Auto Regulação Da Aprendizagem

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Índice
Introdução...................................................................................................................................3

1. O processo de auto-regulação da aprendizagem no processo de ensino e aprendizagem......4

1.1. Conceitos básicos.................................................................................................................4

1.2. Teorias da aprendizagem auto-regulada..............................................................................5

1.2.1. Modelo operante...............................................................................................................5

1.2.2. Teoria fenomenológica.....................................................................................................6

1.2.3. Teoria volitiva...................................................................................................................6

1.2.4. Teoria construtivista..........................................................................................................7

1.2.5. Teoria vygotskiana............................................................................................................7

1.2.6. Teoria socio-cognitiva da auto-regulação.........................................................................8

1.2.6.1. Modelo das fases cíclicas da aprendizagem auto-regulada............................................9

1.2.6.2. Modelo PLEA dos processos auto-regulatórios da aprendizagem..............................10

1.3. Características de indivíduos auto-regulados.....................................................................10

1.4. Desafios às práticas dos professores e formadores............................................................11

Conclusão..................................................................................................................................13

Bibliografia...............................................................................................................................14
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Introdução
O ser humano é auto-regulado por natureza e esta aptidão natural é uma das mais importantes
características humanas. A auto-regulação é a competência do indivíduo autogerir
pensamentos, sentimentos e acções que são planejadas e ciclicamente adaptadas para a
obtenção de metas e de objectivos pessoais.

No contexto de ensino e aprendizagem ela é um aspecto importante do aprendizado do


estudante e da sua performance em sala de aula. Diz respeito ao conjunto de estratégicas que
os estudantes usam para regular a sua cognição, assim como como a gestão dos recursos que
os alunos utilizam para controlar a sua aprendizagem.

No decorrer do trabalho abordaremos assuntos como os conceitos da auto-regulação e como


ela ocorre, as teorias de aprendizagem auto-regulada, os principais modelos teóricos segundo
da teoria sócio-cognitivista, as características de indivíduos auto-regulados e os desafios as
práticas os professores e formadores.

A metodologia usada para a construção deste trabalho consistiu numa análise da literatura
especializada sobre os eixos temáticos relacionados a auto-regulaçao da aprendizagem. Para
estudos posteriores, as referências dos autores consultados na elaboração deste trabalho, estão
patentes na página reservada.

Quanto a organização, o trabalho segue uma estrutura propostos pela ABNT (Associação
Brasileira de Normas Técnicas) obedecendo uma sequência lógica dos elementos pré-textuais,
textuais e pós-textuais.
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1. O processo de auto-regulação da aprendizagem no processo de ensino e aprendizagem


1.1. Conceitos básicos
Os alunos aprendem por uma grande variedade de razões, essas razões determinam a forma
como aprendem e esta determinará a qualidade do seu resultado. Assim sendo, a
aprendizagem decorre da importância dos pensamentos do aluno, tal como das dimensões
cognitiva, comportamental e motivacional, que este activa nas aprendizagens que vai
construindo.

Neste sentido, o constructo da aprendizagem auto-regulada permite focar no indivíduo o seu


protagonismo no processo de aprendizagem, promovendo a sua participação activa e
autónoma. Mota e Pereira (2014) aprendizagem é um processo de assimilação de
determinados conhecimentos e modos de acção física e mental, sendo um processo contínuo,
que ocorre ao longo de toda a vida.

A auto-regulação, quando considerada num contexto de aprendizagem, relaciona-se com “o


processo que abarca a ativação e a manutenção das cognições, motivações, comportamentos e
afetos dos alunos, planejados ciclicamente, e ajustados com a finalidade de alcançar os seus
objetivos escolares” (SCHUNK e ZIMMERMAN, 2000, cit em SIMÃO e FRISON 2013).

De acordo com PRINTRICH (1999, cit em Freitas, 2005), ela pode ser definida como
estratégias que os estudantes utilizam para regular sua cognição, assim como o uso de
estratégias de gestão de recursos que os estudantes utilizam para controlar seu aprendizado.
SILVA (2004 apud PEREIRA,2012) considera que a auto-regulação pode ser definida, diz ele
que uma acção dinâmica, temporal, intencional, planeada e complexa (porque é o resultado da
inter-relação de diferentes variáveis, isto é, está dependente de aspirações e intenções, de
valores e resultados, de competências e estratégias, dos contextos e das pressões sociais)"
(pág.16).

Auto-regular a aprendizagem é também ser capaz de desenvolver conhecimentos,


competências e atitudes que podem ser transferidas e adotadas de um contexto de
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aprendizagem para outro, podendo posteriormente ser aplicadas aos diversos contextos de
trabalho. É importante salientar que uma aprendizagem significativa e auto-regulada necessita
de vontade “will” e de destreza “skill” e, nesse sentido, os alunos devem ser ajudados a ter
consciência do seu pensamento, a serem estratégicos e a dirigir a sua motivação em direcção a
meta.
1.2. Teorias da aprendizagem auto-regulada
São varias as toeorias de aprendizagem auto-regulada que apresentam diferentes conceitos e
ideias, contudo, partilhando, algumas características comuns relativas, tanto á à
aprendizagem, como à auto-regulação, nomeadamente:
 O aluno visto como ativo e construtivo da sua aprendizagem;
 Os estudantes conseguem controlar, monitorizar e regular alguns aspeto relativos à sua
cognição, motivação e comportamento e ambiente;
 Os alunos necessitarem de critérios, isto é, objetivos ou valores de referência, que lhes
possibilitem avaliar os processos pelos quais optam face à realização das diversas
tarefas escolares;
 As atividades de aprendizagem auto-regulada são mediadoras entre a concretização
presente e as características pessoais e contextuais.

São várias as teorias que abordam aspectos relativos à auto-regulação da aprendizagem dos
alunos, designadamente: a perspectiva operante; a psicologia fenomenológica; as teorias
cognitivo-construtivistas; a perspectiva do processamento da informação; as teorias volitivas e
a perspectiva de vygotsky.

1.2.1. Modelo operante


Segundo (SOUSA, 2006) esta abordagem tem por base os princípios de Skinner, defendendo
que a auto-regulação seria como todo o comportamento operante/instrumental, isto é, seria
controlada pelas suas consequências, em virtude do facto dos estímulos relevantes estarem
presentes.

A auto-regulação é consequência da modificação que os sujeitos fazem dos estímulos que


antecedem ou se seguem aos comportamentos que pretendem controlar de forma a adiar a
consequência imediata de um comportamento, substituindo-a por outra, mais importante, mas
mais distante no tempo.

Segundo o autor acima citado o modelo operante foca nas respostas dos indivíduos, considera
que os comportamentos autorregulatórios estão intimamente relacionados com o reforço
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externo. Valoriza ainda a relação entre o comportamento dos indivíduos e o contexto em que
são produzidas, atribuindo um papel fundamental ao reforço, à modelagem e aos estímulos do
meio. Os três grandes processos em que a auto-regulação se base-a são:
 Auto-monitorização: observação e registo dos comportamentos do sujeito;
 A auto-instrução: processo de controlo que inclui a reorganização do meio para
propiciar o contacto com o estímulo fomentador da resposta desejada;
 Auto-reforço: estímulo que aumenta a probabilidade de repetição de determinado
comportamento.
1.2.2. Teoria fenomenológica
Constitui uma abordagem centrada no estudante a qual atribui pouca relevância ao meio físico
e social, ou perspectiva fenomenológica atribui um papel predominante às auto-percepções
do comportamento defendo que a auto-regulação depende do desenvolvimento do auto-
conceito do aluno, enquanto agente activo responsável pelo controlo do comportamento e dos
resultados da aprendizagem.

Criticando as abordagens comportamentalistas que consideravam a pessoa como sendo activa


e o meio passivo. Em alternativa, esta perspectiva sugere que os sujeitos modificariam a
realidade, sendo influenciados por essas mudanças.

Existe uma ligação entre o desenvolvimento das estruturas e processos do auto-sistema do


sujeito e a capacidade de auto-regulação dos indivíduos, ou seja, ela estaria associada ao
desenvolvimento natural do self (desenvolvimento de autoconceitos e auto-processos como a
autoconsciência, auto-monitorização e auto-avaliação).
Auto-regulação implica três passos de acordo com MCBOMBS (1989, cit. em SOUSA, 2006
pág.5 ) específicos:
 Estabelecimento de objectivos;
 Planificação e selecção de estratégias;
 Execução da tarefa e avaliação.
1.2.3. Teoria volitiva
Perspectiva volitiva define a auto-regulação como, a internalização de estratégias de
aprendizagem e de gestão de tarefas, em conjunto com a capacidade de as usar e as manter em
função das características e das situações. Ou seja, volição eleva as intenções de
aprendizagem a outro nível, isto é, existe outro tipo de envolvimento por parte do sujeito,
fazendo com que ele permaneça na execução da tarefa independentemente da existência assim
como não de factores de distração.
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A aprendizagem auto-regulada traduz-se num esforço do aluno em dominar aspectos


cognitivos da aprendizagem e para monitorizar e melhorar esse processo. Esta abordagem
centra-se na vontade do sujeito, e na sua capacidade ou poder de querer (will , power). Kuhl
percursor desta abordagem, sugere várias formas de promover e aumentar a volição dos
sujeitos, através de seis estratégias de controlo da cognição, para, consequentemente,
aumentar também a auto-regulação da aprendizagem, nomeadamente: Controlo da atenção,
controlo da codificação, controlo da informação ou controlo da cognição, estratégia da
persistência, controlo emocional e controlo do meio.

1.2.4. Teoria construtivista


Os construtivistas afirmam que na base de toda a aprendizagem se encontram esquemas
(considerados planos que especificam as relações entre conjuntos de ideias e objectos) que olunos
vão construindo representações da realidade cada vez mais complexas e desenvolvendo um
esforço de adaptação do seu comportamento (Costa, 2001, apud SOUSA, 2006).

As principais referências desta perspectiva foram os estudos de Bartlett e as pesquisas de Piaget,


tendo por base seis ideias fundamentais: existe uma motivação intrínseca para a procura de
informação; para a perceber tem de se ir para além da forma como é apresentada; as
representações mudam com o desenvolvimento; ocorrem refinamentos progressivos nos níveis de
aprendizagem; estes possuem limitações desenvolvimentais; a reflexão e a reconstrução
estimulam a aprendizam.

Para (Costa, 2001, apud SOUSA, 2006) existem cinco aspectos fundamentais da aprendizagem
auto-regulada, nomeadamente:
 Teoria da auto-competência (que inclui facetas como controlo, domínio e capacidade);
 Teoria do esforço (que se refere à percepção do esforço que é necessário realizar);
 Teoria das tarefas (que envolve percepções de objectivos, da estrutura da tarefa e
procedimentos a utilizar);
 Teoria das estratégias (que diz respeito ao conhecimento que o aluno possui sobre
estratégias e de quando, como e porquê as utilizar);
 Os alunos são vistos como capazes de planear, estabelecer objectivos esforçarem-se e
empenharem-se nas tarefas, de uma maneira optimista e positiva, sendo, contudo,
necessário que tenham tido acesso a um variado número de estratégias de aprendizagem.
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1.2.5. Teoria vygotskiana


Na sua perspectiva, Vygotsky aponta duas ideias principais: a importância do discurso interno
como fonte de conhecimento e autocontrolo; a interacção social entre adultos e crianças enquanto
condição para a mediação e internalização da linguagem ou de outros processos psicológicos,
sugeriu, assim, que a auto-regulação seria fruto da internalização feita pelos sujeitos. As crianças
passam, gradualmente, a conseguir regular-se a si próprias, ao internalizarem e apropriarem os
meios que os adultos utilizaram para as regular.

Portanto essa teoria define os educandos como aprendizes envolvidos em práticas socioculturais
de ensino e aprendizagem. Vygotsky explica que o conhecimento é mediado por signos
(linguagem, esquemas, figuras) e instrumentos (livros, filmes, material didático, jogos...). Destaca
que o sujeito desenvolve-se e aprende, na medida em que participa das diversas formas de
interação social, utilizando-se de instrumentos físicos e psicológicos.

A motivação para a auto-regulação foi pouco desenvolvida por esta perspectiva, assim como a
autoconsciência, não foi muito explorada mas incluiria a distinção entre operações (influenciadas
pelas condições contextuais da tarefa) e acções (dirigidas pelos objectivos dos sujeitos).

1.2.6. Teoria socio-cognitiva da auto-regulação


Esta teoria em relação destaca a importância do indivíduo no controlo do seu processo de
aprendizagem. Propondo ainda compreensão dos factores, internos assim como externos, que
estão presentes nos processos humanos de aprendizagem. A teoria socio-cognitiva define a auto-
regulação como um processo triárquico de recíprocas interações de variáveis pessoais
(conhecimentos, competências e motivações), de comportamento e contextuais.

As sucessivas modificações registadas nestas variáveis, decorrentes da monitorização exercida


pelo aluno, relativamente à aprendizagem académica, levam que a auto-regulação seja entendida
como um processo Cíclico (pessoa, ambiente, comportamento)

Outros aspectos importantes abordados nesta para o entendimento do processo auto-regulatório


são conceitos de modelagem (mudanças no comportamento, na cognição e afeto do indivíduo,
decorrente das aprendizagens pela observação de modelos) e o subprocesso de auto-reação
(relacionada com as reações avaliativas do aluno sobre o julgamento dos demais relativos às suas
realizações. Esta teoria sublinha, ainda, que a auto-regulação da aprendizagem apresenta três
nomeadamente subprocessos:
 Auto-observação (análise do seu próprio comportamento);
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 Auto-julgamento (comparação entre as metas pré-estabelecidas pelos estudantes e as suas


realizações);
 Auto-reacção.
Entende-se, assim, que os alunos auto-regulados, veem a aprendizagem como um processo
proactivo, estão motivados e utilizam as estratégias adequadas para atingir os resultados
académicos desejados, destacando-se a “escolha”(selecionar os métodos de acção que se adaptam
ao seu estilo de aprendizagem) e o "controlo" (dos seus comportamentos, cognições e emoções)
como características principais da auto-regulação da aprendizagem.

Porém existem estudantes que não apresentam processos auto-regulatórios funcionais, sendo
assim necessário, por parte dos docentes, promover aprendizagens significativas e o controlo
consciente dos seus processos de aprendizagem, incrementando nos alunos as competências auto-
regulatórias. Neste sentido, com base na teoria sociocognitiva, Zimmerman (2000 cit em Pereira,
2012) propõe o modelo cíclico da aprendizagem auto-regulada, procurando um melhor
entendimento face a um constructo complexo.

1.2.6.1. Modelo das fases cíclicas da aprendizagem auto-regulada


De acordo com Zimmerman (2000, apud Pereira, 2012) o constructo de auto-regulação da
aprendizagem é composto por fases, processos e componentes que se inter-relacionam,
promovendo determinados resultados de aprendizagem.

São considerados mais auto-regulados os alunos mais ativos em termos metacognitivos,


motivacionais e comportamentais, face ao seu processo de aprendizagem. O processo de
aprendizagem apresenta-se em três fases de caracter cíclico: a fase prévia, a fase de realização ou
de controle volitivo e a fase de auto-reflexão.

 Fase prévia: Associa-se à planificação, ou seja, ao estabelecimento de objetivos e à


escolha de um plano estratégico que guia a conduta do estudante, entendida como um
pensamento em tempo futuro. Ela é influenciada pelas características motivacionais, os
objetivos de realização, a auto-eficácia e a valorização académica apresentadas pelo
indivíduo.
 Fase de realização ou controle volitivo: Diz respeito aos processos que ocorrem durante
a aprendizagem em que a auto-monitorização e o auto-controlo assumem um importante
papel. É, portanto, uma fase de execução (idem), em que, através da utilização de
estratégias de aprendizagem e do controlo da atenção, o estudante realiza a tarefa
controlando de forma contínua o curso da acção.
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 Fase de auto-reflexao: Destaca a necessidade de reflectir e reagir, una vez terminada a


tarefa, entendida, assim, como a fase de avaliação por parte do aluno, relativamente as
estratégias de aprendizagem delineadas para alcançar os objectivos, permitindo a
realização dos ajustamentos que se consideram adequados.
1.2.6.2. Modelo PLEA dos processos auto-regulatórios da aprendizagem
Este modelo salienta que a auto-regulação está na aprendizagem em função do grau em que os
estudantes estão metacognitiva, motivacional e comportamentalmente envolvidos com as tarefas
de aprendizagem. Assim, através de um processo de auto-regulação, assente na escolha e no
controlo, os alunos poderão auto-regular diferentes dimensões da aprendizagem, por exemplo, os
métodos e estratégias utilizadas, a sua motivação, os recursos sociais e ambientais e os resultados
de aprendizagem pretendidos.
O modelo apresenta três fases: a fase de planificação, a fase de Execução e a fase de Avaliação
das tarefas realizadas, e defende ainda que a atualização do ciclo auto-regulatório em cada uma
das fases.
a) Fase de planificação: De acordo com Rosário (2004), "a fase da planificação verifica-se
quando os alunos analisam a especificidade da tarefa de aprendizagem com a qual se
defrontam". Esta análise permite ao aluno compreender quais os recursos pessoais e
ambientais necessários envolver, para atingir os objetivos que se propõe alcançar face à
tarefa, traçando assim um plano de ação que conduza à fase de execução.
b) Fase de execução: consiste na implementação de estratégias coma intenção de atingir o
rsultado esperado. Deste modo, os estudantes apropriam-se de um conjunto de estratégias
automonitorizando a sua eficácia, objetivando alcançar as metas propostas.
c) Fase de avaliação: acontece quando o estudante analisa o resultado da sua aprendizagem
relativamenteà meta estabelecida por si. A importância desta fase centra-se no facto de,
perante a constatação de discrepância no atingir da meta proposta, serem adaptadas
estratégias que possam promover a obtenção do objectivo delineado.
1.3. Características de indivíduos auto-regulados
As principais características de um estudante autorregulado são:
 Papel activo e consciente durante o processo de aprendizagem;
 Utilização de estratégias aliadas a metacognição, que segundo Lopes da Silva (2004) a
metacognição pode ser definida "como a consciência e o controle que o sujeito possui de
seu próprio conhecimento e atividade cognitiva"
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 A aprendizagem auto-regulada pressupõe que os alunos sejam capazes de criar um plano


com vistas a alcançar um determinado objectivo, seleccionar estratégias adequadas para
execução dos mesmos, revisar sistematicamente suas estratégias, bem como seus
objectivos e fazer redireccionamentos quando julgarem necessário.
1.4. Desafios às práticas dos professores e formadores
A auto-regulação diz respeito as abordagens utilizadas para autodirigir o empenho nas
actividades orientadas por metas. As estratégias de auto-regulação são usadas pelos
professores para planejar a aprendizagem, gerir os recursos, monitorizar o progresso dos
alunos, fazer alterações, monitorizar as suas próprias motivação e emoções e auto-avaliar a
consecução dos objectivos.
Qualquer intervenção neste tem por objectivo dirigir aos alunos, de modo que adquiram
conhecimentos, os saibam valorizar e saibam também como os utilizar, quando, onde e
porquê, e da qual decorrem desafios para as práticas educativas, para os professores e para os
formadores de professores.
 Desafios para as práticas educativas: integrar o ensino de estratégias de aprendizagem
ao longo dos diversos anos de escolaridade, que possam contribui para desenvolver os
processos de auto-regulação no estudante; salientar a autonomia e o controle que o
estudante pode desempenhar na aprendizagem; promover o desenvolvimento de
competências e de atitudes nas componentes que integram a auto-regulação
(comportamental, metacognitiva, motivacional e volitiva) atendendo aos diferentes
contextos.
 Desafios para os professores: desenvolver actividades, experiências de aprendizagem,
metodologias, instrumentos ou propostas de trabalho, ao longo dos anos de escolaridade
que contribuam para o desenvolvimento competências auto-regulatórias, pois elas estão
relacionadas com a melhoria dos contextos de ensino e de aprendizagem; ensinar os
alunos a auto-regularem a sua aprendizagem e os processos utilizados (na mesma), través
do conteúdo das disciplinas que fazem parte do currículo; estruturar o ambiente de
aprendizagem de maneira que permitam aos estudantes, construir conhecimento e
mobilizarem recursos para aprenderem a auto-regular as suas aprendizagens a fim de as
transferiam e aplica quem na sua futura actividade.
 Desafios para a formação de profissionais: de modo a responder a demanda há
necessidade de psicólogos, professores e formadores que saibam ajudar os alunos a serem
cada vez mais autónomos, estratégicos motivados na sua na sua aprendizagem em
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contexto escolar para que possam transferir os seus e esforços e estratégias para outros
contextos.
O conhecimento experienciado das componentes cognitivas ou metacognitiva, motivacional
ou volitiva, em interacção com o contexto, constitui uma ferramenta única para os
profissionais desenhem e desenvolvam experiências de aprendizagem com os seus alunos. O
objectivo é que os profissionais ajudem os alunos a auto-regularem a sua aprendizagem,
devendo-se promover que eles auto-regulem também a sua própria aprendizagem.
E para tal, a necessidade de ensinar os alunos a empregarem estrategicamente os seus
recursos, sendo necessário que, previamente, o professor seja capaz de aprender e ensinar,
também estrategicamente, os conteúdos curriculares.
O caminho passa pela transferência para o processo formativo dos diversos profissionais dos
princípios subjacentes ao constructo da auto-regulação e à concepção das estratégias de
aprendizagem, que implicam consciência, intencionalidade, sensibilidade ao contexto,
controle e regulação das actividades.
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Conclusão
A autoregulaçao da aprendizagem pode ser definida como estratégias que os estudantes
utilizam para regular sua cognição, assim como o uso de estratégias de gestão de recursos que
os estudantes utilizam para controlar seu aprendizado. A aprendizagem auto-regulada está
associada à melhor retenção do conteúdo, maior envolvimento com os estudos e melhor
desempenho académico, o modelo operante saliente a auto-monitorização, instrução e reforço,
enquanto que o teoria fenomenológica aponta o estabelecimento de metas, a planificação e
selecção de estratégias e a execução de tarefas e avaliação para a auto-regulação, dentre
outras. Embora elas defendam que este processo ocorre de maneiras distintas, salientam o
papel do aluno como agente principal de sua aprendizagem e sublinhando que a auto-
regulação pode ser desenvolvida em qualquer etapa do ensino, do básico ao superior.
A aprendizagem auto-regulada pressupõe que os alunos sejam capazes de criar um plano com
vistas a alcançar um determinado objectivo, seleccionar estratégias adequadas para execução
dos mesmos, revisar sistematicamente suas estratégias, bem como seus objectivos e fazer
redireccionamentos quando julgarem necessário. Resumidamente o processo de auto-
regulação compreende três aspectos principais nomeadamente as estratégias metacognitivas
para planejamento, monitoramento e modificação da cognição, o controle e a gestão dos
esforços e as estratégias cognitiva e as estratégias cognitivas que os estudantes usam para
aprender.
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Bibliografia
PEREIRA, H. M. P. Abordagens da aprendizagem e a auto-regulação da aprendizagem
"história" de alunos de 9° ano de escolaridade. Dissertação, Universidade de Lisboa,
2012.
VEIGA SIMÃO, A. M. FRISON, L. M. B. Auto-regulação da aprendizagem: abordagens
teóricas e desafios para as práticas em contextos educativos. Pelota, cadernos educativo,
42, 02-20, 2013.
SOUSA, P. M. L. Aprendizam auto-regulada no contexto escolar: uma abordagem
motivacional. Universidade de Coimbra, 2006.
LOPES DA SILVA, A. Auto-regulação da aprendizagem: a demarcação de um campo de
estudo e de intervenção. In A. Lopes da Silva, A. M. Duarte, I. Sá, A. M. & Veiga Simão
(Orgs.). Aprendizagem auto-regulada pelo estudante: perspectivas psicológicas e
educacionais. Porto: Porto Editora. 2004.
ROSÁRIO, P. (Des)venturas do Testas: Estudar o Estudar. Porto: Porto Editora, 2004.
MOTA, M. S. G. PEREIRA, F. E. L. Desenvolvimento e aprendizagem: Processo de
construção do conhecimento e desenvolvimento mental do indivíduo, 2014.

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