista.
❑ Quando as condições mínimas de visibilidade são atendidas, a
curva apresenta condições de conforto e boa aparência.

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Curvas verticais:

❑ No caso das curvas verticais convexas, o comprimento mínimo


deve ser calculado de acordo com as situações apresentadas na
Figura 4.15.

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Curvas verticais:

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Curvas verticais:

❑ No caso de curvas verticais côncavas, o comprimento mínimo é


função das condições de conforto, da drenagem e da visibilidade
noturna, podendo ser obtido de acordo com as situações
apresentadas na Figura 4.16.

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Curvas verticais:

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Curvas verticais:

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Curvas verticais:

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Considerações gerais sobre o traçado em planta e
perfil combinados:

❑ As curvas horizontais e verticais não devem ser projetadas de


forma independente, pois são complementares e, portanto, uma
má combinação pode ressaltar os aspectos negativos e ofuscar
os pontos positivos do projeto.
❑ Um projeto elaborado de forma adequada, em que curvas
horizontais e verticais são bem combinadas, proporciona maior
segurança, permitindo que os veículos possam trafegar a uma
velocidade uniforme, sem custos adicionais.

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Considerações gerais sobre o traçado em planta e
perfil combinados:

❑ A harmonização das curvas horizontais com as curvas verticais


favorece as principais características que uma rodovia deve
proporcionar aos usuários: conforto, segurança e economia.
❑ A velocidade de projeto determina os valores-limites de muitos
elementos, tais como o raio mínimo e a distância de visibilidade,
e também afeta muitos outros, como a largura das faixas e a
rampa máxima.

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Considerações gerais sobre o traçado em planta e
perfil combinados:

❑ Para obter uma boa combinação das curvas horizontais com as


verticais, devem ser seguidas as considerações gerais:

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Considerações gerais sobre o traçado em planta e
perfil combinados:

a) Equilíbrio dos raios das curvas horizontais com as rampas:


evitar retas ou curvas com grandes raios e rampas excessivas
ou longos trechos em rampa, assim como curvas com raios
pequenos e rampas suaves.
b) Curva horizontal com pequeno raio deve ser evitada no topo ou
perto do topo de uma curva vertical: a curva horizontal deve ser
mais longa do que a curva vertical (adotar valores bem acima
dos mínimos requeridos pela velocidade de projeto).
c) Curva horizontal com pequeno raio não deve ser introduzida
perto de ponto baixo de uma curva vertical com rampas
acentuadas.

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Considerações gerais sobre o traçado em planta e
perfil combinados:

d) Em rodovias com pista simples, em virtude da necessidade de


pontos de ultrapassagem em número e frequência suficientes,
podem ser necessários longos trechos em tangente, ainda que
com o comprometimento da harmonia entre curvas horizontais e
verticais.
e) Em rodovias com pistas duplas, variação da largura do canteiro
central e o uso de perfis e traçados independentes resultam em
vantagens operacionais.

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Exercícios:

❑ Você vai precisar elaborar o projeto do perfil longitudinal da


estrada. Para isso, vai definir as características geométricas,
como número e largura das faixas de rolamento e do
acostamento, largura do canteiro central e de drenagem, as
inclinações transversais, assim como as características das
curvas verticais (raios e comprimentos) e das rampas
(inclinações e comprimentos).
❑ Considerando que a rodovia é de classe II, de pistas duplas e
será construída em uma região de terreno ondulado. A largura
do canteiro central adotada será de 5,0 m e a drenagem terá 1,0
m.
❑ As inclinações transversais das pistas e do acostamento serão
2% e 5%, respectivamente.
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Situação Problema:

❑ Você está desenvolvendo o projeto da rodovia que irá ligar duas


comunidades no interior do estado de Minas Gerais.
❑ Conforme recomendação, para que a planta esteja em harmonia
com o perfil longitudinal, as curvas verticais foram traçadas de
forma que estejam em concordância com as curvas horizontais,
e as estacas e as cotas dos PIVs obtidas foram:

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Situação Problema:

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Situação Problema:

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Situação Problema:

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Situação Problema:

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Situação Problema:

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Situação Problema:

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Situação Problema:

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