Falando Abertamente Sobre o Suicído CVV
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SOBRE SUICÍDIO
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As razões podem ser bem diferentes, porém muito mais gente do
que se imagina já teve uma intenção em comum. Segundo estudo
realizado pela Unicamp, 17% dos brasileiros, em algum momento,
pensaram seriamente em dar um fim à própria vida e, desses, 4,8%
chegaram a elaborar um plano para isso. Em muitos casos, é possível
evitar que esses pensamentos suicidas se tornem realidade. BRASILEIROS
A primeira medida preventiva é a educação. Durante muito tempo, MORREM POR
falar sobre suicídio foi um tabu, havia medo de se falar sobre o assunto.
De uns tempos para cá, especialmente com o sucesso da campanha DIA VÍTIMAS DE
Setembro Amarelo, esta barreira foi derrubada e informações ligadas
ao tema passaram a ser compartilhadas, possibilitando que as pessoas SUICÍDIO
possam ter acesso a recursos de prevenção. Saber quais as principais
causas e as formas de ajudar pode ser o primeiro passo para reduzir as
taxas de suicídio no Brasil, onde atualmente 32 pessoas por dia tiram a
própria vida. Surge então um outro desafio: falar com responsabilidade,
de forma adequada e alinhada ao que recomendam as autoridades de
saúde, para que o objetivo de prevenção seja realmente eficaz.
Sim, podem. Ao receber ajuda preventiva ou Sim pode. É preciso perder o medo de se aproximar
oferta de socorro diante de uma crise, elas podem das pessoas e oferecer ajuda. A pessoa que está
reverter a situação ao colocar para fora seus numa crise suicida se percebe sozinha e isolada.
sentimentos, ideias e valores, alterando, assim, Se um amigo se aproximar e perguntar “tem algo
seu estado interior. Essa ajuda pode vir de pessoas que eu possa fazer para te ajudar?”, a pessoa pode
comuns ou ligadas a organizações voluntárias como sentir abertura para desabafar. Nessa hora, ter
o CVV, que se dedicam à prevenção do suicídio alguém para conversar pode fazer toda a diferença.
– são voluntários que têm um papel importante E qualquer um pode ser esse “ombro amigo”, que
ao conversar com quem estiver passando por ouve sem fazer críticas ou dar conselhos. Quem
um momento de desespero. O apoio pode vir decide ajudar não deve se preocupar com o que
também de profissionais, contribuição muitas vai falar. O importante é estar preparado para
vezes indispensável, especialmente nos casos de ouvir respeitando o momento e a forma de pensar
descontrole e transtornos emocionais e mentais. desta pessoa.
A atenção deve ser sempre redobrada no caso
de pessoas que já tiveram tentativas de suicídio
anteriores. Essas duas possibilidades de ajuda
TODOS PODEM AJUDAR!
voluntária e/ou profissional são reconhecidas no
mundo inteiro, pois apresentam bons resultados. 10. COMO O SUICÍDIO É VISTO
PELA SOCIEDADE?
QUEM TENTA SUICÍDIO,
Por muito tempo, o suicídio foi um tabu entre
PEDE AJUDA a maioria das pessoas, um assunto proibido. As
pessoas, por natureza, não se sentem confortáveis
8. AS PESSOAS QUE TENTAM SUICÍDIO para falar da morte, pois isso expõe seus limites
PEDEM SOCORRO? e suas fraquezas. Esse tabu piora a situação de
muitos. Atualmente, com a disseminação do uso
Sim, é normal pedir ajuda em momentos críticos, das redes sociais, o assunto passou a ser tratado
quando o suicídio parece uma saída. A vontade de forma mais aberta. Familiares, amigos e a
de viver aparece sempre, resistindo ao desejo de mídia deixaram de ocultar a causa de morte de
se autodestruir. De forma inesperada, as pessoas entes queridos e personalidades que cometeram
se veem diante de sentimentos opostos, o que suicídio, porém, nem sempre de forma adequada,
faz com que considerem a possibilidade de lutar contrariando diretrizes da Organização Mundial da
para continuar vivendo. Encontrar alguém que Saúde, o que pode inclusive estimular novos casos.
tenha disponibilidade para ouvir e compreender Parece haver hoje o entendimento da sociedade de
os sentimentos suicidas fortalece as intenções que o suicídio é um ato decorrente do desespero
de viver. Muitas vezes, estes pedidos não são e não motivo de vergonha, porém, é necessário
expressos, mas sim sinais algumas vezes difíceis cuidados para não expor detalhes do ato, imagens,
de serem identificados, como mudanças bruscas relatos, cartas, etc, e sempre divulgar, em conjunto
de comportamento, abandono de atividades com a notícia, formas de prevenção e identificação
profissionais e hobbies, doação de coisas às quais de sintomas.
tinham apego, alternâncias repentinas de humor,
etc. ou frases soltas como: “eu preferia estar morto”, 11. O MUNDO ATUAL TEM INFLUÊNCIA
“eu sou um perdedor e um peso pros outros”, NO NÚMERO DE SUICÍDIOS?
“os outros vão ser mais felizes sem mim”, “queria
poder viajar e nunca mais voltar”. São sinais de
As estatísticas mostram que o suicídio cresce
difícil identificação, especialmente para quem
não somente por questões demográficas e
convive com a pessoa, razão pela qual não existem
populacionais, mas também por problemas sociais
culpados ou responsáveis por não terem tido essa
percepção.