PPP Serviços de Acolhimento de Crianças e Adolescentes

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Prefeitura Municipal de Ananindeua

Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Trabalho


Diretoria Técnica Socioassistencial
Departamento de Proteção Social Especial de Alta Complexidade

PROPOSTA PARA O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DA REDE


DE SERVIÇOS DE ACOLHIMENTO DE CRIANÇAS E
ADOLESCENTES DO MUNICÍPIO DE ANANINDEUA-PARÁ

Ananindeua – Pará
2020
Prefeitura Municipal de Ananindeua
Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Trabalho
Diretoria Técnica Socioassistencial
Departamento de Proteção Social Especial de Alta Complexidade

PROPOSTA PARA O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DA REDE


DE SERVIÇOS DE ACOLHIMENTO DE CRIANÇAS E
ADOLESCENTES DO MUNICÍPIO DE ANANINDEUA

Proposta desenvolvida pela Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência


Social e Trabalho (SEMCAT), da Prefeitura de Ananindeua – Pará, através
da equipe técnica da Diretoria Técnica Socioassistencial e Departamento de
Proteção Social Especial de Alta Complexidade, profissionais dos Serviços
de Acolhimento Institucional, acolhidos e familiares, a fim de auxiliar a
construção do Plano Municipal da Rede de Serviços de Acolhimento de
Crianças e Adolescente do Município de Ananindeua.

Ananindeua – Pará
2020
Prefeitura Municipal de Ananindeua
Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Trabalho
Diretoria Técnica Socioassistencial
Departamento de Proteção Social Especial de Alta Complexidade

PREFEITO MUNICIPAL DE ANANINDEUA


Manoel Carlos Antunes

SECRETÁRIA MUNICIPAL DE CIDADANIA, ASSISTÊNCIA SOCIAL E TRABALHO


Lenice Silva Antunes

DIRETORIA TÉCNICA SOCIOASSISTENCIAL


Simone Maria Wanzeler Neves

COORDENADORIA TÉCNICA DA PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL (MÉDIA E ALTA


COMPLEXIDADE)
Grace Nazareth Rodrigues Soares Ramalho

ASSESSORIA TÉCNICA DA PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL (MÉDIA E ALTA COMPLEXIDADE)


Alda do Socorro Moraes Lima
Tálita Oliveira do Vale

COORDENADORIA TÉCNICA DO SERVIÇO DE ACOLHIMENTO INFANTIL DE 0 A 6 ANOS


Ketryn Danielly Alves Santos

COORDENADORIA TÉCNICA DO SERVIÇO DE ACOLHIMENTO INFANTIL DE 7 A 11 ANOS


Maria Betânia de Sousa Barroso

COORDENADORIA TÉCNICA DO SERVIÇO DE ACOLHIMENTO DE 12 A 17 ANOS


Lucyane Moura
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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

CNAS Conselho Nacional de Assistência Social


CREAS Centro de Referência Especializado da Assistência Social
CAFA Complexo de Atendimento à Família de Ananindeua
CEIJ Coordenadoria Estadual da Infância e Juventude
CRAS Centro de Referência da Assistência Social
CNMP Conselho Nacional do Ministério Público
CENTRO POP Centro de Referência Especializado para População em Situação de
Rua
CONANDA Conselho Nacional da Criança d Do Adolescente
SePCaPE Serviço de Proteção à Situação de Calamidade Pública e de
Emergência
ECA Estatuto da Criança e Adolescente
LOAS Lei Orgânica da Assistência Social
MP Ministério Público
PNAS Política Nacional De Assistência Social
SUAS Sistema Único da Assistência Social
SEAS Secretaria de Estado da Assistência Social
SGD Sistema de Garantia de Direitos
SESAU Secretaria Municipal de Saúde
SEMED Secretaria Municipal de Educação
SEMCAT Secretaria Municipal de Cidadania Assistência Social e Trabalho
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SUMÁRIO

1 Justificativa ......................................................................................................... 06
2 Histórico Institucional........................................................................................... 07
3 Objetivos ............................................................................................................ 10
3.1 Geral ............................................................................................................ 10
3.2 Específico .................................................................................................... 10
4 Capitação de recursos e sustentabilidade ......................................................... 13
5 Quadro Técnico e suas Atribuições ................................................................... 13
6 Público de Atendimento e perfil ......................................................................... 23
7 Missão ................................................................................................................ 25
7.1 Valores dos Serviços de Acolhimento ......................................................... 25
8 Metodologia ........................................................................................................ 26
8.1 Eixo 1: Sócio Pedagógico ........................................................................... 26
8.2 Eixo 2: Procedimento de Atendimento ........................................................ 30
8.3 Eixo 3: Da relação com a Rede de Serviços Sócio assistenciais e Sistema
de Garantia de Direitos ................................................................................ 32
9 Organograma ..................................................................................................... 34
10 Monitoramento e Avaliação ................................................................................ 35
Referências ........................................................................................................ 36
Apêndice A ......................................................................................................... 38
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1 JUSTIFICATIVA

Os Serviços de Acolhimentos Institucionais para Crianças e Adolescentes de


Ananindeua estão vinculados à Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência
Social e Trabalho (SEMCAT), esta por sua vez, é órgão responsável pela execução
da Política de Assistência no município, onde uma de suas competências é garantir
o atendimento e acolhimento (quando necessário) às crianças e aos adolescentes
que encontram-se em situação de risco social, com base na Constituição Federal
(1988), no Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (1990), no Plano Nacional
de Fortalecimento de Vínculos Familiares e Comunitários, na Lei Orgânica de
Assistência Social – LOAS (1993), no Plano Nacional de Assistência Social – PNAS
(2006), no Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente –
CONANDA, dentre outros.
A execução das medidas de proteção social a crianças e adolescentes está
prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente, em caráter excepcional, que
oferece também as principais diretrizes conceituais e legais para que as medidas
cumpram o seu objetivo de oportunizar a (re)construção do projeto de vida de
crianças e adolescentes de forma a promover seu desenvolvimento biopsicossocial,
a partir do reconhecimento e valorização de suas potencialidades e de seus
familiares, considerando o território onde estão inseridos.
O Projeto Político Pedagógico – PPP é um instrumento que contém os
princípios e fundamentos teóricos que visa orientar o funcionamento das unidades
de acolhimento.Em sua elaboração faz-se necessário a participação dos atores
sociais do sistema de garantia de direitos e usuários, tendo em vista a proteção
integral dos destinatários destes serviços.
Desta forma, a SEMCAT através de um esforço coletivo envolvendo
discussão, reflexão, execução e sistematização das ações, iniciou no ano de 2011 o
seu Projeto Político Pedagógico dos serviços de acolhimento, sendo discutidos
inicialmente pelos técnicos das Unidades sob a Coordenação da Proteção Social
Especial de Alta Complexidade. A construção deste documento também considerou
as escutas em atendimentos das crianças, adolescentes e suas famílias.

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Considerando que no Brasil anterior a promulgação da CF/88, crianças e


adolescentes, eram consideradas a partir de duas categorias distintas: a dos
socialmente incluídos, que se denominavam crianças e adolescentes. E a dos
pobres e excluídos, denominados menores, a estes se destinavam a lei baseada no
direito penal do menor e na doutrina da situação irregular.
A situação de acolhimento está historicamente relacionada com o
atendimento à infância e adolescência no Brasil, inicialmente desenvolvido com
finalidade higienista e correcional. Com a promulgação da Constituição Brasileira de
1988, o abrigo passa a caracterizar-se como uma medida de proteção provisória que
se aplica a quaisquer crianças ou adolescentes violadas ou ameaçadas em seus
direitos básicos. A partir de então, buscou-se um novo olhar sobre as crianças e os
adolescentes brasileiros, sem distinção de raça, classe social, ou qualquer forma de
discriminação, passaram de objetos a sujeitos de direitos, considerados em sua
peculiar condição de pessoa em desenvolvimento e a quem se deve assegurar
prioridade absoluta na formulação de Políticas Públicas e destinação privilegiada de
recursos das dotações orçamentárias nas diversas instâncias Políticas
administrativas do país.
A partir de um novo paradigma social com o surgimento do Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA), como medida de Proteção, o Serviço de
abrigamento, transformou-se em Serviço de Acolhimento Institucional adequando-se
também as normatizações técnica do Serviço de Acolhimento (18 de Junho de
2009), tais como a provisorialidade e excepcionalidade.
Diante disto, buscou-se o desenvolvimento de um trabalho interdisciplinar,
que oportunize a convivência familiar e comunitária, junto à família de origem
(nuclear ou extensa), de forma que a posterior colocação das crianças e
adolescentes em família substituta ocorra em último caso. Cabe ao Serviço de
Acolhimento desenvolver atividades político-pedagógicas que não implique na
privação de liberdade (art. 101, § único). Considerando ainda, o artigo 92, do ECA
que determina quais são os princípios e critérios que devem orientar este Serviço:
1. preservação dos vínculos familiares;

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2. integração em família substituta, quando esgotados os recursos de


manutenção na família de origem;
3. atendimento personalizado e em pequenos grupos;
4. desenvolvimento de atividades em regime de co-educação;
5. não-desmembramento de grupos de irmãos;
6. evitar sempre que possível, a transferência para outras entidades de
crianças e adolescentes abrigados;
7. participação da vida na comunidade local;
8. preparação gradativa para o desligamento;
9. participação de pessoas da comunidade no processo educativo.
Os serviços de acolhimento estão inseridos na tipificação na Proteção Social
Especial de alta complexidade da Política Nacional de Assistência Social. Sendo
assim, as propostas que serão apresentadas neste documento estão fundamentada
no ECA, PNAS, CNAS,CONANDA,Plano de convivência familiar e comunitária
dentre outros. É um lugar que oferece proteção, uma alternativa de moradia
provisória dentro de um clima residencial, com atendimento personalizado, em
unidades, para um quantitativo específico de crianças e adolescentes. Este é um
serviço que se caracteriza por propiciar às crianças e adolescentes, a oportunidade
de participar na vida da comunidade através da utilização de recursos como:
escolas, teatros, áreas de lazer, centros médicos, quadras esportivas e etc.
Certamente a provisoriedade e a transitoriedade são circunstâncias almejadas
no Serviço de Acolhimento, mas esta provisoriedade está inteiramente relacionada à
história singular de cada criança e adolescente e ao projeto de vida que se puder
construir com os mesmos. Assim como existem crianças e adolescentes que terão
uma permanência breve, que podem durar horas ou dias (casa de passagem),
existem crianças e/ou adolescentes que terão uma permanência continuada, que
poderá durar meses ou anos.
Embora o retorno da criança e do adolescente às suas respectivas famílias de
origem ou a colocação dos mesmos numa família substituta seja uma prioridade, o
serviço de acolhimento deverá ter as condições para ficar o tempo que for
necessário com as crianças/adolescentes que ainda não foram integradas a uma

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família. O serviço de acolhimento faz parte de toda uma rede de atendimento, que
visa atingir o máximo de eficácia utilizando os diversos recursos metodológicos
existentes nas Políticas Públicas.
Convém ressaltar ainda, a necessidade de realização de um trabalho mais
articulado com o Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente tais
como: conselhos tutelares, a justiça da infância e da juventude, Ministério Público,
Defensoria Pública e os programas das diversas secretarias incumbidas das
políticas públicas do município e do Estado.
Segundo Graciane (2001), um dos principais objetivos dos profissionais que
atuam em abrigos é o de estimular essas crianças e adolescentes:
a re-construção da sua identidade, da auto-imagem e auto-estima positiva
da capacitação de lidar com limites, ao de lidar com regras e deveres da
vida em sociedade, ou seja, organizando as condições educativas
favoráveis às manifestações das potencialidades criativas, afetivas,
intelectuais e morais (p. 196).
Bronfenbrenner (1996), assinala que as Políticas Públicas têm o poder de
afetar o bem estar e o desenvolvimento dos seres humanos, ao determinar as suas
condições de vida. A partir das perspectivas teóricas deste autor a pessoa em
desenvolvimento deve ser entendida, por meio da sua inter-relação com o meio
ambiente.
Ressalta-se que no Sistema SUAS, o Acolhimento Institucional se apresenta
como Serviço de Proteção Especial de Alta complexidade. Para tanto suas
demandas necessitam de atendimento técnico institucional de qualidade, resultante
de altos investimentos na vida dos sujeitos que tiveram seus direitos violados,
portanto tiveram seus vínculos familiares rompidos.
Nesta perspectiva, os Serviços de Acolhimento na busca implementar seu
Projeto Político Pedagógico, sintonizado com a nova visão de mundo e em
permanente busca pela qualificação da execução das medidas de proteção.
Entretanto, para que as ações aconteçam, torna-se imprescindível que todos os
envolvidos entendam o significado desse projeto e se comprometam com o mesmo
propósito.
Os Serviços de acolhimento integram o trabalho desenvolvido pela Prefeitura
Municipal de Ananindeua através da SEMCAT para garantia à oferta de atendimento
adequado as crianças e adolescentes que estão em serviço de acolhimento
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institucional no Município. Para garantia deste serviço com qualidade sentiu-se a


necessidade da elaboração do projeto político pedagógico dos Serviços de
acolhimento, objetivando a padronização dos atendimentos nos serviços de
acolhimento municipal respeitando as especificidades dos ciclos etários atendidos
em cada serviço.
Segundo dados do IBGE/2010, o Município de Ananindeua possui população
estimada em 500 mil habitantes, faz parte da área metropolitana com grande
concentração de pessoas que nos últimos anos vem se deslocando de vários
Municípios para Ananindeua em condições extremas de pobreza. Diante desse
quadro, considera-se que o acolhimento de crianças e adolescente é permeada por
um conjunto de fatores sociais, econômicos, políticos e culturais, os quais devem ser
considerados.
Diante disso, o presente projeto lança sua proposta pedagógica para o
atendimento das crianças e famílias referenciadas ao Serviço de Acolhimento Infantil
a partir da observação, oitivas, reuniões, atendimentos, intervenções com crianças
acolhidas e suas famílias e também discussões e estudos da equipe técnica deste
serviço, da contribuição de funcionários, estagiários e voluntários que juntos
realizam este trabalho.

2 HISTÓRICO INSTITUCIONAL

A Proteção Social Especial se caracteriza em prover atenção


socioassistencial às famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco
pessoal e social, por ocorrência de abandono, maus tratos, físicos e/ou psíquicos,
abuso sexual, uso de substâncias psicoativas, situação de rua, violência,
negligência, exploração sexual, dentre outras.
Em 2005, a Assistência Social Especial de Ananindeua funcionava no
Complexo de Atendimento à Família de Ananindeua – CAFA, executando as ações
de média e alta complexidade, com o objetivo de priorizar o atendimento da rede de
serviços socioassistenciais.

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O CAFA possuía um espaço de acolhimento emergencial e provisório,


denominado Casa de Passagem no qual atendia crianças e adolescentes na faixa
etária de 07 a 18 anos incompletos, bem como o serviço de abrigamento
permanente para crianças e adolescentes na mesma faixa etária.

Em 2004, foi aprovada, pelo CNAS, a Política Nacional de Assistência Social


(PNAS), com o objetivo de concretizar direitos assegurados na Constituição Federal
(1988) e na Lei Orgânica de Assistência Social (1993). A PNAS organiza a matriz de
funcionamento do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), inaugurando no país um
novo paradigma de defesa dos direitos socioassistenciais. Na seqüência, a aprovação da
NOB/SUAS estabeleceu parâmetros para a operacionalização do Sistema Único em todo
o território nacional. Em 2006, foi aprovada a NOB-RH do SUAS que, dentre outros
aspectos, estabeleceu parâmetros nacionais para a composição das equipes que devem
atuar nos serviços de acolhimento.
http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Cadernos/orientacoes-
tecnicas-servicos-de-alcolhimento.pdf
Em junho de 2007, o então CAFA foi extinto e tomando como base a
Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais de 2009. Ananindeua que
possuía apenas uma unidade de atendimento especializado, redimensionou seus
serviços em 3 unidades (o CREAS, e Serviços de Acolhimento Institucional – infantil
e adolescente), passando a oferecer atendimento de maior qualidade aos usuários
da Assistência social neste âmbito.

Em 2011 a Proteção Social Especial contava com dois serviços de


acolhimento institucionais: Acolhimento Infantil de 07 a 12 anos incompletos,
Acolhimento ao Adolescente de 12 a 18 anos incompletos.
Em 2013, a Rede de Acolhimento em Ananindeua foi ampliada com a
implantação do Serviço de Acolhimento Infantil de 0 à 6 anos, a partir de então as
crianças oriundas de Ananindeua que se encontravam institucionalizadas em Belém
no Espaço de Acolhimento Provisório Infantil - EAPI, foram remanejadas e acolhidas

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em seu Município, respeitando o princípio da Municipalização de atendimento


previsto na Política Nacional de Assistência Social (PNAS).
Considerando as Orientações Técnicas os Serviços de Acolhimentos de
Ananindeua estão localizados em áreas residenciais, sem identificação institucional
(Placa) e com estrutura física adequada.

3 OBJETIVOS
3.1 Objetivo Geral

 Desenvolver com qualidade o atendimento integral a Crianças e adolescentes


em situação de Acolhimento Institucional no cumprimento das Medidas de
Proteção, na perspectiva da (re) construção do projeto de vida, no sentido de
alcançar em menor tempo possível a sua reintegração a família de origem,
extensa ou adotiva.

3.2 Objetivos Específicos

 Prover a Unidade de Acolhimento das condições necessárias para possibilitar


a reinserção familiar e comunitária das crianças e dos adolescentes;
 Construir, coletivamente, regras claras de convivência social que favoreçam
uma vivência cidadã na Unidade de Acolhimento;
 Desenvolver um processo de formação continuada dos acolhidos,
fundamentado num conjunto de ações dialógicas, participativas,
contextualizadas, democráticas, críticas e criativas, voltadas para a
construção de um projeto de vida;
 Colaborar para o processo de comprometimento de crianças e adolescentes
acolhidos com princípios éticos de convivência social;
 Favorecer o desenvolvimento da autoestima, o resgate dos laços afetivos
familiares e societários dos acolhidos;

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 Integrar ações de arte, cultura, esporte, lazer e espiritualidade no


desenvolvimento da ação educativa;
 Assegurar o atendimento médico terapêutico especializado aos acolhidos no
âmbito da rede publica de saúde;
 Proporcionar ações que visem o fortalecimento de vínculos entre acolhidos e
suas respectivas famílias;
 Proporcionar vivências na comunidade;
 Participar de ações e atos públicos que visem à sensibilização da sociedade
acerca das crianças e adolescentes que estão acolhidos;
 Garantir o acesso e permanência dos acolhidos no ensino regular;
 Desenvolver atividades pedagógicas, visando o desenvolvimento cognitivo,
afetivo e social dos acolhidos;
 Oferecer o acesso e conduzir o público-alvo ao permanente desenvolvimento
de aptidões para a vida afetiva, familiar, comunitária e produtiva.
 Trabalhar com os acolhidos o protagonismo pessoal.

4 CAPTAÇÃO DE RECURSOS E SUSTENTABILIDADE

Os recursos financeiros são oriundos do Tesouro Municipal e co-


financiamento do Governo Federal, através do piso de Alta Complexidade da
Assistência Social.

5 QUADRO TÉCNICO-OPERACIONAL E SUAS ATRIBUIÇÕES

Cada unidade do Serviço de Acolhimento é composta com os seguintes


profissionais: Assistente social, psicólogo, pedagogo, técnico de enfermagem,
auxiliar administrativo, cuidador/educador, cozinheira, vigilantes, serviços gerais e
motoristas (vide quadro a baixo).
Os vínculos empregatícios dos profissionais que atuam dentro destes
serviços, ocorrem via processo seletivo simplificado (temporários), concursos público
(efetivos) e comissionados (DAS).

FUNÇÃO/CARGO QUANTIDADE ATIVIDADES


 Gestão da Entidade;
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 Elaboração em conjunto com a equipe


01
técnica e demais colaboradores do Projeto
Político Pedagógico do Serviço;
Coordenação técnica
 Supervisão dos trabalhos desenvolvidos;
 Articulação com a rede de serviços;
 Articulação com o Sistema de Garantias
de Direitos.
 Realizar entrevistas e visitas domiciliares
com vistas ao conhecimento da realidade
sócio-econômica das famílias atendidas;
 Efetuar atendimento individual e grupal
com o acolhido e suas famílias;
 Elaborar estudos analíticos da situação
sócio-econômico do acolhido e suas
famílias;
 Encaminhar e manter contatos
sistemáticos com os profissionais que
Assistente Social 02 estejam realizando atendimento
especializado externo ao usuário com
vista a obter maiores subsídios para o
atendimento e encaminhamento do caso;
 Elaborar e emitir parecer e laudo social;
 Executar outras atribuições compatíveis
ao cargo;
 Supervisionar e orientar estagiários de
serviço social no desempenho de suas
atividades;
 Manter sigilo sobre as informações
referentes aos acolhidos.

 Participar da caracterização dos


segmentos populacionais assistidos na
medida de proteção especial, mediante a
02 realização de pesquisas e de estudos no
Psicólogo campo da Psicologia;
 Criar, adaptar, aplicar e interpretar dos
instrumentos específicos de ação
profissional, avaliando, diagnosticando e
prestando orientação psicossocial,
pedagógica e psicológica;
 Assessorar a elaboração de programas
com atividades educacionais;
 Participar de capacitação de técnicos e
servidores;

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 Proceder ao atendimento individualizado


quando julgado tecnicamente conveniente;
 Orientar as pessoas envolvidas quanto à
utilização de estratégias e métodos para o
trabalho com os acolhidos, no que diz
respeito aos aspectos afetivos e
emocionais;
 Atender à casos específicos quando
necessário;
 Realizar atividades grupais com os
familiares;
 Elaborar parecer psicológico para
subsidiar o relatório;
 Realizar quando necessário visita
domiciliar;
 Apoiar as atividades de ensino e pesquisa;
 Executar de outras atribuições
compatíveis;
 Manter sigilo sobre as informações
referentes aos acolhidos.
 Coordenar a elaboração das
programações de lazer, esporte e
recreação no serviço de acolhimento;
 Orientar e fornecer subsídios na execução
dos estudos orientados;
Pedagogo 01  Elaborar instrumentais de avaliação
individual referente às atividades
formativas;
 Coordenar a elaboração e execução do
cronograma de eventos educativos no
serviço de acolhimento;
 Realizar contatos com escolas da Rede
pública para a efetivação de matricula dos
acolhidos, dependendo da especificidade
de cada projeto;
 Acompanhar a organização e distribuição
dos materiais didáticos utilizados em
programações culturais, de lazer e
recreação no serviço de acolhimento;
 Executar outras atribuições correlatas ao
cargo;
 Manter sigilo sobre as informações
referentes aos acolhidos.

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 Participar das reuniões administrativas

Cuidador/Educador 12 convocadas pela Coordenação do Serviço


de Acolhimento;
 Assumir responsabilidade pela condução
dos trabalhos no Serviço de Acolhimento
quando da ausência da chefia e técnicos
do referido espaço;
 Receber o seu plantão e tomar
conhecimento imediato das ocorrências do
plantão anterior;
 Fazer registro de ocorrências em livro
próprio;
 Executar de outras atribuições
compatíveis
 Manter sigilo sobre as informações
referentes aos acolhidos;
 Proteger o patrimônio do Serviço de
Acolhimento;
 Fazer inspeção geral no Serviço de

Agente de portaria 02 Acolhimento sempre que receber o


plantão;
 Responsabilizar-se pelas chaves do
Serviço de Acolhimento, que lhe forem
confiadas;
 Executar o controle de entrada e saída de
pessoal no Serviço de Acolhimento
inclusive servidores que estejam ou não
de plantão, bem como residentes;
 Fazer registro de ocorrências em livro
próprio;
 Executar de outras atribuições
compatíveis
 Manter sigilo sobre as informações
referentes aos acolhidos;

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 Executar serviços de limpeza no Serviço


de Acolhimento a fim de manter as
condições de higiene favoráveis à
realização dos trabalhos;
Serviços Gerais 02  Solicitar ao agente administrativo receber
e controlar todo e qualquer material para a
execução dos seus serviços;
 Executar serviços pertinentes à
lavanderia;
 Executar serviços referentes à copa-
cozinha;
 Fazer registro de ocorrências em livro
próprio;
 Executar de outras atribuições
compatíveis
 Manter sigilo sobre as informações
referentes aos acolhidos;
 Conduzir automóveis e outros veículos
destinados ao transporte de pessoas e/ou
materiais dentro do limite legal,
considerando também a segurança de
pessoas ou a carga que conduzir;
 Verificar se o veiculo encontra-se em
condições de trafegabilidade;
 Zelar pela manutenção, conservação,
limpeza interna e externa do veiculo;
 Manter o veiculo lubrificado, lavado e
abastecido;
Motorista 04
 Efetuar pequenos consertos de
emergência no veiculo que dirigi
comunicando imediatamente a chefia
imediata;
 Providenciar para que seja feita a revisão
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periódica no veiculo;
 Informar ao mecânico e ao eletricista
quanto aos defeitos apresentados pelo
veiculo;
 Comunicar em tempo hábil, à autoridade a
que estiver subordinado qualquer
anormalidade que, porventura apresentar;
 Manter discrição em relação ao trabalho
executado;
 Acionar imediatamente à divisão de
Copa/Cozinha 02 serviços gerais em situações de acidente
de transito, prestando os primeiros
socorros;
 Preencher em caráter obrigatório o mapa
estratégico;
 Executar outras atribuições correlatas ao
cargo;
 Manter sigilo sobre as informações
referentes aos acolhidos;
 O motorista deverá utilizar o veiculo
exclusivamente para serviços de interesse
do Serviço de Acolhimento sendo vedado
o seu uso para fins particulares e
transporte de pessoas estranhas.
 Executar serviços de limpeza do Serviço
de Acolhimento à fim de manter as
condições de higiene favoráveis à
realização dos trabalhos;
 Manter em condições de higiene os
equipamentos do Serviço de Acolhimento
e os utensílios de cozinha;
 Solicitar ao agente administrativo, receber
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e controlar todo e qualquer material para


execução dos seus serviços;
 Executar serviços referentes à copa-
cozinha;
 Executar outras tarefas pertinentes ao
cargo;
 Manter sigilo sobre as informações
referentes aos acolhidos.
 Redigir, datilografar ou digitar documentos
do Serviço de Acolhimento;
Agente 02  Receber e expedir documentos do Serviço
Administrativo
de Acolhimento;
 Elaborar as requisições dos materiais
necessários aos serviços;
 Receber, organizar e distribuir os materiais
necessários à manutenção das atividades;
 Controlar a entrada e saída de material de
almoxarifado através de mapas
demonstrativos diários;
 Manter em ordem e atualizadas as pastas
funcionais dos servidores lotados no
Serviço de Acolhimento;
 Efetuar controle diário da freqüência dos
servidores;
 Providenciar em tempo hábil, o mapa
demonstrativo de pessoal, mapa de férias,
licenças e folhas de freqüência, escala e
outros documentos correlatos;
 Manter organizado os documentos do
Serviço de Acolhimento através dos
serviços de arquivo;
 Encaminhar ao setor competente, em
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tempo hábil, as contas de água, luz,


telefone e outros;
 Tomar providência e acompanhar os
serviços de consertos e reforma da
estrutura física e dos equipamentos do
Serviço de Acolhimento;
 Supervisionar os serviços de limpeza e
manutenção do Serviço de Acolhimento;
 Providenciar a reprodução e organização
de formulários, recibos e outros
instrumentais utilizados nos serviços
técnicos e administrativos do Serviço de
Acolhimento;
 Providenciar a elaboração do cardápio
semanal do Serviço de Acolhimento;
 Manter listagem atualizada com nomes,
endereços e telefones dos servidores do
Serviço de Acolhimento;
 Realizar serviços administrativos externos:
 Manter atualizada listagem geral dos
equipamentos existentes no Serviço de
Acolhimento;
 Tomar conhecimento das ocorrências dos
serviços da vigilância, cozinha e
cuidadores do Serviço de Acolhimento.
 Realizar diagnóstico, com levantamento
dos problemas de saúde que requeiram
ações de prevenção de deficiências e das
necessidades em termo de reabilitação;
 Desenvolver ações de promoção e
proteção á saúde incluindo aspectos
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físicos e da comunicação, como


consciência e cuidados com o corpo,
postura, alimentação com vistas ao
autocuidado;
 Desenvolver ações para subsidiar o
trabalho no que diz respeito ao
desenvolvimento humano;
 Desenvolver ações conjuntas com equipe
técnica visando o acompanhamento das
Fisioterapeuta 01
crianças e adolescentes que apresentam
risco para alterações no desenvolvimento;
 Realizar ações para a prevenção de
deficiências em todas as fases do ciclo de
vida dos indivíduos;
 Acolher os acolhidos que requeiram
cuidados de reabilitação, realizando
orientações, atendimento
acompanhamento, de acordo com a
necessidade dos mesmos;
 Desenvolver ações de reabilitação quando
necessário;
 Realizar visitas domiciliares para
orientações, adaptações e
acompanhamentos;
 Capacitar, orientar os educadores e dar
suporte ás ações do espaço de
acolhimento;
 Orientar e informar a equipe em geral do
espaço de acolhimento sobre
 Como proceder diariamente caso haja
pessoa portadora de deficiência física;
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 Posicionamento, atividades de vida diária,


recursos e tecnologias de atenção para o
desenvolvimento funcional frente ás
características específicas de cada
indivíduo;
 Realizar encaminhamento e
acompanhamento das indicações e
concessões de órtese, próteses e
atendimentos específicos realizados por
outro nível de atenção á saúde

6 PÚBLICO ALVO.

Ananindeua é um Município brasileiro do Estado do Pará, localizado na


Região Metropolitana de Belém, é o segundo Município mais populoso do Pará, e o
terceiro da Amazônia. Sua população é estimada em média 471.980 habitantes
(IBGE-2010), dentre essa população 20,32% são crianças de 0 a 11 anos e 11,53%
são adolescentes de 12 a 17 anos. Destaca-se ainda que a população atual é
constituída por uma maior concentração de mulheres sobretudo na zona urbana com
52%.
A cidade é originária de ribeirinhos, inicialmente considerada "cidade
dormitório" e com o passar dos anos, apresentou um considerável desenvolvimento
e crescimento populacional decorrente da falta de espaço para a construção de
novas moradias em Belém. As margens desse processo, surgiram as áreas de
ocupações espontâneas, localizadas principalmente próximas aos conjuntos
habitacionais. O Município também é composto por ilhas e em sua maioria
habitadas, como também por comunidades Quilombolas.
O público atendido pelos Serviços de Acolhimentos Institucionais são crianças
e adolescentes do sexo masculino e feminino com idade entre 0 a 18 anos
incompletos, que apresentam ou não alguma forma de deficiência física, oriundos
do referido Município, salvo entradas de crianças/adolescentes advindos de outro

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município/ Estados por situações de recâmbio e ou situações de entrada provisória


de 72 horas conforme com ECA (art.93) , que respalda a modalidade de
Acolhimento temporário.
Observa se que as maiores demandas de Acolhimento provêm de bairros
periféricos do Município, que apresentam baixa infra estrutura. Conforme o
documento Plano Municipal de Promoção, Proteção e Defesa de Crianças e
Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária, ( Ananindeua,2012), os bairros
Coqueiro, Curuçamba, PAAR, Águas Lindas e Distrito Industrial apresentam índices
significativos de adolescentes que cumprem Medidas Socioeducativas, o que sugere
a presença da vulnerabilidade sociais nestes bairros para a população jovem do
Município.
No que tange aos índices de acolhimento de crianças da faixa etária de 7 a 12
anos incompletos, no período de 2009, 2010 e 2011, constatou se que a ênfase
ocorreu sobre a incidência da negligencia familiar, situação de risco e conflito
familiar.
Para indicies de acolhimento de adolescentes no mesmo período citado,
observa-se que os principais motivos compreendem Risco Pessoal e Social
(Ameaça de Morte, uso de substancias psicoativas e outros), ausência de
Responsável Legal e Conflito Familiar. Cabe ressaltar que as demandas de
adolescentes envolvidos em ato infracional, ameaça de morte e uso de substancias
psicoativas vem sendo encaminhados pelo Juizado da infância e da juventude do
município e conselhos tutelares entretanto, não enquadram-se no perfil de
atendimento proposto pela medida de proteção, uma vez que se descaracteriza a
natureza apresentada por este serviço, cabendo um desafio futuro para discussões
no âmbito do Sistema de Garantia de direitos.
No que refere se ao acolhimento de 0 a 6, anos no mesmo período da
pesquisa constatou se que os acolhimentos foram motivados principalmente pela
Negligencia, Abandono e Situações de risco, vale ressaltar que nesta época as
crianças dessa faixa etária encontravam se acolhidas no Espaço de Acolhimento
Provisório Infantil – EAPI , localizado no Município de Belém.

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No âmbito sócio econômico das famílias atendidas pelos Serviços de


Acolhimento, observa-se a baixa escolaridade dos seus membros, bem como a
negligencia no que se refere a não inserção escolar das crianças /adolescentes,
como também a evasão do sistema educacional. O Nível de renda familiar em sua
maioria é inferior ao salário mínimo e a situação de trabalho em sua maioria
encontra se na perspectiva da informalidade, fatos estes que justificam a situação de
vulnerabilidade desde o âmbito habitacional ao alimentício.
Tais características deste público pontuam a Alta Complexidade na atuação
dentro deste serviço, tendo em vista que se trabalha não apenas o fortalecimento de
vínculos afetivos rompidos por situações de violações de direitos tais como: o abuso
sexual, violência física, violência domestica, maus tratos, negligencia, abandono,
vivencia de rua, sem responsável legal, situação de risco, como também no
empoderamento dessas famílias para que assumam no menor tempo possível sua
função protetora conforme o art. 4° do ECA.
Nesse sentindo o trabalho nos Serviços de Acolhimento tem um caráter da
Proteção Integral onde os sujeitos atendidos são investidos de varias formas
através de encaminhamentos para a rede socioassistenciais necessárias
(Habitação, benefícios assistenciais, saúde, cursos profissionalizantes,
encaminhamentos para emissão de documentos pessoais, inserção/ atendimentos
psicossociais e etc.)

7 MISSÃO

Garantir a Proteção Integral de crianças e adolescentes que tiveram os seus


direitos violados.

7.1 Valores do Serviço de Acolhimento

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Os Serviços de Acolhimento do município de Ananindeua contarão com


equipes de trabalho pautadas pelos valores a seguir:
 Defesa aos direitos da Criança e do Adolescente;
 Respeito à condição da criança e do adolescente como seres humanos
em desenvolvimento;
 Não desmembramento de grupo de irmãos (ainda que fora da faixa de
idade atendida pela instituição);
 Fortalecimento e preservação dos vínculos familiares e comunitários.
 Busca pela autonomia das crianças e adolescentes acolhidos.
 Busca pelo empoderamento e autonomia das famílias atendidas.
 Especial atenção ao momento de acolhida da criança/adolescente aos
quais serão oferecidos tratamentos respeitoso, personalizado e afetuoso;
 Oportunizar a construção ou reconstrução de combinados que incluam a
participação das crianças/adolescentes;
 Favorecer a construção da vinculação de afeto e confiança com a equipe
técnica, educador/cuidador e demais funcionários.
 Garantir sempre que possível o processo de reintegração a família de
origem, extensa ou substituta.

8 METODOLOGIA

A Metodologia de trabalho nos Serviços de Acolhimento segue a proposta de


compreender a complexidade do Serviço através da atuação profissional em três
eixos norteadores, sendo estes: Eixo Sócio Pedagógico, que estabelece a
compreensão do que concerne o Serviço de Acolhimento como espaço de
convivência, desenvolvimento humano onde estão inseridos crianças e adolescentes
acolhidos e funcionários que atuam nesta esfera de convívio. No segundo, Eixo
Procedimento de Atendimento versará a respeito do fluxo de atendimento
dispensado as famílias e crianças /adolescentes acolhidos desde sua acolhida até o
momento do seu desligamento, posteriormente, amparados pelos Serviços de Media
Complexidade e Proteção Social Básica. O terceiro Eixo que compreende as
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Relações com Políticas Intersetoriais, Rede de Serviços Sócio Assistenciais e


Sistema de Garantia de Direitos, visa a integração entre as ações das diversas
Políticas e órgão de defesa de direitos.

8.1 EIXO 1 - Sociopedagógico

Este eixo metodológico versa a cerca das práticas cotidianas desejáveis nos
Serviços de Acolhimento Institucional de Ananindeua, considerando a missão e
valores institucionais já definidos no presente instrumento. Para tanto, cabe ressaltar
que tais práticas são passíveis de adequações, inovações por parte da equipe de
trabalho de cada unidade de acolhimento, considerando os ciclos etários onde o
trabalho se realiza.
Nesse sentido, entende-se que este eixo metodológico possa orientar os
profissionais que atuarão nestes serviços (técnicos, educadores, cozinheiros,
motoristas, agentes de portaria, técnicos de enfermagem, administrativos, etc), a
construção de seus planos de ação e planejamento estratégico operacional.
Para isso, a proposta do presente PPP, é de que a formação e capacitação
desses trabalhadores possam atingir todas as funções desenvolvidas na instituição
de acolhimento, envolvendo desde a função de recepção ou portaria até a equipe
técnica do serviço e que possa ser planejada e executada pela Secretaria de
Assistência Social do município, SEMCAT, através de plano de capacitação e
formação continuada de seus servidores.
O referido documento indica ainda que a formação e capacitação continuada
desses profissionais possa ser orientada pela ótica da criança e do adolescente
como sujeitos de direitos, da família como matriz central do empoderamento e
fortalecimento de vínculos, da condição de peculiar estágio de desenvolvimento da
criança e do adolescente.

a) Promoção de informações temáticas sobre desenvolvimento humano.


A partir das inter-relações vivenciadas pelas crianças e adolescentes, no
decorrer das suas histórias de vidas e das demandas percebidas através dos

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atendimentos e relações educacionais, destes com a instituição, são elencadas


temáticas para orientação desse grupo específico, por meio de atividades como:
Dinâmica de grupos, apresentações de filmes, roda de conversas, atividades lúdicas
e artísticas.
Como exemplo de tais atividades podemos citar, o projeto “mediação de
leitura” para crianças e adolescentes, já implantados no serviço de acolhimento de 7
à 12 anos e em processo de formação de mediadores (padrinhos do “Conta Comigo”
e educadores da instituição).

b) Inserção de crianças/ adolescentes em atividades de cultura, esporte e


lazer.
A cultura, esporte e lazer se integram ao projeto pedagógico na perspectiva
do atendimento integral aos educandos pela sua natureza educativa estimuladora,
indutora e promotora de hábitos e padrões que propiciem a criatividade,
participação, o respeito às diferenças, a amizade e inclusão social, enquanto espaço
de construção coletiva de um processo educativo.
As atividades de cultura, esporte e lazer também se constituem em um
espaço privilegiado para expressão dos sentimentos e emoções com a intenção de
promoção e recuperação da saúde física e mental, além de ensino de valores,
lideranças, tolerâncias e, sobretudo a disciplina.
Nesta perspectiva as atividades propostas serão realizadas no dia-a-dia e
levarão em conta as peculiaridades e particularidades das manifestações da cultura
popular regional e local, as diversas formas de expressão artísticas (capoeira, hip
hop, pintura em tela, artes cênicas, literatura, artes plásticas, músicas, orquestra de
batuque, grafitagem, artesanatos, teatro, etc) que se concretizarão através de:
oficinas, mostras, exposições, apresentações, festivais, dentre outros.
Portanto, a realização das atividades esportivas e de lazer (futebol, basquete,
ping-pong, vôlei, dama e xadrez), é também um importante instrumento de
construção de cidadania e espaço privilegiado para o desenvolvimento do
socioeducando. No cotidiano das Unidades serão concretizadas práticas esportivas

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e culturais diversificadas, dentro de um espaço de respeito e que possibilite a


participação de todos, inclusive a integração na comunidade que está inserida.
Essas atividades pedagógicas serão desenvolvidas em parceria com
organizações governamentais e não governamentais, por profissionais habilitados e
acompanhados pelo técnico pedagógico. Será também promovida a exibição de
filmes, cuja seleção obedecerá a critérios educativos. Dentro dessas atividades
caberão, ainda, oficinas temáticas relevantes para o desenvolvimento individual e
coletivo.

c) Participação das famílias em reuniões, festas, passeios e rotinas.


Entende-se que o fortalecimento de vínculos sociais e afetivos da
criança/adolescente acolhido e sua família possam ser estimulados e
acompanhados, a partir de maior participação das mesmas em atividades
comemorativas e rotinas da criança/adolescente no período de acolhimento. Nessa
perspectiva, a participação dos membros familiares na vida da criança/adolescente
se assenta para além das visitas e convivências de fim de semana. Assim, sempre
que possível a equipe de trabalho avaliará a possibilidade da família estar presente
em comemorações como: aniversários, almoços festivos (páscoa, natal, festa junina,
etc.), passeios (museus, parques, teatros, praças).
Quanto a participação na rotina da criança/adolescente, orienta-se que a
mesma aconteça paulatinamente, e sob supervisão da equipe dos Serviços de
Acolhimento, tendo em vista o desligamento do serviço e o empoderamento da
família de seu papel de proteção desses indivíduos. Tais participações se
materializam através de atendimentos individuais e familiares, de consultas médicas,
matrículas escolares, acompanhamento a serviços de saúde, emissão de
documentos, atividades pedagógicas e reuniões escolares, etc.

d) Participação da criança e do adolescente nos tratados de convivência no período


do acolhimento.
Entendendo que a criança e o adolescente se constituem sujeito de direito e
também de deveres na sociedade a qual faz parte, e que imprime sua participação
cidadã nos espaços da vida pública, o presente instrumento entende a necessidade
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que as mesmas possam participar da construção dos combinados a cerca do


funcionamento de suas rotinas como horários fixos e flexibilizados, programação
televisa adequada ao seu desenvolvimento, interesse por determinadas práticas
esportivas, etc.
Também orienta-se que participem da construção de acordos de convivência
no período de acolhimento como conservação e manutenção do espaço físico da
casa (pintura, redes de proteção, lona de proteção de piscinas, jardins, etc) e infra
estrutura (televisores, dvd, livros, etc), respeito as diferenças (gênero, etnias,
deficiências), respeito as individualidades (gostos, escolhas, orientação sexual).
No que tange a participação nas tarefas da casa, há de se estimular
combinados que respeitem os ciclos etários da criança/adolescente, valorizando sua
capacidade em contribuir dentro de suas limitações (físicas e mentais), nas tarefas
de rotina que visem à cooperação, educação, autonomia e independência (ajuda no
preparo de alimentos, organização de suas camas, organização de pertences
pessoais, cuidados com bichos de estimação, etc).

e) Estímulo ao respeito a individualidade.


Considerando que a pessoa humana se constitui pelo processo de
individualização a presente proposta entende que a criança/adolescente deva ser
considerada como ser único, com características e necessidades singulares dentro
de seu peculiar estagio de desenvolvimento, da cultura a qual está inserido, de sua
compreensão de mundo, necessidades especiais, etc. Nesse sentido, caberão as
instituições de acolhimento buscar esforços para o atendimento dessas
necessidades de acordo com as possibilidades institucionais e bom senso. Nesta
perspectiva, caberá dentre outras ações a adequação estrutural das casas de
acolhimento a pessoas com deficiências (PCDs) e as necessidades singulares dos
indivíduos.

f) Participação na vida religiosa de acordo com sua identificação


O artigo 3° do ECA ressalta os direitos fundamentais inerentes à pessoa
humana e, portanto, à criança e ao adolescente, evidenciando, ainda a proteção
integral para estes. O referido artigo também trata das oportunidades destinadas a
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esse público, as quais devem lhes facultar, dentre outros, o desenvolvimento


espiritual. Neles, consta a assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo
com suas crenças. Para tanto os serviços de acolhimento tem por atividade
promover a participação das crianças e adolescentes em suas crenças religiosas.
Tem com objetivo a valorização da diversidade cultural presente na
sociedade, além de facilitar a compreensão das formas que exprimem o
transcendente na superação da finitude humana e que determinam subjacente, o
processo histórico da humanidade. Alem disso, possibilita ainda, o esclarecimento
sobre o direito a diferença na construção de estruturas religiosas que têm na
liberdade de culto o seu valor inalienável.
O atendimento religioso será realizado em parceria com as instituições
religiosas, as quais deverão apresentar suas propostas de trabalho a fim de serem
acompanhadas pela equipe técnica das unidades.

8.2 - EIXO 2 - Procedimento de Atendimento

 Crianças/adolescentes vítimas de violência devem ser encaminhadas para


exame de corpo delito antes do acolhimento, bem como para avaliação e
atendimento especializado, de acordo com a situação;
 O atendimento se dará de forma individualizada, onde será estabelecido um
Plano Individual de Atendimento (PIA) para cada criança/adolescente acolhidos,
tendo como prioridade à manutenção de vínculos familiares;
 No decorrer do processo de acolhimento é necessário o registro das
informações em prontuários individuais contendo: histórico familiar; dados sócio-
econômicos, informações sobre o comportamento da criança/adolescente; dados
sobre a participação familiar no Espaço; atividades realizadas pela
criança/adolescente, saúde, etc.
 No atendimento personalizado devem ser realizados encaminhamentos diversos
e tentativas de reaproximação da família com a criança/adolescente.

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 Os procedimentos técnicos de intervenção levarão em conta as condições


físicas, psicológicas e emocionais da criança, com ênfase a suas aptidões,
níveis de desenvolvimento, relação familiar, histórico de vida;
 As situações em que não se reconstituírem os laços familiares será possibilitada
alternativa de convívio comunitário, favorecendo a reconstrução de um novo
projeto de vida (inserção em projeto de apadrinhamentos) e encaminhamento ao
processo de adoção;
 Fornecer todas as informações necessárias ao Sistema de Garantia de Direito
com a regularidade indicada pelo ECA;
 Os funcionários dos Serviços de Acolhimento devem atuar de forma responsável
em relação às informações sobre as crianças/adolescentes, mantendo sigilo e
ética sobre as mesmas, evitando o uso indevido de imagens em redes sociais de
modo a preservar a identidade dos atendidos;
 A criança reinserida em suas famílias e/ou comunidades deve continuar tendo
acesso prioritário aos serviços, devendo esta ser acompanhada no pós-
desligamento, por no mínimo, 06 meses;
 Será priorizada relação interna entre os setores da Instituição e externa com a
Rede de Serviços e o Sistema de Garantia de Direitos, sendo necessário que a
Equipe técnica esteja em constante formação e qualificação, para melhor
conhecimento da Rede de Serviços e participação ativa na mesma;
 As visitas domiciliares deverão ser periódicas, possibilitando a reinserção do
acolhido no meio familiar e comunitário.

8.3 - EIXO 3 - Relação com a Rede de Serviços Sócioassistenciais e Sistema de


Garantia de Direitos

Segundo as Orientações Técnicas do Centro Pop (MDS-2011) o trabalho em


rede tem como objetivo a integração entre as ações das diversas Políticas e órgão
de defesa de direitos, de modo a superar a fragmentação e potencializar recursos,
exigindo a pratica da intersetorialidade e o reconhecimento da incompletude
institucional.
Para que as intervenções realizadas junto às crianças/adolescentes acolhidas
e suas famílias sejam efetivas, é necessário que haja uma estreita articulação entre
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os diversos órgãos (Ministério Público, Juizado, Defensoria, Assistência Social,


Educação, Saúde, Conselho tutelares, Habitação.).
No sentido de garantir a continuidade das ações é importante que haja uma
definição de papéis e responsabilidades em relação às competências de cada órgão
ou Instituição facilitando as conexões em rede, como fóruns, grupos de trabalhos,
reuniões, estudo de casos e outros tipos de contatos periódicos (acompanhamento
da contra-referência). Ressalta-se que, faz necessário um processo continuo de
encaminhamentos e circulações de informações (protocolo de um fluxo de
atendimento) com abertura para diálogos permanentes com a rede Municipal de
Políticas Públicas, CMAS, COMDICA e Conselhos Tutelares.
A execução do Projeto Político Pedagógico da Política de Assistência Social
deve considerar o respeito aos direitos humanos e às diferenças, a gestão
democrática, a crença na possibilidade de transformação das pessoas, a
descentralização das ações, a intersetorialidade das políticas públicas, a postura
ética e a transparência como valores fundamentais dos sujeitos, responsáveis pela
execução das medidas de proteção, em acolhimento institucional.
Neste sentido, a proposta político pedagógica, atua de forma a contribuir nas
condições materiais das famílias atendidas e investir permanente e continuada em
acompanhamentos institucionais de seus membros, concomitantemente, ou mesmo
após a reintegração familiar, por meio de encaminhamentos aos outros Serviços das
Políticas da Assistência Social do Município, como: CRAS, CREAS e CADUNICO.
Para que a proteção social seja desenvolvida conforme os princípios do ECA ,
faz-se necessário um esforço conjunto com as outras Políticas Públicas. Nessa
perspectiva, fomentar a participação permanente de outros órgãos governamentais
se constitui uma das tarefas fundamentais de um projeto sócio-pedagógico que vise
a educação para a cidadania, desenvolvendo a auto-estima, o empoderamento e
autonomia das famílias das crianças e adolescentes atendidas nos Serviços de
Acolhimento Institucional. Portanto, considera-se toda a Rede de Serviços Públicos
devem trabalhar de forma articulada com as instituições de Acolhimento nas esferas
da saúde, da habitação, da educação, entre outras.
Na esfera jurídica: Juizado, Ministério Publico e Defensoria, possuem
competências previstas no Art.141, 146, 148 do ECA, pontua-se os Estudos de
Casos, as Audiências de deliberações, as convocações familiares, a regularização
de guarda/tutela, o atendimento à demanda, como ações mais freqüentes na
relação destes órgãos com os Serviços de Acolhimento.

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Quanto a participação do Voluntariado, dentro dos Serviços de Acolhimento


Institucional, dar-se-á continuidade nas ações do “Projeto Conta Comigo” (na
modalidade Serviço), bem como o já previsto na lei do voluntariado (Lei 9.608 / 98).
Ressalta- se que o “Projeto Conta Comigo” é de parceria do Poder Judiciário,
através da coordenadoria Estadual da Infância e Juventude, instituições de
acolhimento da região metropolitana de Belém e Sociedade Civil; funcionando nas
modalidades de apadrinhamento: Afetivo, material, serviço e empresarial, onde o
mesmo visa contribuir para o acesso ao direito a convivência familiar e comunitária
de crianças/adolescentes acolhidas institucionalmente com grandes dificuldades de
retorno a família de origem ou colocação em família substituta.

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9 ORGANOGRAMA

Prefeitura Municipal ORGANOGRAMA DOS SERVIÇOS DA PROTEÇÃO ESPECIAL


de Ananindeua SEMCAT

Diretoria Técnica
Diretoria Administrativa
Socioassistencial

Proteção Social Básica Proteção Social Especial

Média Complexidade Alta Complexidade

CREAS II
Serviço de Serviço de Serviço de
Acolhimento Infantil Acolhimento Infantil Acolhimento
SePCaPE
CREAS I de 0 a 6 anos de idade de 7 a 11 anos de Adolescente de 12 a
idade 17 anos de idade

Centro POP

Coordenação Técnica
Cozinheiro
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Portaria Administrativos Equipe Técnica Educadores

Serviços Gerais

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10 MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

Deverá acontecer de forma sistemática, e incorporados pelo órgão gestor, no


processo de reordenamento, é imprescindível que o município faça o
acompanhamento da rede de serviços, preferencialmente com uma equipe técnica
da Proteção Socia’l Especial de Alta Complexidade.
O acompanhamento será de forma continua, através de reuniões semanais e
mensais da equipe técnica para definição de novas estratégias, discussão sobre os
casos dos acolhidos.Também serão realizadas reuniões mensais da equipe técnica
com a equipe funcional dos serviços de acolhimento, para discussão, orientação do
trabalho diário na dinâmica do serviço de acolhimento.
A avaliação e monitoramento devem ser realizados tanto em relação aos
serviços de execução direta pelo município, quanto em relação aos serviços
executados pela rede não governamental, sejam eles conveniados ou não.
A presente etapa consiste no acompanhamento periódico (bimensal,
trimestral ou semestral) observando seus prazos, visando à sua finalização,
readequação (quando for o caso), ou mesmo a inclusão de novas ações não
previstas inicialmente. Trata-se de um processo de acúmulo de informações com
vistas a identificar o progresso das ações definidas no projeto.
É importante que o monitoramento seja realizado em reuniões com a rede
local, pois, assim, firma-se o compromisso com os demais atores envolvidos e que
podem também, ser responsáveis por outras ações.

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição da República Federativa Brasileira. São Paulo: Ed.


Saraiva, 1988.

ESTATUTO da Criança e do Adolescente. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990.


Cartilha da CEIJ, 2012.

BRASIL. Lei nº 12.010, de 3 de agosto de 2009. Dispõe sobre adoção; altera as


Leis nos 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente,
8.560, de 29 de dezembro de 1992; revoga dispositivos da Lei no 10.406, de 10
de janeiro de 2002 - Código Civil, e da Consolidação das Leis do Trabalho -
CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943; e dá outras
providências. Brasília, 2009. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12010.htm. Acesso em:
07 out. de 2014.

BRASIL. Lei 8.742, de 7 de dezembro de1993. Dispõe sobre a organização da


Assistência Social e dá outras providências. Ministério do Desenvolvimento
Social e Combate a Fome (MDS): Brasília, 1993.

CNMP. Conselho Nacional do Ministério Público. Resolução Nº 71 DE 15 DE


JUNHO DE 2011. Dispõe sobre a atuação dos membros do Ministério Público
na defesa do direito fundamental à convivência familiar e comunitária de
crianças e adolescentes em acolhimento e dá outras providências. Brasília,
2011.

CNAS. Conselho Nacional de Assistência Social. Plano Nacional de Promoção,


Proteção e Defesa do Direito de Crianças a Convivência Familiar e
Comunitária. Ministério do Desenvolvimento Social. Brasília, 2006.

______. Orientações Técnicas para os Serviços de Acolhimento para Crianças


e Adolescentes. Ministério do Desenvolvimento Social. Brasília, 2009.

PARÁ. Lei Estadual nº 7.651 de 5 de setembro de 2012. Institui as políticas públicas


destinadas à proteção e direitos de crianças e adolescentes à convivência familiar e
comunitária. 2012.

PONTES, Fernando Augusto Ramos; SILVA, Simone Souza da Costa;


MAGALHÃES, Celina Maria Colino et al (org.). Contextos Ecológicos do
Desenvolvimento Humano. Belém: Ed. Paka-Tatu, 2011.

37
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ACOSTA, Ana Rojas; VITALE, Maria Amalia Faller (Org.). Família: redes, laços e
políticas públicas. São Paulo: Ed. Cortez, 2002.

FREUD, Sigmund. Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade Infantil. Ed.


Imago, 1905.

ALTOÉ, Sonia. Infâncias perdidas: o cotidiano nos internatos-prisão. Rio de


Janeiro: Xenon Ed., 1990.

LAMARÃO, Maria; AMARAL, Mary. Caderno Pedagógico: Metodologia de trabalho


com Crianças e Adolescentes Institucionalizados. Belém: Ed. UNICEF, 2007.

ELAGE, Bruna; GÓES, Marcus; FIKS, Milton et al. Perspectivas: Formação de


Profissionais em Serviço de Acolhimento Instituto Fazendo História. São Paulo:
Instituto Fazendo História, 2011.

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APÊNDICE QUADRO
A: DE ROTINA COM AS ATIVIDADES
PSICOSSOCIAIS

QUADRO DE ROTINA COM AS ATIVIDADES PSICOSSOCIAIS


ATIVIDADES OBJETIVO METODOLOGIA RESPONSÁVEL
COORDENAÇÃ
REALIZAR PROTEGER AS A EQUIPE O E TÉCNICAS
ACOLHIDA, CRIANÇAS E TÉCNICA DO SERVIÇO
ESCUTA E ADOLESCENT ORIENTA A
ORIENTAÇOES ES DIANTE DINÂMICA DO
DA DAS SERVIÇO E
CRIANÇA/ADOLE FRAGILIDADES SEU
SCENTE NO DO FUNCIONAMEN
SERVIÇO DE ROMPIMENTO TO A
ACOLHIMENTO DOS CRIANÇA/ADOL
VÍNCULOS ESCENTE E
FAMILIARES FAMILIARES

ATENDIMENTO A OFERECER AS DISCUTIR OS COORDENAÇÃ


CRIANÇA E AO FAMILIAS CASOS E O
ADOLESCENTE E CONHECIMEN TROCAR EQUIPE
SUAS TO DO INFORMAÇÕES TÉCNICA
RESPECTIVAS PROCESSO E E EDUCADORES.
FAMILIAS TROCA DE ORIENTAÇÕES
INFORMAÇÕE COM OS
S COM A ACOLHIDOS E
EQUIPE DO SEUS
SERVIÇO. FAMILIARES
CONVIVÊNCIA Promover o Convivências no
FAMILIAR estreitamento e espaço de
fortalecimento acolhimento
dos laços através de
familiares, reunião de
preparando famílias, almoço
para a vida em em família,
família e a passeio com
reintegração família nas
familiar. atividades do
Serviço.
VISITAS Conhecer a Visita técnica in Assistente social
DOMICILIARES dinâmica loco e psicólogo
familiar e seu
funcionamento

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e suas
problemáticas.
INSERIR EM Garantia de Encaminhament Coordenação e
PROGRAMAS acesso a o a programa técnicas
SOCIAIS direitos sociais. habitacional,
INCLUSÃO E Inclusão e Visita as escolas Pedagogas e
ACOMPANHAME acompanhamen para fazer educadoras.
NTO ESCOLAR to de matriculas,
crianças/adoles reunião com as
cente no escolas
ambiente
escolar.
INCLUSÃO Oportunizar Articulação com Coordenação,
DECRIANÇAS/AD convivência os CRAS e rede técnicos e
OLESCENTES EM social e de serviços. SEMCAT
ATIVIDADES comunitária.
EXTERNAS DE
CONVIVÊNCIA.
AVALIAÇÃO DE Avaliar a Assistente
CONVIVÊNCIAS restituição dos social e
DAS CRIANÇAS laços familiares. psicóloga de
E referência.
ADOLESCENTES
ESTUDO DE Oportunizar Reunião de SEMCAT/MP/Jui
CASO COMO O melhor apoio e estudo dos zado e
SISTEMA DE encaminhament casos com Técnicas do
GARANTIA DE o aos casos. Conselho Serviço de
DIREITOS. Tutelar,Minist. Acolhimento.
Publico e
Juizado e
Serviço de
Acolhimento.
PARCERIAS DE Fortalecer a Ofertas de CEIJ/SEMCAT/S
SERVIÇOS COM Responsabilida serviços erviços de
A SOCIEDADE de Social no voluntários por acolhimentos.
CÍVIL ATRAVÉS atendimento a pessoas
DO crianças e sensíveis as
APADRINHAMEN adolescentes. questões sociais
TO das crianças
SOLIDARIO/CEIJ. adolescentes e
famílias com
situações de
acolhimentos
institucionais
CAPACITAÇÃO Oportunizar Reunião de SEMCAT/
DOS conhecimento trabalho, mesa Serviços de

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EDUCADORES/C executado nos redonda, acolhimento/


UIDADORES Serviços de seminários, SEAS e Rede de
acolhimento de capacitação Serviços.
acordo com as continuada do
orientações SUAS.
técnicas.
ARTICULAÇÃO Fortalecer a Reunião, rodas SEMCAT/Serv.
COM A REDE DE rede de de conversa, de acolhimentos.
SERVIÇO DE atendimento a grupos de
ANANINDEUA. criança e trabalhos com a
adolescente Saúde,
para criar fluxo Educação,
de atendimento Assistência
e de Social
comunicação. (PSE/PSB),
Conselho
Tutelar.
PROJETO DE Promover o Livros, Jornais, Técnicos/
LEITURA interesse pela Revistas Voluntários e
leitura Educadoras
COMEMORAÇÃO Sensibilizar as Rodas de SEMCAT/
DE DATAS crianças e conversas, Serviços de
RELEVANTES adolescentes e caminhadas, Acolhimentos.
PARA A famílias a Festas,
ASSISTÊNCIA temáticas reuniões,
SOCIAL. pertinentes ao seminários sobre
cotidiano social. temas como
Trabalho Infantil,
DST/AIDS,
Drogas, Dia das
Mulheres,etc.
Atividades
ATIVIDADES Estimular a Internas Equipe técnica/
PEDAGÓGICAS convivência Educadoras/SE
COM FAMILIAS E familiar, social e Oficinas, MCAT
ACOLHIDOS comunitária, acompanhament
elevar auto- o escolar
estima, individualizado,
proporcionar o brincadeiras,
exercício comemoração
religioso, de aniversário,
assegurar o atividades em
direito a cultura, datas
esporte e lazer comemorativas,
através de rodas de
atividades conversas,
internas e apresentação de
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externas do vídeos
Serv. de educativos,
Acolhimento. atividades de
rotinas.

Atividades
externas
Passeios,
visitações a
equipamentos
públicos,
Cinemas,
teatros,
shoppings,
praças, parques,
ambientais,
igrejas,
atividades
escolares,
atividades no
CRAS.

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