Geologia 10º Ano

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O método científico

Conceitos-chave:
Observação: Algo visto diretamente,
através dos sentidos ou, indiretamente,
através do uso de instrumentos
especializados.
Previsão: Resultado possível de um
teste científico, estimado com base
numa ideia específica, através de um
raciocínio lógico.
Hipótese: Explicação provisória, devidamente fundamentada, para um conjunto
restrito de fenómenos.
Experiência: Teste científico que envolve a manipulação de um ou mais fatores num
determinado sistema, com o objetivo de verificar como essa manipulação o afeta.
Evidência: Resultado proveniente de uma experiência e/ ou observação que auxilia o
cientista a aceitar ou a refutar uma determinada ideia científica.
Facto: Declaração que sabemos ser verdadeira através da observação direta.
Lei: Generalização acerca de dados. Forma concisa de descrever o que se espera que
venha a acontecer numa situação particular.
Teoria: Explicação geral para uma vasta gama de fenómenos. Usualmente, integra e
generaliza um elevado número de hipóteses.

Experiências com variáveis:


Variável independente:
 É a variável que o investigador manipula, é aquela em que os grupos em estudo
diferem e cujo efeito o investigador vai determinar.

Variável dependente:
 É a variável que o investigador vai medir para avaliar diferenças nos grupos
sujeitos à exposição (ou não) da variável independente.

Variável ou Grupo de controlo:


 É a variável que é mantida constante para que o impacte de um outro fator
possa ser melhor compreendido. O seu efeito é deliberadamente eliminado
pelo investigador.
Geologia
A Geologia, os geólogos e os seus métodos:
A geologia é a ciência que tem como objetivo de estudo a Terra no que toca à sua
origem, composição litológica, estrutura, propriedades físicas, transformações e
história.

A Terra e os seus subsistemas em interação:


A Terra é um sistema fechado que troca energia com o meio envolvente, mas cuja
troca de matéria com o exterior pode ser considerado pouco significativa, atendendo à
sua massa. A Terra é constituída por quatro subsistemas abertos (realizam trocas
consideráveis de matéria e energia) que interagem entre si de forma dinâmica: a
biosfera, a geosfera, a hidrosfera e a atmosfera.

 A biosfera compreende todas as formas de vida aquáticas e terrestres,


existentes na Terra, bem como os seus habitats e as suas relações com estes.
 A geosfera engloba a parte superficial, sólida da Terra – continentes e fundos
oceânicos – e a parte interna que se encontra organizada em camadas
concêntricas (crusta, manto e núcleo). As alterações e os movimentos que
ocorrem na geosfera fazem da Terra um planeta geologicamente ativo.
 A hidrosfera corresponde à totalidade da água terrestre, quer esta se encontre
no estado líquido em rios, oceanos, lagos e lençóis freáticos ou sólido, sob a
forma de neve ou de glaciares. A água é o recurso natural mais importante da
Terra, pois é essencial à existência de todas as formas de vida, tal como hoje se
conhecem.
 A atmosfera é uma massa de água gasosa que envolve os restantes
subsistemas e separa-os, de forma difusa, do espaço exterior.
Os diferentes subsistemas terrestres estabelecem entre si diversas relações, de que
resultam alterações com impacte no equilíbrio global do sistema Terra.

As rochas, arquivos que relatam a História da Terra:


O estudo das rochas que se encontram à superfície terrestre conta uma história que
contribui para o conhecimento do planeta. As mudanças originadas, pelo seu
dinamismo interno e externo, são responsáveis por fenómenos súbitos, como os
sismos ou os vulcões, e por processos lentos e graduais quando percecionados à escala
da vida humana, como a formação de cadeias montanhosas ou a erosão do vale por
onde corre um rio.
A Terra é constituída por uma grande variedade de rochas, materiais que ocorrem
naturalmente, constituídos por um ou mais minerais. Conforme a sua origem e
propriedades, estas podem agrupar-se como sedimentares, magmáticas ou
metamórficas.

Rochas sedimentares:
As rochas sedimentares formam-se à superfície da Terra – geodinâmica externa – por
acumulação de fragmentos provenientes da meteorização e erosão de outras rochas,
da alteração de restos de seres vivos ou, ainda, devida à precipitação química.
A sedimentogénese e a diagénese são os processos responsáveis pela formação de
rochas sedimentares, como o argilito e o arenito, e integram o ciclo sedimentar.

CICLO SEDIMENTAR:
Sedimentogénese:

 Meteorização: Conjunto de processos físicos e/ ou químicos que conduzem à


formação de sedimentos/ detritos.
 Erosão: Consiste na remoção dos produtos resultantes da meteorização.
 Transporte: Corresponde ao movimento dos materiais resultantes da erosão.
 Deposição (sedimentação): Quando o transporte cessa, os sedimentos
acumulam-se geralmente, dispostos horizontalmente sob a forma de estratos –
estratificação.
Diagénese/ Litificação:

 Compactação: Processo que conduz à diminuição de volume e à desidratação


provocadas pelo peso dos materiais suprajacentes.
 Cimentação: Consolidação dos sedimentos devido, frequentemente, à
precipitação de substâncias dissolvidas na água que agregam os sedimentos.
 Recristalização: Modificação da estrutura dos minerais, devido às alterações
das condições de pressão e temperatura e à circulação de fluidos.
Frequentemente, são encontrados fósseis nos afloramentos de rochas sedimentares. O
seu estudo permite a reconstituição de ambientes antigos – paleoambientes –, o que
contribui para a compreensão da evolução da vida na Terra e para o conhecimento da
história do planeta.
As rochas sedimentares podem ser classificadas como detríticas, quimiogénicas ou
biogénicas.

Rochas sedimentares detríticas:


 Formadas por fragmentos de outras rochas, de que são exemplo, o argilito, o
arenito e o conglomerado.
Rochas sedimentares quimiogénicas:
 Resultantes da precipitação de substâncias dissolvidas na água, de que são
exemplo, o calcário, o gesso e o sal-gema.

Rochas sedimentares biogénicas:


 Compostas por restos de seres vivos e/ ou por materiais que se formaram a
partir ou com a intervenção de organismos vivos, de que são exemplo, o
carvão, o petróleo e o calcário conquífero.

Rochas magmáticas e metamórficas:


As rochas magmáticas resultam do arrefecimento e da consolidação de um magma –
mistura fundida, complexa e variada de minerais silicatados, que pode conter cristais
em suspensão e gases dissolvidos. O magma apresenta mobilidade, pelo que pode
deslocar-se e consolidar em locais mais ou menos próximos da superfície, dando
origem a diferentes tipos de rochas.

Génese das rochas magmáticas:


 Consolidação de um magma sujeito, inicialmente, a condições de temperatura
e pressão elevadas.

Rochas magmáticas plutónicas (intrusivas):


 Arrefecimento lento e em profundidade de um magma, o que conduz à
formação de uma rocha com minerais bem desenvolvidos e visíveis a olho nu –
Textura Fanerítica/ Granular. Exemplos: Granito (rico em sílica – rocha ácida) e
Gabro (pobre em sílica – rocha básica).

Rochas magmáticas vulcânicas (extrusivas):


 Arrefecimento rápido e perto da superfície de um magma, o que conduz à
formação de uma rocha com minerais pouco desenvolvidos ou a uma massa
amorfa (rocha incapaz de cristalizar) – Textura Afanítica/ Agranular ou Textura
Vítrea, respetivamente. Exemplos: Riólito (rico em sílica – rocha ácida), Basalto
(pobre em sílica – rocha básica) e Obsidiana (vidro vulcânico/ não contem
minerais).
O estudo das características das diferentes rochas magmáticas fornece informações
acerca das condições que presidiram à sua formação, logo permitem conhecer melhor
o interior da Terra.
As rochas metamórficas têm origem em rochas preexistentes, quando estas são
sujeitas a condições de pressão e temperatura diferentes das que presidiram à sua
formação ou devido à ação de fluidos circulantes. Estes fatores designam-se fatores de
metamorfismo e promovem modificações mineralógicas e estruturais que ocorrem no
estado sólido.
Génese das rochas metamórficas:
 Ação de fatores de metamorfismo sobre rochas preexistentes.

Metamorfismo de contacto:
 Resulta, predominantemente, do
aquecimento brusco ocorrido nas rochas
que se encontram próximas de intrusões
magmáticas, ao nível da auréola de
metamorfismo, provocando a recristalização
dos seus minerais. Exemplos: Mármore
(resultante, por exemplo, de um calcário) e
Quartzito (resultante, por exemplo, de um
arenito quartzoso).

Metamorfismo regional:
 Ocorre em profundidade, onde a
temperatura é mais elevada e o peso
das camadas sobrejacentes conduz ao
aumento da pressão e ao alinhamento
dos minerais segundo uma orientação
preferencial – foliação. Exemplos: Xisto
(resultante, por exemplo, de um
arenito) e Gnaisse (resultante, por
exemplo de um granito).

Ciclo das rochas:


A Terra é um planeta dinâmico. Enquanto a geodinâmica interna é promovida pelo seu
calor interno, o motor da geodinâmica externa é a energia solar, responsável por
processos como a meteorização, a erosão, o transporte e a sedimentação.
Integrados conjuntamente e funcionando de forma
cíclica, os processos endógenos e exógenos
redistribuem os minerais e as rochas quer pelo
interior quer pela superfície da Terra, constituindo o
ciclo das rochas ou litológico ou petrogénico.
O ciclo das rochas é um processo contínuo, em que
os sedimentos por diagénese/ litificação
transformam-se em rochas sedimentares
consolidadas que quando sujeitas a um aumento de
pressão e/ ou temperatura, transformam-se em
rochas metamórficas.
Estas, por sua vez, podem dar origem a sedimentos, se sofrerem sedimentogénese à
superfície, ou dar origem a magma se sofrerem fusão. O magma, ao arrefecer, origina
rochas magmáticas. Estas, dependendo de uma ascensão à superfície, podem sofrer
sedimentogénese ou, se não, metamorfismo.

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