Aula Escola Construcionista e Terapia Narrativa

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ESCOLA

CONSTRUCIONISTA E
A TERAPIA NARRATIVA
Profa. Msc Yasmim Magalhães
Escola construcionista
Surge no final da década de 70 - Cibernética de segunda ordem

Os sistemas vivos são complexos e indeterminados

Instabilidade e a crise como parte do processo de mudanças, assim como o


sintoma.
Os terapeutas dessa escola passam a considerar a autonomia do sistema
familiar:
Sistemas auto-organizados e sistemas autopoéticos (o sistema vivo é
autônomo, se autoproduz e se autorregula) de Humberto Maturana,1990.
Escola construcionista
O terapeuta se ocupa do
Ruptura entre o sistema O sistema surge como processo de construção da
familiar/observado e o construção de seus realidade da família e nos
terapeuta/observador. participantes. significados gerados no
sistema

A ênfase deslocada do que


é introduzido no sistema O modo de pensar
construcionista passa a
pelo terapeuta para aquilo
influenciar o grupo de
que o sistema permite a ele
selecionar e compreender. Milão.
Escola construcionista
◦ Palazzoli et al (1980) estabelecem três princípios
indispensáveis ao trabalho terapêutico: a formação de uma
hipótese, a circularidade e a neutralidade
◦ A formação da hipótese que precisa ser testada e talvez
substituída
◦ As hipóteses devem ser sistêmicas, ou seja, explique a
função da relação entre os membros.
◦ A circularidade - feedbacks recebidos da família
◦ Neutralidade - imparcialidade do terapeuta, evitar alianças
Escola construcionista
◦ O poder do terapeuta na terapia familiar e as
intervenções terapêuticas diretivas passou a ser
questionado.
◦ Ênfase deslocada da pergunta para a construção da
interação
◦ A ação do terapeuta pretende explorar as
construções onde surgem os problemas.
◦ A família e o casal são grupos organizados, auto-
reguladores, com uma linguagem própria, regras
próprias de funcionamento e mitos próprios.
A Terapia Narrativa
O que seria de nós se não
escutássemos desde o
nascimento histórias a nosso
respeito, daqueles que nos
cercam e dos que já não estão
mais entre nós?
As histórias narradas e aquelas que
passaremos a narrar dão sentido à
nossa vida.
A Terapia Narrativa
◦ White e Epston (1992; 1993; 1995), considerados os
criadores da terapia narrativa, afirmam que as pessoas
vivem experiências que são organizadas e conectadas de
acordo com o tempo e os temas que dão sentido a suas
vidas
◦ O terapeuta busca compreender o significado das
narrativas junto ao paciente para a construção de novos
sentidos
◦ “Para entender nossas vidas e nos expressarmos, a
experiência deve ser relatada e [...] é precisamente o fato
de relatá-la o que determina o significado que será́
atribuído a experiência vivida” (WHITE; EPSTON,
1993, p. 27).
Seus conceitos e práticas passaram a ser usados
também em práticas grupais e comunitárias.

A Terapia As abordagens narrativas dão ênfase aos relatos


em primeira pessoa daquele que viveu a
Narrativa experiência

Situando-se dentro do marco epistemológico da


pós-modernidade, a terapia narrativa (ou
abordagens ou práticas narrativas) assume que é
impossível um conhecimento pleno e universal
das pessoas e do mundo em que vivemos.
A Terapia Narrativa
◦ O conhecimento de uma pessoa, seja
ela um especialista ou alguém com
poderes sobre o narrador, é
questionado, não sendo assumido
como objetivo, verdadeiro, superior e
universal.
◦ A ciência moderna trouxe
pressupostos deterministas para
adoecimentos do sujeito e do sistema
familiar
◦ O pós-modernismo destaca o
conhecimento individual, contextual,
apresentado pelas histórias e narrativas
pessoais.
O trabalho busca separar as
pessoas dos problemas, não
mais vistos como expressão de
alguma disfunção individual ou
do grupo familiar, mas como
expressão de uma história de
vida; “dos relatos dominantes”
sobre a vida pessoal e/ou
familiar.
A Terapia Narrativa
◦ A desconstrução como pilar do trabalho
prático narrativo
◦ White e Epson questionam os conceitos
de verdade que estão separados dos
contextos sociais que os produziram,
assim como as formas de expressão que
traduzem preconceitos e visões parciais
em relação às pessoas.
◦ Busca de consenso do terapeuta entre os
sentidos atribuídos pelo paciente à
experiência vivida
A Terapia Narrativa
Após ter se dedicado à desconstrução do problema e à sua
externalização, o terapeuta narrativo pode continuar a conversação,
pesquisando habilidades, capacidades e recursos da pessoa, em geral
pouco utilizados, mas que podem ser usados no enfrentamento do
problema externalizado.
A Terapia Narrativa
◦ Eventos singulares ou exceções:
◦ Nesses eventos, as narrativas dominantes perdem força, e surgem
outras possibilidades, chamadas de narrativas alternativas, que
ampliam as possibilidades de ações e comportamentos (WHITE e
EPSTON,1993).
◦ De uma noção de um problema interno, individual, passamos para um
conceito em que os problemas estão nas histórias que dominam
nossas vidas
A Terapia Narrativa
◦ Tendemos a querer o controle sobre as mudanças
necessárias para o sistema familiar, definindo o que
é certo e funcional versus o que é errado e
disfuncional, planejando, prescrevendo e
executando intervenções a partir de diagnósticos
fechados
◦ Importa reconhecer a singularidade de cada
profissional e a abertura para o trabalho em
duplas, equipes e com as redes do sistema ligado
ao problema, permitindo que todos “os atores
sociais envolvidos na situação problema abordada
participem de todas as fases do processo de
mudança do sistema”
A Terapia Narrativa
◦ Duas concepções práticas de intervenções
profissionais:
◦ Interação instrutiva
◦ Relação colaborativa
◦ Como é possível conseguir que o outro
seja responsável e autônomo sem que a
ação parta de um terceiro, no caso o
profissional?
A Terapia Narrativa
◦ Como trabalhar com o sistema para que ele se torne autônomo e responsável
pela sua mudança?
◦ Horizontalidade e postura colaborativa do grupo
◦ Processos reflexivos e terapias narrativas podem ser consideradas como posturas
e abordagens complementares, que farão parte da bagagem do profissional
sistêmico.
◦ Também são utilizadas as técnicas das escolas de 1ª ordem, com a diferença de
que o terapeuta assume que faz parte do sistema, e não é dono de um saber
especializado e/ou superior.
VIDA MARIA
https://www.youtube.com/watch?v=yFpoG_htum4
O importante não é o objeto. São os olhos; se tiverem olhos o
objeto será encontrado. Se não tiverem são cegos, e qualquer
que seja o objeto nada descobrirão dele.
Fiódor Dostoiévski
Referência:
◦ Cesar, Claudia Cacau Furia Terapia familiar sistêmica / Claudia Cacau Furia Cesar, Juares Soares Costa. –
Londrina : Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2018. 280 p.

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