Historia Da Educacao Fisica Escolar
Historia Da Educacao Fisica Escolar
Historia Da Educacao Fisica Escolar
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 5
1 – HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA .................................................................... 7
Este curso tem objetivos claros e específicos no sentido capacitar mais e melhor
o graduado para o exercício da docência no ensino de Educação Física Escolar, no
entanto, colocamo-nos à disposição para eventuais críticas e opiniões que certamente
poderão aperfeiçoar mais e melhor os nossos trabalhos.
Este curso é composto por quatro apostilas sendo que esta primeira apostila
contempla assuntos que julgamos iniciais para desenvolver uma melhor capacitação
do professor. Trazemos questões sobre a história da Educação Física, possibilitando
um amplo conhecimento a respeito da matéria. Tratamos da Educação Física e a
Filosofia, que permite uma visão mais ampla e mais aprofundada, propiciando que o
professor possa levantar novas questões acerca do ensinar Educação Física.
Elaboramos um conteúdo sobre a historiografia com aspectos da Nova História frente
aos períodos históricos da Educação Física e tratamos de questões acerca do
higienismo, o eugenismo e o desenvolvimentismo tanto no âmbito da disciplina
Educação Física, quanto à disciplina dos corpos, bem como as teorias da cultura
corporal no desenvolvimento da história.
Segundo Moraes (2009, s/p) tudo começou quando o homem primitivo sentiu a
necessidade de lutar, fugir ou caçar para sobreviver. Assim o homem à luz da ciência
executa os seus movimentos corporais mais básicos e naturais desde que se colocou
de pé: corre, salta, arremessa, empurra, puxa, etc. Na China como Educação Física
as origens mais remotas da história falam de 3000 a. C. Um certo imperador guerreiro,
Hoang Ti, pensando no progresso do seu povo pregava os exercícios físicos com
finalidades higiênicas e terapêuticas além do caráter guerreiro. Na Índia no começo
do primeiro milênio, os exercícios físicos eram tidos como uma doutrina por causa das
leis de Manu, uma espécie de código civil, político, social e religioso. Eram
indispensáveis às necessidades militares além do caráter fisiológico. Buda atribuía
aos exercícios o caminho da energia física, pureza dos sentimentos, bondade e
conhecimento das ciências para a suprema felicidade do Nirvana, (no budismo, estado
de ausência total de sofrimento). O Yoga tem suas origens na mesma época
retratando os exercícios ginásticos no livro Yajur Veda que além de um
aprofundamento da medicina, ensinava manobras massoterápicas e técnicas de
respirar.
Segundo Moraes (2009, s/p) sem dúvida nenhuma a civilização que marcou e
desenvolveu a Educação Física foi a grega através da sua cultura. Nomes como
Sócrates, Platão, Aristóteles, e Hipócrates contribuíram e muito para a Educação
Física e a Pedagogia atribuindo conceitos até hoje aceitos na ligação corpo e alma
através das atividades corporais e da música. “Na música a simplicidade torna a alma
sábia; na ginástica dá saúde ao corpo” Sócrates. É de Platão o conceito de equilíbrio
entre corpo e espírito ou mente. Os sistemas metodizados e em grupo, assim como
os termos halteres, atleta, ginástica, pentatlo entre outros, são uma herança grega. As
atividades sociais e físicas eram uma prática até a velhice lotando os estádios
destinados a isso. A derrota militar da Grécia para Roma, não impediu a invasão
cultural grega nos romanos que combatiam a nudez da ginástica. Sendo assim, a
atividade física era destinada às práticas militares. A célebre frase “Mens
Sana in Corpore Sano” de Juvenal vem desse período romano. (MORAES, 2009, s/p)
Perante esta situação, a Idade Média caracterizou-se por disputas entre três
poderes que objetivavam o controle da Europa: o poder militar, representado pela
força dos bárbaros; o poder civil, representado pelas organizações municipais e
provinciais estabelecidas pelo Direito Romano, costumes e famílias; e o paganismo,
substituído pelo Cristianismo, que, cultuado de forma exacerbada, preconizava total
importância à salvação da alma e à conquista de uma vida celestial. Resulta deste
abstracionismo, o desprezo pelo culto ao corpo, tornando a atividade física
inexpressiva, passando a ser somente utilizada para a preparação militar. Os
cavaleiros deveriam ser treinados para as grandes Cruzadas e as Guerras Santas,
organizadas pela Igreja, em substituição às antigas festas populares, às vezes
atingindo até as raias do absurdo, como ocorreu com a instituição da Santa Inquisição.
(...) (CAPINUSSÚ, 2005, p. 54)
Para Lúcio (s/d, s/p) a tomada de Constantinopla pelos Turcos em 1453, marca
simbolicamente o início dos tempos modernos. No final da Idade Média começou a
aparecer uma civilização distinta, marcando, paulatinamente, a fusão da civilização
Greco-romana com o Cristianismo. Nasce o Humanismo, que reconcilia a educação
intelectual, moral e física. O Humanismo significa a cultura voltada para o homem, “a
medida de todas as coisas”, segundo a sabedoria grega. Com a adoção das ideias
clássicas, no Ocidente, manifesta-se o interesse pela vida natural e os exercícios são
empregados como agentes da educação, embora de maneira teórica e empírica. Não
tendo sido criado um corpo de doutrina, não foi solucionado, objetivamente, o
problema do exercício físico. Porém, os novos dados pedagógicos, fisiológicos e
técnicos preconizados, lançando luzes para a questão, serviram de base, mais
adiante, para o apuro e a sistematização da ginástica racional. Em virtude da ligação
entre exercício natural e cultura, pouco a pouco, começou a marcha progressista da
Educação Física.
Para Jean Jacques Rousseau, segundo Lúcio (s/d, s/p) “a natureza é boa, a
civilização é má”, conceito que condensa, em última análise, a filosofia de Rousseau.
Até Goethe, conservador por excelência, reconheceu o caráter revolucionário e as
consequências sociais do novo modo de vida imaginado por esse grande pensador na
sua obra Emilio ou da Educação.
Segundo Moraes (s/d, s/p) a educação física voltada para a nossa ginástica
localizada começa a se desenvolver na Idade Contemporânea e quatro grandes
escolas foram as responsáveis por isso: a alemã, a nórdica, a francesa, e a inglesa.
Continuando Moraes (s/d, s/p) aponta que a escola francesa teve como
elemento principal o espanhol naturalizado Francisco Amorós Y Ondeano (17701848).
Inspirado em Rabelais, Guts, Jahn e Pestalozzi, dividiram sua ginástica em: Civil e
Industrial, Militar, Médica e Cênica. Outro nome francês importante foi G. Dêmey
(1850-1917) que organizou congressos, cursos (inclusive o Superior de Educação
Física), redigiu o Manual do Exército e também era adepto à ginástica lenta, gradual,
progressiva, pedagógica, interessante e motivadora. O método natural foi defendido
por Georges Herbert (1875-1957): correr, nadar, saltar, empurrar, puxar e etc. A escola
inglesa baseava-se nos jogos e nos esportes, tendo como principal defensor Thomas
Arnold (1795-1842) embora não fosse o criador. Essa escola também ainda teve a
influência de Phoktion Heinrich Clias (1782-1854) no treinamento militar.
Marcelo Costa, vem do grego Kallós (belo), Sthenos (força) e mais o sufixo “ia”.
Com origem na ginástica sueca apresenta uma divisão de oito grupos de exercícios
localizados associando música ao ritmo dos exercícios que são feitos à mão livre
usando pequenos acessórios. Os responsáveis pela fixação da Calistenia foram o Dr.
Dio Lewis e a (A. C. M.) Associação Cristã de Moços com proposta inicial de melhorar
a forma física dos americanos comuns. Por isso, deveria ser simples, fundamentada
na ciência e cativante. O Dr. Lewis era contra os métodos militares sob a alegação
que os mesmos desenvolviam somente a parte superior do corpo e os esportes
atléticos não proporcionavam harmonia muscular. Em 1860 a
Calistenia foi introduzida nas escolas americanas. (MORAES, s/d, s/p)
2. POR UMA FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA
Física não é. Ela está sendo construída a cada instante, e ainda bem”.
Questionamentos referentes ao seu papel na sociedade, qual seu objeto de estudo?
O que é Educação Física e para quê? Tem servido como temas para discussões em
debates, estudos, enfim, local onde haja pessoas interessadas no desenvolvimento
da disciplina. Assim como na educação em geral percebemos que o foco de ensino
deixou de ser somente o desenvolvimento do raciocínio lógico ou a memorização de
fórmulas e informações, na Educação Física as mudanças de ponto de vista também
acontecem, comprovando a dinâmica da área. Citamos como exemplo o fato de vários
profissionais refletirem sobre os aspectos negativos da supervalorização do esporte
competitivo (TUBINO, 1992, apud SCHREIBER, ET AL, 2005, s/p)
Afirma Santin (1987, p. 28, apud Schreiber, et al, 2005, s/p) que: (...) a
Educação Física terá maior identidade e maior autonomia quando se aproximar mais
do homem e menos das antropologias; quando deixar de ser instrumento ou função
para ser arte; quando se afastar da técnica e da mecânica e se desenvolver
criticamente. A Educação Física deve ser gesto criador. Por intermédio de um maior
comprometimento com a Filosofia, o professor em suas reflexões poderá reformular
conceitos que podem orientar a conduta do seu aluno e interpretar melhor o que ele
faz do seu corpo, de seus movimentos e das suas relações com o mundo (SANTIN,
1987). Consciente da importância da valorização do ser como um todo, respeitando
os seus limites o professor poderá tornar a sua ação pedagógica mais humanizada e
assumir a postura de quem está ciente do seu verdadeiro papel e função na sociedade.
De acordo com Schreiber, et al (2005, s/p) (...) é provável que por meio desta
conscientização, o professor possa transformar sua ação pedagógica, buscando a
valorização do ser, bem como conscientizar sobre a necessidade de acrescentar à
sua formação disciplinas de conhecimento pedagógico-filosófico. (...) A variedade de
abordagens sobre a Educação Física depõe contra o estabelecimento dos seus
objetivos. O que a distingue das demais disciplinas é o movimento humano,
característica essencial da Educação Física. “Enquanto processo individual a
Educação Física desenvolve potencialidades humanas. Enquanto fenômeno social
ajuda este homem a estabelecer relações com o grupo a que pertence” (OLIVEIRA,
1986, p.105). Segundo este mesmo autor “(...) a colocação da disciplina nos centros
de saúde subverteu os seus objetivos. Educação Física é educação, portanto seu
espaço é nos Centros de Ciências Humanas e Sociais das universidades a que
pertencem”.
Para Oliveira (1994, p. 105), “a Educação Física no Brasil foi durante muito
tempo considerada uma prática neutra, sem conotação ideológica. Restringia-se a
uma atividade física cujo movimento era apreendido pela pedagogia do consenso em
seus aspectos eminentemente biomecânicos”. Não se pode esquecer que o corpo
humano não se move, age; não se pode confundir, pois, pedagogia do movimento
humano com pedagogia do deslocamento humano. (FERREIRA, 1990)
Ainda de acordo com Schreiber, et al (2005, s/p) na constante busca por uma
identificação e servindo as ideologias dominantes, a Educação Física já assumiu
diversos papéis na sociedade. Considerada como cultura do físico, como parte da
medicina, como criadora de sofisticadas técnicas esportivas dentre outras atribuições,
esta área acabou por possuir diversos papéis que geraram conflitos quanto à sua
identificação. Apesar da falta de reflexão teórica e de atitude científica que
caracterizou a Educação Física como um todo até poucos anos, houve avanços
consideráveis na área de influência biomédica e na área técnico-desportiva, mas os
avanços neste campo tendem a apresentar o professor como um formador de atletas,
com tendências elitistas. Deve-se considerar que precisamos evoluir de forma mais
conjunta, sendo capazes de formar mentes críticas e conscientes
(OLIVEIRA, 1986). Neste sentido, estaremos nos direcionando a conquista
quanto a capacidade de comprometimento e entendimento de conhecimentos
filosóficos. O pensamento pedagógico até o presente momento teve um real
significado, pois possibilitou um aprimoramento da prática docente, bem como uma
evolução constante na forma de pensar a Educação Física Escolar brasileira. Ao nos
inteirarmos desse pensamento, novas concepções de ensinar, foram internalizadas,
propiciando um distanciamento de abordagens de ensino mecânico, pautado nos
métodos ginásticos, que objetivam trabalhar o corpo, fragmentando assim o
direcionamento da Educação Física Escolar, que não pode preterir a influência da
mente sobre os comandos corporais. (SCHREIBER, ET AL, 2005, s/p)
Percebe-se nesta prática, que muitos profissionais que não possuem acesso a
esse pensamento acadêmico, e quanto tem não o vê como possibilidade de mudanças
em suas práticas docentes e, no entanto, desenvolvem o seu trabalho de forma
dinâmica, criativa, atingindo objetivos formadores reais, atendendo plenamente o
trabalho que a sociedade espera da Educação Física na escola. De acordo com
Pereira (1998, p. 170) “aos olhos dos professores, a teoria não é um problema, mas a
relação teoria-prática é que se constitui um problema prático”. Esta citação explica a
preocupação do estreito relacionamento entre a teoria e a prática da Educação Física
Escolar, porém o que temos percebido é o distanciamento e o caminhar independente
da teoria e da prática. (...) É fato comum observarmos na prática a deficiência
apresentada por diversos representantes da Educação Física ao serem questionados
em relação às ideias e objetivos mais concretos com relação à disciplina em evidência.
O mesmo desacerto se faz presente ao perceber que existe um grande distanciamento
entre as disciplinas curriculares oferecidas na graduação e o que realmente
necessitamos para um bom desenvolvimento do trabalho pedagógico. Grande parte
dos currículos atuais encontra-se fragmentado e desarticulado das ideias sócio
político-pedagógico. Nas faculdades de Educação Física o currículo deveria dar
subsídios básicos ao futuro professor, tornando-o capaz de acompanhar as
transformações da sociedade e do conhecimento científico pedagógico (OLIVEIRA,
1986, apud SCHREIBER, ET AL, 2005, s/p).
Neste âmbito segundo Schreiber, et al (2005, s/p) para Ghiraldelli Júnior (1992,
p. 23), as finalidades da Educação Física como componente curricular destaca o
seguinte: a Educação Física pode contribuir para a autodisciplina, fortalecer a saúde,
desenvolver os valores estéticos, os valores cooperativos, o raciocínio e a presteza
mental, sem esquecer que a ela cabe também o estudo da fisiologia, a anatomia, das
técnicas, da história, etc. Enfim, ela compõe o conjunto das disciplinas escolares e
cumprirá o seu papel quanto mais conseguir tornar-se Educação Física Escolar.
Segundo Escobar (apud Tavares, Morais 1997, p. 36), as avaliações do atual o
currículo de formação evidencia um processo de ensino aprendizagem desarticulado
sequencialmente e incoerente, o qual não solicita que o aluno utilize as informações
recebidas ou retidas e proceda a análises, trabalhe com opiniões pessoais e se
posicione criticamente. Parte desta defasagem se dá em função dos desencontrados
currículos oferecidos na grade curricular do curso de Educação Física. A valorização
de disciplinas técnicas e a insignificância ou até mesmo nenhuma importância voltada
às disciplinas de caráter reflexivo/filosófico resultam em desarticulação com a
realidade. Por não haver neutralidade no ato educativo, o próprio currículo traz
explicitamente o aspecto político, demonstrando o comprometimento com o interesse
de outra classe social (MORAIS, TAVARES, 1997, p. 32, apud SCHREIBER, ET AL,
2005, s/p).
Ainda conforme Schreiber, et al (2005, s/p) para Sonoo, et al (2002, p. 18): com
o passar dos anos, a partir da evolução das necessidades da sociedade e do próprio
conhecimento veiculado na área, o espaço de intervenção deste profissional é
ampliado. De fato, os profissionais desempenham suas funções formulando e
implementando programas de intervenção que, tendo como base a atividade corporal,
são altamente diferenciados em termos dos objetivos, clientela e meios.
Essa via de mão dupla, conforme Gancz (2006, p. 1980) já ensaiada desde
Aristóteles (1952) ao propor que não somente é necessário chegar até o plano das
ideias, mas, retornar ao sensível, é de expressiva utilidade para todo estudioso de
qualquer área do conhecimento. Sendo assim, é muito importante que o ensino da
história possa ser feito de forma a contribuir com a maior quantidade de ferramentas
possíveis para o estudante. Então, quando pensamos dentro do âmbito da educação
física, inevitavelmente surge uma questão: Como vem sendo trabalhado o ensino da
história da educação física? (...) Nessa perspectiva resolvemos buscar os livros que
abordem o assunto do desenvolvimento histórico da educação física. O critério para a
escolha dos livros deveu-se seja por suas contínuas aparições nas bibliografias dos
concursos, seja pela sua leitura ainda recomendada pelos professores. Temos
consciência que esta lista não é totalmente inclusiva, nem mesmo sendo o nosso
objetivo. Queremos apenas, com essa análise, verificar através de uma amostra
significativa como a perspectiva do desenvolvimento histórico da educação física é
trabalhada. Podemos perceber que na maioria da literatura pesquisada existe uma
visão essencial sobre o desenvolvimento da história da educação física. (MAZZEI,
TEIXEIRA, 1967, GHIRALDELLI JÚNIOR, 1989, entre outros)
Educação Física Pedagogicista (1945-1964): com uma visão que pode ser
traçada ao liberalismo, a vertente pedagogicista propunha a educação física como um
meio de formação do indivíduo. “A educação física, acima das “querelas políticas”, é
capaz de cumprir o velho anseio da educação liberal: formar o cidadão. ”
(GHIRALDELLI JÚNIOR, 1989, p.29)
Outro exemplo que mostra o viés ideológico é o do Coletivo de Autores que fala
que “(...) o aluno sistematiza o conhecimento sobre os saltos e os conceitos que
explicam o conteúdo e a estrutura do objeto salto, desde as leis físicas e
características no nível cinésio/fisiológico, até às explicações político-filosóficas da
existência de modelos de salto”. (COLETIVO DE AUTORES, 1993, p.65, apud
GANCZ, 2006, p. 1986)
3. Esses movimentos não foram homogêneos entre si. Por exemplo, apesar
de promessas e até mesmo de investimentos na área do desporto durante o período
de 1964 até 1985, nunca houve uma política real de preparação ou de seleção de
talentos.
Mais uma vez Gancz (2006, p. 1983) lembra que não pretendemos que esses
pontos sejam a totalidade das discrepâncias no tocante à história da educação física,
mas, sim, serem meros exemplos que podem encorajar estudos de maior
profundidade, além de corroborar com a hipótese do nosso trabalho. (...) Devemos,
em primeiro lugar, situarmos a importância da história da educação física. Faremos
isso a analisando como disciplina e, de acordo com a pentadialéctica e a
decadialéctica, como nos mostra Ferreira dos Santos.
Por fim, aponta Gancz (2006, 1994) como universo, ela está contida nas
ciências do conhecimento – pensando ciência em lato sensu -, estando, ipso facto,
ligadas a própria noção de conhecimento. Por isso, podemos perceber hoje que
diversas reinterpretações filosóficas, como, por exemplo, a própria ideia pósmoderna,
têm, muitas vezes, criado distintas e profundas alterações no modo de pensar. (...) A
função da universidade é uma função única e exclusiva. Não se trata, somente, de
conservar a experiência humana. O livro também a conserva. Não se trata, somente,
de preparar práticos ou profissionais, de ofícios ou artes. A aprendizagem direta os
prepara, ou, em último caso, escolas muito mais singelas do que as universidades.
Trata-se de manter uma atmosfera de saber pelo saber para se preparar o homem
que o serve e o desenvolve. Trata-se de conservar o saber vivo e não morto, nos livros
ou no empirismo das práticas não intelectualizadas. Trata-se de formular
intelectualmente a experiência humana, sempre renovada, para que a mesma se torne
consciente e progressiva. (TEIXEIRA, 1988, p.17-18)
Quando refletimos sobre o que Anísio nos fala, verificamos o quão longe, neste
caso, estamos. Vemos os apelos dos docentes perante a calamitosa situação. Vemos
uma grande quantidade de alunos desejando através de suas ações um curso cada
vez menos focado no saber. Vemos muitos alunos que sequer gostam de ler. É
imprescindível perguntarmos o porquê. Certamente queremos mudar este panorama.
Só poderemos fazê-lo quando compreendermos a situação atual. Faz-se necessário
um estudo de maior fôlego para uma maior compreensão deste
problema. (GANCZ, 2006, p. 1995)
4. ASPECTOS DO ESTUDO DO: HIGIENISMO, EUGENISMO,
DESENVOLVIMENTISMO E TEORIAS DA CULTURA CORPORAL
Toda esta influência, de acordo com Moura (2007, s/p) dos médicos na
sociedade já podia ser notada há muito tempo e pode ser percebida pela afirmação
de Foucault (1985) citado por Castellani Filho (1988) “(...) a política médica que se
delineia no século XVIII em todos os países da Europa tem como reflexo a organização
da família (...)” e Foucault (1985) segue em sua linha de pensamento também citada
por Castellani Filho (1988) “(...) é a sua função de higienista, mais que seus prestígios
de terapeuta, que lhe assegura esta posição politicamente privilegiada no século XVIII,
antes de sê-la econômica e socialmente no século XIX
(...)”.
Ainda para Moura (2007, s/p) seguindo o exemplo de Rui Barbosa, Fernando
de Azevedo se tornou outro defensor da implantação da Educação Física defendendo
o método higiênico e não eugênico da raça. Neste sentido Azevedo (1958) faz a
seguinte afirmação: “se, nesse processo em que intervêm forças biológicas, se não
obscuras, certamente incontroláveis, não devemos superestimar o papel da educação
física, não é possível deixar de reconhecê-lo em toda a sua importância histórica e
cientificamente comprovada. É certo que a Educação Física e, de modo geral, a
educação, opera sobre o indivíduo, tal como a natureza o fez, com seu equipamento
hereditário ou o conjunto de suas aptidões inatas; mas não é menos exato que ela
pode influir e influi poderosamente não só no sentido de apurar e desenvolver as
qualidades físicas e mentais de cada um, como também em orientá-las em direções
determinadas. Aquelas constituem os limites da ação educativa; estes, - a saber, o
seu poder de sondagem, de aperfeiçoamento e de direção, - todo o segredo de sua
força. Num país como o nosso cuja população resulta de uma grande mistura de raças
e que abrange etnias diversas, a educação assume importância capital”.
Dessa forma segundo Moura (2007, s/p) em 1881, a Escola Normal adota a
Educação Física para as crianças oriundas da classe trabalhadora, onde é possível
perceber que a educação do povo através da educação do físico além de aparecer
como antídoto para todos os males, previne e cura doenças, construindo um corpo
robusto e saudável. Com a abertura do Colégio São Pedro em 1882, apresentam-se
as cadeiras de: Ginástica de salão e terreiro, salto, carreira, esgrima e jogo de forças,
natação, equitação, dança e teatro. Com a Proclamação da República em 1889, surge
o Ministério da Instrução Pública, Correios e Telégrafos em abril de 1890. Ainda neste
ano é criado o Pedagogium, um centro que nas exposições escolares apresentava
aparelhos de ginástica apropriados à escola brasileira. No mesmo ano, é redigida a
Reforma do ensino primário e secundário, implantada em 1891. De acordo com esta
Reforma a prática da atividade física se daria da seguinte forma: Para as crianças
entre 4 e 7 anos a programação de ginástica continha jogos infantis e exercícios físicos
graduados acompanhados de canto. Para as crianças entre 7 e 9 anos de idade, o
programa de ginástica e exercícios militares era o seguinte, conforme cita Cantarino
Filho (1982): “(...) Ginástica – Movimentos preliminares, alinhamento por altura,
numerar-se, tomar distância, cerrar fileiras, descanso, firmes, meia-volta, à direita e à
esquerda, marcha em várias direções. Exercícios graduados de ginástica:
movimentos, flexões de braços, pernas, tronco e cabeça. Corridas e saltos
apropriados à idade. Jogos infantis (...). ”
Nas séries seguintes continuavam a fazer parte os exercícios ginásticos e as
evoluções militares. Já para os adolescentes com idade entre 11 e 13 anos de idade
acrescentou-se equilíbrio, carreira, salto, evoluções militares, jogos e manejo de
armas de fogo apropriadas. Dando continuidade ao programa a ginástica aparece
com aparelhos, esgrima de espada e florete, baioneta e tiro ao alvo, tendo uma carga
horária semanal entre duas e três horas. No curso secundário a disciplina Ginástica,
evoluções militares e esgrima eram lecionadas em caráter obrigatório em todas as
séries com carga horária semanal entre uma e duas horas de duração. Nos internatos
a saída dos alunos para casa era dividida em duas turmas que se alternavam
quinzenalmente, a turma que permanecia no internato saia aos domingos para
passeios realizando jogos ao ar livre, caso não fosse possível a realização do passeio,
os mesmos eram realizados no próprio internato com a execução de exercícios de tiro
ao alvo, de besta e de flecha, exercícios ginásticos livres, salto e jogo de volante.
Nessa época os jogos e os desportos ainda não tinham grande aceitação nos
estabelecimentos de ensino, somente entre 1898 e 1902 é que a Escola Americana
situada em São Paulo introduziu o futebol, dando origem aos clubes colegiais de
futebol desta escola. Antes disto existiam apenas os clubes de remo e natação e os
de esportes atléticos. A partir do Decreto n. º 1.652, de 15 de janeiro de 1894 é
aprovado o Regulamento para o Internato do Ginásio Nacional determinando a criação
do Batalhão do Exército e sua responsabilidade sobre a educação militar,
evidenciando a relação extremamente próxima entre a Educação Física e o Exército,
citado na Dissertação de Mestrado de Cantarino Filho (1982): “(...) as evoluções
militares que faziam parte da Ginástica, passaram a ser componentes da educação
militar, com a criação do “Batalhão do Exército”, constituído de alunos e orientado por
militares do Exército, “no intuito de proporcionar à mocidade brasileira a educação
necessária para o desempenho do dever de defender a pátria (...).” Além disto,
serviria para a melhoria do regime disciplinar nos estabelecimentos e para o
desenvolvimento do patriotismo. No “Batalhão Escolar”, os alunos eram graduados
nos diversos postos, por merecimento, desde cabo de esquadra até o de comandante,
assim como no Exército. Em 1884, surge no Brasil a primeira escola primária de cunho
positivista com o nome de Escola da Neutralidade. Em 1894,
Charles Miller realiza em São Paulo a primeira partida de futebol entre funcionários
de duas empresas, e em 1902 é realizado o primeiro Campeonato de Futebol do
país. (MOURA, 2207, s/p)
Finalizando Moura (2007, s/p) afirma que (...) depois deste período higienista,
dominado pelos médicos a Educação Física no Brasil passa a ser de responsabilidade
dos militares brasileiros. Com a predominância dos militares a influência médica
diminui mantendo seu domínio principalmente nas questões ligadas à fisiologia.
“Nota-se também que os militares foram os primeiros profissionais com alguma forma
de especialização a ministrar aulas de exercícios físicos sistematizados”. (MELO,
1996, apud MOURA, 2007, s/p)
- Eugenismo: Para Moreira, Silva (2010, s/p) o termo eugenia foi assumido,
cientificamente, por Francis Galton, em 1883, no livro Inqueires into human faculty.
Influenciado por obras do seu primo, Charles Darwin, Galton defendeu que a
capacidade humana está mais associada à hereditariedade que à educação, e a
eugenia foi, então, descrita como “ciência” que lida com todas as influências que
melhoram as qualidades natas de uma raça. Nas escolas brasileiras as heranças e
concepções de Francis Galton sobre eugenia e higienia foram mais largamente
difundidas nas décadas de 30 e 40, quando os princípios eugênicos colaboraram para
orientar as políticas estruturais de saúde e educação. Esclarecemos que essa análise
de tempo procura situar o recorte metodologicamente traçado: a Educação Física e a
eugenia. Diante disso, necessário se faz considerar os fatos históricos como
elementos não voláteis. Embora o recorte seja das décadas de 20 até 40, por vezes,
recorremos a fatos anteriores e posteriores que se ligam em termos contextuais.
Sobre a eugenia, no referido período apontam Moreira, Silva (2010, s/p) que é
preciso dimensionar seus efeitos na contemporaneidade: segundo D’Avila (2006, p.
93), “A Ciência da eugenia forneceu uma ponte entre a ideologia racial e a cultura
popular, definindo uma cultura de pobreza”. Reitero o elo da diretriz eugênica nos anos
de declínio da era Vargas, considerada “(...) tão forte que resistiu por mais tempo do
que o apoio oficial à ciência que a orientou”. O autor conclui que, “(...) embora a
eugenia tivesse perdido a legitimação, após o fim da Segunda Guerra Mundial, as
instituições, práticas e pressuposições que ela criou persistiram”. (D’ÁVILA, 2006, p.
93, apud MOREIRA, SILVA, 2010, s/p)
Ainda de acordo com Moreira, Silva (2010, s/p) a Educação Física brasileira
tem sua origem ligada às instituições militares e à classe médica e essa relação se
assumiu como simbiótica, também, na pedagogia. Pregando a educação do corpo e
tendo como modelo de perfeição um físico saudável e equilibrado, organicamente, a
origem da Educação Física associa-se a médicos higienistas que buscavam modificar
os métodos de higiene da população. Essas diretrizes assumiram importância vital na
construção da matriz racista e na ideologia racial brasileira, formulada e difundida no
século XIX. Sobre esse aspecto, Oliveira (2004), deixa entender que as passagens
históricas mais importantes da Educação Física no Brasil revelam a estreita relação
entre Educação Física, adaptação e pensamento dominante. Diz-nos este autor que:
um dos exemplos mais enfáticos é o da formação de associações civis destinadas a
“prestar culto à pátria”. Soam bem significativos os modelos do tipo “Juventude
Hitlerista”, “Juventude Brasileira”, “Mocidade Portuguesa”, “Juventude Comunista”,
etc., criados na primeira metade do século. Estas instituições tinham, oficialmente, a
finalidade de proporcionar educação cívica, moral e física aos cidadãos. (OLIVEIRA,
2004, p. 98).
O conceito de cultura proposto por Geertz (1989, p.15) tem forte influência das
ideias de Max Weber. Uma vez que para este “o homem é um animal amarrado a teias
de significados que ele mesmo teceu.” Geertz ao balizar-se neste conceito, afirma que
para entender o que é cultura, e como ela influencia as ações de um determinado
grupo, é preciso identificar e perceber como as pessoas são, como se relacionam,
como agem e interagem, é, portanto, ir além do visível, é mergulhar, de fato, no
significado das ações desenvolvidas pelos indivíduos em suas sociedades.
Percebe-se a partir dessa visão, que mais do que uma decorrência biológica, a
questão cultural é essencial para o desenvolvimento humano, pois os aspectos
culturais ultrapassam fronteiras e necessitam ser decifrados como teias de
significados que obtêm sentidos próprios. Ainda nessa linha de raciocínio, devemos
lembrar que o ser humano não é visto, na perspectiva de Geertz, de forma
“estratigráfica”, na qual as relações entre os fatores biológico, psicológico social e
cultural da vida humana estariam compostos de níveis superpostos aos inferiores e
reforçando os que estão acima dele. Pelo contrário, o autor propõe uma visão sintética,
na qual todas as relações entre os itens apontados acima estão em constante sintonia,
não sendo possível analisar um sem a influência do outro.
Ainda para Monteiro, Souza (2008, s/p) o significado atribuído à cultura por
Geertz (1989) é o ponto de partida para as discussões que circulam nesse texto, é ele
que dá subsídios para as discussões sobre as formas de manifestações culturais que
estão relacionadas ao “corpo”. Formas que são absorvidas ativamente, recebendo um
sentido, um significado no próprio processo de recepção e, portanto, vão adotando
significados diferentes em sociedades distintas. Obviamente que a priori, estas formas
e significados não se tornam inteligíveis a todos os atores que fazem parte desse
contexto. Decifrá-las, portanto, é uma das tarefas a ser cumprida pelos professores,
uma vez que o comportamento das pessoas também é
“condicionado”, em grande parte, pelas regras sociais estabelecidas culturalmente.
Regras estas construídas com base num significado simbólico que toma forma aos
poucos.
De acordo com essa ideia, pode-se afirmar que o processo cultural delimita, em
grande parte, como as pessoas escolherão suas formas de manifestarem-se nas mais
diversas situações, inclusive, em relação às questões ligadas ao seu corpo. Rodrigues
(1986) afirma ser inegável a existência de conjuntos de motivações orgânicas, que
conduzem os seres humanos a determinados tipos de comportamento. Mas o autor
alerta que, a cada uma dessas motivações biológicas, a cultura atribui uma
significação especial, em função da qual assumirá determinadas atitudes e
desprezarão outras.
Educação Física deve ter uma atuação eminentemente cultural, “(...) há que se
considerar, primeiro, a história, a origem e o local daquele grupo específico e, depois,
suas representações sociais, emolduradas pelas suas necessidades, seus valores e
seus interesses” (DAOLIO, 2001, p.35, apud, MONTEIRO, SOUZA, 2008, s/p).
Nota-se pelas discussões realizadas até o momento, que o corpo não foge as
influências culturais, que ele é o meio de expressão fundamental do ser humano,
sendo assim, não há possibilidade de existência de uma dimensão física isolada da
sua totalidade. Outro autor importante para essa discussão sobre a influência da
cultura no modo como agimos, e, principalmente, como agimos em relação ao nosso
corpo, é o antropólogo francês Marcel Mauss. No texto escrito no início do século XX,
no qual o autor aborda o que chama de técnicas corporais, ele acaba por considerar
a ação humana como sendo também um ato social, que ocorre dentro de uma
configuração dada pelo meio em que o homem vive. Sendo assim, a técnica que
utilizamos para determinadas ações não é influenciada exclusivamente pelo
desenvolvimento biológico, como se pensou durante muito tempo, existe nela toda
uma gama de determinantes culturais, o que nos leva a afirmar que ela é
eminentemente simbólica. Ao falar de cada uma das técnicas o autor procura indicar
as influências culturais que elas sofrem, e como elas podem ser transformadas. Com
essa afirmação inferimos que, se por um lado o desenvolvimento humano pode ser
semelhante em alguns aspectos, por outro, a maneira com que ele se desenvolve
provavelmente será diferente em virtude de vários fatores determinantes, entre eles,
os condicionantes socioculturais. (MONTEIRO, SOUZA, 2008, s/p)
Outros autores ao se debruçarem sobre essa questão propõem uma mudança
na forma de olhar dos que atuam com a Educação Física. Temos como exemplo o
Coletivo de Autores (1992, p.39). Segundo eles o professor precisa fazer com que
aluno entenda que o homem não nasceu pulando, saltando, arremessando,
balançando, jogando etc. Todas essas atividades corporais foram construídas em
determinadas épocas históricas, como respostas a determinados estímulos, ou
desafios, ou necessidades humanas. Essa percepção dos autores reforça a
necessidade de se compreender que o ser humano é mais do que um ser determinado
biologicamente, uma vez que, ele é fruto da cultura em que vive. (MONTEIRO,
SOUZA, 2008, s/p)
Observar o trabalho realizado pela área com essa lente nos permite afirmar que
é necessário garantir aos alunos o ensino dos jogos, das lutas, da dança, da ginástica
e outras manifestações culturais do movimento humano de uma forma
contextualizada, possibilitando a eles, a aquisição de um olhar crítico sobre as
informações que lhes são transmitidas. Sendo assim, a compreensão do que fazemos
com o nosso corpo poderá ser resignificada e, percebida dentro de um contexto que
pode ser lido como a cultura o pode. (...) A Educação Física deve ter uma atuação
eminentemente cultural e que para isso ocorrer ela necessita penetrar no universo das
representações sociais. Com isso, estamos reconhecendo que a Educação Física é
uma representação do social, “porque é o produto de uma prática simbólica que se
transforma em outras representações. ” (SOUZA, 2008, p.100, apud MONTEIRO,
SOUZA, 2008, s/p)
Nessa linha de raciocínio podemos vislumbrar as aulas de Educação Física
dentro de um contexto, que carrega consigo as questões de uma data época e de uma
determinada sociedade, fazendo com que a atuação dos professores esteja
umedecida dessas questões. Portanto, falar das aulas é falar das pessoas que estão
envolvidas nesse cotidiano, professores, alunos etc. Além disso, a forma como os
alunos veem o seu corpo e a relação deste com as práticas corporais, passa por
questões que transcendem a quadra, questões, sobretudo, de ordem cultural.
Concluindo Monteiro, Souza (2008, s/p) afirmam que após essa breve
discussão, da influência dos aspectos culturais sobre o que fazemos e como
enxergarmos o nosso corpo e a relação disso com as aulas de Educação Física, é um
equívoco continuar a imaginar o ser humano dividido em biológico, social, cultural,
psicológico. Todos esses fatores formam o que Mauss (1974) chama de
“homem total”, pois, para ele, o homem é ao mesmo biológico, social, cultural e
psicológico. Geertz (1979) apresenta visão parecida a de Mauss ao falar de uma
“concepção sintética de ser humano”. Segundo ele, existe uma interação indivisível
entre os aspectos citados acima, fatores esses que ao mesmo tempo em que
influenciam, possibilitam a influência por parte da sociedade onde vivemos,
produzindo, desse modo, uma constante modificação do que chamamos de cultura.
Isso ocorre muitas vezes sem que tenhamos consciência.
DI FOGGI, Thiago Luis. O professor de educação física e sua cultura. In: Revista
Digital. Buenos Aires. Ano 10. n. 92, janeiro, 2006. Disponível em
<http://www.efdeportes.com/efd92/pef.htm> Acesso em: 24.08.2010.
MARINHO, Inezil Penna. Sistemas e métodos de educação física. 4ª ed. São Paulo:
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MORAES, Luiz Carlos de. A educação física através dos tempos. Disponível em
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