Módulo III - Parte I - Condução de Calor Permanente

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CONDUÇÃO DE

CALOR
PERMANENTE

FENÔMENOS DE TRANSFERÊNCIA II
Prof.a Dr.a Cíntia Soares – UFSC/CTC/EQA
CONDUÇÃO DE CALOR PERMANENTE EM PAREDES PLANAS
2

¨ Considere a condução de calor permanente através


das paredes de uma casa durante um dia de
inverno.
¨ Sabemos que o calor é continuamente perdido para
fora através da parede, que a transferência de
calor através da parede acontece no sentido normal
à superfície e que não ocorre transferência
significativa em outras direções.

Fonte: ÇENGEL, Yunus A.; GHAJAR, Afshin J. Transferência de calor e massa: uma abordagem
prática. 4. ed. São Paulo: McGraw Hill, 2012. xxii, 902 p. ISBN 9788580551273.
CONDUÇÃO DE CALOR PERMANENTE EM PAREDES PLANAS
3

¨ Recorde que a transferência de calor em certa


direção ocorre em decorrência do GRADIENTE DE
TEMPERATURA nessa direção.
¨ A pequena espessura da parede faz com que o
gradiente de temperatura nessa direção seja
grande.
¨ Além disso, se as temperaturas do ar interno e
externo da casa permanecem constantes, então a
transferência de calor através da parede pode ser
modelada como PERMANENTE e UNIDIMENSIONAL.
Fonte: ÇENGEL, Yunus A.; GHAJAR, Afshin J. Transferência de calor e massa: uma abordagem
prática. 4. ed. São Paulo: McGraw Hill, 2012. xxii, 902 p. ISBN 9788580551273.
CONDUÇÃO DE CALOR PERMANENTE EM PAREDES PLANAS
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¨ Note que a transferência de calor é a única interação de energia


envolvida nesse caso e que não há geração de calor.
¨ Assim, o BALANÇO DE ENERGIA para a parede é:
(Taxa de Transferência de Calor para Dentro da Parede)

(Taxa de Transferência de Calor para Fora da Parede)
=
(Taxa de Variação de Energia Interna da Parede)
*+,-./0/
̇ ̇
"#$%&' - "(') =
*1

Fonte: ÇENGEL, Yunus A.; GHAJAR, Afshin J. Transferência de calor e massa: uma abordagem
prática. 4. ed. São Paulo: McGraw Hill, 2012. xxii, 902 p. ISBN 9788580551273.
CONDUÇÃO DE CALOR PERMANENTE EM PAREDES PLANAS
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¨ Mas dEparede/dt = 0 para operação permanente.


¨ Portanto, a taxa de transferência de calor para dentro
da parede deve ser igual à taxa de transferência de
calor para fora dela.
¨ Ou seja: a taxa de transferência de calor através da
parede deve ser constante.
̇
"#$%&, . )*+,&, = constante
¨ Considere a parede plana de espessura L e
condutividade térmica média k. As duas superfícies são
mantidas a temperaturas constantes T1 e T2.
Fonte: ÇENGEL, Yunus A.; GHAJAR, Afshin J. Transferência de calor e massa: uma abordagem
prática. 4. ed. São Paulo: McGraw Hill, 2012. xxii, 902 p. ISBN 9788580551273.
CONDUÇÃO DE CALOR PERMANENTE EM PAREDES PLANAS
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¨ Para a condução de calor unidimensional permanente


através da parede, temos T(x).
¨ A Lei de Fourier para condução de calor na parede é:
12
̇
"#$%&, . )*+,&, = −kA (W)
13
onde a taxa de transferência de calor por condução e a
área da parede são constantes. Assim, dT/dx = constante, o
que significa que a temperatura através da parede varia
linearmente com x. Isto é, a distribuição da temperatura na
parede sob condições permanentes é uma linha reta.

Fonte: ÇENGEL, Yunus A.; GHAJAR, Afshin J. Transferência de calor e massa: uma abordagem
prática. 4. ed. São Paulo: McGraw Hill, 2012. xxii, 902 p. ISBN 9788580551273.
CONDUÇÃO DE CALOR PERMANENTE EM PAREDES PLANAS
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¨ Separando as variáveis na equação anterior e integrando de x


= 0, onde T(0) = T1, a x = L, onde T(L) = T2, obtém-se:
% 57
! '̇ ()*+. , ./01+1 +2 = − ! 89+:
"#$ 5#56
¨Fazendo as integrações e reordenando, tem-se:
:6 − :7
̇
'cond. , parede = kA (W)
E
A taxa de condução de calor através da parede plana é
proporcional à condutividade térmica média, à área da parede e à
diferença de temperatura, mas inversamente proporcional à
espessura da parede.
Fonte: ÇENGEL, Yunus A.; GHAJAR, Afshin J. Transferência de calor e massa: uma abordagem
prática. 4. ed. São Paulo: McGraw Hill, 2012. xxii, 902 p. ISBN 9788580551273.
CONCEITO DE RESISTÊNCIA TÉRMICA
8

¨ A equação
01 203
̇
"cond. , parede = kA (W)
4
Pode ser reescrita como:
56 − 58
̇
"cond. , parede = (W)
9:;<=>=
4
onde 9 = é a resistência térmica da parede contra a
BC
condução de calor ou RESISTÊNCIA DE CONDUÇÃO na
parede.
Fonte: ÇENGEL, Yunus A.; GHAJAR, Afshin J. Transferência de calor e massa: uma abordagem
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CONCEITO DE RESISTÊNCIA TÉRMICA
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¨ Note que a resistência térmica do meio depende da


GEOMETRIA e das PROPRIEDADES TÉRMICAS do meio.

#
!=
$%

A resistência térmica pode ser expressa como


Rparede=△T/Qcond. parede, que é a razão da condução potencial
△T para a correspondente taxa de transferência Qcond. parede.
Fonte: ÇENGEL, Yunus A.; GHAJAR, Afshin J. Transferência de calor e massa: uma abordagem
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CONCEITO DE RESISTÊNCIA TÉRMICA
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¨ Essa equação para a transferência de calor é


análoga para a relação de fluxo de corrente
elétrica I, expressa como
Fluxo de Calor

#$ − #&
!=
'( Fluxo de Corrente Elérica

onde Re=L/)eA é a resistência elétrica e V1 – V2


é a diferença de tensão através da resistência
()e é a condutividade elétrica).
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CONCEITO DE RESISTÊNCIA TÉRMICA
11

¨ Assim, a taxa de transferência de calor através da camada corresponde


à corrente elétrica, a resistência térmica corresponde à resistência
elétrica e a diferença de temperatura corresponde à diferença de tensão.

Fluxo de Calor

Fluxo de Corrente Elérica

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CONCEITO DE RESISTÊNCIA TÉRMICA
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¨ Considere a transferência de calor por convecção a partir de uma


superfície sólida de área As e temperatura Ts para um fluido cuja
temperatura suficientemente distante da superfície é T∞ com coeficiente
de transferência de calor por convecção h.
¨ A Lei de Newton do resfriamento para a taxa de transferência de calor
̇
por convecção #$%&' = ℎ*+ ,+ − ,. pode ser reescrita como:

01 203
̇
#$%&'. = (W) Sólido
45678.

Fonte: ÇENGEL, Yunus A.; GHAJAR, Afshin J. Transferência de calor e massa: uma abordagem
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CONCEITO DE RESISTÊNCIA TÉRMICA
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(
onde !"#$%. = (K/W)
)*+
é a resistência térmica da superfície de convecção contra o calor ou,
simplesmente, a RESISTÊNCIA DE CONVECÇÃO DA SUPERFÍCIE.
¨ Note que, quando o coeficiente de convecção de transferência de
calor é muito grande ℎ → ∞ , a resistência de convecção torna-se
nula e Ts ≈ T∞.
¨ Isto é, a superfície não oferece qualquer resistência à convecção.

¨ A superfície não tem de ser plana. É válida para superfícies de


qualquer forma, desde que o pressuposto de h = constante seja
razoável.

Fonte: ÇENGEL, Yunus A.; GHAJAR, Afshin J. Transferência de calor e massa: uma abordagem
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CONCEITO DE RESISTÊNCIA TÉRMICA
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¨ Quando a parede é cercada por gás, os efeitos da radiação que


temos ignorado até agora podem ser significativos, devendo,
portanto, ser considerados.
¨ A taxa de transferência de calor por radiação entre a superfície
de emissividade > e área As, na temperatura Ts e as superfícies
ao redor na temperatura média Tcir pode ser expressa como

RS TRUVW
̇ J J
ABCD = >FGH IH − ILMNL = ℎNPQ GH IH − ILMNL = (W)
XWYZ
Fonte: ÇENGEL, Yunus A.; GHAJAR, Afshin J. Transferência de calor e massa: uma abordagem
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CONCEITO DE RESISTÊNCIA TÉRMICA
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*
onde %&'( = (K/W)
+,-./0
é a resistência térmica da superfície contra a radiação ou a
RESISTÊNCIA DE RADIAÇÃO, e

̇
U&'( ^
ℎ&'( = = Z[ \]^ + \`a&` \] + \`a&` (W/m2 K)
/0 V0 WVXY,X

é o coeficiente de transferência de calor por radiação.


Fonte: ÇENGEL, Yunus A.; GHAJAR, Afshin J. Transferência de calor e massa: uma abordagem
prática. 4. ed. São Paulo: McGraw Hill, 2012. xxii, 902 p. ISBN 9788580551273.
CONCEITO DE RESISTÊNCIA TÉRMICA
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¨ A definição do coeficiente de transferência de calor por radiação


nos permite expressar a radiação convenientemente de maneira
análoga à convecção na diferença de temperatura.
¨ Mas hrad depende fortemente da temperatura, enquanto hconv não.
¨ Uma superfície exposta ao ar circundante envolve convecção e
radiação simultaneamente: a transferência de calor total na
superfície é determinada por adição (ou subtração, se for no
sentido oposto) dos components da radiação e da convecção.

Fonte: ÇENGEL, Yunus A.; GHAJAR, Afshin J. Transferência de calor e massa: uma abordagem
prática. 4. ed. São Paulo: McGraw Hill, 2012. xxii, 902 p. ISBN 9788580551273.
CONCEITO DE RESISTÊNCIA TÉRMICA
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¨ As resistências à convecção e à radiação são


paralelas entre si. A definição do coeficiente de
transferência de calor por radiação nos permite
expressar a radiação convenientemente de
maneira análoga à convecção na diferença de
temperatura e podem causar alguma complicação
na rede de resistências térmicas.
¨ Quando Tcir ≈T ∞, o efeito da radiação pode ser
devidamente contabilizado, substituindo h na
relação da resistência de convecção.

Fonte: ÇENGEL, Yunus A.; GHAJAR, Afshin J. Transferência de calor e massa: uma abordagem
prática. 4. ed. São Paulo: McGraw Hill, 2012. xxii, 902 p. ISBN 9788580551273.
CONCEITO DE RESISTÊNCIA TÉRMICA
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ℎ"#$% = ℎ"#'( + ℎ*+,

onde hcomb é o coeficiente de transferência de calor combinado.


Dessa forma, todas as complicações associadas com radiação são
evitadas.

Fonte: ÇENGEL, Yunus A.; GHAJAR, Afshin J. Transferência de calor e massa: uma abordagem
prática. 4. ed. São Paulo: McGraw Hill, 2012. xxii, 902 p. ISBN 9788580551273.
REDE DE RESISTÊNCIA TÉRMICA
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¨ Considere a transferência de calor unidimensional permanente através


de uma parede plana de espessura L, área A e condutividade térmica
k exposta à convecção em ambos os lados para fluidos nas
temperaturas T∞1 e T∞2 com coeficientes de transferência de calor h1 e
h2.
Parede

Fonte: ÇENGEL, Yunus A.; GHAJAR, Afshin J. Transferência de calor e massa: uma abordagem
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REDE DE RESISTÊNCIA TÉRMICA
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¨ Considerando T ∞2 < T ∞1 , a variação de temperatura será como


mostrado na figura. Note que a temperatura varia linearmente na
parede e se aproxima de forma assintótica de T∞1 e T∞2 nos fluidos à
medida que nos afastamos da parede.

Parede

Fonte: ÇENGEL, Yunus A.; GHAJAR, Afshin J. Transferência de calor e massa: uma abordagem
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REDE DE RESISTÊNCIA TÉRMICA
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¨ Sob condições permanentes, tem-se:


(Taxa de Convecção de Calor para Dentro da Parede)
=
(Taxa de Condução de Calor Através da Parede)
=
(Taxa de Convecção de Calor na Parede)

ou

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REDE DE RESISTÊNCIA TÉRMICA
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¨ Uma vez que a taxa de calor está calculada, a equação pode ser usada
para determinar as temperaturas intermediárias.
¨ Assim,
$%& '$%(
̇
"= (W)
)*+*,-
Onde
7 @ 7
./0/12 = .3045.7 + .91:;<; + .3045.= = >& ?
+ A?
+ >( ?
(K/W)

A taxa de transferência de calor permanente entre duas superfícies é igual à


diferença de temperatura dividida pela resistência térmica total entre essas
duas superfícies.
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REDE DE RESISTÊNCIA TÉRMICA
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¨ A razão entre a queda de temperatura e a


resistência térmica através de qualquer
camada é constante. Então, a queda de
temperatura através de qualquer camada é
proporcional à resistência térmica das
camadas.
¨ Quanto maior for a resistência, maior será a
queda de temperatura.
∆%
̇ ̇ (℃)
" = & e ∆' = "(
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REDE DE RESISTÊNCIA TÉRMICA
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¨ Note que não precisamos conhecer as temperaturas da superfície da


parede para avaliar sua taxa de transferência de calor permanente.
¨ Tudo o que precisamos saber são os coeficientes de transferência de
calor por convecção e as temperaturas do fluido em ambos os lados da
parede.
¨ A temperatura da superfície da parede pode ser determinada
utilizando o conceito de resistência térmica, mas tomando a superfície
em que a temperatura está para ser determinada como um dos
terminais de superfície.
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REDE DE RESISTÊNCIA TÉRMICA
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¨ Por exemplo, uma vez determinado o valor de "̇ , a temperatura


superficial T1 pode ser determinada a partir de

$%& − $& $%& − $&


"̇ = =
()*+,. & 1⁄ℎ& 1

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PAREDES PLANAS MULTICAMADAS
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¨ Na prática, muitas vezes encontramos paredes planas que consistem em


várias camadas de materiais diferentes.
¨ O conceito de resistência térmica ainda pode utilizado para determinar
a taxa de transferência de calor permanente através dessas paredes
compostas.
¨ Considere uma parede plana que consiste em duas camadas (como uma
parede de tijolos com uma camada de isolamento). A taxa de
transferência de calor permanente através dessa camada composta de
duas paredes pode ser expressa como:
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PAREDES PLANAS MULTICAMADAS
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Parede 1 Parede 2

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PAREDES PLANAS MULTICAMADAS
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¨ Uma vez conhecido o valor de ",̇ a temperatura superficial Tj de valor


desconhecido em qualquer superfície ou interface j pode ser
determinada a partir de
$% − $'
"̇ =
()*)+,,%.'
onde Ti é a temperatura conhecida no local i e Rtotal, i-j é a resistência
térmica total entre os locais i e j.
Por exemplo, quando as temperaturas do fluido T ∞1 e T ∞2 estão
disponíveis para o caso de duas camadas e "̇ é calculado, a temperatura
da interface T2 entre duas paredes pode ser determinada por:
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PAREDES PLANAS MULTICAMADAS
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¨ Uma vez conhecido o valor de "̇ , a temperatura


superficial Tj de valor desconhecido em qualquer
superfície ou interface j pode ser determinada a partir
de
$%& − $( $%& − $(
"̇ = =
)*+,-. & + )012343 & 1 8&
+
ℎ& 7 9& 7
A queda da temperatura através da camada é facilmente
determinada a partir de ∆$ = ") ̇ (℃)

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PAREDES PLANAS MULTICAMADAS
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¨ CONCLUSÃO:
¨ O conceito de resistência térmica é amplamente utilizado na prática.

Tem provado ser uma ferramenta poderosa para a solução de uma


vasta gama de problemas de transferência de calor.

Contudo, sua utilização é limitada aos sistemas em que a taxa de


transferência de calor "̇ se mantém constante, isto é, sistemas que
envolvem transferência de calor permanente e sem geração de calor
dentro do meio.
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REDES GENERALIZADAS DE RESISTÊNCIA TÉRMICA
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¨ O conceito de RESISTÊNCIA TÉRMICA ou ANALOGIA ELÉTRICA também


pode ser usado para resolver problemas de transferência de calor
permanente que envolvem camadas paralelas ou arranjos em série
e em paralelo.

¨ Embora esses problemas sejam muitas vezes bidimensionais ou


tridimensionais, soluções aproximadas podem ser obtidas
considerando-se uma transferência de calor unidimensional e usando a
rede de resistência térmica.
Fonte: ÇENGEL, Yunus A.; GHAJAR, Afshin J. Transferência de calor e massa: uma abordagem
prática. 4. ed. São Paulo: McGraw Hill, 2012. xxii, 902 p. ISBN 9788580551273.
REDES GENERALIZADAS DE RESISTÊNCIA TÉRMICA
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¨ Considere uma parede composta de duas camadas


paralelas.
¨ A rede de resistência térmica, que consiste de duas
resistências em paralelo, é mostrada na figura.
Isolamento

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REDES GENERALIZADAS DE RESISTÊNCIA TÉRMICA
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¨ Neste caso, a transferência de calor total é a soma da


transferência de calor através de cada camada. Assim, Isolamento

'( )'* '( )'* - -


̇ ̇ ̇
" = "1 + "2 = + = ,- − ,/ +
+( +* +( +*

¨ Utilizando a analogia elétrica, obtém-se:

'( )'* - - - +( +*
̇
"=+ = + ou 456578 =
01023 +01023 +( +* +( 9+*

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REDES GENERALIZADAS DE RESISTÊNCIA TÉRMICA
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¨ Agora vamos considerar a combinação série-paralela.


¨ O valor total da taxa de transferência de calor através
desse sistema composto pode ser expresso como: Isolamento

$% − $'
"̇ =
()*)+,

45 46
onde ()*)+, = (%- + (/ + (0*12. = 4 74 + (/ + (0*1280.
5 6
95 96 9< %
(% = (- = (/ = (0*12. =
:5 ;5 :6 ;6 :< ;< =;<
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REDES GENERALIZADAS DE RESISTÊNCIA TÉRMICA
35

¨ Uma vez que as resistências térmicas individuais foram


avaliadas, a resistência total e a taxa total de
transferência de calor podem ser facilmente
determinadas.
Isolamento

¨ O resultado obtido é algo aproximado, uma vez que a


superfície da terceira camada provavelmente não é
isotérmica e deve ocorrer transferência de calor entre as
duas primeiras camadas.
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REDES GENERALIZADAS DE RESISTÊNCIA TÉRMICA
36

¨ Duas hipóteses comumente utilizadas na resolução de


problemas multidimensionais complexos de transferência
de calor tratando-os como unidimensionais (digamos, na
direção x) e utilizando a rede de resistência térmica:
Isolamento

1) Qualquer parede plana normal ao eixo x é isotérmica


(ou seja, considerar que a temperatura varia apenas na
direção x).

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REDES GENERALIZADAS DE RESISTÊNCIA TÉRMICA
37

2) Qualquer plano paralelo ao eixo x é adiabático (ou seja, assumir que


a transferência de calor ocorre somente na direção x.

Isolamento

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CONDUÇÃO DE CALOR EM CILINDROS E ESFERAS
38

¨ Considere a condução de calor através de um tubo de


água quente. O calor é continuamente perdido para o
exterior através da parede do tubo.
¨ Entendemos que a transferência de calor é normal à
direção da superfície do tubo e não ocorre transferência
significativa no tubo em outras direções.
¨ A parede do tubo, cuja espessura é bastante pequena,
separa dois fluidos em diferentes temperaturas.
¨ Portanto, o gradiente de temperatura na direção radial é
relativamente grande.
Fonte: ÇENGEL, Yunus A.; GHAJAR, Afshin J. Transferência de calor e massa: uma abordagem
prática. 4. ed. São Paulo: McGraw Hill, 2012. xxii, 902 p. ISBN 9788580551273.
CONDUÇÃO DE CALOR EM CILINDROS E ESFERAS
39

¨ Além disso, se as temperaturas dos fluidos dentro e fora do


tubo permanecem constantes, então a transferência de
calor através do tubo será PERMANENTE.
¨ Assim, a transferência de calor através do tubo depende
apenas da direção radial (T = T(r)).
¨ A temperatura é independente do ângulo ou da distância
axial.
¨ Na operação permanente, "̇ #$%& . , #)*)%&+$ = #$%-./%.0

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CONDUÇÃO DE CALOR EM CILINDROS E ESFERAS
40

¨ Considere um tubo circular de raio interno r1, raio externo


r2, comprimento L e condutividade térmica média k.
¨ As duas superfícies da camada cilíndrica são mantidas nas
temperaturas constantes T1 e T2.
¨ Não existe nenhuma geração de calor na camada e a
condutividade térmica é constante.
¨ A lei de Fourier da condução de calor para a transferência
de calor através da camada cilíndrica será:
&/
̇
"#$%&. #()(%&*$ = −-.
&*
Fonte: ÇENGEL, Yunus A.; GHAJAR, Afshin J. Transferência de calor e massa: uma abordagem
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CONDUÇÃO DE CALOR EM CILINDROS E ESFERAS
41

¨ Onde A = 2πrL é área de transferência de calor na


posição r. Note que A depende de r; portanto, varia na
1:
direção da transferência de calor. ̇
-./01. .343015/ = −96
15
¨ Separando as variáveis e integrando de r = r1, onde T(r1)
= T1, até r = r2, onde T(r2) = T2, tem-se:

(+ ̇
-./01. .343015/ 8+
' 15 = − ' 91:
()(* 6 8)8*

Fonte: ÇENGEL, Yunus A.; GHAJAR, Afshin J. Transferência de calor e massa: uma abordagem
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CONDUÇÃO DE CALOR EM CILINDROS E ESFERAS
42

¨ Substituindo A = 2πrL e executando as integrações tem-se:

56 758
̇
()*+,. , )/0/+,1* = 2234 (W)
9: <8 ⁄<6

Fonte: ÇENGEL, Yunus A.; GHAJAR, Afshin J. Transferência de calor e massa: uma abordagem
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CONDUÇÃO DE CALOR EM CILINDROS E ESFERAS
43

¨ Essa equação pode ser rearranjada como: ̇


"#$%&.
- /-
, #)*)%&+$ = 2GHI JK .? ⁄?0 (W)
0 .

-. /-0
̇
"#$%&. , #)*)%&+$ = (W)
123435678

<= ?0 ⁄?.
onde 9:;<;=>?@ = BCDE

é a RESISTÊNCIA TÉRMICA DA CAMADA CILÍNDRICA


contra a condução de calor ou simplesmente RESISTÊNCIA DE
CONDUÇÃO da camada cilíndrica.

Fonte: ÇENGEL, Yunus A.; GHAJAR, Afshin J. Transferência de calor e massa: uma abordagem
prática. 4. ed. São Paulo: McGraw Hill, 2012. xxii, 902 p. ISBN 9788580551273.
CONDUÇÃO DE CALOR EM CILINDROS E ESFERAS
44

¨ Podemos repetir a análise para uma camada esférica tomando


! = 4$% &
e realizando integrações na equação:

̇
()*+,. ./0.%1
,4 69 ̇
()*+,. ./0.%1 :9
= −3! 5 ,% = − 5 3,4
,% 6768 ! :7:8

Substituindo ! = 4$% & , tem-se:

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CONDUÇÃO DE CALOR EM CILINDROS E ESFERAS
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./ − .1
̇
"#$%&. ()*(+, =
2345367
6896:
onde 2345367 =
;<6:68=

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CONDUÇÃO DE CALOR EM CILINDROS E ESFERAS
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¨ É a resistência térmica da camada esférica contra a


condução de calor ou RESISTÊNCIA DE CONDUÇÃO da
camada esférica.
¨ Agora consideremos a transferência de calor
unidimensional permanente através de uma camada
cilíndrica ou esférica exposta à convecção em ambos os
lados para os fluidos a temperaturas !"# e !"$ com
coeficientes de transferência de calor h1 e h2,
respectivamente.
¨ A rede de resistência térmica consiste de uma resistência
de condução e duas resistências de convecção em série.

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CONDUÇÃO DE CALOR EM CILINDROS E ESFERAS
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¨ A taxa de transferência de calor sob condições


permanentes é
$%& − $%(
"̇ =
)*+*,-

onde )*+*,- = ).+/0.& + ).3-3/45+ + ).+/0.(

& -/ 5; ⁄57 &


)*+*,- = (657 8 97
+ (68<
+ (65; 8 9;

Para a camada cilíndrica


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CONDUÇÃO DE CALOR EM CILINDROS E ESFERAS
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¨ A taxa de transferência de calor sob condições


permanentes é
$%& − $%(
"̇ =
)*+*,-

onde )*+*,- = ).+/0.& + )34536, + ).+/0.(

& 6: <69 &


)*+*,- = 7869: ;9
+ 7869 6: =
+ 786:: ;:

Para a camada esférica


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CONDUÇÃO DE CALOR EM CILINDROS E ESFERAS
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¨ Note que A na relação da resistência de convecção


!"#$%. = 1⁄ℎ+ é a área da superfície onde ocorre
convecção.
¨ É igual a + = 2-./ para superfície cilíndrica e + = 4-. 1
para a superfície esférica de raio r.
¨ Observe também que as resistências térmicas estão em
série, portanto, a resistência térmica total é a adição das
resistências individuais.

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CILINDROS E ESFERAS MULTICAMADAS
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¨ A transferência de calor permanente através de múltiplas


cascas cilíndricas ou esféricas pode ser tratada da mesma
forma como ocorre em múltiplas camadas em paredes
planas.
¨ Simplesmente soma-se a resistência adicional em série
para cada camada adicional.
¨ Por exemplo: a taxa de transferência de calor
permanente através de 3 camadas compostas do cilindro
de comprimento L com convecção em ambos os lados é:
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CILINDROS E ESFERAS MULTICAMADAS
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CILINDROS E ESFERAS MULTICAMADAS
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¨ Uma vez que "̇ é calculada, a temperatura T2 da


interface entre a primeira e a segunda camada cilíndrica
pode ser determinada por:

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prática. 4. ed. São Paulo: McGraw Hill, 2012. xxii, 902 p. ISBN 9788580551273.

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