Atividade 2

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Atividade 2: Barroco e Arcadismo em Portugal

A uma ausência (Antônio Barbosa Bacelar)

Sinto-me, sem sentir, todo abrasado


No rigoroso fogo que me alenta;
O mal, que me consome, me sustenta;
O bem, que me entretém, me dá cuidado.

Ando sem me mover, falo calado;


O que mais perto vejo, se me ausenta,
E o que estou sem ver, mais me atormenta;
Alegro-me de ver-me atormentado.

Choro no mesmo ponto em que me rio;


No mor risco me anima a confiança;
Do que menos se espera estou mais certo.

Mas se de confiado desconfio,


É porque, entre os receios da mudança,
Ando perdido em mim como em deserto.

1. Por que o poema “A uma ausência”, de Antônio Barbosa Bacelar, pode ser considerado
uma obra barroca?

Soneto (Antônio Diniz Cruz e Silva)

Aqui sentado neste mole assento


Que formam as ervinhas deste prado,
Enquanto a verde relva pasce o gado,
Quero ver se divirto meu tormento.

Que fresca tarde está! Que brando o vento


Move as águas do rio sossegado!
E como neste choupo levantado
Se queixa a triste rola em doce acento!

As flores com suavíssima fragrância,


As aves com docíssima harmonia
Fazem mais alegre esta fresca estância:

Mas nada os meus pesares alivia;


Que da minha saudade a cruel ânsia
Me não deixa um instante de alegria.

2. Por que o soneto acima, de Antônio Diniz Cruz e Silva, pode ser considerado uma obra
árcade?

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