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Hilda Constantino

Avaliação da eficácia da combinação de diferentes grupos de insecticidas no


Controlo da traça da couve (Plutella xylostella L.) na cultura de repolho
Licenciatura em Agropecuária com habilidades em extensão Agrária

Universidade Rovuma

Extensão Cabo Delgado

2021
1.1Problema e
justificação

Em Moçambique, o método de controlo mais usado pelos agricultores é o


químico, por ser considerado mais prático, rápido e eficiente na redução da densidade
populacional da praga. Porém, o uso indiscriminado desses produtos tem resultado em
resíduos de pesticidas acima das normas nos produtos vendidos nos mercados, aumento
das intoxicações dos trabalhadores e dos custos de produção, além de causar danos ao
meio ambiente afectando também organismos não alvos como por exemplo, insectos
benéficos e animais. Sabe-se ainda que as populações da traça da couve adquirem
resistência aos pesticidas como é o caso de alguns insecticidas piretróides e fosforados
(Poshayi et al., 2007; Vasquez, 1995; Castelo Branco e Gatehouse, 1997).

Esta situação torna evidente a necessidade do uso de combinação de pesticidas, menos


tóxicos e adequados a condições sócio-económicas dos agricultores em
Moçambique. Neste contexto o presente estudo tem em vista avaliar o efeito da
combinação de diferentes grupos de insecticidas de baixo teor de toxicidade para o
controlo da traça da couve como medida de controlo alternativa, economicamente
vantajosa e ao mesmo tempo ambientalmente sã para produtores, consumidores e
comunidades rurais e urbanas.

1.2. Objectivos do trabalho

1.2.1. Objectivo geral


Estudar o efeito da combinação dos diferentes grupos de insecticidas no controlo
da traça da couve (Plutella xylostella L.).
1.2.2. Objectivos específicos
Avaliar a eficácia da combinação dos insecticidas no controlo da traça da
couve (Plutella xylostella L.).
Comparar o número de cabeças comerciais nos tratamentos com combinação de
diferentes insecticidas com o tratamento sem combinação (padrão) e controlo
(sem aplicação). Comparar os rendimentos nos diferentes tratamentos para as
quatro variedades.
Analisar a relação custo/beneficio da aplicação das diferentes combinações de
insecticidas.
Hipóteses
1. As parcelas tratadas com diferentes combinações de insecticidas no controlo
de traça-da- couve apresentarão maior eficácia em relação às tratadas sem
combinações e sem tratamento (controlo).

2. Os tratamentos com diferentes combinações de insecticidas e sem combinações


no controlo de traça-da-couve apresentarão maior número de cabeças comerciais
em relação às parcelas sem tratamento.

3. Todos os tratamentos com diferentes combinações de insecticidas e sem


combinações terão maior rendimento em relação às parcelas sem tratamento.

4. A receita bruta será maior nas parcelas com tratamentos com combinação de
insecticidas comparados com parcelas sem combinação e sem tratamento.
3. Materiais e Métodos
3.2. Principais características das variedades e dos inseticidas usados
no ensaio
Insecticidas usados no ensaio e suas
informações
(1) AGRICYRO 750 WP

A substância activa é ciromazine 750 gr/kg, é um inibidor de crescimento dos insectos


da classe das

Triazinas e apresenta efectividade sobre a fase larval da praga ao interromper a


metamorfose mudança da fase larva-pupa dos insectos. Este pesticida envenena através
da pele e é compatível com outros produtos. Para o controlo da lagarta é aconselhável
misturar 62,5g/200L de água, com um intervalo de segurança de 3 dias, podendo-se
usar até 1000 L de água/ha de acordo com o tamanho das plantas (AGRIFOCUS,
2014).
(2) STEWARD 30% WG

O Steward é um insecticida do grupo dos Oxadiazina, cuja substância activa é


indoxacarb (300g/kg), actua como inibidor do ião de Sódio, entrando dentro das células
nervosas e causando paralisia e morte da praga em causa. A morte ocorre entre 1 a 2 dias
depois da aplicação, mas a inibição do sódio no insecto ocorre rapidamente entre 2 a 8
horas (AGRIFOCUS, 2014).
O Steward é activo em larvas por via de ingestão e por contacto e é usado de modo
específico para controlar insectos da classe das Lepidoptera, sendo seguro para a
maior parte de insectos predadores. É também eficiente em climas quentes. É
recomendável fazer a primeira aplicação logo após o transplante enquanto os ovos e as
larvas ainda são pequenos. Para o controlo da lagarta é aconselhável 125-150 g/ha. Tem
um intervalo de segurança de 3 dias. Não se recomenda fazer mais de 5 aplicações por
estação (AGRIFOCUS, 2014).
3.4. Condução do
ensaio
3.4.1. Preparação do
terreno
A preparação do campo definitivo (lavoura e gradagem) sera feitaduas semanas antes do
transplante, mecanicamente com o uso de um tractor. O mesmo tractor efectuou a
abertura de valas e sulcos (obedecendo um compasso de 80 cm). De seguida sera feitaa
demarcação do terreno e das parcelas.
3.4.2. Sementeira no
alfobre

A sementeira do repolho foi feita no dia 7 de Janeiro de 2013, manualmente em 72


tabuleiros (60 células), com substrato (AGROMIX), na estufa. As plântulas eram
regadas diariamente e ficaram
30 dias no alfobre, sem ter ocorrido a presença da traça
da couve

3.4.3.Fase de campo
definitivo
Transplante
adubação

Um dia antes do transplante sera feitaa adubação de fundo com cerca de 45 Kg de NPK
12:24:12 (125 g por linha), apenas nas linhas onde seriam transplantadas as plântulas
de repolho. Antes e logo depois do transplante, regou-se o campo para garantir o
estabelecimento das plântulas e minimizar o stress do transplante. A adubação de
cobertura foi feita 30 dias depois do transplante e usou-se aproximadamente 10 kg de
ureia 46%.
Retancha, rega, controlo de infestantes e
doenças

A retancha do repolho foi efectuada 5 dias depois do transplante. As regas serão por
gravidade e feitas 3 vezes por semana, nas semanas em que não havia queda de chuva.
As sachas serão feitas de acordo com o aparecimento de infestantes, tendo-se realizado
no total 8 sachas durante todo o ciclo da cultura.

A única doença (fúngica) que surguiu no ensaio a partir de 40 DDT foi a podridão negra
das cruciferas (PNC) causada por Xanthomona campestris pv. campestris (Xcc). Para o
seu controlo foi feita uma única aplicação com o fungicida sistémico com açcão
bactericida, TEBUCURE EW com nome comum de tebuconazole 250g/l EW. A dose
usada foi de 0.75 ml/l de água.

Pulverizes

Para a aplicação dos insecticidas usou-se o método do calendário tendo sido feitos
tratamentos de

15 em 15 dias depois do transplante. Todos os insecticidas serão aplicados com


pulverizador de dorso de 16 litros, e em todos os tratamentos adicionou-se sabão
líquido à calda (como aderente) uma vez que a superfície foliar do repolho não é
adesiva. Antes da aplicação sera feitacalibração do pulverizador. Com base no mesmo
concluiu-se que cada parcela precisaria de aproximadamente 1 litro de calda. Uma vez
que eram 12 parcelas por tratamento, cada tratamento precisaria de 12 litros de calda,
por aplicação.
Para cada tratamento serão aplicados dois insecticidas. Durante a fase inicial de
desenvolvimento do repolho (estabelecimento-15 DDT), foi aplicado o insecticida
Fortis K 5% EC, a 50 g/l, dose recomendada pelo fabricante, como padrão em todos
os tratamentos com excepção do tratamento nulo (controlo). Deste modo serão
colocados no pulverizador 5 ml do produto para 5 l de água.

Durante as fases de pré formação (30 DDT) e formação das cabeças (45 DDT e 60 DDT),
serão aplicados os outros insecticidas avaliados no estudo nomeadamente, Steward 30%
WG, Zool 5% EC, Halt 5% W, Agromectin 18 EC, Agriphate 750 SP, Censor 20%
SC, Agrimet 585 SL e Agricyro 750 WP, com 300g/kg de Indoxacarb, 50g/l de
Lufenuron, 1kg/ha de Bt, 18g/l de Abamectina, 750g/kg de Acephate, 200g/kg de
Fipronil, 585g/l de Metamidofos e 750g/kg de Ciromazine respectivamente
(AGRIFOCUS, 2013

3.5. Procedimentos de amostragem e


observação
A avaliação da traça da couve foi feita a partir da determinação da densidade
populacional, percentagem de infestação e o nível médio de ataque. Esta avaliação
sera feita com base em 4 observações aos 15, 30, 45 e 60 dias depois do
transplante. Em cada parcela do ensaio serão observadas 10 plantas por parcela, o que
corresponde à cerca de 30% da área útil de cada parcela do ensaio.

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