Resenha Crítica "Holocausto Na Realidade de Anne Frank"

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 3

Centro Universitário do Distrito Federal - UDF

Curso de Letras Português/Inglês

ANA JÚLIA FERREIRA SANTOS - 29757525


RANNY RAVENA SILVA HERMSDORF - 29272033

RESENHA CRÍTICA

O DIÁRIO DE ANNE FRANK

A infância é tida como o momento de pureza do ser humano, onde crianças devem ser
protegidas afim de manter essa pureza. Se o cenário atual, essa proteção já é um desafio,
quando incluído em uma realidade de guerra e ódio, torna-se quase impossível. Sendo assim,
ao tentarmos enxergar a realidade de crianças no Holocausto, nos deparamos com a obra
literária. O diário de Anne Frank, publicado originalmente em 1947 pela própria Anne em seu
diário enquanto a mesma estava escondida durante uma ocupação nazista.

Na obra, Anne descreve sua rotina como uma jovem judia no período nazista. Com
apenas 13 anos, a menina dá início às suas escritas, enquanto refugiava-se em um anexo secreto
na empresa de seu pai. Esse esconderijo, localizado na Holanda, foi seu lar, por assim dizer,
por pouco mais de dois anos, período em que, juntamente a sete outras pessoas, vivenciou o
medo de uma constante ameaça, e se descobriu como ser humano. A pé adolescência por si só
já é uma fase complicada, cheia de mudanças, descobertas e curiosidades. Anne vivenciou
tudo isso enquanto estava enclausurada, infelizmente não por muito tempo, pois a garota teve
um fim trágico, assim como tantas outras crianças, judias ou não, no Holocausto.
Apesar de a obra retratar muito bem a realidade de uma criança pertencente a uma religião
perseguida por Hitler, várias outras crianças também viveram nessa época de ódio, e foram,
cada uma a sua maneira, sujeitadas a duras situações, impostas pelo exército de “Führer”.

Mesmo pregando a superioridade da raça ariana, o nazismo colocou até seus próprios jovens,
crianças, pertencentes a esse grupo a torturas e abusos.

Como o objetivo maior era forjar uma nova raça dominante, não demorou
(1939) para que as casas Lebensborn (existentes dentro e fora da Alemanha:
Áustria, Noruega, Bélgica, Luxemburgo, França) alojassem, além de
crianças alemãs (legítimas ou ilegítimas), crianças “racialmente válidas”
raptadas dos territórios invadidos pelos nazistas (Polônia, Iugoslávia,
Tchecoslováquia). As crianças sequestradas eram avaliadas por “peritos
raciais” que mediam seus narizes, apalpavam suas genitálias, observavam
sua altura, seus lábios e dentes, examinavam a cor dos olhos e dos cabelos e
comparavam tudo aos fenótipos considerados ideais, Aquelas cuja aparência
se enquadrava aos critérios de Himmler para uma criança de “verdadeiro
sangue alemão” eram consideradas com potencial para serem incluídas na
população de Reich, As outras, com traços eslavos ou qualquer sinal de
“herança judaica”, eram classificadas como “sub-humanas", sem nenhum
valor ou utilidade. (VON OELHAFEN, 2017, p.240)

Através dos relatos de Anne em seu diário, que conta uma história realística, é causada
uma imersão por meio do leitor ao ler a obra, fazendo com que ele se coloque no lugar da
personagem, e sinta todos os sentimentos que ela sentiu, tais como agonia, tristeza, frustação
e o medo, onde é narrado em seu diário ao longo da narrativa, trazendo então um ponto positivo
a obra, e também, sendo considerada uma obra impactante, e escrita por uma jovem de 13
anos, acaba impulsionando vários leitores jovens a vir e ler a mesma, sendo considerado mais
um dos pontos positivos do livro. Em seu saldo final, a obra cumpre com as expectativas de
trazer essa imersão ao leitor durante sua narrativa, que utiliza uma escrita mais informal e
rústica, unindo mais essa ligação de personagem e leitor, percebendo-se a importância
histórica, social e cultural deste livro, que conta as atrocidades, cometidas contra o povo judeu,
no ponto de vista de Anne Frank.
REFERÊNCIAS

VON OELHAFEN, Ingrid; TATE, Tim. . As crianças esquecidas de Hitler: a verdadeira


história do programa Lebensborn . Trad. de Bettoni, Rogério. . São Paulo: Editora Contexto,
2017, 240 p.

Holanda, L. P., & Silva, R. A. (2016). DESIGNAÇÕES E REFERÊNCIAS SOBRE A


GUERRA NA OBRA O DIÁRIO DE ANNE FRANK. Revista DisSoL - Discurso, Sociedade
E Linguagem, (3).

DOS SANTOS, Marta Magalhães. UM OLHAR SOBRE O DIÁRIO DE ANNE FRANK.


Dissertação (Mestrado em Psicologia Aplicada). - Instituto Universitário de Ciências
Psicológicas, Sociais e da Vida, Lisboa, 2006.

Você também pode gostar