2301-Texto Do Artigo-6639-1-10-20161117
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II Salão de Extensão
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ISSN 2318-8014
GRUPO DE GESTANTES
a,
Caroline Zangalli b, Patricia Godinho Poloni c, Camila Scheifer Lang.
A chegada de um filho traz alguns sentimentos ambíguos: felicidade e ao mesmo tempo medos e
angústias. Estudos revelam que a forma como somos criados, educados por nossos pais, será a
forma como iremos nos relacionar com nossos filhos (KLAUS, KENNELL & KLAUS, 2000). O
vínculo dos pais com o bebê é o mais importante desde o nascimento, pois o bebê depende desta
nutrição emocional para se desenvolver, o que é de suma importância. A mãe ou o pai, ou
ambos, são fundamentais para a sobrevivência e o desenvolvimento do bebê e esse é tido como
um dos mais importantes vínculos humanos (KLAUS, KENNELL & KLAUS, 2000). O
desenvolvimento psíquico do bebê está diretamente ligado à presença de uma mãe
suficientemente boa, que é empática com o seu bebê, é por esta via que ela supre às suas
necessidades que são inicialmente corporais e posteriormente, necessárias ao ego. Assim, passa a
existir uma relação de ego entre a mãe e o bebê - quando esta relação ocorre de forma confiável,
os impulsos do id colaboram para a maturidade do ego. A mãe é o ego auxiliar do bebê, é a mãe
que faz a interlocução do ambiente para com o bebê. O fortalecimento e amadurecimento do ego
do bebê acontecem através da disponibilidade materna, que irá viabilizar este processo
(WINNICOTT, 2001). Só na presença dessa mãe suficientemente boa pode a criança iniciar um
processo de desenvolvimento pessoal e real. O ego da mãe será capaz de dar o suporte necessário
ao filho quando a mesma estiver em harmonia, disponível para o seu bebê (WINNICOTT, 2001).
O puerpério é uma fase delicada e importante na vida da mulher, onde irá conhecer esse novo
universo de ser mãe e terá que se adaptar às mudanças deste período. Nesta fase também há
crises para a mulher e em contrapartida é uma fase de extrema importância para a saúde mental
da mãe e do bebê (SZEJER e STEWART, 1997). Os primeiros dias após o parto trazem para
mulher imprevistos diferentes. Também é o momento onde tem uma das tarefas mais difíceis,
constatar que o seu corpo não é mais o mesmo e ao mesmo tempo dar conta de novas funções
(SZEJER e STEWART, 1997). Segundo Spitz (1996), quase todas as mães se tornam amorosas e
meigas com seus bebês, será esta percepção que irá proporcionar um clima emocional favorável
que auxiliará no desenvolvimento da criança. Os sentimentos maternos de amor, cuidado, zelo
que favorecem este clima emocional ao qual proporciona qualidade de vida às experiências do
bebê (SPITZ, 1996). São os sentimentos maternos em relação ao filho que criam esse clima
emocional. O amor que a mãe dispõe para com o filho é o que mantem o seu interesse para com
ele. Para a criança o que tem mais relevância é a interligação com sua mãe, onde o afeto
enriquece e marca a reciprocidade desta relação. A infância é a fase onde o afeto terá muitíssima
importância, mais do que em qualquer outra fase de sua vida (SPITZ,1996).
Durante o puerpério a mulher fica vulnerável a ter algum transtorno emocional como depressão
pós-parto, baby blues ou psicose puerperal, que afeta tanto a mãe quanto o bebê. O baby blues é
um quadro passageiro, com sentimentos de ser incapaz de cuidar do bebê, em que a mulher se
sente extremamente emotiva, atinge cerca de 70 e 90% das mulheres entre o terceiro e o quinto
dia após o parto, é considerado um quadro leve e transitório que se finda espontaneamente
(SZEJER e STEWART,1997). O perfil psicológico da depressão clássica é diferente do baby
blues. O baby blues é uma fase onde a mulher fica muito emotiva e a mulher explode em
lágrimas, chora por motivos banais e logo esquece, apresenta um humor próximo do normal e
volta a chorar algumas horas depois por algum motivo sem relevância (SZEJER e
STEWART,1997). A depressão pós-parto geralmente acontece a partir das primeiras quatro
semanas após o nascimento do bebê, mas se intensifica durante os seis primeiros meses
posteriores. Os sintomas mais propensos são desânimo, irritabilidade, choro, ansiedade,
sentimentos de culpa, distúrbios do sono, medo de machucar o filho, ideias suicidas (SZEJER e
STEWART,1997). O presente projeto surgiu do estágio da Ênfase em Saúde e Educação,
realizado junto ao Instituto Integrado de Saúde do Centro Universitário da Serra Gaúcha, com o
objetivo de oferecer um espaço de reflexão e acolhimento às gestantes que buscam ou não os
serviços de atendimento no Instituto Integrado de Saúde. Tem-se o conhecimento de grupos
direcionados às gestantes no SUS ou em planos de saúde, mas em clínicas escola da região se
desconhece algum serviço que trate da temática apresentada. Além disso, conjectura- de que essa
é uma das fases mais importantes para o desenvolvimento do bebê, fase em que a mulher passa
por diversas mudanças e se faz necessário um espaço onde encontre apoio para vivenciar e
superar este momento. As atividades à serem realizadas buscarão aproximar as questões
pertinentes sobre as áreas da Psicologia, no entanto, como o local também comporta outros
cursos como: Nutrição, Odontologia, Fisioterapia, Educação Física, Enfermagem, serão
disponibilizados momentos para outras áreas contribuírem com conhecimento conforme a
demanda das gestantes. Serão trabalhadas outras demandas que surgirem por parte das
participantes, bem como propostos outros serviços que forem necessários e se enquadrarem na
possibilidade acadêmica e interdisciplinar de assistência. A realização dos encontros grupais
acontecerá em forma de roda de conversa, palestras e adaptado a outras formas de apresentação
se necessário, uma vez por semana nas dependências do Instituto Integrado de Saúde do Centro
Universitário da Serra Gaúcha, com duração de uma hora e trinta minutos. O projeto está em fase
de implantação e faz parte da prática de estágio em Psicologia na ênfase em Saúde e Educação.
Ainda não temos dados para obturar quaisquer apontamentos sobre a prática.
REFERÊNCIAS
SPITZ, Renné. O primeiro ano de vida. São Paulo: Martins Fontes, 2000.