Evolução Das Políticas Sociais em Portugal

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Evolução das Políticas Sociais

em Portugal
- Segurança Social -
1

POLÍTICA SOCIAL
1º SEMESTRE

UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO


SERVIÇO SOCIAL (1º CICLO)

Miguel Ângelo F. M. Valério


Licenciado em Trabalho Social
Pós-Graduado em IS: Criminologia
Mestrando em Serviço Social e Política Social

Colaborador do DEP da UTAD


[email protected]
http://home.utad.pt/~mvalerio

Evolução das Políticas


Sociais em Portugal
- Segurança Social -
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ANTECEDENTES…

Miguel Ângelo F. M. Valério

1
Antecedentes…
3

Desde a fundação da nacionalidade portuguesa, com clara


inspiração nos valores da caridade cristã assistiu-se ao
desenvolvimento de esforços tendentes a dar corpo ao
sentimento do dever moral de protecção contra situações de
necessidade nos planos individual e familiar.
Assim, até ao fim da Idade Média, a par de impulsos de
beneficência individual, foi-se desenhando uma organização
embrionária da assistência privada, que conduziu à primeira
grande reforma da assistência, com a criação de novas
instituições
Este novo tipo de instituições, as Santas Casas da Misericórdia,
multiplicou-se por todo o País, tornando-se no grande pólo da
assistência privada, a nível local, na saúde e na acção social.

Miguel Ângelo F. M. Valério

Antecedentes…
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A fundação da Casa Pia de Lisboa, nos finais do século XVIII,


serviu de ensaio para a instauração da assistência pública,
mas sem grande sucesso.
No século XIX, nomeadamente nos principais centros
industriais-urbanos, assistiu-se a um importante movimento
mutualista que, ao longo da segunda metade daquele século,
estimulou o rápido crescimento do número de associações de
socorros mútuos e dos respectivos associados, que tinham
como objectivos principais a prestação de cuidados médicos e
o fornecimento de medicamentos, a atribuição de prestações
pecuniárias nas situações de incapacidade temporária ou
permanente para o trabalho e a atribuição de subsídios de
funeral.

Miguel Ângelo F. M. Valério

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Antecedentes…
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Contudo, as insuficiências da protecção social de base mutualista,


designadamente no que se refere à velhice, levaram à criação, ainda
nos finais do século XIX, das primeiras "Caixas de Aposentações".
Através de cinco diplomas publicados em 1919, assistiu-se à
primeira tentativa de instituição de um sistema de seguros sociais
obrigatórios, destinados a abranger a generalidade dos
trabalhadores por conta de outrem, com salários ou rendimentos
inferiores a determinado montante. Posteriormente, e na sequência
da publicação do Estatuto do Trabalho Nacional, foram definidas
(de 1935) as bases gerais em que devia apoiar-se a organização da
previdência social.
Na primeira metade dos anos quarenta, foi aprovado o Estatuto de
Saúde e Assistência, que apontava para a função supletiva do
Estado na acção assistencial e que, a nível local, passou a ser
coordenada pelas Misericórdias.

Miguel Ângelo F. M. Valério

Antecedentes…
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O campo de aplicação pessoal foi abrangendo


progressivamente os trabalhadores por conta de outrem, do
comércio, indústria e serviços (doença, invalidez, velhice e
morte, além dos encargos familiares), os trabalhadores da
agricultura (doença - cuidados médicos e subsídios - e de
morte) e os das pescas (assistência médica, subsídios de
doença e de nascimento, pensões de invalidez e de reforma,
subsídios por morte e abonos de família) passaram a ser
gradualmente enquadrados, respectivamente, pelas Casas do
Povo e pelas Casas dos Pescadores, mantendo-se
insignificante o enquadramento dos trabalhadores
independentes.

Miguel Ângelo F. M. Valério

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Antecedentes…
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A reforma da previdência social só se foi concretizando a


partir da publicação da Lei nº 2115, de 15 de Junho de 1962, e
dos efeitos da sua regulamentação, que alargou o campo de
aplicação material a eventualidades não cobertas, tornando-
se mais completo o esquema de prestações, bem como a
manutenção do financiamento apoiado em contribuições dos
trabalhadores e dos empregadores, sem comparticipação
financeira do Estado.
À margem daquela reforma, mas ainda nos anos sessenta, foi
publicada a nova lei quadro da protecção social dos acidentes
de trabalho e doenças profissionais, mantendo-se o princípio
da responsabilidade dos empregadores, transferida para
companhias de seguros.

Miguel Ângelo F. M. Valério

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ANOS 70

Miguel Ângelo F. M. Valério

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Anos 70 – Principais Reformas até 74
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Regime de Previdência dos Trabalhadores Agrícolas


Até 1974 foram legalmente definidas as eventualidades
abrangidas pelo regime especial de previdência (doença,
maternidade, encargos familiares, invalidez, velhice e morte),
tendo-se criado, ao mesmo tempo, um regime transitório de
pensões destinado a abranger, de imediato, os trabalhadores
agrícolas que à data, estivessem inscritos nas Casas do Povo e
se encontrassem em situação de necessidade por motivo de
invalidez ou velhice.
Esta medida alargou-se, depois, a trabalhadores agrícolas não
abrangidos por Casas do Povo e ainda aos produtores
agrícolas.

Miguel Ângelo F. M. Valério

Anos 70 – Principais Reformas até 74


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Regime jurídico de algumas prestações


Procedeu-se à alteração do regime jurídico das pensões de
sobrevivência, que foram integradas no esquema normal de
benefícios da Caixa Nacional de Pensões e das Caixas Sindicais de
Previdência e de Reforma. Modificou-se, igualmente, o regime
jurídico do subsídio de doença e do subsídio por morte.
Caixa Nacional de Seguros de Doenças Profissionais
Alargou-se o âmbito desta instituição de modo a que, no final do
ano de 1975, nela estivessem incluídas as actividades do comércio,
indústria e serviços.
Eliminação do "plafond" contributivo
Em 1974, foi eliminado o limite superior das retribuições sujeitas a
contribuição para a Caixa Nacional de Pensões, bem como para as
Caixas Sindicais de Previdência.

Miguel Ângelo F. M. Valério

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Anos 70 – Após 1974
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Em obediência aos princípios de “uma nova política social”


definidos pelo Movimento das Forças Armadas, o Programa
do I Governo Provisório, incluía a “substituição progressiva
dos sistemas de previdência e assistência por um sistema
integrado de segurança social”.
Esta ideia veio a ter claro acolhimento no nº 2 do art.º 63º da
constituição de 1976: “Incumbe ao Estado organizar,
coordenar e subsidiar um sistema de segurança social
unificado e descentralizado, de acordo e com a participação
das associações sindicais e outras organizações das classes
trabalhadoras”.

Miguel Ângelo F. M. Valério

Anos 70 – Após 1974


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Ao longo da segunda metade dos anos setenta, foi-se assistindo ao


alargamento dos campos de aplicação pessoal e material da
protecção social.

Pensão social
Instituída inicialmente em termos puramente assistenciais, de
forma a abranger as pessoas com 65 anos e mais, em situação de
invalidez que beneficiavam de subsídios de assistência (então
pagos pelo Instituto da família e Acção Social e pela Santa Casa da
Misericórdia de Lisboa), esta pensão alargou-se, posteriormente, a
todas as pessoas com idade superior a 65 anos que não exercessem
actividade remunerada e não estivessem abrangidos por qualquer
esquemas de previdência, bem como as pessoas inválidas com
idade superior a 14 anos, que não conferissem direito ao subsídio
vitalício ou a outro de qualquer natureza.

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Anos 70 – Após 1974
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Protecção no desemprego
Foi criado, com carácter experimental, um subsídio de desemprego
a atribuir à generalidade dos trabalhadores por conta de outrem
desempregados.
Prestações familiares
Regulamentou-se, o regime jurídico destas prestações,
relativamente aos Trabalhadores da Função Pública e aos
abrangidos pelas Caixas de Previdência e Abono de Família.
Quanto ao abono de família, estabeleceu-se que esta prestação
"deve constituir, de futuro, essencialmente um direito das
crianças".
Pensões
Instituição do "Subsídio de Natal" para os pensionistas de
invalidez, velhice e sobrevivência do regime geral e dos regimes
especiais de previdência

Miguel Ângelo F. M. Valério

Anos 70 – Após 1974


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Trabalhadores independentes
Foi decidida a criação de um "regime transitório" destinado a
abranger todos os trabalhadores independentes.
Trabalhadores do serviço doméstico
Estes trabalhadores e respectivas entidades empregadoras
passaram a ser abrangidos pelo regime geral de previdência,
incidindo a respectiva taxa contributiva sobre uma remuneração
convencional.
Trabalhadores agrícolas
Além de se terem introduzido no regime de protecção social que
vigorava o subsídio pecuniário de maternidade, o subsídio por
morte e as pensões de sobrevivência, foram melhoradas as
condições de protecção social então existentes no que se refere ao
subsídio de doença e às pensões de invalidez e de velhice.

Miguel Ângelo F. M. Valério

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Anos 70 – Após 1974
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A partir de 1977, foram sendo dados passos significativos no


sentido de assegurar um o imperativo constitucional de
implantação de um sistema de segurança social unificado,
descentralizado e participado, através de uma nova estrutura
orgânica que servisse de suporte a tal objectivo.
Neste sentido, começou por se criar o suporte legal que conduziu à
transferência dos Serviços Medico-Sociais da Previdência para o
âmbito do sector da Saúde, à criação de uma "Autoridade Distrital
de Segurança Social" com funções de direcção e coordenação e, por
fim, à criação do Instituto de Gestão Financeira de Segurança
Social.
No fim desse ano, foi aprovado o diploma que definiu, em termos
completos e profundamente inovadores, a nova estrutura orgânica
da segurança social, em obediência a três princípios essenciais:
integração, descentralização e participação.

Miguel Ângelo F. M. Valério

Anos 70 – Após 1974


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A estrutura orgânica central passou a contar com um conjunto de


serviços de administração directa do estado e organismos de
âmbito nacional dotados de personalidade jurídica e autonomia
administrativa e financeira;
A estrutura orgânica regional passou a ser constituída pelos
Centros Regionais de Segurança Social, dotados de personalidade
jurídica e autonomia administrativa e financeira, que integraram
órgãos, serviços e instituições de previdência social e assistência
social, no respectivo âmbito geográfico (distrito);
A estrutura de participação previa órgãos a nível nacional e
regional, constituídos por representantes das associações sindicais
e outros trabalhadores, das autarquias e comunidades locais, das
instituições particulares de solidariedade social não lucrativas e de
outras entidades interessadas no sistema de segurança social.

Miguel Ângelo F. M. Valério

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ANOS 80

Miguel Ângelo F. M. Valério

Anos 80
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Até à publicação da Lei de Bases da Segurança Social (1984), foram sendo


publicados diversos diplomas, dos quais se podem destacar:
 Criação do Regime Não Contributivo de protecção social;
 Reformulação do Regime dos Trabalhadores Independentes;
 Reordenamento do esquema de segurança social dos profissionais de
serviço doméstico;
 Criação do Regime do Seguro Social Voluntário;
 Reformulação dos regimes de protecção social dos trabalhadores agrícolas.
 Protecção por doença profissional no âmbito do regime geral;
 Medidas legislativas no domínio das prestações de segurança social.
 Criação de um sistema de verificação de incapacidades permanentes;
 Novas medidas no domínio do financiamento;
 Diversas Leis Orgânicas, para concretização do sistema unificado;
 O novo Estatuto das Instituições Particulares de Solidariedade Social;
 O novo Estatuto das Associações de Socorros Mútuos

Miguel Ângelo F. M. Valério

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Anos 80
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Em 1984, foi aprovada a Lei de Bases da Segurança Social, Lei nº


28/84, de 14 de Agosto, da qual se destacam alguns pontos:

Sistema de segurança social


Compreende os regimes e as instituições de segurança social,
competindo a estas, além da gestão dos regimes, exercer a acção
social.
Os objectivos deste sistema perfilam-se a dois níveis:
 por um lado, garantir a protecção dos trabalhadores e das suas
famílias nas situações de falta ou diminuição de capacidade para o
trabalho, de desemprego e de morte, bem como compensar os
encargos familiares;
 por outro, proteger socialmente as pessoas que se encontrem “em
situação de falta ou diminuição de meios de subsistência”.

Miguel Ângelo F. M. Valério

Anos 80
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Os princípios a que obedece este sistema são os seguintes:


universalidade, unidade, igualdade, eficácia, descentralização,
garantia judiciária, solidariedade e participação, competindo a
administração do sistema compete ao Estado.
O financiamento do sistema é assegurado "basicamente por
contribuições dos beneficiários e das entidades empregadoras e por
transferência do Estado".

Os regimes de segurança social


Concretizam-se em prestações garantidas e são o regime geral e o
regime não contributivo. O regime geral abrange, com carácter
obrigatório, os trabalhadores por conta de outrem e os
trabalhadores independentes. O regime não contributivo tem por
objectivo "realizar a protecção em situações de carência económica
ou social não cobertas efectivamente pelo regime geral".

Miguel Ângelo F. M. Valério

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Anos 80
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A acção social
Tem por objectivo essencial "a prevenção de situações de carência,
disfunção e marginalização social e a integração comunitária".

A organização e a participação
As instituições de segurança social são o sector operacional do aparelho
administrativo e são:
- Ao nível nacional: o Instituto de Gestão Financeira da segurança Social,
o Centro Nacional de Pensões, o Departamento de Relações
Internacionais da Segurança Social e o Centro Nacional de Protecção
Contra os Riscos Profissionais
- Ao nível regional: os Centros Regionais de Segurança Social
A participação no processo de definição da política, objectivos e
prioridades do sistema de segurança social perfila-se, nos termos da Lei,
ao nível nacional e ao nível regional.

Miguel Ângelo F. M. Valério

Anos 80
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Esquemas de prestações complementares


Podem ser instituídos, por iniciativa dos interessados, esquemas de
prestações complementares das que são garantidas pelo regime geral ou
de prestações correspondentes a eventualidades não cobertas pelo regime.
A criação ou modificação destes esquemas e a sua articulação com os
regimes de segurança social, obedece a regulamentação própria.

Instituições Particulares de Solidariedade Social sem fins


lucrativos
O Estado, ao mesmo tempo que reconhece e valoriza o papel destas
instituições, na prossecução dos objectivos da segurança social, exerce em
relação a elas a acção tutelar que pressupõe poderes de inspecção e de
fiscalização.
O contributo das mesmas instituições para a prossecução daqueles
objectivos e o apoio que lhes é assegurado pelo Estado, concretizam-se em
formas de cooperação que são objecto da celebração de acordos.

Miguel Ângelo F. M. Valério

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Anos 80
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Depois da publicação da Lei de Bases da Segurança Social, assinalam-se


como principais medidas tomadas:
 Regime de segurança social das actividades agrícolas;
 Regime jurídico de protecção social no desemprego;
 Sistema de Verificação de Incapacidades Permanentes (SVIP);
 Regime jurídico da pensão unificada;
 Regime do Seguro Social Voluntário;
 Subsídio por assistência de terceira pessoa e na doença;
 Medidas de apoio ao emprego;
 Dispensa temporária do pagamento de contribuições, para as entidades
que contratem jovens à procura do 1º emprego ou desempregados de
longa duração;
 Redução da taxa contributiva das entidades empregadoras que
celebrassem, por tempo indeterminado, contrato de trabalho com pessoas
com deficiência.

Miguel Ângelo F. M. Valério

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ANOS 90

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Anos 90
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No início desta década destacam-se as seguintes medidas:


 14º mês de pensão;
 Prestações por morte:
 Abono de Família:
 Melhoria das condições de protecção nos encargos familiares. Elevação
da idade limite de atribuição do Abono de Família, de 14 para 15 anos;
 Criação do Sistema de Verificação de Incapacidades Temporárias
(SVIT);
 Aprovação de um novo Código das Mutualidades;
 Regime jurídico das pensões de invalidez e velhice do regime geral de
segurança social (reformulação global): Foi consagrado o princípio da
igualdade de tratamento entre homens e mulheres, uniformizando a
idade de pensão de velhice aos 65 anos.
 Regime de segurança social dos trabalhadores independentes;
 Revisão do regime de protecção social no desemprego;

Miguel Ângelo F. M. Valério

Anos 90
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Após 1993 destacam-se as seguintes situações:

Revisão do Regime Geral De Segurança Social Dos Trabalhadores


Independentes
 Evitar que os trabalhadores independentes sem significativa actividade,
sejam obrigados ao enquadramento neste regime, pelo que se estabeleceu um
limite mínimo de rendimentos ilíquidos anuais abaixo do qual aquele
enquadramento deixa de se verificar, salvo a requerimento do interessado;
 Permitir a regularização, perante a segurança social, das situações das
pessoas que, anteriormente à entrada em vigor do novo diploma, se
encontrassem nas condições que determinam o seu não enquadramento no
regime ou a isenção de contribuir;
 Ao regime de isenção nos casos de acumulação de actividade independente
com trabalho por conta de outrem ou situação de pensionista, permitindo o
reconhecimento oficioso da isenção, permitindo a restituição de contribuições
relativamente a períodos em que se tenha verificado a existência de condições
de isenção;

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Regime Do Seguro Social Voluntário


 Enquadramento, com sujeição a regras específicas, dos voluntários sociais,
desde que exerçam a sua actividade não remunerada, de forma organizada e a
favor de instituições particulares de solidariedade social ou de associações
humanitárias.

Regime Não Contributivo


 Reformulação da protecção na eventualidade encargos familiares, no âmbito
do Regime Não Contributivo, na sequência da alteração ao regime jurídico
das prestações familiares do regime geral de segurança social, dada a
necessidade de harmonização dos dois regimes;
 Criação do Complemento por Dependência, também atribuído aos
pensionistas deste regime em situação de dependência, em substituição do
anterior Subsídio por Assistência de 3ª Pessoa;
 Criação do Rendimento Mínimo Garantido;

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Reformulação Das Prestações Nas Situações De:


Doença
No âmbito das prestações de doença, verificou-se a necessidade de actuar
de forma mais eficaz quanto à verificação da incapacidade temporária
pelos médicos do serviço de saúde, pelo que foram adoptadas medidas
que se desenvolveram em dois sentidos:
 Maior articulação entre os serviços de segurança social e de saúde, de
modo a possibilitar um maior acompanhamento e controlo da situação e a
criação de um sistema de verificação das incapacidade temporárias
(SVIT), no âmbito dos centros regionais, que foi, posteriormente,
integrado no Sistema de Verificação de Incapacidades (SVI) que abrange,
também, o Sistema de Verificação das Incapacidades Permanentes
(SVIP).

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Anos 90
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Reformulação Das Prestações Nas Situações De:


Maternidade, Paternidade e Adopção
No prosseguimento da aplicação de normativos comunitários com
incidências no âmbito da protecção social, foi substancialmente alterada a
legislação em vigor no que se refere à protecção na maternidade,
paternidade e adopção, entre os quais:
 Licença subsidiada, de 5 dias úteis a conferir ao pai, no mês seguinte ao
nascimento do filho;
 Aumento para 100 dias da licença subsidiada, por adopção e
alargamento, até aos 15 anos, da idade do adoptado;
 Concessão de licença parental subsidiada durante os primeiros 15 dias,
quando for gozada pelo pai, imediatamente a seguir à licença de
paternidade ou maternidade;

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Anos 90
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Reformulação Das Prestações Nas Situações De:

Doenças Profissionais

Desemprego
Reformulação do regime jurídico da protecção no
desemprego a qual teve como objectivo promover medidas
activas de emprego com vista à reintegração dos
trabalhadores no mercado de trabalho e assegurar uma
protecção social mais eficaz nos casos em que aquela
reintegração se mostre inviável designadamente, por se
integrarem em grupos etários mais elevados.
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Anos 90
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Reformulação Das Prestações Nas Situações De:

Encargos Familiares
Reformulação do regime jurídico das prestações familiares,
concedidas no âmbito do regime geral de segurança social, na
eventualidade encargos familiares, que concretizou a definição de
uma nova política social de compensação dos encargos familiares,
não deixando de observar o princípio da universalidade mas
procurando ir ao encontro das necessidades dos agregados
familiares economicamente mais débeis, através da utilização da
técnica da selectividade.

Invalidez, velhice e morte


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Anos 90
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Apoio Às Políticas Activas De Emprego

Criação de incentivos à contratação de jovens à procura do


primeiro emprego e de desempregados de longa duração;

Definição do regime jurídico do trabalho a tempo parcial e


estabelecimento de incentivos à sua dinamização. Esta
medida visa contribuir para a criação ou partilha de postos de
trabalho, no âmbito das políticas activas de emprego;

Miguel Ângelo F. M. Valério

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ANOS 2000

Miguel Ângelo F. M. Valério

Anos 2000
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O ano 2000 foi assinalado com a publicação da Lei de Bases do


Sistema de Solidariedade e Segurança Social, Lei nº 17/2000, de 8
de Agosto, a qual revogou a Lei nº 28/84, de 14 de Agosto.

Com um carácter inovador e estruturante em alguns aspectos, esta


lei consagra o direito a todos à segurança social através do sistema
de solidariedade e segurança social, cujos objectivos fundamentais
são:
 A melhoria das condições e dos níveis de protecção social e o
reforço da respectiva equidade;
 A eficácia do sistema e a eficiência da sua gestão;
 A sustentabilidade financeira do sistema.

Miguel Ângelo F. M. Valério

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Anos 2000
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Nos termos desta Lei, o Sistema divide-se em três


subsistemas:

 Subsistema de Protecção Social de Cidadania, que abrange o


Regime de Solidariedade e a Acção Social;
 Subsistema de Protecção à Família, que se aplica à
generalidade dos cidadãos e cobre as eventualidades de
encargos familiares, dependência e deficiência;
 Subsistema Previdencial, que abrange os regimes de
segurança social dos trabalhadores por conta de outrem, dos
trabalhadores independentes e de inscrição facultativa.

Miguel Ângelo F. M. Valério

Anos 2000
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Lei de Bases da Segurança Social - Lei nº 32/2002, de 20/12

A Lei nº 32/2002, de 20 de Dezembro vem revogar a Lei nº 17/2000, de 8


de Agosto, definindo as bases gerais em que assenta o Sistema de
Segurança Social, bem como as atribuições prosseguidas pelas instituições
de segurança social e a articulação com entidades particulares de fins
análogos.
A nova Lei de Bases introduz dois novos princípios fundamentais:
 o princípio de subsidiariedade social, que assenta no reconhecimento do
papel das pessoas e das famílias, bem como o incentivo e promoção das
iniciativas locais, voluntárias, privadas e mutualistas de protecção social;
 o princípio da coesão geracional, que implica um ajustado equilíbrio e
equidade geracionais na assunção das responsabilidades do sistema.

Miguel Ângelo F. M. Valério

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Anos 2000
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Lei de Bases da Segurança Social - Lei nº 32/2002, de


20/12

(1) Sistema público da Segurança Social, que incluía o subsistema de


solidariedade, o subsistema de protecção familiar e o subsistema
previdencial;
(2) Acção Social, maioritariamente financiado pelo Estado ;
(3) Sistema complementar (fundos de pensões);

Miguel Ângelo F. M. Valério

Anos 2000
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Lei de Bases da Segurança Social - Lei nº 4/2007, de


16/01

O Sistema de Segurança Social abrange


 o sistema de protecção social de cidadania (inclui o
subsistema de acção social, o subsistema de solidariedade,
subsistema de protecção familiar),
 o sistema previdencial e
 o sistema complementar (público e privado).

Miguel Ângelo F. M. Valério

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Anos 2000
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Lei de Bases da Segurança Social - Lei nº 4/2007, de


16/01

FACTOR DE SUSTENTABILIDADE
 A nova LBSS prevê a aplicação de um factor de
sustentabilidade, relacionado com a evolução da esperança
média de vida, ao montante da pensão estatutária, a fim de
adequar o financiamento do sistema de segurança social às
modificações resultantes das alterações demográficas e
económicas e de atenuar o impacto da evolução da
longevidade sobre o mesmo.

Miguel Ângelo F. M. Valério

Anos 2000
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Lei de Bases da Segurança Social - Lei nº 4/2007, de


16/01

FACTOR DE SUSTENTABILIDADE
 Este factor de sustentabilidade deverá ser definido pela relação entre a
esperança média de vida verificada num determinado ano de referência
e aquela que se verificar no ano que antecede o do requerimento da
pensão.
 Assim, na prática, a consequência directa da aplicação do factor de
sustentabilidade poderá vir a ser a necessidade de os contribuintes
trabalharem para além da idade da reforma, sujeitarem-se à aplicação
de uma taxa contributiva mais elevada ou à atribuição de uma pensão
de valor inferior.

Miguel Ângelo F. M. Valério

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Anos 2000
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Lei de Bases da Segurança Social - Lei nº 4/2007, de


16/01

NOVA FÓRMULA DE CÁLCULO DAS PENSÕES


 Nos termos da LBSS, o cálculo das pensões de velhice e de invalidez
passará a ter por base os rendimentos de trabalho, revalorizados, de
toda a carreira contributiva. Pretende-se com a introdução desta
fórmula beneficiar os contribuintes que tenham rendimentos mais
baixos e penalizar os mecanismos de gestão das carreiras contributivas,
já que desta forma haverá maior correspondência entre a média salarial
verificada em toda a carreira contributiva (e não só nos últimos anos) e
o valor da pensão que virá a ser atribuída.

Miguel Ângelo F. M. Valério

Anos 2000
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Lei de Bases da Segurança Social - Lei nº 4/2007, de


16/01

AUMENTOS ANUAIS DAS PENSÕES


 Foi introduzido um novo indexante de actualização anual para os
montantes dos apoios sociais, designadamente dos valores mínimos das
pensões, que tem por base um conjunto de critérios atendíveis,
designadamente, o valor da inflação e o crescimento económico, o qual
produz efeitos desde 1 de Janeiro de 2007.
 Os critérios de actualização do indexante dos apoios sociais carecem
ainda de regulamentação posterior.

Miguel Ângelo F. M. Valério

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Anos 2000
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Lei de Bases da Segurança Social - Lei nº 4/2007, de


16/01
REGIME PÚBLICO DE CAPITALIZAÇÃO
 Ao nível do sistema complementar de segurança social, foi introduzido
(para além dos regimes complementares já existentes) um regime
público de capitalização de iniciativa individual e voluntária, que visa a
atribuição de prestações complementares às concedidas pelo sistema
previdencial, tendo em vista o reforço da protecção social dos
beneficiários. A organização e gestão deste regime de capitalização são
da responsabilidade do Estado.
 Para o efeito, poderão vir a ser criadas contas individuais para cada
beneficiário aderente, as quais serão geridas em regime financeiro de
capitalização.
 O regime de capitalização carece ainda de regulamentação posterior.

Miguel Ângelo F. M. Valério

Anos 2000
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Também nesta década ocorreram, ainda, um conjunto de


alterações significativas no âmbito das políticas sociais a
diversos níveis.

Miguel Ângelo F. M. Valério

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