Ray Stedman
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Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a
que fostes chamados, com toda humildade e mansidão, com longanimidade,
suportando-vos uns aos outros em amor, esforçando-vos diligentemente por preservar a
unidade do Espírito no vínculo da paz (Efésios 4. 1-3).
O que diz o apóstolo à igreja em Éfeso, em face das desesperadas exigências criadas pela
necessidade humana? Qual é a sua resposta aos cidadãos oprimidos, que clamam por
justiça e conforto, a quem ele escreve? Simplesmente isso: Cumpri a vossa vocação! Não
vos desvieis da estratégia divina. Obedecei às ordens que tendes recebido. Segui o vosso
Cabeça!
Nos capítulos iniciais de Efésios, Paulo faz uma série de afirmações sobre o propósito da
igreja: não apenas o seu propósito para a eternidade algum dia, mas o seu propósito para
o tempo presente. Já que os cristãos têm em Cristo muito mais do que tinham em sua
condição anterior, sob as trevas e as frustrações do reino de Satanás, é de bom augúrio
saber para que finalidade e sentido tudo isso está designado. Observemos algumas dessas
afirmações acerca da natureza e sentido da igreja: Ele nos escolheu nele [Cristo] antes da
fundação do mundo [a igreja não é fruto de nenhuma reflexão posterior de Deus. Ela foi
planejada muito antes de o mundo ser criado], para sermos santos e irrepreensíveis
perante Ele (Efésios 1. 4). A primeira preocupação de Deus não é o que a igreja faz, mas
sim o que ela é. O ser sempre precede o fazer, pois o que fazemos sempre será
determinado por aquilo que somos. Compreender o caráter moral do povo de Deus é um
ponto essencial, a fim de entendermos a natureza da igreja. Como cristãos, devemos ser
um exemplo moral para o mundo, refletindo o caráter de Jesus Cristo.
Os cristãos deveriam ser facilmente identificáveis pelo seu modo de falar e de viver, de
agir e reagir. Nós, cristãos, somos chamados a ser "santos e irrepreensíveis perante ele".
Este é um dos propósitos da igreja.
A vocação por excelência da igreja é ser testemunha de Cristo. Uma testemunha é alguém
que declara e demonstra.
A igreja não deve falar sobre si mesma. Ela deve ter uma mentalidade modesta, não se
gabando orgulhosamente de seu poder ou procurando aumentar o seu prestígio. A igreja
não pode salvar o mundo; mas o Senhor da igreja, pode. Não é pela igreja que os cristãos
devem trabalhar e empenhar suas vidas, mas pelo Senhor desta igreja. A igreja não pode
exaltar seu Senhor, procurando exaltar-se a si mesma. A verdadeira igreja não procura
ganhar poder aos olhos do mundo. Ela já tem todo o poder de que precisa, do Senhor que
nela mora.