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UNIDADE I

Produção e Revisão de
Texto em Língua Inglesa

Profa. Dra. Solange Gervai


Apresentação geral da disciplina

Caro aluno,

 Esta disciplina tem como objetivo geral levá-lo a refletir sobre os desafios da produção
escrita no mundo contemporâneo, contribuindo para a aprendizagem de boas estratégias
para desenvolver determinados textos. Buscaremos compreender quais elementos podem
ser fundamentais para tornar você mais autônomo e capaz para produzir bons textos de
acordo com as suas necessidades e seus propósitos comunicativos.

Vamos refletir sobre a questão da função comunicativa, dos


propósitos de cada produção escrita e voltar o nosso olhar para
nossos modos de agir. O que fazemos quando temos de
escrever? Quais são nossos objetivos específicos? Quais
procedimentos são os mais adequados? Você já parou para
pensar nisso?
Apresentação geral da disciplina

Para estudar todos os temas indicados, as competências que objetivamos alcançar com a
disciplina são:
 Reflexão analítica e crítica sobre a linguagem como fenômeno psicológico, educacional,
social, histórico, cultural, político e ideológico;
 Conhecimento específico da estrutura gramatical e semântica, variedades linguísticas e
culturais da língua portuguesa e da língua inglesa;
 Desenvolvimento das competências de leitura, escritura e produção escrita em
língua estrangeira;
 Domínio do padrão culto da língua materna e da língua
estrangeira, com a capacidade de identificação e de uso das
variedades da língua portuguesa e estrangeira, em
diferentes contextos;
 Uso da linguagem verbal e não verbal na modalidade escrita.
Conteúdo da disciplina – Unidade I

1. Comunicação e estratégias de escrita e leitura na língua estrangeira

 A escrita como processo comunicativo e cultural;


 As diferentes estratégias e procedimentos para o desenvolvimento de textos;
 Os padrões estilísticos: a oralidade;
 A escrita e o papel da revisão da escrita como processo.

 A utilização de estratégias é importante para sermos leitores


e escritores mais proficientes. Dessa maneira, antes de
apresentarmos as estratégias de leitura e escrita, seguem aqui
algumas dicas para você aprimorar sua competência em
língua inglesa:
Dicas para aprimorar a competência em língua inglesa

I. Estabeleça um objetivo para cada ação de leitura ou escrita. Reserve, pelo menos,
5 minutos do seu dia para ler algo do seu interesse em inglês. Isso ajuda a ampliar
o seu repertório;
II. Observe o formato do texto: verifique qual o gênero discursivo (artigo, bula, notícia).
Pergunte-se: é igual na minha língua materna?;
III. Estabeleça um plano de estudo: defina qual o seu interesse: expansão de vocabulário,
revisão gramatical, conhecer mais sobre outras culturas?
IV. Construa seu vocabulário: faça anotações em cadernos, blocos, ou mesmo no computador!
V. Isole os pontos interessantes:
VI. Concentre-se: mantenha o foco na atividade!
VII. Procure não traduzir: isso é fundamental!
I. A escrita como processo comunicativo e cultural

 Vemos que o acesso ao conhecimento às mais diversas informações mudou imensamente


ao longo dos séculos.

 Segundo Aranha (2006), em algum momento da história, o ser humano percebeu que
poderia transmitir conhecimento a outro ser humano. Quando exatamente isso aconteceu
é algo que não se pode determinar com exatidão, mas foi em algum período entre os
primórdios da humanidade.

 Para Aranha (2006), se a vida política ditava a concepção de


sociedade na Grécia e na Roma antigas, na Idade Média (de
476 d.C. a 1453), esse papel ficou com a religião.

 O fortalecimento do mundo feudal passa pelo poder da Igreja


Católica por meio da sua forte estrutura política e econômica
para difundir a fé cristã.
I. A escrita como processo comunicativo e cultural

 Com o movimento Iluminista, a Europa do Séc. XVIII começa a combater o teocentrismo e


defender a ciência com base na razão. O conhecimento passa a ser valorizado fora das
instituições religiosas, favorecendo o acesso, mas ainda sem atingir as classes
mais vulneráveis.

 A expansão da educação e o acesso à escrita foi favorecida a partir da Revolução Industrial


(1820-1840), marcada pela mudança da produção artesanal para a de máquinas. Como as
fábricas precisavam de mão de obra qualificada, as escolas para as classes mais baixas
passaram a existir para ir ao encontro da necessidade econômica da época.

 Chegamos, então, à Era da Informação – também chamada


de Era Tecnológica ou Era Digital –, período da era Pós-
Industrial marcado pelos avanços tecnológicos mediados
por computadores e internet, em que a informação e o
conhecimento passam para as mãos das pessoas.
I. A escrita como processo comunicativo e cultural

 Para Demo (2004), o conhecimento, assumido pelo paradigma sociocultural da modernidade,


como potenciador da emancipação dos indivíduos, surge também como uma poderosa forma
de regulação social. Daí, o importante papel da educação nesse processo. Por isso, é
necessário pensar no uso que fazemos dos mais diversos.

 Perceba como a questão é complexa! Escrever não é só uma questão de estar inspirado ou
de saber bem a gramática da língua em questão, é preciso ser letrado!

 Soares (2002), nos ajuda a entender que letramento é prazer,


é lazer, é ler em diferentes lugares e sob diferentes
condições, não só na escola, em exercícios de aprendizagem,
é informar-se por meio da leitura, é buscar notícias e lazer
nos jornais, nas revistas, nos textos em geral. O letramento
nos permite fazer uso da leitura e da escrita para que estas
nos tragam benefícios!
I. A escrita como processo comunicativo e cultural

 Segundo Blikstein (2005): uma comunicação adequada produz uma resposta esperada.
Você atinge o que quer, consegue a sua resposta, o seu objetivo!

I. Toda comunicação escrita deve gerar uma resposta a uma determinada ideia ou
necessidade que temos em mente.
II. A comunicação escrita será correta e eficaz se produzir uma resposta igualmente correta.
III. Resposta correta é a que esperamos, isto é, aquela que corresponde à ideia ou
necessidade que temos em mente.
IV. Para avaliarmos a correção e a eficácia de uma
comunicação escrita, temos de verificar sempre se:

a) Houve uma resposta;


b) A resposta corresponde à necessidade que queremos
passar ao leitor.
II. Diferentes estratégias e procedimentos para o desenvolvimento de textos

Segundo Brakling (2004, p. 2):


 Ler é uma prática social, que acontece em diferentes espaços que possuem características
muito específicas: os tipos de conteúdos dos textos que nele circulam, as finalidades
colocadas para a leitura, os procedimentos mais comuns, decorrentes dessas finalidades,
os gêneros dos textos.

 Por exemplo, em um consultório de dentista, costumam estar disponíveis diferentes tipos de


revistas, ali disponibilizadas para que os pacientes “passem o tempo” enquanto esperam seu
horário; uma leitura de entretenimento, basicamente.

 Portanto, o que nos parece é que as práticas de leitura e


escrita mecanizadas, que muitas escolas nos inserem, não
nos fazem ver a importância e a diversidade das ações do ato
de ler e escrever. Ficamos com o foco muito voltado para a
aprendizagem das estruturas e orações isoladas, distantes
da realidade.
II. Diferentes estratégias e procedimentos para o desenvolvimento de textos

 Segundo Koch e Elias (2011), essa visão de leitura e escrita está baseada na concepção de
língua como código, como mero instrumento de comunicação que tem como objetivo passar
uma informação que deve ser decodificada pelo leitor/ouvinte.

 Em muitos casos, nossos professores limitavam-se a nos pedir a redação de um texto sobre
algum tema que dependia de nossa criatividade e não ofereciam oportunidade para que
pudéssemos expressar o que conhecíamos acerca do assunto em questão ou, se nada
sabíamos sobre o tema, não éramos incentivados a pesquisar sobre o que poderíamos
escrever.

 O mais importante era não fazer erros ortográficos e


gramaticais nas nossas produções textuais, nas conhecidas
redações escolares.
II. Diferentes estratégias e procedimentos para o desenvolvimento de textos

 Koch e Elias (2011) apresentam também uma outra perspectiva diferente, partindo de uma
visão dialógica (BAKHTIN, 1992), pela qual os leitores e escritores passaram a ser vistos
como sujeitos ativos e atores sociais. A leitura e a escrita começaram a levar em conta a
experiência e o conhecimento do leitor.

Nessa perspectiva, ler e escrever são atividades construtivas e criativas com quatro
características fundamentais:
 Objetiva, que lemos e escrevemos por uma razão, com uma finalidade.
 Seletiva, presta-se atenção naquilo que é relevante aos objetivos que se tem.
 Antecipatória, os objetivos definem as expectativas diante
do texto.
 Compreensiva, em que a compreensão é a base e não a
consequência da leitura e se desenrola durante o processo
de leitura.
II. Diferentes estratégias e procedimentos para o desenvolvimento de textos

 Conforme os PCN (BRASIL, 1998), a leitura é, portanto, concebida como uma forma de
interação, decorrente de várias etapas até chegar à sua interpretação.

 A leitura leva à formação e ao desenvolvimento de leitores competentes.


 A leitura é um processo coletivo.
 A leitura é constituída de etapas.
 O leitor realiza um trabalho ativo de construção do significado do texto.
 O leitor tem objetivos de leitura.
 Leitura implica compreensão.
 Leitura é concebida como uma forma de interação.
II. Diferentes estratégias e procedimentos para o desenvolvimento de textos

Desse modo, como estamos vendo que ser um leitor ou escritor estratégico é fundamental!

 Estratégias de leitura são procedimentos que contribuem para a fluência, aumentando a


compreensão que se tem a respeito de um assunto, tema ou conteúdo que está sendo lido.
Os recursos que utilizamos na leitura são elementos fundamentais no processo de
desenvolvimento da competência leitora, visto que podem ser compreendidos como formas
eficientes de se conseguir um intento que, neste caso, é a compreensão do que está
sendo lido.

 Um leitor competente é aquele que usa a linguagem escrita – e,


portanto, a leitura – efetivamente, em diferentes circunstâncias
de comunicação; é aquele que se apropriou das estratégias e
dos procedimentos de leitura (BRAKLING, 2004, p. 5).
II. Diferentes estratégias e procedimentos para o desenvolvimento de textos

Segue listagem de algumas estratégias que geralmente utilizamos para ler:

 Ativação de conhecimento prévio – conhecimento sobre o assunto, sobre o gênero textual,


sobre o meio em que foi publicado o texto (jornal, revista, livro, folder, panfleto, folheto etc.),
sobre o autor do texto, sobre a época em que o texto foi publicado;
 Antecipação de informações que podem estar contidas no texto a ser lido;
 Realização de inferências – tentar compreender as palavras desconhecidas a partir do texto;
 Localização de informações presentes no texto.
II. Diferentes estratégias e procedimentos para o desenvolvimento de textos

Segue listagem de algumas estratégias que geralmente utilizamos para ler:

 Conferência das inferências e antecipações realizadas ao longo da leitura para validar


hipóteses ou não;
 Síntese de informações dos trechos do texto;
 Estabelecimento de relações entre as diferentes partes do texto;
 Estabelecimento de relações entre o texto e o que sabemos da vida e do mundo.
Interatividade

Portanto, nossa prática de leitura deve ser orientada para:

a) Ativar conhecimentos prévios, conhecimentos de mundo, buscando a nossa interação


como leitor com o texto e o autor, com base no contexto sociocultural ao qual o texto,
o leitor e o autor pertencem.
b) Investigar conhecimentos próprios do autor do texto.
c) Investigar o contexto sociocultural do autor.
d) Investigar os aspectos da superfície do texto.
e) Investigar a análise linguística e a estrutura da língua.
Resposta

Portanto, nossa prática de leitura deve ser orientada para:

a) Ativar conhecimentos prévios, conhecimentos de mundo, buscando a nossa interação


como leitor com o texto e o autor, com base no contexto sociocultural ao qual o texto,
o leitor e o autor pertencem.
b) Investigar conhecimentos próprios do autor do texto.
c) Investigar o contexto sociocultural do autor.
d) Investigar os aspectos da superfície do texto.
e) Investigar a análise linguística e a estrutura da língua.
II. Diferentes estratégias e procedimentos para o desenvolvimento de textos

E como são essas estratégias quando estamos lidando com um texto em língua estrangeira,
como a língua inglesa? Quais podemos usar?

Predicting
 When students make predictions about the text they are about to read, it sets up expectations
based on their prior knowledge about similar topics.
Identifying the Main Idea and Summarization
 Identifying the main idea and summarizing requires that students determine what is important
and then put it in their own words.
Questioning
 Asking and answering questions about text is another strategy
that helps students focus on the meaning of text. Teachers
can help by modeling both the process of asking good
questions and strategies for finding the answers in the text.
II. Diferentes estratégias e procedimentos para o desenvolvimento de textos

Making Inferences
 In order to make inferences about something that is not explicitly stated in the text, students
must learn to draw on prior knowledge and recognize clues in the text itself.

Visualizing
 Studies have shown that students who visualize while reading have better recall than those
who do not. Readers can take advantage of illustrations that are embedded in the text or
create their own mental images or drawings when reading text without illustrations.

Além dessas estratégias mencionadas podemos incluir também


as seguintes técnicas:

I. Skimming: reading a passage quickly to grasp the main idea


(or the gist).
II. Diferentes estratégias e procedimentos para o desenvolvimento de textos

II. Scanning: reading a passage quickly to find specific information.

III. Contextual guessing: making guesses about the meaning of the words by looking at the
surrounding words or situation.

Conseguiram perceber que o texto em inglês trata das mesmas questões? Percebem como as
estratégias são as mesmas?

 Quando lemos, precisamos preparar nosso cérebro para o


tema ou ideia principal a partir do olhar para elementos
paratextuais, como título, subtítulo, exame de imagens, de
saliências gráficas, entre outros dados que podem nos ajudar
a compreender o texto.

 Isso seria o que chamamos em inglês de “making predictions”.


II. Diferentes estratégias e procedimentos para o desenvolvimento de textos

 Antes de ler, precisamos imaginar sobre o que vamos encontrar e usar o conhecimento
prévio que temos sobre o assunto; em inglês chamamos isso de “background knowledge”,
the amount of information or knowledge someone has on a particular topic. Background
knowledge helps us better understand texts.

 When we activate prior knowledge, our reading comprehension grows. E essa ação está
também atrelada ao conhecimento da função e da formatação de um determinado
gênero textual.
II. Diferentes estratégias e procedimentos para o desenvolvimento de textos

Por exemplo: uma receita em inglês.

 Claro que durante a leitura, posso me deparar com palavras desconhecidas e que são
importantes. Por isso, tenho de usar um dicionário, seja ele em papel ou online e tenho de ir
confirmando e rejeitando as minhas hipóteses. Fazendo as devidas retificações das
antecipações ou expectativas criadas antes da leitura. Assim, vou localizando as informações
importantes e esclarecendo as dúvidas a partir da inferência ou consulta.

 É óbvio que quanto mais você souber da língua, mais fácil


será, mas o conhecimento de mundo, o que eu sei sobre um
determinado assunto, vai me ajudar a compreender melhor o
texto que estou lendo. Portanto, quanto maior o meu repertório
(BLIKSTEIN, 2005), melhor leitor serei.
II. Diferentes estratégias e procedimentos para o desenvolvimento de textos

 Repertório é todo conhecimento que você acumulou por meio das suas experiências, ou
seja, tudo aquilo que você viu, aprendeu e conhece dentro do seu meio e da sua cultura.

 Segundo Blikstein (2005/2016), um repertório é uma peça crucial do processo comunicativo.


Os repertórios referem-se ao conhecimento e às referências.

 Contudo, vale ressaltar que determinados textos, como os cômicos, exigem um


conhecimento maior, não só da língua como também da cultura que os gerou. No caso de
um texto científico, o conhecimento prévio sobre o assunto é fundamental. Mas, de um
modo geral, a maioria dos textos pode ser lida a partir de um eficiente uso de pistas.
Interatividade

Portanto, é fundamental termos um bom repertório para sermos mais proficientes nas nossas
leituras. O que significa esse conceito?

a) Determinados textos que você conhece.


b) Conhecimentos escolares sobre autores clássicos.
c) Contexto sociocultural.
d) Conhecimentos prévios, conhecimentos de mundo acumulados por meio das suas
experiências.
e) Análise linguística e estrutural da língua.
Resposta

Portanto, é fundamental termos um bom repertório para sermos mais proficientes nas nossas
leituras. O que significa esse conceito?

a) Determinados textos que você conhece.


b) Conhecimentos escolares sobre autores clássicos.
c) Contexto sociocultural.
d) Conhecimentos prévios, conhecimentos de mundo acumulados por meio das suas
experiências.
e) Análise linguística e estrutural da língua.
II. Diferentes estratégias e procedimentos para o desenvolvimento de textos

Antes de ler:

 Pensar e fazer um levantamento do conhecimento prévio sobre o assunto;


 Criar expectativas sobre o que vai ler;
 Analisar suportes e outros dados como a capa, quarta-capa, orelha etc.
 Criar expectativas em função da formatação do gênero (divisão em colunas, segmentação
do texto...);
 Pensar sobre o autor ou instituição responsável pela publicação;
 Antecipar o tema ou ideia principal a partir dos elementos
paratextuais, como título, subtítulos, epígrafes,
prefácios, sumários;
 Definir os objetivos da leitura.
II. Diferentes estratégias e procedimentos para o desenvolvimento de textos

E, durante a leitura:

 Confirmar ou retificar as antecipações ou expectativas de sentido criadas antes ou durante


a leitura;
 Localizar ou construir o tema ou a ideia principal do texto;
 Esclarecer palavras desconhecidas a partir de inferência ou consulta a dicionário;
 Identificar palavras-chave para a determinação dos conceitos veiculados;
 Buscar informações complementares em textos de apoio subordinados ao texto principal
ou por meio de consulta a enciclopédias, internet e outras fontes;
 Identificar pistas linguísticas responsáveis pela continuidade
temática ou pela progressão temática;
II. Diferentes estratégias e procedimentos para o desenvolvimento de textos

E, durante a leitura:

 Sintetizar e construir o sentido global do texto;

 Identificar as pistas linguísticas responsáveis por introduzir no texto a posição do autor;

 Identificar referências a outros textos (intertextualidade), buscando informações adicionais


se necessário;

 Procedimentos e objetivos claros!


II. Diferentes estratégias e procedimentos para o desenvolvimento de textos

 Os objetivos de leitura determinam a escolha de procedimentos que tornarão o processo


mais eficaz.

 Assim, quando eu vou estudar, gosto de ler em um ambiente tranquilo, com a possibilidade
de fazer anotações, sínteses. Gosto muito de sublinhar e escrever meus pensamentos no
texto lido. Agora, se eu vou ler para relaxar, posso ir para uma rede, com uma música ao
fundo, enfim, não preciso levar nada para anotar.
II. Diferentes estratégias e procedimentos para o desenvolvimento de textos

Diferentes estratégias e procedimentos de escrita

 É importante ressaltar que entendemos o processo de escrita interligado com o da leitura,


seguindo a mesma perspectiva do letramento.

 Lembrando que para você ser um cidadão letrado precisa saber ler e escrever, mas de uma
forma mais ampla.

Temos de desenvolver capacidades de várias ordens e,


segundo Rojo (2009), não podemos deixar de dar importância
à aprendizagem do código de uma língua. Sem saber o
código, não vamos conseguir ler e não vamos conseguir
escrever, não é?
II. Diferentes estratégias e procedimentos para o desenvolvimento de textos

Código

 O código pode ser definido como um programa ou uma instrução que cria e, depois controla,
a relação entre significante e significado; o estabelecimento da relação significante/
significado é que possibilita a geração do signo... Embora nem sempre visível, o código é
uma peça essencial na estrutura da comunicação, pois é a partir dele que um estímulo físico
qualquer pode virar signo. Para tanto, é suficiente que, por meio do código, esse estímulo
se torne um significante, associando-se a um significado (BLIKSTEIN, 2005, p. 28).

 Temos de aprender e passar por uma fase de alfabetização


para que possamos aprender a decodificar a escrita que já
existe na sociedade em que estamos inseridos.
II. Diferentes estratégias e procedimentos para o desenvolvimento de textos

No processo de decodificação, precisamos aprender a:

 compreender diferenças entre escrita verbal e não verbal;


 dominar as convenções gráficas;
 conhecer o alfabeto;
 dominar as relações entre grafemas e fonemas;
 decodificar palavras em textos;
 ampliar a fluência.

 Estas são capacidades que são fundamentais, mas que


sozinhas não nos ajudarão a escrever textos reais e
funcionais. Precisamos ir além.
*Por que tantas pessoas dizem que não conseguem escrever?
Interatividade

Para formar bons leitores, capazes de compreender o que leem, é preciso:

a) Ensinar somente técnicas de leitura.


b) Ensinar a decodificação.
c) Fazer leitura em voz alta.
d) Ensinar o significado das palavras.
e) Motivar, despertar o gosto da leitura, ajudando-os a relacionarem o seu conhecimento
pessoal com o que os textos oferecem.
Resposta

Para formar bons leitores, capazes de compreender o que leem, é preciso:

a) Ensinar somente técnicas de leitura.


b) Ensinar a decodificação.
c) Fazer leitura em voz alta.
d) Ensinar o significado das palavras.
e) Motivar, despertar o gosto da leitura, ajudando-os a relacionarem o seu conhecimento
pessoal com o que os textos oferecem.
II. Diferentes estratégias e procedimentos para o desenvolvimento de textos

 Assim como ler, escrever é também uma ação complexa e, desse modo, as ações que
envolvem o desenvolvimento desses processos devem ser cuidadosamente planejadas. E ler
deve ser referência constante no ensino da escrita, ação fundamental para a formação de
bons escritores.

Mas, o que é ser um escritor proficiente? Escrever bem é não cometer erros ortográficos
ou gramaticais?

 Escrever não é uma arte ou somente um ato de pura


inspiração. Desde que entramos na escola, temos como
objetivo aprender o código escrito que representa, de certo
modo, a língua que já falamos, nossa língua materna.
II. Diferentes estratégias e procedimentos para o desenvolvimento de textos

 Para Riolfi e Igreja (2010), um aspecto muito significativo é que para escrever, necessitamos,
sim, de um trabalho rigoroso para aprender a escrever, com os recursos que a
língua oferece.

 As autoras também reforçam a ideia de que esses recursos, isoladamente, não transformam
alguém em um bom escritor, pois o ato de escrever é regido por ter o que dizer e pressupõe
uma razão para fazê-lo em um contexto de produção específico.

 O aprendizado de gramática é também fundamental para


aprendermos a escrever, mas não pode ser o único foco e
muito menos de forma descontextualizada, sem ser inserido
em uma situação de produção específica. Tem de ser
funcional. Você precisa aprender os recursos disponíveis no
sistema de uma língua para que possa se expressar melhor
tanto em sua língua materna como na língua estrangeira.
II. Diferentes estratégias e procedimentos para o desenvolvimento de textos

 Escrever tem de ser com foco na comunicação.

 No mundo do trabalho, o texto é tanto ou até mais requisitado do que nos momentos de
estudo. Isso porque muitas informações importantes precisam estar registradas de forma
escrita, seja por e-mail, relatórios ou atas de reunião. Nesses casos, uma mensagem
expressa da forma errada pode gerar mal entendidos e consequências graves para o bom
desempenho das atividades.

 Quando pensamos na habilidade escrita tanto em língua


materna como em língua estrangeira, sabemos que há
necessidade de que nosso texto seja coerente e coeso para
ser entendido pelos leitores, já que esse é o objetivo de todo
texto escrito.

 Por isso, essa não é uma tarefa fácil nem na língua materna e
muito menos em língua estrangeira.
II. Diferentes estratégias e procedimentos para o desenvolvimento de textos

Seguem algumas dicas importantes para a elaboração de textos.

Para quem estou escrevendo? Quem são meus leitores?


O que sei sobre o assunto é suficiente ou é necessário pesquisar mais?
Que tipo de texto vou escrever (carta, artigo, história etc.).
Quais as características que compõem esse gênero?

 Ler e discutir antes da abordagem de um tema, as


considerações iniciais antes da escrita de um determinado
texto, as hipóteses levantadas e as antecipações com base
nas informações contidas num livro, por exemplo, são formas
de mobilizar os nossos conhecimentos prévios.
II. Diferentes estratégias e procedimentos para o desenvolvimento de textos

As perguntas a seguir ajudarão você a refletir acerca de seu texto:

O estilo da escrita está de acordo com a proposta?


O que escrevi está de acordo com as convenções do gênero escolhido?
As ideias geradas são suficientes?
O tópico e organização das ideias estão coerentes com meu propósito e público-alvo?
Qual a ideia principal e onde o leitor a encontra?
O desenvolvimento das ideias e as informações do texto fluem e são facilmente entendidas?
O primeiro parágrafo é interessante, cativa o leitor a seguir lendo?
II. Diferentes estratégias e procedimentos para o desenvolvimento de textos

 Uma dica importante é que haja um afastamento do texto, isto é, ficar sem contato com esse
texto durante um determinado tempo, que pode ser um dia ou dois, e então ler novamente.

 Esse distanciamento faz com que o escritor consiga perceber questões que antes não lhe
era possível por causa do envolvimento com o texto.

 Também é interessante que o escritor passe seu texto para que uma outra pessoa o leia,
pois o leitor poderá perceber inconsistências e pontos que não estavam tão claros.
II. Diferentes estratégias e procedimentos para o desenvolvimento de textos

Com relação às estratégias de escrita:

 ative seu conhecimento;


 pesquise;
 selecione e organize suas ideias;
 observe seus objetivos;
 revise sempre sua escrita.

 *Lembre-se de que o sentido da escrita é produto de todo


esse trabalho e não resultado apenas do uso do código de
uma língua!
III. Padrões estilísticos: da oralidade à escrita

 De acordo com Faraco e Tezza (2003), não é fácil enumerar todos os motivos que nos levam
a escrever. Escrevemos para um sem-número de coisas.

 Mas todos esses motivos podem chegar a um denominador comum: escrevemos para suprir
uma deficiência de nossa linguagem oral, ou seja, para alcançar algo ou alguém que nossa
fala não consegue.

 Na linguagem oral contamos com uma série de recursos que


nos permitem agregar informação às palavras, tais como:
expressões faciais, gestos, entonação. O interlocutor pode ter
a possibilidade de interromper a fala do enunciador e pedir
para explicar novamente algo que não ficou claro.

 Na linguagem escrita, essa possibilidade é rara, a não ser,


evidentemente, por meio de bate-papos eletrônicos.
III. Padrões estilísticos: da oralidade à escrita

 Na maioria dos textos escritos a distância, no espaço e no tempo, separam os interlocutores.


Assim, a linguagem escrita precisa contar com recursos, que permitam superar as
dificuldades da distância. Por isso, como já dissemos, é fundamental conseguir ordenar bem
as ideias para poder expressar o pensamento da melhor forma possível e alcançar
a comunicação.

 Mas isso não quer dizer que uma forma é mais fácil ou mais complexa que a outra. Quando
fala sobre esse tema, Neves (2001) constata que temos de ter vivência plena da
língua materna.

 Todas as modalidades têm de ser “valorizadas” (falada e


escrita, padrão e não padrão), o que, em última análise,
significa que todas as práticas discursivas devem ter o seu
lugar na escola e em nossas vidas.
III. Padrões estilísticos: da oralidade à escrita

 Na sociedade contemporânea, ambas as modalidades da linguagem são imprescindíveis,


vistas como de função complementar nas práticas letradas de comunicação.

 A hipótese geral de uma função complementar do oral e do escrito nas práticas de


letramento não se traduz apenas pela complementaridade de distribuição de formas de
comunicação, mas também pela sobreposição e imbricamento dessas duas modalidades
numa mesma atividade de comunicação social, o que invalida a apreensão dicotômica
tradicional entre oralidade e escrita.

 O importante é que tenhamos em mente que teremos


momentos orais mais próximos de uma produção escrita e
outros escritos que são reprodução da oralidade, atualmente
acrescidos de outros elementos como os memes ou os emojis.
III. Padrões estilísticos: da oralidade à escrita

O importante é que tenhamos em mente o seguinte esquema:


The writing process - basically, the writing process involves 4 elements:

1) the writer;
2) the audience;
3) the language and
4) the subject.
For example, if I have to write an email to my boss, I may have to
consider the following:

A) What is the main point of my email? What is my objective?


B) What is the subject?
C) Who will receive my email?
D) Do I have to use a formal or an informal style?
III. Padrões estilísticos: da oralidade à escrita

 Tudo depende dos nossos objetivos e, como já dissemos, dos nossos interlocutores. Mesmo
que eu prefira falar, minha fala terá de ser mais trabalhada se eu estiver gravando uma
apresentação para um emprego.

 Temos de adequar nossa fala ou nossa escrita constantemente.

 Mais uma outra característica importante da escrita com relação à oralidade. Ela é mais
permanente. Por isso, muito cuidado quando você escreve um e-mail ou envia uma
mensagem em uma rede social!
IV. O papel da revisão da escrita como processo

 Como estamos trabalhando a escrita como processo, a correção e a revisão também devem
seguir esse caminho, não? Há várias maneiras de se trabalhar a correção de textos.

 Na vida profissional, sabe-se que um simples ato errôneo pode desencadear fatores que
propiciarão transtornos a uma pessoa, seja no lado profissional, como também no
psicossocial, afetivo e emocional.

 A revisão aprimora a estética do texto. Isso quer dizer que ela não melhora apenas o sentido
gramatical, mas também o estilístico da escrita. A revisão do texto engloba todos os
elementos presentes em sua escrita. Desde a sua estrutura até a coesão do que foi escrito.
IV. O papel da revisão da escrita como processo

 Revisar é tão importante quanto escrever. Com a revisão, o autor aprimora a sua experiência
para com a escrita e aguça o sentido para a correção dos erros.

 A prática da revisão é extremamente importante! Se você não possui o hábito de revisar, seja
por preguiça ou por achar que não precisa, tente começar a fazer isso a partir de agora.
Revisar garante a você duas coisas: qualidade no texto e experiência na escrita.

 Revisar é muito relevante para aperfeiçoar a sua escrita. Também é responsável pela
qualidade do que você entrega ao final do texto.

 Por isso, pratique!


IV. O papel da revisão da escrita como processo

O que é preciso para revisar?

1. Evite revisar o texto logo após você ter escrito.


2. Verifique se o seu texto possui a estrutura adequada.
3. Utilize a revisão gramatical do seu editor de texto.
4. Abuse dos sinônimos.
5. Não tenha receio de cortar trechos, palavras ou expressões.

*A revisão é o amadurecimento da escrita!


IV. O papel da revisão da escrita como processo

 Outra estratégia interessante é o feedback dos colegas; dessa forma, o papel


desempenhado pelos participantes será o de outsider, isto é, um lerá o texto do outro
e fará comentários acerca do texto.

 A correção realizada com os colegas está fundamentada na noção dos princípios da


aprendizagem colaborativa, que partem do pressuposto de que o uso da língua é uma
atividade social o que, dessa forma, permite aos indivíduos coconstruir significados dentro
e a partir de interações.
IV. O papel da revisão da escrita como processo

 São vários os desafios da produção escrita no mundo contemporâneo.

 Para tanto, é fundamental compreender quais elementos podem ser cruciais para tornar você
mais autônomo e capaz para produzir bons textos de acordo com as suas necessidades e
seus propósitos comunicativos.

 São elementos basicamente iguais em qualquer língua e para escrever a perspectiva devem
ser iguais.
Interatividade

Vários são os passos recomendados para se escrever um bom texto. Qual a alternativa
incorreta?

a) Manter o hábito da leitura e da escrita.


b) Ter o conhecimento das regras gramaticais.
c) Prestar atenção na coerência e coesão.
d) Ser simplesmente criativo e espontâneo.
e) Saber os objetivos e quem é o seu público leitor.
Resposta

Vários são os passos recomendados para se escrever um bom texto. Qual a alternativa
incorreta?

a) Manter o hábito da leitura e da escrita.


b) Ter o conhecimento das regras gramaticais.
c) Prestar atenção na coerência e coesão.
d) Ser simplesmente criativo e espontâneo.
e) Saber os objetivos e quem é o seu público leitor.
Referências

 ARANHA, Maria Lúcia A. História da Educação e da Pedagogia Geral e Brasil. São Paulo:
Moderna, 2006.
 DEMO, Pedro. Sociologia da educação: sociedade e suas oportunidades. Brasília: Plano
Editora, 2004.
 BLICKSTEIN, Izidoro. Técnicas de comunicação escrita. São Paulo: Ática, 2005/2016.
 BRAKLING, Kátia L. Sobre a leitura e a formação de leitores. São Paulo: SEE: Fundação
Vanzolini, 2004. Disponível em: portal www.educarede.org.br. Acesso em: 15 set. 2022.
 FARACO, Carlos Alberto; TEZZA, Cristóvão. Oficina de texto. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003.
Referências

 KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e Compreender os sentidos do texto. São
Paulo: Editora Contexto, 2011.
 KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender e escrever estratégias de
produção textual. São Paulo: Editora Contexto, 2011.
 NEVES, Maria Helena Moura (2001). Língua falada, língua escrita e ensino: reflexões em
torno do tema. In: URBANO, Hudinilson et al. Dino Preti e seus temas: oralidade, literatura,
mídia e ensino. São Paulo: Cortez, p. 321–332.
 RIOLFI, Claudia; IGREJA, Suelen. Ensinar a escrever no ensino médio: a dissertação?
Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 36, n. 1, p. 311-324, jan./abr. 2010.
 ROJO, Roxane. Letramentos Múltiplos, escola e inclusão social. São Paulo: Parábola
Editorial, 2009.
 SOARES, Magda. Novas práticas de leitura e escrita:
letramento digital. Educação e Sociedade. Campinas, v. 23, n.
81, p. 143-160, dez. 2002. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/es/v23n81/13935.pdf. Acesso em: 02
fev. 2022.
ATÉ A PRÓXIMA!

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